GRALHA AZUL no. 21 Abril 2012

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Boletim Mensal Sobrames Paraná No. 21 - Abril de 2012

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FAMÍLIa Silva E D I Ç Ã O V E R Ã O 2 0 0 9

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BOLETIM MENSAL - No. 21 - ABRIL - 2012 - SOCIEDADE BRASILEIRA DE MÉDICOS ESCRITORES - SOBRAMES - PR

GRALHA AZUL GRALHA AZUL ASSIM CANTAVA CASTRO ALVES

“Óh! bendito o que semeia Livros à mão cheia E manda o povo pensar O livro, caindo, caindo n’alma É germe que faz a palma É chuva que faz o mar”

CONGRESSOS DA SOBRAMES - HISTÓRIA I - Teresópolis - RJ 26 a 27 de novembro de 1966 II - Curitiba - PR 18 a 20 de março de 1968 III - São Paulo - SP 20 a 21 de fevereiro de 1970 IV - Salvador - BA 24 a 26 de fevereiro de 1972 V - Recife - PE 20 a 22 de fevereiro de 1974 VI - Rio de Janeiro - RJ 25 a 27 de março de 1976 VII - Belo Horizonte - MG 15 a 18 de fevereiro de 1978 VIII - Rio de Janeiro - RJ 28 a 30 de novembro de 1980 IX - Recife/Olinda - PE 30 de março a 3 de abril de 1982 X - Curitiba - PR 17 a 19 de maio de 1984 XI - Rio de Janeiro - RJ 24 a 26 de abril de 1986 XII - Maceió - AL 19 a 21 de maio de 1988 XIII - Salvador - BA 23 a 26 de agosto de 1990 XIV - Recife - PE 26 a 28 de fevereiro de 1992 XV - São Paulo - SP 18 a 20 de maio de 1994 XVI - Fortaleza - CE 29 a 31 de agosto de 1996 XVII - São Paulo - SP 25 a 26 de setembro de 1998 XVIII - Gramado - RS 28 a 31 de maio de 2000 XIX - Belo Horizonte - MG 30 de maio a 02 de junho de 2004 XX - Bento Gonálves - RS 26 a 30 de maio de 2004 XXI - Maceió - AL 20 a 22 de abril de 2006 XXII - Fortaleza - CE 04 a 07 de junho de 2008 XXIII - Ouro Preto - MG 03 a 06 de junho de 2010 Fonte: Folheto Sobrames gentilmente encaminhado por L.A. Soares

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Museu Oscar Niemeyer Curitiba - PR

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TECENDO O ABSURDO - ASSOVIAR POEMAS!

- Que idéia louca que brotou na sua cabeça.

Os editores João Scortecci e Marcos Salun, olharam-me, como se enxergassem fantasmas. - Assoviar um poema? E como vamos dar forma a isto? E de que jeito passaremos esta idéia. A essência do poema para o papel? - Isto pode ser feito gravando em CD. Disseram uníssonos!- Não disse, quase pulando da cadeira.

- Quero em um livro. Em um livro impresso. Um livro de páginas numeradas. Páginas com palavras imaginadas, texto diagramado no inconsciente. Cor. E que se amarrote se mal manuseado, que se rasgue se vítima da fúria, que se manche de lágrimas, acaso motive alguém. Olhei-os, estavam achando-me tolo.

- Isto não é petulância, disse, pausadamente.- Não tenho nem peso, nem altura, para ser petulante.- Quero apenas assoviar poemas.- Como ler. Como ouvir? Voltaram a perguntar.- Como o leitor vai percebê-los?- Do modo que ele consiga senti-los. Respondi.- Começaremos diagramando um leve sopro. Disse. Abrindo os magros braços.- Será como se ouvíssemos o sussurro de um Espantalho.- Depois seu estalar de dedos. Um pouco além, suas palmas.- Por fim o tictacquear de sua alma.- Eles riram demais.

Deixaram programado o livro para idos de 1982. E vejam que estamos em 2010. Eu saio da sala convencido de que assovio poemas. De que construo Mundos. De que pertenço à rua. De que sou ave noturna. De que posso ser a comida que extingue a fome e a fome que deseja a comida. Comigo, compreendo que tudo se comunica mesmo em silêncio. E que vida exite até no que não existe. É ai que está o assovio. Atravesso a rua, tropeço na calçada e arranco um pedaço de mim. Que fica ali para ser outra coisa.

- Não quis teimar com eles. Nem eles seguramente conseguiriam me convencer. Logo a mim. Que sou um Espantalho. Vivendo pelo avesso.

LUIZ JORGE FERREIRA - 2010 “O avesso do espantalho” / Scortecci Editora Sobrames - SP

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O BOM

Marco Aurélio Baggio

Presidente: SOBRAMES e Emérito do Instituto Histórico e Geográfico MG.Ex-presidente da Arcádia-MG e Instituto Mineiro de História da Medicina.

Membro: Academia Mineira de Medicina; Academia Brasileira de Médicos Escritores;União Brasileira de Escritores RJ; Federação das Academias de Letras e Artes MG;

Honorário da Sociedade Eça de Queiroz, RJ; Vitalício da Academia de Letras do Brasil.Comendador da Liberdade e Cidadania, MG.

Obrar bem é o que importa.A natureza nos é indiferente, inconstante que é.Fazer o bem traz consigo um bem-estar que é sua própria recompensa.O sentido da vida, em ultima instancia, é fazer o bem.Este é o principal recurso de que dispomos: sermos bondosos uns com os outros.Sabe-se que a bondade é o único investimento que nunca falha.É o verdadeiro gênio do ser humano. Todo o demais são minudencias, firulas, coisasdespiciendas.O bem acarreta a alegria que eleva a vitalidade e o ânimo dos homens.Traz em seu bojo a vivência do pleno, do útil, do desfrutável e do ressarcidor.O exercício do BOM propicia a completude das vivencias em um mundo em perpétuamodificação.Só favoráveis experienciações, alimentadas pelo leite da bondade humana é que possui opoder de amortecer até anular, a maldade que prevalece como poesia do mal na HistóriaUniversal.O mal tem que ser pastoreado pela ética do bem.A implantação consistente do BEM resulta na capacidade de reparar os desacertos domundo.A função do amor, do bem, é abrandar a crueldade das fatalidades.O bom acresce o ser fraco e pequeno. É como farinha : esfria o quente da maldade; engrossa o ralo das vivências e aumenta opouco das humanidades.Sê bom mas que a sua mansidão mantenha firme a decisão de combater o mal.O Bom limpa o mal-hálito do cotidiano da vida.Contudo, praticar o bem tem menos charme do que praticar o mal. O bom é decepcionante por ser limitado: não é o ótimo, o deslumbrante, o superlativo. Ainda assim, é necessário proteger o BOM com dedicação, um vez que ele se estiola comfacilidade.O bom tem que ser criado, mantido e embalado como criança de colo no espaço interno deconfecção de cada um de nós. Implica ser internalizado e elaborado por complexasoperações intrapsiquicas.A bondade é a única atitude que valoriza o ser humano.É ela, a bondade em transcurso, o hábito salutar que nos dá a potência para existir.É necessário manter absoluto predomínio de vivências boas sobre as más para que se possaconstituir um ser humano de razoável valor e qualidade.

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EXPEDIENTE: Editor Responsável e Presidente Sobrames Paraná: Sérgio Pitaki ;Vice-Presidentes: Fahed Daher e Sonia Braga; Secretários: Paulo Maurício Piá de Adrade e Maurício Norberto Friedrich; Tesoureiros: Maria Fernanda Caboclo Ribeiro e Edival Perrini. contacto: [email protected] , fones:41-30131133; 41-99691233

Tal qual Monteiro Lobato, Bigarelli tornou possível, numa linguagem atual, transformar viva uma estória contada aos netos através do seu livro chamado “A Vida de Pedrinho” . Numa série de relatos da vida de Pedrinho, ou Peter, na sua fase germânica, revela um menino pródigo e honesto consigo mesmo. Nos traz com muita perspicácia, o deleite da imaginação. Assuntos como problemas familiares, estudos, livros, educação, esforço individual e ainda mesclado por magia e sonho, emoldurados com lindas e verdadeiras amizades, religiosidade e crença na possibilidade de através do estímulo e incentivo, colocar o indivíduo no caminho de sua formação profissional e com as alegrias e vicissitudes da vida. Portanto, nossos parabéns ao sobramista José Ephisio Bigarelli pela sua produção literária. Aguardamos, ansiosamente, por novas aventuras de seus personagens.

JOSÉ EPHISIO BIGARELLI

Nasceu em Jaú - SP, em 17 de maio de 1935. Mudou-se para Curitiba em 1955 e casou-se com Ilza Camargo.Graduou-se em Medicina em 1961, pela Universidade Federal do Paraná. Trabalhou como cirurgião e clínico até 1964 e após, especializou-se em Anestesiologia. Foi professor de Fisiologia, Anatomia, Farmacologia e Anestesiologia. Como médico trabalhou em vários hospitais da Capital Paranaense, tendo também assumido as funções de Diretor Administrativo e Geral do Hospital Evangélico de Curitiba, além de ter ocupado os cargos de secretário da Associação Paranaense de Hospitais, de Conselheiro do SESC e de Diretor da Faculdade Evangélica de Medicina. Fundou a primeira Clínica de Queimados do Brasil “liquinho”, transformada em referência para a América Latina. Como empresário, em maio de 1990, inaugurou o primeiro Hospital de Cirurgia Plástica de Curitiba, denominado “Lipoplastic”, conquistando por duas vezes o título de Acreditação Hospitalar, chancelado pelo Ministério da Saúde. É Cidadão Honorário de Curitiba desde maio de 2006. Recebeu do Conselho Regional de Medicina do Paraná, em outubro de 2011, o Diploma de Mérito Ético-Profissional e a Estatueta da Medicina, pelo exercício de 50 anos de atividades com conduta exemplar. Em 1973 escreveu e publicou o livro “Temas em Anestesiologia”, direcionado aos alunos do curso de medicina e em 2010 ingressou, por convite, na Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Sobrames.