GrandesLideres Hitler

50

Transcript of GrandesLideres Hitler

Page 1: GrandesLideres Hitler
Page 2: GrandesLideres Hitler

nJ.:)

I

Ed.72

, ,

I ".

I I ,

Ed.22

Confira nossa PROMOÇÁO

de lançamento!

ed.l.5 ~Ed.5

; I Ed.15

i' J 1".

1 "'" f<l,~ ~."I'O'"

www.cine-master.blogspot.com

Page 3: GrandesLideres Hitler

QUEM FOI HITlERP Numa das conversas aqui na redação, o repórter Luiz Alberto Moura disse

o seguinte: "Já imaginou se, durante a Primeira Guerra Mundial, alguém tivesse acertado o então mero soldado Adolf Hitler? Com certeza, o mundo hoje seria outro". E seria mesmo. Depois do final da Segunda Guerra Mundial, que foi incitada por Hitler, o mundo foi praticamente dividido em dois, cada parte cabendo a uma das potências que se firmaram com o fim do conflito: EUA e URSS. Teve início a Guerra Fria e aí tudo foi se desenrolando até chegar à configuração do planeta atualmente.

Éfato que Adolf Hitler foi uma pessoa decisiva para o século em que vivemos. Sua figura pessoal, sua vida pública, seus atos, tudo é absurdo e intrigante. Ele promoveu uma das maiores atrocidades de que se tem notícia na história da humanidade com o apoio (mesmo que, em muitos casos, passivo) de milhões de pessoas que acreditaram em suas idéias racistas e autoritárias. Mas como ele conseguiu incitar as massas a acreditarem numa idéia tão radical, a crerem na superioridade absoluta de uma raça e na necessidade da exterminação de outra?

Costumo dizer que Hitler era um gênio do Mal, pois, analisando friamente, percebe-se que ele e sua "equipe" conseguiram manobrar populações com artimanhas muito eficazes a partir de idéias inconsistentes que não encontravam respaldo lógico. Eé repugnante perceber que ele conseguiu levar a cabo suas intenções, matando milhões de pessoas, especialmente judeus inocentes, e praticando um dos crimes mais repulsivos da história.

Hitler é, portanto, uma figura que jamais pode ser esquecida para que todos nós, seres humanos, lembremo-nos do que nossa espécie é capaz de fazer e jamais repitamos episódios como foram a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto.

Confira a seguir a trajetória de Adolf Hitler, competentemente esmiuçada por Lucas Pires, que se debruçou durante meses sobre diversas fontes para trazer até você uma visão ampla de como foi e o que significou a existência de Adolf Hitler para a história da humanidade.

Um grande abraço,

kt2k,redacao@editoraonli~

www.cine-master.blogspot.com

Page 4: GrandesLideres Hitler

11::-- SUMÁRIO

INFÂNCIA, FAMíLIA E ADOLESCÊNCIA O pai, a mãe e a vida de Hitler até sua ida para Viena

05

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL A participação de Adolf Hitler na guerra e o princípio

da ideologia nazista

10

ASCENSÃO DO PARTIDO NAZISTA A entrada do futuro Führer para o partido

e o crescimento da ideologia

16

PREPARATIVOS PARA A GUERRA O cenário que se armou para que a Segunda

Guerra Mundial acontecesse

22

A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL As alianças, as lutas e os horrores do período

28

A POLÊMICA MORTE O que se diz a respeito das mortes de Hitler e Eva Braun

34

HERANÇA DE AUSCHWITZ Holocausto: a "Solução Final"

38

V,DA AMOROSA O lado pessoal de um dos mais temíveis vultos históricos

42

ENTREVISTA: O NAZISMO E O BRASIL Maria Luisa Tucci Carneiro, professora de história da USp, fala

sobre o período Vargas

44

DEMÔNIO ENCARNADO? Quem foi este homem que marcou a história da

humanidade com sangue

46

Gu~ Livros e filmes sobre o tema

48

4 Grandes líder s da História

www.cine-master.blogspot.com

Page 5: GrandesLideres Hitler

Nascido em 1889, filho de Klara e Alais, Adolf Hitler

cre ceu num ambiente familiar dominado pela figura tirânica

do pai e pelo amor à mãe e às artes

.. :~

.'

,1 ••

Por Lucas Pires

Adolf Hitler na infância

A primeira mulher de Alois, Anna Glasl-Horer, era mais

velha que ele 13 anos e já estava doente quando eles se ca­

saram. Quando ela morreu, Alois logo oficializou a união

com a copeira da casa, Franciska Matzelberger, com quem já

vinha tendo um caso amoroso. Alguns historiadores apon­

tam que, mesmo nessa época, a bela e jovem Klara já teria

um relacionamento com o futuro marido. Só que, quando

Alois casou-se com Franciska e ela quis se livrar de Klara,

pois sabia o risco que corria. No entanto, Franciska contraiu

tuberculose e foi se tratar em outra cidade, deixando a casa

para que Alois e Klara pudessem voltar à rotina anterior - de

serviços prestados por ela tanto na casa quanto na cama.

Franciska acabou morrendo também e, enfim, os dois pude­

ram oficializar o casamento no começo de 1885. Mas, para

isso, tiveram que redigir uma petição ao bispo local, pedin­

do permissão para realizarem a união, pois havia um laço

consangüíneo entre eles. O bispo, então, enviou o pedido a

Roma, que concedeu a permissão.

OCAS MENTO Alois era 23 an s mais velho que Klara, filha de um primo­

irmão 'dele. o entanto, antes de se casar com a mãe de Adolf,

Alois fora c.asado outras duas vezes e Klara trabalhava como

empregada em sua casa.

criançé solitaria e independente, de poucos

amigos _ div rsões. Suas leituras baseavam-se

em istárias de guerras e

averturas militares, assuntos que

o fascinaram desde pequeno

o futuro dita ordaAlemanhafoi uma

alar sobre Adolf Hitler é falar sobre o nazismo, e

falar sobre ambos é mexer no que talvez seja a maior prova

de crueldade da qual o ser humano foi capaz, A figura el',ig­

mática e c tivante de Hitler, com seu bigodinho ralo e curto e

gestos firmes enquanto proferia discursos coléricos, conquis­

tou o post de maior representação do Mal de que se tem no­

tícia. O século 20, o século de Hitler, foi o mais sangrento e

abominável da história da humanidade. Portanto, falar dele,

buscar res atar a trajetória desse homem e de suas ações, que

culminaram com Holocausto e seis anos de guerra, é delica­

do e exige responsabilidade. As feridas abertas pelo nazismo

continuam sem cicatrizar, tanto na Alemanha, quanto em ju­

deus ou q alquer ser humano consciente do que foi a Segun­

da Guerra Mundial. Talvez elas nunca cheguem a fechar, tal­

vez algum dia cicatrizem, mas suas marcas não se apagarão,

Eis o intuit de to a cicatriz - permanecer para sempre relem­

brar. Eis por que estudamos a História.

As atrocidades cometidas por Adolf Hitler são o lado mais

conhecido desse austríaco nascido em Braunau, próximo à di­

visa com a lema ha, no dia 20 de abril de 1889. Era filho da

jovem Klar Pôlzl, de 28 anos, com Alois Hitler, que tinha mais

de 50 anos e estava prestes a se aposentar. A história da união

deste casal é curiosa.

~ ~~

~~Da vila de Braunau a Viena,

UMA INFÂNCIA CONTURBADA

1-,

~} ".--'

.. "'(

www.cine-master.blogspot.com

Page 6: GrandesLideres Hitler

Klara Hitler era 23 anos mais nova que omarido e tinha Adolf como seu

filho predileto

o PERFIL DOS PAIS Alois Hitler era funcionário público e trabalhava como inspe­

tor-chefe num escritório alfandegário. Como seu emprego exigia

viagens costantes, a mudança de endereço tornou-se rotina para

a família. Na década de 1890, de Braunau, onde nascera o filho

Adolf, a família Hitler mudou-se para Passau, na Alemanha, pas­

sando por Halfeld, Fischlham, Lambach e Leonding, todos pe­

quenos vilarejos na região da cidade de Linz, onde se estabelece­

ram em definitivo com a aposentadoria de Alois. Adolf Hitler, em

"Minha Luta", relembra a trajetória do pai com admiração, ape­

sar de não querer para si a mesma vida no funcionalismo público,

algo que geraria enormes desavenças entre pai e filho. Confira o

que Hitler escreveu sobre o pai: " ... o jovem de dezessete anos,

insistiu na sua resolução e tornou-se funcionário público. Depois

de vinte e três anos, creio eu, estava atingido o seu objetivo. Pa­

recia assim estar cumprida a promessa que o rapaz havia feito,

isto é, de não voltar para a aldeia paterna sem que tivesse me­

lhorado de situação". Enquanto isso, a mãe, Klara, estava "ab­

sorvida nos afazeres domésticos e, sobretudo, sempre dedicada

aos cuidados da família" .

Historiadores reforçam a

relação confiituosa de Hitler com

seu pai, tido como um tirano, que

impunha a lei e a ordem sob castigos físicos.

Relatos de SU rras que Adolf teria levado do

pai na infância são freqüentes e muitos usam

esse trauma para explicar a

psique maligna que Hitler

viria a desenvolver

EDUCAÇÃO RíGIDA E MORTE DOS PAIS Numa típica família alemã, a educação dada aos filhos era a

mais rígida e dura possível. Klara deu à luz outros dois filhos an­

tes de Adolf, Gustav e Ida, que morreram com poucos meses de

vida por causa de difteria. Quando Adolf tinha cinco anos, nas­

ceu Edmund, que também não resistiu e morreu de sarampo, e,

dois anos depois, Paula, que se tornou a única irmã por parte de

pai e mãe viva de Hitler (com Franciska, Alois havia tido dois fi ­

lhos - Alois Jr. e Angela).

O futuro ditador da Alemanha foi uma criança solitária e

independente, de poucos amigos e diversões. Suas leituras ba­

seavam-se em histórias de guerras e aventuras militares, coi­

sas que o fascinaram desde pequeno. Em "Minha Luta", ele

relembra que sua leitura favorita na infância era compos­

ta pelos dois volumes de uma revista ilustrada que falava da

guerra franco-alemã, ocorrida em 1870-71 (guerra em que

Bismarck, então chanceler alemão, unificou a Alemanha e inau­

6 Grandes líderes da História www.cine-master.blogspot.com

Page 7: GrandesLideres Hitler

-'

JÍ.

..,

..

gurou o II Reich). "Daí em diante, eu me entusiasmava cada

vez mais por tudo ue, de qualquer modo, se relacionasse com

a guerra OL com a vida militar".

A autoridade paterna prevalecia sempre e as decisões de

Alois eram incontestáveis. Historiadores reforçam a relação

conflituosa de Hitler com seu pai, tido como um tirano, que

impunha a lei e a ordem sob castigos físicos. Relatos de surras

que Adolf, que m is tarde assassinaria milhões de judeus, teria

levado do ai na i fância são freqüentes e muitos usam esse

trauma para explicar a psique maligna que Hitler viria a desen­

volver. Est dos de psicologia sobre o efeito de quando adultos

dão surras em crianças trazem a história de Hitler como mode­

lo, como o exemplo extremo a que esta educação, chamada de

"educação destrutiva", pode chegar.

Em contrapartida, o próprio Hitler não fala de ter apanhado

do pai. Diz apenas sobre brigas e discussões com ele, mas não relata nenhum c so de castigo físico.

que, logo de começo, pouca esperança de cura oferecia. Não

obstante, isso atingiu-me atrozmente. Eu respeitava meu pai,

mas por minha mãe tinha verdadeiro amor", recorda Hitler no

final do primeiro capítulo de "Minha Luta". Sozinho na cida­

de grande, sem a mãe, ele, enfim, teria de encarar a vida com

os próprios punhos.

VIENA E AS ARTES Outro golpe que marcou a decepção de Adolf Hitler com

a vida foi a sua reprovação na prova para ingressar na Aca­

demia de Belas-Artes em Viena. Crendo que seria facilmente

admitido, pegou a herança deixada pelo pai, retirada quando

completou 18 anos, e rumou para a capital austríaca ao lado -­do único amigo que tinha em Linz: August Kubizek. O deslum­

bramento inicial de Hitler com a cidade deve ter sido o oposto

da miséria e da fome com que passaria seus próximos anos no local. Ele mesmo escreveu que Viena va­

Sua maior discussão com o pai aconte­ lia a ele "como uma viva lembrança dos Para AdOIf Hitl e r, a perda ceu quand ,aos 11 anos e diante de um mais tristes tempos da minha vida. Cinco

talento pai a o d senho, Hitler decidiu - anos de misérias e de sofrimentos, eis oda mae seria comparável a que seria pintor. m artista! Essa postu­ que significa a minha estadia nessa cida­

ra era demais para um rígido educador e outro evento que marcaria sua de de prazeres" .

conservadc.r como Alois, para quem sua Viena vivia sua "belle époque", com decepção com a vida: o não­própria vida era o exemplo a ser seguido a efervescência cultural e artística e ca­

ingresso naAcademia depelo filho. A autondade e a vontade do fés, óperas e concertos às margens do

pai de que o filho fosse também funcio­ Danúbio. Era um centro cultural compa­Belas-Artes em Viena nário públi:o iriam se opor à rebeldia e rável a Paris, uma metrópole com cerca

ao sonho 00 menino de ser pintor. Conta Hitler: "Pela primei­

ra vez na v da fui, ai chegado aos onze anos, forçado a fazer

oposição. Por mais firmemente decidido que meu pai estivesse

·na execução de s s planos e propósitos que se formara, não

era menor a teimosia e a obstinação de seu filho em repelir um

pensamento que pouco ou nada lhe agradava. Eu não queria

ser funcionário público".

Segun o Hitler, essa decisão fez com que seu pai ficasse

contra ele, torna do-se cada vez mais irritado. No entanto,

Adolf não se refere nunca a agressões fisicas. Contrariado, aca­

bou se desinteressando em definitivo pelos estudos que não

estivessem ligados às artes. Isso culminou com o abandono da

escola dois anos depois da morte do pai, aos 15 anos. Além do

seu desinteresse, ma infecção pulmonar o derrubou, e o mé­

dico receitou que ficasse um ano sem ir à escola.

A morte do p i, em 1903, não foi dolorosa como a perda

da mãe quatro anos depois, em dezembro de 1907. O faleci­

mento de i</ara pegou Hitler de surpresa, que estava restabele­

cido em Viena desde setembro do mesmo ano. Klara teve um

câncer no seio e, desesperado, Adolf contratou os serviços mé­

dicos de E mund Bloch, médico judeu famoso e que cobrava

a/tos honorários. Diante do sofrimento da paciente, o médico

sugeriu tratar as feridas com gazes embebidas em iodo. Aler­

tou que isso pod ria, como efeito colateral, envenenar a pa­

ciente. Hitler aceitou o risco e Klara foi tratada, morrendo em

seguida ef tivamente por intoxicação de iodo. Sua morte era

tida como certa, mas o tratamento a antecipou. O transtor­

no que to ou conta da mente do filho órfão foi imenso. "A

sua morte se deu epois de uma longa e dolorosa enfermidade

de 2 milhões de habitantes. Mas o lado bom da cidade contras­

tava com milhares de desempregados. E mesmo os que tinham

uma ocupação trabalhavam para a mera subsistência. Assim,

uma massa de vagabundos e delinqüentes pairava pelas ruas

vienenses, configurando uma mistura de raças que possibilita­

ria a Hitler o estudo e a formação de sua personalidade e ide­

ologia racistas.

Depois da primeira recusa de admissão na Academia de Be­

las-Artes, aconteceu outro fracasso. Adolf Hitler foi até a escola

www.cine-master.blogspot.com

Page 8: GrandesLideres Hitler

- ~ ..<,"'.' "

questionar os motivos e ouviu do diretor que sua vocação era

para a arq itetura, não para a pintura e o desenho. De fato, as

pinturas de Hitler de edifícios eram primorosas, mas as que exi­

giam carac.terização humana ficavam muito a dever. "Estava

'. tão conve cido do êxito do meu exame que a reprovação que

. me anunciaram feriu-me como um raio que caísse de um céu

sereno", r cordaria ele depois. Assim, aquele jovem desiludido

estava livre e sem ocupação na capital do império.

Até os 21 anos, Hitler recebia uma pensão de órfão, com a

qual mal conseguia comer. Quando chegou de Linz, ele e Kubi­

., zek alugaram um quarto de pensão, mas, após a morte da mãe

e uma visita do amigo aos pais, Adolf deixou a pensão e desa­

pareceu na mass vienense, não dando mais notícias ao ami­

go. Nesse tempo em que passou perambulando, sem residência

ou ocupação fixas, Hitler fez de tudo um pouco: foi ajudante

de operário e carregador de malas na estação, removeu neve

e pintou uadro. Ele e um conhecido fizeram parceria num

negócio: dolf pintaria pequenos quadros e cartões-postais e

Reinhold Hanish, o tal conhecido, os venderia em cafés, óperas

e igrejas. Mas a parceria não durou muito, pois Hanish sumiu

com um dos quadros, deixando Hitler furioso.

Nesse ínterim, Adolf foi tendo contato maior com livros e

com as idéias anti-semitas, além de periódicos que ressalta­

vam a raça ariana e colocavam a mistura racial como o grande

problema do Império Austro-Húngaro. Tudo ajudou a moldar

seu pensamento. Em Viena, Hitler descobriu os dois perigos

que tinham "horrível significação para a existência do povo

germânico": o marxismo e o judaísmo. Seus cinco anos na ci­

dade, até 1912, fariam com que consolidasse seu ódio à de­

mocracia (" Émais fácil um camelo passar pelo fundo de uma

agulha do que ser descoberto um grande homem por uma

eleição"), ao governo imperial dos Habsburgo ("Se o Parla­

mento nada valia, menos ainda valiam os Habsburgo"), aos

posteriores socialistas, sindicalistas e a todas as raças que não

fossem arianas. A ideologia nazista estava formada. Era ques­

tão de tempo para ele a pôr em prática.

www.cine-master.blogspot.com

Page 9: GrandesLideres Hitler

www.cine-master.blogspot.com

Page 10: GrandesLideres Hitler

Por Lucas Pires

estadia de Hitler em Viena acabou em maio

de 1912, quando ele se mudou para Munique, a metrópole das

artes alemã. Há dois motivos de sua partida: o ainda sonho de

ser artista e a fuga do alistamento militar. Como o montante de

desempregados e desocupados em Viena era enorme naquela

época, o governo austríaco resolveu garimpar os pendentes

com o serviço militar, e Hitler era um dos que não havia se alis­

tado. Com a polícia em seu encalço, foi para a Alemanha a fim

de evitar servir um governo que odiava. Em "Minha Luta", ele

escreveu que foi atraído para Munique porque era uma cidade

alemã, livre da mistura de raças que ele havia presenciado em

Viena, e que contava com uma vida artística agitada. De fato,

Hitler co sidero o período em que viveu em Munique, até es­

tourar a guerra, o mais feliz de sua vida.

Mas nem mesmo a fuga foi capaz de evitar a polícia aus­

tríaca. Oito mes s depois de sair de Viena, Adolf foi localizado

e preso como d sertor. Em vez de ser enviado a Linz, acabou

levado para Salzburgo, onde foi examinado e liberado do ser­

viço militar por s r considerado inapto para atividades militares.

Devido à vida penosa dos últimos anos, seu físico não era avan­

tajado ne forte e, por isso, concluíram que ele era fraco de­

mais para carregar armamentos pesados. Assim, Hitler voltou

para Mu ique livre de qualquer pendência com o Império

Austro-HG ngaro.

Desse evento até o início da Primeira Guerra Mundial, pas­

sou-se menos de um ano, período em que ele viveu de quadros

vendidos nas ruas e de pequenos biscates. A rotina de quartos

de pensão sujos e baratos era compensada pela leitura de jor­

nais anti-semitas, livros sobre política e panfletos que falavam

da conspiração judaica contra o mundo. Um deles, o mais fa­

moso até hoje," s Protocolos dos Sábios de Sião", parece ter

sido seu c mpanheiro de cabeceira.

Hitler viveu assim até que chegou a notícia de que o ar­

quiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do Império Austro­

Húngaro, tinha sido assassinado por terroristas sérvios em Sa­

rajevo. Em julho de 1914, o Império declarava guerra à Sérvia.

Era o início da Primeira Guerra Mundial.

PARTIC PAÇ O NA PRIMEIRA GUERRA OS europeus já esperavam por uma guerra, mas os alemães

a desejavam, tanto que Hitler e toda uma multidão vibraram

entusiasmados na Praça Odeon, em Munique, quando a Ale­

manha declarou guerra à França. A nação germânica uniu-se

aos austría os contra a Sérvia, que teve ao seu lado a Rússia e a

Europa Ocidental. Logo o incidente original - Sérvia versus Im­

pério Austro-Húngaro - ficou em segundo plano. A luta era por

território e tre um poder imperial alemão e o resto da Europa.

A possibilidad de fazer parte de um momento histórico

alemão e, mais ainda, de uma conquista grandiosa como a que

pretendia a Alemanha fez com que Hitler logo se apresentasse

como volu tário. Pela Áustria, ele fora dispensado e nem to­

maria a iniCiativa de lutar por um governo que o causava oje-

Logo após ter feito seu requerimento

para ser soldado, Hitler foi aceito e

incorporado ao ,160 Regimento de Infantana da Reserva da Baviera.

Alguns meses depois, partiu junto a

seus companheiros para o

front ocidental

riza, mas, pelo país alemão, pela glória da pátria que ainda não'

era sua (pois ainda não era um cidadão alemão), ele estava dis­

posto a dar a vida se necessário. "Começou então para mim,

como provavelmente para todos os outros alemães, a mais

inesquecível e a maior época da minha vida. Com orgulho e sau­

dade, recordo-me das primeiras semanas daquela luta heróica

do nosso povo, na qual graças à benevolência do destino, me

foi dado tomar parte", escreveu Hitler sobre esse momento.

Logo depois de ter feito o requerimento para ser solda­

do, Adolf Hitler foi aceito e incorporado ao 16° Regimento de

Infantaria da Reserva da Baviera. Alguns meses depois, partiu

junto a seus companheiros para o front ocidental e lutou em

diversas batalhas, como o desastre de Ypres (quando, de 3.500

soldados, apenas 600 sobreviveram) e as batalhas em Tourco­

ing e em Neuve Chapelle. Foi tido como soldado valente e es­

forçado, chegando a ser promovido a cabo. Mas daí não pas­

sou devido à sua condição de austríaco (ou seja, não-alemão)

e por diversos ferimentos que havia sofrido. Em 1916, no dia 7

de outubro, Adolf foi ferido na perna e ficou na reserva por al­

guns meses até que voltou à frente de batalha no ano seguinte.

Trabalhando como mensageiro, isto é, levando e trazendo men­

sagens entre os diversos centros de batalha, Hitler esteve sem­

pre exposto ao ataque inimigo, mas nunca deixou de cumprir

seu dever, até mesmo salvando diversos companheiros que en­

contrava pelo caminho. Em 14 de outubro de 1918, em uma

de suas incursões, ele foi atingido por bombas de gás mostar­

da inglesas que o deixaram cego temporariamente. Sofreu um

colapso e acabou internado no hospital militar de Pasewalk,

de onde ouviu a informação, em 11 de novembro, de que a

grande nação alemã perdera a guerra e se rendera.

o COMEÇO DO ÓDIO Em 1918, Hitler recebeu por duas vezes a Cruz de Ferro,

uma condecoração de reconhecimento pelos valores em guer­

ra. Mas seu esforço pessoal não se refletiu em avanço alemão.

Quando estava na reserva no hospital próximo a Berlim, Adolf

ficou cada vez mais convencido de que teria havido um boicote

judeu comunista dentro da própria Alemanha. Ele chamou isso

de propaganda inimiga, desencadeada pela imprensa semita

que propagava um fim trágico à Alemanha e a culpa do Kai­

ser. Desenvolveu maior ódio aos judeus por crer que eles, den­

tro do esforço de guerra alemão, foram, aos poucos, tomando

conta de toda a produção e de todos os negócios do país. Isso

Grandes líderes da História II www.cine-master.blogspot.com

Page 11: GrandesLideres Hitler

France Presse

"

~ ''''I,

-.'.~~ <..-" -.......... ...

Soldados franceses decarregando caminhões perto do campo de batalha de Verdun, no leste da França, em 1916

itL..... r acreditava que os judeus, dentro do esforço de guerra alemão, teriam, , . ao' poucos, tomado conta de toda a produção e de todos os negoClos do país.

Is o foi interpretado como traição por ele quando 400 mil trabalhadores berlinenses entraram em greve pedindo o fim do conflito

foi interpretado como traição por Hitler quando 400 mil trabalha­

dores berlinenses entraram em greve pedindo o fim do conflito.

Os tratados de paz entre os países aconteceram ao lon­

go de t do o ano de 1919, mas o mais importante foi o assi­

nado n dia 28 de junho: o Tratado de Versalhes, acordo que

foi fech do entre as potências ocidentais vitoriosas no conflito,

França e Grã-Bretanha, com respaldo dos Estados Unidos, que

logo saiu de cena. À Alemanha foram impostas punições que,

sem dú ida, seriam o motivo latente da Segunda Guerra Mun­

dial. Sob o argumento de que aquela nação era a única respon­

sável pela eclosão da guerra, as maiores limitações recaíram

à Alem nha, para não permitir que o país crescesse e se tor­

nasse n vamente forte. A nação alemã estava privada de man­

ter marinha e força aérea efetivas; teria o exército limitado ao

máximo de 100 mil homens; teria parte de seu território ocu­

pado militarmente; e veria a extinção dos direitos sobre suas

até enCo colônias ultramarinas, que ficariam sob os domínios

britânic , fran ês e japonês. Além disso, a Alemanha perdeu

territórios, como parte da região leste (que ficou com a Polô­

nia), da Alsácia-Lorena, que voltou para a França, e teve de

pagar i denizações de guerra exorbitantes.

11 Grandes líderes da História

Sob instigação do então presidente norte-americano

Woodrow Wilson, foi criada a Liga das N'1-ções, com o objeti­

vo de negociar e solucionar pacificamente qualquer conflito que

pudesse ocorrer no cenário internacional dali pra frente. Sediada

em Genebra, a organização teve participação discreta no decor­

rer da década de 1920, mas não foi muito eficiente em razão da

pr6pria recusa dos Estados Unidos de se juntar à Liga.

No começo de novembro, antes mesmo de ter sido assi­

nada a paz com as potências ocidentais, o estado alemão ficou

em convulsão com rebeliões e tentativas de revolta. Diferentes

facções políticas disputavam o poder e entre elas havia comuni­

stas que queriam um regime semelhante ao soviético e aqueles

que desejavam a manutenção do governo imperial. Mas nenhum

deles prevaleceu: Guilherme II, o Kaiser, foi obrigado a renunciar,

deixando o cargo de chanceler para Friedrich Ebert. A República

foi proclamada e, em janeiro de 1919, um complô comunista foi

esmagado, culminando com a morte de dois de seus líderes: Karl

Lirbknecht e Rosa Luxemburgo. Berlim estava ainda um caos,

com trabalhadores armados pelas ruas, quando mudaram a

capital da nova república para Weimar. O exército que sobrou da

guerra passou a ser responsável pela contenção de revoltas.

www.cine-master.blogspot.com

Page 12: GrandesLideres Hitler

France Pre!se

ENCO TR COM O PARTIDO NAZISTA Hitlel voltou a Munique em março de 1919, depois de ter

atuado como guarda em um campo de concentração de presos

russos na cidade de Traunstein. Ainda pertencente ao corpo

militar, f i designado para a comissão de inquérito do exér­

cito para buscar suspeitos de ligação com o comunismo. Fez

um curso de instrução política para se tornar oficial instrutor,

cuja função era proferir palestras promovendo o nacionalismo

e condenando o comunismo. Em seguida, passou a integrar o

corpo de espionagem do exército, trabalhando como espião em

reuniões de movimentos revolucionários e de esquerda. Muitas

das inves1igações não passavam de reuniões de amigos que se

juntavam para beber e desabafar em alguma das várias cerve­

jarias de Munique. No entanto, foi num desses encontros que

a vida de Hitler udou radicalmente, deixando para trás uma

vida de s Idado para se tornar um carismático político.

As h milhações impostas à Alemanha pelo Tratado de

Versalhes marcariam toda a carreira política de Hitler na

década de 1920. Seus objetivos, a partir dali, eram reverter

o quadro, vingar os traidores da pátria, que deixaram a Ale­

manha ser derrotada, e recuperar a glória da nação de Bis­

marck. Essa idéia era demasiadamente forte em Hitler, que

se negava a acreditar numa derrota militar alemã sem a

cooperação interna de judeus e comunistas, que teriam mina­

do a resistência civil e propagado uma paz que desencadeou na

humilhação da nação. Em "Minha Luta", Hitler descreveu um

cenário inteiramente favorável à Alemanha no fim da guerra,

afirmando que a vitória estaria muito próxima se não fosse a

Exército norte-americano sob o comando do gen ral John Pershing

Grandes líderes da História 13

www.cine-master.blogspot.com

Page 13: GrandesLideres Hitler

• • • • •• • •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • ••

?

atuação interna de judeus, que buscavam domínio sob o capi­

tal inter o, e d s comunistas. Rapidamente, difundiu-se a teo­

ria da "punhalada nas costas", que nada mais era do que essa

idéia fixa de Hitler de que o exército alemão fora derrotado

não pel s inimigos de armas, mas pela traição de indivíduos em

seu próprio território, isto é, por judeus, socialistas e comunis­

tas. Segundo ele, "a derrota foi o primeiro resultado catastró­

fico visí el, por parte do povo, de um envenenamento moral,

que consistia no enfraquecimento do instinto de conservação,

resultante da pr paganda de doutrinas (oriundas de grupos ju­

daicos e marxistas) que, há muito, vinham minando os funda­

mentos da nação e do Império".

Em 12 de setembro de 1919, Adolf Hitler fora designado a

espionar um grupo que se chamava" Partido dos Trabalhadores

Alemãe ". Era apenas a reunião de alguns homens na cervejaria

Sternecker sob a liderança do fundador do partido, Anton Drex­

ler. Hitler descreve que, no encontro, houve um debate livre de

idéias e que, como ele não agüentou o discurso de um dos ora­

dores, que pregava a separação da Baviera da Alemanha, pe­

diu a pa avra e falou sua opinião sobre um dos temas que mais

o fascinava: a união dos povos germânicos (sob essa desculpa

Hitler iria anexar a Áustria em 1937 e invadir a Tchecoslováquia

no ano seguinte). O homem a quem Hitler se dirigia foi em­

bora antes mesmo que terminasse sua fala. O futuro Führer

Adolf Hitler recebeu, no quartel do 2°

Regimento de Infantaria, onde dOI"mia num quarto

na companhia de camundongos, um

cartão-postal anunciando que ele fora aceito como sócio do Partido dos Trabalhadores Alemães

foi muito aplaudido e cumprimentado por todos (não mais que

20, 25 pessoas). Uma semana depois disso, Hitler recebeu,

no quartel do 2° Regimento de Infantaria, onde dormia num

pequeno quarto na companhia de camundongos, um cartão­

postal anunciando que ele fora aceito como sócio do Partido

dos Trabalhadores Alemães. Na carta, marcavam uma reunião

para a ratificação de sócio. Em dúvida quanto a aceitar o con­

vite ou não, Hitler acabou sendo o sétimo sócio do futuro Par­

tido Nazista. "Eu não pensava em entrar para um partido or­

ganizado e sim em fundar o meu próprio partido", escreveu

ele. De fato, Hitler entrou para um partido organizado, mas

logo tratou de transformá-lo em seu partido. Em poucos me­

ses, o partido seria ele.

A GRANDE GUERRA, O INíCIO DE TUDO

Tudo que o homem já havia enfrentado em termos bélicos

e militares, a Primeira Guerra Mundial superou em todos os

nivei~. Pela primeira vez na história, estourava uma guerra

considerada mundial, pois envolvia todas as grandes potên­

cias, em especial os Estados europeus, com exceção de Es­

panha, Paises Baixos, Suiça e Escandinávia. O Japão também

ent!' u na guerra, assim como os Estados Unidos e o Canadá.

E mais: indianos e africanos foram enviados para combater

na Europa.

A novidade dessa guerra não se resume ao fato de ter sido

global, mas também por sua crueldade e pelo uso de armamen­

tos otados de alta tecnologia. Foram utilizados, pela primei­

ra vez, submarinos, armas voltadas para bloquear o abaste­

cimento do exército inimigo e matá-lo de fome, aeroplanos e

tanques (não muito eficientes, mas aperfeiçoados na Segunda

Guerra Mundial). Além das ferrovias surgidas no decorrer do

século 19, estradas haviam sido construidas efacilitavam a lo­

comoção de tropas, assim como veiculas movidos a gasolina.

As a mas de infantaria também impressionavam: os britânicos

carregavam rifles que podiam atingir um homem a 800 metros

de distância. metralhadoras que atiravam 600 tiros por minu­

to e canhões pesados que chegavam a acertar alvos distantes

mai~ de 10 km. Pela primeira vez na história, uma guerra apre­

sentou mais mortos decorrentes da ação do inimigo do que por

doenças. Nos quatro anos que durou a guerra, cerca de 5 mil

homens morreram diariamente.

Mas o maior pesadelo estava nas trincheiras, na

frente ocidental. Eram buracos cavados no chão protegi­

dos por sacos de areia em que homens se movimentavam

enfrentando fome, frio, chuvas, doenças e o medo da morte

a qualquer momento. Frente a frente com o inimigo, sair

da trincheira era morte certa. As tentativas de tomada de

posição adversária foram quase sempre massacres, como

o de Verdun, em 1916, quando uma ofensiva alemã que

envolveu 2 milhões de soldados acabou perdendo metade

deles. O historiador inglês Eric Hobsbawm, maior autori­

dade do século 20 viva, em seu livro "Era dos Extremos: O

Breve Século XX", descreve como se deu a guerra de trin­

cheiras: "Milhões de homens ficavam uns diante dos ou­

tros nos parapeitos de trincheiras barricadas com sacos de

areia, sob as quais viviam como - e com - ratos e piolhos.

De vez em quando, seus generais procuravam romper o im­

passe. Dias e mesmo semanas de incessante bombardeio de

artilharia 'amaciavam' o inimigo e o mandavam para baixo

da terra, até que no momento certo levas de homens saiam

por cima do parapeito, geralmente protegido por rolos e

teias de arame farpado, para a "terra de ninguém ", um

caos de crateras de granadas inundadas de água, tocos de

árvores calcinadas, lama e cadáveres abandonados, e avan­

çavam sobre as metralhadoras, que os ceifavam, como eles

sabiam que aconteceria".

14 Grandes Líderes da História

www.cine-master.blogspot.com

Page 14: GrandesLideres Hitler

Grandes Líderes da História 15

www.cine-master.blogspot.com

Page 15: GrandesLideres Hitler

www.cine-master.blogspot.com

Page 16: GrandesLideres Hitler

www.cine-master.blogspot.com

Page 17: GrandesLideres Hitler

www.cine-master.blogspot.com

Page 18: GrandesLideres Hitler

www.cine-master.blogspot.com

Page 19: GrandesLideres Hitler

www.cine-master.blogspot.com

Page 20: GrandesLideres Hitler

5 O IGENS DO MAL EM HITLER

D 'ntro dL literatura que marcou os estudos sobre Hitler,

um dos temas mais suscitados é aquele cuja pretensão é expli­

car as L rigens do anti-semitismo assassino do Führer. Diversos

autores apoiaram-se emfatos da vida dele, muitos duvidosos ou

pouco (ríveis, e em muitas conjecturas para transformá-lo no

Mal em amado.

As razões para seu comportamento são diversas, mui­

tas abs Irdas ( cómicas, mas nenhuma traz uma explicação

satisfatúria. Alem do motivo citado anteriormente sobre um

possívei sangue judeu vindo do avó, uma das razões mais comu­

mente citadas é aquela que coloca a educação excessivamente

rígida n'cebida por Adolfcorno motor-propulsor de seu mal. Seu

pai seric um tirano inconseqüente que surrou por diversas vezes o

filho. A obediência cega seria obrigação e qualquer forma de re­

beldia 0'1 desobediência geraria represálias. A psicologia explica

certas d'sfimções em adultos como seqüelas de castigos físicos e

humilhal'ões quando crianças. Devido à educação destrutiva, as

crianças maltratadas tendem a reprimir e negar todos os maus tra­

tos e agr 'ssões recebidas, pois, caso contrário, elas não resistiriam

à dor. & ÇQ dor seria represada quando adultos em forma de força

destrutiva. Seria deste modo, negando a dor e seus sentimentos,

ou seja, encobrindo mentalmente a verdade a que era submetido,

que Hitlpr teria se transformado no ditadorquefoi e no estopim do

genocídi J, insen~ível a qualquer sentimento de humanidade.

Ouh a explic ção, cujos boatos vinham desde o pré-guerra, é

a teoria da sífilis, a qual alega que Hitler teria adquirido sífilis,

uma do(cnça sexualmente transmissível, com uma prostituta ju­

dia de VIena. Aí estaria a origem do anti-semitismo dele, sendo a

"Soluçãl Final" resultado de efeitos perturbadores na mente do

doente n 1m estágio adiantado da enfermidade. Essa teoria expli­

caria aU mesmo o suposto suicídio da sobrinha de Hitler, Geli

Raubal, em 1931 cam quem ele mantinha uma relação ambígua:

ela teria ~e mat do porque fora contaminada com a sífilis.

Hitler faz a saudação nazista durante a abertura

as Olimpíadas de Berlim, em agosto de 1936

A buscapor um trauma ligado ajudeus nessas explicações é níti­

da e talvez insincera. Muita coisa viroufolclore, outras se perderam

diante do absurdo das divagações. Os judeus são também afonte do

mal de Hitler em outras versões. Além daquele de um judeu sedutor

que engravidou a avó paterna de Adolf, há uma que coloca o mesmo

judeu sedutor, agora um professor de música, que noivou e engravi­

dou Geli Raubal, a sobrinha-amante de Hitler. Diante da descobe­

rta, ele teria forçado Geli a se matar ou mesmo providenciado sua

morte. Seria a dor da perda e a vingança que levariam ao Holocaus­

to. Uma terceira teoria envolvendo osjudeus coloca a culpa nafigu­

ra de um médico desastrado que, por erro ou omissão, teria deixado

que Klara, mãe de Hitler, morresse. Osofrimento pelaperda da mãe,

causadapor umjudeu, seria a explicação para seu anti-semitismo.

Uma das teorias mais cómicas, mas que recebeu certo crédi­

to na década de 1980 é a da mordida de bode. Ela veio à tona

através das memórias de um advogado que defendeu um soldado,

em 1943, acusado de difamação ao Führer. Esse soldado afirma­

va ter sido colega de Hitler na escola na Austria. A difamação em

questão seria a informação de que Adolfnão teria um dos testícu­

los porque fora arrancado por uma mordida de bode. Segundo o

soldado, quando criança, Hitler apostou que conseguiria urinar

na boca de um bode e, na tentativa de ganhar a aposta, o bicho o

teria mordido e arrancado um dos seus testículos. Para reforçar

essa teoria, quando encontrado o cadáver de Hitler carbonizado,

em 1945, constatou-se que ele não tinha o testículo esquerdo. Essa

mordida consistiria nafonte da posterior insanidade do Führer.

Toda essas teorias não passam de buscas de explicação para

algo que talvez não tenha explicação. Ou será que alguém em sã

consciência diria que Hitler matou milhões de judeus porque um

bode o mordeu ou porque um médico judeu deixou acidentalmente

sua mãe morrer? Buscar explicações é típico dos homens, ainda mais

para algo tão abominável quanto o queAdolfHitlerfez naAlemanha.

Mas explicar e entender não pode significar compreender e perdoar.

www.cine-master.blogspot.com

Page 21: GrandesLideres Hitler

------ ---- --------__===>l

tll--- P EPARATIVOS PARA AGUERRA

www.cine-master.blogspot.com

Page 22: GrandesLideres Hitler

www.cine-master.blogspot.com

Page 23: GrandesLideres Hitler

•• • •• • •

II

.. .- ... , ..

.- .. .• I •

• '; r:

.. .. . ..• " , .-. ~

.~ ..•

" ..• " •• • ..• ('

• ... ....r . .... ~ ,.. .. .

/'

• • J' •• ­

,

"

... ...... ., ....

r ·.. ~ ... •

.... .. ti ••

"... , • iii ...

r ..... ~ I' .. ... ...... ." tm1r.:'~./~,~/~[ijJj, ~r-~/.~.:tgjr-::~n·~r-'t~: ;,-/ ... .. .. .... .. , r-

I... ... ••

" ..

www.cine-master.blogspot.com

Page 24: GrandesLideres Hitler

www.cine-master.blogspot.com

Page 25: GrandesLideres Hitler

i -r r

'/;r~ • "'"O:AH''''C-''' r i

, .~ ;'/' r;1 . I, . • : .,. ~ .... '0.. .. •

.-:. M"" ,,,, r ' M -. rI '. ' r-c/' r-" 'r'I',,,',, l/"( I f r-:/1 '..1'/ ,/ / J ,/ ,/ / ,,'./ ".t,.",., / ./ ./',/ ./

r r r J GO'S o<r S-U-,p.rR.1Ó'RIÓA'-Df" AKIA"íA ':, rr rr rr ir " r,- r' rr rr rr rr ,r ,rA ,r.......;I.I/f;#'·l-ry.: LH\ E E KI 1M, ' ':.' 'n~ista:.era~sar ~ eve!.lto e~mojJmar"prpp~gan~a p~ítica::.e

, :/,' . ./ Em ,~93 'J.r ano~de ~stoU;la' dp,.-secJe·1:lo'srjbg,osl olíl'l1j:>i-rr " ideólógiéa do' movímento ',qJe précoAizava'á s-uperierídaclé í /::;/< . cos de t93~óCÕI'(ComifêOlínlp'.ico Interriaclõnalf-op-":: ./ da:raçá=-ariaA.a, ~, ~'- ./ ~,

• • I . I / /./ Y· I ./ I , I., ./ / ,/ ,/ .I, .I

• !1""dl&:::'ÓI',r...r~r:r tou poCumá,.:Cida'>fé q«e ca:lfsou';furp(ésa á;Jod9'S: Blflim,'; :. At~os jpgos:éle Bg[li,m~ co15"erttfiã joíoalísfíc9- rí,Gnca:U­.'~'11'71"". / Jacal'litar da'Ãlemárl-há.-Naauela €p-ocã:;' Ádõlf 'Hitler aTnda - nna' sicfóJtãngralÍde. Kia c;ÍpitaT':ãlem1,/ e'sf]veràÍ.n p'rêseri+psF. J

rr 7"" t"r fT rr rr- ,., ri rr rr rr rF t"/ f'f n- ,-, ,..,." ri 1'"' ",..Ir 1'"1 n rI '1í , C;Ií- não est~ a n~ pod~r"rrrgs o p,aís j~sofrja com a él!!léaçg do"::.. a1elev~ão, 'Iíma 1Dv.ertção ~cen'te 'em:pre~d'a p.tincip..almêD-

I. ,/ 1,/ I ././ I ,/. / / ./. /' / / ./ I ./',', ./ r / ; ./ ~., ,I /

Ir./,c nazismo; que~se eonsokdou~doisranos'dep0rs. C'0-m isso, a-r terparara trãnsmi,são"'das J:)1ovas- em-'tircuito il'lterne'pararo •• ;~"'d~Jij-"'t-I~ ,.orgaJiiz; o,1em;n~o péia,w,á. ~e.cuÇão,p-e~s~ im'="rnu,': ./ p(;blic;='pre;ente:=-e, O~cliO:=-o' g;;~d;:meiifde ~ôm;';i.caÇão/.~; I. ­

.rt !' ...r ,..,- ,,~- "., rr ,r,- ,ç- ,..r ,.r r- '1 ('F ,r ,r- ,.r ,.r ".r rr- rr "r rrr ...r ;. " dar a sede des jogas, mas, ,EJepo-i5 cjermuit-as !naecisées e~ , da époea, qtJe teve par-ticipação espec-i-al com traflsmis-sões,ao .;;;./;,., Jin~istênGias,-k>'rari- fea.I,lzadQsJos..../rl'aiofés jõ'gos,.plírn,piéOSf~ / vi,;ó p';á' m;is de44 paises;A OI~gáni~çãOdprl};éntG~/olJ.tFá

ItlrfilOir;-""-;I'/ r de todoS s.fempos: ,r-_, ,-, ~, ~./',... ,... ~ novidafle: ás serv.kos""de transpôrte áéreo~-e dé-docu.mentá· ~" .;'./ ~ 1./ .;./ J /, I ~ ~ -,.;' ~ -';"

,rr f",;r, Hitlfr de~linolJu,m'[nvesJ;Tn;JelJ1o d~f\lais:de 3",.0 mi'UJõeÇ riPs, ré,áli;zaÇl'õs pCir ze(lelins: ~r r;. , ~ -: rr ';

'-:'/ I. ,de dólares, qua~tiã inimaginavel i?ara ii época, Rara 'ooras -./ - fdi lambem émrBerlTm' q' ú.e'otórreu ã·primeiraceiimonia aerF .1". ....r . r ".1 ri rr "F '" ,.r "r ,.r ,.r ,r ,.,. ,.-~ F ,"-1 rf t' rt r, r. I'rj

{.....~~"t-",1 e o aprjmorª-menw' oéfi,técnJcas 'g,e segs atl~tas.rÇom~es--= réYezaitlentõ::da tQ.cha'QlímpiJ;a, s'ã.ind6]le Atena , na G1éda-;::e ./ I, I , I ./ ./ J ./ , " , / , ~ ./ ./ ./ I ./ ./ I ,,' / ./ I

Ir '" i porte e politica nl111Ca conse'guifam se'dissociar, a"intenção,r sendo 'carre~ada 'g,or atletas'de varios 'gãísesraté chegar ao 'e5­I Ir:JI~: ' ~ r--. ('"' ( ,.... I ~ I ,-.. r--, .-- ,-- .-- r- ,.- I -', ' ,-.,,...,-. '-.'- ~ r­

ir/ ; Ir

.1.1...." 'oU"'" I ; c;/t fi C, 1'"

~,- ,r

r rr

J rr r,­

./ ~,~r

r~ rr

rr r·

~" rr'

Ir ir ~

I --'

www.cine-master.blogspot.com

Page 26: GrandesLideres Hitler

J ~ / I /

rr rr ~~ r; ,r rr ~r ir ,,~r r,

': tád!9 olír"pico~ on@ ·se':]nco1].trav,ª-m, rrtl!hare} de~spe'Ctado: I I J././ / /'./ I I. I j

,r res-;/'"que-assistiam -a-um-desfile militar tendorcomo-de00ração ~- g'ig;l1te;cas sC-á ti€~~ ~./ ~ / ~ / ~ ~ ~ ~, r, ~

,r :-Entre 10 é'16 ~ ai~sto 1e 1~36, 49 ,páfses p~rticfparam ,; éJas-:Olirnpíadas de~B'erli;;:{ F;':ám,3~73~ ho~énsr;'34li fnu-~./ '"::. !her.e~ &.putãn o,-:-m~edál~aseiJ1 Z2./moâ;altãageÇ~ Álem<Í=../ :::. nhíterrflmoú;a có,tDpe~ãQ 'ffm p'EfrY)eiF,6 lugár n6;q,uáçfro di - mea~lhas, com 32 ouros>na rrentfi dds-1Z5taa05 LJnidos>que../

rI ,;- " ("1- ,rr I"T ,..- ,F I'r- ~t- ,r " r.

': obt!yera 1 24'1T1eda;]haqje 0ClIo. Ms.s, iQ:divid:yall1'Tgnte,-:.quem-" /'J ('J./ / ./'/'/ I I ,r reatment chamou-menção fo-r O negro 'rrorte~americano-Jesse­

':.O;-e8si ~ maior v~çécfo~fe~~erífrn. ~s):a~d;:~e n;'íltl~ ./ rr r" ,.1 fT ,- r( "F ".,- ,r fri rr ,.;- 'r r tismo, a aisAr dl,Giona+- mOGlalidaEle e -tJm des esport&s mais

,~ imp,~ftaRtes da 'po~á, Ôwerí,s.~c'on,C;Uisto~/qú.atrowetJal~ás de-' ': 9uro.,NGma ãemon.s}raçã?'de ~açlsn)o,'JiJtlér-s~e r1e~oú-a/en: ./ ': tre'ífar á~ meÇ[à1 a~par~o a\Lêta, :aifer~terfj'enté~o q:ue f~ , .,

./ ~r ".~ 1",- ,r ,r F, "r­zia com os-atletas branGos,Em rtenhwm dos quatro rituais ·de ,;émi~<ão,;Hitle; ap'ertou,; mÁ; oe ,Gwens: ,: ­

• Ao· çorÍtrjrió-cj.o qu~ f~z ,o führer. todes osrn~grÓs e ju­éfeus Toram qeril-rec~idó{pelos atlitas álemaes, inClusil/e ,

,um diJes geá o,.,maiq,r exymplo.~d'e r,éspeito'e ~sporj:í)/idade

,cump'(imentand'õ Owens ãpós iTma de suáS coríquisfas. Mãs 1/ / ./'/ "I I

~ta !lotíc~ fOi'Jetara pata a lmpr~~a:3jue fra p[oibicLã, Relo ministro da-pro~ganda Goebbles, de notidar as, vitá­rr r.- ,,- rí ,,- ,- ,,- r,- .- r

rias de negros amerieanos:­,;./ If;lfeliz~énte;âep;i~de-=-três,;ríos désse; jog;s, e~ 193.9,

oexér-e(to R~zisfa )míãc!iu ã- PolÔnja" d-ando início} Segunda 'Guerra Múíidiar~ Par:ca,usá-dis{ó, dúáS olimpíaCfã~ dêlxara:m

rde'se,rJ-eallÍada~;a d~_1'940 erri,:I6quio'e ?~de 1,944 ~í:n Lqo­êlres, 'Voltando os Jogos Olímpí:tos ã_serem disputaãos 50­

'W~nt~~m:1948;na ~pitali~gl.fsa. '; / ,r

www.cine-master.blogspot.com

Page 27: GrandesLideres Hitler

Divulgação! Discovery Networks

m termos mais simples, a pergunta sobre

quem o que causou a Segunda Guerra Mundial pode ser

respon uas palavras: Adolf Hitler" , afirma Hobsbawm

em "Era os Extremos". De fato, é quase um consenso que

as maiores potências européias não queriam o conflito, mas

acabaram arrastadas a ele pela agressão ultrajante dos países

que formavam o Eixo: Alemanha, Itália e Japão. Estas nações

estavam descontentes com as resoluções pós-Primeira Guer­

ra Mundial e com a partilha de territórios e de influências ­ a

Alemanha pela humilhação da derrota e pelo excessivo rigor

do Tratado de Versalhes; a Itália e o Japão por insatisfação

pela pouca parte que lhes coube e desejos imperiais não rec­

ompensados pela participação na Primeira Guerra.

Hitler tinha noção de seu poderio militar e da competên­

cia de seus exércitos quando, em apenas três semanas, sub­

jugou a Polônia. No fim de setembro, o país polonês não

passava de uma região anexa à Alemanha. Parte desse ter­

ritório foi ocupada pela então URSS em decorrência do tra­

tado de não-agressão entre os países. Com o pacto, foi pos-

UERRA o tlcaA invasão da Polôn ia

ese cadeou uma guerra

euro éia contra Inglaterra

Fra ça, mas, à medida

ue as tropas de Hitler

vançavam, o receio de um

i pério nazista tomava conta

o undo. Tudo parecia soar

fav r do Führer, até que

Je resolveu invadir a Rússia

viu os Estados Unidos

ntrarem na guerra

www.cine-master.blogspot.com

Page 28: GrandesLideres Hitler

Tropa alemã no ataque à URSS, em 1941

de '940; Portugal e Espanha, governados por líderes fas­ glaterra, numa operação apelidada de "Leão-Marinho". Os

cistas (Salazar e Franco), permaneceram neutros. Hitler até ataques aéreos da Luftwaffe, a Força Aérea Alemã, intensifi­

que tentou egociar a presença espanhola ao lado das for­ caram-se em julho contra navios ingleses no Canal da Man­

ças alemãs, mas o general Francisco Franco, após três anos cha e, posteriormente, a diversas cidades, incluindo Lon­

de ma guerra civil que destroçara o país (guerra na qual dres. A Real Força Aérea Britânica (RAF) era relativamente

armament s alemães e italianos foram testados ao lado recente e inexperiente, contando com a maioria de pilo­

das forças franquistas), considerou inoportuna uma parti­ tos na base dos 20 anos, mas a tecnologia dos equipamen­

cipação espanhola e "declinou" o convite de Hitler. tos, com radares eficazes, possibilitou uma guerra defensi­

Winston Churchill, primeiro-ministro inglês nomeado va e de desgaste por parte dos ingleses. O combate mos­

, em 'llaio d 1940 e que prometeu ao povo "sangue, cansa­ trou-se decisivo para o desenrolar do conflito, pois Hitler

ço, _uor e lágrimas", viu-se isolado e em inferioridade mili­ teve de abandonar a Operação Leão-Marinho depois que

tar. A frente de batalha em terra, que avançou para conter viu, em agosto, aviões britânicos furarem o espaço aéreo

as forças nazistas em conjunto com as francesas, foi rapi­ alemão e bombardearem Berlim. Foi o primeiro grande gol­

damente r pelida e só se salvou pela retirada de Dunquer­ pe sofrido por Hitler em uma série de triunfos.

que o que evitou o massacre e a perda de consideráveis

con .ingentes humano e bélico ingleses. Um ano depois PRÓXIMO PASSO, A URSS de iniciada a guerra, as forças antagônicas resumiam-se Apesar disso, a Grã-Bretanha tinha uma política mais

ao novo império alemão, que havia tomado quase todo defensiva, sem um efetivo de guerra que abrisse caminho

o c ntinente europeu, contra a pequena ilha britânica ao para uma contra-ofensiva sobre a Alemanha. Assim, com a

norte do continente. Recuado em seu território, Churchill Inglaterra fora de controle, Hitler pôde se preparar para sua

poderia facilmente chegar a um acordo de paz com grande cartada, o objetivo maior de seu ímpeto imperialis­

Hitler, o q e foi proposto, pois o líder alemão queria for­ ta : a "Operação Barba Roxa", ou seja, a invasão da URSS,

mar uma frente contra a União Soviética, mas o ímpeto foi país que, até então, estava fora do conflito pelo pacto de

exclusivamente o de resistir, incitando o povo ao esforço não-agressão. Adolf Hitler resolveu invadir a Rússia comu­

de uerra e ao sacrifício. Ciente de uma derrota caso ten­ nista, onde esperava encontrar recursos naturais e mão-de­

tasse um ataque aos nazistas por terra, Churchill conden­ obra escrava para o golpe final do III Reich. Este é tido como so seus esforços de guerra em o maior erro do Führer e aquele desenvolver uma força aérea H itler teve de ab~ndonar a Operação que marcou a virada do pêndulo co siderá el e manter o pode­ da Segunda Guerra. rio naval que, historicamente, Leão-Marinho depois que viu, A Europa Oriental também marcou a rã-Bretanha. Nisso havia caído nas mãos do Eixo,em agosto, aviões britânicos cor sistiam suas esperanças de deixando livre o caminho até a

furarem o espaço aéreo alemãoresistência até que algo novo União Soviética. A ofensiva con­surgisse n horizonte. e bombardearem Berlim. tra a URSS foi programada para

De fat , a resistência in­ 22 de junho, uma data marcante Foi o primeiro grande golpe glesa aos ataques de Hitler para Hitler que a conside-rava de

foi heróic . O ditador alemão sofrido pelo FÜhrer sorte. No ano anterior, a França pretendia ma invasão à In- havia se rendido naquela data e,

www.cine-master.blogspot.com

Page 29: GrandesLideres Hitler

em 1812, f ra o dia escolhi­

do por Napoleão Bonaparte

para invadir a me ma Rús­

sia. A idéia de Hitler era a

que marco suas conquis­

tas anteriores: uma guer­

ra-relâmpago que pegasse

o adversári de surpresa e

o subjugass o mais rapida­

mente possível. Previa que

até setembro, antes do in-

Hitler resolveu invadir a Rússia comunista,

onde esperava encontrar recursos naturais

e mão-de-obra escrava para o golpe

final do III Reich. Este é tido como o maior

erro do Führer e aquele que marcou a

virada do pêndulo da Segunda Guerra

verno russo, as for as de Stálin estariam dominadas e as

principais ci ades russas - Moscou, Stalingrado e Lenin­

grado -, ocupadas pelos alemães.

Mas um detalhe precisa ser colocado aqui. O suces­

so de Hitler e sua independência em relação às ações

que tomava irritaram Mussolini, que se sentia em segun­

do plano numa gu rra que faziam juntos. Ressentido, o

líder italiano resolve invadir a Grécia e tomar aquele país

sozinho. No entanto, as tropas italianas, uma das me­

nos eficientes de toda a Europa, ficaram em apuros. A in­

vasão à URSS havia, inicialmente, sido programada para

maio, mas a ncompetência e a inveja de Mussolini fizer­

am com que Hitler a iasse o ataque aos russos e dispusesse

seus homens a resolver a situação na Grécia. Com isso, a

"Operação Barba Roxa" acabou atrasada em cinco semanas,

o que foi de f ndamental importância para seu fracasso.

Mesmo sim, Hitler acreditava que um ataque con­

junto pelo céu e por terra faria as forças russas capitu­

larem sem mito esforço. Na verdade, o Führer não co­

locava muita fé na vontade russa de resistir. Um povo

racialmente inferior (os soviéticos eram considerados esla­

vos, uma raça comp rada aos judeus, além de comunis­

~~ Pearl Harbor

tas) não teria a mesma for­

ça de vontade de um ari­

ano. Com essa crença, os

alemães avançaram eficaz­

mente pelo território sovié­

tico nas primeiras semanas

de combate. Prosseguiam

rumo à capital russa sem

muitas dificuldades, pois

Stálin não esperava por

essa ofensiva germânica que fragmentava a frente de batalha alemã em dois fronts

- o ocidental e agora o oriental.

Mas, para a infelicidade de Hitler, as forças nazistas não

conseguiram terminar a invasão antes do inverno. Subesti­

maram o poder de resistência do povo russo e a tática de

Josef Stálin, que impôs uma política de terra arrasada (isto

é, bater em retirada deixando para trás nada que pudesse

ser usado pelos inimigos). Esta resolução foi fatal dentro

do esquema pensado por Hitler, pois suas tropas não es­

tavam preparadas para uma guerra mais longa do que a

prevista. Não tinham levado alimentos e combustível sufici­

entes, além de munição e vestimentas propícias para o pior

inverno russo de todos os tempos. As baixas temperaturas

fizeram com que as correntes dos tanques congelassem e se

quebrassem, além das armas enguiçarem e necessitarem de

lu brificantes constantemente.

ALIADOS CONTRA-ATACAM Alguns comandantes do exército queriam a retirada das

tropas do território russo, mas Hitler era tão implacável em

seus objetivos que, muitas vezes, cegava-se para a verdade.

Ordenou que continuassem a guerra até o fim. Foi quando

www.cine-master.blogspot.com

Page 30: GrandesLideres Hitler

tro as de Hitler, na URSS, não

e avam preparadas para uma guerra

mais longa do que a prevista, Não tinham

levado alimentos e combustível . ­

suficientes, além de munlçao e , .

estimentas propicias para o pior

Inver O russo de todos os tempos

cheg u deze bro e, de fato, a história da guerra mu­

dou e rum . O exército russo deu início à sua con­

tra-ofensiva que os levaria até Berlim, e o Japão ata­

cou a base naval americana de Pearl Harbor em 7 de

deze bro, f rçando os Estados Unidos, até então fora

da g erra, a entrarem no conflito. De Stalingrado, as

forças alemãs começaram a cair. Em pouco mais de dois

mese , meio milhão de soldados nazistas haviam mor­

rido r o combate. Sem muito pensar no que a decisão

acarr taria, itler declarou guerra aos Estados Unidos

em 11 de dezembro, assim como a Itália. O presidente

RoosE:velt, enfim, tinha uma motivação para entrar na

guerra ao lado dos Aliados: o conflito chegava ao seu

estágio global.

A partir de 1942, os rumos da guerra pareciam já ter

um lado para o qual pender. A praticamente produção

ilimitada dos Estados Unidos seria fundamental para minar

as forças de itler, que buscou intensificar a produção bé­

lica, f rçand os povos conquistados a trabalharem em

camp s de concentração. Ao mesmo tempo, ele decidiu

pela' Soluçã Final", começou o transporte maciço de ju­

deus para os campos na Europa Oriental e pôs os campos

de extermíni para funcionar pra valer.

A derrota da Alemanha era apenas uma questão de

tempo. Na África, um dos melhores generais de Hitler,

Erwi Rommel, que havia mantido as tropas inglesas no

norte africano longe da batalha na Europa, encontrava

o início de sua derrocada, que teria fim com a rendição

'em aio de 1943 na Tunísia. Hitler prendeu-se mais e

mais na frente contra os russos, deixando o front oci­

dent I descoberto. Logo forças anglo-americanas entra­

ram o território italiano pela Sicília e o Grande Consel­

ho F cista a Itália exigiu a renúncia de Mussolini por

sua conduta uma guerra que não levou a Itália a lugar

algu . Em seguida, foi preso pelo governo provisório de

Pietr Badoglio e, em 3 de setembro de 1943, a Itália

assinou a rendição. Uma semana depois, Hitler enviou

uma tropa para libertar Mussolini. Apesar da incom­

petê cia em termos militares, o duce italiano fascista

sempre foi eu modelo e acreditava que ainda poderia

ajud r na guerra. Livre, Mussolini fundou a República de

Saló e prometeu ao Führer que reorganizaria a resistên­

cia f scista na Itália.

líderes da História

ATENTADO CONTRA HITLER A guerra já estava perdida em quase todas as frentes de bat­

alha. Os russos haviam tomado, aos poucos, todos os territórios

ocupados pelos alemães nos dois primeiros anos de guerra. Cami­

nhavam para Berlim enquanto a frente ocidental, no dia 6 de jun­

ho de 1944, via o desembarque na Normandia, fato chamado de

o "Dia D". Dali, os Aliados libertariam a França e os demais países

do oeste europeu. Mas, nada fazia Hitler perder as esperanças.

Ele demonstrava que era a vitória total ou a derrota total. Assim,

ordenou que todos continuassem a luta, até a morte, se necessário.

Por mais incrível que pareça, quase nenhum alemão contestava as

decisões do Führer. Confiavam cegamente em suas palavras, tanto

que não houve baixa no ímpeto da população.

Mas alguns conselheiros e homens do partido tinham exa­

ta noção de que o caminho para o qual o Führer os levava era

o da completa destruição. Queriam um acordo de paz com as

potências ocidentais, mas também sabiam que, com Hitler no

poder, isso seria impossível. Assim, planejaram um atentado, que

se desenvolveu em 20 de julho de 1944. O coronel Klaus von

Stauffenberg foi até o quartel-general do Führer com uma bom­

ba dentro de uma pasta de couro. No gabinete de Hitler, de­

positou-a ao chão junto ao pé da mesa, a menos de dois metros

de seu alvo, e saiu da sala mediante uma desculpa qualquer. Ou­

viu-se a explosão e alguns minutos se passaram até que Adolf Hit­

ler saísse, de entre a fumaça e destroços, ferido e tonto. O atenta­

do fracassou e o que se viu em seguida foi o banho de sangue de

quase 5 mil pessoas consideradas oposicionistas ao regime.

A saúde de Hitler piorava dia após dia. Sedentário, tinha cor­

rentes dores de cabeça, cãibras e dores pelo corpo. Eo atentado

serviu para acentuar um tremor nervoso no braço e na perna es­querdos. Cada vez mais, ele permanecia trancado na Chancela­

ria de Berlim. A insanidade parecia estar tomando conta de Hitler

cada vez mais, pois a cada dia suas atitudes atrozes aumentavam.

A guerra ia chegando ao fim. Num movimento contrário ao

expansionismo alemão de 1939 até 1941, os territórios conquis­

tados eram reconquistados e iam espremendo o exército alemão.

Em 1945, nada mais poderia salvar a Alemanha, nem a morte de

Roosevelt conseguiu dar forças para resistir. Em abril daquele ano,

Mussolini foi preso e assassinado por rebeldes, que penduraram

seu corpo como troféu e o espancaram brutalmente. Hitler, no fi­

nai de abril, enfim sentiu que a derrota estava próxima quando os

russos tomaram Berlim. No dia 30 de abril, cometeu suicídio ao

lado de Eva Braun, sua fiel amante por 16 anos. No dia 7 de maio

de 1945, a Alemanha assinava a rendição incondicional. Era o

fim do nazismo, o fim de Hitler.

www.cine-master.blogspot.com

Page 31: GrandesLideres Hitler

www.cine-master.blogspot.com

Page 32: GrandesLideres Hitler

~- POLÊM ADA MORTE

As últimas horas de vida de

Ad If Hitler foram marcadas

pela de ilusão com a derrota e

pela insanidade. Com um tiro

na cabeça, o Führer se matou,

te do eu corpo em segu ida

queimado enquanto os russos

inv diam Berlim. No entanto,

há ai da aqueles que alimentam um ito de que ele sobreviveu

morte de Adolf Hitler ainda é tema de discus­

sões e desconfianças pelo mundo. Diversas versões surgiram a

cada nova possibilidade - suicídio, envenenamento - e houve

mesmo quem diss sse que o Führer fugira de Berlim e que sua

morte fora criada para enganar os Aliados. Mas fato é que,

hoje, tem-se certeza da morte dele, mais precisamente de seu

suicídio, no dia 30 de abril de 1945.

Em 20 e abril de 1945, Hitler completou 56 anos. Nesse

mesmo dia, depois de ser cumprimentado por todos aqueles

que permaneciam no bunker da Chancelaria de Berlim, para

onde forarr depois que Berlim passou a ser atacada, ele se

reuniu com seus principais homens - Martin Boorman, Goe­

bbels, Himmler, Gõring, Speer e Ribbentrop - para deliberar

sobre os andamentos da guerra. Conscientes da derrota, pro­

puseram a Führer que deixasse a cidade e fosse para outro

refúgio mais seguro, o de Berchtesgaden. Hitler teria se recu­

sado a deixar a capital. Entre todos ali, apenas ele mantinha a

idéia de ainda vencer a guerra.

A morte do presidente Roosevelt soou-lhe como um sinal

de esperan a. Depois disso, acreditou que dois exércitos ale-

Segundo jornais americanos da década de 1980, Hitler teria vivido até os 100 anos eaqui na América do Sul

www.cine-master.blogspot.com

Page 33: GrandesLideres Hitler

www.cine-master.blogspot.com

Page 34: GrandesLideres Hitler

ra abatida, que constantemen­

te recorria a injeções de estimu­

lantes. Num de seus surtos pós­

estimulantes, anunciou a todos

sua decisão de cometer suicí­

dio, acentuada pela notícia de

que Himmler abria negociações

de paz com o conde sueco Ber­

nadotte. Informou que morreria

em Berlim quando a cidade esti­

vesse próxima a ser totalmente

tomada pelo exército vermelho.

Himmler foi logo declarado trai­

dor e condenado à morte, mas

foi o auxiliar do chefe da Ges­

tapo, de nome Fegelein, casado

com uma irmã de Eva Braun, que

foi morto.

A idéia do suicídio veio a Hi­

tler por duas razões: a primeira

era não ser capturado vivo pelos

Aliados e a outra era o medo de

que acontecesse a ele o mesmo

que haviam feito com seu cole­

ga Mussolini. O líder italiano fora

preso e assassinado. Receoso de morrer como um traidor ou um

delinqüente, e não querendo ser

exibido em nenhum museu de

cera (como Lênin, o líder da re­

volução russa de 1917) como tro­

féu, ordenou a seus homens que,

após morto, fosse queimado.

Depois de tais resoluções,

Publicação da época afirma que Hitler e Eva teriam fugido de Berlim falou a todos que estavam no

mães pudes em libertar Berlim e isso significar à guerra o que

foi a batalha de Stalingrado para os russos - o ponto de vira­

da. Mas suas orde s para os tais dois exércitos nunca foram

cumpridas, pois eles não mais existiam. Mesmo assim, Hitler permaneceu incólu e, proibindo que a palavra derrota fosse

sequer pronunciada. No entanto, sua saúde es­

tava demasiadamente afeta­

da, ainda mais após o atenta­

do de julho de 1944. Seu cor­

po já não andava ereto e tinha

tumores no braço e nas pernas

que aparentavam mal de Pa­

rkinson. Escondido há semanas

no bunker sem mesmo ver a luz

do sol, empalidecera muito e o

olhar, antes brilha te, perdera

sua força. Tornara-se uma figu­

bunkerque quem 'quisesse pode­ria partir a qualquer momento. Não mais precisariam ficar.

Goebbels e alguns outros decidiram continuar com ele até

o fim. Então, Hitler distribuiu ampolas de cianureto (um

veneno poderoso que matava em instantes depois de to­

mado) a todos que permaneceram e tratou de providen­

ciar seu casamento com Eva Braun. Num ato que poucos

A idéia do suicídio veio a Hitler por

duas razoes: a primeira era não ser

capturado vivo pelos Aliados e

outra era o medo de que acontecesse

a ele o mesmo que fizeram com seu

colega Mussolini. o líder italiano fora

preso e assassinado

compreenderam, ele desposara

a mulher que lhe dedicara mais

de 16 anos de vida. Goebbels e Boorman foram as testemunhas,

e houve champanhe para a co­

memoração. Era 29 de abril e,

logo em seguida ao casamento,

Hitler se recolheu ao seu gabi­

nete com a secretária Frau Lan­

ge para ditar seus testamentos

- um pessoal e outro político.

Foram feitas três cópias dos do­

cumentos, enviadas uma para a

www.cine-master.blogspot.com

Page 35: GrandesLideres Hitler

sede do partido e as demais para os generais D6nitz e Sch6r­

ner. Neles, Hitler nomeou D6nitz como presidente, Goeb­

bels o novo chanceler e Boorman, ministro do partido. An­

tes de dormir, o Führer testou, com sucesso, o cianureto em

seu cão Blondi.

Hitler e Eva Braun recolheram-se para o quarto logo de­

pois do alm ço do dia 30 de abril e de terem cumprimenta­

do as pesso s presentes. Minutos depois, às 15h30, os cria­

dos ouviram um disparo e correram em direção ao quarto de

Hitler, enco trando-o sobre o sofá com a cabeça estourada.

Ao seu lado, estava Eva Braun, morta e com uma pistola na

mão. Ela tomou o cianureto. Hitler manteve uma cápsula do

veneno na boca, mas preferiu morrer com a honra dos mili­

tares. Imedi tamente após verem que seu líder havia de fato

se matado, o criado de quarto, de nome Linge, Boorman e

o Dr. Stumpefegger cobriram os corpos com um cobertor e

trataram de levá-los para fora do bunker. As ordens finais de

Hitler foram que fossem queimados e, para tanto, encomen­

dou uma re essa de 200 litros de gasolina para o motorista

Kempka, qu conseguiu reunir apenas 170 litros de veículos

abandonados nas ruas. Os corpos de Hitler e Eva Braun fo­

ram depositados numa vala no jardim da chancelaria, cober­

tos por gaso ina e ateados fogo. Quando acabaram as cha­

mas, os rest s fora enterrados.

Goebbel enviou, então, uma mensagem a D6nitz infor­

mando da morte do Führer. Depois, como indicou que faria,

envenenou os seis filhos e ordenou a um soldado que execu­

tasse a ele e sua esposa. O mais fiel dos seguidores de Hitler

seguiu-o até na morte. Os demais presentes no bunker ten­

taram fugir e alguma forma, mas quase todos foram cap­

turados pelos russos, que estavam a duas quadras do local

quando ocorreu o suicídio. O único de que não se soube

mais foi Martin Boorman, fato que alimentou diversas lendas

em torno de sua fu a.

O exército russo chegou ao bunker nos dias seguintes

e, em 4 de aio, u soldado, Ivan Curakov, encontrou os

corpos de Hitler e Eva queimados. Os soviéticos tinham em

mãos a verdade sobre a morte de Hitler - os restos humanos

e as principais testemunhas que estavam com ele até o fim.

Em 23 de maio, um médico informou o resultado da autóp­

sia. Era de fato o cadáver de Hitler, pois a arcada dentária e

uma palite identificavam-no, além de uma cápsula de cianu­

reta, que foi acusada como a causa da morte. Prontamente,

os russos propagara a idéia de que Hitler morrera envene­

nado e não c m um tiro, o que provaria uma morte covarde.

Mas a verdac e parece ter vindo à tona com uma investiga­

ção realizada por autoridades anglo-americanas no decor­

rer daquele ano. A conclusão foi de que Adolf Hitler havia

morrido com tiro na cabeça disparado por ele mesmo. Essa

investigação irou um livro, escrito pelo próprio responsável

pelo caso, H.R. Trevor-Roper. "Os Últimos Dias de Hitler"

tornou-se um best-seller desde então, mas foi muito critica­

do na época. Já hoje, é quase um consenso.

No testamento de Hitler, uma última ordem à nação:

"Continuem a comb ter os judeus". Morreu convicto de seus

ideais, admirável se não fosse tendente ao mal.

www.cine-master.blogspot.com

Page 36: GrandesLideres Hitler

www.cine-master.blogspot.com

Page 37: GrandesLideres Hitler

Por Lucas Pires

ada é mais erróneo do que acreditar que o

preconceito e a perseguição aos judeus começaram com o na­

zismo. Não foi Hitler que criou o anti-semitismo, ele apenas

levou tal d utrina ao seu grau extremo - o do extermínio.

Quando est va no poder, elevou o anti-semitismo a uma políti­

ca de Estado que visava, num primeiro momento, expulsar to­

dos os judeus dos territórios ocupados pelo Reich e construir

uma Alemanha" limpa", com apenas a população ariana.

Mas é p ssível afirmar que Hitler não conseguiria provocar

o Holocausto sem o consentimento da população. A teoria cor­

rente é de que a população alemã nada sabia sobre os campos

de extermínio e o assacre de judeus, mas uma história revi­

sionista provou que, de fato, o povo alemão não só sabia como

apoiava o g nocídio. Claro que a interiorização de um com­

portamento terrorista, capaz de aceitar a morte do outro como

cumento que descreve uma conspiração judaica para conqui­

star o mundo. Esse livro inspirou muito Hitler em suas idéias e

era levado a sério pela população. Assim, quando o nazismo

iniciou sua política de perseguição e, posteriormente, de elimi­

nação, já havia enraizado na mentalidade popular um senti­

mento de repulsa aos judeus. Em outras palavras, havia uma

pré-disposição a aceitar a perseguição, acentuada pela debili­

dade económica e moral pela qual passava a população.

TRÊS ESTÁGIOS DA PERSEGUIÇÃO A partir de 1933, todo um aparato institucional de violência

e terror tomou conta da Alemanha. O pensamento anti-semita

no período do III Reich pode ser dividido em três estágios de

crescente recrudescimento da violência. Num primeiro momen­

to, que vai de 1933 a 1938, percebeu-se a tentativa de banir

os judeus de todos os campos sociais - económico e político

essencialmente - através de leis, como as de Nuremberg, que

impunham a proibição do casamento entre judeus e arianos,

anti-Senil ita

natural, só poderia acontecer com um incessante bombardeio

de propaganda anti-semita. Os nazistas foram especialistas em

criar e espalhar cartazes, filmes, livros e panfletos denegrindo a

imagem dos j deus, muitas vezes retratados como insetos, co­

bras e outras pragas pestilentas. À imagem do homem de pele,

olhos e cabelos c1aro~ do ariano, contrastavam as vestes sujas,

o nariz encorpado, a barba longa e a feição diabólica do judeu.

"Enquanto as Imagens dos arianos expressavam beleza, docili­

dade, pureza e inocência, aquelas que se referiam aos judeus

representavam a falsidade, a mesquinharia, a luxúria e a agres­

sividade", confirma a historiadora Maria Luiza Tucci Carneiro.

Mesmo antes da propaganda nazista, o espírito contra ju­

deus já existia e era muito forte não só na Alemanha. Panfletos

e livros anti-semitas foram lançados aos montes no decorrer do

século 19, tanto que, em 1893, o Partido Anti-Semita do Povo

conquistou 16 cadeiras no Parlamento alemão.

Entretanto, o mais divulgado libelo anti-semita surgiu na

Rússia em 1905. "Os Protocolos dos Sábios de Sião" é um do­

boicotes económicos, prisões e espancamentos. Exemplos de

ações nessa direção: demissão de funcionários públicos judeus

em 7 de abril de 1933; programa de confisco de bens perten­

centes a judeus em 1934; médicos judeus proibidos de exercer

sua profissão em hospitais públicos a partir de março de 1936

e o expurgo de toda arte e literatura não-alemãs, que culmi­

nou com a queima de livros proibidos pelo regime na Praça da

Ópera de Berlim. O resultado dessa primeira ofensiva foi que

150 mil judeus deixaram a Alemanha no período de 1933 a

1938, sendo 2 mil deles jornalistas e intelectuais.

Um segundo estágio teve início em 1938, com a "Noite dos

Cristais", quando mais de 7,5 mil lojas e quase 200 sinagogas

foram pilhadas e incendiadas, 300 judeus foram assassinados e

outros 30 mil, levados a campos de concentração. Durou até

1941, com a decisão pela "Solução Final". Nesse período, au­

mentaram as prisões e os judeus dos países invadidos eram en­

viados para os campos de trabalho forçado e de concentração.

Um programa de eutanásia, conhecido como "Aktion 4", foi

Grandes Líderes da História 39

www.cine-master.blogspot.com

Page 38: GrandesLideres Hitler

Antes das câmaras de gás, o fuzil menta era uma das formas

de e ermínio. No entanto, era considerado

um método muito lento e prejudicial

à moral dos atiradores

implantado para matar doentes mentais crônicos. No final de

1941, cerca de um milhão de judeus haviam morrido por diver- .

sas motivos sob domínio nazista.

O terceiro estágio foi marcado pela radicalidade da per­

seguição, que foi exatamente o momento em que o regime

adotou o extermínio como solução para a questão judaica. A idé­

ia era matar cerca de 11 milhões de judeus de toda a Europa. A

execução em massa começou com a invasão da então URSS e

a deportação dos judeus para os guetos e campos da Europa

oriental. Antes das câmaras de gás, o fuzilamento era uma

das formas de extermínio. No entanto, era considerado len­

to e pre-judicial à moral dos atiradores. Então, as câmaras de gás

foram aprimoradas (primeiramente funcionando com monóxi­

do de carbono, depois com o gás Cyclon B, um ácido prussiano

fabricado originalmente para combater vermes e com efei­

to mais acelerado) e enormes fornos crematórios foram

construídos para dar fim aos corpos. Em muitos campos, os corpos

eram usados na fabricação de sabão, e dos cabelos confecciona­

vam-se chinelos para os tripulantes dos submarinos.

No julgamento de Nuremberg, em abril de 1946, Rudolph

Hess, um dos diretores de Auschwitz, o campo de concentração

que mais matou judeus - entre 1,5 e 2,5 milhões - descreveu alguns

procedimentos: " ... o bafo e o fedor nauseabundos, produto da

perpétua combustão dos corpos, invadiram a região toda, de modo

que os habitantes das comunidades das redondezas sabiam muito

bem que em Auschwitz processavam-se extermínios C..) Esperáva­

mos habitualmente meia hora antes de reabrir as portas para reti­

rar os cadáveres. Depois de transportados, nosso comando especial

apoderava-se dos anéis e dos dentes de ouro dos cadáveres".

o LEGADO DO HOLOCAUSTO A matança generalizada contra os judeus nos campos de ex­

termínio foi considerada segredo de Estado pelo regime nazista,

que não queria que tais informações vazassem para o mundo,

pois isso só acarretaria num recrudescimento no combate aos

alemães. Mas, conforme os exércitos russos iam libertando os

países invadidos e ocupados, deparavam-se com a realidade da

crueldade destinada aos judeus. Os quase 8 mil sobreviventes

presos em Auschwitz só encontraram a liberdade em janeiro de

1945, quando foram libertados pelos soviéticos em um estado

tal de miséria que, dificilmente, diria-se que eram seres humanos.

Até maio, quando descobriram o campo de Mauthausen, prisio­

neiros de outros cinco campos haviam sido libertados. As auto­

ridades aliadas ordenaram que a realidade das atrocidades fosse

documentada no próprio local. Tais documentos foram essenciais

para a condenação de nazistas no Julgamento de Nuremberg.

a resultado final da guerra para os judeus chegou à casa

dos 6 milhões de mortos. Livres das garras nazistas, não tinham

para onde ir e nem em quem se apoiar. a retorno à vida, como

o despertar após um longo inverno, contrastava duas realidades:

a felicidade da libertação e a incógnita do futuro, que era ainda

mais desanimador quando detectado que eles não podiam se

dirigir a lugar algum e tinham de permanecer em campos or­

ganizados pelos Aliados esperando alguma resolução. Desprovi­

dos de qualquer bem material ou lar, além do trauma da perda

de parentes e do sofrimento vivido, acabaram buscando abrigo

40 Grandes líderes da História

www.cine-master.blogspot.com

Page 39: GrandesLideres Hitler

•••••••••••••••••••••••••••

••••• •••••••••••••••••••••

em outros lJaíses ( edidas que exigiam pedidos de visto e certa

burocracia) ou migrando para a Palestina (legalmente ou não).

Um navio repleto de sobreviventes judeus da guerra rumava ile­

galmente para a Palestina quando foi capturado pela marinha

britânica e 1947. Do lado de fora do Exodus, nome do navio,

uma faixa dizia: "Os alemães destruíram nossas famílias e nossos

lares. Não destruam nossa esperança" .

Logo um movimento pró-criação de um estado judaico

nasceu, que culminou com a partilha da Palestina e a criação do

estado de Israel e 1948. Os judeus, considerados apátridas

até então, tinham um território para chamar de lar.

O ANT -SEN ITISMO COMO IDEOLOGIA Anti-semitism é a hostilidade ideologicamente motivada

contra o povo judeu e sua cultura. Ele é antigo e pode ser

remetido ' consolidação do cristianismo como religião do­

minante n Ocidente. Desde que o cristianismo assumiu essa

postura, o tratamento dado aos judeus varia em três formas:

conversão, expulsão ou eliminação. Há os fatores econômi­

cos, sociais, políticos e raciais, mas foi o religioso que marcou

o anti-semltismo até o século 19. Historicamente, o povo ju­

deu foi tido como culpado pela morte de Jesus Cristo.

Esse movime to anti-semita pode ser dividido em três

momentos distintos: o pensamento teológico (tradicional),

o científico (mod mo) e o neonazista (contemporâneo). O

primeiro f i corrente desde a Idade Média até o início do

século 19. Com conotação econômico-religiosa, esse anti­

semitismo baseava-se nas doutrinas pregadas pela Igreja

Católica, principalmente na Península Ibérica. Na Espanha

do século 15, leis proibiam os cristãos-novos (judeus con­

vertidos ao catolicismo) de exercer função pública ou ingres­

sar em corporaçõ s profissionais. Freqüentemente, na Idade

Média, os judeus eram responsabilizados por terremotos,

pela peste negra ou pelo envenenamento de poços d'água.

Já o científico, que apareceu no final do século 19,

não seguiu mais a fundamentação teológica, nascendo, as­

sim, um novo anti-semitismo, fundamentado em argumen­

tos científicos. Surgiram, principalmente, na França e na Ale­

manha e apoiavam-se em teorias racistas, por sua vez base­

adas numa pseudociência ligada à biologia e à antropologia

social. Foram publicados estudos de Gobineau e Chamber­

lain, por exemplo, em que "provavam" serem os judeus per­

tencentes a uma raça inferior e os consideravam agentes no­

civos à humanidade.

Por último, a terceira fase do anti-semitismo ressurgiu a

partir dos nos de 1980, após uma hibernação de pratica­

mente 30 nos, devido à divulgação dos crimes praticados

contra os judeus pelos nazistas. Essa retomada do movimen­

to anti-semita não é mais baseada em argumentos teológi­

cos nem científicos. Ganha o nome de neonazismo, pois

é um anti- emitismo mascarado pelo anti-sionismo, que é

negar ao j deu a ua liberdade e independência nacional,

ser contra I-rael. Mitos de seus seguidores chegam a negar

o Holocausto ou mesmo a inverter a ordem carrasco-vítima,

colocando s nazistas como as vítimas em questão.

o resultado final da guerra para os

judeus chegou à casa dos 6 milhões de mortos. Livres dos nazistas, não tinham

para onde Ir e nem em quem se apoiar

www.cine-master.blogspot.com

Page 40: GrandesLideres Hitler

www.cine-master.blogspot.com

Page 41: GrandesLideres Hitler

www.cine-master.blogspot.com

Page 42: GrandesLideres Hitler

www.cine-master.blogspot.com

Page 43: GrandesLideres Hitler

www.cine-master.blogspot.com

Page 44: GrandesLideres Hitler

oOU FICA

46 Grandes líderes da História

- --~---

www.cine-master.blogspot.com

Page 45: GrandesLideres Hitler

1m ossível olhar Hitler e não ver nele aquilo que mais se

aproxima do Mal em termos humanos. Jamais vai-se

e quecer da agressão à humanidade que ele promoveu Pires

ompreender a era nazista na história alemã e

uadrá-Ia em seu contexto histórico não é perdoar o

ge ocídf . De t da forma, não é provável que uma pessoa

que tenha vivido este século extraordinário se abstenha

de julgar. O difícil é compreender". Essas palavras de Eric

Hobsbawm servem para todos aqueles que estudam ou

buscam saber mais sobre quem foi Adolf Hitler e o que

representou o n zismo para o mundo.

Julgai e compreender, dois verbos, duas ações que, em

se tratan o de Hitler, estão dissociadas. Todos julgamos, mas

nem tod s compreendemos. Para quem não viveu o horror

do nazismo, talvez os relatos não passem de palavras em

livros. Para outros, são marcas sinalizadas na própria carne.

Nada foi mais monstruoso do que o regime nazista. E

Hitler e s us comparsas cansaram de avisar que poriam em

prática tudo o que de fato fizeram bem antes de iniciada

a guerra. Pelo enos desde 1926, quando foi publicado

o livro "Minha Luta", o mundo tinha conhecimento do

que Hitler pensava dos judeus, da raça ariana e do que

pretendia empreender para recuperar a grandeza da nação

e do império alemães, perdida na Primeira Guerra. Mesmo

assim, Hitler chegou ao poder.

Charl s Chaplin, em 1940, filmou "O Grande Ditador",

uma par' dia de Hitler em que colocou, com seu típico

humor, as características de um regime autoritário baseado

na crença de uma raça superior. Mas seu filme não foi capaz

de prever o de fecho trágico que se veria em seguida.

Enquanto na ficção de Chaplin o final é um discurso

emocionado em que a fraternidade está acima de qualquer

raça ou credo, na vida real Hitler escolheu o caminho

inverso. E os resultados foram uma guerra em escala global

e uma carnifiCina como nunca vista antes. Definitivamente,

Chaplin não previu Hitler.

Assim, em termos morais, como explicar um regime

baseado na violência e no terror, na perseguição a minorias

étnicas, n invas-o de países soberanos em nome de uma

raça dita superior, sem que nenhuma nação se opusesse

energicamente contra? Talvez a pergunta que deva ser

formulada eque deve pautar os estudos sobre os nacionalismos

atualmente seja outra: como foi possível a existência de um

Hitler? A explicação para esse mal é um dos enigmas mais

contunde tes do século 20. Talvez nunca cheguemos a uma

conclusão, mas o importante é que o fato deve permanecer.

Pesquisar . conjecturar sobre os motivos que levaram Adolf

Hitler a o iar os judeus a ponto de exterminá-los não pode

ser mais i portante do que as mais de 60 milhões de vidas

que se dissiparam com a guerra. Se a lição de Hobsbawm é

compreender, não para perdoar, mas sim para julgar, relembrar

tal julgamento torna-se tarefa obrigatória para evitar que

novo mal aconteça. Ainda mais em tempos como os atuais,

quando se vê movimentos neonazistas e outros que negam a

existência do Holocausto. A História é o maior professor que

podemos ter, mas a memória enfraquece com o tempo. Daí a

essencialidade de seu estudo.

Passados 60 anos do fim da guerra, é possível encontrar

subsídios para saber quem foi Adolf Hitler? Um idealista,

um assassino, um líder carismático, um artista frustado, um

psicopata sexual? Com certeza, ele foi tudo isso, e muito mais.

E é exatamente esse "muito mais" que se perdeu. Dentro

da ótica da moral e da ética cristãs, da distinção clara entre

Bem e Mal, não há como entender o genocídio. Hitler foi a

encarnação do Mal, como muitos outros também o foram,

mas não há antecedentes de alguém que espalhou a morte

em escala industrial como ele.

Goebbels, o ministro da Propaganda do III Reich e pessoa

mais próxima a Hitler durante todo o tempo, disse a um auxiliar

seu certa vez: "Trabalho com ele há muitos anos, vejo-o quase

todos os dias e, todavia, há momentos em que ele me escapa

completamente. Quem se pode gabar de o ter visto tal e qual

como ele é? No mundo da fatalidade absoluta em que ele

se move, nada mais possui sentido, nem o bem, nem o mal,

nem o tempo, e aquilo a que os homens chamam de sucesso

não pode servir-lhe de critério. Tomais-me por um doido, mas

escutai o que vos digo: é provável que Hitler termine numa

catástrofe. <...) Hitler tem inimigos no mundo que pressentem

a sua personalidade, mas duvido que ele tenha um só amigo

que o saiba, à parte eu. E, apesar disso, o que ele é, em última

instância, ignoro-o. Éele realmente um homem? Não o posso

jurar. Existem momentos em que ele me faz tremer".

Se nem Goebbels compreendia Hitler, como podemos

compreendê-lo? A nós, resta a tarefa de conhecer e julgar.

E, no caso de Hitler, julgar é condenar.

Para quem não viveu o horror do nazismo, talvez os relatos não passem de palavras em

livros. Para outros, são marcas ", .

sinalizadas na propna carne

Grandes Líderes da História 47 www.cine-master.blogspot.com

Page 46: GrandesLideres Hitler

I<"---OUII

LivROS E fi lM ES Onde procurar mais informações sobre o assunto

As fontes de consulta a respeito de Hitler, do nazismo

e da S gunda Guerra Mundial são das mais abundantes

da hist' ria contemporânea. Em pouco mais de 50 anos

após o fim da guerra, o número de livros, filmes e estudos

históric se int rpretativos ligados a ela é de impressionar. A

bibliografia em português, como de costume, fica muito a

dever a que há disponível em inglês e francês, por exemplo,

mas, m smo assim, é possível ter acesso a trabalhos muito

Llvl<GJS

MINHA LUTA, DE ADOLF HITLER (Centauro Editora)

Este é o livro que mais ódio e

paixão gerou no mundo desde seu

lançamento na década de 1920.

Paixão dos alemães, que viam em

Hitler a figura que os livraria de

todos os males; ódio dos judeus e

comunistas, ue viam nele um manual de perseguição.

Certo é que que Hitler fez desde quando chegou a

chanceler alemão e, posteriormente, a Führer estava

descrito em seu livro, escrito da prisão em 1924. Nele,

Hitler fala de sua infância, sua vida em Viena e Munique e

sua experiência na Primeira Guerra, tudo isso entremeado

por seus argumentos de ódio ao governo austríaco pré­

guerra, pela sua descoberta do anti-semitísmo que o

marcaria pra sempre, pelo combate aos comunistas,

pela superioridade alemã, pela unicidade dos povos

germânicos e pela legitimidade da guerra por conquista

aos povos considerados mais fracos e inferiores.

"Minha Luta" já teve diversas traduções e edições

pelo undo todo e deve ser encarado como um

d0cumento histórico de inestimável valor para entender

Hitler e o nazismo. A edição atual, da Centauro Editora,

tem mais de 500 páginas e vem com diversas fotos. É uma edição de luxo que qualquer leitor dificilmente

encontrará em livrarias. Isso porque há um forte lobby

judeu contra a venda do livro. Muitos donos de livrarias

são judeus proíbem que "Minha Luta" esteja em

suas prateleiras; outras, que se aventuram em pô-lo à venda, sofrem com ameaças judiciais. Tal história pode

ser confirmada, pois, para este trabalho, a busca pelo

livro em livrarias foi fracassada e este só foi encontrado

direta ente na editora, que busca meios alternativos de

vender a obra, como pela internet.

É importante frisar que "Minha Luta", apesar de

bons de historiadores sérios e outros mais sensacionalistas.

Há livros lançados no Brasil, mas com edição esgotada, como

as biografias escritas por Joachim Fest, chamada "Hitler",

e por John Tolland, "Adolf Hitler". Outro esgotado é "Os

Últimos Dias de Hitler", de H.R. Trevor-Hoper, que aborda as

versões sobre a morte do Führer.

A seguir, rastreamos uma série de obras sobre o assunto

que está disponível em livrarias e lojas especializadas.

todo seu conteúdo racista e da apologia da raça ariana e

do militarismo, é uma obra de interesse não só histórico

como geral. É uma chave para compreender uma mente

que foi a mais sanguinária do século 20.

PARA ENTENDER HITLER: A BUSCA DAS ORIGENS

PAR .. E"TI'.CO." DO MAL,IKlI!'ii'~~R ...."$U .... OI"U..S.O.a~ DE RON ROSENBAUM

I!!!!!!I!!!!!!;]!!!:!I;;;!I!!!!I!!!!!!I[ (Editora Record)

O autor escreveu mais de

rD~A:l~.;';·~"··"'.wJ1 600 páginas em que faz uma investigação euma pesquisa ampla

com historiadores e especialistas

para tentar entender por que Hitler

fez o que fez. Suas buscas remetem

aos avós de Adolf, passando por situações polêmicas

sobre a v(da do fünrer, como o suicídio (ou não) de

sua sobrinha-amante Geli Raubal, interpretações

folclóricas e outras com certa credibilidade. Cheio de

referências a outras obras de importância histórica

para o estudo sério sobre Adolf Hitler e o anti ­

semitismo no decorrer do século, é uma átima fonte

para conhecer o mundo da historiografia e como

fazer história é um exercício subjetivo que envolve

ideologias e escolhas pessoais.

o PAPA DE HITLER, DE JOHN CORNWELL (Editora Imago)

Um livro polêmico que estuda

as relações do papa Pio XII (Eugenio o PAPA DE HITLER Pacelli) com a Alemanha nazista. A HISTÓRIA SECRETA DE

P'OXII·JOHNCORNWELL Em suas pesquisas, o autor encontra

farto material que mostra que

Pacelli, quando era núncio papal em Berlim, ajudou

Hitler a chegar ao poder em 1933 e, diante do massacre

de judeus no decorrer da Segunda Guerra, silenciou.

48 Grandes líderes da História

I

www.cine-master.blogspot.com

Page 47: GrandesLideres Hitler

HITLER POR ELE MESMO (Martin Ciaret)

I do século, entre os quais as duas guerras

Cnmr'OOl!

Considerado um livro-c1ipping, é

uma obra que traz textos de diversos

especialistas já publicados. Éa reprodução

de parte de obras, como as biografias

de Adolf Hitler feitas por Joachim Fest

e John Tolland. Além disso, traz trechos

de "Minha Luta" e um perfil biográfico.

Uma boa indicação bibliográfica, estando

a maioria os livr s citados esgotados. Em termos gerais, uma

introdução ao universo de Hitler.

HOLOCAUSTO: CRIME CONTRA A HUMANIDADE,

Holo:austo DE MARIA LUIZA TUCCI CARNEIRO (Editora Ática)

A historiadora e pesquisadora, em

linguagem simples e acessível a colegiais,

faz um panorama do que foi o Holocausto

e qual sua dimensão para o século 20.

Fala sobre cresci ento do anti-semitismo na Alemanha, como

se deu a perseguição aos judeus desde a tomada de poder pelos

nazistas e como a indústria da morte nazista se desenvolveu.

ERA DOS EXTREMOS: O BREVE SÉCULO XX, DE ERIC HOBSBAWM (Cia das Letras)

Obra do famoso historiador inglês

que aborda o século 20, o século das

guerras. Num texto pessoal e cativante,

Hobsbawm aborda os principais temas

o entre elas têm destaque.

OS CARRAS OS VOLUNTÁRIOS DE HITLER, DE ANIEL CiOLDHAGEN (Cia das Letras)

Uma das questões que mais martelaram aHistória após aguerra

foi saber até ue ponto a população alemã tinha conhecimento do

que os nazistas faziam aos judeus eaté que ponto foram coniventes

com o Holo usto. Aqui, o autor busca demonstrar exatamente

a idéia de que a população foi cúmplice de todo aquele horror,

participando tivamente, inclusive em programas de extermínio.

HITLER E O HOLOCAUSTO, DE ROB RT WISTRICH (Editora Obj tiva)

O autor faz uma análise e apresenta sua visão de como

foi possível a instalação do nazismo. Ele busca explicar o que

levou Hitler a empreender o maior genocídio da histôria da

humanidade, que matou 6 milhões de judeus.

Fi MIS I'

A LISTA DE SCHINDLER, DE STEVEN SPIELBERG (1993)

Este filme foi aclamado pela crítica e deu a Spielberg o

Oscar de melhor diretor. Conta a história de Oskar Schindler,

um industrial membro do Partido Nazista que ajudou a salvar

milhares de judeus. Essa história é o pano de fundo para

Spielberg revisar seus antepassados e acertar contas com o

judaísmo. Ele retrata, em branco e preto, o horror dos campos

de concentração, sem camuflar a crueldade do tratamento

aos judeus e nem a perversidade com que eram mortos.

O PIANISTA, DE ROMAN POLANSKI (2002) Filme que retrata a vida de judeus no gueto de Varsóvia

diante da perseguição nazista. Pelo olhar de um pianista,

Wladyslaw Szpilman (o filme é baseado em livro de memórias

desse pianista), o diretor retoma uma narrativa realista,

mostra um retrato cru e fiel do massacre da população judia

na Polônia. Polanski ganhou o Oscar de melhor diretor e a

Palma de Ouro em Cannes por este filme.

o TRIUNFO DA VONTADE, DE LENI RIEFENTAHL (1935)

A cineasta de Hitler, como ficou conhecida, filmou esse documentário para o Partido Nazista quando da realização

do Congresso Nacional-Socialista de 1934. A estética

empregada tem sempre como finalidade a grandiosidade,

captando a cena de um ângulo que dê a dimensão da

grandeza do que era o nazismo, para o qual-a aparência

importava muito, pois seu regime era baseado no visual

e no impacto. Antes de Hitler fazer seus discursos, um

monumental desfile acontecia com gigantescas bandeiras

nazistas. Tudo era grandioso e essa sensação foi muito bem

captada por essa cineasta que, acusada de propaganda

nazista depois da guerra, acabou inocentada.

• ,'o '" '''' ""'1>0'

O LONGO CAMINHO PARA CASA, DE MARK JONATHAN HARRIS (1997)

Vencedor do Oscar de melhor

documentário de 1997, aborda o pós­

guerra pela ótica dos judeus. O que

aconteceu a eles? Para onde foram? O

que os países vencedores - os Aliados

_ destinaram a eles? São questões que

pouco conhecemos e o que o diretor Mark Harris mostra não

é nada gratificante aos países aliados, especialmente Estados

Unidos e Inglaterra. Pelo contrário, relatos de sobreviventes

indicam que a vida pós-nazismo não se modificou com a

libertação. Os judeus eram alvo de racismo mesmo por parte

das tropas americanas. Uma das falas mais marcantes de "O

Longo Caminho para Casa", de um sobrevivente, diz que "era

melhor ser um alemão derrotado do que um judeu libertado".

Grandes Líderes da História 49 www.cine-master.blogspot.com

Page 48: GrandesLideres Hitler

Nos BRA os DE ESTRANHOS, DE MARK JONATHAN HARRIS (2001)

Outro documentário premiado do mesmo diretor de "O

Longo Caminho para Casa" abordando os judeus e o nazismo.

Aqui, através de arquivos fotográficos e depoimentos de

sobreviventes, Harris mostra a trajetória de 10 mil crianças

judias que fora tiradas da Alemanha e levadas para lares

e orfan tos britânicos. As histórias dessas pessoas estão

entrecortadas pela narração "em off" de Judi Dench. Venceu

o Oscar de melhor documentário de 2000.

ARQ ITET RA DA DESTRUiÇÃO, DE PETER COHEN (1994)

O filme ressalta a importância que a arte teve para a

propagação do pensamento e dos intuitos de Hitler, cujo

princípio geral era embelezar o mundo, limpar tudo, o que incluía

a elimin ção de um povo, no caso os judeus, considerados uma

raça inferior. A marcha de Hitler sobre Paris após a capitulação

desta é exemplar. Amante das artes, Adolf Hitler visitou todos

os pont s turísticos da capital francesa, como o Arco do Triunfo

e o Mueu do Louvre. Ao mesmo tempo, a admiração pelas

artes faz contraponto aos campos de concentração, mostrando

dois po tos essenciais do movimento - a busca da beleza e da

perfeição e a d struição.

o GRANDE DITADOR, DE CHARLES CHAPLIN (1940)

O primeiro filme falado de Charles

Chaplin tornou-se também uma das

obras mais significativas contra o

nazismo e o autoritarismo em geral.

Aqui, Chaplin interpreta dois papéis

opostos - o de um barbeiro judeu

perseguido por tropas de choque e o

de um itador chamado de Hynkel. Uma sátira a Adolf Hitler,

tem cenas marcantes, como a de Hynkel (Chaplin) dançando

com o lobo c mo se fosse um balão e o discurso final de

redenção do p rsonagem.

CíRC.1JLO DE FOGO, DE JEAN­JACQUES ANNAuD (2001)

A trama se passa em Stalingrado,

quando os alemães estão atacando a

cidade e impingem artilharia pesada

contra os russos. Estes, por sua vez,

estão numa guerra de resistência que

terminaria com a expulsão dos alemães e

posterior contra-ofensiva que levaria os

Aliados à vitória. Dentro da resistência,

há um exímio soldado atirador, Vassili Zaitsev, tido como grande

herói russo. Sua fama estava mantendo vivas as esperanças da

popula -oe, diante disso, os nazistas resolvem enviar seu melhor

atirador para acabar com Vassili. A partir daí, uma perseguição

de gato e rato se faz entre os destroços da cidade.

5P R.f:l\;UOSDAACADEMIA O RESG ATE DO,![üíoiiiliRItõR'lm's;;;;;;s,<lbo-g "" I

SOLDADO RVAN, DE STEVEN SPIELBERG (1997)

O início, com o desembarque na

Normandia no dia que ficou conhecido

............If como o "Dia D", é um dos retratos mais

cruéis da Segunda Guerra Mundial. A

mutilação de corpos, o sangue jorrando

e o mar de sangue que literalmente se

vê chocaram muitos e abriram os olhos

daqueles que desconheciam ou ignoravam o horror que foi o

combate ao nazismo. Dentro do espírito patriótico americano,

Spielberg coloca uma questão de humanidade - resgatar um

soldado que perdera seus três irmãos na mesma guerra e enviá-lo

de volta à sua mãe - como contraponto à brutalidade da guerra.

A resistência heróica aos tanques alemães e a satanização do

inimigo (não poderia ser diferente) elevam a participação dos

homens americanos no combate, que não deixa de passar a

idéia de que um americano vale o sacrifício de até um exército.

~.iiiiiiiilDa>:l CONCORRÊNCIA DESLEAL, DE ErrORE SCOLA (2001) ..w.-:=.;:;:;

Na Itália fascista de 1930, às

vésperas de estourar a guerra, dois

comerciantes vizinhos - um católico

e outro judeu - brigam pelos cliente)

em divertidas concorrências. Mas tudo

vai se transformando e ambos vão

criando uma forte amizade quando

o regime de Mussolini vai apertando

o cerco contra os judeus até sua expurgação final. Um filme

excepcional para ver como a perseguição aos judeus acontecia

no cotidiano e não apenas durante a guerra.

PEARL HARBOR, DE MICHAEL BAV (2001) Uma superprodução que, como o nome indica, retrata o

ataque aéreo japonês à base naval americana de Pearl Harbor. O

ataque foi o estopim para a entrada na Segunda Guerra Mundial

da maior potência até então, fato que foi decisivo para a vitória

aliada contra o Eixo. Produção ufanista norte-americana, talvez

traga o retrato mais fiel do que deve ter sido o bombardeio a

Pearl Harbor. As cenas são incrivelmente realistas.

SENTA A PUA!, DE ERIK DE CASTRO (2000)

Documentário brasileiro que

reúne depoimentos de pilotos

brasileiros que foram combater o

Eixo na Itália em 1944. Estiveram

na Europa 49 pilotos e 417 homens

de apoio. No filme, eles contam

histórias e dramas que viveram

desde os treinamentos nos Estados

Unidos até a volta para o Brasil.

50 Grandes Líd res da História

-------- - ~ ~ --­www.cine-master.blogspot.com

Page 49: GrandesLideres Hitler

r

(~t o R A

www.cine-master.blogspot.com

Page 50: GrandesLideres Hitler

"A E ISTA DE TODOS OS TEMPOS

Complete sua coleção de GRANDES LíDERES DA HISTÓRIA econfira atrajetória de pessoas que ajudaram atransformar omundo

Acesse www.revistaonline.com.br ou lig e(11) 3393-7777 ereceba A

ARTE ANTIGAsuas revi tas preferidas em casal EDITORA

www.cine-master.blogspot.com