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Lições do Engenhão (Que os eleitores do Brasil não Aprendem) A interdição do Estádio Olímpico João Havelange, construído para o Pan-americano de 2007, é um exemplo didático de como funciona o “Custo Brasil”. Quando a construção foi iniciada, em dezembro de 2003, o custo previsto era de R$ 60 milhões para ser entregue em 2006. O prazo foi adiado quatro vezes e o estádio só ficou pronto nas vésperas dos jogos, em 2007. O custo final totalizou de R$ 380 milhões. Em 2010, já com o Engenhão locado para o Botafogo, foram noticiados possíveis erros no projeto e execução da obra. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, garantiu: "Nenhum dos problemas é estrutural. Não há risco para os torcedores". Ainda assim, anunciou que seriam executadas correções pelos construtores, obras poderiam durar até oito meses e não causariam o fechamento do estádio. Três anos depois, o mesmo prefeito Eduardo Paes decidiu interditar o estádio por um problema estrutural, àquele que não existia em 2010. O que mudou entre 2010 e 2013? Lógico, pode ser uma coincidência, mas neste período venceu a garantia contratual dada pelas executoras da obra de engenharia, as construtoras Odebrecht e OAS. Em 2010 qualquer problema estrutural seria da alçada do consórcio construtor, em 2013 é da Prefeitura do Rio. Ou seja, o conserto será bancado com dinheiro público. Eduardo da Costa Paes, filiado ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro, foi eleito prefeito do Rio em 2008, com 31,98% dos votos no primeiro turno e 50,83% no segundo. Em 2012 foi reeleito no primeiro turno com 64,60% dos votos válidos.

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Lições do Engenhão(Que os eleitores do Brasil não Aprendem)

A interdição do Estádio Olímpico João Havelange, construído para o Pan-americano de 2007, é um exemplo didático de como funciona o “Custo Brasil”. Quando a construção foi iniciada, em dezembro de 2003, o custo previsto era de R$ 60 milhões para ser entregue em 2006. O prazo foi adiado quatro vezes e o estádio só ficou pronto nas vésperas dos jogos, em 2007. O custo final totalizou de R$ 380 milhões.

Em 2010, já com o Engenhão locado para o Botafogo, foram noticiados possíveis erros no projeto e execução da obra. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, garantiu: "Nenhum dos problemas é estrutural. Não há risco para os torcedores". Ainda assim, anunciou que seriam executadas correções pelos construtores, obras poderiam durar até oito meses e não causariam o fechamento do estádio.

Três anos depois, o mesmo prefeito Eduardo Paes decidiu interditar o estádio por um problema estrutural, àquele que não existia em 2010.

O que mudou entre 2010 e 2013? Lógico, pode ser uma coincidência, mas neste período venceu a garantia contratual dada pelas executoras da obra de engenharia, as construtoras Odebrecht e OAS. Em 2010 qualquer problema estrutural seria da alçada do consórcio construtor, em 2013 é da Prefeitura do Rio.

Ou seja, o conserto será bancado com dinheiro público.

Eduardo da Costa Paes, filiado ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro, foi eleito prefeito do Rio em 2008, com 31,98% dos votos no primeiro turno e 50,83% no segundo. Em 2012 foi reeleito no primeiro turno com 64,60% dos votos válidos.