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Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de Limeira Escola de Aprendizes do Evangelho — 8ª turma 32ª aula: Implantação das caravanas de evangelização e auxílio Textos complementares GEAEL Aula 32 — Entre muitas, a lição que fica: Como filhos de Deus, somos suas criaturas, suas expressões e manifestações. Deus é a Causa, o homem e seu mundo são o efeito dessa Causa. O efeito deve sempre reconhecer a Causa que o produziu e dirigir-se a ela para seu sustento e apoio. I — Finalidade Levar a todos os lares o Evangelho de Jesus, divulgando e esclarecendo a respeito de sua mensagem redentora, bem como consolo aos sofredores e ajuda espiritual e material aos necessitados, em nome do Divino Mestre. II — Realizações a) Estabelecimento do culto do Evangelho no Lar. b) Congraçamento entre os moradores dos locais visita- dos, por meio de reuniões evangélicas. c) Encaminhamento às casas espíritas, quando necessário. d) Leituras e esclarecimentos doutrinários. e) Confraternização com os discípulos de Jesus, formados em turmas anteriores que, normalmente, serão os encarrega- dos do prosseguimento dos trabalhos indicados nos locais visitados. f) Distribuição de mensagens cristãs. g) Distribuição de alimentos, agasalhos, medicamentos e material escolar, quando necessário. III — Números de integrantes As caravanas serão realizadas com um mínimo de 5 membros. IV— Bases de apoio Os grupos da Aliança serão as bases deste mo- vimento e ponto de partida das caravanas. O grupo caravaneiro deverá preparar-se espiri- tualmente, no centro espírita, antes de partir para o local onde realizará os trabalhos da caravana. V — Planejamento Cada turma da Escola de Aprendizes do Evan- gelho formará uma Caravana de Evangelização e Auxílio, organizada para realizar visistas a um mes- mo bairro. Fase de planejamento: a) Relacionar os alunos participantes. b) Organizar o material de apoio (instruções para Evan- gelho no Lar, exemplares de O Evangelho Segundo o Espiri- tismo, mensagens cristãs etc.). c) Estudar meios de condução. d) Marcar dia e hora para realização de trabalho, obser- vando-se a regularidade (exemplo: todo 2º domingo de cada mês, às 8h30). e) designar equipes de alunos para visitar os lares de acordo com as ruas e quarteirões do bairro. As equipes de- vem preferencialmente serem compostas por pessoas de sexo diferente, para facilitar a recepção pelos lares visitados. Execução: a) A turma se reúne no centro espírita para a preparação do trabalho. b) O deslocamento para o local da caravana deve se rea- Vivência do Espirismo Religioso

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Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de LimeiraEscola de Aprendizes do Evangelho — 8ª turma

32ª aula: Implantação das caravanas de evangelização e auxílioTextos complementares

GEAEL

Aula 32 — Entre muitas, a lição que fica:Como filhos de Deus, somos suas criaturas, suas expressões e manifestações. Deus é a Causa, o homem e seu mundo são o efeito dessa Causa. O efeito deve sempre reconhecer a Causa que o produziu e dirigir-se a ela para seu sustento e apoio.

I — FinalidadeLevar a todos os lares o Evangelho de Jesus, divulgando

e esclarecendo a respeito de sua mensagem redentora, bem como consolo aos sofredores e ajuda espiritual e material aos necessitados, em nome do Divino Mestre.

II — Realizaçõesa) Estabelecimento do culto do Evangelho no Lar.b) Congraçamento entre os moradores dos locais visita-

dos, por meio de reuniões evangélicas.c) Encaminhamento às casas espíritas, quando necessário.d) Leituras e esclarecimentos doutrinários.e) Confraternização com os discípulos de Jesus, formados

em turmas anteriores que, normalmente, serão os encarrega-dos do prosseguimento dos trabalhos indicados nos locais visitados.

f) Distribuição de mensagens cristãs.g) Distribuição de alimentos, agasalhos, medicamentos e

material escolar, quando necessário.

III — Números de integrantesAs caravanas serão realizadas com um mínimo

de 5 membros.

IV— Bases de apoioOs grupos da Aliança serão as bases deste mo-

vimento e ponto de partida das caravanas.O grupo caravaneiro deverá preparar-se espiri-

tualmente, no centro espírita, antes de partir para o local onde realizará os trabalhos da caravana.

V — PlanejamentoCada turma da Escola de Aprendizes do Evan-

gelho formará uma Caravana de Evangelização e Auxílio, organizada para realizar visistas a um mes-mo bairro.

Fase de planejamento:a) Relacionar os alunos participantes.b) Organizar o material de apoio (instruções para Evan-

gelho no Lar, exemplares de O Evangelho Segundo o Espiri-tismo, mensagens cristãs etc.).

c) Estudar meios de condução.d) Marcar dia e hora para realização de trabalho, obser-

vando-se a regularidade (exemplo: todo 2º domingo de cada mês, às 8h30).

e) designar equipes de alunos para visitar os lares de acordo com as ruas e quarteirões do bairro. As equipes de-vem preferencialmente serem compostas por pessoas de sexo diferente, para facilitar a recepção pelos lares visitados.

Execução:a) A turma se reúne no centro espírita para a preparação

do trabalho.b) O deslocamento para o local da caravana deve se rea-

Vivência do Espirismo Religioso

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lizar em conversação fraterna e elevada.c) Ao chegar ao bairro, as equipes se distribuem de acor-

do com o planejamento prévio.d) As visitas aos lares devem ser cordiais e objetivas, es-

clarecendo que a finalidade básica é a realização da prece no ambiente de cada lar.

e) Podem-se distribuir mensagens, eventualmente exem-plares do Evangelho, bem como anotar nomes e dados para o trabalho de vibrações coletivas.

f) Em horário pré-determinado suspende-se os trabalhos

e as equipes se reúnem novamente para o retorno ao centro espírita.

g) Encerramento e vibrações.A turma deve dar conhecimento prévio de cada visita ao

dirigente, bem como relatar qualquer irregularidade ou aci-dente ocorrido.

Os dirigentes podem acompanhar as três ou quatros pri-meiras visitas. Depois dessas, só quando julgar conveniente ou quando for solicitado.

MIGALHA E MULTIDÃO

Ante o quadro da multidão de famintos, e eram 5.000, qualquer homem experimentaria invencível desânimo, consi-derando a migalha de cinco pães e dois peixes.

Mas Jesus emprega o imenso poder da bondade e conse-gue alimentar a todos, sobejamente.

Observemos, contudo, que para isso toma os discípulos por intermediários.

O ensinamento do Mestre, nesse passo do Evangelho, é altamente simbólico.

Quem identifica a aluvião de males criados por nós mes-mos, pelos desvios da vontade, na sucessão de nossas exis-tências sobre a Terra, custa a crer na migalha de bem que possuintos em nós próprios.

Aqui, corrói a enfermidade; além, surge o fracasso; acolá, manifestam-se expressões múltiplas do crime.

Como atender às necessidades complexas? Muitos apren-dizes recuam, ante a extensão da tarefa.

Entretanto, se o servidor fiel cami-nha para o Mestre, a migalha de suas luzes é imediata-mente suprida pelo milagre da multi-plicação, de vez que Jesus, considerando a oferta espontânea, abençoar-lhe-á o patrimônio peque-nino, permitindo-lhe nutrir verda-deiras multidões de necessitados.

A massa de nos-sas imperfeições ain-da é muito gr ande.

Em toda parte

há moléstias, deficiências, ruinas...É imprescindível, no entanto, não duvidar de nossas pos-

sibilidades mínimas no bem. Temos ou não tentos fé?Nossas migalhas de Boa Vontade na disposição de servir

santamente, quando conduzidas ao Cristo, valem mais do que toda a multidão de males do mundo.

SACUDIR O PÓ

Os próprios discípulos materializaram o ensinamento de Jesus, sacudindo o pó das sandálias, em se retirando desse ou daquele lugar de rebeldia ou impenitência. Todavia, se o símbolo que transparece da lição do Mestre estivesse desti-nado apenas a gesto mecânico, não teríamos nele senão um conjunto de palavras vazias.

O ensinamento, porém, é mais profundo. Recomenda a extinção do fermento doentio.

Sacudir o pó dos pés é não conservar qualquer mágoa ou qualquer detrito, nas bases da vida, em face da ignorância e da perversidade, que se manifestam no caminho de nossas experiências comuns.

Natural é o ato de confiar a outrem as sementes da verda-de e do bem; entretanto, se somos recebidos pela hostilidade do meio a que nos dirigimos, não é razoável nos mantenha-mos em longas observações e apontamentos, que ao invés de conduzir-nos a tarefa a êxito oportuno, estabelecem sombras e dificuldades em torno de nós.

Se alguém não te recebeu a Boa Vontade, nem te percebeu a boa intenção, por que a perda de tempo em sentenças acu-satórias? Tal atitude não soluciona os problemas espirituais.

Ignoras, acaso, que o negador e o indiferente serão igual-mente chamados pela morte do corpo à nossa pátria de ori-gem? Encomenda-os a Jesus com amor, e prossegue, em linha reta, buscando os teus sagrados objetivos.

Há muito por fazer na edificação espiritual do mundo e de ti mesmo. Sacode, pois, as más impressões, e marcha ale-gremente para a frente e para o alto!

Francisco Cândido Xavier

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(continuação do número anterior)

MEDITAÇÃO RAJA YOGA

Raja significa “Rei” e Yoga quer dizer “União”, então a tradução literal do termo Raja Yoga seria “Yoga Real”. A me-ditação é a união mais elevada entre a alma e Deus e propor-ciona o poder espiritual necessário para remover as causas da tristeza e falta de paz. Raja é o sistema descrito por Pa-tanjali no século 3 a.C. que desenvolveu uma didática para praticar yoga. Esta técnica tornou-se conhecida no ocidente, graças ao trabalho desenvolvido por Prajapita Brahma, tam-bém conhecido por “Brahma Baba”. Um próspero e abasta-do comerciante indiano que em 1936 resolveu dedicar-se à espiritualidade e em 1937 fundou a Universidade Espiritual Mundial Brahma Kumaris em Karachi, naquela época, Ìndia hoje Paquistão. Atualmente sua influência é internacional, com centros de estudos em todo o mundo, inclusive no Brasil. Brahma Baba faleceu em 1969.

De acordo com os ensinos do Raja Yoga, a alma é unidade de pura consciência. No ser humano, a Alma é a parte cons-ciente. O corpo e a mente são por si só inconscientes. A cons-ciência deles deriva da Alma. A alma pode existir sem o corpo e sem a mente, mas a mente e o corpo não podem existir sem a Alma. O corpo e a mente são dois instrumentos que a Alma usa para experiênciar o universo. A mente é o instrumento in-terno e o corpo o instrumento externo. Através do corpo e dos seus órgãos sensoriais a Alma experiência o universo físico. Através da mente e das suas faculdades a Alma experiência o universo astral e causal.

A prática da meditação Raja Yoga é algo simples e natu-ral. Com a utilização correta da mente o praticante deixa o nível de frustação, preocupação e tensão alcançando o estado de paz e contentamento. Ao criar conscientemente pensamen-tos sobre a natureza verdadeira do ser individual e do Ser Supremo, há uma volta para a plenitude desta relação.

Considerado um modelo clássico, a principal meta do Raja Yoga é promover o controle da mente por meio de uma prática meditativa intensa. Concentração e meditação são palavras-chave. O caminho proposto pelo raja-yoga tem oito etapas, que devem ser cumpridas por quem quer alcançar a iluminação.

AS OITO ETAPAS DO RAJA YOGA1- Yama - não matar, não mentir, não roubar, não ser de-

sequilibrado e não cobiçar.2- Niyama - pureza do corpo e da mente, contentamento,

auto-esforço, estudo de si mesmo e das escrituras sagradas, entrega de si mesmo a Deus.

3- Asanas - posturas psicofísicas, exercícios físicos e mentais da hatha yoga.

4- Pranayama - controle do prana através de exercícios respiratórios.

5- Pratyahara - controle dos sentidos.6- Dharana - concentração da mente em um ponto.7- Dyana - meditação.8- Samadhi - união com o Ser interior.

As duas primeiras etapas abordam a conduta ética do praticante; a terceira ensina posturas físicas; a quarta versa sobre o controle da respiração; a quinta explicita a introver-são dos sentidos; a sexta é voltada para a concentração ab-soluta; a sétima discorre sobre a contemplação; e a oitava é samadhi, a transcendência buscada por todo praticante de yoga, seja qual for a tendência. Contudo, essas etapas podem ser resumidas em dois passos:

1 - Acabar com a dispersão de muitos pensamentos ao concentrar-se no seu interior.

2 - Depois de estabilizar os pensamentos, fazer a conexão com o Ser Supremo e começar a absorver a energia espiritual ilimitada que emana Dele.

APRENDENDO A MEDITAR

Meditar é um esforço muito pessoal, já que acontece no nível do ser interior. Assim, pode ser praticado por pessoas de qualquer convicção religiosa e até por aqueles sem crença alguma. Afinal de contas, antes de ser um cristão, budista, judeu ou muçulmano, sou simplesmente um ser. A meditação opera no nível do ser e de seu relacionamento com Deus. A

http://alquimiayankees.blogspot.com/2009/12/meditacao.html

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melhor hora para meditar é duas horas antes do nascer do sol. O Pôr-do-Sol e a Meia-Noite, também são bons horários para meditar.

Prepare-se para meditar.- Tome um banho relaxante.- Vista roupas confortáveis.- O estômago deverá estar leve, preferencialmente vazio.- Prefira alimentar-se após a meditação.- Se tiver comido, a dieta deve ser leve, principalmente á

noite.- Pratique asanas e pranayama antes da meditação.Prepare o Ambiente no qual irá meditar.Reserve uma sala para a meditação ou pelo menos tenha

um local fixo para suas meditações diárias, que pode ser o seu próprio quarto. Este local deverá ser tranquilo, estar lim-po, arejado e com pouca luz. Um pequeno altar ou gravuras de acordo com suas crenças. Música instrumental, incenso e velas também ajudam na concentração. Se for acender velas e incenso, mantenha as janelas abertas. Veja a seguir um exer-cício bastante básico de meditação, chamado de técnica dos sete passos, para iniciá-lo na prática da meditação.

OS SETE PASSOS DA MEDITA-ÇÃO

1. Escolha um lugar tranquilo onde você não possa ser interrompido. Feche a porta, desligue o telefone e não deixe nesse local nem mesmo seu ani-mal de estimação. Escolha um momen-to em que não esteja com fome, nem após ter comido uma refeição pesada.

2. Com uma roupa confortável e os pés descalços, sente-se num local onde se sinta bem acomodado. Se for numa cadeira, fique na ponta para apoiar os pés no chão. Se for no chão, sente-se sobre uma almofada, cruze as pernas.

3. Encaixe os quadris e mantenha a coluna ereta. Solte os ombros para não forçar a musculatura. Evite mudar

de posição, mesmo que sinta dor e desconforto. Isso facilita a concentração e evita os pensamentos dispersivos.

4. Para manter a cabeça na linha da coluna, incline le-vemente o queixo para baixo até que ele fique paralelo ao corpo. A língua no céu da boca facilita a passagem da saliva. Mantenha os olhos semi-abertos e fixe-os num ponto para não adormecer.

5. Inspire e expire sempre pelo nariz. Enquanto você res-pira devagar e profundamente, repita uma palavra ou frase (mantra) que pode ser uma palavra neutra, como “um” ou “om”, ou uma palavra inspiracional, como “amor” ou “paz”.

6. Coloque a mão direita sobre a esquerda e una a ponta dos polegares. Repouse as mãos nesta posição em seu colo. Agora, procure esvaziar a mente, sem se concentrar em ne-nhum pensamento.

7. Quando algum pensamento invadir a sua mente, não brigue com ele, simplesmente redirecione sua atenção para o seu mantra e deixe que o pensamento se vá naturalmente. Pode ser difícil no início, mas com o tempo você passa a lim-par a mente de todas as distrações.

Você também pode meditar antes de dormir. Acomode-se na posição que mais gosta para dormir e caia no sono repe-tindo mentalmente o mantra escolhido. Você dormirá melhor, terá bons sonhos e isto se refletirá em sua vida, pois você vai se sentir uma pessoa mais calma.

Experimente meditar com regularidade por 15 ou 20 minutos, pelo menos duas vezes ao dia e vivencie como essa prática pode transformar sua vida para melhor. Medite dia-riamente e sinta como sua vida se tornará plena de encanta-mento, prosperidade e força interior.

Embora muitos afirmem não ser possível meditar sem a presença de um mestre, eu particularmente acredito que se trata de mais um mito. As instruções acima, são baseadas em parte nos ensinos do Raja Yoga, associados às práticas da Meditação Transcendental (MT). Considero que essas instru-ções são suficientes para quem pretende iniciar a prática da meditação.

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Por que oramosO ato de orar deve ser uma expressão tão natural na vida

humana, como o de respirar, e até ambos têm uma íntima relação mútua.

Na respiração, o indivíduo abre seus pulmões ao influxo do ar universal e na prece ele abre sua alma ao influxo da consciência universal. Da mesma forma que o ar purifica a corrente vital do sangue nas veias, nutrindo, fortificando e curando o corpo, também o influxo do Espirito Divino, da Su-prema Consciência Universal, purifica a vida da alma, nutre, fortifica e cura a mente, tornando assim o ato de respirar mais perfeito e fazendo com que seus efeitos no corpo sejam mais profundos e duráveis.

O Mestre, que apontou o caminho perfeito da vida do ho-mem, não só lhe ensinou a orar, mas provou o poder da prece em sua própria vida, mostrando que é natural, útil, prático e indispensável. Jesus orou sempre, quer nas ocasiões de aflição, quer nas alegrias, nos tempos de necessidade e nos de abundân-cia, nos momentos de triunfo, nas horas de aparente insucesso, só, em companhia de seus discípulos escolhidos ou com a multi-dão. Viveu em constante atitude de prece e seu conselho de “orar sem cessar” foi, certamente, o exemplo de toda a sua vida.

A idéia da união e comunhão com Deus era tão natural para Jesus, como a de uma criança que se amamenta no seio de sua mãe ou a de uma laranja que, para viver, depende da planta em que nasceu.

Nossa relação com Deus

Enquanto o ho-mens não compre-ende sua verdadeira relação com Deus, não pode apreciar o verdadeiro valor da prece e dirigir seu apêlo ao Pai de for-ma a obter resposta infalível.

Paulo afirmou a necessidade desta compreensão reta, na Epistola aos He-breus (11:6): “Aque-le que se dirige a Deus deve crer que Ele existe e que é o recompensador da-quele que o procu-ra diligentemente”. Isto quer dizer que devemos dirigir-nos a Deus, sabendo que Ele está presente e na certeza de que, se o procurarmos com fé e desejo ardente, a recompensa ou resposta do Pai será tão certa como sua presença. Ao ensi-nar-nos sobre nossa relação com Deus, Jesus fez a compa-ração com o modo de agir de um pai nesta vida terrestre: “Se vós, que sois maus, sabeis como haveis de dar bons presentes a vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus há de dar presentes aos que lhe pedem” (Mateus, 7:11).

Esta afirmação definida a respeito da prece é precedida de outra afirmação também definida a

POR QUE ORAMOS — NOSSA RELAÇÃO COM DEUS — A LIBERDADE E O DOMíNIO DO HOMEM

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respeito da resposta e da certeza de que ela virá exatamente na forma desejada e pedida. “Ou quem haverá, dentre vós, que, se seu filho pedir pão, lhe dará uma pedra ? Ou se pedir peixe, lhe dará uma serpente?”.

Com certeza positiva, a afirma-ção é que o pedido de peixe trará pei-xe, de modo que a resposta será con-forme o pedido feito na prece e de modo algum pode ser dife-rente, porquanto a relação entre a pre-ce e sua resposta é tão definida e cien-tífica, como a que há entre a semente a fruta que nasce de sua plantação.

Nas palavras acima citadas, Jesus diz que a verdadeira relação entre Deus e o homem é a de Pai para filho, que o Pai dá boas coisas ao fi-lho quando este lhe pede. As últimas palavras são muito

importantes e indicam claramente por que muitos vivem sem as “boas coisas” que facilmente poderiam ter. Deus tem-nas para serem distribuídas, mas só podem recebê-las os que se tornam receptivos a elas, isto é, os que as pedem.

Como filhos de Deus, somos suas criaturas, suas expres-sões e manifestações. Deus é a Causa, o homem e seu mundo são o efeito dessa Causa. O efeito deve sempre reconhecer a Causa que o produziu e dirigir-se a ela para seu sustento e apoio. Tudo o que é efeito tem sua causa.

Por conseguinte, o homem, desejando um efeito, deve dirigir-se para a causa do mesmo, e ela é Deus. Como isto ex-prime de modo simples a relação: Deus, o Pai, sempre dando; o homem, o filho, sempre recebendo!

Quão indispensável é esta relação, quão necessária e útil à vida e expressão do homem, quão prometedora em seu po-der e possibilidade! Vemos imediatamente por que o homem se dirige a Deus e por que esta atitude da alma deve ser cons-

tante, “sem cessar”.Podemos compreender agora o valor do “maior dos man-

damentos” que o Mestre deu: — “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu en-tendimento e de todas as tuas forças”. Da mesma forma, com-preendemos a necessidade do segundo, “que é semelhante ao primeiro”: “E a teu próximo como a ti mesmo”. O amor rece-bido de Deus deve ser transmitido de uma alma a outra, para que haja o fluxo do amor, a abundância do bem manifestado em amor para o homem, assim como o recebimento do bem de Deus pela consciência.

A liberdade e o domínio do homemDa mesma forma que na família vivem muitos filhos que

não compreendem o valor do amor paterno e recebem todo o bem dele, assim também milhares e milhares vivem existên-cias após existências, sem nunca perceberem o bem em Deus, que espera seu reconhecimento, aceitação e uso.

Uma das mais belas qualidades do amor é a da delicade-za, e Deus, que é Amor, silenciosa e delicadamente espera o despertar do homem a esta qualidade, este Amor como filho, que se vê em sua Fonte e que reconhece a relação, a igualdade divina, que torna perfeita a comunhão entre o Pai e o filho. É nisto que Jesus pensava, quando disse : “Até aqui nada pedis-tes em meu nome. Pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa”. A alegria perfeita e completa vem quando nos dirigimos ao Pai, no caráter ou natureza (nome) de Filho, e esta relação consciente traz consigo o conhecimento do direi-to à realização do pedido, o que não sucede quando se trata de um “servo” que implora a seu Senhor.

Como expressão de Deus, o homem tem o mesmo direito, “na terra”, que Deus tens “nos céus”. O homem tem o domínio na terra : Forma. Deus tem o domínio nos céus : Mente. Assim como Deus exprime sua idéia conforme deseja, ao homem é dado o privilégio de aceitar esta idéia e dar-lhe forma, confor-me seu desejo.

O desejo é o fator impulsionador que move o fluxo das idéias para a realização. “Seja o que for que desejardes, quan-do orardes, crede que o recebereis c haveis de tê-lo” (Marcos, 11:24).

Orações OcultasEditora Pensamento

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Como programar as transformações (I)Ney Pietro Peres — Manual Prático do Espírita

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“Quão pequena é a porta da vida! Quão apertado o seu caminho! E como são poucos os que a encontram!” (Mateus 7:13-14)“Larga é a porta que leva aos desregramentos, porque as más paixões são numerosas e o caminho do mal é o mais concorrido. É estreita a da redenção, porque o homem que deseja transpô-la deve envidar grandes esforços a fim de vencer suas más inclinações, e poucos se resignam a isso. Completa-se a máxima: São muitos os chamados e poucos os escolhidos.”O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, capítu-lo XVIII. “Muitos os chamados e poucos os escolhidos”. A Porta Estreita.

Fizemos, no capítulo III (item 39 — Um método prático de Auto-análise), uma sugestão para aplicação de um proces-so em que fosse obtido o conhecimento dos nossos impulsos, reações, sentimentos, ações. Chegamos, então, a identificar as causas provocadoras daqueles efeitos que se manifestam no nosso íntimo e compreendemos, pela análise, os motivos e as conseqüências dos impulsos interiores. E desse momento em diante? O que vai acontecer?

Efetivamente, esse é o ponto inicial para realizarmos nos-sas transformações, isto é, pelo “conhecimento de si mesmo”, mas o trabalho de mudança propriamente dos hábitos, da maneira de agir, da conduta que estamos acostumados pros-segue com o esforço da vontade, e em seguida, no transcorrer do tempo, sem limitações ou previsões de prazo.

Embora possamos conhecer nossos vícios e defeitos, as mudanças só se fazem com um trabalho perseverante e muita paciência. Aí está a nossa grande dificuldade: fazer das in-tenções, realizações efetivas. O procedimento esperado seria aquele da disposição firme e constante no rumo certo aos pro-pósitos que tenhamos decidido tomar de auto-reformar-se, e então se dará início a uma luta corajosa de automodificações que nem todos pretendem realizar ou estão decididamente preparados para realizar. A maioria tende a abandonar, logo nos primeiros impedimentos, o objetivo formulado de início sempre com as melhores das promessas. Existem, natural-mente, aquelas predominâncias da nossa natureza corpórea, ou seja: o comodismo, o desânimo, a preguiça, o “corpo mole”. Quando surgem as dificuldades, elas aparecem, principalmen-te porque esperamos resultados apressados e então achamos que o método não funciona, não serve, não produz efeito. Per-demos o interesse, afastamo-nos dos propósitos admitindo que a falha está no processo, no método aplicado, e não em nós. É quase sempre assim. Dizemos para nós mesmos: ah! comigo não deu certo! Não vi resultados!

Outras vezes, nossos esforços vão um pouco além das in-tenções mas não estão suficientemente fortalecidos, seguem altos e baixos e os efeitos igualmente flutuam: em alguns mo-

mentos estamos animados e firmes, conseguimos mudar cer-tas atitudes nos testes que defrontamos; em outras ocasiões caímos num desânimo total, balançamos e somos derrubados, falta-nos resistência e firmeza. E assim lá vamos nós, mais uma vez nos reerguendo na vontade, nos propósitos, reto-mando os rumos, firmando as disposições para reiniciar tudo novamente.

Esses desfalecimentos realmente podem chegar a abalar nossa autoconfiança e nos deixar deprimidos. Entendamos, porém, que autopunição não ajuda e nem oferece estímulo a alguém. O jeito é levantar o ânimo, erguer a vontade e con-tinuar a batalha, tantas vezes quantas forem as quedas ou fracassos. Na própria luta, no cair e levantar, vamos aumen-tando nossa tenacidade e nos fortalecendo. Diminui com o tempo o número das quedas e assim os resultados práticos, embora demorados, vão se obtendo.

Vejamos, no entanto, de que maneira o nosso esforço, ou o nosso desejo de auto-aprimoramento, pode ser canalizado com o fito de conseguir maior aproveitamento e melhores re-sultados.

Estabelecendo metasComecemos por definir o que deve e precisa ser modifi-

cado em nós: estabeleçamos nossas metas. Analisemos o que queremos modificar.

Começar enfrentando os vícios comunsVamos, então, fazer um levantamento e relacionar o que

desejamos reformar intimamente. Um caminho sugerido é co-meçar pelos hábitos ou vícios que ainda nos condicionam a satisfações ou necessidades prejudiciais ao nosso corpo e ao nosso espírito. Para facilitar, apresentamos, no final do capí-tulo, um quadro-resumo dos vícios estudados (Quadro 1) nos primeiros capítulos da II Parte: “O que se pode transformar intimamente”. E, ao lado de cada um, como segue, a gradação ou intensidade do condicionamento ao qual estamos sujeitos, ou seja, se irresistível, predominante, moderado, fraco ou sim-plesmente não praticado.

Para percebermos melhor a nossa condição, vamos atri-buir notas que colocaremos na coluna correspondente, dentro dos seguintes valores:

Irresistível Nota OPredominante Nota 3Moderado Nota 5Fraco Nota 7Não Praticado Nota 10

O valor das notas atribuídas é indicativo do nível de es-

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forço que precisaremos desenvolver para libertarmo-nos dos vícios relacionados, isto é, notas 0 a 3: grande esforço; nota 5: esforço médio; nota 7: pequeno esforço.

Desse modo chegamos a uma lista dos vícios que quere-mos eliminar e já avaliamos o trabalho que deveremos desen-volver para cada um deles.

Fixando resultados progressivosOs resultados progressivos têm sido causa de muito de-

sânimo, motivos pelos quais abandonamos nossos propósitos, pelo fato de, ao estabelecer nossas metas, acharmos que as mudanças precisam ser drásticas e grandes. Mas, como qua-se sempre não conseguimos cumpri-las da noite para o dia, desiludimo-nos conosco, perdendo até a vontade e a coragem de continuar.

As nossas possibilidades de sucesso, nas mudanças pre-tendidas, crescem quando especificamos com clareza os re-sultados numéricos, definidos dentro de condições razoáveis ao nosso alcance, em escala decrescente e proporcional. Desse modo, podemos medir nossos progressos, o que aumenta a motivação e o entusiasmo próprio, fazendo crescer, com a for-ça interior, a autoconfiança nas nossas conquistas e sentir as alegrias ao vencer cada etapa programada.

Podemos conduzir, então, o nosso trabalho em prazos ou períodos de tempo, tais como dia, semana, mês, bimestre, tri-mestre, semestre e ano.

Partimos de valores numéricos observados na nossa vida cotidiana, como por exemplo:

1 Fumo — quantos cigarros fumamos por dia?2 Álcool — quantas vezes ingerimos por semana?3 Jogo — quantas vezes praticamos por semana?4 Gula — quantas vezes exageramos por semana?5 Abusos sexuais — quantas vezes cometemos por semana ou por mês?6 Tóxicos — quantas vezes ingerimos por semana ou por mês?

Fixamos, a partir daí, para os próximos períodos, resulta-dos decrescentes, divididos em passos suficientemente peque-nos, de modo a aumentar nossas possibilidades de progresso.

Podemos programar, assim, a eliminação daqueles vícios em espaços de tempo, como por exemplo:

1 Fumo — De 8 a 16 semanas (2 a 4 meses).2 Álcool — De 8 a 16 semanas (2 a 4 meses).3 Jogo — De 8 a 16 semanas (2 a 4 meses).4 Gula — De 8 a 20 semanas (2 a 5 meses).5 Abusos sexuais — De 8 a 20 semanas (2 a 5 meses).6 Tóxicos — De 8 a 20 semanas (2 a 5 meses).

Dependendo, portanto, da intensidade do nosso condicio-namento, fazemos a nossa programação em maior ou menor tempo, de forma a chegarmos, no final do tempo estabelecido, com nota 10, isto é, zero número de vezes o referido vício, praticado, ou cometido.

Exemplo: Um jovem que fumava de 30 a 40 cigarros por dia resolveu diminuir para 20 por dia nas quatro primeiras semanas. Conseguiu com facilidade e passou a 15 por dia no mês seguinte. A partir de então, no terceiro mês, foi a 10 ci-garros por dia nas duas primeiras semanas; a 5 por dia nas semanas seguintes. No quarto mês diminuiu para 4 por dia na primeira semana; 3 por dia na segunda semana; 2 por dia na terceira e, finalmente, na última semana, abandonou real-mente o cigarro.

Fazendo uma programação geralUma questão poderá ser indagada: como distribuir o

tempo entre os vícios? Atacar todos ao mesmo tempo?Dependendo do número deles poderemos dividi-los em

etapas compreendidas num período de doze, quatorze ou dezesseis meses. Isso porque a concentração de esforços em cada um dos resultados fixados é fator de progresso nos nos-sos propósitos de libertação deles. Do mesmo modo, como a divisão em resultados menores e constantes facilita o traba-lho de eliminação de cada vício, a distribuição de tempo em um por vez, em seqüência razoável e exeqüível, é igualmente importante.

Dividindo-se, então, num cronograma mensal, possivel-mente chegaremos à programação indicada no quadro nº 2 à frente.

A escolha da ordem seqüencial ou das prioridades dos ví-cios a eliminar ficará a nosso critério individual. Temos, assim, em nossa programação, cerca de dezesseis meses para eliminar pelo menos quatro dos seis vícios indicados no quadro.

Podemos também marcar numa tabela (veja Quadro nº 3) os valores numéricos dos resultados progressivos que es-peramos alcançar, na coluna P (previsões) e, depois, em letras vermelhas, os resultados reais conseguidos na coluna R. As comparações dos dois números nos farão sentir os progres-sos obtidos, o que é sempre estimulante. Estejamos também preparados para os presumíveis fracassos, que, ao ocorrerem, devem nos conduzir a maiores esforços e mais determinação.

É recomendável que os interessados mais descontraídos, não preocupados com o segredo dos seus vícios, tracem uma tabela semelhante em tamanho grande e afixem em local bem visível, no quarto, por exemplo, para reafirmar mentalmente os seus propósitos, repetindo, várias vezes, se desejar, algumas auto-sugestões, como estas, que também podem ser escritas no mesmo quadro:

Abandonarei o cigarro decididamente...Evitarei a bebida corajosamente...Deixarei o jogo firmemente...Controlarei os excessos alimentares tranqüilamente...Empregarei responsavelmente minhas energias sexuais...Largarei destemidamente os tóxicos...

(continua no próximo número)

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EscoladeAprendizesdoEvangelho-AliançaEspíritaEvangélica(8ªturma/GEAEL) 9

Técnicas da Mediunidade - Carlos Torres Pastorino

MEDIDAS

A medida do comprimento de onda é efetuado em:a) metros (quando mais longas);b) angstrôm (quando mais curtas).O angstrôm (tirado do nome de um físico sueco) é uma

medida pequeníssima; basta dizer que UM milímetro tem DEZ MILHÕES de angstrõm (portanto UM centímetro tem CEM MILHÕES de angstrõm).

Correntes de pensamentosTudo o que vimos dizendo é indispensável conhecer, para que

bem se compreenda o fenômeno científico da mediunidade, que se manifesta por meio de vibrações e ondas. A fim de dominar-se o mecanismo do fenômeno, é mister que a cada palavra seja dado o valor exato que possui no estudo da ciência da física e da eletrônica.

As vibrações, as ondas, as correntes utilizadas na mediunidade são as ondas e correntes de “pensamento”. Quanto mais fortes e elevados os pensamentos, maior a freqüência vibratória e menor o comprimento de onda. E vice-versa.

O que eleva a freqüência vibratória do pensamento (vímo-lo) é o amor desinteressado; abaixa as vibrações tudo o que seja contrário ao amor: raiva, ressentimento, mágoa, tristeza, indiferença, egoísmo, vaidade, enfim qualquer coisa que exprima separação e isolamento.

ONDAS AMORTECIDAS

Em física, estudamos as ONDAS AMORTECIDAS, assim chamadas porque atingem rapidamente um valor máximo de amplitude, mas também rapidamente decrescem, não se firmando em determinado setor vibratório. São pro-duzidas por aparelhos de “centelhas”, que intermitentemente despedem fagulhas, chispas, centelhas, mas não executam uma emissão regular e fixa em determinada faixa. Produzem efeito de “ruídos”.

Preces não atendidasNo cérebro, ONDAS AMORTECIDAS, são as produzidas por

cérebros não acostumados à elevação, mas que, em momentos de aflição, proferem preces fervorosas. A onda se eleva rapidamente, mas também decresce logo a seguir, pois não tem condição para manter-se, constantemente em nível elevado, por não estarem a ele habitu-ados. São pessoas que, geralmente, se queixam de que “suas preces não são atendidas”. De fato, produzem “ruídos”, mas não conseguem sustentar-se em alto nível, não atingindo pois, o objetivo buscado.

INDUTANCIA

Chama-se assim a inércia da eletricidade, na mudança de uma direção para outra, na vibração. Em outras palavras, quando a oscilação chega ao ponto máximo, ela para, para voltar ao lado oposto. Essa é a “indutância”, que é medida em, “henrys”.

Momentos de silêncioNa mediunidade observamos também o fenômeno da indutân-

cia, que provoca muitas vezes “momentos” de silêncio. O médium “treinado” permanece calado, nesses momentos. O não-desenvolvido intromete aí pensamentos seus, “colaborando” na manifestação exter-na. Se a indutância é muito grande, a comunicação torna-se imper-feita e falha. Isso pode ser causado por defeito do aparelho receptor (médium) ou do aparelho transmissor (espírito). Qualquer dos dois, sendo “humanos”, pode ser fraco e apresentar indutâncias muito fortes, hiatos longos.

ONDA ELETRO-MAGNÉTICA

Vemos, então, que ONDA é uma partícula que se des-loca com movimento oscilatório. Acontece, porém, que ao deslocar-se, provoca um “campo magnético” (estudaremos, posteriormente, o magnetismo com pormenores). Mas pode-mos registrar desde já a definição:

Chama-se assim a oscilação da carga elétrica, com CAMPO MAGNÉTICO. Esse “campo magnético” particular acompanha a onda que o criou.

Vejamos, agora, as diversas espécies de ondas:

Eletricidade (II)

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10 32ªaula:Implantaçãodascaravanasdeevangelizaçãoeauxílio

Ondas longas — são todas as superiores a 600 metros de comprimento. Caminham ao longo da superfície terrestre e têm pequeno alcance.

Ondas médias — são as de comprimento entre 150 e 600 metros. Caminham em parte ao longo da superfície, mas também se projetam, para as camadas superiores da atmos-fera. Têm alcance maior que as anteriores, embora não muito grande.

Ondas curtas — são as que variam entre 10 e 150 metros. Rumam todas para a atmosfera superior, e são cap-tadas de “ricochete”. Têm alcance muito grande, podendo ser captadas com facilidade até nos antípodas.

Ondas ultra-curtas — são todas as que forem menores que 10 metros. Muito maior alcance e força, ecoando nas camadas superiores da atmosfera.

Observe o desenho, onde além dessas, figuram outras ondas e raios.

Tudo isso faz-nos compreender a necessidade absoluta de man-termos a mente em “ondas” curtas, isto é, com pensamentos elevados, para que nossas preces e emissões possam atingir os espíritos que se encontram nas altas camadas.

As ondas longas, de pensamentos terrenos e baixos, circulam, apenas pela superfície da Terra, atingindo somente os sofredores e involuídos, ou as próprias criaturas terrenas. Qualquer pensamento de tristeza ou ressentimento ou crítica abaixa as vibrações, não dei-xando que nossas preces cheguem ao alvo desejado.

Por isso disse Jesus: “quando estiveres orando, se tens alguma coisa contra alguém, perdoa-lhe” (Mr. 11:25) e mais: “se estiveres apresentando tua oferta no altar, e aí lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali tua oferta, diante do altar, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão, e depois vem apresentar tua oferta” (Mat. 5:23-24). Impossibilidade, digamos, científica. Não pode haver sintonia.

A prece não pode, científica e matematicamente, atingir os pla-nos que desejamos, porque estamos “dissintonizados”. Não se trata de “maldade” ou “exigência” dos espíritos superiores. Mas não chega a eles nossa prece. Da mesma forma que um rádio só de “ondas curtas” não pode captar os sinais das “ondas longas” e vice-versa. Cada um (a ciência o comprova experimentalmente) só pode comunicar-se com

seus afins em vibração. Por isso repetimos sempre: o Evangelho, mais do que um repositório teológico, é um Tratado de Ciência, apenas expresso em termos de sua época.

Quando as ondas “caminham”, podem formar uma “cor-rente”.

CORRENTE ELÉTRICA

Chamamos “corrente elétrica” o deslocamento da massa elétrica, através de um fio condutor.

Temos então dois sentidos:

A B

1) de A a B, chama-se sentido positivo.2) de B a A, chama-se sentido negativo.

Na manifestação de nossos pensamentos também temos duas direções: o pensamento positivo, em que a corrente caminha de baixo para cima, do mais longo para o mais curto; e o pensamento negativo, quando se desloca em sentido contrário, do alto para baixo, do mais curto para o mais longo.

A corrente é de suma importância. Se os pensamentos bons (elevados) e de amor são apenas “momentâneos”, não conseguem formar uma “corrente”, mas somente “ondas amortecidas”, isto é, ruí-dos interrompidos. Ao passo que a “corrente” dirige continuamente a onda-pensamento em determinada direção.

Assim como a corrente positiva precisa ser constante, para atin-gir o alvo, e a “onda amortecida” não chega à meta, assim também aquele que está permanentemente com sua corrente positiva não é prejudicado pelas “ondas amortecidas” de pensamentos “maus” que lhe chegam e são logo expulsos. O permanecer nos pensamentos negativos formando “corrente” é que prejudica.

A corrente pode ser:

(continua no próximo número)

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A. humildade não pode ser uma regra de conduta porque não se presta a ser praticada voluntariamente. O humilde se faz por si mesmo. É, entretanto, caracteres indispensáveis ao ahimsâ.1 Faz mesmo parte da natureza daquele no qual está o ahimsâ.

Apesar da humildade não ser, propriamente, uma de nossas regras, é entretanto tão essencial, ou mais, do que qualquer regra. Ninguém, contudo, a adquiriu pela prática. Pode-se cultivar a Verdade, assim como o Amor; mas cultivar a humildade equivale a cultivar a hipocrisia. É preciso não confundir humildade com etiqueta ou boas maneiras. Qual-quer homem pode curvar-se ou ajoelhar-se diante de outro, tendo no coração ódio ou azedume contra ele. Isso não é hu-mildade, é fingimento. Outro pode repetir o nome de Rama ou rezar rosários o dia inteiro, comportando-se com a máxima correção: se no fundo do coração ele é egoísta, não pode ser humilde, mas hipócrita.

O humilde não tem consciência de sua humildade. É possível medir a Verdade e coisas semelhantes; não, porém, a humildade. A humildade inata não pode esconder-se; en-tretanto seu possuidor ignora a existência dela em si mesmo. A humildade deveria fazer compreender àquele que a possui, que ele nada é. Desde que a gente imagina ser alguma coi-sa, há nisso egoísmo. Se alguém se orgulha de observar este ou aquele preceito, perde com isso todo o valor. Um homem orgulhoso de suas virtudes torna-se um flagelo para os fami-liares e conhecidos, que não lhe reconhecerão essas virtudes. Um pouco de reflexão basta para nos persuadir de que somos mais que simples átomos do universo. Nossa existência, como seres encarnados, é efêmera. Que vem a ser cem anos na eter-nidade? Mas se rompemos totalmente as cadeias do egoísmo e mergulhamos fundo no oceano da humanidade, então temos 1 O amor.

direito a ser dignos dela. Sentir que somos alguma coisa é elevar uma barreira entre Deus e nós. Sentir que nada somos é integrarmos-nos em Deus. Uma gota de água no oceano é parte da imensidade do conjunto, sem que ela tenha consci-ência disso. Se ela tenta uma vida independente da do oceano, ela se evapora. Não exageramos dizendo que a vida sobre a terra não passa de uma bolha de sabão.

Vida consagrada a ser útil deve ser vida de humildade. Quem quer sacrificar a vida por outrem, não tem mesmo tem-po de procurar, para si, um lugar ao sol. É preciso não con-fundir inércia com humildade, como fez o buduísmo. A ver-dadeira humildade exige que nos consagremos inteiramente ao serviço da humanidade, com ardoroso e constante esforço. Deus está constantemente em ação, sem um só instante de repouso. Se queremos servi-LO ou sermos “um” com Ele, nos-sa atividade deve ser tão infatigável quanto a Sua. A gota de água que se separou da oceano pode ter um momento de repouso; mas a que está no oceano não sabe o que é repou-so. Acontece o mesmo conosco. Se nos integramos com Deus, não deve haver descanso para nós, e nem mesmo precisamos dele. Até dormindo estamos em ação, porque no sono o nosso coração está com o pensamento em Deus. Esta atividade con-tínua é o verdadeiro repouso; esta agitação incessante contém o segredo da paz inefável. Esse supremo estado de abandono total é difícil de descrever, mas não está fora da compreensão do homem. Muitas almas já chegaram a isso, e todos podemos também atingir o mesmo estado: para isso basta que tenha-mos conosco a Verdade.

A Verdade só poderá ser atingida por aquele que tiver em si um amplo sentido de humildade. Se quer navegar no oceano da Verdade, é preciso que se reduza a zero.

Devo tomar Deus por meu guia único. É um Senhor ciu-mento, que não divide Sua autoridade com quem quer que seja. É preciso pois que nos apresentemos diante d’Ele com toda a nossa fraqueza, mãos vazias, e dentro de um espírito de completo abandono. Só então Ele nos porá em estado de fazer face ao mundo inteiro, protegendo-nos contra todo o mal.

Mahatma Gandhi (1869-1948)

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É preciso que se dê mais importância à leitura do Evangelho. E, no entanto, abandona-se esta divina obra;faz-se dela uma palavra vazia, uma mensagem cifrada. Relega-se este admirável código moral ao esquecimento.

23. Vinde, vós que desejais crer: os espíritos celestiais acorrem e vêm vos anunciar grandes coi-sas. Deus, meus filhos, abre Seus tesouros para vos dar todos os Seus benefícios. Homens incrédulos! Se soubésseis como é grande o bem que a fé proporcio-na ao coração, e como leva a alma ao arrependimen-to e à prece! A prece! Ah, como são comoventes as palavras que saem da boca, no momento em que se ora! A prece é o orvalho divino que resfria o calor excessivo das paixões. Filha primogênita da fé, ela nos leva ao caminho que conduz a Deus. No recolhi-mento e na solidão, estais com Deus. Já não existem mistérios: Ele Se revela para vós. Apóstolos do pen-samento, a vida vos pertence. Vossa alma se liberta da matéria e se eleva a mundos infinitos e etéreos, que os pobres humanos desconhecem.

Andai, percorrei os caminhos da prece, e ou-vireis a voz dos anjos! Que harmonia! Já não há mais o ruído confuso nem os sons estridentes da Terra. Ouvem-se as liras dos anjos, as vozes doces e suaves dos serafins, mais delicadas que a brisa matinal brincando na folhagem dos bosques. Entre quantas coisas maravilhosas caminhareis! Vossa linguagem não conseguirá traduzir em palavras a felicidade que impregnará vossos poros, quando se atinge essa fonte refrescante, ao orar! Doces vozes que a alma ouve, perfumes inebriantes com que se delicia quando se lança às esferas desconhecidas e habitadas pela prece! Livres dos desejos carnais, todas as aspirações são divinas.

E vós, também, orai como Jesus o fez ao car-regar sua cruz ao Gólgota, ao Calvário. Carregai vossa cruz, e sentireis as sublimes emoções que lhe passavam na alma, embora sob o peso de uma cruz infame. Ele ia morrer sim, mas para viver a vida celestial na morada de Seu Pai. (saNto agostiNho, Paris, 1861).

“Não sabeis que sois o templo de Deus,E que o Espírito de Deus habita em vós?”

I COR 3.16

O Evangelho Segundo o EspiritismoCapítulo 27 - “Pedi e obtereis”