Grandes.lideres.da.Historia Hitler

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  • QUEM FOI HITlERP Numa das conversas aqui na redao, o reprter Luiz Alberto Moura disse

    o seguinte: "J imaginou se, durante a Primeira Guerra Mundial, algum tivesse acertado o ento mero soldado Adolf Hitler? Com certeza, o mundo hoje seria outro". E seria mesmo. Depois do final da Segunda Guerra Mundial, que foi incitada por Hitler, o mundo foi praticamente dividido em dois, cada parte cabendo a uma das potncias que se firmaram com o fim do conflito: EUA e URSS. Teve incio a Guerra Fria e a tudo foi se desenrolando at chegar configurao do planeta atualmente.

    fato que Adolf Hitler foi uma pessoa decisiva para o sculo em que vivemos. Sua figura pessoal, sua vida pblica, seus atos, tudo absurdo e intrigante. Ele promoveu uma das maiores atrocidades de que se tem notcia na histria da humanidade com o apoio (mesmo que, em muitos casos, passivo) de milhes de pessoas que acreditaram em suas idias racistas e autoritrias. Mas como ele conseguiu incitar as massas a acreditarem numa idia to radical, a crerem na superioridade absoluta de uma raa e na necessidade da exterminao de outra?

    Costumo dizer que Hitler era um gnio do Mal, pois, analisando friamente, percebe-se que ele e sua "equipe" conseguiram manobrar populaes com artimanhas muito eficazes a partir de idias inconsistentes que no encontravam respaldo lgico. E repugnante perceber que ele conseguiu levar a cabo suas intenes, matando milhes de pessoas, especialmente judeus inocentes, e praticando um dos crimes mais repulsivos da histria.

    Hitler , portanto, uma figura que jamais pode ser esquecida para que todos ns, seres humanos, lembremo-nos do que nossa espcie capaz de fazer e jamais repitamos episdios como foram a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto.

    Confira a seguir a trajetria de Adolf Hitler, competentemente esmiuada por Lucas Pires, que se debruou durante meses sobre diversas fontes para trazer at voc uma viso ampla de como foi e o que significou a existncia de Adolf Hitler para a histria da humanidade.

    Um grande abrao,

    kt2k,redacao@editoraonli~

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  • 11::-- SUMRIO

    INFNCIA, FAMLIA E ADOLESCNCIA O pai, a me e a vida de Hitler at sua ida para Viena

    05

    PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL A participao de Adolf Hitler na guerra e o princpio da ideologia nazista

    10

    ASCENSO DO PARTIDO NAZISTA A entrada do futuro Fhrer para o partido e o crescimento da ideologia

    16

    PREPARATIVOS PARA A GUERRA O cenrio que se armou para que a Segunda Guerra Mundial acontecesse

    22

    A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL As alianas, as lutas e os horrores do perodo

    28

    A POLMICA MORTE O que se diz a respeito das mortes de Hitler e Eva Braun

    34

    HERANA DE AUSCHWITZ Holocausto: a "Soluo Final"

    38

    V,DA AMOROSA O lado pessoal de um dos mais temveis vultos histricos

    42

    ENTREVISTA: O NAZISMO E O BRASIL Maria Luisa Tucci Carneiro, professora de histria da USp, fala sobre o perodo Vargas

    44

    DEMNIO ENCARNADO? Quem foi este homem que marcou a histria da humanidade com sangue

    46

    Gu~ Livros e filmes sobre o tema

    48

    4 Grandes lder s da Histria www.cine-master.blogspot.com

  • Nascido em 1889, filho de Klara e Alais, Adolf Hitler cre ceu num ambiente familiar dominado pela figura tirnica

    do pai e pelo amor me e s artes .. :~

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    Por Lucas Pires

    Adolf Hitler na infncia

    A primeira mulher de Alois, Anna Glasl-Horer, era mais velha que ele 13 anos e j estava doente quando eles se casaram. Quando ela morreu, Alois logo oficializou a unio com a copeira da casa, Franciska Matzelberger, com quem j vinha tendo um caso amoroso. Alguns historiadores apontam que, mesmo nessa poca, a bela e jovem Klara j teria um relacionamento com o futuro marido. S que, quando Alois casou-se com Franciska e ela quis se livrar de Klara, pois sabia o risco que corria. No entanto, Franciska contraiu tuberculose e foi se tratar em outra cidade, deixando a casa para que Alois e Klara pudessem voltar rotina anterior - de servios prestados por ela tanto na casa quanto na cama. Franciska acabou morrendo tambm e, enfim, os dois puderam oficializar o casamento no comeo de 1885. Mas, para isso, tiveram que redigir uma petio ao bispo local, pedindo permisso para realizarem a unio, pois havia um lao consangneo entre eles. O bispo, ento, enviou o pedido a Roma, que concedeu a permisso.

    OCAS MENTO Alois era 23 an s mais velho que Klara, filha de um primo

    irmo 'dele. o entanto, antes de se casar com a me de Adolf, Alois fora c.asado outras duas vezes e Klara trabalhava como empregada em sua casa.

    crian solitaria e independente, de poucos amigos _ div rses. Suas leituras baseavam-se

    em istrias de guerras e averturas militares, assuntos que

    o fascinaram desde pequeno

    o futuro dita ordaAlemanhafoi uma

    alar sobre Adolf Hitler falar sobre o nazismo, e falar sobre ambos mexer no que talvez seja a maior prova de crueldade da qual o ser humano foi capaz, A figura el',igmtica e c tivante de Hitler, com seu bigodinho ralo e curto e gestos firmes enquanto proferia discursos colricos, conquistou o post de maior representao do Mal de que se tem notcia. O sculo 20, o sculo de Hitler, foi o mais sangrento e abominvel da histria da humanidade. Portanto, falar dele, buscar res atar a trajetria desse homem e de suas aes, que culminaram com Holocausto e seis anos de guerra, delicado e exige responsabilidade. As feridas abertas pelo nazismo continuam sem cicatrizar, tanto na Alemanha, quanto em judeus ou q alquer ser humano consciente do que foi a Segunda Guerra Mundial. Talvez elas nunca cheguem a fechar, talvez algum dia cicatrizem, mas suas marcas no se apagaro, Eis o intuit de to a cicatriz - permanecer para sempre relembrar. Eis por que estudamos a Histria.

    As atrocidades cometidas por Adolf Hitler so o lado mais conhecido desse austraco nascido em Braunau, prximo divisa com a lema ha, no dia 20 de abril de 1889. Era filho da jovem Klar Plzl, de 28 anos, com Alois Hitler, que tinha mais de 50 anos e estava prestes a se aposentar. A histria da unio deste casal curiosa.

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    ~~Da vila de Braunau a Viena, UMA INFNCIA CONTURBADA

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  • Klara Hitler era 23 anos mais nova que omarido e tinha Adolf como seu

    filho predileto

    o PERFIL DOS PAIS Alois Hitler era funcionrio pblico e trabalhava como inspe

    tor-chefe num escritrio alfandegrio. Como seu emprego exigia viagens costantes, a mudana de endereo tornou-se rotina para a famlia. Na dcada de 1890, de Braunau, onde nascera o filho Adolf, a famlia Hitler mudou-se para Passau, na Alemanha, passando por Halfeld, Fischlham, Lambach e Leonding, todos pequenos vilarejos na regio da cidade de Linz, onde se estabeleceram em definitivo com a aposentadoria de Alois. Adolf Hitler, em "Minha Luta", relembra a trajetria do pai com admirao, apesar de no querer para si a mesma vida no funcionalismo pblico, algo que geraria enormes desavenas entre pai e filho. Confira o que Hitler escreveu sobre o pai: " ... o jovem de dezessete anos, insistiu na sua resoluo e tornou-se funcionrio pblico. Depois de vinte e trs anos, creio eu, estava atingido o seu objetivo. Parecia assim estar cumprida a promessa que o rapaz havia feito, isto , de no voltar para a aldeia paterna sem que tivesse melhorado de situao". Enquanto isso, a me, Klara, estava "absorvida nos afazeres domsticos e, sobretudo, sempre dedicada aos cuidados da famlia" .

    Historiadores reforam a relao confiituosa de Hitler com

    seu pai, tido como um tirano, que impunha a lei e a ordem sob castigos fsicos.

    Relatos de SU rras que Adolf teria levado do pai na infncia so freqentes e muitos usam

    esse trauma para explicar a

    psique maligna que Hitler viria a desenvolver

    EDUCAO RGIDA E MORTE DOS PAIS Numa tpica famlia alem, a educao dada aos filhos era a

    mais rgida e dura possvel. Klara deu luz outros dois filhos antes de Adolf, Gustav e Ida, que morreram com poucos meses de vida por causa de difteria. Quando Adolf tinha cinco anos, nasceu Edmund, que tambm no resistiu e morreu de sarampo, e, dois anos depois, Paula, que se tornou a nica irm por parte de pai e me viva de Hitler (com Franciska, Alois havia tido dois filhos - Alois Jr. e Angela).

    O futuro ditador da Alemanha foi uma criana solitria e independente, de poucos amigos e diverses. Suas leituras baseavam-se em histrias de guerras e aventuras militares, coisas que o fascinaram desde pequeno. Em "Minha Luta", ele relembra que sua leitura favorita na infncia era composta pelos dois volumes de uma revista ilustrada que falava da guerra franco-alem, ocorrida em 1870-71 (guerra em que Bismarck, ento chanceler alemo, unificou a Alemanha e inau

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    gurou o II Reich). "Da em diante, eu me entusiasmava cada vez mais por tudo ue, de qualquer modo, se relacionasse com a guerra OL com a vida militar".

    A autoridade paterna prevalecia sempre e as decises de Alois eram incontestveis. Historiadores reforam a relao conflituosa de Hitler com seu pai, tido como um tirano, que impunha a lei e a ordem sob castigos fsicos. Relatos de surras que Adolf, que m is tarde assassinaria milhes de judeus, teria levado do ai na i fncia so freqentes e muitos usam esse trauma para explicar a psique maligna que Hitler viria a desenvolver. Est dos de psicologia sobre o efeito de quando adultos do surras em crianas trazem a histria de Hitler como modelo, como o exemplo extremo a que esta educao, chamada de "educao destrutiva", pode chegar.

    Em contrapartida, o prprio Hitler no fala de ter apanhado do pai. Diz apenas sobre brigas e discusses com ele, mas no relata nenhum c so de castigo fsico.

    que, logo de comeo, pouca esperana de cura oferecia. No obstante, isso atingiu-me atrozmente. Eu respeitava meu pai, mas por minha me tinha verdadeiro amor", recorda Hitler no final do primeiro captulo de "Minha Luta". Sozinho na cidade grande, sem a me, ele, enfim, teria de encarar a vida com os prprios punhos.

    VIENA E AS ARTES Outro golpe que marcou a decepo de Adolf Hitler com

    a vida foi a sua reprovao na prova para ingressar na Academia de Belas-Artes em Viena. Crendo que seria facilmente admitido, pegou a herana deixada pelo pai, retirada quando completou 18 anos, e rumou para a capital austraca ao lado -do nico amigo que tinha em Linz: August Kubizek. O deslumbramento inicial de Hitler com a cidade deve ter sido o oposto da misria e da fome com que passaria seus prximos anos no

    local. Ele mesmo escreveu que Viena vaSua maior discusso com o pai aconte lia a ele "como uma viva lembrana dos

    Para AdOIf Hitl e r, a perda ceu quand ,aos 11 anos e diante de um mais tristes tempos da minha vida. Cinco talento pai a o d senho, Hitler decidiu - anos de misrias e de sofrimentos, eis oda mae seria comparvel a que seria pintor. m artista! Essa postu que significa a minha estadia nessa cida

    ra era demais para um rgido educador e outro evento que marcaria sua de de prazeres" . conservadc.r como Alois, para quem sua Viena vivia sua "belle poque", com decepo com a vida: o noprpria vida era o exemplo a ser seguido a efervescncia cultural e artstica e ca

    ingresso naAcademia depelo filho. A autondade e a vontade do fs, peras e concertos s margens do pai de que o filho fosse tambm funcio Danbio. Era um centro cultural compaBelas-Artes em Viena nrio pbli:o iriam se opor rebeldia e rvel a Paris, uma metrpole com cerca ao sonho 00 menino de ser pintor. Conta Hitler: "Pela primeira vez na v da fui, ai chegado aos onze anos, forado a fazer oposio. Por mais firmemente decidido que meu pai estivesse na execuo de s s planos e propsitos que se formara, no era menor a teimosia e a obstinao de seu filho em repelir um pensamento que pouco ou nada lhe agradava. Eu no queria ser funcionrio pblico".

    Segun o Hitler, essa deciso fez com que seu pai ficasse contra ele, torna do-se cada vez mais irritado. No entanto, Adolf no se refere nunca a agresses fisicas. Contrariado, acabou se desinteressando em definitivo pelos estudos que no estivessem ligados s artes. Isso culminou com o abandono da escola dois anos depois da morte do pai, aos 15 anos. Alm do seu desinteresse, ma infeco pulmonar o derrubou, e o mdico receitou que ficasse um ano sem ir escola.

    A morte do p i, em 1903, no foi dolorosa como a perda da me quatro anos depois, em dezembro de 1907. O falecimento de i

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  • Por Lucas Pires

    estadia de Hitler em Viena acabou em maio de 1912, quando ele se mudou para Munique, a metrpole das artes alem. H dois motivos de sua partida: o ainda sonho de ser artista e a fuga do alistamento militar. Como o montante de desempregados e desocupados em Viena era enorme naquela poca, o governo austraco resolveu garimpar os pendentes com o servio militar, e Hitler era um dos que no havia se alistado. Com a polcia em seu encalo, foi para a Alemanha a fim de evitar servir um governo que odiava. Em "Minha Luta", ele escreveu que foi atrado para Munique porque era uma cidade alem, livre da mistura de raas que ele havia presenciado em Viena, e que contava com uma vida artstica agitada. De fato, Hitler co sidero o perodo em que viveu em Munique, at estourar a guerra, o mais feliz de sua vida.

    Mas nem mesmo a fuga foi capaz de evitar a polcia austraca. Oito mes s depois de sair de Viena, Adolf foi localizado e preso como d sertor. Em vez de ser enviado a Linz, acabou levado para Salzburgo, onde foi examinado e liberado do servio militar por s r considerado inapto para atividades militares. Devido vida penosa dos ltimos anos, seu fsico no era avantajado ne forte e, por isso, concluram que ele era fraco demais para carregar armamentos pesados. Assim, Hitler voltou para Mu ique livre de qualquer pendncia com o Imprio Austro-HG ngaro.

    Desse evento at o incio da Primeira Guerra Mundial, passou-se menos de um ano, perodo em que ele viveu de quadros vendidos nas ruas e de pequenos biscates. A rotina de quartos de penso sujos e baratos era compensada pela leitura de jornais anti-semitas, livros sobre poltica e panfletos que falavam da conspirao judaica contra o mundo. Um deles, o mais famoso at hoje," s Protocolos dos Sbios de Sio", parece ter sido seu c mpanheiro de cabeceira.

    Hitler viveu assim at que chegou a notcia de que o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do Imprio AustroHngaro, tinha sido assassinado por terroristas srvios em Sarajevo. Em julho de 1914, o Imprio declarava guerra Srvia. Era o incio da Primeira Guerra Mundial.

    PARTIC PA O NA PRIMEIRA GUERRA OS europeus j esperavam por uma guerra, mas os alemes

    a desejavam, tanto que Hitler e toda uma multido vibraram entusiasmados na Praa Odeon, em Munique, quando a Alemanha declarou guerra Frana. A nao germnica uniu-se aos austra os contra a Srvia, que teve ao seu lado a Rssia e a Europa Ocidental. Logo o incidente original - Srvia versus Imprio Austro-Hngaro - ficou em segundo plano. A luta era por territrio e tre um poder imperial alemo e o resto da Europa.

    A possibilidad de fazer parte de um momento histrico alemo e, mais ainda, de uma conquista grandiosa como a que pretendia a Alemanha fez com que Hitler logo se apresentasse como volu trio. Pela ustria, ele fora dispensado e nem tomaria a iniCiativa de lutar por um governo que o causava oje-

    Logo aps ter feito seu requerimento para ser soldado, Hitler foi aceito e

    incorporado ao ,160 Regimento de Infantana da Reserva da Baviera.

    Alguns meses depois, partiu junto a seus companheiros para o

    front ocidental

    riza, mas, pelo pas alemo, pela glria da ptria que ainda no' era sua (pois ainda no era um cidado alemo), ele estava disposto a dar a vida se necessrio. "Comeou ento para mim, como provavelmente para todos os outros alemes, a mais inesquecvel e a maior poca da minha vida. Com orgulho e saudade, recordo-me das primeiras semanas daquela luta herica do nosso povo, na qual graas benevolncia do destino, me foi dado tomar parte", escreveu Hitler sobre esse momento.

    Logo depois de ter feito o requerimento para ser soldado, Adolf Hitler foi aceito e incorporado ao 16 Regimento de Infantaria da Reserva da Baviera. Alguns meses depois, partiu junto a seus companheiros para o front ocidental e lutou em diversas batalhas, como o desastre de Ypres (quando, de 3.500 soldados, apenas 600 sobreviveram) e as batalhas em Tourcoing e em Neuve Chapelle. Foi tido como soldado valente e esforado, chegando a ser promovido a cabo. Mas da no passou devido sua condio de austraco (ou seja, no-alemo) e por diversos ferimentos que havia sofrido. Em 1916, no dia 7 de outubro, Adolf foi ferido na perna e ficou na reserva por alguns meses at que voltou frente de batalha no ano seguinte. Trabalhando como mensageiro, isto , levando e trazendo mensagens entre os diversos centros de batalha, Hitler esteve sempre exposto ao ataque inimigo, mas nunca deixou de cumprir seu dever, at mesmo salvando diversos companheiros que encontrava pelo caminho. Em 14 de outubro de 1918, em uma de suas incurses, ele foi atingido por bombas de gs mostarda inglesas que o deixaram cego temporariamente. Sofreu um colapso e acabou internado no hospital militar de Pasewalk, de onde ouviu a informao, em 11 de novembro, de que a grande nao alem perdera a guerra e se rendera.

    o COMEO DO DIO Em 1918, Hitler recebeu por duas vezes a Cruz de Ferro,

    uma condecorao de reconhecimento pelos valores em guerra. Mas seu esforo pessoal no se refletiu em avano alemo. Quando estava na reserva no hospital prximo a Berlim, Adolf ficou cada vez mais convencido de que teria havido um boicote judeu comunista dentro da prpria Alemanha. Ele chamou isso de propaganda inimiga, desencadeada pela imprensa semita que propagava um fim trgico Alemanha e a culpa do Kaiser. Desenvolveu maior dio aos judeus por crer que eles, dentro do esforo de guerra alemo, foram, aos poucos, tomando conta de toda a produo e de todos os negcios do pas. Isso

    Grandes lderes da Histria II www.cine-master.blogspot.com

  • France Presse

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  • France Pre!se

    ENCO TR COM O PARTIDO NAZISTA Hitlel voltou a Munique em maro de 1919, depois de ter

    atuado como guarda em um campo de concentrao de presos russos na cidade de Traunstein. Ainda pertencente ao corpo militar, f i designado para a comisso de inqurito do exrcito para buscar suspeitos de ligao com o comunismo. Fez um curso de instruo poltica para se tornar oficial instrutor, cuja funo era proferir palestras promovendo o nacionalismo e condenando o comunismo. Em seguida, passou a integrar o corpo de espionagem do exrcito, trabalhando como espio em reunies de movimentos revolucionrios e de esquerda. Muitas das inves1igaes no passavam de reunies de amigos que se juntavam para beber e desabafar em alguma das vrias cervejarias de Munique. No entanto, foi num desses encontros que a vida de Hitler udou radicalmente, deixando para trs uma vida de s Idado para se tornar um carismtico poltico.

    As h milhaes impostas Alemanha pelo Tratado de Versalhes marcariam toda a carreira poltica de Hitler na dcada de 1920. Seus objetivos, a partir dali, eram reverter o quadro, vingar os traidores da ptria, que deixaram a Alemanha ser derrotada, e recuperar a glria da nao de Bismarck. Essa idia era demasiadamente forte em Hitler, que se negava a acreditar numa derrota militar alem sem a cooperao interna de judeus e comunistas, que teriam minado a resistncia civil e propagado uma paz que desencadeou na humilhao da nao. Em "Minha Luta", Hitler descreveu um cenrio inteiramente favorvel Alemanha no fim da guerra, afirmando que a vitria estaria muito prxima se no fosse a

    Exrcito norte-americano sob o comando do gen ral John Pershing

    Grandes lderes da Histria 13 www.cine-master.blogspot.com

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    atuao interna de judeus, que buscavam domnio sob o capital inter o, e d s comunistas. Rapidamente, difundiu-se a teoria da "punhalada nas costas", que nada mais era do que essa idia fixa de Hitler de que o exrcito alemo fora derrotado no pel s inimigos de armas, mas pela traio de indivduos em seu prprio territrio, isto , por judeus, socialistas e comunistas. Segundo ele, "a derrota foi o primeiro resultado catastrfico vis el, por parte do povo, de um envenenamento moral, que consistia no enfraquecimento do instinto de conservao, resultante da pr paganda de doutrinas (oriundas de grupos judaicos e marxistas) que, h muito, vinham minando os fundamentos da nao e do Imprio".

    Em 12 de setembro de 1919, Adolf Hitler fora designado a espionar um grupo que se chamava" Partido dos Trabalhadores Aleme ". Era apenas a reunio de alguns homens na cervejaria Sternecker sob a liderana do fundador do partido, Anton Drexler. Hitler descreve que, no encontro, houve um debate livre de idias e que, como ele no agentou o discurso de um dos oradores, que pregava a separao da Baviera da Alemanha, pediu a pa avra e falou sua opinio sobre um dos temas que mais o fascinava: a unio dos povos germnicos (sob essa desculpa Hitler iria anexar a ustria em 1937 e invadir a Tchecoslovquia no ano seguinte). O homem a quem Hitler se dirigia foi embora antes mesmo que terminasse sua fala. O futuro Fhrer

    Adolf Hitler recebeu, no quartel do 2 Regimento de Infantaria, onde dOI"mia num quarto

    na companhia de camundongos, um carto-postal anunciando que ele fora aceito

    como scio do Partido dos Trabalhadores Alemes

    foi muito aplaudido e cumprimentado por todos (no mais que 20, 25 pessoas). Uma semana depois disso, Hitler recebeu, no quartel do 2 Regimento de Infantaria, onde dormia num pequeno quarto na companhia de camundongos, um cartopostal anunciando que ele fora aceito como scio do Partido dos Trabalhadores Alemes. Na carta, marcavam uma reunio para a ratificao de scio. Em dvida quanto a aceitar o convite ou no, Hitler acabou sendo o stimo scio do futuro Partido Nazista. "Eu no pensava em entrar para um partido organizado e sim em fundar o meu prprio partido", escreveu ele. De fato, Hitler entrou para um partido organizado, mas logo tratou de transform-lo em seu partido. Em poucos meses, o partido seria ele.

    A GRANDE GUERRA, O INCIO DE TUDO

    Tudo que o homem j havia enfrentado em termos blicos e militares, a Primeira Guerra Mundial superou em todos os

    nivei~. Pela primeira vez na histria, estourava uma guerra considerada mundial, pois envolvia todas as grandes potncias, em especial os Estados europeus, com exceo de Espanha, Paises Baixos, Suia e Escandinvia. O Japo tambm ent!' u na guerra, assim como os Estados Unidos e o Canad. E mais: indianos e africanos foram enviados para combater na Europa.

    A novidade dessa guerra no se resume ao fato de ter sido global, mas tambm por sua crueldade e pelo uso de armamentos otados de alta tecnologia. Foram utilizados, pela primeira vez, submarinos, armas voltadas para bloquear o abastecimento do exrcito inimigo e mat-lo de fome, aeroplanos e tanques (no muito eficientes, mas aperfeioados na Segunda Guerra Mundial). Alm das ferrovias surgidas no decorrer do sculo 19, estradas haviam sido construidas efacilitavam a locomoo de tropas, assim como veiculas movidos a gasolina. As a mas de infantaria tambm impressionavam: os britnicos carregavam rifles que podiam atingir um homem a 800 metros de distncia. metralhadoras que atiravam 600 tiros por minuto e canhes pesados que chegavam a acertar alvos distantes mai~ de 10 km. Pela primeira vez na histria, uma guerra apresentou mais mortos decorrentes da ao do inimigo do que por doenas. Nos quatro anos que durou a guerra, cerca de 5 mil

    homens morreram diariamente. Mas o maior pesadelo estava nas trincheiras, na

    frente ocidental. Eram buracos cavados no cho protegidos por sacos de areia em que homens se movimentavam enfrentando fome, frio, chuvas, doenas e o medo da morte a qualquer momento. Frente a frente com o inimigo, sair da trincheira era morte certa. As tentativas de tomada de posio adversria foram quase sempre massacres, como o de Verdun, em 1916, quando uma ofensiva alem que envolveu 2 milhes de soldados acabou perdendo metade deles. O historiador ingls Eric Hobsbawm, maior autoridade do sculo 20 viva, em seu livro "Era dos Extremos: O Breve Sculo XX", descreve como se deu a guerra de trincheiras: "Milhes de homens ficavam uns diante dos outros nos parapeitos de trincheiras barricadas com sacos de areia, sob as quais viviam como - e com - ratos e piolhos. De vez em quando, seus generais procuravam romper o impasse. Dias e mesmo semanas de incessante bombardeio de artilharia 'amaciavam' o inimigo e o mandavam para baixo da terra, at que no momento certo levas de homens saiam por cima do parapeito, geralmente protegido por rolos e teias de arame farpado, para a "terra de ningum ", um caos de crateras de granadas inundadas de gua, tocos de rvores calcinadas, lama e cadveres abandonados, e avanavam sobre as metralhadoras, que os ceifavam, como eles sabiam que aconteceria".

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  • 5 O IGENS DO MAL EM HITLER

    D 'ntro dL literatura que marcou os estudos sobre Hitler, um dos temas mais suscitados aquele cuja pretenso explicar as L rigens do anti-semitismo assassino do Fhrer. Diversos autores apoiaram-se emfatos da vida dele, muitos duvidosos ou pouco (rveis, e em muitas conjecturas para transform-lo no Mal em amado.

    As razes para seu comportamento so diversas, muitas abs Irdas ( cmicas, mas nenhuma traz uma explicao satisfatria. Alem do motivo citado anteriormente sobre um possvei sangue judeu vindo do av, uma das razes mais comumente citadas aquela que coloca a educao excessivamente rgida n'cebida por Adolfcorno motor-propulsor de seu mal. Seu pai seric um tirano inconseqente que surrou por diversas vezes o filho. A obedincia cega seria obrigao e qualquer forma de rebeldia 0'1 desobedincia geraria represlias. A psicologia explica certas d'sfimes em adultos como seqelas de castigos fsicos e humilhal'es quando crianas. Devido educao destrutiva, as crianas maltratadas tendem a reprimir e negar todos os maus tratos e agr 'sses recebidas, pois, caso contrrio, elas no resistiriam dor. & Q dor seria represada quando adultos em forma de fora destrutiva. Seria deste modo, negando a dor e seus sentimentos, ou seja, encobrindo mentalmente a verdade a que era submetido, que Hitlpr teria se transformado no ditadorquefoi e no estopim do genocdi J, insen~vel a qualquer sentimento de humanidade.

    Ouh a explic o, cujos boatos vinham desde o pr-guerra, a teoria da sfilis, a qual alega que Hitler teria adquirido sfilis, uma do(cna sexualmente transmissvel, com uma prostituta judia de VIena. A estaria a origem do anti-semitismo dele, sendo a "Solul Final" resultado de efeitos perturbadores na mente do doente n 1m estgio adiantado da enfermidade. Essa teoria explicaria aU mesmo o suposto suicdio da sobrinha de Hitler, Geli Raubal, em 1931 cam quem ele mantinha uma relao ambgua: ela teria ~e mat do porque fora contaminada com a sfilis.

    Hitler faz a saudao nazista durante a abertura as Olimpadas de Berlim,

    em agosto de 1936

    A buscapor um trauma ligado ajudeus nessas explicaes ntida e talvez insincera. Muita coisa viroufolclore, outras se perderam diante do absurdo das divagaes. Os judeus so tambm afonte do mal de Hitler em outras verses. Alm daquele de um judeu sedutor que engravidou a av paterna de Adolf, h uma que coloca o mesmo judeu sedutor, agora um professor de msica, que noivou e engravidou Geli Raubal, a sobrinha-amante de Hitler. Diante da descoberta, ele teria forado Geli a se matar ou mesmo providenciado sua morte. Seria a dor da perda e a vingana que levariam ao Holocausto. Uma terceira teoria envolvendo osjudeus coloca a culpa nafigura de um mdico desastrado que, por erro ou omisso, teria deixado que Klara, me de Hitler, morresse. Osofrimentopelaperda da me, causadapor umjudeu, seria a explicao para seu anti-semitismo.

    Uma das teorias mais cmicas, mas que recebeu certo crdito na dcada de 1980 a da mordida de bode. Ela veio tona atravs das memrias de um advogado que defendeu um soldado, em 1943, acusado de difamao ao Fhrer. Esse soldado afirmava ter sido colega de Hitler na escola na Austria. A difamao em questo seria a informao de que Adolfno teria um dos testculos porque fora arrancado por uma mordida de bode. Segundo o soldado, quando criana, Hitler apostou que conseguiria urinar na boca de um bode e, na tentativa de ganhar a aposta, o bicho o teria mordido e arrancado um dos seus testculos. Para reforar essa teoria, quando encontrado o cadver de Hitler carbonizado, em 1945, constatou-se que ele no tinha o testculo esquerdo. Essa mordida consistiria nafonte da posterior insanidade do Fhrer.

    Toda essas teorias no passam de buscas de explicao para algo que talvez no tenha explicao. Ou ser que algum em s conscincia diria que Hitler matou milhes de judeus porque um bode o mordeu ou porque um mdico judeu deixou acidentalmente sua me morrer? Buscar explicaes tpico dos homens, ainda mais para algo to abominvel quanto o queAdolfHitlerfez naAlemanha. Mas explicar e entender no pode significar compreender e perdoar.

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    tll--- P EPARATIVOS PARA AGUERRA

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  • Divulgao! Discovery Networks

    m termos mais simples, a pergunta sobre quem o que causou a Segunda Guerra Mundial pode ser respon uas palavras: Adolf Hitler" , afirma Hobsbawm em "Era os Extremos". De fato, quase um consenso que as maiores potncias europias no queriam o conflito, mas acabaram arrastadas a ele pela agresso ultrajante dos pases que formavam o Eixo: Alemanha, Itlia e Japo. Estas naes estavam descontentes com as resolues ps-Primeira Guerra Mundial e com a partilha de territrios e de influncias a Alemanha pela humilhao da derrota e pelo excessivo rigor do Tratado de Versalhes; a Itlia e o Japo por insatisfao pela pouca parte que lhes coube e desejos imperiais no recompensados pela participao na Primeira Guerra.

    Hitler tinha noo de seu poderio militar e da competncia de seus exrcitos quando, em apenas trs semanas, subjugou a Polnia. No fim de setembro, o pas polons no passava de uma regio anexa Alemanha. Parte desse territrio foi ocupada pela ento URSS em decorrncia do tratado de no-agresso entre os pases. Com o pacto, foi pos-

    UERRA o tlcaA invaso da Poln ia

    ese cadeou uma guerra euro ia contra Inglaterra Fra a, mas, medida ue as tropas de Hitler vanavam, o receio de um i prio nazista tomava conta o undo. Tudo parecia soar fav r do Fhrer, at que Je resolveu invadir a Rssia viu os Estados Unidos ntrarem na guerra

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  • Tropa alem no ataque URSS, em 1941

    de '940; Portugal e Espanha, governados por lderes fas glaterra, numa operao apelidada de "Leo-Marinho". Os cistas (Salazar e Franco), permaneceram neutros. Hitler at ataques areos da Luftwaffe, a Fora Area Alem, intensifique tentou egociar a presena espanhola ao lado das for caram-se em julho contra navios ingleses no Canal da Manas alems, mas o general Francisco Franco, aps trs anos cha e, posteriormente, a diversas cidades, incluindo Londe ma guerra civil que destroara o pas (guerra na qual dres. A Real Fora Area Britnica (RAF) era relativamente armament s alemes e italianos foram testados ao lado recente e inexperiente, contando com a maioria de pilodas foras franquistas), considerou inoportuna uma parti tos na base dos 20 anos, mas a tecnologia dos equipamencipao espanhola e "declinou" o convite de Hitler. tos, com radares eficazes, possibilitou uma guerra defensi

    Winston Churchill, primeiro-ministro ingls nomeado va e de desgaste por parte dos ingleses. O combate mos, em 'llaio d 1940 e que prometeu ao povo "sangue, cansa trou-se decisivo para o desenrolar do conflito, pois Hitler

    o, _uor e lgrimas", viu-se isolado e em inferioridade mili teve de abandonar a Operao Leo-Marinho depois que tar. A frente de batalha em terra, que avanou para conter viu, em agosto, avies britnicos furarem o espao areo as foras nazistas em conjunto com as francesas, foi rapi alemo e bombardearem Berlim. Foi o primeiro grande goldamente r pelida e s se salvou pela retirada de Dunquer pe sofrido por Hitler em uma srie de triunfos. que o que evitou o massacre e a perda de considerveis con .ingentes humano e blico ingleses. Um ano depois PRXIMO PASSO, A URSS de iniciada a guerra, as foras antagnicas resumiam-se Apesar disso, a Gr-Bretanha tinha uma poltica mais ao novo imprio alemo, que havia tomado quase todo defensiva, sem um efetivo de guerra que abrisse caminho o c ntinente europeu, contra a pequena ilha britnica ao para uma contra-ofensiva sobre a Alemanha. Assim, com a norte do continente. Recuado em seu territrio, Churchill Inglaterra fora de controle, Hitler pde se preparar para sua poderia facilmente chegar a um acordo de paz com grande cartada, o objetivo maior de seu mpeto imperialisHitler, o q e foi proposto, pois o lder alemo queria for ta : a "Operao Barba Roxa", ou seja, a invaso da URSS, mar uma frente contra a Unio Sovitica, mas o mpeto foi pas que, at ento, estava fora do conflito pelo pacto de exclusivamente o de resistir, incitando o povo ao esforo no-agresso. Adolf Hitler resolveu invadir a Rssia comude uerra e ao sacrifcio. Ciente de uma derrota caso ten nista, onde esperava encontrar recursos naturais e mo-detasse um ataque aos nazistas por terra, Churchill conden obra escrava para o golpe final do III Reich. Este tido como so seus esforos de guerra em o maior erro do Fhrer e aquele desenvolver uma fora area H itler teve de ab~ndonar a Operao que marcou a virada do pndulo co sider el e manter o pode da Segunda Guerra. rio naval que, historicamente, Leo-Marinho depois que viu, A Europa Oriental tambm marcou a r-Bretanha. Nisso havia cado nas mos do Eixo,em agosto, avies britnicos cor sistiam suas esperanas de deixando livre o caminho at a

    furarem o espao areo alemoresistncia at que algo novo Unio Sovitica. A ofensiva consurgisse n horizonte. e bombardearem Berlim. tra a URSS foi programada para

    De fat , a resistncia in 22 de junho, uma data marcante Foi o primeiro grande golpe glesa aos ataques de Hitler para Hitler que a conside-rava de

    foi heric . O ditador alemo sofrido pelo Fhrer sorte. No ano anterior, a Frana pretendia ma invaso In- havia se rendido naquela data e,

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  • em 1812, f ra o dia escolhido por Napoleo Bonaparte para invadir a me ma Rssia. A idia de Hitler era a que marco suas conquistas anteriores: uma guerra-relmpago que pegasse o adversri de surpresa e o subjugass o mais rapidamente possvel. Previa que at setembro, antes do in-

    Hitler resolveu invadir a Rssia comunista, onde esperava encontrar recursos naturais e mo-de-obra escrava para o golpe

    final do III Reich. Este tido como o maior erro do Fhrer e aquele que marcou a

    virada do pndulo da Segunda Guerra verno russo, as for as de Stlin estariam dominadas e as principais ci ades russas - Moscou, Stalingrado e Leningrado -, ocupadas pelos alemes.

    Mas um detalhe precisa ser colocado aqui. O sucesso de Hitler e sua independncia em relao s aes que tomava irritaram Mussolini, que se sentia em segundo plano numa gu rra que faziam juntos. Ressentido, o lder italiano resolve invadir a Grcia e tomar aquele pas sozinho. No entanto, as tropas italianas, uma das menos eficientes de toda a Europa, ficaram em apuros. A invaso URSS havia, inicialmente, sido programada para maio, mas a ncompetncia e a inveja de Mussolini fizeram com que Hitler a iasse o ataque aos russos e dispusesse seus homens a resolver a situao na Grcia. Com isso, a "Operao Barba Roxa" acabou atrasada em cinco semanas, o que foi de f ndamental importncia para seu fracasso.

    Mesmo sim, Hitler acreditava que um ataque conjunto pelo cu e por terra faria as foras russas capitularem sem mito esforo. Na verdade, o Fhrer no colocava muita f na vontade russa de resistir. Um povo racialmente inferior (os soviticos eram considerados eslavos, uma raa comp rada aos judeus, alm de comunis

    ~~ Pearl Harbor

    tas) no teria a mesma fora de vontade de um ariano. Com essa crena, os alemes avanaram eficazmente pelo territrio sovitico nas primeiras semanas de combate. Prosseguiam rumo capital russa sem muitas dificuldades, pois Stlin no esperava por essa ofensiva germnica

    que fragmentava a frente de batalha alem em dois fronts - o ocidental e agora o oriental.

    Mas, para a infelicidade de Hitler, as foras nazistas no conseguiram terminar a invaso antes do inverno. Subestimaram o poder de resistncia do povo russo e a ttica de Josef Stlin, que imps uma poltica de terra arrasada (isto , bater em retirada deixando para trs nada que pudesse ser usado pelos inimigos). Esta resoluo foi fatal dentro do esquema pensado por Hitler, pois suas tropas no estavam preparadas para uma guerra mais longa do que a prevista. No tinham levado alimentos e combustvel suficientes, alm de munio e vestimentas propcias para o pior inverno russo de todos os tempos. As baixas temperaturas fizeram com que as correntes dos tanques congelassem e se quebrassem, alm das armas enguiarem e necessitarem de lu brificantes constantemente.

    ALIADOS CONTRA-ATACAM Alguns comandantes do exrcito queriam a retirada das

    tropas do territrio russo, mas Hitler era to implacvel em seus objetivos que, muitas vezes, cegava-se para a verdade. Ordenou que continuassem a guerra at o fim. Foi quando

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  • tro as de Hitler, na URSS, no e avam preparadas para uma guerra

    mais longa do que a prevista, No tinham levado alimentos e combustvel

    .

    suficientes, alm de munlao e , .

    estimentas propicias para o pior Inver O russo de todos os tempos

    cheg u deze bro e, de fato, a histria da guerra mudou e rum . O exrcito russo deu incio sua contra-ofensiva que os levaria at Berlim, e o Japo atacou a base naval americana de Pearl Harbor em 7 de deze bro, f rando os Estados Unidos, at ento fora da g erra, a entrarem no conflito. De Stalingrado, as foras alems comearam a cair. Em pouco mais de dois mese , meio milho de soldados nazistas haviam morrido r o combate. Sem muito pensar no que a deciso acarr taria, itler declarou guerra aos Estados Unidos em 11 de dezembro, assim como a Itlia. O presidente RoosE:velt, enfim, tinha uma motivao para entrar na guerra ao lado dos Aliados: o conflito chegava ao seu estgio global.

    A partir de 1942, os rumos da guerra pareciam j ter um lado para o qual pender. A praticamente produo ilimitada dos Estados Unidos seria fundamental para minar as foras de itler, que buscou intensificar a produo blica, f rand os povos conquistados a trabalharem em camp s de concentrao. Ao mesmo tempo, ele decidiu pela' Solu Final", comeou o transporte macio de judeus para os campos na Europa Oriental e ps os campos de extermni para funcionar pra valer.

    A derrota da Alemanha era apenas uma questo de tempo. Na frica, um dos melhores generais de Hitler, Erwi Rommel, que havia mantido as tropas inglesas no norte africano longe da batalha na Europa, encontrava o incio de sua derrocada, que teria fim com a rendio 'em aio de 1943 na Tunsia. Hitler prendeu-se mais e mais na frente contra os russos, deixando o front ocident I descoberto. Logo foras anglo-americanas entraram o territrio italiano pela Siclia e o Grande Conselho F cista a Itlia exigiu a renncia de Mussolini por sua conduta uma guerra que no levou a Itlia a lugar algu . Em seguida, foi preso pelo governo provisrio de Pietr Badoglio e, em 3 de setembro de 1943, a Itlia assinou a rendio. Uma semana depois, Hitler enviou uma tropa para libertar Mussolini. Apesar da incompet cia em termos militares, o duce italiano fascista sempre foi eu modelo e acreditava que ainda poderia ajud r na guerra. Livre, Mussolini fundou a Repblica de Sal e prometeu ao Fhrer que reorganizaria a resistncia f scista na Itlia.

    lderes da Histria

    ATENTADO CONTRA HITLER A guerra j estava perdida em quase todas as frentes de bat

    alha. Os russos haviam tomado, aos poucos, todos os territrios ocupados pelos alemes nos dois primeiros anos de guerra. Caminhavam para Berlim enquanto a frente ocidental, no dia 6 de junho de 1944, via o desembarque na Normandia, fato chamado de o "Dia D". Dali, os Aliados libertariam a Frana e os demais pases do oeste europeu. Mas, nada fazia Hitler perder as esperanas. Ele demonstrava que era a vitria total ou a derrota total. Assim, ordenou que todos continuassem a luta, at a morte, se necessrio. Por mais incrvel que parea, quase nenhum alemo contestava as decises do Fhrer. Confiavam cegamente em suas palavras, tanto que no houve baixa no mpeto da populao.

    Mas alguns conselheiros e homens do partido tinham exata noo de que o caminho para o qual o Fhrer os levava era o da completa destruio. Queriam um acordo de paz com as potncias ocidentais, mas tambm sabiam que, com Hitler no poder, isso seria impossvel. Assim, planejaram um atentado, que se desenvolveu em 20 de julho de 1944. O coronel Klaus von Stauffenberg foi at o quartel-general do Fhrer com uma bomba dentro de uma pasta de couro. No gabinete de Hitler, depositou-a ao cho junto ao p da mesa, a menos de dois metros de seu alvo, e saiu da sala mediante uma desculpa qualquer. Ouviu-se a exploso e alguns minutos se passaram at que Adolf Hitler sasse, de entre a fumaa e destroos, ferido e tonto. O atentado fracassou e o que se viu em seguida foi o banho de sangue de quase 5 mil pessoas consideradas oposicionistas ao regime.

    A sade de Hitler piorava dia aps dia. Sedentrio, tinha correntes dores de cabea, cibras e dores pelo corpo. Eo atentado serviu para acentuar um tremor nervoso no brao e na perna esquerdos. Cada vez mais, ele permanecia trancado na Chancelaria de Berlim. A insanidade parecia estar tomando conta de Hitler cada vez mais, pois a cada dia suas atitudes atrozes aumentavam.

    A guerra ia chegando ao fim. Num movimento contrrio ao expansionismo alemo de 1939 at 1941, os territrios conquistados eram reconquistados e iam espremendo o exrcito alemo. Em 1945, nada mais poderia salvar a Alemanha, nem a morte de Roosevelt conseguiu dar foras para resistir. Em abril daquele ano, Mussolini foi preso e assassinado por rebeldes, que penduraram seu corpo como trofu e o espancaram brutalmente. Hitler, no finai de abril, enfim sentiu que a derrota estava prxima quando os russos tomaram Berlim. No dia 30 de abril, cometeu suicdio ao lado de Eva Braun, sua fiel amante por 16 anos. No dia 7 de maio de 1945, a Alemanha assinava a rendio incondicional. Era o fim do nazismo, o fim de Hitler.

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  • ~- POLM ADA MORTE

    As ltimas horas de vida de Ad If Hitler foram marcadas pela de iluso com a derrota e pela insanidade. Com um tiro na cabea, o Fhrer se matou, te do eu corpo em segu ida queimado enquanto os russos inv diam Berlim. No entanto,

    h ai da aqueles que alimentam um ito de que ele sobreviveu

    morte de Adolf Hitler ainda tema de discusses e desconfianas pelo mundo. Diversas verses surgiram a cada nova possibilidade - suicdio, envenenamento - e houve mesmo quem diss sse que o Fhrer fugira de Berlim e que sua morte fora criada para enganar os Aliados. Mas fato que, hoje, tem-se certeza da morte dele, mais precisamente de seu suicdio, no dia 30 de abril de 1945.

    Em 20 e abril de 1945, Hitler completou 56 anos. Nesse mesmo dia, depois de ser cumprimentado por todos aqueles que permaneciam no bunker da Chancelaria de Berlim, para onde forarr depois que Berlim passou a ser atacada, ele se reuniu com seus principais homens - Martin Boorman, Goebbels, Himmler, Gring, Speer e Ribbentrop - para deliberar sobre os andamentos da guerra. Conscientes da derrota, propuseram a Fhrer que deixasse a cidade e fosse para outro refgio mais seguro, o de Berchtesgaden. Hitler teria se recusado a deixar a capital. Entre todos ali, apenas ele mantinha a idia de ainda vencer a guerra.

    A morte do presidente Roosevelt soou-lhe como um sinal de esperan a. Depois disso, acreditou que dois exrcitos ale-

    Segundo jornais americanos da dcada de 1980, Hitler teria vivido at os 100 anos eaqui na Amrica do Sul

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  • ra abatida, que constantemente recorria a injees de estimulantes. Num de seus surtos psestimulantes, anunciou a todos sua deciso de cometer suicdio, acentuada pela notcia de que Himmler abria negociaes de paz com o conde sueco Bernadotte. Informou que morreria em Berlim quando a cidade estivesse prxima a ser totalmente tomada pelo exrcito vermelho. Himmler foi logo declarado traidor e condenado morte, mas foi o auxiliar do chefe da Gestapo, de nome Fegelein, casado com uma irm de Eva Braun, que foi morto.

    A idia do suicdio veio a Hitler por duas razes: a primeira era no ser capturado vivo pelos Aliados e a outra era o medo de que acontecesse a ele o mesmo que haviam feito com seu colega Mussolini. O lder italiano fora preso e assassinado. Receoso de morrer como um traidor ou um delinqente, e no querendo ser exibido em nenhum museu de cera (como Lnin, o lder da revoluo russa de 1917) como trofu, ordenou a seus homens que, aps morto, fosse queimado.

    Depois de tais resolues, Publicao da poca afirma que Hitler e Eva teriam fugido de Berlim falou a todos que estavam no

    mes pudes em libertar Berlim e isso significar guerra o que foi a batalha de Stalingrado para os russos - o ponto de virada. Mas suas orde s para os tais dois exrcitos nunca foram cumpridas, pois eles no mais existiam. Mesmo assim, Hitler permaneceu inclu e, proibindo que a palavra derrota fosse sequer pronunciada.

    No entanto, sua sade estava demasiadamente afetada, ainda mais aps o atentado de julho de 1944. Seu corpo j no andava ereto e tinha tumores no brao e nas pernas que aparentavam mal de Parkinson. Escondido h semanas no bunker sem mesmo ver a luz do sol, empalidecera muito e o olhar, antes brilha te, perdera sua fora. Tornara-se uma figu

    bunkerque quem 'quisesse poderia partir a qualquer momento. No mais precisariam ficar. Goebbels e alguns outros decidiram continuar com ele at o fim. Ento, Hitler distribuiu ampolas de cianureto (um veneno poderoso que matava em instantes depois de tomado) a todos que permaneceram e tratou de providenciar seu casamento com Eva Braun. Num ato que poucos

    A idia do suicdio veio a Hitler por duas razoes: a primeira era no ser capturado vivo pelos Aliados e

    outra era o medo de que acontecesse a ele o mesmo que fizeram com seu colega Mussolini. o lder italiano fora

    preso e assassinado

    compreenderam, ele desposara a mulher que lhe dedicara mais de 16 anos de vida. Goebbels e Boorman foram as testemunhas, e houve champanhe para a comemorao. Era 29 de abril e, logo em seguida ao casamento, Hitler se recolheu ao seu gabinete com a secretria Frau Lange para ditar seus testamentos - um pessoal e outro poltico. Foram feitas trs cpias dos documentos, enviadas uma para a

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  • sede do partido e as demais para os generais D6nitz e Sch6rner. Neles, Hitler nomeou D6nitz como presidente, Goebbels o novo chanceler e Boorman, ministro do partido. Antes de dormir, o Fhrer testou, com sucesso, o cianureto em seu co Blondi.

    Hitler e Eva Braun recolheram-se para o quarto logo depois do alm o do dia 30 de abril e de terem cumprimentado as pesso s presentes. Minutos depois, s 15h30, os criados ouviram um disparo e correram em direo ao quarto de Hitler, enco trando-o sobre o sof com a cabea estourada. Ao seu lado, estava Eva Braun, morta e com uma pistola na mo. Ela tomou o cianureto. Hitler manteve uma cpsula do veneno na boca, mas preferiu morrer com a honra dos militares. Imedi tamente aps verem que seu lder havia de fato se matado, o criado de quarto, de nome Linge, Boorman e o Dr. Stumpefegger cobriram os corpos com um cobertor e trataram de lev-los para fora do bunker. As ordens finais de Hitler foram que fossem queimados e, para tanto, encomendou uma re essa de 200 litros de gasolina para o motorista Kempka, qu conseguiu reunir apenas 170 litros de veculos abandonados nas ruas. Os corpos de Hitler e Eva Braun foram depositados numa vala no jardim da chancelaria, cobertos por gaso ina e ateados fogo. Quando acabaram as chamas, os rest s fora enterrados.

    Goebbel enviou, ento, uma mensagem a D6nitz informando da morte do Fhrer. Depois, como indicou que faria, envenenou os seis filhos e ordenou a um soldado que executasse a ele e sua esposa. O mais fiel dos seguidores de Hitler seguiu-o at na morte. Os demais presentes no bunker tentaram fugir e alguma forma, mas quase todos foram capturados pelos russos, que estavam a duas quadras do local quando ocorreu o suicdio. O nico de que no se soube mais foi Martin Boorman, fato que alimentou diversas lendas em torno de sua fu a.

    O exrcito russo chegou ao bunker nos dias seguintes e, em 4 de aio, u soldado, Ivan Curakov, encontrou os corpos de Hitler e Eva queimados. Os soviticos tinham em mos a verdade sobre a morte de Hitler - os restos humanos e as principais testemunhas que estavam com ele at o fim. Em 23 de maio, um mdico informou o resultado da autpsia. Era de fato o cadver de Hitler, pois a arcada dentria e uma palite identificavam-no, alm de uma cpsula de cianureta, que foi acusada como a causa da morte. Prontamente, os russos propagara a idia de que Hitler morrera envenenado e no c m um tiro, o que provaria uma morte covarde. Mas a verdac e parece ter vindo tona com uma investigao realizada por autoridades anglo-americanas no decorrer daquele ano. A concluso foi de que Adolf Hitler havia morrido com tiro na cabea disparado por ele mesmo. Essa investigao irou um livro, escrito pelo prprio responsvel pelo caso, H.R. Trevor-Roper. "Os ltimos Dias de Hitler" tornou-se um best-seller desde ento, mas foi muito criticado na poca. J hoje, quase um consenso.

    No testamento de Hitler, uma ltima ordem nao: "Continuem a comb ter os judeus". Morreu convicto de seus ideais, admirvel se no fosse tendente ao mal.

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  • Por Lucas Pires

    ada mais errneo do que acreditar que o preconceito e a perseguio aos judeus comearam com o nazismo. No foi Hitler que criou o anti-semitismo, ele apenas levou tal d utrina ao seu grau extremo - o do extermnio. Quando est va no poder, elevou o anti-semitismo a uma poltica de Estado que visava, num primeiro momento, expulsar todos os judeus dos territrios ocupados pelo Reich e construir uma Alemanha" limpa", com apenas a populao ariana.

    Mas p ssvel afirmar que Hitler no conseguiria provocar o Holocausto sem o consentimento da populao. A teoria corrente de que a populao alem nada sabia sobre os campos de extermnio e o assacre de judeus, mas uma histria revisionista provou que, de fato, o povo alemo no s sabia como apoiava o g nocdio. Claro que a interiorizao de um comportamento terrorista, capaz de aceitar a morte do outro como

    cumento que descreve uma conspirao judaica para conquistar o mundo. Esse livro inspirou muito Hitler em suas idias e era levado a srio pela populao. Assim, quando o nazismo iniciou sua poltica de perseguio e, posteriormente, de eliminao, j havia enraizado na mentalidade popular um sentimento de repulsa aos judeus. Em outras palavras, havia uma pr-disposio a aceitar a perseguio, acentuada pela debilidade econmica e moral pela qual passava a populao.

    TRS ESTGIOS DA PERSEGUIO A partir de 1933, todo um aparato institucional de violncia

    e terror tomou conta da Alemanha. O pensamento anti-semita no perodo do III Reich pode ser dividido em trs estgios de crescente recrudescimento da violncia. Num primeiro momento, que vai de 1933 a 1938, percebeu-se a tentativa de banir os judeus de todos os campos sociais - econmico e poltico essencialmente - atravs de leis, como as de Nuremberg, que impunham a proibio do casamento entre judeus e arianos,

    anti-Senil ita

    natural, s poderia acontecer com um incessante bombardeio de propaganda anti-semita. Os nazistas foram especialistas em criar e espalhar cartazes, filmes, livros e panfletos denegrindo a imagem dos j deus, muitas vezes retratados como insetos, cobras e outras pragas pestilentas. imagem do homem de pele, olhos e cabelos c1aro~ do ariano, contrastavam as vestes sujas, o nariz encorpado, a barba longa e a feio diablica do judeu. "Enquanto as Imagens dos arianos expressavam beleza, docilidade, pureza e inocncia, aquelas que se referiam aos judeus representavam a falsidade, a mesquinharia, a luxria e a agressividade", confirma a historiadora Maria Luiza Tucci Carneiro.

    Mesmo antes da propaganda nazista, o esprito contra judeus j existia e era muito forte no s na Alemanha. Panfletos e livros anti-semitas foram lanados aos montes no decorrer do sculo 19, tanto que, em 1893, o Partido Anti-Semita do Povo conquistou 16 cadeiras no Parlamento alemo.

    Entretanto, o mais divulgado libelo anti-semita surgiu na Rssia em 1905. "Os Protocolos dos Sbios de Sio" um do

    boicotes econmicos, prises e espancamentos. Exemplos de aes nessa direo: demisso de funcionrios pblicos judeus em 7 de abril de 1933; programa de confisco de bens pertencentes a judeus em 1934; mdicos judeus proibidos de exercer sua profisso em hospitais pblicos a partir de maro de 1936 e o expurgo de toda arte e literatura no-alems, que culminou com a queima de livros proibidos pelo regime na Praa da pera de Berlim. O resultado dessa primeira ofensiva foi que 150 mil judeus deixaram a Alemanha no perodo de 1933 a 1938, sendo 2 mil deles jornalistas e intelectuais.

    Um segundo estgio teve incio em 1938, com a "Noite dos Cristais", quando mais de 7,5 mil lojas e quase 200 sinagogas foram pilhadas e incendiadas, 300 judeus foram assassinados e outros 30 mil, levados a campos de concentrao. Durou at 1941, com a deciso pela "Soluo Final". Nesse perodo, aumentaram as prises e os judeus dos pases invadidos eram enviados para os campos de trabalho forado e de concentrao. Um programa de eutansia, conhecido como "Aktion 4", foi

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  • Antes das cmaras de gs, o fuzil menta era uma das formas

    de e ermnio. No entanto, era considerado um mtodo muito lento e prejudicial

    moral dos atiradores

    implantado para matar doentes mentais crnicos. No final de 1941, cerca de um milho de judeus haviam morrido por diver- . sas motivos sob domnio nazista.

    O terceiro estgio foi marcado pela radicalidade da perseguio, que foi exatamente o momento em que o regime adotou o extermnio como soluo para a questo judaica. A idia era matar cerca de 11 milhes de judeus de toda a Europa. A execuo em massa comeou com a invaso da ento URSS e a deportao dos judeus para os guetos e campos da Europa oriental. Antes das cmaras de gs, o fuzilamento era uma das formas de extermnio. No entanto, era considerado lento e pre-judicial moral dos atiradores. Ento, as cmaras de gs foram aprimoradas (primeiramente funcionando com monxido de carbono, depois com o gs Cyclon B, um cido prussiano fabricado originalmente para combater vermes e com efeito mais acelerado) e enormes fornos crematrios foram construdos para dar fim aos corpos. Em muitos campos, os corpos eram usados na fabricao de sabo, e dos cabelos confeccionavam-se chinelos para os tripulantes dos submarinos.

    No julgamento de Nuremberg, em abril de 1946, Rudolph Hess, um dos diretores de Auschwitz, o campo de concentrao que mais matou judeus - entre 1,5 e 2,5 milhes - descreveu alguns procedimentos: " ... o bafo e o fedor nauseabundos, produto da perptua combusto dos corpos, invadiram a regio toda, de modo que os habitantes das comunidades das redondezas sabiam muito bem que em Auschwitz processavam-se extermnios C..) Espervamos habitualmente meia hora antes de reabrir as portas para retirar os cadveres. Depois de transportados, nosso comando especial apoderava-se dos anis e dos dentes de ouro dos cadveres".

    o LEGADO DO HOLOCAUSTO A matana generalizada contra os judeus nos campos de ex

    termnio foi considerada segredo de Estado pelo regime nazista, que no queria que tais informaes vazassem para o mundo, pois isso s acarretaria num recrudescimento no combate aos alemes. Mas, conforme os exrcitos russos iam libertando os pases invadidos e ocupados, deparavam-se com a realidade da crueldade destinada aos judeus. Os quase 8 mil sobreviventes presos em Auschwitz s encontraram a liberdade em janeiro de 1945, quando foram libertados pelos soviticos em um estado tal de misria que, dificilmente, diria-se que eram seres humanos. At maio, quando descobriram o campo de Mauthausen, prisioneiros de outros cinco campos haviam sido libertados. As autoridades aliadas ordenaram que a realidade das atrocidades fosse documentada no prprio local. Tais documentos foram essenciais para a condenao de nazistas no Julgamento de Nuremberg.

    a resultado final da guerra para os judeus chegou casa dos 6 milhes de mortos. Livres das garras nazistas, no tinham para onde ir e nem em quem se apoiar. a retorno vida, como o despertar aps um longo inverno, contrastava duas realidades: a felicidade da libertao e a incgnita do futuro, que era ainda mais desanimador quando detectado que eles no podiam se dirigir a lugar algum e tinham de permanecer em campos organizados pelos Aliados esperando alguma resoluo. Desprovidos de qualquer bem material ou lar, alm do trauma da perda de parentes e do sofrimento vivido, acabaram buscando abrigo

    40 Grandes lderes da Histria

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  • em outros lJases ( edidas que exigiam pedidos de visto e certa burocracia) ou migrando para a Palestina (legalmente ou no). Um navio repleto de sobreviventes judeus da guerra rumava ilegalmente para a Palestina quando foi capturado pela marinha britnica e 1947. Do lado de fora do Exodus, nome do navio, uma faixa dizia: "Os alemes destruram nossas famlias e nossos lares. No destruam nossa esperana" .

    Logo um movimento pr-criao de um estado judaico nasceu, que culminou com a partilha da Palestina e a criao do estado de Israel e 1948. Os judeus, considerados aptridas at ento, tinham um territrio para chamar de lar.

    O ANT -SEN ITISMO COMO IDEOLOGIA Anti-semitism a hostilidade ideologicamente motivada

    contra o povo judeu e sua cultura. Ele antigo e pode ser remetido ' consolidao do cristianismo como religio dominante n Ocidente. Desde que o cristianismo assumiu essa postura, o tratamento dado aos judeus varia em trs formas: converso, expulso ou eliminao. H os fatores econmicos, sociais, polticos e raciais, mas foi o religioso que marcou o anti-semltismo at o sculo 19. Historicamente, o povo judeu foi tido como culpado pela morte de Jesus Cristo.

    Esse movime to anti-semita pode ser dividido em trs momentos distintos: o pensamento teolgico (tradicional), o cientfico (mod mo) e o neonazista (contemporneo). O primeiro f i corrente desde a Idade Mdia at o incio do sculo 19. Com conotao econmico-religiosa, esse antisemitismo baseava-se nas doutrinas pregadas pela Igreja Catlica, principalmente na Pennsula Ibrica. Na Espanha do sculo 15, leis proibiam os cristos-novos (judeus convertidos ao catolicismo) de exercer funo pblica ou ingressar em corpora s profissionais. Freqentemente, na Idade Mdia, os judeus eram responsabilizados por terremotos, pela peste negra ou pelo envenenamento de poos d'gua.

    J o cientfico, que apareceu no final do sculo 19, no seguiu mais a fundamentao teolgica, nascendo, assim, um novo anti-semitismo, fundamentado em argumentos cientficos. Surgiram, principalmente, na Frana e na Alemanha e apoiavam-se em teorias racistas, por sua vez baseadas numa pseudocincia ligada biologia e antropologia social. Foram publicados estudos de Gobineau e Chamberlain, por exemplo, em que "provavam" serem os judeus pertencentes a uma raa inferior e os consideravam agentes nocivos humanidade.

    Por ltimo, a terceira fase do anti-semitismo ressurgiu a partir dos nos de 1980, aps uma hibernao de praticamente 30 nos, devido divulgao dos crimes praticados contra os judeus pelos nazistas. Essa retomada do movimento anti-semita no mais baseada em argumentos teolgicos nem cientficos. Ganha o nome de neonazismo, pois um anti- emitismo mascarado pelo anti-sionismo, que negar ao j deu a ua liberdade e independncia nacional, ser contra I-rael. Mitos de seus seguidores chegam a negar o Holocausto ou mesmo a inverter a ordem carrasco-vtima, colocando s nazistas como as vtimas em questo.

    o resultado final da guerra para os judeus chegou casa dos 6 milhes de mortos. Livres dos nazistas, no tinham para onde Ir e nem em quem se apoiar

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  • oOU FICA

    46 Grandes lderes da Histria

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  • 1m ossvel olhar Hitler e no ver nele aquilo que mais se aproxima do Mal em termos humanos. Jamais vai-se

    e quecer da agresso humanidade que ele promoveu Pires

    ompreender a era nazista na histria alem e uadr-Ia em seu contexto histrico no perdoar o

    ge ocdf . De t da forma, no provvel que uma pessoa que tenha vivido este sculo extraordinrio se abstenha de julgar. O difcil compreender". Essas palavras de Eric Hobsbawm servem para todos aqueles que estudam ou buscam saber mais sobre quem foi Adolf Hitler e o que representou o n zismo para o mundo.

    Julgai e compreender, dois verbos, duas aes que, em se tratan o de Hitler, esto dissociadas. Todos julgamos, mas nem tod s compreendemos. Para quem no viveu o horror do nazismo, talvez os relatos no passem de palavras em livros. Para outros, so marcas sinalizadas na prpria carne.

    Nada foi mais monstruoso do que o regime nazista. E Hitler e s us comparsas cansaram de avisar que poriam em prtica tudo o que de fato fizeram bem antes de iniciada a guerra. Pelo enos desde 1926, quando foi publicado o livro "Minha Luta", o mundo tinha conhecimento do que Hitler pensava dos judeus, da raa ariana e do que pretendia empreender para recuperar a grandeza da nao e do imprio alemes, perdida na Primeira Guerra. Mesmo assim, Hitler chegou ao poder.

    Charl s Chaplin, em 1940, filmou "O Grande Ditador", uma par' dia de Hitler em que colocou, com seu tpico humor, as caractersticas de um regime autoritrio baseado na crena de uma raa superior. Mas seu filme no foi capaz de prever o de fecho trgico que se veria em seguida. Enquanto na fico de Chaplin o final um discurso emocionado em que a fraternidade est acima de qualquer raa ou credo, na vida real Hitler escolheu o caminho inverso. E os resultados foram uma guerra em escala global e uma carnifiCina como nunca vista antes. Definitivamente, Chaplin no previu Hitler.

    Assim, em termos morais, como explicar um regime baseado na violncia e no terror, na perseguio a minorias tnicas, n invas-o de pases soberanos em nome de uma raa dita superior, sem que nenhuma nao se opusesse energicamente contra? Talvez a pergunta que deva ser formulada eque deve pautar os estudos sobre os nacionalismos atualmente seja outra: como foi possvel a existncia de um Hitler? A explicao para esse mal um dos enigmas mais contunde tes do sculo 20. Talvez nunca cheguemos a uma concluso, mas o importante que o fato deve permanecer. Pesquisar . conjecturar sobre os motivos que levaram Adolf Hitler a o iar os judeus a ponto de extermin-los no pode ser mais i portante do que as mais de 60 milhes de vidas

    que se dissiparam com a guerra. Se a lio de Hobsbawm compreender, no para perdoar, mas sim para julgar, relembrar tal julgamento torna-se tarefa obrigatria para evitar que novo mal acontea. Ainda mais em tempos como os atuais, quando se v movimentos neonazistas e outros que negam a existncia do Holocausto. A Histria o maior professor que podemos ter, mas a memria enfraquece com o tempo. Da a essencialidade de seu estudo.

    Passados 60 anos do fim da guerra, possvel encontrar subsdios para saber quem foi Adolf Hitler? Um idealista, um assassino, um lder carismtico, um artista frustado, um psicopata sexual? Com certeza, ele foi tudo isso, e muito mais. E exatamente esse "muito mais" que se perdeu. Dentro da tica da moral e da tica crists, da distino clara entre Bem e Mal, no h como entender o genocdio. Hitler foi a encarnao do Mal, como muitos outros tambm o foram, mas no h antecedentes de algum que espalhou a morte em escala industrial como ele.

    Goebbels, o ministro da Propaganda do III Reich e pessoa mais prxima a Hitler durante todo o tempo, disse a um auxiliar seu certa vez: "Trabalho com ele h muitos anos, vejo-o quase todos os dias e, todavia, h momentos em que ele me escapa completamente. Quem se pode gabar de o ter visto tal e qual como ele ? No mundo da fatalidade absoluta em que ele se move, nada mais possui sentido, nem o bem, nem o mal, nem o tempo, e aquilo a que os homens chamam de sucesso no pode servir-lhe de critrio. Tomais-me por um doido, mas escutai o que vos digo: provvel que Hitler termine numa catstrofe.

  • I
  • HITLER POR ELE MESMO (Martin Ciaret)

    I do sculo, entre os quais as duas guerras

    Cnmr'OOl!

    Considerado um livro-c1ipping, uma obra que traz textos de diversos especialistas j publicados. a reproduo de parte de obras, como as biografias de Adolf Hitler feitas por Joachim Fest e John Tolland. Alm disso, traz trechos de "Minha Luta" e um perfil biogrfico. Uma boa indicao bibliogrfica, estando

    a maioria os livr s citados esgotados. Em termos gerais, uma introduo ao universo de Hitler.

    HOLOCAUSTO: CRIME CONTRA A HUMANIDADE,

    Holo:austo DE MARIA LUIZA TUCCI CARNEIRO (Editora tica)

    A historiadora e pesquisadora, em linguagem simples e acessvel a colegiais, faz um panorama do que foi o Holocausto e qual sua dimenso para o sculo 20.

    Fala sobre cresci ento do anti-semitismo na Alemanha, como se deu a perseguio aos judeus desde a tomada de poder pelos nazistas e como a indstria da morte nazista se desenvolveu.

    ERA DOS EXTREMOS: O BREVE SCULO XX, DE ERIC HOBSBAWM (Cia das Letras)

    Obra do famoso historiador ingls que aborda o sculo 20, o sculo das guerras. Num texto pessoal e cativante, Hobsbawm aborda os principais temas

    o entre elas tm destaque.

    OS CARRAS OS VOLUNTRIOS DE HITLER, DE ANIEL CiOLDHAGEN (Cia das Letras)

    Uma das questes que mais martelaram aHistria aps aguerra foi saber at ue ponto a populao alem tinha conhecimento do que os nazistas faziam aos judeus eat que ponto foram coniventes com o Holo usto. Aqui, o autor busca demonstrar exatamente a idia de que a populao foi cmplice de todo aquele horror, participando tivamente, inclusive em programas de extermnio.

    HITLER E O HOLOCAUSTO, DE ROB RT WISTRICH (Editora Obj tiva)

    O autor faz uma anlise e apresenta sua viso de como foi possvel a instalao do nazismo. Ele busca explicar o que levou Hitler a empreender o maior genocdio da histria da humanidade, que matou 6 milhes de judeus.

    Fi MIS I'

    A LISTA DE SCHINDLER, DE STEVEN SPIELBERG (1993)

    Este filme foi aclamado pela crtica e deu a Spielberg o Oscar de melhor diretor. Conta a histria de Oskar Schindler, um industrial membro do Partido Nazista que ajudou a salvar milhares de judeus. Essa histria o pano de fundo para Spielberg revisar seus antepassados e acertar contas com o judasmo. Ele retrata, em branco e preto, o horror dos campos de concentrao, sem camuflar a crueldade do tratamento aos judeus e nem a perversidade com que eram mortos.

    O PIANISTA, DE ROMAN POLANSKI (2002) Filme que retrata a vida de judeus no gueto de Varsvia

    diante da perseguio nazista. Pelo olhar de um pianista, Wladyslaw Szpilman (o filme baseado em livro de memrias desse pianista), o diretor retoma uma narrativa realista, mostra um retrato cru e fiel do massacre da populao judia na Polnia. Polanski ganhou o Oscar de melhor diretor e a Palma de Ouro em Cannes por este filme.

    o TRIUNFO DA VONTADE, DE LENI RIEFENTAHL (1935)

    A cineasta de Hitler, como ficou conhecida, filmou esse documentrio para o Partido Nazista quando da realizao do Congresso Nacional-Socialista de 1934. A esttica empregada tem sempre como finalidade a grandiosidade, captando a cena de um ngulo que d a dimenso da grandeza do que era o nazismo, para o qual-a aparncia importava muito, pois seu regime era baseado no visual e no impacto. Antes de Hitler fazer seus discursos, um monumental desfile acontecia com gigantescas bandeiras nazistas. Tudo era grandioso e essa sensao foi muito bem captada por essa cineasta que, acusada de propaganda nazista depois da guerra, acabou inocentada.

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    O LONGO CAMINHO PARA CASA, DE MARK JONATHAN HARRIS (1997)

    Vencedor do Oscar de melhor documentrio de 1997, aborda o psguerra pela tica dos judeus. O que aconteceu a eles? Para onde foram? O que os pases vencedores - os Aliados _ destinaram a eles? So questes que

    pouco conhecemos e o que o diretor Mark Harris mostra no nada gratificante aos pases aliados, especialmente Estados Unidos e Inglaterra. Pelo contrrio, relatos de sobreviventes indicam que a vida ps-nazismo no se modificou com a libertao. Os judeus eram alvo de racismo mesmo por parte das tropas americanas. Uma das falas mais marcantes de "O Longo Caminho para Casa", de um sobrevivente, diz que "era melhor ser um alemo derrotado do que um judeu libertado".

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  • Nos BRA os DE ESTRANHOS, DE MARK JONATHAN HARRIS (2001)

    Outro documentrio premiado do mesmo diretor de "O Longo Caminho para Casa" abordando os judeus e o nazismo. Aqui, atravs de arquivos fotogrficos e depoimentos de sobreviventes, Harris mostra a trajetria de 10 mil crianas judias que fora tiradas da Alemanha e levadas para lares e orfan tos britnicos. As histrias dessas pessoas esto entrecortadas pela narrao "em off" de Judi Dench. Venceu o Oscar de melhor documentrio de 2000.

    ARQ ITET RA DA DESTRUiO, DE PETER COHEN (1994)

    O filme ressalta a importncia que a arte teve para a propagao do pensamento e dos intuitos de Hitler, cujo princpio geral era embelezar o mundo, limpar tudo, o que inclua a elimin o de um povo, no caso os judeus, considerados uma raa inferior. A marcha de Hitler sobre Paris aps a capitulao desta exemplar. Amante das artes, Adolf Hitler visitou todos os pont s tursticos da capital francesa, como o Arco do Triunfo e o Mueu do Louvre. Ao mesmo tempo, a admirao pelas artes faz contraponto aos campos de concentrao, mostrando dois po tos essenciais do movimento - a busca da beleza e da perfeio e a d struio.

    o GRANDE DITADOR, DE CHARLES CHAPLIN (1940)

    O primeiro filme falado de Charles Chaplin tornou-se tambm uma das obras mais significativas contra o nazismo e o autoritarismo em geral. Aqui, Chaplin interpreta dois papis opostos - o de um barbeiro judeu perseguido por tropas de choque e o

    de um itador chamado de Hynkel. Uma stira a Adolf Hitler, tem cenas marcantes, como a de Hynkel (Chaplin) danando com o lobo c mo se fosse um balo e o discurso final de redeno do p rsonagem.

    CRC.1JLO DE FOGO, DE JEANJACQUES ANNAuD (2001)

    A trama se passa em Stalingrado, quando os alemes esto atacando a cidade e impingem artilharia pesada contra os russos. Estes, por sua vez, esto numa guerra de resistncia que terminaria com a expulso dos alemes e posterior contra-ofensiva que levaria os Aliados vitria. Dentro da resistncia,

    h um exmio soldado atirador, Vassili Zaitsev, tido como grande heri russo. Sua fama estava mantendo vivas as esperanas da popula -oe, diante disso, os nazistas resolvem enviar seu melhor atirador para acabar com Vassili. A partir da, uma perseguio de gato e rato se faz entre os destroos da cidade.

    5P R.f:l\;UOSDAACADEMIA O RESG ATE DO,![oiiiliRItR'lm's;;;;;;s,:l CONCORRNCIA DESLEAL, DE ErrORE SCOLA (2001)

    ..w.-:=.;:;:; Na Itlia fascista de 1930, s

    vsperas de estourar a guerra, dois comerciantes vizinhos - um catlico e outro judeu - brigam pelos cliente) em divertidas concorrncias. Mas tudo vai se transformando e ambos vo criando uma forte amizade quando o regime de Mussolini vai apertando

    o cerco contra os judeus at sua expurgao final. Um filme excepcional para ver como a perseguio aos judeus acontecia no cotidiano e no apenas durante a guerra.

    PEARL HARBOR, DE MICHAEL BAV (2001) Uma superproduo que, como o nome indica, retrata o

    ataque areo japons base naval americana de Pearl Harbor. O ataque foi o estopim para a entrada na Segunda Guerra Mundial da maior potncia at ento, fato que foi decisivo para a vitria aliada contra o Eixo. Produo ufanista norte-americana, talvez traga o retrato mais fiel do que deve ter sido o bombardeio a Pearl Harbor. As cenas so incrivelmente realistas.

    SENTA A PUA!, DE ERIK DE CASTRO (2000)

    Documentrio brasileiro que rene depoimentos de pilotos brasileiros que foram combater o Eixo na Itlia em 1944. Estiveram na Europa 49 pilotos e 417 homens de apoio. No filme, eles contam histrias e dramas que viveram desde os treinamentos nos Estados Unidos at a volta para o Brasil.

    50 Grandes Ld res da Histria

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