GRALHA AZUL - No. 37 - AGOSTO - 2013 - SOCIEDADE BRASILEIRA DE MÉDICOS ESCRITORES - SOBRAMES - PR

GRALHA AZUL GRALHA AZUL

1 SOBRAMES PARANÁ - GRALHA AZUL No 37 - AGOSTO - 2013

RECIFE  –  ASSIM  CONTINUA  A  VERDADEIRA  SOBRAMESA psicologia moderna busca no exemplo, o caminho para promover a educação e a cultura. Regozijo é

conhecer a Regional SOBRAMES do Estado de Pernambuco. Participar da sua reunião mensal é uma experiência inesquecível. De fato, exemplar.

Minha primeira vez foi no ano de 2012, no primeiro semestre, quando fui divulgar o XXIV Congresso Nacional em Curitiba. Muito bem recebido, tive a honra de falar sobre o centenário de nascimento de Helena Kolody, a poeta paranaense de primeira grandeza. A extraordinária sensação de organização, respeito e formalidade, que durante anos e anos sem interrupções, torna cada vez maior e mais importante a história de nossa entidade literária. Fui convidado a um passeio em Caruarú, terra de Mestre Vitalino:

“Era mais importante que eu aprendesse a usar minhas mãos que minha cabeça.Na minha terra as mãos produzem comida e a cabeça só produz confusão...”

AS MÃOS DE VITALINO por Rafael dos Santos Barros

De Vitalino as mãos eram mãos santas que modelaram em barro os nordestinos e transportaram a dor e os desatinos para os bonecos tantas vezes, tantas.

Bonecos mudos, quantas vezes, quantas minha alma cega por meus olhos viu? A tua dor meu coração sentiu no canto triste que inda hoje cantas

Soprou-se a vida num boneco mudo que sem falar, assim, dizia tudo dos nordestinos, dos destinos seus,

advertência dos que nascem pobres pelas mãos rudes, que ficaram nobres, abençoadas pelas mãos de Deus.

No último mês de Maio, no meu passeio pelas Regionais da SOBRAMES, encontrei novamente em Recife um grupo seleto de sobramistas. Seu presidente, Cláudio Renato Pina Moreira além de excepcional escritor é dirigente dedicado ao compromisso de seguir avante. Tem no amigo Luiz Gonzaga Braga Barreto, um aliado, um arauto. É vice-presidente da SOBRAMES Nacional e Presidente eleito do XXV Congresso Nacional em Recife PE em 2014. Paulo Camelo, ex-presidente da Regional, é também fundamental na direção dos trabalhos e editoração do Boletim Mensal da SOBRAMES - PE.

Quando soube do falecimento de José Nivaldo tive a impressão que ficamos muito incompletos no conhecimento mútuo, pois em poucas ocasiões que estivemos juntos, foi de uma amizade imediata e de grande carinho e respeito. Após ler a crônica de Waldênio F. Porto, sobre nosso querido confrade, senti que era verdadeiro meu sentimento pelo grande médico, líder, literato e fiel amigo.

Agradeço também por receber as crônicas mensais de Meraldo Zisman, pérolas do pensamento, com apuro na interpretação do ser humano e do cotidiano da nossa vida.

Guardei com carinho várias poesias e crônicas naquela oportunidade, uma delas pode ser acessada no seguinte endereço eletrônico, é só clicar na próxima página.

Outro fato notável é a participação importante, fundamental das mulheres nesta regional. As esposas dão vida à entidade, curtem seu dinamismo, estendendo-a além das sessões plenárias e literárias, acompanhando o grupo com viagens, turismo e também na infraestrutura e secretaria.

Agradeço a presença do meu amigo e padrinho nordestino, José Maria Chaves, que se deslocou de Fortaleza (voltando no mesmo dia), com a finalidade de participar conosco dessa reunião belíssima em Recife, mesmo padecendo de severa gonalgia. Fato que não o afastou do churrasco de confraternização.

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WALDÊNIO PORTO: “Encantamento de José Nivaldo”: http://www.slideshare.net/Pitaki/waldnio-jos-nivaldo

JOSÉ ARLINDO GOMES DE SÁ:“INFORTÚNIO”http://www.slideshare.net/Pitaki/jos-arlindo-gomes-de-s-infortnio-jos-arlindo-gomes-de-s

CARLOS ERNANI ROSADO SOARES:“AMAURY” http://www.slideshare.net/Pitaki/carlos-ernaniamaury-por-carlos-ernani-rosado-soares-recife-06

MERALDO ZISMAN:“INSTINTO DE MORTE E POLÍTICA”http://www.slideshare.net/Pitaki/meraldo-zisman-instinto-de-morte-e-poltica-meraldo-zisman-recife-06

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Hélio Germiniani - PR Hélio Moreira - GO

Academia Paranaense da Poesia

JANSKE NIEMANN “Eu não falo do meu amor porque não existe palavra que o defina.

Não posso vender meu poema porque o meu poema não tem preço.

Assim, lanço meu amor e meu poema aos braços do vento,

porque também o vento Maurício N. Friedrich - Sobrames PR e APP não tem preço...” Luiz Hélio Friedrich - Acad. Paranaense da Poesia Sérgio A. M. Pitaki - Sobrames PR e APP Janske Niemann - Acad. Paranaense da Poesia

LÍNGUA PORTUGUESA - ® LÍLIAN MAIAL

Tudo começou quando lhe disseram que a língua não cabia dentro da boca.

Que era uma língua de trapo.

Aquilo virou obsessão, entre o fascínio e a vergonha.

Tinha uma língua enorme, que batia no queixo.

Fazia caretas inimagináveis, fazia música com a língua, provocava.

Nas festinhas, exultava se ganhasse uma língua de sogra.

Ainda criança, gostava de brincar de falar a língua do “pê”.

Um dia começou a lamber e não parou mais.

Lambia os beiços, lambia a borda do prato, a borda dos copos, lambia os lábios. Era mestre em lamber.

E adorava língua de gato! Desde que começou a lamber a pele, nunca mais teve sossego.

Havia filas de tudo que é tipo de gente.

Todos queriam ver a língua, sentir a língua, beijá-la.

Depois que casou, passava horas lambendo a cria.

Resolveu estudar línguas. Fez inglês, francês, espanhol, alemão e italiano.

Era muito simples, dominava a língua como ninguém.

Ocupava alto posto na diplomacia, graças à lábia e às línguas.

Tudo ia bem, até que passou a não falar a mesma língua.

As más línguas mandaram que dobrasse a língua,

mas não era de seu feitio engolir a língua.

Tinha tudo sempre na ponta da língua.

Deu com a língua nos dentes.

Morreu com a língua de fora.

LÍLIAN MAIAL é carioca, médica, escritora e poeta. Coordenadora Regional, RJ para o MIP (M. I. Poetrix). Filiada à REBRA e à APPERJ. Consulesa (RJ) - POETAS DEL MUNDO.www.lilianmaial.com - http://lilianmt.zip.net - http://lilian.maial.zip.net https://www.facebook.com/LilianMaialPoesia

EXPEDIENTE: Editor Responsável e Presidente Sobrames Paraná: Sérgio Pitaki; Vice-Presidentes: Fahed Daher e Sonia Braga; Secretários: Paulo Maurício Piá de Adrade e Maurício Norberto Friedrich; Tesoureiros: Maria Fernanda Caboclo Ribeiro e Edival Perrini. contacto: sergiopitaki@gmail.com , fones:41-30131133; 41-99691233

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TANTAS PALAVRAS

Ana Lucia De França Professora de Letras - SOBRAMES - PR

Tantas palavras ... só por hoje.

Desde criança sempre fui muito quieta, observava tudo, aprendia, tomava o maior cuidado para não ser a principal atenção, não ser "espaçosa". Traços bem definidos da minha personalidade. Quando saia com meu pai ele dizia -"Aninha, você só responde com a palavra "é" no máximo "pois é". No carro, meu primeiro e único namorado me disse uma vez na estrada: "Aninha, faz duas horas que você não fala, você é diferente”!

Às vezes eu dizia ( havia lido em Carlos Castañeda) que as palavras eram pobres e insuficientes para expressar tudo o que sentia e com a intensidade que eu sentia. E assim foi, prefiro ainda hoje beijar e abraçar meus filhos, neta e amigos. Mas aprendi com o tempo que elas, muitas vezes, são a maior riqueza. Primeiro no curso de Letras. Segundo no AVC do meu marido quando tratei de pesquisar sobre a afasia e seguir todo o tratamento. Terceiro quando a minha netinha, prematura, demorou a balbuciar as primeiras palavrinhas - Ah, e eu me derreto quando ela fala qualquer coisa com aquela voz só dela!

Eu não vou mentir que ainda gosto muito do "falar pouco e pensar mais" e também que não aprecio pessoas prolixas e que também tenho certa preguiça em ter que verbalizar tudo toda hora. Certo que por várias razões, hoje eu falo mais. Com a chegada do Facebook, acho que falo (posts) até demais...rsrrs ! Mas nunca, nunca quero que meu silêncio seja covarde, aquele que transmite a indiferença, a falta de educação, ou aquele que ignore alguém, não importa quem. O silêncio que é pior que grito e mais mascarado do que qualquer palavra que possa sair da boca. Já vivi de muitos silêncios, o mais sublime, o de paixão, o de amor, o de êxtase, o da dúvida, o do físico ... Não quero conhecer e nem ser amiga e nem me relacionar com pessoas que falam meias verdades, desrespeitam a si e aos seus ouvintes, mas muito menos quero ter contato com quem, cruelmente, rudemente, mesmo por ser rudimentar ou por pura grosseria, deixe de me dirigir uma palavra sequer - Nem que seja um "é" falado, ou simplesmente escrito. Bem, eu dou um “oi” para todos os cachorrinhos na rua, sou incapaz de os deixar falando sozinhos.

Deus, obrigada por ter me concedido o dom da palavra e ter colocado Anjos que me concederam humanamente as mais belas palavras nos meus momentos de maior aflição. E, por aqui, vou bloqueando quem não fala comigo, mas quer ser meu “amigo(a)”.

E A HISTÓRIA CONTINUA.............