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MARCO ANTONIO DOS SANTOS SILVA GESTÃO DE QUALIDADE: REFLEXÕES SOBRE NORMATIVAS DE PADRONIZAÇÃO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso MBA em Gerenciamento de Projetos, de Pós- Graduação lato sensu, Nível de Especialização, da FGV/IDE como pré- requisito para a obtenção do título de Especialista. Orientador: Arnaldo Lyrio Barreto MARINGÁ - PARANÁ 2018

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MARCO ANTONIO DOS SANTOS SILVA

GESTÃO DE QUALIDADE: REFLEXÕES SOBRE

NORMATIVAS DE PADRONIZAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso MBA em Gerenciamento de Projetos, de Pós-Graduação lato sensu, Nível de Especialização, da FGV/IDE como pré-requisito para a obtenção do título de Especialista.

Orientador: Arnaldo Lyrio Barreto

MARINGÁ - PARANÁ

2018

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FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

PROGRAMA FGV MANAGEMENT

MBA EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS

O Trabalho de Conclusão de Curso

GESTÃO DE QUALIDADE: REFLEXÕES SOBRE

NORMATIVAS DE PADRONIZAÇÃO

elaborado por Marco Antonio dos Santos Silva

e aprovado pela Coordenação Acadêmica do curso de MBA em Gerenciamento de

Projetos, foi aceito como requisito parcial para a obtenção do certificado do curso de

pós-graduação, nível de especialização do Programa FGV Management.

Maringá-PR, 25 de outubro de 2018.

André Barcaui

Coordenador Acadêmico Executivo

Arnaldo Lyrio Barreto

Orientador

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TERMO DE COMPROMISSO

O aluno Marco Antonio dos Santos Silva, abaixo assinado, do curso de MBA

em Gerenciamento de Projetos, Turma 07 do Programa FGV Management,

realizado nas dependências da instituição conveniada Trecsson Business no período

de 28/10/2016 a 03/03/2019, declara que o conteúdo do Trabalho de Conclusão de

Curso intitulado - Gestão de qualidade: reflexões sobre normativas de padronização

é autêntico, original e de sua autoria exclusiva.

Maringá-PR, 25 de outubro de 2018.

Marco Antonio dos Santos Silva

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AGRADECIMENTOS

À minha companheira Maria Helena, que está presente em todos os

momentos e me da força para superar todos os obstáculos encontrados durante o

percurso da vida.

Agradeço aos meus pais pelo apoio contínuo em todas minhas decisões, e

também por guiar-me e mostrar os caminhos seguros, transmitindo-me todo seu

amor, e ao meu irmão, por ser um grande amigo e confidente.

Gostaria de agradecer também todo o corpo docente da FGV, por

compartilharem todo o conhecimento e experiência, em especial ao coordenador

André Barcaui que sempre esteve à disposição para me atender em minhas

necessidades.

Enfim, agradeço a Deus todo poderoso por me dar o dom da vida, saúde e

sabedoria.

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RESUMO

Este trabalho buscou realizar um estudo bibliográfico sobre as normas ISO 9001 de padronização para a gestão da qualidade de um serviço. Conforme Freitas (2011) a adoção de sistemas de gestão possibilita as empresas se organizarem, através da introdução de metodologias mais eficientes para a melhoria da gestão de qualidade de seus serviços. Percebe-se, assim, a relevância da temática apresentada, pois a falta de padronização para a gestão da qualidade de um serviço pode refletir negativamente no desempenho da organização. Tendo como objetivo geral do trabalho apresentar as potencialidades de normas padronizadoras atuais para a gestão de qualidade dos serviços de uma organização. Compreende-se que as dificuldades para a implantação dos Sistemas de Gestão da Qualidade (SGQs) existem mas, quando ultrapassadas, os benefícios encontrados são muito mais numerosos e motivadores para toda e equipe envolvida. Além de promover uma relação mais satisfatória com seu consumidor final.

Palavras-Chave: Gestão de Qualidade; Processos; Normativas.

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ABSTRACT

This work aimed to carry out a bibliographic study on ISO 9001 standards for the quality management of a service. According to Freitas (2011), the adoption of management systems enables companies to organize themselves, through the introduction of more efficient methodologies to improve the quality management of their services. Thus, the relevance of the presented theme is perceived, since the lack of standardization for the quality management of a service can negatively reflect the performance of the organization. The main objective of this paper is to present the potential of current standardization standards for the quality management of an organization's services. It is understood that the difficulties for the implementation of quality management system (qms) exist, but when overcome, the benefits found are much more numerous and motivating for the whole team involved. In addition to promoting a more satisfactory relationship with its final consumer.

Keywords: Quality Management; Process; Normative.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Evolução da qualidade nos séculos XX e XXI ......................................... 135

Figura 2: Modelo de um sistema de gestão da qualidade baseada em processo .... 16

Figura 3: Evolução da certificação ISO 9001 no Brasil ............................................ 21

Figura 4: Modelo de abordagem de processos da ISO versão 2000 ...................... 26

Figura 5: Síntese histórica da ISO 9000 .................................................................. 27

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Conceitos de qualidade ............................................................................ 13

Tabela 2: Evolução do conceito da qualidade .......................................................... 16

Tabela 3: Metodologia de gestão e melhoria de processos ...................................... 18

Tabela 4: Motivos para certificação ISO 9000 no Brasil ........................................... 20

Tabela 5: Crescimento do número de certificados ISO 9000 no Brasil ..................... 20

Tabela 6: Normas primárias da família ISO 9001:2000 ............................................ 25

Tabela 7: Mudanças nos princípios da qualidade ..................................................... 28

Tabela 8: Fatores que dificultaram a implantação do sistema de qualidade ............ 30

Tabela 9: Aspectos negativos da implantação de sistemas de qualidade ISO 9000 30

Tabela 10: Principais benefícios obtidos com a certificação ISO 9000 no mundo .... 34

Tabela 11: Principais benefícios obtidos com a certificação ISO 9000 no Brasil ...... 35

Tabela 12: Benefícios da implementação da certificação, citada por autores .......... 35

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 12

2.1 GESTÃO DA QUALIDADE .................................................................................. 12

2.1.1 Qualidade: conceitos e evolução ...................................................................... 14

2.2 PADRONIZAÇÃO DE PROCESSOS .................................................................. 16

2.3 NORMAS ISO 9001 ............................................................................................ 18

2.3.1 Série ISO 9000:1987 ........................................................................................ 22

2.3.2 Série ISO 9000:1994 ........................................................................................ 23

2.3.3 Série ISO 9000:2000 ........................................................................................ 24

2.3.4 Série ISO 9000:2008 ........................................................................................ 27

2.3.5 Série ISO 9000:2015 ........................................................................................ 27

2.4 BENEFÍCIOS E DIFICULDADES DA CERTIFICAÇÃO ISO 9001 ...................... 28

2.4.1 Benefícios da implantação da certificação ....................................................... 29

2.4.2 Dificuldades na implantação da certificação ..................................................... 30

3. PROPOSTA DE MELHORIA ................................................................................ 32

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................ 34

5. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 41

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10

1. INTRODUÇÃO

As normas da série ISO 9001 foram elaboradas pela International Organization

for Standardization, elas determinam os critérios mínimos que devem ser atendidos

pelas empresas na implementação de sistemas de gestão da qualidade (SGQs),

buscando, além da padronização, assegurar a qualidade nas relações de troca de

produtos e serviços entre empresas (MARIN, 2012). Com isso, o presente trabalho

se propõe a realizar um estudo bibliográfico sobre as normas ISO 9001 de

padronização para a gestão da qualidade de um serviço.

Conforme Freitas (2011) a adoção de sistemas de gestão possibilita as

empresas se organizarem, através da introdução de metodologias mais eficientes

para a melhoria da gestão de qualidade de seus serviços. Percebe-se, assim, a

relevância da temática apresentada, pois a falta de padronização para a gestão da

qualidade de um serviço pode refletir negativamente no desempenho da

organização.

O objetivo geral do trabalho é apresentar as potencialidades de normas

padronizadoras atuais para a gestão de qualidade dos serviços de uma organização.

Como objetivos específicos, tem-se:

Apresentar as normativas atuais de gestão da qualidade;

Especificar os critérios de qualidade utilizados para padronização;

Relatar as potencialidades das normas padronizadoras para a gestão

de qualidade dos serviços de uma organização;

Demonstrar a importância da padronização na gestão de qualidade.

O trabalho justifica-se apresentando a importância da gestão de qualidade em

uma empresa, conforme Freitas (2011) p. 13, “a implantação desses sistemas

permite as empresas estarem bem estruturadas, introduzindo métodos mais eficazes

para a melhoria da qualidade atingindo não somente o seu ambiente interno, mas

todo o público ao qual a organização atende”. Já para Medeiros (2008), essa

reestruturação das empresas é necessária, pois estão tornando-se cada vez mais

competitivas. A partir disto, seus processos produtivos têm sido redefinidos,

buscando maior eficiência. Sendo assim, na busca por estratégias que diferenciem

uma organização de seus concorrentes, surgem os sistemas de gestão da

qualidade, que possibilitam uma aceitação maior dos produtos e serviços pelo

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mercado. Justifica-se, também, apresentando a visão dos clientes que, segundo

Chaves e Campello (2016), estão cada vez mais exigentes, devido à grande gama

de informações diariamente recebidas. Estes apresentam-se mais criteriosos e

preocupados com a qualidade dos produtos e serviços que pretendem adquirir.

Para um bom desenvolvimento deste trabalho, será feito um estudo

bibliográfico do tema em questão, buscando identificar nas literaturas normativas

que direcionam uma padronização de seus processos. Conforme Gerhardt e Silveira

(2009) apud Fonseca (2002) esse tipo de pesquisa se dá a partir da busca de

referenciais teóricos previamente analisados, publicados de forma física e eletrônica.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O presente capítulo engloba o referencial teórico da pesquisa e desenvolve-

se nos estudos da gestão da qualidade, seus conceitos e evolução; a padronização

de processos; a série de normas ISO 9000 e os benefícios e dificuldades da

certificação ISO 9001.

2.1 GESTÃO DA QUALIDADE

O mundo globalizado vem sofrendo mudanças profundas e aceleradas, sendo

elas: econômicas, políticas e sociais. As quais têm direcionado as nações e seus

governos a empregarem diferentes estratégias de forma criativas para aumentar a

qualidade de vida de seus habitantes. O propósito principal dessa mudança é o

aumento em esfera global de competitividade da economia (LONGO, 1996),

O âmbito empresarial também vem passando por grandes transformações em

relação à qualidade (TOLFO E PICCININI, 2001). A gestão da qualidade, de acordo

com Marin (2012, apud JEFFREY et al, 1996, p.15), é um método de administrar uma

empresa, de forma integrada, buscando solucionar as exigências dos consumidores.

Além de promover a melhoria contínua nos diversos âmbitos das atividades

organizacionais. Conforme Medeiros (2008), ela surge como uma opção para o

aperfeiçoamento do processo produtivo, fornecendo produtos e serviços com mais

qualidade para o consumidor. Atualmente, a prática da melhoria nas empresas, é um

princípio para a continuidade de sua competitividade no mercado. Por isso, os

programas de melhoria precisam proporcionar às organizações condições de

realizarem rápidas mudanças, transformando-as em locais flexíveis frente às

modificações dos contextos sociais e econômicos, mesmo que ocorram de forma

estruturada ou não (GONZALEZ E MARTINS, 2007).

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Tabela 1: Conceitos de qualidade

Fonte: SILVA (2011).

Para Maekawa et al. (2013) as organizações operam em uma esfera

complexa, com diversos avanços tecnológicos e frequentes mudanças nos critérios

de exigências dos consumidores. Este contexto inquieto faz com que elas precisem

estar em constante adaptação, para manterem seu espaço no mercado. Sendo

assim, faz-se necessário aprimorar e implantar ferramentas tecnológicas e

gerenciais, que acarretem em vantagens competitivas consistentes para a empresa

dentro do mercado.

A eficiência dos processos será atingida através da evolução nas

especificações, de sua administração a partir de indicadores, da capacitação da mão

de obra e da melhoria contínua do processo em si. Já os consumidores ficarão

realizados pelo fato de que os produtos e os processos produtivos serão

aprimorados baseados em sua real necessidade (MAEKAWA, 2013).

Segundo Szyszka (2001, p.22), “a normalização das atividades da qualidade

auxilia nos seguintes aspectos”:

Instauração de um denominador comum que mede a qualidade

organizacional, que é aceito por todos;

Instaura-se a simplicidade dos processos a partir da complexidade;

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Ocorre uma harmonização nas diversas práticas, devido as normas

comuns a todos;

Na aplicação das práticas industriais gera-se compatibilidade e

uniformidade;

A organização e o consumidor final possuem um meio de comunicação

de ideias e troca de informações;

Diminuição de dificuldades para o comércio;

A concorrência leal é incentivada ao mesmo tempo em que ocorre uma

transparência na comercialização.

2.1.1 Qualidade: conceitos e evolução

Para Marin (2012) existem diversas definições para a palavra qualidade, mas

existem as mais aceitas, são elas:

Percepção do cliente: nessa definição, a qualidade de determinado produto

é determinada pela percepção do consumidor final. Sendo assim, se o

produto possuir todas as características técnicas e preço de venda

apropriados, mas não obter a valorização do cliente, não possui qualidade

(MARIN, 2012 apud DEMIG, 1986).

Expectativas do cliente: nessa definição leva-se em consideração as

necessidades dos consumidores finais, essas precisam ser incorporadas

durante o processo de sua produção. A qualidade do produto é determinada

de acordo com as expectativas do cliente (MARIN, 2012 apud JURAN, 1989).

Antecipação de necessidades: aqui a qualidade é vista como a antecipação

e realização das necessidades do cliente final (MARIN, 2012 apud WINDER,

1993).

Eficácia do produto: aqui se dá maior importância a eficácia do produto,

acreditando que a satisfação do consumidor é consequência da eficiência do

produto final (MARIN, 2012 apud CROSBY, 1979).

Os conceitos apresentados acima podem ser comparados com a evolução da

qualidade nas organizações, conforme Figura 1.

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Figura 1: Evolução da qualidade nos séculos XX e XXI

Fonte: CHAVES E CAMPELLO (2016) apud CONTADOR (1997).

De acordo com Marin (2012), foi a partir da revolução industrial que surgiu a

preocupação com a qualidade dos produtos e serviços dentro das empresas.

Resume-se, conforme Marin (2012 apud SOUSA, 2007) a evolução da qualidade em

cinco fases:

1) Num primeiro momento a qualidade dos produtos era verificada a partir de

inspeções que buscavam encontrar defeitos visuais nos mesmos, sendo

eles encaminhados para reparação;

2) Em um segundo momento surgiu o controle de qualidade, no qual as

organizações passaram a dar valor as especificações de cada produto,

utilizando-se de verificações estatísticas para encontrar possíveis defeitos;

3) Na terceira fase, por volta de 1950, surge a conhecida “garantia de

qualidade”, que veio com o objetivo da prevenção de possíveis defeitos;

4) Já na quarta fase, na década de 1970, a ideia de gestão de qualidade da

organização é implementada. O planejamento e a gestão são ampliados

para além da linha de montagem;

5) A última fase, teve início na década de 1980, a qual dá início a gestão da

qualidade total (Total Quality Management).

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Chaves e Campello (2016) apresentam de forma resumida as cinco fases da

evolução do conceito de qualidade, conforme Tabela 2.

Tabela 2: Evolução do conceito da qualidade

Fonte: CHAVES E CAMPELLO (2016) apud CONTADOR (1997).

Já no Brasil, somente a partir da década de 1980 que surge a real

preocupação com a qualidade dos produtos e serviços dentro de uma organização.

Mas, somente a partir de 1990 é que as empresas sentiram a necessidade real de

investir nos sistemas de gestão da qualidade. Devido à globalização, as normas

internacionais entram em evidência, tornando-se um diferencial para as empresas

brasileiras (CHAVES E CAMPELLO, 2016).

2.2 PADRONIZAÇÃO DE PROCESSOS

De acordo com Valls (2004, p. 175) “um dos princípios da gestão da

qualidade relaciona-se ao “enfoque por processos”. De acordo com esse princípio,

um resultado desejado é alcançado mais eficientemente quando as atividades e os

recursos relacionados são gerenciados como um processo”. Para a ABNT (2000:10)

os processos são um grupo de atividades que se relacionam e interagem entre si

transformando matérias-primas em produtos. Conforme Hooper (2002) dentro dos

oito princípios de gestão da qualidade das normas ISO 9001, tem-se a abordagem

de processos, a qual aponta que quando os recursos e as atividades são

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administrados em forma de processo, o resultado esperado pode ser alcançado de

forma mais eficiente.

Para Gonzalez e Martins (2007) apud Terziovski e Power (2007) e Biazzo e

Bernardi (2003), a última revisão da ISO 9000 deixa evidente a importância do papel

dos processos dentro da organização, além de considerar a satisfação dos clientes,

diminuir o número por procedimentos documentados e reconhecer a necessidade do

monitoramento do desempenho dos processos, buscando o aperfeiçoamento

contínuo dos mesmos.

Figura 2: Modelo de um sistema de gestão da qualidade baseada em processo

Fonte: GONZALEZ E MARTINS (2007) apud ABNT (2001).

O objetivo do enfoque por processos se dá em observar a empresa de

maneira horizontal. Deve ser compreendida de forma linear, a partir de seu começo

até o seu término, independente dos envolvidos no cumprimento de uma atividade

(VALLS, 2004). Para Valls (2004) apud Manganote (2001) é necessário focar no

modo em como a atividade é realizada dentro da empresa, e não somente no

produto ou serviço.

Um processo eficiente necessita de padronização em suas etapas, não

somente no resultado final do produto ou serviço. Quando os processos são

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gerenciados de forma integrada, são otimizados pois compartilham os recursos

disponíveis na organização (VALLS, 2004).

Tabela 3: Metodologia de gestão e melhoria de processos

Fonte: VALLS (2004) apud HOOPER (2003).

2.3 NORMAS ISO 9001

Normas são acordos documentados, contendo especificações técnicas ou outros critérios precisos para serem utilizados consistentemente como regras, guias ou definições de características, para assegurar que materiais, produtos, processos e serviços estão de acordo com o seu propósito (SZYSZKA, 2001, p.19).

De acordo com Marin (2012) a ISO 9001 é uma norma, denominada:

“Sistemas de gestão da qualidade - Requisitos”. Ela é englobada pela série 9000,

mas a única que pode ser certificada. Essa norma define os critérios a serem

atingidos para que seja possível a organização implementar um sistema de gestão

da qualidade dentro do padrão determinado pela ISO. Para Szyszka (2001, p. 22) a

ISO tem como missão proporcionar o progresso da normatização “e de atividades

relacionadas no mundo inteiro, com o propósito de facilitar a troca internacional de

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bens e serviços e o desenvolvimento da cooperação nas esferas intelectual,

científica, tecnológica e econômica”.

Existem critérios determinados pela ISO, conhecidos como requisitos, estes

são fundamentados em princípios gerenciais maiores, que envolvem: foco no cliente,

liderança, abordagem de processos e melhoria contínua. Esses requisitos

estabelecem que a empresa deve ter sua política própria e metas de qualidade.

Além disso, a organização precisa determinar um grupo de processos, devidamente

documentados para regulamentar a direção das atividades de tem impacto direto na

qualidade dos produtos ou serviços prestados e, também, nas suas atividades de

gestão (MARIN, 2012).

De acordo com Szyszka (2001) as normas são elaboradas, verificando-se os

seguintes princípios:

A) Consenso: as considerações de todos os interessados são levadas

em conta (eles são: produtores, vendedores, consumidores,

laboratórios, organizações do governo, engenheiros e as instituições

de pesquisa);

B) Abrangência: durante a confecção das normas, são pensadas em

soluções gerais, que irão atender os produtores e consumidores de

todo o mundo;

C) Trabalho voluntário: as normas internacionais são direcionadas pelo

mercado e se baseiam no envolvimento voluntário de todos os

interessados.

O procedimento de certificação dentro da norma ISO 9001 engloba a

elaboração de uma auditoria externa, a partir de um certificador reconhecido pela

ISO. Os certificados possuem uma validade de três anos, sendo a empresa auditada

anualmente pelo certificador (MARIN, 2012).

O Brasil adotou-a como padrão em 1990. Seguiu-se um período de busca intensa da certificação ISO 9000. As razões para tal eram diversas, conforme pesquisa realizada por Boucinhas & Campos Consultores, em meados de 1994, tendo buscado informações junto a 1.200 organizações envolvidas com sistemas da qualidade nos moldes da ISO 9000 (SZYSZKA, 2001, p.14).

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Tabela 4: Motivos para certificação ISO 9000 no Brasil

Fonte: SZYSZKA (2001) apud BRAZILIAN QUALITY INDEX (1995).

Tabela 5: Crescimento do número de certificados ISO 9000 no Brasil

Fonte: SZYSZKA (2001) apud CB-25 NOTÍCIAS (2001).

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Figura 3: Evolução da certificação ISO 9000 no Brasil

Fonte: SZYSZKA (2001) apud CB-25 NOTÍCIAS (2001).

De acordo com Szyszka (2001) as normas têm como objetivo:

1) Simplificação: busca a diminuição da crescente diversidade de

procedimentos e tipos de produtos;

2) Comunicação: oportunizar meios mais eficazes para a troca de

informação entre a organização e o consumidor, aprimorando a

confiabilidade das relações comerciais e de serviços;

3) Economia: a tentativa da economia global, de ambos os lados, da

organização e do cliente final;

4) Segurança: um dos principais objetivos da normatização envolve a

preocupação com a vida humana e a saúde, tanto dos trabalhadores

quanto dos consumidores;

5) Proteção ao consumidor: a partir dessa norma é possível que o

consumidor averigue a qualidade dos produtos consumidos;

6) Eliminação de barreiras comerciais: com uma normatização

internacional, os produtos e serviços seguem um padrão nos diferentes

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países, evitando conflitos e facilitando o intercâmbio comercial dos

mesmos.

Para o desenvolvimento das normas, conforme Szyszka (2001), existem três

etapas principais, são elas:

1) É o setor industrial que irá demonstrar a necessidade do

desenvolvimento de uma norma, assim esse setor entra em contato

com uma organização que faz parte da International Organization for

Standardization, sediada no país dessa indústria. Essa empresa faz a

proposta de um novo tópico de trabalho para a organização mundial. A

partir do momento em que a importância de uma nova norma

internacional tenha sido aceitada e formalmente admitida, a etapa

inicial engloba a delimitação do escopo técnico da futura norma.

2) Quando os aspectos técnicos que serão cobertos pela norma são

aprovados, entra-se na etapa de construção do consenso, onde os

países membros da organização negociam as especificações de forma

mais detalhada.

3) A fase final envolve a aprovação formal do rascunho da Norma

Internacional, após essa aprovação, a publicação do texto é realizada,

como uma norma internacional ISO.

Conforme Chaves e Campello (2016), a série de normas ISO 9000 vem desde

a década de 1980 servindo como referência para as organizações em relação a

padronização de processos, produtos e serviços, contribuindo de forma positiva para

os sistemas de gestão da qualidade dessas empresas. A primeira norma a abordar a

gestão da qualidade foi a ISO 9000:1987; seguida pela ISO 9000:1994; ISO

9001:2000; ISO 9001:2008 e ISO 9001:2015.

2.3.1 Série ISO 9000:1987

De acordo com Chaves e Campello (2016), esta foi a primeira norma a tratar

da gestão de qualidade. A série ISO 9000:1987 contemplava duas normas

orientativas sem a possibilidade de certificação:

1) NBR ISO 9000:1987 – Parte 1: Normas de Gestão da Qualidade e Garantia

da Qualidade: Diretrizes para Seleção de Uso;

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2) NBR ISO 9004:1987 – Parte 2: Normas de Gestão da Qualidade. Elementos

do Sistema da Qualidade: Diretrizes para Melhoria do Desempenho (CHAVES

E CAMPELLO, 2016).

E três normas com possibilidade de certificação:

1) NBR ISO 9001:1987: Normas de Sistema da Qualidade – Modelo para

Garantia da Qualidade em projeto, desenvolvimento, produção, instalação e

serviços associados;

2) NBR ISO 9002:1987: Normas de Sistema da Qualidade - Modelo para

Garantia da Qualidade em produção, instalação e serviços associados;

3) NBR ISO 9003:1987 - Normas de Sistema da Qualidade - Modelo para

Garantia da Qualidade inspeção e ensaios finais (CHAVES E CAMPELLO,

2016).

“A diferenciação entre as três normas, além da numeração, era o escopo ou a

abrangência da certificação que a organização buscava” (CHAVES E CAMPELLO,

2016, p. 7).

2.3.2 Série ISO 9000:1994

Essa série de normas foi lançada com poucas modificações em relação à

norma de 1987. Como novidade, surge a norma não certificável ISO 9000:1994 –

Sistema de Gestão de Qualidade – Fundamentos e Vocabulários, que buscava

promover ações de prevenção na garantia da qualidade, através de comprovações

de conformidade através de documentações (CHAVES E CAMPELLO, 2016).

De acordo com Szyszka (2001), a série de normas ISO 9000:1994 foi

constituída considerando-se dois aspectos: as normas envolvidas em contrato e

aquelas não contratuais, que correspondem à rotina natural das empresas.

A partir da constituição dessas normas não contratuais, as empresas

puderam, de forma voluntária, utilizar-se das mesmas para buscar uma organização

interna, por meio da implementação de um sistema de gestão da qualidade

(SZYSZKA, 2001). Desse modo, para Szyszka (2001) apud Maranhão (1996),

visando atender as normas contratuais e não contratuais, o conjunto de normas ISO

9000:1994 dividia-se em dois outros conjuntos de normas, sendo eles:

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A) Normas que englobam o núcleo do procedimento de auditoria e

certificação, sendo essenciais para serem aplicadas;

B) As normas periféricas do procedimentos, que continham as referências

essenciais à implementação do sistema de auditoria e certificação.

O conjunto de normas da família ISO 9000:1994, segundo Szyszka (2001, p.

26) apud Maranhão (1996), era constituído por cinco normas, são elas:

ISO 9000-1: Normas de gestão da qualidade e garantia da qualidade: Parte

1: Diretrizes para seleção e uso;

ISO 9001: Sistemas de qualidade: Modelo para garantia da qualidade em

projeto, desenvolvimento, produção, instalação e serviços associados;

ISO 9002: Sistemas de qualidade: Modelo para garantia da qualidade em

produção, instalação e serviços associados;

ISO 9003: Sistemas de qualidade: Modelo para garantia da qualidade em

inspeção e ensaios finais;

ISO 9004-1: Gestão da qualidade e elementos do sistema da qualidade:

Parte 1: Diretrizes.

2.3.3 Série ISO 9000:2000

Conforme Chaves e Campello (2016), a partir do lançamento da série de

normas ISO 9000 em 2000, tem-se a união dos padrões ISO 9001. ISO 9002 e ISO

9003, tornando-se apenas a ISO 9001:2000. Essa versão trouxe apenas oito

cláusulas (a versão de 1994 abrangia vinte), as quais são: Objetivo e campo de

aplicação; Referência normativa; Termos e definições; Requisitos do sistema de

gestão da qualidade; Responsabilidade da direção; Gestão de recursos; Realização

do produto e; Medição, análise e melhoria.

Para Gonzalez e Martins (2007) a norma ISO 9001:2000 engloba quatro

séries de normas primárias (Tabela 6), apoiadas por documento de suporte, são

eles: diretrizes, cadernos, relatórios técnicos e especificações técnicas.

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25

Tabela 6: Normas primárias da família ISO 9001:2000

Fonte: GONZALEZ E MARTINS (2007) apud ABNT (2001).

Essa revisão da norma foi considerada mais flexível em relação a de 1994,

além disso, oito princípios de gerenciamento da qualidade são definidos:

1) Foco no cliente: monitoramento e atendimento das necessidades do

cliente;

2) Liderança: na busca pelo atingimento dos objetivos da organização;

3) Envolvimento das pessoas: as pessoas passam a ser vistas como parte

fundamental da organização, buscando que trabalhem de forma

cooperativa e motivada;

4) Abordagem por processo: pensar sempre que os recursos e atividades

são processos, compreendendo que um afeta diretamente o outro;

5) Abordagem sistêmica por gestão: a abordagem sistêmica considera

cada um como parte do todo, sendo todos essenciais para seu

andamento;

6) Melhoria contínua: busca da excelência nas organizações;

7) Abordagem factual para a tomada de decisões: decisões tomadas a

partir da análise de dados;

8) Benefícios mútuos nas relações com fornecedores: compreender os

fornecedores como parte importante no todo da organização (CHAVES E

CAMPELLO, 2016).

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26

Figura 4: Modelo de abordagem por processos da ISO versão 2000

Fonte: OHASHI E MELHADO (2004) apud NBR ISO 9000:2000 (2000).

A revisão de 2000 ampliou de forma significativa o escopo da norma, ao

incluir assuntos sobre a “gestão do negócio”, isto é, passou a levar em consideração

o desempenho da empresa e evidenciar a melhoria contínua dentro dos processos

de negócios da organização. O escopo da norma tem sua base constituída pela:

abordagem por processos, a orientação para as necessidades dos clientes e a

preocupação com a qualidade da gestão do negócio, sendo estes pré-requisitos

para uma empresa realizar a melhoria contínua (GONZALEZ E MARTINS, 2007).

A versão da série de normas da ISO 9000 lançada no ano 2000, trouxe

mudanças consideráveis em relação a sua versão anterior. Seu foco passou a ser

na melhoria contínua, abordagem por processos e abordagem sistêmica. “Dentre as

principais mudanças, um item foi criado e refere-se à medição e monitoramento de

clientes, produtos, processos e do próprio sistema de qualidade” (OHASHI E

MELHADO, 2004, p. 1).

Page 27: GESTÃO DE QUALIDADE: REFLEXÕES SOBRE NORMATIVAS DE ...

27

2.3.4 Série ISO 9000:2008

Conforme Chaves e Campello (2016), as alterações em relação a versão

anterior foram mínimas, com foco na tradução correta de conceitos com o objetivo

de favorecer sua correta interpretação.

De acordo com Silva (2011, p. 32-33), a revisão na norma ISO 9000:2008:

[...] manteve sua essência inalterada, isto é, os oito princípios de gestão, a abordagem de processos, os títulos e campo de aplicação e estrutura continuam 34 vigentes, só que aperfeiçoados, com maior clareza (por exemplo, naqueles em que os pedidos de interpretação tornaram evidente uma falta de compreensão por parte dos utilizadores), aumentando a consistência com a família 9000 e a sinergia com os conceitos da gestão ambiental da ISO 14000 (SILVA, 2011, p. 32-33).

2.3.5 Série ISO 9000:2015

A atualização de 2015 trouxe diversas mudanças à norma, em sua estrutura,

terminologias, conceitos e na própria gestão.

Figura 5: Síntese histórica da ISO 9001

Page 28: GESTÃO DE QUALIDADE: REFLEXÕES SOBRE NORMATIVAS DE ...

28

Fonte: FONSECA (2015).

Para Chaves e Campello (2016, p. 12), os objetivos principais da revisão

foram:

[...] atualizar a ISSO 9001 para refletir as práticas empresariais modernas, mudanças do ambiente de negócios e tecnologia; manter abordagem por processos; incorporar mudanças nas práticas e tecnologia de SGQ desde a última revisão; proporcionar maior ênfase na obtenção de conformidade do produto; melhorar a compatibilidade com outras normas de sistemas de gestão (CHAVES E CAMPELLOM 2016, p. 12).

Tabela 7: Mudanças nos princípios da qualidade

Fonte: CHAVES E CAMPELLO (2016).

2.4 BENEFÍCIOS E DIFICULDADES DA CERTIFICAÇÃO ISO 9001

Page 29: GESTÃO DE QUALIDADE: REFLEXÕES SOBRE NORMATIVAS DE ...

29

2.4.1 Benefícios da implantação da certificação

Para Maekawa et al. (2013) a instauração da ISO 9001 oferece muitos

benefícios para a organização que se dispõe a desenvolver seus conceitos e

funções.

Observa-se que os benefícios da certificação estão ligados diretamente com os

atributos das motivações para a implantação do sistema de gerenciamento da

qualidade, ou seja, quando as organizações se certificam especialmente devido a

circunstâncias externas, os avanços são, em geral, de natureza externa. Já, quando

as motivações são internas, os benefícios observados possuem dimensões mais

amplas.

Segundo Szyszka (2001), os benefícios da normatização podem ser

classificados em: qualitativos e quantitativos. Os qualitativos são:

Uso de forma correta dos recursos;

Organização da produção;

Trabalho ocorre de maneira uniforme;

O conhecimento tecnológico é todo registrado;

Ocorre um aumento no nível de capacitação do profissional;

Os produtos e processos são passíveis de controle;

Aumento na segurança dos profissionais e dos equipamentos;

Melhor utilização do tempo.

Já os quantitativos são aqueles benefícios que podem ser medidos:

Ocorre uma diminuição do consumo e consequentemente do desperdício;

As matérias-primas são especificadas;

Ocorre, também, uma padronização dos componentes envolvidos e dos

equipamentos;

Há uma diminuição na variedade dos produtos disponíveis no mercado;

Existem procedimentos para a realização de cálculos e a execução de

projetos;

Elevação na produtividade;

Percebe-se uma melhora considerável na qualidade dos produtos e serviços

oferecidos (SZYSZKA, 2001).

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30

Com a normatização dos processos técnicos e administrativos e com a

determinação de responsabilidades, as organizações tornam-se mais ordenadas

internamente, e, desse modo, originam-se menos retrabalhos e desperdícios,

ampliando a produtividade e a qualidade de produtos e serviços, ou seja,

melhorando a eficiência produtiva (MAEKAWA et al., 2013).

2.4.2 Dificuldades na implantação da certificação

Algumas dificuldades ao estabelecimento de sistemas, programas ou mesmo

ferramentas da qualidade podem aparecer e precisam de atenção especial dos

administradores. Muitas organizações que inseriram sistemas de gestão da

qualidade, independentemente dos esforços, acabaram desistindo dos mesmos,

principalmente pela falta de comprometimento da alta gerência, dificuldades

financeiras, culturas incongruentes e demasiada burocracia constatada no uso e

interpretação errônea dos preceitos da norma (MAEKAWA, 2013 apud HELLSTEN;

KLEFSJÖ, 2000; FRANCESCHINI; GALLETO; CECCONI, 2006).

Tabela 8: Fatores que dificultaram a implantação do sistema de qualidade

Fonte: SZYSZKA (2001) apud BRAZILIAN QUALITY INDEX (1995).

Tabela 9: Aspectos negativos da implantação de sistemas de qualidade ISO 9000

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31

Fonte: SZYSZKA (2001).

Junior et al. (2014) apontam as principais dificuldades e barreiras para a

implantação da ISO 9001, são elas:

Falta de comprometimento e envolvimento de toda a equipe;

Resistências dos colaboradores;

Dificuldade da disseminação da cultura da qualidade;

Custos na implantação;

Falta de conhecimento;

Dificuldades relacionadas à empresa de consultoria;

Redução do número de funcionários;

Dificuldades no atendimento aos requisitos normativos;

Dificuldades com a documentação;

Existência de não conformidades;

Burocracia (JUNIOR et al., 2014).

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32

3. PROPOSTA DE MELHORIA

Conforme Marin (2012) é importante compreender qual a origem e a

importância da ferramenta de gestão que intenciona-se adotar, assim é possível

avaliar de maneira racional sua utilidade e aplicabilidade dentro do contexto

organizacional, observando, também, os potenciais benefícios e prováveis desafios

a serem encarados durante sua implantação. Segundo Junior et al. (2014), a ISO

9001 não é um sistema de qualidade acabado, sendo fundamental que cada

organização o modele conforme suas necessidades. A norma é uma base, na qual a

empresas irão conceber seu sistema de qualidade.

Na medida em que se cria um sistema de gestão devidamente organizado onde os procedimentos de trabalho são todos descritos e padronizados, aumenta-se a possibilidade, de quando bem elaborado, chegar-se à eficácia organizacional e, consequentemente, à melhoria de desempenho organizacional (JUNIOR et al., 2014, p. 8-9).

Por fim, para Marin (2012), não há uma única ferramenta de gerenciamento

que contemple todas as dificuldades organizacionais e que consiga se adequar a

todos os contextos necessários. Já, conforme Hooper (2002) têm-se diversas

metodologias disponíveis no gerenciamento dos processos de uma organização. A

partir do momento que as sequências e interações dos processos são definidas é

possível identificar as etapas necessárias. Hooper (2002) propôs uma metodologia

simples, com elementos básicos, para a melhoria da gestão de processos, as etapas

são:

1) Estabelecer responsabilidades: é fundamental que exista um indivíduo

(gerente) responsável por todo o processo. Ele deve compreender todos os

aspectos envolvidos e ter autoridade para efetivar alterações sempre que

necessário. O responsável deve montar a equipe de gestão do processo;

garantir que ele tenha funcionamento adequado, dentro de uma situação

controlada; determinar medidas de desempenho que demonstrem a eficácia

do processo em satisfazer as necessidades dos interessados e garantir que

todos os passos do processo sejam realizados.

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33

2) Definir o processo: o processo deve ser definido de forma cautelosa,

entre todos os envolvidos (gerente e equipe), para que todos tenham a

mesma visão de seu funcionamento.

3) Identificar os requisitos dos clientes: é importante reunir, analisar e

documentar as necessidades do cliente. Isso ocorre através de comunicação

com o cliente. Pode-se, também, classificar as necessidades em ordem de

importância, é necessário que estejam sempre atualizadas.

4) Estabelecer medidas de desempenho: segundo o autor essa é uma das

etapas mais importantes, pois é preciso traduzir as necessidades dos clientes

em medidas de desempenho.

5) Comparação entre o desempenho do processo e os requisitos dos

clientes: nessa etapa deve-se utilizar as medidas de desempenho do

processo para garantir que seu processo está caminhando de forma

satisfatória ao comparar as medidas de desempenho dos clientes com seus

requisitos.

6) Identificar oportunidades de melhoria: nessa etapa deve-se utilizar as

falhas de desempenho do processo em contraposição às necessidades do

cliente, para assim definir as oportunidades de melhoria.

7) Melhorar o desempenho do processo: nessa etapa, considera-se os

atributos de melhoria de acordo com sua criticidade. As melhorias podem ser

executadas por equipes específicas, determinadas pelo gerente de

processos.

Conforme Valls (2004), os gerentes devem ter o conhecimento dos serviços e

aplicarem, sempre que for possível, os conceitos de gestão, na busca pela melhoria

dos processos implantados, isso inclui: a otimização de recursos disponíveis ao

mesmo tempo em que os níveis de satisfação dos clientes são elevados. Esses itens

são fundamentais para o sucesso de uma organização.

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34

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Para Junior et al. (2014) a necessidade em desenvolver produtos com mais

qualidade, menos custos e que atinjam as expectativas dos clientes são grandes

preocupações das organizações atuais, pois tendo sucesso em seus processos,

garantem um bom posicionamento do mercado. Os autores afirmam que dentro do

cenário econômico atual é necessário que as empresas dinamizem, busquem novas

alternativas com o objetivo de ultrapassar as expectativas dos consumidores, além

de ter o controle de seus custos a fim de elevar seus níveis de competitividade.

Sendo assim, as organizações buscam implementar Sistemas de Gestão de

Qualidade, sua implementação ocorre através de um processo contínuo, na busca

por melhorias e atingimento de objetivos.

De acordo com Chaves e Campello (2016) a implantação da ISO 9001 traz

diversos ganhos para a organização: econômicos, ambientais e sociais.

Promovendo aumento na produtividade, diminuição nas perdas, redução dos

produtos fora dos padrões, através do controle dos processos, aumento da

satisfação do cliente, melhora da qualidade do ambiente organizacional e motivação

dos colaboradores.

Tabela 10: Principais benefícios obtidos com a certificação ISO 9000 no mundo

Fonte: SZYSZKA (2001) apud A. SUTHERLAND (1997).

Page 35: GESTÃO DE QUALIDADE: REFLEXÕES SOBRE NORMATIVAS DE ...

35

Tabela 11: Principais benefícios obtidos com a certificação ISO 9000 no Brasil

Fonte: SZYSZKA (2001) apud CONTROLE DA QUALIDADE (1998).

Contudo, verifica-se que a ISO 9001 expõe em seus capítulos somente “o

quê” efetuar para que haja a certificação, sem discriminar “como” aperar para atingir

tais requisitos, devendo às empresas incrementarem métodos internos, levando em

consideração questões técnicas e culturais que proporcionem a prática sistemática e

correta das exigências da norma (GONZALEZ E MARTINS, 2007).

Observa-se que as diversas bibliografias consultadas apontam os pontos

positivos em relação à adoção de Sistemas de Gestão de Qualidade dentro das

empresas. Mas, percebe-se que ainda existem algumas dificuldades nessa

implementação.

Apesar das dificuldades e barreiras para a implementação da ISO 9001,

compreende-se que seus benefícios para as empresas são muito maiores, como

observa-se na Tabela 11 abaixo.

Tabela 12: Benefícios da implementação da certificação, citada por autores

Foco Benefícios Autores

Econômico Redução de taxas de acidentes

Santos et al. (2013)

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36

Maior vantagem competitiva

Kaynak (2003) Inmetro (2005) Poksinska, Eklund e Dahlgaard (2006) Han et al. (2007); Lagrosen, Backstron e Lagrosen (2007) Padma et al. (2008) Nadae et al. (2009) Alves et al. (2010)

Aumento de vendas Oliveira (2004-a) Vannuci (2004) Souza e Tanabe (2006) Jang e Lin (2008) Nadae et al. (2009) Alves et al. (2010) Oliveira et al. (2011) Ilkay e Aslan (2012)

Redução de custos Vannuci (2004) Naveh e Marcus (2004) Inmetro (2005) Singh e Smith (2006) Alves et al. (2010) Ilkay e Aslan (2012) Silva (2013)

Econômico/Marketing Satisfação dos clientes Oliveira (2004-a) Naveh e Marcus (2004) Leite (2005) Amorim et al. (2006) Poksinska, Eklund e Dahlgaard (2006) Singh e Smith (2006) Ujihara et al. (2006) Lagrosen, Backstron e Lagrosen (2007) Abitch et al. (2008-a) Nadae et al. (2009) Oliveira et al. (2011) Silva Junior (2013)

Abertura de novos mercados

Briscoe et al. (2005) Inmetro (2005) Poksinska, Eklund e Dahlgaard (2006) Lagrosen, Backstron e

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37

Lagrosen (2007) Ilkay e Aslan (2012)

Marketing Melhoria na imagem Leite (2005) Inmetro (2005) Poksinska, Eklund e Dahlgaard (2006) Lagrosen, Backstron e Lagrosen (2007) Nadae et al. (2009) Oliveira et al. (2010) Oliveira et al. (2011) Silva (2013)

Qualidade Melhoria nos processos, serviços e produtos

Magd e Curry (2003) Nora (2003) Oliveira (2004-a) Vannuci (2004) Costa Junior (2005) Inmetro (2005) Leite (2005) Amorim et al. (2006) Poksinska, Eklund e Dahlgaard (2006) Singh e Smith (2006) Souza e Tanabe (2006) Ujihara et al. (2006) Ferreira e Salgado (2007) Gotzamani et al. (2007) Lagrosen, Backstron e Lagrosen (2007) Abitch et al. (2008-a) Feng et al. (2008) Jang e Lin (2008) Magd (2008) Nadae et al. (2009) Oliveira et al. (2010) Oliveira et al. (2011) Ilkay e Aslan (2012) Perdigão e Perdigão (2012) Silva (2013) Maekawa et al. (2013)

Melhoria na comunicação interna

Nadae et al. (2009)

Fonte: JUNIOR et al., (2014).

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38

Por fim, compreende-se que as dificuldades existem mas, quando

ultrapassadas, os benefícios encontrados são muito mais numerosos e motivadores

para toda e equipe envolvida. Além de promover uma relação mais satisfatória com

seu consumidor final.

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39

5. CONCLUSÃO

O presente trabalho teve como objetivo geral apresentar as potencialidades

de normas padronizadoras atuais para a gestão de qualidade dos serviços de uma

organização. Como objetivos específicos, buscou-se:

Apresentar as normativas atuais de gestão da qualidade;

Especificar os critérios de qualidade utilizados para padronização;

Relatar as potencialidades das normas padronizadoras para a gestão

de qualidade dos serviços de uma organização;

Demonstrar a importância da padronização na gestão de qualidade.

Percebe-se, assim, a relevância da temática apresentada, pois a falta de

padronização para a gestão da qualidade de um serviço pode refletir negativamente

no desempenho da organização.

Observa-se que a competição entre as organizações de diversos setores

encontra-se cada vez maior e mais dinâmica, sendo assim torna-se necessário

estimular mudanças e melhorias a todo momento, tanto nos produtos quanto nos

serviços oferecidos pelas organizações, juntamente com seus processos de

produção, que precisam estar cada vez mais coerentes. Ao mesmo tempo, verifica-

se que mesmo com as organizações possuindo a certificação ISO 9001, algumas

apresentam dificuldades em sua execução no dia-a-dia de trabalho, por esse motivo

a correta compreensão das normas é fundamental, para que sua aplicação junto aos

colaboradores seja adequada e efetiva, trazendo os reais benefícios para a

empresa.

A implementação do conjunto de normas ISO 9001 apresenta diversos

benefícios, conforme citados no texto, que englobam tanto o cliente e sua satisfação

em relação ao produto ou serviço, gerando aumento das vendas e maior vantagem

competitiva, quanto à organização e seus diversos setores, promovendo redução de

taxas de acidentes, redução de custos gerais para a empresa, abertura de novos

mercados, melhoria nos processos; produtos e serviços, melhoria na comunicação

interna, gerando, em consequência, melhoria na imagem da organização como um

todo.

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40

Conclui-se que a normativa ISO 9001 trouxe diversos avanços aos negócios,

em relação a padronização e a qualidade de produtos e serviços, possibilitando

organizações diferenciarem-se, ampliando suas vantagens competitivas. Cada vez

mais as empresas estão observando a importância dessa padronização de

processos na gestão da qualidade, através de resultados positivos, tanto internos

quanto externos.

Page 41: GESTÃO DE QUALIDADE: REFLEXÕES SOBRE NORMATIVAS DE ...

41

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