Grupo 6 clarice lispector apresentação final

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CURSO DE FORMAÇÃO MELHOR GESTÃO, MELHOR ENSINO GRUPO 6 CLARICE LISPECTOR Aldiceia Rodrigues Desidério Carlos Roberto Pedro Silva Cristiane Zaramella Helena Camila Leal Lilian Ambraska Depoli Vanessa Engelke da Silva SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM

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Situação de Aprendizagem - Meu primeiro beijo

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CURSO DE FORMAÇÃO – MELHOR GESTÃO, MELHOR ENSINO

GRUPO 6 – CLARICE LISPECTOR

Aldiceia Rodrigues Desidério

Carlos Roberto Pedro Silva

Cristiane Zaramella

Helena Camila Leal

Lilian Ambraska Depoli

Vanessa Engelke da Silva

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM

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PÚBLICO ALVO - 9º ANO

TEMA E CONTEÚDO

• TEMA: • Minha primeira vez...?!

• CONTEÚDO: • Conteúdos gramaticais:• elementos da narrativa: foco

narrativo, discurso direto e indireto;

• Ironia e humor textual; Charge• Mensagem implícita e

explícita.

TEMPO

• Seis aulas

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COMPETÊNCIAS E HABILIDADES

• Desenvolver as habilidadesde leitura e escrita doaluno, ampliando o seuconhecimento;

RECURSOS

• Textos – Meu primeiro beijo; Antonio Barreto e Clarice Lispector;

• Poesia – Um beijo – Olavo Bilac;

• Charge – Calvin;

• Sala de aula;

• Dicionário;

• Quadro comparativo

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ESTRATÉGIAS

• 1ª ATIVIDADE:

• roda de conversa sobre o tema proposto;

• Questionamento: o que vem a sua cabeça com a seguinte pergunta: Minha primeira vez...?

• Ouvir as respostas dadas pelos aluno;• Direcionar a conversa para o assunto tratado no

texto, ou seja, o primeiro beijo;• Posicionamento dos alunos

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• 2ª ATIVIDADE:

• leitura do texto “Meu primeiro beijo” –Antonio Barreto. Leitura realizada peloprofessor;

• leitura realizada pelo aluno – estudo devocabulário. Destacar as palavras do textoque são desconhecidas; pesquisar nodicionário o significado e sinônimos;

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• 3ª ATIVIDADE:

• Abordar questões relevantes dos elementos danarrativa: Personagens, foco narrativo e discurso.

• Qual o tema dessa história?

• Quantos personagens há no texto?

• Quem está contando a história? Ele participa?

• Em quanto tempo se passa o que foi narrado?

• Retire do texto uma fala em discurso direto euma em discurso indireto.

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• 4ª ATIVIDADE:

• dividir a sala em seis grupos e os grupos receberão charge, poesia eoutro texto sobre o tema;

• Dois grupos trabalharão com o texto “Meu primeiro beijo – AntonioBarreto e a charge do Calvin;

• Dois grupos trabalharão com texto “Meu primeiro beijo – AntonioBarreto e a poesia “Um beijo – Olavo Bilac;

• Dois grupos trabalharão com texto “Meu primeiro beijo – AntonioBarreto e o texto “Meu primeiro beijo” – Clarice Lispector;

• Trabalhar as questões de ironia/humor nos textos;• Intertextualidade. Essas duas questões com o apoio do professor.• No texto Meu primeiro beijo – Antonio Barreto e na charge do

Calvin identifique as falas das personagens em que aparece a ironiae ou humor.

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• 5ª ATIVIDADE:

• cada grupo elaborará um quadro comparativo entre osdois textos de apoio:

• Meu primeiro beijo (Antonio Barreto) e a charge doCalvin;

• Meu primeiro beijo (Antonio Barreto) e a poesia “Umbeijo – Olavo Bilac;

• Meu primeiro beijo (Antonio Barreto) e o texto Meuprimeiro beijo (Clarice Lispector)

• Depois se reunirão para elaborar uma única fichacomparativa entre os textos do mesmo gênero.

• Exposição oral do quadro comparativo.

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Quadro Comparativo

Informações Gerais sobre cada um dos textosTEXTO 1 TEXTO 2

1 TÍTULO

2 NOME DO AUTOR

3 GÊNERO

4 TEMA

5 A LINGUAGEM APRESENTA TERMOS CIENTÍFICOS?

6 DESTACAR OS EFEITOS DE IRONIA E HUMOR DOS TEXTOS.

7 QE TIPO DE LEITOR O AUTOR IMAGINA QUE LERÁ O SEU

TEXTO?

8 FUNÇÃO OU OBJETIVO DO GÊNERO TEXTUAL

9 INFORMAÇÕES OBTIDAS SOBRE O TEMA APÓS A LEITURA

DOS TEXTOS

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Quadro Comparativo - FICHA ÚNICA

Informações Gerais sobre cada um dos

textos TEXTO 1 TEXTO 2 TEXTO 3

1 TÍTULO

2 NOME DO AUTOR

3 GÊNERO

4 TEMA

5 A LINGUAGEM APRESENTA TERMOS

CIENTÍFICOS?

6 DESTACAR OS EFEITOS DE IRONIA E

HUMOR DOS TEXTOS.

7 QE TIPO DE LEITOR O AUTOR IMAGINA

QUE LERÁ O SEU TEXTO?

8 FUNÇÃO OU OBJETIVO DO GÊNERO

TEXTUAL

9 INFORMAÇÕES OBTIDAS SOBRE O TEMA

APÓS A LEITURA DOS TEXTOS

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• 6ª ATIVIDADE:

• produção escrita – cada aluno fará umareescrita do primeiro texto trabalhado emsala, mudando-o para a visão do menino.

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AVALIAÇÃOSituação de

aprendizagem

Objetivos da

avaliação

Tipo (s) de avaliação Instrumento (s) de

avaliação

Critérios

Atividade 5 Estudo dos gêneros

textuais;

AVALIAÇÃO

FORMATIVA

Reconhecimento

dos gêneros dos

textuais;

Atividade em grupo;

Par o aluno

Par o professor

Quadros

comparativos entre

os textos

Escala métrica (0 a

10)

Cada item vale 1,0

ponto ;

O item 6 que vale 2

pontos.

Atividade 6 Produção escrita

com mudança de

foco

AVALIAÇÃO

DIAGNÓSTICA

Ortografia

Vocabulário;

Coerência

Coesão;

Paragrafação

Elementos da

narrativa;

Mudança de

foco / olhar

(escrita com a

visão do

menino sobre

o primeiro

beijo)

Texto produzido

pelo aluno

Escala métrica (0 a

10)

Ortografia – 1,0

Vocabulário – 1,0

Coerência – 1,0

Coesão – 1,0

Paragrafação – 1,0

Elementos da

narrativa – 2,0

Mudança de

foco/olhar – 3,0

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BIBLIOGRAFIA

• Barreto, Antonio – Meu Primeiro Beijo;

• Bilac, Olavo – Um beijo;

• Lispector, Clarice – Meu primeiro Beijo;

• Watterson, Bill – charge do Calvin;

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ANEXOS

• Um beijo – Olavo Bilac

Foste o beijo melhor da minha vida,ou talvez o pior...Glória e tormento,contigo à luz subi do firmamento,contigo fui pela infernal descida!

Morreste, e o meu desejo não te olvida:queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,

e do teu gosto amargo me alimento,e rolo-te na boca malferida.

Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,batismo e extrema-unção, naquele instante

por que, feliz, eu não morri contigo?

Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto,beijo divino! e anseio delirante,

na perpétua saudade de um minuto...

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• O PRIMEIRO BEIJO – Clarice Lispector•

• Os dois mais murmuravam que conversavam: havia pouco iniciara-se o namoro e ambos andavam tontos, era o amor. Amor com o que vem junto: ciúme.

• - Está bem, acredito que sou a sua primeira namorada, fico feliz com isso. Mas me diga a verdade, só a verdade: você nunca beijou uma mulher antes de me beijar? Ele foi simples:

• - Sim, já beijei antes uma mulher.• - Quem era ela? perguntou com dor.• Ele tentou contar toscamente, não sabia como dizer.• O ônibus da excursão subia lentamente a serra. Ele, um dos garotos no meio da garotada em

algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-lhe pelos cabelos com dedos longos, finos e sem peso como os de uma mãe. Ficar às vezes quieto, sem quase pensar, e apenas sentir -era tão bom. A concentração no sentir era difícil no meio da balbúrdia dos companheiros.

• E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto que o barulho do motor, rir, gritar, pensar, sentir, puxa vida! como deixava a garganta seca.

• E nem sombra de água. O jeito era juntar saliva, e foi o que fez. Depois de reunida na boca ardente engulia-a lentamente, outra vez e mais outra. Era morna, porém, a saliva, e não tirava a sede. Uma sede enorme maior do que ele próprio, que lhe tomava agora o corpo todo.

• A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio dia tornara-se quente e árida e ao penetrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente juntava.

• E se fechasse as narinas e respirasse um pouco menos daquele vento de deserto? Tentou por instantes mas logo sufocava. O jeito era mesmo esperar, esperar. Talvez minutos apenas, enquanto sua sede era de anos.

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• Não sabia como e por que mas agora se sentia mais perto da água, pressentia-a mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada, penetrando entre os arbustos, espreitando, farejando.

• O instinto animal dentro dele não errara: na curva inesperada da estrada, entre arbustos estava... o chafariz de onde brotava num filete a água sonhada. O ônibus parou, todos estavam com sede mas ele conseguiu ser o primeiro a chegar ao chafariz de pedra, antes de todos.

• De olhos fechados entreabriu os lábios e colou-os ferozmente ao orifício de onde jorrava a água. O primeiro gole fresco desceu, escorrendo pelo peito até a barriga. Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu interior arenoso até se saciar. Agora podia abrir os olhos.

• Abriu-os e viu bem junto de sua cara dois olhos de estátua fitando-o e viu que era a estátua de uma mulher e que era da boca da mulher que saía a água. Lembrou-se de que realmente ao primeiro gole sentira nos lábios um contato gélido, mais frio do que a água.

• E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra.

• Intuitivamente, confuso na sua inocência, sentia intrigado: mas não é de uma mulher que sai o líquido vivificador, o líquido germinador da vida... Olhou a estátua nua.

• Ele a havia beijado.• Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe o corpo

todo estourando pelo rosto em brasa viva. Deu um passo para trás ou para frente, nem sabia mais o que fazia. Perturbado, atônito, percebeu que uma parte de seu corpo, sempre antes relaxada, estava agora com uma tensão agressiva, e isso nunca lhe tinha acontecido.

• Estava de pé, docemente agressivo, sozinho no meio dos outros, de coração batendo fundo, espaçado, sentindo o mundo se transformar. A vida era inteiramente nova, era outra, descoberta com sobressalto. Perplexo, num equilíbrio frágil.

• Até que, vinda da profundeza de seu ser, jorrou de uma fonte oculta nele a verdade. Que logo o encheu de susto e logo também de um orgulho antes jamais sentido: ele...

• Ele se tornara homem.