Gestor, como envolver a todos para superar as dificuldades da sua escola?

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O grupo de pesquisa PROCESSOS DE CONSTITUIÇÃO DOSUJEITO EM PRÁTICAS EDUCATIVAS – PROSPED se vinculaao Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Psicologiada PUC Campinas. Desenvolve estudos que buscamcompreender os aspectos envolvidos no desenvolvimentoe aprendizagem dos sujeitos, no caso, aqueles queparticipam de práticas educativas em escolas ou outrasinstituições. Para desenvolver seus estudos, o grupo realizaatividades de intervenção nesses contextos, buscandocontribuir com seus profissionais para a compreensão esuperação dos desaos que enfrentam.As sugestões que apresentamos nesse livreto resultam denossas experiências com essas intervenções e pesquisas evisam a atender um dos seus propósitos: contribuir para atransformação dos espaços educativos em que atuamos.Se você gostar de nossas idéias, entre em contato.

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PROSPED Parceiro da Escola

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QUEM SOMOS: O grupo de pesquisa PROCESSOS DE CONSTITUIÇÃO DOSUJEITO EM PRÁTICAS EDUCATIVAS – PROSPED se vincula ao Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Psicologia da PUC Campinas. Desenvolve estudos que buscam compreender os aspectos envolvidos no desenvolvimento e aprendizagem dos sujeitos, no caso, aqueles que participam de práticas educativas em escolas ou outras instituições. Para desenvolver seus estudos, o grupo realiza atividades de intervenção nesses contextos, buscando contribuir com seus pro�ssionais para a compreensão e superação dos desa�os que enfrentam. As sugestões que apresentamos nesse livreto resultam de nossas experiências com essas intervenções e pesquisas e visam a atender um dos seus propósitos: contribuir para a transformação dos espaços educativos em que atuamos. Se você gostar de nossas idéias, entre em contato: http://prospedpuc.blogspot.com.br/

Ilustração e Projeto Grá�co: Marcos Guilherme – Estúdio Figuras

Este projeto é �nanciado pelo CNPqDistribuição gratuita

Gestor, como incentivar o trabalho coletivo na escola?

A diversidade é marca registrada da escola. Seu espaço é ocupado por diversas pessoas que formam os diferentes grupos que constituem a escola: equipe gestora, grupo de professores, alunos, famílias e pro�ssionais da rede que compõe o sistema de ensino. Percebe-se, porém, que as relações entre esses grupos têm se caracterizado pelo desa�o em se estabelecer parcerias e em se promover e manter diálogos, resultando em con�itos que não favorecem o desenvolvimento do trabalho coletivo na escola, diga-se de passagem, a essência desta. Pesquisas recentes têm mostrado o quanto essas relações con�ituosas ocupam espaço nas reuniões de professores e gestores nas escolas, estendendo-se, também, para reuniões de pais e encontros de formação fora do ambiente escolar. A dimensão que assumem ultrapassa as demandas relativas ao pedagógico, sobretudo no que concerne ao ensino e à aprendizagem. Ainda, apontam para a falta de troca e comunicação entre os integrantes da escola como um dos fatores que contribuem para muitas das inúmeras di�culdades que atualmente a escola enfrenta. Depoimentos dão conta de que muitas vezes os

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gestores e professores se veem perdidos, sem saber que rumo a seguir no enfrentamento desses con�itos e di�culdades, sem modelos de ações que possam ajudá-los a enfrentar tais situações. O resultado tem sido certa paralisação por um lado, ou a adoção de ações pontuais, cujos efeitos não perduram,de outro. O objetivo deste livreto é oferecer conhecimentos que possam ser mobilizados pelos gestores para a superação de algumas situações de con�ito recorrentes nas escolas. Não se trata, no entanto, de receitas a serem seguidas, mas de sugestões que uma vez avaliadas como pertinentes pela equipe, poderão ser transformadas, de acordo com as características da escola e dos princípios que norteiam a ação gestora,em ações que façam frente aos problemas vividos no cotidiano escolar. Então mãos à obra...

Fortaleça o Projeto Político Pedagógico

A importância de um Projeto que norteie as ações da escola é reconhecida de longa data. Ele pressupõe um trabalho conjunto, que envolve todos os pro�ssionais, além de prever as atividades dos alunos, a participação dos pais e das instâncias do sistema educacional. Mas não pode se constituir em DOCUMENTO PARA ENTREGAR

NA SECRETARIA OU APRESENTAR QUANDO PEDIDO. Tem de ser um documento VIVO, LEGÍTIMO no sentido de ter a participação de todos da escola e de conter AS ESPECIFICIDADES DE CADA ESCOLA. Deve-se, portanto, estar claro no Projeto: o que se espera de cada pro�ssional e dos alunos, quais os objetivos da escola, quais seus propósitos e desa�os, além dos instrumentos que a escola deverá lançar mão para executar seu trabalho e avaliá-lo. Também deve estar clara a concepção de ensino, de aprendizagem e de avaliação. Com certeza sua escola já tem um projeto e por isso nossa sugestão é que o FORTALEÇA, revendo se ele contém esses elementos, propondo sua discussão em um encontro da equipe gestora e em reuniões de professores, e passando a utilizá-lo como GUIA na construção do trabalho coletivo da escola.

Invista no coletivo da equipe gestora e docente

Sejamos sinceros: trabalhar em equipe não é fácil, pois nos coloca frente às diferenças de opiniões, de ritmos, de concepções, de formas de trabalho, de interesses, etc, fato que muitas vezes geram con�itos.Conviver com essa diversidade faz parte da escola e acaba por exigir que encontremos formas de lidar com isso. Invista na

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construção do coletivo, organizando e garantindo momentos para discutir os problemas, as metas e os desa�os da escola, para lembrar a contribuição que cada um tem a dar, utilizando, sobretudo, o Projeto Pedagógicoda escola como instrumento mediador nesses encontros. Retomar o Projeto faz com que mantenham vivassuas propostas e seu ideais; possibilita que se permaneçampresentes a autoria de cada um e de todos. Mas, para isso é preciso desenvolver algumas posturas, tais como: dispor-se a ouvir com abertura o que os pro�ssionais têm a dizer; acolher as diferenças, investindo em compreender as ideias e propostas divergentes, o que implica colocar-se no lugar do outro; acolher todas as opiniões e manifestações, cuidando para que todos do grupo possam se manifestar livremente; planejar formas de direcionar as discussões e falas para os objetivos comuns, retomando os desa�os da escola, etc. Os con�itos sempre existirão, mas se forem direcionados para a estruturação e desenvolvimento de propostas que os superem, por meio de ações coletivas com as quais todos se comprometam, as disputas e as queixas que lhes são características tendem a diminuir.

Rompa os escudos

Para colocar em prática o que descrevemos acima, é fundamental que todos façam um movimento de abertura às mudanças. Muitas vezes encontramos resistências dentro do grupo que acabam impedindo a realização de algum trabalho, mas cada um tem seu ritmo, suas defesas. Não deixe que movimentos de oposição atrapalhem a iniciativa de mudar algo que seja para melhorar suaescola. Converse sobre isso, abra espaço para exposições, pois a re�exão e a clareza têm se mostrado um caminho viável para quebra de resistências, estabelecimento de parcerias e mudanças. Alguém tem que dar o primeiro passo na direção de quebrar os escudos – abertura gera abertura, então, seja com o outro o que você espera que ele seja com você. Exercite a crítica tirando-a do pessoal

e praticando-a no campo das ideias.

Proporcione momentos de pausa

Correria! Essa é a palavra que poderia de�nir o dia a dia dos educadores. São tantas as demandas que ocupam os afazeres que os momentos de re�exão acabam sendo deixados de lado... As pausas são necessárias, não como momentos de não se fazer nada, mas como espaços para

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se pensar e viver a escola, o cotidiano, a vida en�m. É fundamental, portanto, que os gestores planejem momentos de pausa envolvendo toda a equipe escolar e trabalhem para que eles realmente existam, evitando resistências, adiamentos ou qualquer ação que os desprivilegiem, pois é nestes momentos que se podem abrir espaços para interações mais positivas. A criação de vínculos de con�ança é o primeiro passo para a construção do coletivo, para o estabelecimento de parcerias.

Faça parceria com as famílias

As mudanças ocorridas em nossa sociedade nos últimos anos vêm proporcionando a construção de um cenário diferente, em que a escola adentra a vida da criança cada vez mais cedo, estreitando ainda mais a relação entre as famílias e os educadores. A parceria entre a escola e as famílias pode ser de grande ajuda, pois se abre um espaço para se falar sobre aquilo que é interesse de todos: os alunos. Esses espaços também oferecem a oportunidade de se conhecer com quem se trabalha, no caso da escola, e quem cuida do processo de ensino-aprendizagem, no caso da família; contribuindo, dessa forma, para uma educação integral efetiva. Pode-se, também, investir no diálogo com

Gestor, como incentivar o trabalho coletivo na escola?

A diversidade é marca registrada da escola. Seu espaço é ocupado por diversas pessoas que formam os diferentes grupos que constituem a escola: equipe gestora, grupo de professores, alunos, famílias e pro�ssionais da rede que compõe o sistema de ensino. Percebe-se, porém, que as relações entre esses grupos têm se caracterizado pelo desa�o em se estabelecer parcerias e em se promover e manter diálogos, resultando em con�itos que não favorecem o desenvolvimento do trabalho coletivo na escola, diga-se de passagem, a essência desta. Pesquisas recentes têm mostrado o quanto essas relações con�ituosas ocupam espaço nas reuniões de professores e gestores nas escolas, estendendo-se, também, para reuniões de pais e encontros de formação fora do ambiente escolar. A dimensão que assumem ultrapassa as demandas relativas ao pedagógico, sobretudo no que concerne ao ensino e à aprendizagem. Ainda, apontam para a falta de troca e comunicação entre os integrantes da escola como um dos fatores que contribuem para muitas das inúmeras di�culdades que atualmente a escola enfrenta. Depoimentos dão conta de que muitas vezes os

os pais no sentido de pensar ações que promovam o interesse crescente do aluno pelo conhecimento, além de se produzir ações que inter�ram na educação da criança ou do jovem. Gestor, escreva aqui em forma de depoimento uma experiência que deu certo e partilhe com seus colegas. Talvez alguém do seu grupo de trabalho precise ou se bene�cie deste compartilhamento. Dê o primeiro passo!

Algumas sugestões de atividades:

Tanto nos momentos de pausa, que servirão para respirar, trocar ideias, permitindo o repouso e o reabastecimento dos pro�ssionais da escola, quanto nas reuniões pedagógicas, é possível usar outras formas de atividades para disparar re�exões e discussões, tais como assistir a �lmes, ouvir músicas, ler poesias, contos ou pensamentos, cantar, dançar, apreciar imagens em forma de pintura ou fotogra�as, dentre outros. Tornem rotina

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buscar expressões artísticas para utilizar em momentos de formação ou encontros com os pro�ssionais e demaispúblico da escola. Abaixo apresentamos um exemplo:Música “Código de Acesso”composição de Itamar Assumpção. A letra dessa canção permite que sejam discutidas questões sobre os modos de se comunicar na escola, sobre as formas de acessar o outro, de ouvir o outro, sendo possível falar, também, sobre as relações entre professores, gestores e alunos. Antes de colocar a música para ser ouvida, deve-se entregar uma cópia impressa da letra para cada participante. Seria interessante, também, apresentar o seu compositor e intérprete. É importante que se propicie um local que permita a audição/apreciação da música.Após a audição, podem ser formados grupos pequenos e se pedir que discutam questões, como: de que maneira eu me comunico? Será que o que eu digo está claro? Eu ouço o que os outros me dizem? Como ouço? Busco me colocar no lugar do outro para entender o que me diz? Discuto as ideias que apresento e que me são apresentadas? Em seguida, passa-se à socialização do que cada grupo respondeu, pedindo que se discutam as respostas, levantando os pontos comuns e divergentes que aparecem. O gestor que coordena o encontro ou outro

participante escolhido deve produzir uma síntese no �nal do encontro, sobre a visão da escola em relação aos modos de se falar e escutar na escola, propondo que re�itam, para discutir em outro momento, de que forma esse modo como a fala e a escuta têm se caracterizado pode produzir os con�itos que aparecem e persistem nas relações escolares. Ainda é possível utilizar: poesias, contos, trechos de romances, frases �losó�cas, etc., com a mesma dinâmica de trabalho. Todas essas sugestões podem e devem ser recriadas livremente por aquele que coordena as atividades. O importante é que esse tipo de atividade insira a dimensão da PAUSA na escola, visto oferecer oportunidade para que os pro�ssionais apreciem outras linguagens que não a cientí�ca. Maiores esclarecimentos ou sugestões podem ser encaminhadas para nosso email: [email protected] ou encontradas no blog do grupo: http://prospedpuc.blogspot.com.br

ou em nossa página no Facebook:

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