GRAFOS E SUAS...

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0 CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO CAMPUS SÃO PAULO CURSO DE MATEMÁTICA GRAFOS E SUAS APLICAÇÕES FABIANA NASCIMENTO SANTOS CAVALCANTE SEVERINO DOMINGOS DA SILVA SÃO PAULO 2009

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO

CAMPUS SÃO PAULO

CURSO DE MATEMÁTICA

GRAFOS E SUAS APLICAÇÕES

FABIANA NASCIMENTO SANTOS CAVALCANTE

SEVERINO DOMINGOS DA SILVA

SÃO PAULO

2009

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FABIANA NASCIMENTO SANTOS CAVALCANTE

SEVERINO DOMINGOS DA SILVA

GRAFOS E SUAS APLICAÇÕES

Trabalho de conclusão de curso apresentado para obtenção do título de licenciando em matemática pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo, campus São Paulo.

Orientador: Prof. Dra. Elba Bravo Asenjo.

SÃO PAULO

2009

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A Eliane

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A Silas

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AGRADECIMENTOS

Nós, elaboradores deste trabalho, agradecemos primeiramente a Deus, que

nos capacitou dos conhecimentos necessários para realizarmos este e tantos outros

trabalhos que ocorreram durante o curso.

Agradecemos, ainda, a nossa família, pelas horas de convívio que fomos

obrigados a subtrair para que fosse possível chegar a este final; agradecemos,

também, a professora Dra Elba, pelo tempo que nos concedeu orientando neste

projeto; a doutora Rita, por toda a paciência, por todos os dias, tardes e noites em

que dispôs de seus momentos, corrigindo e adequando tudo o quanto digitávamos,

ao André, pelas figuras, pois sem sua colaboração seríamos incapazes de executar

essa tarefa. Agradecemos, ainda, a Silas e Eliane, por seu desprendimento e boa

vontade, colaborando, mesmo que indiretamente, para que esta idéia fosse hoje

uma realidade. Por último, e não menos importante, agradecemos a todos aqueles

que, de alguma forma, contribuíram para o êxito deste TCC.

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Grafos, você pode não conhecer,

mas a sua vida depende deles..

( Fabiana e Severino)

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RESUMO

O TCC em foco apresenta um trabalho sobre grafos, onde se procurou

demonstrar através de definições e exemplos a importância do mesmo na

matemática e no cotidiano das pessoas. Foram apresentados os fundamentos

teóricos dos Grafos, os quais introduzem alguns conceitos básicos dessa teoria

como grau de vértice, caminho, circuito, corte, subgrafo, conexão, componente,

árvore, grafo aleatório etc. O conceito dos Grafos foi definido como sendo estruturas

muito usadas para representar a existência ou não de relações entre elementos de

um dado conjunto. Assim, redes de comunicação, fluxos em rede de transporte,

mapas geográficos e relações binárias em geral podem ser representadas por

grafos, e nesse caso várias questões de interesse foram investigadas. No estudo

dos Grafos destacou-se a figura mais importante na sua elaboração, o qual foi

destacado de forma eloqüente neste trabalho - Leonardo de Euler -, o matemático

mais produtivo do mundo, que não se contentou apenas em descobrir equações ou

em demonstrar novos teoremas, mas procurou, por sua vez, pesquisar sobre os

trabalhos de seus antecessores como Newton, Descarte e Leibniz. Constatou-se

que Euler ainda ajudou a criar um novo ramo totalmente inédito da matemática, a

topologia, que para ficar mais fácil de entender foi utilizado o exemplo das setes

pontes de Königsberg. Através do exemplo citado foi possível saber se era possível

entrar e sair da referida cidade, situada numa ilha, atravessando apenas uma vez

todas as setes pontes que a mesma tinha; situação esta observada como impossível

por Euler, dando inicio ao raciocínio topológico, que é o marco da teoria dos grafos,

objeto de estudo neste trabalho. Este, pois, é um breve resumo de todo conteúdo

apresentado no TCC, sendo que a demonstração minuciosa dos grafos ocorreu ao

longo do mesmo.

Palavras Chaves: Grafos – topologia – Leonardo Euler

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LISTA DE FIGURAS

1.1 CASINHA ........................................................................................................................12

1.2 O ESBOÇO DO PROBLEMA DO GÁS LUZ E TELEFONE...........................................12

1.3 O PROBLEMA DO TRAJETO ........................................................................................13

2.1 MAPA AÉREO ................................................................................................................19

2.2 GRAFO COM CINCO NÓS E CINCO ARCOS...............................................................21

2.3 TORNEIO DE VÔLEI ......................................................................................................22

2.5 NÓS ADJACENTES........................................................................................................24

2.6 GRAFO COM LAÇO .......................................................................................................25

2.7 GRAFO COM CINCO NÓS E SEIS ARCOS ................................................................25

2.8 O GRAFO DO CAMPEONATO COMPLETO .................................................................27

2.9 GRAFO SIMPLES E COMPLETO ..................................................................................27

2.10 GRAFO SIMPLES IMCOMPLETO ...............................................................................28

2.11 GRAFOS COMPLEMENTARES ..................................................................................28

2.12 GRAFOS NULO OU VAZIO ..........................................................................................29

2.13 SUBGRAFOS.................................................................................................................29

2.14 SUBGRAFO INDUZIDO.................................................................................................30

2.15 GRAFO DE QUATRO NÓS ...........................................................................................30

2.16 COMPRIMENTO DE UM CAMINHO .............................................................................32

2.17 CAMINHO: SIMPLES E TRILHA ..................................................................................32

2.18 UM OU DOIS GRAFOS? ...............................................................................................32

2.19 CONEXIDADE ...............................................................................................................33

2.20 CICLO ............................................................................................................................34

2.21 UM DOS POSSÍVEIS GRAFOS DA REVISÃO ............................................................34

2.22 GRAFOS EULERIANOS ...............................................................................................36

2.23 GRAFOS PLANARES....................................................................................................39

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2.24 GRAFO PLANAR SIMPLES E CONEXO .....................................................................40

2.25 GRAFO CONEXO .........................................................................................................40

2.26 REGIAO LIMITADA .......................................................................................................42

3.1 CIDADE DE KÖNIGSBERG.............................................................................................46

3.2 O PROBLEMA DAS SETE PONTES...............................................................................46

3.3 PRIMEIRO ESBOÇO DE UM GRAFO.............................................................................47

4.1 RESOLUÇÃO DO PROBLEMA DA CASINHA...............................................................49

4.2 PROBLEMA GÁS, LUZ E TELEFONE ...........................................................................49

4.3 SITUAÇÀO REPRESENTADA GEOMETRICAMENTE.................................................50

4.4 GRAFOS COM DUAS REGIÕES LIMITADAS ..............................................................51

4.5 O GRAFO DO GÁS LUZ E TELEFONE..........................................................................51

4.6 GRAFO DO TRAJETO ....................................................................................................52

4.7 O PROBLEMA DO RECOLHIMENTO DE LIXO .............................................................53

4.8 RESOLUÇÃO PARA O RECOLHIMENTO DE LIXO......................................................54

4.9 CAIXEIRO VIAJANTE .....................................................................................................56

4.10 CALIFA PÉRCIO ...........................................................................................................57

4.11 FILHAS CASADOURAS................................................................................................58

4.12 CASAMENTO TOPOLOGICAMENTE IMPEDIDO.......................................................58

4.13 PERCURSOS EULERIANOS .......................................................................................59

4.14 CAMINHO EULERIANO ...............................................................................................60

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 11

1.2 OBJETIVO GERAL ................................................................................................................ 14

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................. 14

1.4 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................................... 14

1.5 METODOLOGIA ..................................................................................................................... 16

1.6 MOTIVAÇÃO ........................................................................................................................... 17

1.7 ESTRUTURA .......................................................................................................................... 18

2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS .............................................................. 19

2.1 DEFINIÇÃO (INFORMAL) DE GRAFOS ............................................................................ 20

2.2 DEFINIÇÃO (FORMAL) DE GRAFOS ................................................................................ 21

2.3 GRAFOS DIRECIONADOS .................................................................................................. 23

2.4 NÓS ADJACENTES E NÓ ISOLADO ................................................................................. 24

2.5 LAÇO........................................................................................................................................ 25

2.6 ARCOS PARALELOS ........................................................................................................... 25

2.7 GRAFOS SIMPLES................................................................................................................ 26

2.8 GRAU DE UM NÓ .................................................................................................................. 26

2.9 GRAFO COMPLETO ............................................................................................................. 26

2.9.1 Grafo Complementar .................................................................................................... 28

2.9.2 Grafo Nulo ou Vazio ...................................................................................................... 29

2.10 SUBGRAFO .......................................................................................................................... 29

2.11 CAMINHO .............................................................................................................................. 30

2.12 COMPRIMENTO DE UM CAMINHO ................................................................................. 31

2.12.1 Caminho Simples, Trilha. .......................................................................................... 31

2.13 GRAFO CONEXO ................................................................................................................ 32

2.15.1 REVISÃO DOS CONCEITOS VISTOS ...................................................................... 34

2.16 GRAFOS EULERIANOS ..................................................................................................... 35

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2.17. TEOREMA SOBRE OS NÓS IMPARES DE UM GRAFO ........................................... 36

2.18 TEOREMA SOBRE CAMINHOS DE EULER ................................................................. 38

2.19 GRAFOS PLANARES ........................................................................................................ 39

3 BREVE HISTÓRICO E EXEMPLOS DE APLICAÇÕES ..................... 43

3.1 BIOGRAFIA DE LEONHARD EULER ................................................................................ 44

3.2 EULER E AS PONTES DE KÖNIGSBERG. ...................................................................... 45

3.3 CIDADE DE KÖNIGSBERG ................................................................................................. 46

4 ALGUNS PROBLEMAS CLÁSSICOS SOBRE GRAFOS.................. 48

4.1 PROBLEMA DA CASINHA ................................................................................................. 48

4.2 O PROBLEMA DO GÁS,LUZ E TELEFONE. ................................................................... 49

4.3 O PROBLEMA DO TRAJETO DA TRANSPORTADORA ............................................... 52

4.4 O PROBLEMA DO RECOLHIMENTO DE LIXO. .............................................................. 53

4.5 O PROBLEMA DO CAIXEIRO VIAJANTE ........................................................................ 55

4.6 CASAMENTO TOPOLOGICAMENTE IMPEDIDO ............................................................ 57

4.7 GRAFO EULERIANO ........................................................................................................... 59

4.8 ENCONTRE UM CAMINHO EULERIANO ......................................................................... 59

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................. 61

BIBLIOGRAFIA........................................................................................ 62

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1 INTRODUÇÃO

A teoria dos grafos é um assunto antigo com muitas aplicações modernas. As

idéias básicas de grafos foram introduzidas no século , pelo famoso

matemático suíço Leonhard Euler. Ele usou grafos para resolver o problema hoje

conhecido como As sete pontes de Königsberg. Este foi o ponto de partida para se

dar início à teoria dos grafos e um novo ramo da matemática chamado topologia.

Grafos são usados para resolver problemas em muitos campos, tais como na

representação de qualquer rede de rotas de transporte (um mapa de estradas, por

exemplo), rede de comunicação (como em uma rede de computadores), ou rotas de

distribuição de produtos ou serviços, como dutos de gás ou água, etc. A estrutura

química de uma molécula também pode ser representada por um grafo [1].

Até há pouco tempo, a teoria dos grafos era apreciada mais como um

entretenimento matemático do que uma teoria. Devido ao aparecimento dos

computadores e o grande avanço tecnológico houve a necessidade de encontrar

caminhos mais curtos para ser ter respostas mais rápidas. Em um computador, por

exemplo, pode ser armazenado vários dados em “arquivos”. Comumente, se

organizam esses arquivos de forma sistemática, utilizando-se de certo critério

(exemplo disto é: se o arquivo for uma lista de nomes de pessoas com seus

endereços, ele poderá ser ordenado “indexado”, na nomenclatura da linguagem

computacional através do nome da pessoa, seu endereço, seu CEP, etc.). Este

arquivo tem uma “estrutura de árvore”, isto é, uma estrutura que é certo tipo de

grafo. O enigma é determinar qual o “caminho” mais breve para chegar a um dos

dados armazenados neste arquivo. Pensando numa pesquisa operacional, um

exemplo claro de grafo é o da rede de distribuição de energia de uma região

qualquer do Brasil, como também a rede de ruas de uma cidade, sempre visando

viabilizar percursos.

É importante ressaltar que a teoria dos grafos, independentemente das

aplicações importantes e variadas, é fonte de um grande número de problemas

atraentes, complexos e de simples enunciados.

Observe-se o exemplo de uma cidade com pequeno orçamento. O serviço de

recolhimento de lixo é feito por um caminhão de diminuto porte. Pretende-se evitar o

desperdício; uma boa idéia seria fazer o caminhão passar uma única vez por cada

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rua e retornar ao ponto de partida. Esse exemplo tem a mesma situação problema

que o exemplo a seguir conhecido como o problema da casinha.

É possível desenhar a Figura1.1 abaixo sem tirar o lápis do papel? Tem que

passar de ponto a ponto e não pode passar pela mesma linha duas vezes.

Foi fácil? Experimente agora começar pelo ponto B?

Um outro problema que pode ser proposto é tentar ligar: Luz, Gás e Telefone

à três casas, sem que as linhas se cruzem, (supondo que todas as ligações, fios e

canos estejam situados em um mesmo plano),[2].como mostra a Figura 1.2 .

Um dos problemas muito importante em matemática aplicada é o de encontrar

trajetos mais curtos ligando dois vértices de um grafo. Por exemplo, o grafo da

(Figura 1.3) representa as estradas ligando 5 cidades diferentes. As distâncias

são todas em quilômetros. Uma transportadora deseja sair de passando por todas

as cidades e retornando a , de maneira que o trajeto seja o mais curto possível.

Figura 1.2 O esboço do problema do gás, luz e telefone

Figura 1.1 Casinha

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É possível fazer um trajeto saindo de , passando por todas as arestas uma

única vez, e retornado ao ponto de partida ?

Tente obter um trajeto para a transportadora saindo e retornando a , passando por

todas as outras cidades, de modo que a distância percorrida seja a menor

possível,[3].

Observando esses exemplos cabe a pergunta: esses problemas são

importantes? Analise-se o caso de uma fábrica de placas de circuito integrado.

Encontrar esquemas de ligação que evitem cruzamento é crucial para baratear os

custos de manufatura; quanto menos camadas, mais rápido e rentável se torna o

serviço. Em todos os casos só interessa considerar um conjunto de pontos e um

conjunto de ligações entre eles. É a essa estrutura que chama-se grafo.

O presente trabalho trata das informações e esclarecimentos, relevantes e

necessários, para que a monografia em foco seja bem compreendida. Para tanto o

mesmo encontra-se dividido em cinco capítulos, sendo o primeiro uma concisa

apresentação do todo e, nos demais capítulos, encontram-se inseridos o

desenvolvimento do tema, suas definições (informal e formal); o conceito geral; um

breve histórico sobre a vida de Leonardo de Euler; a forma como se deu inicio a

teoria dos grafos; as aplicações e relação dos grafos com os acontecimentos do

cotidiano, e toda uma elaboração visando uma completa assimilação e clareza dos

tópicos explanados.

Figura 1.3 O problema do trajeto,[3]

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1.2 OBJETIVO GERAL

O objetivo principal deste trabalho é apresentar, explicar e esclarecer os

pontos relevantes acerca dos Grafos, apresentando desde seus conceitos e

espécies até uma síntese da vida de seu criador, o matemático Leonhard Euler.

Mostrar a existência ou não de relações entre elementos de um dado

conjunto, como redes de comunicação, fluxos em rede de transporte, mapas

geográficos e relações envolvidas em nosso dia-dia em geral.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Estudo da teoria dos Grafos, tendo como resultado a solução do problema

das sete pontes.

- Conhecer a definição de um grafo.

- Introduzir o estudante, aos problemas, aos métodos, à linguagem da teoria

dos grafos e seus aspectos históricos.

- Utilizar os conceitos dos grafos, agora já conhecidos, para viabilizar alguns

problemas que envolvam a topologia com a facilidade dos conceitos de grafos.

1.4 JUSTIFICATIVA

O intuito dos elaboradores deste trabalho foi realizar pesquisas para entender

o significado dos Grafos na ciência da matemática. Todo o estudo foi direcionado no

sentido de uma completa elucidação acerca do assunto, visando dirimir qualquer

dúvida sobre a importância do conhecimento dos Grafos e sua aplicação dentro do

contexto matemático.

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Buscou-se exemplos e conceitos para explicar a relevância dos Grafos diante

dos variados problemas enfrentados no dia a dia; onde é imprescindível que se

tenha conhecimento e se entenda o porquê dos mesmos.

A intenção dos pesquisadores foi, e de fato é, contribuir para o despertar dos

estudantes da matemática sobre a necessidade de um aprendizado profundo

referente ao tema; para tanto elaborou-se um trabalho onde se procurou discutir

exaustivamente o assunto, esclarecendo e pontuando as principais idéias e os

principais tópicos dos Grafos, inseridos no estudo da ciência dos números.

O estudo apresentado, obviamente, não esgotou o tema, entretanto, foi

profundamente no âmago da questão, visando deixar sua pequena contribuição para

que, no futuro, o mesmo, sem medo de cair na falsa modéstia, sirva de subsídio para

aqueles que pretendam entender o assunto, prestando-se, ainda, como fonte de

pesquisa para quem quer entender o que, e para que, servem os grafos.

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1.5 METODOLOGIA

Como metodologia que conduz o estudo apresentam-se:

1. Levantamento bibliográfico atualizado de forma a compreender a utilização da

teoria dos grafos tanto na computação como também na matemática.

2. Pesquisa feita em todo material selecionado, no qual continha informações

sobre grafos.

3. Análise e elaboração de problemas alguns resolvidos, envolvendo o objeto de

pesquisa, (grafos). Como também suas aplicações.

De forma a contemplar a plena execução desse trabalho, utilizamos como meios

de pesquisa bibliográfica o material referenciado na bibliografia.

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1.6 MOTIVAÇÃO

Leonhard Euler, foi percussor desta teoria, ajudando a criar um novo ramo

totalmente inédito da matemática - a topologia -, que, para ficar mais fácil de

entender, utilizou-se do exemplo das setes pontes de konigsberg, onde se buscava

conhecer a possibilidade de entrar e sair da citada cidade, atravessando apenas

uma vez todas as sete pontes. O objetivo de Euler era demonstrar que tal feito era

impossível, e o fez dando início ao raciocínio topológico, que é o marco da teoria dos

grafos.

A motivação na realização do presente trabalho foi demonstrar que os Grafos

estão inseridos na ciência da matemática; foi à descoberta de que estes são

utilizados não apenas para computação, mas também, e de forma preponderante,

no estudo dos números – a matemática.

O ponto de maior interesse dos pesquisadores, que passou de mera

curiosidade para completo esclarecimento, foi saber que utilizam-se os grafos nas

mais diversas situações cotidianas, entendendo que os mesmos são objeto do

trabalho dos portos, da via aérea e demais realidades onde se faz necessário o

traçar de pontos imaginários.

O que se espera é que ao final o leitor tenha se convencido da utilidade dos

conceitos e processos apresentados, mas guarda-se o secreto desejo de que os

aspectos lúdicos dos grafos o contaminem com o que costuma-se chamar de

”graphical desease”,[2] ou melhor, traduzindo, a febre dos grafos.

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1.7 ESTRUTURA

A estrutura do trabalho foi desenvolvida em cinco capítulos, onde os dois

primeiros são meramente teóricos, tratando das definições e bases necessárias à

proposta, o terceiro enfatiza sobre a vida de seu descobridor,(Euler).apresenta e

define por completo o conhecido problema que é o percussor desta teoria, os

demais apresentam os resultados do trabalho; a saber:

Capítulo 1: Introdução.

Capítulo 2: Toda fundamentação teórica: definição de grafos,(vértices, grafos

simples e completo, grafos Eulerianos,grafos convexos, etc.)

Capítulo 3: Biografia de Leonhard Euler e o problema das sete pontes.

Capítulo 4: Aplicações e exemplos resolvidos.

Capítulo 5:Considerações finais.

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2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS

Este capítulo introduz alguns conceitos básicos da teoria dos grafos

(definição, nós, laços, grau de vértice, caminho, circuito, subgrafo, conexão, etc.).

Esses conceitos são necessários para estudar os grandes problemas de que

trataremos nos capítulos 3 e 4. Sugere-se que o leitor faça uma primeira leitura

superficial deste capítulo e avance imediatamente para o capítulo 3. Mais tarde,

quando houver necessidade, o leitor poderá voltar a este capítulo para rever

conceitos e examinar as sutilezas de algumas definições.

Grafos são estruturas muito usadas para representar a existência ou não de

relações entre elementos de um dado conjunto. Assim, redes de comunicação,

fluxos em rede de transporte, mapas geográficos e relações binárias em geral

podem ser representadas por grafos, e nesse caso várias questões de interesse

podem ser investigadas.

Acredita-se que muitos para passar a hora em uma viagem de avião utilizam-

se de livreto nos bolsos do assento e nesse material quase sempre inclui uma rota

da companhia de viagem, proprietária do avião,[1] como na Figura 2.1.

Toda essa informação sobre rotas poderia ser expressa em forma de texto, por

exemplo, existe uma rota direta entre Belo Horizonte e Rio de Janeiro, mas não

existe uma rota direta entre o Rio de Janeiro e Brasília. Portanto esse texto seria

Figura 2.1 Mapa aéreo,[4]

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bastante longo e complicado e não seríamos capazes de assimilar as informações

tão rápidas e claras como vemos no mapa, existe muitos casos em que uma figura

fala mais que mil palavras.

Utilizam-se duas definições de grafos: uma é baseada na representação visual

como na Figura 2.1 e a outra é uma definição mais formal que não fala nada sobre

uma representação visual.

2.1 DEFINIÇÃO (INFORMAL) DE GRAFOS

Um grafo é o conjunto não vazio de nós (vértices) e um conjunto de arcos

(arestas) tais que cada arco conecta-se a dois nós.

Nota: Neste trabalho os grafos sempre terão um numero finito de nós e de

arcos.

Exemplo 1

O conjunto de nós no mapa das rotas aéreas na Figura 2.1 é {Porto Alegre,

Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo}. O grafo tem arcos; Porto

Alegre – Brasília é um arco (denomina-se, aqui, os arcos pelos nós que ele

conecta),

Brasília – Belo Horizonte é outro arco,e assim sucessivamente.

Exemplo 2

O grafo da Figura 2.2 tem cinco nós e cinco arcos. O arco 1, conecta aos nós

e , 3 conecta aos nós 1 e , e assim sucessivamente.

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A definição informal de um grafo funciona muito bem se existir a representação

visual do grafo. Sem uma figura, no entanto, será necessário uma forma concisa de

mostrar essa informação, isso conduz a segunda definição de grafos.

2.2 DEFINIÇÃO (FORMAL) DE GRAFOS

Um grafo é uma tripla ordenada ( ), onde:

= um conjunto não vazios de nós ( vértices)

= Um conjunto de arcos (arestas)

= uma função que associa cada arco a um par não ordenado de nós,

chamados as extremidades de .

Para o grafo da Figura 2.2, a função que associa arcos e suas extremidades é a

seguinte,[1]:

Figura 2.2 Grafos de cinco nós e cinco arcos [1]

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Exemplo 3 Grafo Do Campeonato

Numa escola algumas turmas resolveram realizar um torneio de vôlei.

Participam do torneio as turmas 6A, 6B, 7A, 7B, 8A e 8B. Alguns jogos foram

realizados até agora:

6A jogou com 7A, 7B, 8B

6B jogou com 7A, 8A, 8B

7A jogou com 6A, 6B

7B jogou com 6A, 8A, 8B

8A jogou com 6B, 7B, 8B

8B jogou com 6A, 6B, 7B, 8A

O exemplo pode não estar correto. Pode ter havido um erro na listagem.

Representa-se esta situação através de uma figura. Às turmas serão representadas

por pontos e os jogos serão representados por linhas como na Figura 2.3.

Não é difícil agora constatar a certeza das informações. O que se passa a

conhecer é um grafo. Apresentam-se duas formas de representá-lo:

a) Por uma lista, dizendo quem se relaciona com quem.

b) Por um desenho, isto é, uma representação gráfica.

Figura 2.3 Torneio de volei,[2]

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23

Os dois exemplos citados são corretos, pois o Grafo admite várias maneiras

de ser representado:

a palavra “dois”e o símbolo “ ” representa o mesmo conceito matemático.

Para que um grafo fique bem definido temos que ter dois conjuntos:

• O conjunto , dos vértices, no exemplo citado, o conjunto das turmas.

• O conjunto , das arestas, no exemplo acima, os jogos realizados.

Em outras palavras, o que interessa num grafo é:

• Quem são os vértices.

• Que pares de vértices estão ligados e quais não estão (isto é, quem são as arestas

se houver, pois também pode-se ter um grafo nulo),[2].

Se os arcos de um grafo comecem em um nó e terminem em outro, neste

caso tem-se um grafo direcionado.

2.3 GRAFOS DIRECIONADOS

Um grafo direcionado (dígrafo) é uma tripla ordenada ( ), onde

= um conjunto não vazio de nós

= um conjunto de arcos

= uma função que associa a cada arco um par ordenado ( ) de nós, onde é o

ponto inicial e é o ponto final de a,em um grafo direcionado, cada arco tem um

sentido ou orientação.

Exemplo 4:

A Figura 2.4 mostra um grafo direcionado, com nós e arcos. A função

que associa a cada arco suas extremidades satisfaz o que significa

que o arco começa no nó e termina no nó . Temos também,

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Além de impor orientação aos arcos de um grafo, pode-se também querer

modificar a definição básica de um grafo de outras maneiras, muitas vezes, o que se

quer é que os nós de um grafo contenham informações identificadoras, ou rótulos,

como os nomes de cidades no mapa de rotas áreas. Esse seria um grafo rotulado.

Pode-se querer usar um grafo com pesos, onde cada arco tem um valor numérico,

ou peso, associado. Por exemplo, pode-se querer indicar as distâncias nas várias

rotas no mapa da companhia aérea como mostra a Figura 2.1.

Neste trabalho a palavra “grafo” sempre indicará um grafo não direcionado, se

por algum motivo se fizer referência a grafo direcionado, sempre usar-se-à a palavra

“grafo direcionado”.

Outros artigos, no entanto, podem ter nomes ligeiramente diferentes de

alguns desses termos.

2.4 NÓS ADJACENTES E NÓ ISOLADO

Dois nós em um grafo são ditos adjacentes se ambas são as extremidades

de algum arco. Por exemplo, no grafo da Figura 2.5, e 2 são nós adjacentes, mas

e 3 não. O nó é adjacente a si mesmo, 4 e 3 são nós adjacentes, porém 4 e 6

não são adjacentes. Um nó isolado é um nó que não é adjacente a nenhum outro;

Na Figura 2.5, o nó é um nó isolado.

Figura 2.4 Grafo direcionado,[1]

Figura2.5 Nós adjacentes

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2.5 LAÇO

Algumas dúvidas podem surgir acerca das definições, veja-se:

Uma aresta pode ligar um vértice a ele mesmo?. Pode!. É o que se chama de

laço (veja Figura 2.6). Assim, um laço em um grafo é um arco com extremidades

para algum nó . Na Figura 2.5 tem-se que o arco é um laço com

extremidades o arco é um laço com extremidades , etc.

2.6 ARCOS PARALELOS

Dois arcos com as mesmas extremidades são ditos arcos paralelos; como

exemplo os arcos e na Figura 2.5 são paralelos, já os arcos e não são

paralelos.

Fig 2.7 Grafo de cinco nós e seis arcos[1]

Fig 2.6 Grafo com laço

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2.7 GRAFOS SIMPLES

Um grafo simples é um grafo que não tem laços nem arcos paralelos. Um

exemplo de grafo simples são todos os grafos da Figura 2.9.

2.8 GRAU DE UM NÓ

O grau de um nó é o número de arcos que incidem naquele nó. Como

exemplo a Figura 2.7, os nós e têm grau , o nó tem grau , o nó tem grau

e o nó tem grau .

Como a função , que associa a cada arco suas extremidades na definição

formal de grafo, é, de fato, uma função, cada arco tem um único par de

extremidades. Se é uma função injetora, então existe no máximo um arco

associado a cada par de extremidades; tal grafo não tem arcos paralelos, [1].

2.9 GRAFO COMPLETO

Um grafo completo é um grafo no qual dois nós distintos quaisquer são

adjacentes. Nesse caso, é quase uma função sobrejetora todo par de nós

distintos é a imagem, sob , de algum arco, mas não há a necessidade de se ter um

laço em cada nó. Portanto, pares da forma podem não ter uma imagem

inversa e sim a mesma imagem.

Exemplo 5

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Imagine o grafo do campeonato, [2] (Exemplo 3) quando todos os jogos

tiverem sido jogados. Ele ficaria com o aspecto da Figura 2.8.

Isto é o que chamamos um grafo completo. Um grafo completo é definido

como um grafo onde todo par de vértices é ligado por uma aresta. Um grafo

completo com vértices é denotado por (O nosso exemplo é ).

A Figura 2.9 ilustra os grafos simples completos com 1, 2, 3, 4 e vértices. O

grafo simples completo com vértices é denotado por

Figura 2.8: O grafo do campeonato completo, [2].

K 5

Figura 2.9 Grafos simples e completo[1]

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Considerando agora o grafo simples da Figura 2.10 abaixo ilustrada, observa-

se que esse grafo não é completo, já que nem todo nó é adjacente a todos os outros

nós.

2.9.1 Grafo Complementar

Temos o grafo do campeonato (Exemplo 3) e se pretende fazer o grafo dos

jogos que faltam. Será feito um grafo com o mesmo conjunto de vértices, mas com

as arestas que faltam no grafo original, [2]. Veja a Figura 2.11

Figura 2.11: Grafos complementares, [2]

Denomina-se este grafo de grafo complementar do grafo ,(sendo G o grafo

quando todas as turmas já jogaram entre si) denotado por É fácil perceber que

= ( ) e que ( ) inclui todas as arestas de , ou seja, com a junção

do grafo X com o grafo Y, teremos um grafo completo como já visto na figura 2.8.

Figura 2.10 Grafo simples e incompleto, [1]

X Y

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2.9.2 Grafo Nulo ou Vazio

Um grafo G é nulo ou vazio quando o conjunto de arestas é vazio. Por

exemplo, antes de começar o campeonato nenhum jogo havia sido jogado, [2]. O

grafo ficaria como na Figura 2.12:

Figura 2.12: Grafo nulo ou vazio, [2]

2.10 SUBGRAFO

Um subgrafo de um grafo consiste em um conjunto de nós e um conjunto de

arcos que são subconjuntos do conjunto original de nós e arcos, respectivamente,

nos quais as extremidades de um arco têm que ser os mesmos nós que o grafo

original. Em outras palavras, um subgrafo é um grafo obtido apagando-se de parte

do grafo original e deixando o resto sem modificações. A Figura 2.13 mostra os

grafos Y e W como dois subgrafos do grafo X.

Fig 2.13 Subgrafo, [1]

W Y

X

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Exemplo 6 (Exemplo de subgrafo)

é dito um subgrafo de se Na figura a

seguir, o grafo é um subgrafo de . O grafo é dito um subgrafo induzido pelo

subconjunto de , pois todas as arestas incidentes aos vértices de

em estão presentes em (veja a Figura 2.14).

2.11 CAMINHO

Um caminho do nó 0 para o nó é uma seqüência

, , , . . . , , . de nós e arcos onde, para cada , as extremidades

do arco são .

No grafo da Figura 2.15 um caminho do nó para o nó consiste na

seqüência , , , , 3, , .

Figura 2.15Grafo de quatro nós e quatro arcos,

Figura 2.7 grafos simples completos

Figura 2.14 Subgrafo induzido

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No grafo da figura 2.6, um caminho do nó 2 ao nó 3 consiste na seqüência 2,

, 4, , 4, , 6, , 6, , 3.

2.12 COMPRIMENTO DE UM CAMINHO

O comprimento de um caminho é o número de arcos que ele contém. Se um

arco for usado mais de uma vez, ele é contado cada vez que é usado.

Na Figura 2.16, o comprimento do caminho do nó 6 para o nó 5 é 2, e o

comprimento da caminho do nó 4 para o nó 2 é 4.

2.12.1 Caminho Simples, Trilha.

Um caminho é chamado de caminho simples se todos os seus vértices são

distintos, [4]. Uma trilha é um caminho onde todas as arestas são distintas, como na

Figura 2.17

Figura 2.16 comprimento de um caminho

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Na Figura 2.17 temos o caminho simples (esquerda) onde todos os

vértices são distintos, e a trilha (à direita) onde nenhuma aresta se

repete, porém, alguns vértices como e , se repetem.

2.13 GRAFO CONEXO

Um grafo é conexo se existe um caminho, ligando ou unindo, de qualquer nó

para qualquer outro. Cada um dos grafos na Figura 2.13 é conexo, mas o grafo da

Figura 2.2 não é, pois não existe, por exemplo, nenhum caminho ligando o nó 4 ao

nó 5..

Outra forma de definir a conexidade é observar que um grafo é conexo se,

e só se, existe um caminho entre quaisquer dois vértices de .

A figura 2.18 mostra um grafo ou dois grafos? Depende da situação.

Figura 2.18 Um ou dois grafos? [2]

Figura 2.17 Caminho: simples e trilha, [4]

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Em princípio parecem dois grafos distintos, e podemos considerá-los assim.

Mas podemos pensar que esse grafo representa as ligações entre casas de uma

cidade onde passa um rio, [2].

Se as pontes forem destruídas em um temporal a cidade ainda é uma só,

apenas foi desconectada. O grafo da Figura 2.18 poderia ser o que se chama de

grafo desconexo. Essa é uma noção importante e volta-se a ela algumas vezes.

Cada parte conexa do grafo (no exemplo o ”quadrado“ e o ”triângulo“) é chamada de

componente conexa do grafo. Tem-se que um grafo é conexo se qualquer par de

pontos é ligado por ao menos um caminho e todo grafo conexo divide o plano em

certo número de regiões, como pode ser vista na Figura 2.19, R1 ,R2 e R3.

Um modo prático de provar que todo grafo completo é conexo seria o de

verificar que em um grafo completo, dois nós distintos quaisquer são adjacentes, de

modo que existe um caminho de comprimento 1 de um nó qualquer para qualquer

outro; portanto o grafo é conexo, [2].

Para demonstrar um grafo conexo que não é completo, utiliza-se a Figura

2.13b

2.15 CICLO

Um ciclo em um grafo é um caminho que começa e termina no mesmo vértice

, tal que nenhum arco ou vértice aparece mais de uma vez no caminho, exceto .

Um grafo acíclico é um grafo sem ciclos[4].

Figura 2.19 Conexidade[2]

R3

r

r

r R2

r

r

r

R1

r

r

r

R3

r

r

r R2

r

r

r

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Por exemplo, no grafo da Figura 2.20 temos dois ciclos: um formado pelo

arco (começando e terminando no vértice ) e outro formado pelos arcos

e (começando e terminando no vértice ). Similarmente pode-se ter

outros ciclos começando e terminando nos vértices do grafo. Quando um

grafo é sem ciclos chama-se de grafo acíclico.

Para provar que todo grafo acílico é simples demonstraremos por uma

contraposição, isto é: Se um grafo não for simples, ele tem arcos paralelos ou um

laço. Então os dois arcos paralelos e suas extremidades, ou laço, formam um ciclo e

o grafo então não é acílico.

2.15.1 REVISÃO DOS CONCEITOS VISTOS

No seguinte exemplo revisaremos todos os conceitos estudados até agora.

Considere-se o grafo da Figura 2.21

Figura 2.21 Um dos possíveis grafos da revisão[1]

Figura 2.20 Ciclo, [4]

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Neste grafo observa-se que:

= , é o conjunto dos nós,

é o conjunto das arestas e

a função que associa arcos a suas extremidades é a seguinte:

Além disso, observa-se que:

Os nós 2 e 3 não são adjacentes, o nó 5 é adjacente a si mesmo, o arco é

um laço, os arcos e são paralelos, o grau do nó 3 é 3, um caminho de

comprimento 5 é definido por:

2, , 1, , 3, , 4, , 3, e 4.

Um ciclo é definido por 3, , 4, , 3.

Este grafo não é completo, pois os nós 2 e 3 não são adjacentes.

Este grafo é conexo, pois qualquer par de nós está ligado por algum caminho,

[1].

2.16 GRAFOS EULERIANOS

Um grafo com arestas é dito euleriano se existe uma trilha fechada de

comprimento em ; em outras palavras, se podemos percorrer cada aresta só

uma vez partindo de um vértice e a ele retornando. Se o grafo não é euleriano mas

tem uma trilha aberta de comprimento , ele é dito semi-euleriano. Em outras

palavras, podemos desenhar um grafo euleriano (ou melhor, uma representação

gráfica dele) sem retirar o lápis do papel e retornando ao ponto inicial5. Num grafo

Figura 2.16

figura

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semi-euleriano começamos num ponto e terminamos em outro, como nas Figura

2.22 abaixo.

Na Figura 2.22 acima, G1 é euleriano (a trilha pode ser a-b-c-d-e-f-a-d-b-e-a),

G2 é semi-euleriano (a trilha pode ser a-e-b-d-c-b-a-d-e) e G3 não é euleriano, nem

semi-euleriano. O problema (e o nome ”euleriano”) se originou com o problema das

pontes de Königsberg, explanaremos melhor as condições necessárias para um

grafo euleriano no capítulo 3.

Teorema de Euler (Euler - 1736). Um grafo conexo (não necessariamente

simples) G é euleriano se e somente se todos os seus vértices tem grau par.

Corolário. Um grafo conexo (não necessariamente simples) G é semi-euleriano

se, e somente se, no máximo, dois vértices têm grau ímpar[2].

2.17. TEOREMA SOBRE OS NÓS IMPARES DE UM GRAFO

O número de nós ímpares em qualquer grafo é par.

Para essa discussão vamos supor que todos os grafos são conexos. Já que,

caso contrario, um caminho de Euler não pode existir. A existência de um caminho

de Euler em um determinado grafo depende dos graus de seus nós. Um nó é par se

tem grau par e é ímpar. Acontece que todo grafo tem um numero par de nós

ímpares. Para ver isso, escolha qualquer grafo e seja o número de seus nós que

são ímpares, o número de nós de grau1

Figura 2.22 Grafos eulerianos

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37

o número de nós de grau 2,

e assim por diante. Então a soma de todos os graus de todos os nós do grafo é:

Para algum Essa soma é, de fato, uma contagem do número total de

extremidades de arco no grafo. Como o número de extremidades de arco é o dobro

do número de arcos, é um número par. vamos reorganizar a equação (1),

agrupando as parcelas correspondentes aos nós ímpares e as correspondentes aos

pares:

A soma das parcelas que representam os nós pares é um número par. Subtraindo

essa quantidade de ambos os lados da equação, obtemos uma nova equação

onde (a diferença entre dois números pares ) é um número par. Reescrevendo a

equação (2) na forma:

+

nós pares

nós ímpares

equação 1

equação 2

parcelas (3) parcelas

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+(2n+1) + (2n+1)+...+ (2n+1)

Vê-se que essa soma tem N parcelas ao todo (o número de nós ímpares) e

que cada parcela é um número ímpar. Para que soma de N números ímpares seja

par é preciso que N seja par. (você pode provar isso?) acabamos, então, de provar o

teorema a cima, [1].

2.18 TEOREMA SOBRE CAMINHOS DE EULER

Existe um caminho de Euler em um grafo conexo se, e somente se, não

existem nós ímpares ou existem exatamente dois nós ímpares. No caso em que não

existem nós ímpares, o caminho pode terminar em qualquer nó e terminar aí; no

caso de dois nós ímpares, o caminho precisa começar em um deles e terminar no

outro.

Suponha, agora, que um grafo tem um nó ímpar n de grau 2k+1 e que existe

um caminho de Euler no grafo que não começa em n. Então, para cada arco que

usamos para chegar em n, existe outro arco ainda não usado para sair de n, até que

tenhamos usado os k pares de arcos. A próxima vez que se chegar em n não haverá

nenhum novo arco para sair. Assim, se o caminho não começa em n, ele tem que

terminar em n. O caminho começa em n ou não e, nesse ultimo caso, ele termina em

n, logo o caminho começa ou termina nesse nó ímpar arbitrário. Portanto, se existem

mais de dois nós ímpares no grafo, não pode existir um caminho. Existem, então,

dois casos possíveis onde um caminho de Euler pode existir em um grafo sem nós

ímpares ou com dois nós ímpares.

Considere o grafo sem nós ímpares. Pegue qualquer nó m e comece um

caminho de Euler. Quando entrar em um nó diferente, sempre vai ter um outro arco

para sair até chegar de volta a m. se tiver usado todos os arcos do grafo, acabou.

Senão existe algum nó m’ de seu caminho com arcos que não foram usados.

parcelas

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Construa, então, um caminho de Euler que começa e termina em m’ de maneira

análoga à anterior usando todos os novos arcos. n esse ciclo pode ser adicionado

ao caminho original como uma volta extra. Se tiver usado agora todos os arcos,

acabou. Senão, continue esse processo até usar todos os arcos.

Se existem exatamente dois nós ímpares, pode-se começar um caminho de Euler

em um deles e terminar em outro. Se o caminho não passou por todos os arcos,

pode-se adicionar ciclos extras como no caso anterior.

Temos, agora, a solução completa do problema do caminho de Euler, [1].

2.19 GRAFOS PLANARES

Um grafo planar é um grafo que pode ser representado (em uma folha de

papel, isto é, em um plano) de modo que seus arcos se intersectam apenas em nós.

Os grafos da Figura 2.23 são planares.

O matemático suíço do século XVIII Leonard Euler (que se lê “oiler”)

descobriu um fato sobre grafos planares. Um grafo simples planar (quando

desenhado em uma representação planar, sem cruzamento de arcos) divide o plano

em um determinado número de regiões, incluindo regiões totalmente limitadas por

arcos e uma região exterior ilimitada. Euler observou uma relação entre o número

de nós e o número de arcos e o número de regiões em um tal grafo e essa

relação ficou conhecida como a fórmula de Euler:

Figura 2.23 Grafos planares, [1]

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40

Verifique a fórmula de Euler para o grafo planar simples e conexo na figura

2.24

Teorema de Euler. Num grafo planar conexo vale

– ou

Onde é o número de nós ou vértice, as arestas e as faces. Para provar

a fórmula de Euler, vamos fazer uma demonstração por indução no número de arcos

. A base da indução é o caso a = 0, quando temos apenas um nó; a única região é

a região externa (Figura 2.25 a) neste exemplo e , logo a

equação (1) é válida.suponhamos agora que a fórmula é válida para uma

representação planar de qualquer grafo planar simples e conexo com arcos e

considere um tal grafo com Como de hábito precisamos relacionar esse

“caso ” ao “caso ” de modo a usar a hipótese de indução. Vamos considerar

dois casos para o grafo arcos[1].

Figura 2.24 Grafo planar simples e conexo[1]

Figura 2.25 Grafo Conexo[1]

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41

Caso 1. O grafo tem um nó de grau . Apague, temporariamente, esse nó e o arco

do qual ele é uma das extremidades (Figura 2.25 b); isso nos deixa um grafo planar

simples e conexo com arcos, e um determinado números de nós e algum

número de de regiões tal que pela hipótese de indução

No grafo original temos um arco a mais, um nó a mais e o mesmo número de

regiões , logo a fórmula apropriada é ;

Que pela hipótese de indução, é válida

Caso 2. O grafo não tem nó de grau .Então apague, temporariamente, um arco

que ajuda a definir uma região limitada ( Figura 2.25 c). e assim temos um grafo

simples e conexo com arcos, algum número de nós e um número de regiões

tal que pela hipótese de indução

No grafo original, tínhamos um arco a mais e uma região a mais, mas o mesmo

número de nós, logo a fórmula apropriada é:

Que é válida pela hipótese de indução.

Na demonstração da fórmula de Euler, explicaremos por que, no caso o

arco a ser apagado tem que ajudar a definir uma região limitada, [1].

Resposta:

Sem essa condição sobre os arcos, poderíamos obter uma Figura 2.26 como

a que segue então o grafo seria quebrado em dois subgrafos desconexos e a

hipótese de indução não se aplicaria. Além disso, o número de regiões não mudaria.

Figura 2.21 grafo conexo

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42

A fórmula de Euler tem duas conseqüências se forem colocadas outras

restrições sobre o grafo. Suponha que o grafo não é só planar, simples e conexo,

mas também tem, pelo menos, três nós. Em uma representação planar de um grafo,

pode-se contar o número de arcos que são adjacentes a cada região (formam a

fronteira de cada região ), incluindo a região externa . Arcos inteiramente no interior

de uma região contribuem duas arestas para aquela região; por exemplo, o percorrer

a fronteira da região interior ilustrada na Figura 2.26b, percorremos seis arestas,

incluindo o arco que sai do nó de grau e depois o mesmo arco de volta. Arcos que

separam duas regiões contribuem uma aresta para cada região. Portanto, se o grafo

tem arcos, o número de arestas das regiões é

Não existem regiões com exatamente uma aresta adjacente, já que o grafo

não tem laços. Não existem regiões com exatamente duas arestas adjacentes, já

que não há arestas paralelas, e o grafo consistido inteiramente em um arco unindo

dois nós ( que teria duas arestas adjacentes à região exterior ) está excluído.

Portanto, cada região tem pelo menos três arestas adjacentes, logo é o número

mínimo de aresta de regiões. Logo,

, ou da equação (1) temos,

– – e finalmente,

Se colocarmos uma última restrição sobre o grafo, de que não existem ciclos

de comprimento , então cada região terá, pelo menos, quatro arestas adjacentes,

de modo que será o número mínimo de arestas das regiões. Isso nos leva à

desigualdade,

que fica,

Figura 2.26 Região limitada[1]

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43

Esses resultados estão resumidos no teorema a seguir.

Teorema sobre o número de nós e a arcos.

Para um grafo planar simples e conexo com nós e a arcos.

1. Se a representação planar divide o plano em r regiões, então

2. , então

3. Se e se não existem ciclos de comprimento , então

Note que a desigualdade (3) coloca uma limitação mais estrita sobre o

número de arcos do que a desigualdade (2),mas foi colocada uma condição

adicional sobre o grafo.

Podemos usar esse teorema para provar que certos grafos não são planares.

Exemplo 7

é um grafo simples e conexo com nós ( e 10 arcos). Se fosse um grafo

planar, a desigualdade (2) do nosso teorema seria válida, mas Logo,

como o nosso argumento construtivo indicou, não é planar.

Mostre que a desigualdade (2) é válida para o que mostra que essa

desigualdade é uma condição necessária, mas não suficiente, para um grafo com

ser planar, [1].

3 BREVE HISTÓRICO E EXEMPLOS DE APLICAÇÕES

Este capítulo trata de uma síntese de como surgiu a teoria dos grafos, seus

exemplos e suas aplicações. Trata, também, sobre a biografia de Leonhard Euler e a

teoria das sete pontes, como o mesmo provou que não seria possível atravessar as

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pontes sem passar mais de uma vez por cada uma; dando-se inicio, assim, a teoria

dos grafos.

3.1 BIOGRAFIA DE LEONHARD EULER

Leonhard Euler (1707-1783) o matemático mais produtivo do mundo

Leonhard Euler nasceu na Basiléia, norte da Suíça em 15 de abril de 1707,

seu pai era um pastor protestante Calvinista chamado de Paul Euler, e sua mãe

chama-se Margarete Brucker, sendo seu pai homem de poucos recursos, o mesmo

inicialmente foi educado pelo próprio pai.

Aos treze anos de idade ingressou na universidade de Basiléia aonde logo

iria tornasse o discípulo predileto de desta forma Euler

mais do que rapidamente tornou-se o que o mestre veio chamar de “incomparável

príncipe da Matemática”. Aos 19 anos foi para a Rússia onde conheceu sua mulher,

Katharina, que também era Suíça juntos tiveram 13 filhos, dos quais morreram oito

na infância. Uma das frases celebre de Euler foi, “A melhor parte da minha obra foi

escrita com uma criança no colo”.

Euler não se contentou apenas em descobrir equações ou em

demonstrar novos teoremas, procurou por sua vez pesquisar sobre os trabalhos de

seus antecessores como; Newton, Descarte e Leibniz. Trabalhou a maior parte de

sua vida na academia de ciência de São Petersburgo na Rússia, onde realizou

metade dos seus escritos, pois o restante foi terminado quando ficou completamente

cego aos 59 anos, com ajuda de alguns assistentes.

Das inúmeras obras deste matemático se pode citar, os problemas

envolvendo trigonometria, os mesmos já existiam dede a época de Cristo e em pleno

século 18 ainda eram resolvidos usando de réguas e compasso sendo este um

processo muito lento e um tanto quanto complicado foi ai que Euler desenvolveu

uma forma de resolução usando somente números, através dos conceitos de seno,

cosseno, tangente e outros, também tornou mais simples o calculo de integral e

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diferencial. Após sua morte as gráficas da época levaram meio século para publicar

todos os manuscritos ainda inéditos deixados por ele, [6].

3.2 EULER E AS PONTES DE KÖNIGSBERG.

Euler ainda ajudou a criar um novo ramo totalmente inédito da matemática, a

topologia, que para ficar mais fácil de entender será utilizado o exemplos das sete

pontes de Königsberg.

O desafio era saber se era possível entrar e sair dessa cidade situada numa

ilha, atravessando apenas uma vez todas as sete pontes que ela tinha. Euler

mostrou que era impossível, dando inicio ao raciocínio topológico, que é o marco da

teoria dos grafos, objeto de estudo neste trabalho, “percurso Euleriano”.

A contribuição de Euler no desafio acima foi a seguinte, demonstrou que o

problema não tinha solução. Generalizando o resultado e enunciando o seu teorema

em três regras: se há mais de duas áreas às quais leva um número ímpar de pontes,

então tal entrada e saída é impossível, (este era o caso de Königsberg). Se,

entretanto, o numero de pontes for ímpar para exatamente duas áreas, então é

possível se começar em qualquer dessas áreas. Se, finalmente, não existem áreas

às quais levam um número ímpar de pontes, então a jornada requerida pode ser

realizada iniciando-a a partir de qualquer área.

De maneira simplificada pode-se falar que uma rota do tipo especificado

acima (conhecida como um percurso Euleriano) é possível se e somente se o

número de áreas servidas por um número ímpar de pontes é 0 ou 2. Königsberg

tinha quatro áreas servidas por cinco três e três pontes respectivamente, de modo

que nenhum percurso Euleriano era possível. Porem como a guerra destruiu varias

pontes, com a reconstrução e construção de uma nova ponte o problema foi

modificado, mas a solução global de Euler se manteve e este passou a apresentar

um percurso Euleriano. Na conclusão de seu artigo Euler mostrou como após ter

sido estabelecida a existência de uma solução, a rota pode ser determinada, [6].

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3.3 CIDADE DE KÖNIGSBERG

Vejamos agora o problema das sete pontes com a ajuda da Figura 3.2.

Imaginemos um rio com duas margens e No rio, duas ilhas e . A ilha está

ligada a cada uma das margens por duas pontes. Em cada margem há também uma

ponte para a ilha . A sétima ponte liga as ilhas entre si.

O problema consiste em achar um caminho, ao longo do qual um pedestre,

partindo de uma das margens ou de qualquer das ilhas percorra todas as pontes,

sem passar mais de uma vez por qualquer uma delas.

D A

C

B

Figura 3.2 O problema das sete pontes

Figura 3.1 Cidade de Königsberg[1]

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Euler fez a observação fundamental que, para efeito da questão proposta, as

margens e as ilhas são como se fossem pontos . As pontes são como arcos

que tem esses pontos como extremidades.

Tudo se resume a analisar a Figura 3.3, onde os arcos ligam os pontos, de acordo

com a disposição das pontes dada no enunciado do problema, [7].

A distancia entre as pontes, e o comprimento de cada uma, e o quanto se

anda não tem importância na solução do problema. Por isso, o grafo da Figura 3.2

sintetiza toda a informação relevante. O desenho da Figura 3.3, é provavelmente, o

primeiro esboço de um grafo a ocorrer como modelo matemático para resolver um

problema, que agora se exprime assim: partindo de um dos vértices ou

achar um caminho que percorra todo o grafo sem passar mais de uma vez pelo o

mesmo arco.

De modo geral um grafo é isso: um conjunto finito de pontos, chamado de

vértices do grafo, e um conjunto finito de arcos, chamado de arestas do grafo. As

extremidades de cada aresta devem ser vértices. Além disso, duas arestas

quaisquer do grafo não podem ter pontos interiores em comum, ou são disjuntas ou

se tocam apenas numa ou em duas extremidades.

Euler chamou atenção para uma noção muito simples, porém crucial, que é a

ordem de um vértice do grafo. A ordem de um vértice é o número de arcos que

emanam deles. Euler observou que toda vez que um caminho unicursal (percurso

Euleriano) chega a um vértice, deve sair dele por um arco diferente daquele por

onde chegou (a menos que esse vértice seja o fim do caminho); portanto para

Figura 3.3 (a) e (b) Primeiro esboço de um grafo

D

C

A

B 3.3 a 3.3 b

C

A

B 3.3 b

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conseguir passar por todas as sete pontes sem passar mais de uma vez pelo

mesmo caminho, os vértices desse grafo devem ser todos com arestas par, com

exceção ao início e ao fim do caminho. Se o início e o fim do caminho coincidirem

(isto é, se o caminho for fechado), então todos os vértices do grafo, sem exceção,

tem ordem par, como mostrado na Figura 2.22 G1.

Conclui-se então que se um grafo é unicursal (Euleriano), ou todos os seus

vértices têm ordem par (caminho unicursal fechado) ou exatamente dois vértices têm

ordem impar (caminho unicursal), deve começar em um vértice de ordem impar e

terminar em outro.

Segue então que o esboço do grafo da Figura 3.3 das pontes de Königsberg

não é Euleriano, pois, seus quatro vértices têm ordem impar, o vértice tem ordem

enquanto os demais vértices e tem todos ordem . A solução encontrada

para o problema das pontes e a fórmula relacionando o número de faces, vértices e

arestas de um poliedro foram contribuições importantes de Euler à

um campo da matemática chamado de topologia.

Fica então resolvido o problema das sete pontes: é impossível percorrê-las todas,

sem passar duas vezes pela mesma ponte, [7].

4 ALGUNS PROBLEMAS CLÁSSICOS SOBRE GRAFOS

Este capítulo formaliza o conceito de grafo e examina vários exemplos.

Também faz uma breve lista de problemas célebres sobre grafos, alguns dos quais

já mencionamos nos capítulos anteriores.

4.1 PROBLEMA DA CASINHA

Na introdução, a pergunta foi se você conseguiria desenhar a casinha abaixo

sem tirar o lápis do papel. A Figura mostra uma solução e, na verdade, o problema é

bastante fácil, [2].

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Mas se a pretensão for começar pelo vértice B? (você pode tentar o tempo

que quiser). O fato é que esse outro problema é impossível. Todas as soluções

começam / terminam pelo vértice . Se começam em terminam em , e vice-

versa. Agora que já se tema a definição de um percurso euleriano fica fácil de

verificar que esse grafo tem um percurso semi euleriano, pois, tem 2 vértices com

arestas impares (condição necessária para grafo semi-euleriano) e 3 vértice com

arestas par e obrigatoriamente ele se inicia em um ponto e termina em outro.

4.2 O PROBLEMA DO GÁS,LUZ E TELEFONE.

Outro problema que se propõe às crianças para que se aquietem é o

seguinte: temos que ligar Luz, Gás e Telefone a três casas sem que as linhas se

cruzem (supondo que todas as ligações, fios e canos estejam situados em um

mesmo plano).

Figura 4.1 Resolução do problema da casinha[2]

Figura 4.2 O problema do gáz, luz e telefone[2]

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Para esse problema podem ser utilizadas duas teorias dos grafos já vistas

anteriormente para se chegar a uma conclusão:

A primeira é chegar a uma resposta por meio de uma aplicação da Fórmula de Euler

, Onde é o número de nós ou vértice, o número das arestas e

o número de regiões.

A situação pode ser representada geometricamente como segue na Figura 4.3:

O problema é verificar se o grafo de vértices C1 , C2 e C3, T, G, L e arestas

AC1 , AC2, AC3 , LC1, LC2, LC3, TC1, TC2 e TC3 é ou não grafo planar.

Suponhamos que ele seja planar. Pela fórmula de Euler, devemos então, ter:

Onde , logo , portanto , ou seja, devemos ter 5

regiões do plano determinadas pelo grafo. Assim, como uma destas regiões é

ilimitada, deve-se ter exatamente 4 regiões limitadas por aresta do grafo como se vê

na Figura 4.4 (a), (b) e (c) demonstrada abaixo[5].

C1 C2 C3

T G L

R1 C2

R2

L

C3

C1

T

Figura 4.4 a

Figura 4.3 Situação representada geometricamente

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Assim, tem-se pelo menos 6 regiões limitadas por arestas do grafo, o que

viola a fórmula de Euler. Logo, o grafo não pode ser planar.

A segunda forma de se verificar a impossibilidade das ligações serem feitas é

fazendo um grafo da situação problema, que ficaria assim como na Figura 4.5:

R1 C2

R2

L

C3

C1

G

R1 C2

R2

T

C3

C1

G

Figura 4.4 (a), (b), (c) Grafos com duas regiões limitadas

Figura 4.4 b

Figura 4.4 c

Figura 4.5 o grafo do gás, luz e telefone

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De acordo com esse grafo, observa-se uma das possibilidades para que as

ligações ocorram, e como foi demonstrado em grafos planares seus arcos se

intersectam apenas em nós e não em arestas, e como pode ser visto na Figura 4.5

acima as arestas estão se intersectando fica claro a demonstração de

impossibilidade.

4.3 O PROBLEMA DO TRAJETO DA TRANSPORTADORA

O grafo a seguir Figura 4.6 representa as estradas ligando 5 cidades

diferentes. As distancias são todas em quilômetros. Uma transportadora deseja sair

de passando por todas as cidades e retornando a , de maneira que o trajeto seja

o mais curto possível[3].

É possível fazer um trajeto saindo de , passando por todas as arestas uma

única vez, e retornado ao ponto de partida ?

Tente obter um trajeto para a transportadora saindo e retornando a , passando por

todas as outras cidades, de modo que a distancia percorrida seja a menor possível.

Figura 4.6 O grafo do trajeto[3]

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Resolução: De acordo com o que vimos de grafo até o presente momento fica fácil

afirmar que tal trajeto é impossível, esse grafo não é euleriano, ou seja, todos seus

vértices têm arestas impares, tornando o trajeto impossível.

4.4 O PROBLEMA DO RECOLHIMENTO DE LIXO.

Pense numa pequena cidade com um é único caminhão para recolher o lixo

onde o prefeito deseja economizar, o que significa que ele prefere que o caminhão

passe uma única vez por todas as ruas e retorne ao ponto de partida. A cidade que

foi desenhada em grafos fica idêntica ao problema da casinha e, se a cidade tivesse

essa configuração, não teria solução (pois o caminhão não retornaria ao ponto inicial

(como já foi demonstrado no problema da casinha) e mais uma vez na Figura 4.7,

[2].

Se o mapa da cidade fosse como à figura a seguir, o prefeito ficaria contente

(experimente desenhar esta figura sem tirar o lápis do papel, mas voltando ao ponto

inicial), como na Figura 4.8 representada abaixo.

Figura 4.7 O problema do recolhimento de lixo[2]

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Vamos fazer algumas contas. Temos 8 arestas disponíveis e podemos

numerá-las de 1 a 8. Podemos pensar num procedimento que verifique se uma

determinada seqüência de 8 algarismos do tipo

(1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8) ou (3, 5, 6, 2, 8, 4, 7, 1)

é ou não uma solução para o problema da casinha. Melhor ainda, essas seqüências

podem ser colocadas em ordem de

(1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8) até (8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1).

Quantas seqüência teremos? Pelo método de permutação podemos afirmar que

teremos

8! = 8 × 7 × 6 × 5 × 4 × 3 × 2 × 1 = 40320 seqüência.

São as permutações de 8 elementos. Ora, um bom computador pode gerar e

verificar essas seqüências todas em segundos. E isso se chama uma “solução por

forca bruta” e não foi utilizada nenhuma sofisticação matemática, mas lembre-se do

prefeito. Pense-se que a cidade dele não tenha 8 ruas, mas 20. Não é uma grande

cidade e pode-se tentar usar a mesma força bruta do computador para resolver o

problema de percorrer com o caminhão sem repetição de ruas. Se existem 20 ruas,

ter-se-à 20! seqüência. Quanto é isso? 20! = 2432902008176640000 seqüência

São muitas seqüência. Mas será que um bom computador não resolveria este

Figura 4.8 Resolução para o recolhimento de lixo

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problema? Se o computador verificasse um milhão de seqüência por segundo (e

poucos computadores o fazem hoje em dia) ele demoraria (os cálculos só incluem a

parte inteira):

O prefeito não pode esperar tanto tempo ( ninguém pode esperar). Quem

prestará socorro? Um teorema de Euler, que já foi demonstrado em grafos

eulerianos capítulo 2.16, que garante que esse grafo pode ser percorrido, pois, seus

6 vértices tem arestas par,[2].

4.5 O PROBLEMA DO CAIXEIRO VIAJANTE

Um vendedor ambulante deve visitar cidades, uma única vez cada uma, e

retornar à cidade de origem. O custo pode ser medido em termos de tempo, dinheiro

etc., e as opções existentes para as diferentes etapas de viagens correspondem às

arestas do grafo abaixo da Figura 4.9 O objetivo é saber se existe tal percurso.

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O modelo: um grafo, completo de vértices

Como resolver o problema?

Primeiro como no problema anterior por exaustão: enumerar todas as rotas

possíveis e calcular a distância percorrida em cada uma delas

Número de rotas = (n –1)!

n = 5 cidades => 4! = 24 rotas

n = 20 cidades => 19! = 107 rotas

n = 50 cidades => 49! => ?

O segundo seria usarmos o teorema de Euler: Existe um circuito euleriano em

um grafo se e somente se o grafo é conexo (isto é, existe um caminho ligando

qualquer par de vértices) e cada vértice tem grau par (ou seja, o número de arcos

que nele incidem é par).Portanto já se pode perceber que esse grafo é conexo pois

existe um caminho ligando qualquer par de vértices e seus vértices tem grau par e

se ele é conexo logo é euleriano, portanto é possível sair de uma cidade e passar

por todas as outras e retornar ao nosso ponto de partida, [7].

Figura 4.9 Caixeiro viajante

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4.6 CASAMENTO TOPOLOGICAMENTE IMPEDIDO

Problemas topológicos vêm desafiando matemáticos e leigos desde a

antiguidade, conta-se que um Califa Percio utilizou um desses problemas para

desencorajar os pretendentes de suas filhas.

A bela princesa só se casaria com o homem que conseguisse reunir esses

seis pontos correspondentes dois á dois com três linhas que não se cruzem, como

mostra a Figura 4.10.

É provável que essa princesa jamais tenha se casado, porque esse problema

da Figura 4.8, parece fácil mas não tem solução, pode tentar!

Se o califa achasse que as filhas fossem casadouras, ele poderia manter

1,2,3 e 1,2,3, como na Figura 4.11. E embora não podendo passar no interior da

figura os pretendentes poderia fazer assim :

1

2

3

3

2

1 1

2

3 1

2

3 1

2

3

Figura 4.10 Califa pércio

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Mas veja o que fez o califa na Figura 4.12, inverteu a ordem, isto é, o califa

topologicamente impediu o casamento das filhas, [8].

1

2

3 3

2

1

Figura 4.11 Filhas casadouras

Figura 4.12 Casamento topologicamente impedido

impedida

1

2

3 1

2

3

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4.7 GRAFO EULERIANO

Dentre os grafos abaixo Figura 4.13 descubra quais podem ser percorridos,

sem que se passe mais de uma vez sobre a mesma aresta[3]:

Fica a cargo do leitor realizar esta tarefa.

4.8 ENCONTRE UM CAMINHO EULERIANO

Um caminho de Euler em um grafo G, é um caminho que usa cada arco em G

exatamente uma vez. Existem caminhos de Euler para um dos grafos na Figura

4.14(use tentativas e erros pra responder. Essa é a velha brincadeira de criança, se

é possível desenhar todo o grafo sem levantar o lápis do papel e sem desenhar duas

vezes qualquer arco.), [1]

Figura 4.13 Percurssos eulerianos

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Mais uma tarefa que o leitor deve realizar.

Figura 4.14 Caminhos eulerianos

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Chega-se ao tópico final deste TCC, entendendo, no mínimo, que nos vários

setores do caminhar da humanidade encontra-se a figura dos grafos; sendo sua

existência de vital importância para que diversos problemas sejam resolvidos,

interferindo nos mais variados ramos da ciência, como na estrutura molecular, na

construção de redes de computadores (ciência da Computação), na topologia

(matemática).

Apesar das diversas dificuldades encontradas, tais como: bibliografia,

conhecimento limitado na área da computação e na matemática descritiva, os

signatários deste elaboraram e apresentaram as definições, exemplos e casos onde

foi provada a necessidade dos Grafos fora do ramo da computação, através de seus

conceitos, suas espécies, seus exemplos e suas análises.

Com a finalidade de apresentar um trabalho o mais completo possível,

procurou-se traçar uma linha desde o descobrimento dos Grafos, seu paralelismo,

definições, e tudo o mais que esclarecesse e elucidasse quaisquer dúvidas acerca

do assunto dentro do campo da matemática, visando e buscando, dentro do que foi

permitido, entender e fazer entender o verdadeiro significado da palavra Grafo.

Espera-se que o objetivo tenha sido atingido e que os estudiosos da matéria,

bem como qualquer pessoa que algum dia leia este trabalho, compreendam e sejam

esclarecido acerca do assunto, tão sabiamente desenvolvido pelo matemático

Leonhard Euler – os Grafos.

O tema, entretanto, não foi esgotado, ficando, assim, aberto o campo para

futuramente estender-se esta pesquisa em programações e simulações dentro ou

fora da ciência da matemática.

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