GRACIELA KIESKI DISTURBIOS DE APRENDIZAGEM DA...

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GRACIELA KIESKI DISTURBIOS DE APRENDIZAGEM DA LEITURA E ESCRITA CURITIBA 2004 Monografia apresentada para a Obtenl'ao do Titulo de Especialista em Psicopedagogia, Pr6-Reitoria de Pos-Gradu89ao, Pesquisa e Extensao, Universidade Tuiuti do Parana. Orientadora: Prof'. Margaret Schroeder.

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GRACIELA KIESKI

DISTURBIOS DE APRENDIZAGEM DA LEITURA E ESCRITA

CURITIBA2004

Monografia apresentada para aObtenl'ao do Titulo deEspecialista emPsicopedagogia, Pr6-Reitoriade Pos-Gradu89ao, Pesquisa eExtensao, Universidade Tuiutido Parana.

Orientadora: Prof'. MargaretSchroeder.

Dedico este trabalho a todas aspessoas envolvidas na areaeducacional e aos lamiliares decrian9as portadoras deDisturbios de Aprendizagem,seja na leitura ou na escrita, alim de auxilia-Ias no processoensino-aprendizagem.

Agrade90 a meus pais, por meincentivarem a trilhar estecaminho que e a Educa9aO.

Agrade90 tambem meunamorado, m:nha irma eminhas colegas pelo incentivoe auxilio constante.

SUMARIO

RESUMO.

1INTRODUc;:iio ...

2 REVISiio DA L1TERATURA ..

2.1 ETIOLOGIA ..

3 CAUSAS DOS DISTURBIOS DE APRENDIZAGEM

v. 1

. 4

..4

..............6

3.1 CAUSAS INTELECTUAIS OU COGNITIVAS. . 6

3.2 CAUSAS NEUROL6GICAS ..

3.3 CAUSAS FislCAS .

3.4 CAUSAS SENSORIAIS .

3.5 CAUSAS EDUCACIONAIS .

3.6 CAUSAS S6CIO-ECONOMICAS .

. 6

. 7

. 7. 7

.................................................8

3.7 CAUSAS EMOCIONAIS .

3.8 CAUSAS FAMILIARES ...

. 8

. 8

4 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DA LEITURA 10

4.1 FATORES ETIOL6GICOS .. . 11

4.2 FATORES NEUROPSICOL6GICOS.. . 11

4.3 FATORES PSICOMOTORES E SENSORIAIS . . 11

4.4 FATORES COGNITIVOS.. . 12

4.5 FATORES CONDUTUAIS........... 12

4.6 FATORES DA LlNGUAGEM . . 12

4,6.1 Leitura oral: dificuldades de discrimina9c3o auditiva .

4.6.2 Dificuldades de discriminac;:ao visual.

. 12

. 14

............................................. 154.7 DISLEXIA ...

5 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DA ESCRITA 17

5.1 DISORTOGRAFIA ..

5.2 DISGRAFIA ..

5.3 DISCALIGRAFIA ..

6 CONSIDERAC;:OES FINAlS.

REFERENCIA BIBLIOGRAFICA ..

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA ..

. 19

. 20

. 22

. 23

... 25

....26

RESUMO

Este trabalho foi escrito com 0 intuito de alertar professores e familiares

para as multiplos fatores que interferem no processo ensino-aprendizagem,

prejudicando gravemente a crian98. Estas dificuldades podem ter origens

diversas: organicas, familiares, psicol6gicas, pedag6gicas e socia-culturais, que

caracterizarao problemas em expressar suas ideias, pensamentos. Estas

formas de dificuldades serao estudadas quanta a expressao escrita

(disortografia, disgrafia, discaligrafia) e leitura (dislexia). 0 tema abordado visa

contribuir a nivel de compreensao e diagn6stico dos profissionais envolvidos na

referente area de pesquisa.

Palavras-chave: leitura - escrita - aprendizagem.

INTRODUc;:Ao

A necessidade do hom em em S8 comunicar graficamente com seu

semelhante parte dos tempos mais remotes. Os exemplos mais antigos

remetem-nos para 0 periedo pre-historica, no qual as mensagens eram escritas

nas paredes das cavernas atraves de processes rudimentares de pinturas.

Desse periodo ate as finais do SEkulo XX, os processos da leitura e

escrita evolulmm muito. Inventaram-se as canso antes e as vogais e a

linguagem ocidental tornou-se alfabetica, cad a som passou a ser representado

par uma determinada grafia (Ietra). A partir dai, tornou-se impassive I passar

todos as conhecimentos atraves da fala e aprender a ler e escrever deixou de

ser privilegio apenas das pessoas mais abastadas. Porem, S8 a crian9a nao

possui nenhum disturbio a nfvel fonoarticulat6rio, 0 mesmo nao vai ocorrer com

leitura e escrita. Basta salientar que dois ter90s da populac;ao humana nao Ie

nem escreve, enquanto toda a popula9ao mundial fala. Neste sentido, fica claro

que a aquisi9ao da leitura e escrita requer esfor90 e a exist€mcia de urn

ambiente estimulante.

De acordo com CONDEMARiN e BLOMQUIST (1970, p. 22), 0

desenvolvimento da linguagem pode ser dividido em cinco etapas: significado,

compreensao da palavra, expressao da palavra, compreensao da palavra

impressa e expressao da palavra impressa sao fases interdependentes e

seqOenciais. Se houver qualquer falha em uma dessas fases, implicara em

disturbios na fase seguinte.

Ha rnuito a Educa9a.o e a Psicologia tern se preocupado em saber como

uma crian9a aprende, especialrnente como ela adquire a palavra falada, lida e

escrita. Aos poucos foi surgindo um novo tipo de crian9a deficiente, mas

somente quar· io tecnicas aperiei90adas para a determinaC;ao do sucesso na

aprendizagem tornaram-se disponiveis e que foi possivel diferencia-Ias

daquelas que aprendem normal mente e identifica-Ias com seguran9a e

, \

precisao. 0 e~tudo dessas criangas geram incentivos e desafios ao educador e

ao psic6logo, especial mente em rela9ao a questa a de como a crian9a aprende.

A leitura e a escrita sao as atividades academicas que mais tem recebida

aten9ao nos ultimos anos. Tal fato, explica-se pel a importancia que tem estas

duas atividades na formagaa de cad a individua ja que, 816m de serem a

instrumento de acesso as demais areas do conhecimento, constituem-se num

meio de cultura pessoal. Alias, a saber ler e escrever tarnau-se uma

capacidade indispensavel para que a indivfduo se ada pte e se integre ao meio

social integralmente.

No entanto, apesar de todo 0 esfor90 que se tem dispensado, aprender a

ler e escrever ainda e uma tarefa muito dificil para grande numero de crian9as.

Estas, que serao classificadas no decorrer do projeto como portadoras de

algum disturbio de aprendizagem, dificilmente conseguem ser alfabetizadas

e/ou acompanhar 0 processo de ensino, sem 0 apoio de uma reeducac;ao

psicopedag6gica.

Quando uma crian9a ou adolescente apresenta algum Disturbio de

Aprendizagem isso interfere nao apenas no trabalho escolar, mas em todos os

aspectos da vida - em casa, na comunidade, em clubes, entre outras

atividades, afu';ando consideravelmente a sociedade em que vive.

o presente trabalho pre ten de levantar os estudos de alguns autores sabre

disturbios de aprendizagem, para que a pr6pria sociedade C'onhec;a as causas

e os sintomas de individuos portadores de Disturbios de Aprendizagem

melhoranda assim sua condic;ao de vida perante as outras pessoas, no seu

desenvolvimento emocional e na sua adaptac;ao social.

Acredita-se que as informa90es aqui contidas serao de grande

impartancia principal mente para os pais e familiares, padendo fazer com que

auxiliem seus. filhos porta do res de algum tipo de disturbio de aprendizagem,

paden do se'r encontrados varios materia is em bibliotecas, pesquisas

realizadas par Qutros autores, internet e revistas pedag6gicas.

A presente pesquisa tem como objetivo levantar as principais causas dos

disturbios de leitura e escrita e fornecer informayoes que sirvam de base para 0

reconhecimento e a identificayao precoce das dificuldades em aprender a ler e

escrever, dirigindo-se nao somente a comunidade, como tambem aprofissionais ligados ao ensino, iniciando de imediato 0 seu tratarnento

psicopedag6gico. Sera feito urn breve levantamento das dificuldades de

aprendizagern, enquadrando ai as dificuldades de leitura e escrita, utilizando-se

do apoio biblio9r;.fico dos autores ANTONIO MANUEL PAMPLONA MORAIS

(1992) e JESUS NICASIO GARCiA (1998),

2 REVIS)i.O DA LlTERATURA

Independentemente dos autores e seus conceitos para os Disturbios de

Aprendizagem, sabe-s8 que as disturbios - da fala, audig<3o, emocionais, do

comportamento, etc. - tern sua origem em causas diversas porem todos sles

S8 constituem em obstaculo a aprendizagem, prejudicando-a ou mesmo

impedindo-a.

Segundo SARA PAIN, Disturbia de Aprendizagem "sao tadas as

disturbios psicopedag6gicos que interferem diretamente na aprendizagem,

considerando-se as fatores organicos, especfficos, psicogenos e as

ambientais". (DROUET, 1997, p.92)

ANTONIO MANUEL PAMPLONA MORAIS parte do pressupasta que "0

reconhecimento e a identific8gao das dificuldades em aprender a ler e escrever

e, na maioria das vezes, a difereng8 entre 0 fracasso e 0 sucesso escolar"

(MORAIS, 1992, p.162)

a Camite Nacianal de Dificuldades de Aprendizagem \EUA, 1998, p. 72)

diz que "Oificuldade de Aprendizagem e um termo generico que se refere a urn

grupo heterogeneo de desordens, manifestadas por dificuldade na aquisigao e

no uso da audigao, fala, leitura, escrita, raciodnio ou habilidades mate mati cas"

2.1 ETIOLOGIA

as transtornos da aprendizagem podem ser definidos como uma

deficiencia especial na aprendizagem. Referem-se a uma alteragao em um ou

mais dos processos psico16gicos basicos para a cornpree.lsao ou 0 uso da

linguagem escrita au oral, que pode se manifestar como uma falta de

habilidade para escutar, pensar, ler, escrever, soletrar au desempenhar

calculos mate maticos, alem de problemas com a memoria.

A etiologia dos disturbios de aprendizagem e multifatorial, refletindo

influencias geneticas e anormalidades na func;ao e estrutura cerebrais

(COMMITTEE ON CHILDREN WITH DISABILITIES, 1998, p. 431), send a que

as ligac;oes familiares e hereditarias sao as causas mais comuns, segundo

SANTOS e MARINHO (2000, p. 03). Deve-se levar em conta a interferimcia de

fatores extrinsecos como a conduta em relac;ao ao dormir, sauds em geral,

nutric;ao e assistencia a escola. As manifestac;oes clinicas dos transtornos da

aprendizagem depend em nota vel mente da idade da crian<;a e do ambiente

educacional, ou falta do mesmo.

No recem-nascido uma historia de algum insulto potencial mente

prejudicial para 0 sistema nervoso central, como prematuridade, asfixia e

infec90es congenitas intrauterinas devem alertar as medicos, de acordo com

MARINHO e LEMOS DOS SANTOS. As crian9as que tem hist6ria de surdez,

que tiveram uma meningite bacteriana e outras patologias que acometeram

ouvido, nariz e garganta devem ser consideradas suspeitas. Pacientes com

anormalidades geneticas pod em desenvolver disturbio de aprendizado.

A avaliac;ao dos transtornos da aprendizagem constitui urn dos desafios

mais freqOentemente enfrentado pelo pediatra, ja que e uma condic;ao muito

comum entre as crian9as. A falta de exito academico ou CIS dificuldades no

rendimento escolar acarretam preocupa90es para as pais, para as professores

e tambem do proprio paciente, necessitando de uma avalia<;8.o medica a fim de

determinar se existem fatores neurol6gicos, psiquiatricos e pSicologicos que

pass am ser remediados.

3 CAUSAS DOS DISTURBIOS DE APRENDIZAGEM

As quest6es educacionais que mais tern preocupado as profissionais

ligadas 80 ensina, referem-se aos altos indices de evasao e reprov898o escolar

que tern side registrados nas Escolas Municipais e Estaduais do Brasil, e 0

grande nurnero de crianr;:8s que tern recorrido a tratamento psicopedag6gico

com dificuldades de aprendizagem.

Com base em diversas pesquisas realizadas par autores como MORAIS

(1986), FRAN~A (2002), BARICHELLO (2001), entre outros, pode-se apontar

varias causas como responsaveis pel as dificuldades escolares e pelos altos

indices de eva sao e reprov8980 escolar.

3.1 CAUSAS INTELECTUAIS OU COGNITIVAS

Sao aquelas causas relativas 80 modo pelo qual 0 indivfduo conhece a

mundo, sua maior ou menor capacidade de estabelecer relac;oes, de criar

eoisas novas, de inventar, de construir e de buscar solw;6es diferentes para urn

mesmo problema, ou seja, sua inteligencia, assim como it estruturatyao do

pensamento e do raciocinio logico e matematico.

3.2 CAUSAS NEUROLOGICAS

Estao associadas a qualquer disturbio que ocorra no cerebro, cerebelo,

medula e nervos, ou seja, no sistema nervoso que comanda todas as ac;6es

ffsicas e mentais do ser humano. Por exemplo, 0 sistema nervoso de criantyas

com dificuldade perceptiva, destacando-se as visuais e auditivas, apresentam

dificuldades )Jara identificar, discriminar e interpretar estimulos, pois nao

recebe, nao organiza, nao armazena e nao transmite informac;6es visuais e

auditivas da mesma maneira que uma criantya que nao apresenta essa

problematica.

Alem disso, essa crianga manifesta discrepimcia entre a capacidade em

compreender acontecimentos, experiencias, ideias e a capacidade em

aprender a ler, escrever ou calcular porque apresenta dificuldade em distinguir,

detectar e investigar estimulos sutilmente semelhantes mas com significados

diferentes. Ela com preen de os aspectos do todo, mas nao consegue

compreender a relagao das partes que 0 constituem. Ouve significagoes,

embora perca-se quando tom a a atengao a estruturagao da palavra. Confunde

auditivamente as estruturas das palavras e como consequencia perde 0 seu

significado.

3.3 CAUSAS FislCAS

Sao relativas a qualquer perturba9ao do estado fisico geral da crian9a,

levando-a a urn estado anormal de saude, como por exemplo: febre, dor de

cabega, anemia, asma, verminoses, etc. Essas perturbar;:oes somaticas podem

ser permanentes ou transit6rias.

3.4 CAUSAS SENSORIAIS

Sao todos os disturbios que afetam os orgaos responsaveis pelos

sentidos (visao, audi9ao, gusta9ao, ollato, tato, equilibrio, rellexo postural) ou

que atinja os sistemas de condugao entre esse orgao e 0 sistema nervoso.

3.5 CAUSAS EDUCACIONAIS

Estao relacionadas com 0 tipo de educagao que a crianc;a recebe, 0

ambiente fisico e social da escola, 0 professor, seus program as e metodos.

Sao as falhas no processo educativ~ de uma pessoa que influenciara em seu

comportamento e ajustamento escolar.

3.6 CAUSAS SOCIO-ECONOMICAS

Sao os problemas originados no meio social e econ6mico no qual a

crian98 esta inserida; naD sao dificuldades que S8 revelam na criam;:a, mas

exercem sabre ela a influEmcia de ser favoravel au dE:sfavoravel a sua

subsist en cia e aprendizagem.

3.7 CAUSAS EMOCIONAIS

Sao dificuldades que ocorrem a nivel psicol6gico, ligadas as emogoes e

aos sentimentos dos indivfduos e a sua personalidade. Podem estar

associadas a problemas de outras areas como fisica, intelectual, dentre Qutras.

Criang8s com disturbios de aprendizagem causados pelo emocional,

quase sempre apresentam instabilidade emocional, dependencia, reduzida falta

de tolerancia a frustrag8o, dificuldades de ajustamento a realidade, problemas

de comunicaC;;ao, inseguranc;;a, agressividade, ansiedade, etc. Necessitam de

aten,ao con stante, apresentam problemas na organiza,ao do espa,o e do

tempo e nao demonstram planificaC;;ao de condutas.

3.8 CAUSAS FAMILIARES

Sao todas as dificuldades relacionadas ao contexto familiar em que as

crianc;;as fazem parte. Podem estar relacionadas a dinamica familiar, a sua

organizaC;;ao, aos padr6es de comunicaC;;ao e funcianamenta, e assim par

diante.

A influencia do papel familiar no desenvolvimento de uma crian9a e muito

significativo, assim como na aprendizagem desse individuo. Sabe-se que uma

educayao familiar mal orientada pode resultar em problemas de aprendizagem,

pois ha uma estreita Iiga930 entre lar e escola, ja que a crian9a esta tanto

inserida no contesto familiar quanto no contexto escolar. Assim, ela e parte

integrante desses dois sistemas. (FRANCA, 2002, p. 17)

Essa influencia, muitas vezes, e identificada na pratica psicopedag6gica

na qual criany8s que apresentam disturbios de aprendizagem sao atendidas.

Percebe-se entao, atraves desses cas os, que ha interferencia do contexto

familiar nos disturbios de aprendizagem.

Todas as crian~as tem possibilidades para aprender e gostam de 0 fazer, e

quando isto nao ocorre e porque alguma coisa nao esta indo bem. Neste

momento, e necessario que tanto os profess ores como os demais profissionais

responsaveis pelo processo de aprendizagem se questionem acerca dos fatores

que podem estar contribuindo parra que 0 aluno nao consiga aprender.

(MORAIS. 1992. p.22).

Tem-se comprovado que crianc;as que provem de ambientes letrados

tern mais facilidade em aprender a ler e escrever do que crianc;as provenientes

de ambientes nao-Ietrados. Esta relac;ao esta correlacionada ao modelo e amotivayao para ler que as pais conseguem transmitir a seus filhos.

Apresenta-se a seguir alguns dos sintomas do Disturbio de

Aprendizagem da Leitura, e suas possfveis causas.

10

4 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DA LEITURA

Define-5e pela presenrya de urn deficit no desenvolvimento do reconhecimento ecompreensao dos textos escritos. Este transtorno nao e devido nem a deficienciamental, nem a uma inadequada ou escassa escolariza.yao, nem a urn deficitvisual ou auditivD, nem a urn problema neurologico. Somente classifica-se comotal 5e e produzida uma altera9ao relevante do rendimento academico ou da vidacotidiana. (GARCiA, 1998, p.173)

o inicio costuma situar-S8 em torna dos 07 anos OU, em casas mais

graves, no nivel anterior. 0 curso dependera da gravidade, posta que, S8 for

leve, e superado com interven9aO psicopedagogica, sem ficarem sinais na

idade adulta, enquanto que, S8 for grave, ainda que com tratamento, pod em

ficar manifestay6es posteriores.

Alguns dos sintomas da dificuldade de aprendizagem da leitura, segundo

CORINNE SMITH e LISA STRICK (2001, p.43)

• Confunde letras de aparencia similar (b e d);

Dificuldade para reconhecer e recordar palavras que va (mas pode

pronuncia-Ias foneticamente);

• Com frequencia, perde-se durante a leitura;

• Confunde palavras de aparancia similar (preto e perto);

• Inverte as palavras (Ie mala por lama);

• Tern problemas para encontrar letras em palavras ou palavras em

sentenyas;

• Fraca mem6ria para a palavra impressa (tambem para sequencias de

numeros, diagramas, ilustrayoes, etc.);

• Fraca compreensao das ideias principais e dos temas;

• Dificuldade com conceitos matematicos de nivel superior.

II

4.1 FATORES ETIOLOGICOS

Urna verific8C;:80 na hist6ria das dificuldades de aprendizagem et

especificamente, em referencia as dificuldades de aprendizagem da lsitura

permitem comprovar que foram varios e diversos as fatores aos quais foi

atribufdo algum papal na origem do transtorno.

4.2 FATORES NEUROPSICOLOGICOS

As criticas aos enfoques inieiais e menes comprovados envolvem a

existencia de relaC;8ocausal entre alteraC;80 organica e dificuldades de

aprendizagem da leitura, a constataC;80 de que muitas crianC;8s com

antecedentes de algum tipo de disfuncionalidade cerebral nao apresentam

dificuldades de aprendizagem da leitura e vice-versa, ou a evidencia de que

certas dificuldades de aprendizagem sem constataC;8o organica podem refletir

manifesta~6es simi lares as organicas (GARCiA, 1998, p. 174).

4.3 FATORES PSICOMOTORES E SENSORIAIS

Foram aduzidos divers os fatores de natureza pSicomotora na origem das

dificuldades de aprendizagem da leitura, entre eles a motricidade geral, a

orienta9ao direita-esquerda, a percep9ao temporal, a organiza9ao percept iva, 0

esquema corporal ou a lateralidade (GARCiA, 1998, p. 175).

Em termos parecidos, caberia falar dos fatores sensoriais, seja de natureza

aculo-motora, sejam de natureza auditiva. Oemonstrou-se que os fatores aculo-

mot ores nao tem qualquer influencia na origem das dificuldades de

aprendizagem da leitura.

12

4.4 FATORES COGNITIVOS

Com base nos modelos de psicologia e neuropsicoiogia cognitivas e da

neurolingufstica, fcram propostos diverses processos e subprocessos

responsaveis pela leitura; sua alteraC;c30 au disfuncionalidade au nao

aprendizagem correta serao os responsaveis pelas dificuldades de leitura.

4.5 FATORES CONDUTUAIS

E passive I conceber a leitura como uma conduta complexa decomponivel

em Qutras condutas que estariam regidas pelos principios de aprendizagem,

sejam de natureza classica, como as fatares motivacionais relacionados com a

leitura, sejam as de natureza operante, como as passos em forma de ens ina

program ado ate a consecu9ao da leitura (GARCiA, 1998, p. 176).

4.6 FATORES DA LlNGUAGEM

Ja e classica a afirmag8,o de que as dificuldades de aprendizagem da

leitura originam-se em problemas de linguagem de base. Parece que a

aprendizagem visoverbal seria respons8vel par certas dificuldades da leitura,

tratando-se de dificuldades em nfvel dos processos psicolinguisticos (GARCiA,

1998, p. 176).

4.6.1 Leitura oral: dificuldades de discrimina9ao auditiva

Quando se fala em disturbios da leitura relacionados as dificuldades de

discriminac;:ao auditiva, nao esta se afirmando que as crianc;:as tern perda de

acuidade auditiva. Sem duvida, as problemas auditivos que envolvem a perda

13

de audig8.o, implicam em dificuldades de discriminagao de sons (MORAIS,

1992, p. 86).

Na leitura, as tracas que ocorrem devido as dificuldades de

discriminag80 auditiva envolvem sons acusticamente pr6ximos. A confusao

entre estes sons esta intrinsicamente relacionada com 0 ponto de articulag80

de cada urn, no momento da emissao sonora. Ao S8 pronunciar um

determinado fonema, os diferentes 6rgaos de articulayao (lingua, labios -

6rgaos moveis; palata, dentes - 6rg8.05 fixDs), posicionam-se num determinado

ponto para que haja a emissao correta deste som. Este posicionamento dos

6rg805 de articulagBo no momento da pronuncia, chama-s8 ponto de

articulagao. Como a linguagem oral e constituida par uma grande variedade de

sons, e 6bvio que cada sam, ao ser emitida, tenha um determinado ponto de

articulagao.

No caso dos sons acusticamente proximos, as pontos de articulagao sao

praticamente iguais, 0 que leva a crianga a confundir esses fonemas. Na

leitura, as tracas mais freqOentes de serem constatadas sao entre

CONSOANTES SURDAS (f,p,ch,t,s,c) e CONSOANTES SONORAS

(v,b,j,d,z,g).

Praticamente, a diferenga que existe entre estas consoantes e a

vibrayao das cordas vocais (visto a proximidade dos pontos de articulayao). Na

pranuncia das consoantes sonoras, as cordas vocais vibram e nas surdas isso

nao ocorre.a crianga que, apenas se detem na posigao dos orgaos

articulatarios para diferenciar estes fonemas, acaba confundlndo-os.

Pelos mesmos motivos acima descritos, as VOGAIS ORAlS (a,e,i,o,u) e

as VOGAIS NASAlS (na,em,in,on,um), nao sao discriminadas auditivamente, 0

que ocasiona traca entre elas.

Cabe afirmar que, geralmente, as trocas relacionadas a discriminagao

auditive dos diferentes sons, sao mais not arias na escrita do que na leitura. Isto

ocorre pelo fato de que 0 professor que acompanha a leitura oral das crianya?<i~i;;:;;D~

. ~:"";~

14

vai S8 apoiando no senti do das palavras e/au no contexte em que estao

inseridas, e estas confusoes acabarn desapercebidas (MORAIS, 1992, p. 87,

88).

4.6.2 Dificuldades de discriminac;:ao visual

Os disturbios de leitura que envotvem discrimina~ao visual nao implicam,

necessaria mente, na existencia de "deficits" visuais. Uma boa visao e

imprescindivel para uma boa discriminac;ao visual, mas esta ultima depende de

Qutros fatores alE~mda visao.

Ao S8 abordar especificamente a leitura e a escrita, quatro conceitos

emergem como fundamentais para que S8 discriminem satisfatoriamente as

tetras, as palavras e as numeros. Sao eles: em dma e embaixo, direita eesquerda.

Os conceitos de "em eima e embaixo" sao de facit aquisic;ao pois,

podern ser vivenciados pelo proprio corpo. A crianl'a facilrnente perce be que

sua cabec;a fica em eima de seu troneD e seus pes abaixo. Usando 0 corpo

como ponto de referencia, nota que 0 ceu esta acima de sua cabega e a terra

embaixo de seus pes.

Em relagao a leitura e a escrita estes conceitos sao importantes na

medida em que sua aquisigao permite a disting20 adequada de letras, tais

como "u" e "n". No caso destas lelras, a distingElo entre elas e a posigElo da

abertura, e a nao aquisi9ao dos conceitos "em cima e embaixo" podem

ocasionar trocas entre as letras "u" e "n",

No que se refere ao conceito "esquerdo e direito", pode-se afirmar que

sua aquisigao e bem mais dificil e complicada. Isto ocorre porque ao se lomar a

corpo como ponto de partida, nota-se que esses conceitos sao simetricos e

relativos. Simetricos, pOis a lado esquerdo do corpo e identico ao lado direito,

nao existindo nenhuma caracteristica que diferencie urn lado do outro.

15

Relativos porque depend em da pOSiy80 que 0 sujeito ocupa. Essa simetria e

relatividade faz8m com que esses conceitos sejam as que sao aprendidos mais

tardiamente, e nao raramente, com a auxilio de pontcs de referenda externos

80 corpo.

Em relaC;:8o aDs problemas de aprendizagem, a naD aquisic;:ao destes

conceitos podem ocasionar tracas entre latras que apenas diferem quanta aoriental'ao espacial: "b e d", "p e q"

4.7 DISLEXIA

A partir do sekula XIX, passou-se a dar mais 8tenc;:ao as crianC;:8s com

problemas de leitura e que nao apresentavam fracassos nas demais disciplinas

escolares, nem possuiam quaisquer deficiencias que pudessem explicar as

dificuldades para ler. Quem descreveu esses disturbios de leitura pel a prime ira

vez foi James Kerr, em 1896, segundo Pamplona. Desse periodo ate as nossos

dias muitas descri<;6es de crian<;as com problemas de leltura e muitas

defini<;6es foram formuladas. De acordo com as experiencias e bases te6ricas

de cada autor, foram propostas varias designa<;6es que pudessem identificar e

descrever as crian<;as portadoras de disturbios de leitura e explicar a seu

fracasso.

Se na vasta bibliografia encontramos opinioes tao diferentes e discordantes,

num t6pico tad as as estudiosos concordam, au seja, que a dislexia e um termo

que se refere as crian<;as que apresentam serias dificuldades de leitura e,

consequentemente de escrita, apesar de seu nivel de inteligencia ser normal

au estar acima da media.

Segundo Pamplona, existem dois tipos de dislexia: a dislexia visual e a

dislexia auditiva. Segundo este autor, a dislexia auditiva caracteriza-se pela

dificuldade em "distinguir semelhan<;as e diferen<;as entre sons acusticamente

16

proximos; em perceber sons no meio de palavras; em analise-sintese, memoria

e sequencia auditivas"

A dislexia visual caracteriZ8-se pela dificuldade em diferenciar, interpretar e

recordar palavras vistas visual mente. Assim, as crianC;8s dislexicas visuais tern

severas dificuldades em mem6ria e analise-sintese visual, em discriminac;ao

visual de detal!19s, em perceber rapidamente as palavras escritas, em respeitar

as sequencias viso-espaciais, etc.

Com a ajuda dos profissionais da saude (mais do que O~ professores) sao

as grandes leitores e autores de obras relacionadas com as pato[ogias da

linguagem. Quase sempre com a ajuda desses profissionais que S8 dedicam areeducac;ao linguistica, diagnostico e intervenyao, 0 problema da disgrafia e

disortografia, como veremos a seguir, e amenizado, mas nao significa a

superayao definitiva dos disturbios.

17

5 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DA ESCRITA

Trata de uma dificuldade significativa no desenvolvimento das habilidadesrelacionadas com a escrita. Esse transtorno naD 5e explica nem pela preseng8de uma deficiencia mental, nem par uma escolarizagao insuficiente, nem parurn deficit visual au auditiv~, nem par alteragao neuro16gica. Classifica-se comotal apenas 5e produzem alteragoes relevantes no rendimento academico aunas atividades da vida cotidiana. A gravidade do problema pode ir desde errosna soletra<;ao ate erros na sintaxe, estruturar;:ao au pontua<;ao das frases, auna organiza,ao de paragrafos.(GARCiA, 1998, p. 191}.

o inicio depende da gravidade, vindo desde as 07 anos, nos casas mais

graves, e aos 10 anos, nos casas mais leves.

AbaixD, uma analise das caracteristicas condutuais dos deficits

cognitivos selecionados nos textos escritos em retac;ao aos transtornos

gramaticais, fonol6gicos, visuais e espaciais, segundo GARCiA (1998, p. 192):

Transtornos gramaticais

• substituic;6es, omiss6es, ou adic;6es simples de names, verbos, adjetivas ou

adverbios.

SubstituiC;6os, omiss6es, ou adic;6es simples de preposic;6es, pronomes

determinantes, quantificadores, conjunc;6es ou adverbios.

• Substituic;6es, omiss6es, ou adic;6es de urn afixo inflexivo.

• Ordem de palavras alterada.

Transtornos fonol6gicos

Substitui9ao de morfemas.

• Omissao de morfernas.

• Substituic;ao de fonemas.

Omissao de fonemas.

• Substitui9ao de silabas.

• Transposic;ao de morfemas, fonemas, silabas.

• Conversao simbolo-som.

IS

Transtornos visoespaciais

• Confusao de letras.

Lentidao da percepc;ao visual.

• Inversao de letras.

• Erros internos de detalhe.

• Transposigao de letras.

• Substitui9aa de letras.

Esse tipo de dificuldade CDstuma apresentar diversas areas alteradas, tais comoo soletrar. a sintaxe escrita em constraste com as resultados da sintaxe oral, aorganizac;ao do textc, a coesao - conex6es gramaticais, transicionais e lexica is -I coerencia, sentido da audiencia, habilidades cognitivD-sociais,idealiza,ao/abstra,ao, etc. (GARCiA,1998,p. 192).

A escrita e a ultima etapa do desenvolvimento do comportamento verbal

a ser adquirida. Seu objetivo principal e a de transmitir ideias, sentimentos e

registrar a hist6ria do homem. Antes que a escrita possa ser usada como

instrumento para representar a linguagem oral, passa por estagios que

coincidem com 0 desenvolvimento geral da criant;:a. Estes estagios marcam

fases do desenvolvimento, cuja evolut;:ao depende tambem da exercitat;:ao da

atividade grafica.

AJURIAGUERRA (1984, p. 47), a partir de seus estudas experimentais,

chegou a conclusao de que 0 grafismo passa por tres estagios de evoluc;ao: 0

pre-caligrafico, 0 caligrafico infantil e 0 p6s-caligrafico.

o estagio pre-caligrafico dura aproximadamente de 2 a 4 anos e situa-se

entre os 5/6 anos ate os 8/9 anos de idade. As caracteristicas principais que a

criant;:a apresenta neste estagio estao relacionadas a sua incapacidade motriz,

ou seja, a crian<;a ainda nao possui um perfeito dominio motor para a

realiza<;ao dos tra<;ados graficos.

o estagia caligrafica infantil situa-se entre as 10 e 12 anos de idade.

Nesta lase, a crianva jii domina as principais diliculdades de pegar e manejar

os instrumentos graficos. Desta forma, a escrita e mais ligeira e regular,

19

podendo apresentar algumas modific8c;;6es nas proporc;oes e nas formas das

letras. Este estagio de desenvolvimento carateriza-se pela enorme semelhanc;:a

existente entre as Istras trac;adas e as respectivos modelos. A escrita e pouco

pessoal e tende mais a imitar 0 trac;ado que serve de modele.

A fase p6s-caligrafica situa-se dos 11 anos em diante. A exigencia de

uma maior velocidade para acompanhar as atividades escolares e registrar 0

pensamento vai modificando a escrita de cada individua, tornado-a mais

pessoal.

A importancia de S8 levar em considerac;ao estes estagios de evoluC;80

do grafismo e a de orientar 0 professor quanta as exigencias que podem sar

feitas ao aluno, de acordo com a fase de desenvolvimento na qual ele se

encontra. As limitagoes de cada fase, impostas pelo desenvolvimento motor,

devem ser respeitadas e, ao mesmo tempo, a crianga deve ter estimulagao

adequada, a que facilitara a evolugao do grafismo. Nessa estimulagao, alE~m

dos exercicios graficos, devem estar inclufdas orientagoes sobre a postura

corporal correta para escrever, a preen sao do instrumento de escrita e a

posi,ao da folha de papel.

5.1 DISORTOGRAFIA

Espera-se que ao terminar 01° Grau, uma crianya ja faga usa da escrita

de forma adequada. No entanto, segundo Pamplona, nem todas as crianyas

tem facilidade em aprender a usar os processos gr8ficos para representarem a

linguagem oral. Geralmente, estas crian9as sao classificadas de

disortograficas.

Muitas vezes acompanha a dislexia, mas pode tambem vir sem ela. E a

impossibilidade de visualizar a forma correta da escrita das palavras. A criang8

escreve segundo os sons da fala e sua escrita par vezes torna-se

incompreensivel. Nao adianta trabalhar par repeti9aa, ista e, mesma que

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escreva a palavra vinte vezes, continuara escrevendo-a erroneamente. Epreciso trabalhar de Qutras formas, usanda a 169iea quando isso e passivel, a

conscientiz8gao da audic;ao em Qutros cases, como par exemple: em "s" e uss";

"I" e"u", etc.

Tanto na dislexia como na disortografia, fundamental e proteger 0

emocional da crianC;8, nao a deixando marcada. Par mais que S8 esforce com

as expectativas da familia e da escola. Sempre que passivel devera ser

avaliada oralmente e sua deficiencia nao deve ser levada em conta na

avalia980 de Qutras materias. Se a crianC;8 esta tendo urn born rendimento

geral, nao deve ser reprovada par seu obstacul0 funcional, pois al8m de que

mais urn ana nao a livrara da SitU8C;80, ela ainda S8 desmotivara par ter que

repetir canteudos que j8 conhece.

Em autros parses europeus, como a Alemanha e a Suf9a, ja existem

e6digos de lei que protegem erian,as com este tipo de disfun,ao. Elas nao

pod em ser avaliadas quantitativamente em escrita e leitura, apenas nos demais

conteudos.

5.2 DISGRAFIA

Segundo Pamplona, pode-se definir a disgrafia como uma deficiencia na

qualidade do tra9ado grafico sendo que, essa deficiencia nao deve ter como

causa um deficit intelectual e/ou neurologico.

A disgrafia, tambem chamada "Ietra feia", nao esta necessaria mente

associada a disortografia. No entanto, a crian9a que tem dificuldades para

escrever corretamente a linguagem falada apresenta geralmente uma disgrafia.

E possivel encontrar crian,as disgraficas que nao apresentam qualquer tipo de

disortografia. A crian9a escreve devagar, retocando cada letra, realizando de

forma inadequada as uni6es entre letras ou amontoando-as com 0 objetivo de

esconder os erros ortograficas.

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Segundo Pamplona, exislem qualro lipos diferenles de disgrafia:

Grupo dos rigidos: tern como principal caracterfstica a rigidez e a tensEio. 0

tragado gr;3fico apresenta-se inclinado e geralmente comprimido,

sobrecarregado de angulos e empelotamentos. Alem disso, fica evidenciado

a forte pressao que a criang8 exerce sobre 0 instrumento de escrita.

• Grupo dos relaxados: apresenta urn relaxamento geral no tragado, com

irregularidades de direyao e na dimensao das letras, as quais sao dispersas

e pouco precisas, linhas mal feitas e margens mal organizadas.

• Grupo dos impulsivQs: apresentam urn trayado fapido e precipitado, com

ausencia de firmeza (falta de controle) e de organizac;ao. A escrita e

irregular e instavel, evidenciando-se prolongamentos nos finais das

palavras, nos acentos e na pontuayao.

Grupo dos lentos exatos: caracterizam-se pela busca da precisao e

controle. A forma das letras e exata e a pagina bem organizada. A escrita eregular tanto na dimensao como na inclinaryao, mas e excessivamente lenta.

Como se pode notar, e impossivel falar de unico tipo de disgrafia. Esta

dificuldade gratica pode-se desenvolver e manifestar -se d3 diversas form as,

dependendo da historia de vida de cad a crianrya e da maneira como ela reage

as press6es e expectativas ambientais.

De acordo com Pamplona, 0 diagnostico de uma crianrya disgrafica e seu

enquadramento num determinado grupo, de acordo com as caracteristicas de

seu traryado grafico, nao e a etapa final do trabalho do professor. Nao restam

duvidas quanto a necessidade de um diagnostico precoce e quanto a

importancia de se aceitar as dificuldades graficas de uma crianrya as quais

impedem-na de realizar a trayado gratico de forma aceitavel, mas so isto nao

basta para que os disturbios do grafismo seja superados.

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5.3 DISCALIGRAFIA

E a incapacidade em produzir letra proporcional e legivel. A sua

ocorrencia pode ser detectada comparando-se a escrita da crianc;a em

diferentes momentos. A discaligrafia nao e urn desleixo ocasional e sim uma

deficiemcia constanta. Nao S8 obtem uma producyao mais adequada,

repreendendo-se a crianya. Deve-s8 camparar sua propria obra, para obter urn

para metro de sua melhor produyEio. Este deve ser 0 objetivo a ser alcanr;:ado e

nao a perieicyao, que para esse aluno e inatingivel. 0 profess'Jr deve trabalhar a

conscientiz8c;:ao do aluno para sua melhor performance e refon;a-Io

positivamente sempre que a alcance.

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6 CONSIDERA<;:OESFINAlS

Durante todo esse processo de pesquisa, a autera deparou-se com

aspectos te6ricos educacionais que fcram passive is de fazer uma relary8.o com

a pratica e dinamica pedag6gica e psicopedag6gica.

Pode-se concluir que 0 papel do professor e fundamental durante 0

processo ensino-aprendizagem. Sua atitude para com as alunos pode

influenciar de maneira decisiva a construry8.o da auto-imagem deles, de sua

maneira de ver a si mesmas.

o professor pode promover au estimular 0 crescimento emocional de

seus alunos todos as dias, de mil e uma formas. 0 mesma ja deve ter

percebido quanta sua figura e significativa para seus alunos. E issa tern

conseqOencias bern serias. Seu metoda de ensinar, suas atitudes, a jeito de S8

relacionar com cad a aruno, e ate me sma a freqOencia com que ele fala com

cada urn, 0 interesse e 0 carinho que demonstra ate sem querer, estariam

influenciando todo 0 desenvolvimento afetivo das crianc;as. Em conseqOemcia,

ela estaria influenciando sobre a formaC;ao do autoconceito, sobre a motivar;ao

e a capacidade de aprendizagem das crian,as.

A crianc;a que apresenta dificuldade para aprender esta demonstrando

que alguma coisa errada esta acontecendo, alguns requisitos basicos estao Ihe

faltando para que a alfabetiza,ao aconte,a com tranqOilidade e sucesso. Se as

causas dos disturbios de aprendizagem nao forem conhecidas, e par isso se

fizerem tentativas falhas para superar os disturbios da aprendizagem, isso trara

serios problemas no desenvolvimento da personalidade do aluno.

Par iSso, 0 professor deve tentar detectar com precisao e rapidez qual 0

motivo que esta levando 0 aluno a ter dificuldade em aprender. 0 professor

deve encarar 0 problema com naturalidade, porem jamais com desdem, tendo

sempre em vista que a crian,a nao aprende porque falta-Ihe algo e nao porque

Ii "desleixada" ou "pregui90sa" , mesmo porque toda crian9a gosta de aprender

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e quer saber cada vez mais eoisas novas, e S8 isso nao 85t8 ocorrendo 0

professor precisa tamar providencias de imediato.

Contudo, nao S8 pode esperar que 0 professor consiga resolver sozinho

todas as dificuldades pedag6gicas e emocionais da crian98 como num passe

de magica. E precise estar ciente da ajuda de Qutros profissionais, pais

tambem iraQ trabalhar lado a lado, visando somente 0 bern estar do aluno.

Sendo assim, 0 trabalho surtira efeitos positiv~s, porque 0 professor

juntamente com 0 psicopedagogo e outros profissionais estarao engajados

num 56 objetivo: proporcionar ao aluno urna nova certeza de que sle

conseguira sair -S8 bern nas situ890es novas com que S8 defronta.

o aprofundamento do tema estudado e a pesquisa de metodologias que

estejam contribuindo para 0 real aprendlzado dos alunos que apresentam

algum tipo de dificuldade de aprendizagem e recomendagc3o desta autora para

futures trabalhos.

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REFERENCIAS

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fracassos na aprendizagem da lingua escrita. Traduc;:ao de Iria Maria

Renault de Castro e Silva. Porto Alegre: Artes Medicas, 1984.

BARRICHELLO, Giselda Geraldo. A INFLUENCIA FAMILIAR NOS

DlSTURBIOS DE APRENDIZAGEM. Monografia da Universidade Tuiuti do

Parana (Especializa98o em Psicopedagogia). Curitiba, 2001.

CONDEMARIN, M. e BLOMQUIST, M. D1SLEXIA - Manual de leitura corretiva.

Porto Alegre: Artes Medicas, 1986.

DROUET, Ruth Caribe da Rocha. DISTURBIOS DA APRENDIZAGEM. Sao

Paulo: 4 ed. Atica, 2001.

FRAN9A, Viviane Wickmann. DISTURBIOS DE APRENDIZAGEM NAS

SERIES INICIAIS. Monogra!ia da Universidade Tuiuti do Parana

(Especializa9ao em Psicopedagogia). Curitiba, 2002.

GARCiA, Jesus Nicasio. MANUAL DE DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM.

Porto Alegre: Artmed, 1998.

LEMOS DOS SANTOS, Crisitane de Fatima e MARINHO, Daniela Hespanha.

RECONHECIMENTO E MANEJO DO DISTURBIO DE LEITURA NA

em 07/12/2003 - 16:58 hrs.

MORAIS, Antonio Manuel Pamplona. D1STURBIOS DE APRENDIZAGEM -

Uma abordagem psicopedag6gica. Sao Paulo: 5 ed. Edicon, 1992.

SMITH, Carine e STRICK, Lisa. DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DE A a

Z - Um guia completo para pais e educadores. Porto Alegre: Artmed, 2001.

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BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANA. SISTEMA DE BIBLIOTECAS.

Normas para apresenta<;Elo de documentos cientfficos 2, 6, 7. Curitiba: UFPR,

2002.