Gondomar aprendizagem, diversidade e igualdade de oportunidades
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Aprendizagens efectivas e diversidade- questões de equidade
Discurso, práticas e cultura da escola
Maria do Céu Roldão
Do discurso
O pensamento (aparentemente) convergenteexpresso na legislação, nos projectos, no discurso, na legitimação.
. O peso do “pedagogicamente correcto” e a consequente escassez da argumentatividade.
. As contradições emergentes ao nível do próprio discurso.
As contradições emergentes ao nível do discurso
Reconhecimento da diferença – como um facto - sem reconhecimento da correspondente igualdade – como um direito.
Representação dominante da diferença como défice/ diminuição – legitimando o paternalismo, justificando o insucesso.
Estereotipificação das diferenças versus acolhimento das diversidades (Cf. Burbules)
Insensibilidade às diferenças menos visíveis, e às diferenças dentro da diferença.
Permanência do referencial homogeneidade/uniformidade na acção e organização da escola.
Das práticas… I- ou o desejo de incluir numa organização de trabalho que exclui…
O padrão dominante do trabalho escolar
- Apresentação/exercício(s)/verificação.- Dominância do dispositivo pergunta (professor)/resposta (aluno) (Vd a a universalidade da chamada “ficha”)- Procedimentos de “descoberta/pesquisa” sem
rede – valorização dos previamente mais favorecidos.
Das práticas IIOs pressupostos dominantes para lidar com a diversidade
Separação (física ou não); Apoio/ajuda – como substituição da acção
desejada no aluno; Redução de escala – o pequeno grupo; Manutenção dos mesmos procedimentos
de ensino e de aprendizagem – apenas a escala menor.
Padrão de uniformidade/défice.
Da cultura da escola e dos professores Marcas culturais mais fortes
Desejo benevolente e sincero de ajudar- crença na eficácia do desejo
Crença na inevitabilidade das alegadas limitações na aprendizagem
Atribuição externalista de explicações para as dificuldades apresentadas pelos alunos
Descentração da responsabilidade face ao modo como se ensina na escola.
Reprodução acrítica de dispositivos e materiais-tipo, sem concepção pelos professores.
Ausência de estudo e trabalho colaborativo pelo colectivo de professores
Os cenários de futuro I
Mudar a organização do trabalho de ensinar e aprender na escola?
Ou ser forçado a desistir da escola como espaço de equidade? Com que consequências?
(CF Perrenoud, 1999; Caldwell, 2001)
Os cenários de futuro IIRuptura nas práticas e na organização da escola
Trabalhar na e sobre a aprendizagem de cada aluno – função activa do professor.
Instituir a figura de equipa de trabalho no acto de ensinar - ruptura efectiva do individualismo na acção de ensinar (Cf. Hargreaves).
Organizar a escola com outros agrupamentos de trabalho que não a classe (esta tornar-se-ia a excepção).
Os cenários de futuro IIRuptura nas práticas e na organização da escola
Estruturar o modo de ensinar como organização sistemática e aferida de desafios ao pensamento, ao conhecimento e ao desenvolvimento.
Criar modos de comunicação multi-direccionais no trabalho de ensinar e aprender
Ensinar a perguntar – e não apenas a adivinhar respostas “certas”
Conceber e ajustar aos “casos” todos os materiais e tarefas
Rentabilizar a heterogeneidade no trabalho com e de todos os alunos.
Para uma qualidade com equidade
Tomar consciência dos paradoxos da prática actual Agir no sentido de uma reconstrução do paradigma da
educação escolar que abandone o modelo de escola construído para o século XIX
Re-fundar a crença num papel social da escola que possa responder eficazmente à necessidade de garantir a justiça social pela igualdade - efectiva e construída - de acesso ao conhecimento.
Profissionalizar o trabalho docente pela reorganização da produção e uso de saber e pela mutação dos instrumentos e métodos de ensino.