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FACULDADE TECOMA Bacharel em Administração Ana Lúcia Conceição dos Reis GESTÃO DE MATERIAIS: Fator determinante no controle de matérias-primas e produtos acabados Paracatu 2012

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FACULDADE TECOMA

Bacharel em Administração

Ana Lúcia Conceição dos Reis

GESTÃO DE MATERIAIS: Fator determinante no

controle de matérias-primas e produtos acabados

Paracatu

2012

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Ana Lúcia Conceição dos Reis

GESTÃO DE MATERIAIS: Fator determinante no controle

de matérias-primas e produtos acabados

Monografia apresentada à disciplina de

Estágio Supervisionado II, como requisito

parcial para obtenção do titulo de Bacharel em

Administração.

Orientador Teórico: Carlos Alberto Kraemer

Orientador Metodológico: Geraldo Benedito

Batista de Oliveira

Paracatu

2012

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Reis, Ana Lúcia Conceição

Gestão de Materiais: Fator determinante no controle de matérias-primas e produtos

acabados. Ana Lúcia Conceição dos Reis. Paracatu, 2012.

70 p.

Orientador: Carlos Alberto Kraemer.

Monografia (Graduação) – Faculdade Tecsoma – Programa de Graduação em

Administração.

1. História da Gestão de Materiais. 2. A importância dos estoques. 3. Análise e Curva

ABC.

CDU 658.2

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Ana Lúcia Conceição dos Reis

GESTÃO DE MATERIAIS: Fator determinante no controle

de matérias-primas e produtos acabados

Monografia apresentada à disciplina de

Estágio Supervisionado II, como requisito

parcial para obtenção do titulo de Bacharel em

Administração.

_____________________________________________________________________

Carlos Alberto Kraemer

Orientador Teórico – TECSOMA

_____________________________________________________________________

Geraldo Benedito Batista de Oliveira

Orientador Metodológico – TECSOMA

______________________________________________________________________

Fernando Antônio Antunes

Coordenador do Curso – TECSOMA

______________________________________________________________________

Professor Membro da Banca – TECSOMA

Paracatu, 25 de Junho de 2012

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Com muito carinho dedico este

trabalho aos meus pais que sempre foram

minhas fontes inspiradoras de minhas

conquistas e vitórias. Ao senhor meu pai

José Lopes e a senhora minha mãezinha

Almerinda, meu eterno amor e gratidão.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus que me dá forças para seguir em frente.

Aos meus queridos e amados pais José Lopes e Almerinda, por sempre

acreditarem em mim.

Às minhas irmãs do coração Luciene e Poliene por todo carinho que me dedicam

sempre.

Aos meus sobrinhos e afilhadinhos do coração Ludimila e Vitor Roberto que

mesmo tão pequeninos, contribuíram para a felicidade de sua madrinha principalmente

nos momentos de estresse.

Ao meu noivo Roger pelo apoio, incentivo e compreensão; meu amor sempre.

Ao professor Carlos Kraemer que não mediu esforços em sua orientação,

fazendo-a até mesmo fora do ambiente da Faculdade; sempre disposto a ajudar, muito

obrigada.

Aos meus patrões Adriana e Ivan que sempre estiveram me apoiando e

contribuindo cada vez mais para o meu crescimento profissional, contem sempre

comigo.

E a todos meus amigos que de uma forma ou de outra sempre estão torcendo por

mim. Um agradecimento em especial, para minha grande amiga Elcimara que muito

mais que colega de faculdade e vizinha, terá sempre o seu lugar em meu coração.

Obrigada a todos.

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O ideal seria a inexistência de estoques, à medida que fosse possível atender

ao usuário no momento em que ocorressem as demandas. Entretanto, na

prática isso não acontece, tornando imperativa a existência de um nível de

estoques que sirva de amortecedor entre mercados supridor e consumidor, a

fim de que os consumidores possam ser plena e sistematicamente atendidos.

(VIANA, 2010. p. 116).

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RESUMO

O trabalho presente tem como objetivo, mostrar a importância de se ter um controle dos

recursos materiais. Através de um estudo de caso feito na Farmácia Essência, foram

detectadas falhas na gestão de materiais, especificamente no que diz respeito às

quantidades de estoques existentes no almoxarifado, com a quantidade existente no

sistema (computador). Tudo isso vem acarretando prejuízos para a farmácia

principalmente no que diz respeito ao se fazer vendas e não ter o produto armazenado, e

os clientes não serem atendidos. Controlar estoques não depende de ferramentas e

softwares caros, na realidade isso pode ser feito da maneira mais simples e dar o mesmo

retorno como se estivéssemos trabalhando com algo difícil. Portanto, o objetivo maior

deste projeto é desenvolver uma forma de controle de estoque que seja aplicável a

situação em que a farmácia se encontra hoje.

Palavras-chave: Gestão de materiais. Estoques. Controle.

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ABSTRACT

The present work aims to show the importance of having control of materials resources.

Through a case study in Pharmacy essence were detected failure in the management of

materials, specifically as regards the quantity of warehouse stocks existing with the

amount in the system (computer). All this has been causing damage to the pharmacy

especially as regards sales and do not have the stored product, and customers are not

met. Inventory control does not depend on expensive software tools and, in fact it can

be done in the simplest way and give the same return as if we were working on

something difficult. Therefore, the main goal of this project is to develop a form of

inventory control that is applicable to the situation where the pharmacy is today.

Keywords: Materials Management. Stocks. Control.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1- Organograma da Empresa...........................................................................16

FIGURA 2 - Gráfico de Estoque.....................................................................................31

FIGURA 3 - Solicitação de Compras..............................................................................41

FIGURA 4 - Armazenagem: Etiquetas de Identificação.................................................45

FIGURA 5 - Investimento em estoques para diversos níveis de serviços.......................50

FIGURA 6 - A Curva ABC.............................................................................................54

FIGURA 7 - Os 10 produtos mais vendidos em 2011.....................................................58

FIGURA 8 - Os 10 controlados mais vendidos em 2011................................................59

FIGURA 9 - Curva ABC.................................................................................................61

FIGURA 10 - Modelo de Bloco de pedidos....................................................................62

FIGURA 11 - Fases da administração da gestão de materiais........................................63

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Cronograma de Atividades.........................................................................23

TABELA 2 Recursos Humanos.....................................................................................24

TABELA 3 Recursos Materiais.....................................................................................24

TABELA 4 Recursos Financeiros.................................................................................25

TABELA 5 Valor Total do Projeto................................................................................26

TABELA 6 Variação do Estoque em Função do Tempo..............................................31

TABELA 7 Giros de estoques por ano, média das empresas........................................48

TABELA 8 Apresentação de movimentação da empresa Condor................................52

TABELA 9 Cálculo do valor monetário consumido no período...................................53

TABELA 10 Itens ordenados de forma decrescente.....................................................53

TABELA 11 Curva ABC...............................................................................................54

TABELA 12 Movimentação dos controlados...............................................................60

TABELA 13 Cálculo do valor monetário consumido.....................................................60

TABELA 14 Itens controlados ordenados de forma crescente.......................................60

TABELA 15 Custos para implantação do projeto...........................................................65

TABELA 16 Cronograma de atividades a serem desenvolvidas para o

Controle do Estoque........................................................................................................66

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas

EC – Estoque de cobertura

ed. - Edição

EM – Estoque Máximo

ER – Estoque Real

ES – Estoque de Segurança

EV – Estoque Virtual

FIG. - Figura

IC – Intervalo de Cobertura

K – Fator de Segurança

LTDA – Limitada

MG – Minas gerais

MPs – Matérias-primas

MRP – Materials requirement planning

NR – Nível de Reposição

PAs – Produtos Acabados

PR – Ponto de Ruptura

QC – Quantidade a comprar

TAB. – Tabela

TR – Tempo de Ressuprimento

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................14

2 DADOS DO PROJETO.............................................................................................15

2.1 Título........................................................................................................................ 15

2.2 Tema....................................................................................................................... 15

3 INFORMAÇÕES SOBRE A EMPRESA.................................................................15

3.1 Razão Social.............................................................................................................15

3.2 Nome Fantasia..........................................................................................................15

3.3 Endereço...................................................................................................................15

3.4 CNPJ.........................................................................................................................15

3.5 Inscrição Estadual...................................................................................................15

3.6 Quadro Societário................................................................................................... 16

3.7 Capital Social...........................................................................................................16

3.8 Organograma...........................................................................................................16

4 PROJETO MONOGRÁFICO...................................................................................17

4.1 Objetivos...................................................................................................................17

4.1.1 Objetivo Geral.......................................................................................................17

4.1.2 Objetivos Específicos............................................................................................17

4.2 Problematização.......................................................................................................17

4.3 Hipóteses...................................................................................................................17

4.4 Justificativa..............................................................................................................18

4.5 Resultados Esperados..............................................................................................18

4.6 Público Alvo.............................................................................................................19

4.7 Metodologia..............................................................................................................19

4.8 Referencial Teórico..................................................................................................20

4.9 Cronograma.............................................................................................................23

4.10 Recursos..................................................................................................................24

4.10.1 Recursos Humanos..............................................................................................24

4.10.2 Recursos Materiais..............................................................................................24

4.10.3 Recursos Financeiros..........................................................................................25

4.10.4 Valor Total do Projeto........................................................................................26

5 POJETO DE ESTÁGIO............................................................................................27

5.1 História da Gestão de Materiais.............................................................................27

5.2 Administração de Materiais...................................................................................28

5.2.1 O Papel dos Estoques na Empresa........................................................................29

5.2.1.1 A importância dos Estoques.............................................................................29

5.2.1.1.1 Gráficos de Estoques........................................................................................31

5.2.1.2 Pressões para a manutenção de Baixos Níveis de Estoques...........................32

5.2.1.3 Pressões para a manutenção de Altos Níveis de Estoques.............................32

5.3 Tipos de Estoques....................................................................................................33

5.4 Políticas de Estoques...............................................................................................34

5.4.1 Manter ou não manter estoques?..........................................................................35

5.4.2 Redução dos Estoques...........................................................................................36

5.4.2.1 Just in time.........................................................................................................36

5.4.2.2 Cartões Kanban.................................................................................................37

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5.5 O Administrador de Materiais...............................................................................38

5.6 Procedimentos Fundamentais na Gestão de Materiais........................................38

5.6.1 Cadastramento.......................................................................................................38

5.6.2 Gestão.....................................................................................................................39

5.6.3 Compras.................................................................................................................39

5.6.3.1 O sinal da demanda...........................................................................................40

5.6.3.1.1 Solicitação de compras.....................................................................................40

5.6.3.1.2 MRP..................................................................................................................41

5.6.3.1.3 Sistema de Reposição Periódica.......................................................................41

5.6.3.1.4 Sistema de Reposição Contínua.......................................................................42

5.6.4 Recebimento...........................................................................................................42

5.6.5 Almoxarifado.........................................................................................................42

5.6.6 Inventário Físico....................................................................................................43

5.6.1.1 Procedimentos....................................................................................................44

5.6.1.2 Recebimentos.....................................................................................................44

5.6.1.3 Localização.........................................................................................................44

5.6.1.4 Conferência .......................................................................................................45

5.6.1.5 Época ideal para realização do Inventário......................................................46

5.7 Parâmetros e Modelos de Ressuprimento.............................................................46

5.8 Análise dos Estoques...............................................................................................47

5.8.1 Giro dos Estoques..................................................................................................48

5.8.2 Sistema de Planejamento e Previsão de Estoques................................................49

5.8.2.1 Objetivo do Custo..............................................................................................49

5.8.2.2 Objetivo de nível de serviço..............................................................................50

5.9 Análise e Curva ABC..............................................................................................51

6 ESTUDO DE CASO NA FARMÁCIA ESSÊNCIA................................................56

6.1 Apresentação da Empresa......................................................................................56

6.2 Missão da Empresa..................................................................................................56

6.3 Valores da empresa.................................................................................................56

6.4 Situações encontradas na Empresa........................................................................57

6.5 Apresentação e análise dos dados encontrados na empresa...............................57

6.6 Proposta de melhoria...............................................................................................61

6.7 Custos decorrentes da implantação do projeto.....................................................64

6.8 Considerações Finais...............................................................................................67

7 CONCLUSÃO.............................................................................................................68

REFERÊNCIAS.............................................................................................................69

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1 INTRODUÇÃO

Ter o controle da gestão de materiais de uma empresa significa muito mais que

somente lucrar, é possível criar uma vantagem competitiva com tal recurso.

Atender aos clientes na hora certa, com quantidade certa e requerida, tem

sido o objetivo da maioria das empresas. Assim, a rapidez e presteza na

distribuição das mercadorias assumem cada vez mais um papel

preponderante na obtenção de uma vantagem competitiva duradoura.

(MARTINS e ALT, 2006. p. 171).

Atender bem ao cliente é ter o que ele quer, sempre quando ele quer, ou seja,

para um bom atendimento, a farmácia ao fazer o compromisso de fazer certo

medicamento, de fato deve fazê-lo. A desculpinha de que a matéria acabou, por mais

que seja verdadeira, não agrada a nenhum consumidor, depois da esperança de ter seu

medicamento no dia seguinte.

Os estoques exercem a grande importância de melhorar os serviços aos clientes e

para as empresas que detém o controle destes recursos, não lhe faltará demanda.

Para tanto, o primeiro passo rumo a esta vantagem competitiva em relação a

gestão de materiais, é ter o controle da quantidade estocada, saber o número exato de

cada coisa.

Portanto, é necessário à farmácia Essência, ter uma ferramenta que controle seus

estoques para que a mesma possa não encontrar divergência entre as quantidades que

existem no almoxarifado e computador.

Desta forma, este estudo objetiva propor à Farmácia Essência, uma solução de

controlar bem seus estoques.

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2 DADOS DO PROJETO

2.1 Título

Gestão de Materiais: Fator determinante no controle de matérias-primas e produtos

acabados

2.2 Tema

Gestão de Materiais

3 INFORMAÇÕES SOBRE A EMPRESA

3.1 Razão Social

Sam Farmácia LTDA

3.2 Nome Fantasia

Essência Farmácia de Manipulação e Homeopatia

3.3 Endereço

Rua Goiás nº 471, Lojas 04 e 05 – Centro – Paracatu – MG.

3.4 CNPJ

07.427.071/0001-14

3.5 Inscrição Estadual

470.999.865.0000

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3.6 Quadro Societário

Adriana Gonçalves Simplício Dias (50%)

Ivan Melo Franco Dias (50%)

3.7 Capital Social

R$ 141.000,00

3.8 Organograma

Figura 1 - Organograma da Empresa

Fonte: Elaborada pela autora

GERENTE

GERAL

SETOR DE

VENDAS

SETOR DE

MANIPULAÇÃO

GERENTE

ADMINISTRATIVO

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4 PROJETO MONOGRÁFICO

4.1 Objetivos

4.1.1 Objetivo Geral

a) Apresentar proposta de solução para que os estoques de matérias-primas e

produtos acabados possam, no almoxarifado e sistema, não apresentarem diferenças.

4.1.2 Objetivos Específicos

a) Identificar as possíveis causas que ocasionam as diferenças no estoque;

b) Conhecer os setores responsáveis por esta diferença;

c) Analisar cada um desses setores separadamente;

d) Elaborar meios de controle das matérias-primas.

4.2 Problematização

Uma das grandes dificuldades de uma pequena farmácia de manipulação

consiste em não ter um controle de seus recursos materiais.

Os estoques da Farmácia Essência, geralmente apresentam uma diferença nas

quantidades existentes no almoxarifado e no sistema, na hora de fazer uma venda, por

exemplo. Além disso, não há o controle nem mesmo de produtos manipulados que

ficam expostos no estabelecimento (chamados de acabados). Estes últimos, por serem

uma menor quantidade, deveriam apresentar corretamente suas quantidades comparadas

no software e nas ordens de produção de cada um.

4.3 Hipóteses

As diferenças existentes no estoque da Farmácia Essência podem ser resultantes

da falta de conferência das matérias-primas e embalagens em sua chegada (além

também da falta de controle dos produtos acabados quando manipulados), dos usos e

descartes de embalagens que não estão descritas em suas ordens de produção (neste

caso não colocando observações de quais embalagens usadas) e da não notificação de

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embalagens que foram quebradas ou que de outra forma não poderão ser utilizadas, para

que possa ser dada sua baixa.

4.4 Justificativa

Muitas são as farmácias de manipulação que não têm um controle devido de seus

recursos materiais. Entre essas empresas, apresenta-se também a Farmácia Essência,

que mesmo tendo um estoque consideravelmente fácil de controlar em relação à grandes

redes de farmácia também tem suas falhas no controle desses recursos materiais, que

muitas vezes impactam em suas vendas, por exemplo.

Se a quantidade apresentada no sistema não confere com a quantidade estocada

no almoxarifado, corre-se o risco de neste último ter uma menor quantidade e o sistema

então não avisará que está em seu mínimo; fazendo com que não seja feita a compra de

tal matéria-prima, e por fim o cliente não será atendido. Às vezes, por uma única vez

que o cliente não é atendido e faz seu pedido na concorrência, descobre, por exemplo,

que lá o preço é menor e a partir daí muda sua preferência.

De acordo com Martins e Alt, “Baixos níveis de estoque, podem fazer com que a

empresa trabalhe um limiar arriscado, em que qualquer detalhe, por menor que seja,

acaba prejudicando ou parando a produção.” (MARTINS; ALT, 2006, p. 83).

Muitos fatores contribuem para esse erro no estoque. Entre eles, a falta de

controle; conferência das matérias–primas na sua chegada.

Silva ressalta que “O controle eficaz dos recursos materiais contribui para o

resultado financeiro e lucratividade de uma empresa.” (SILVA, 2004).

Contudo, este trabalho espera auxiliar para que a farmácia de manipulação

Essência, que se encontra com dificuldades em controlar seus estoques possa tornar os

recursos materiais, como estratégias do próprio negócio.

4.5 Resultados Esperados

A partir dos objetivos a serem conquistados neste projeto, espera-se conseguir a

colaboração de todos os funcionários da Farmácia Essência no que diz respeito ao

controle do estoque. A meta é fazer com que esta colaboração seja em prol de o estoque

ficar de acordo com o que está cadastrado no computador.

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19

Para conseguir este controle do estoque é necessário fazer algumas mudanças na

forma de trabalho desses funcionários. E apesar dessas mudanças serem uma forma de

impacto negativo para os mesmos, não pode deixar de ser trabalhada. Toda essa

mudança deve acontecer visando ao final, satisfazer os clientes (que sempre terão seus

pedidos atendidos sem faltar a matéria-prima para manipulá-los).

4.6 Público Alvo

Este projeto tem como público alvo, primeiramente os funcionários da Farmácia,

uma vez que estarão diretamente ligados com a resolução do problema, no sentido

também de que serão também eles os responsáveis pelo controle dos estoques.

Os clientes também são considerados público alvo, porque serão beneficiados

com o controle dos recursos materiais, considerando, por exemplo, que sempre terão

seus pedidos satisfeitos.

4.7 Metodologia

O estágio realizado no período de Agosto de 2011 a Junho de 2012, perfazendo

uma carga horária de 160 horas, tem como objetivo aplicar os conhecimentos teóricos

adquiridos ao longo do curso, em uma empresa na qual agindo como um profissional da

administração é proposto uma forma de sanar algum de seus problemas para o

melhoramento de seus processos.

Para tanto, através de uma visita à Farmácia Essência, nota-se que a empresa

está com dificuldades de manter seu nível de estoque igual ao cadastrado e baixado no

sistema.

Uma reunião preliminar com a direção; possibilitou um melhor conhecimento do

problema, no qual foram apontados os pontos negativos que estão sendo gerados devido

à falta de controle dos recursos materiais.

O processo de manipulação feito pelos funcionários, também é estudado com o

intuito de descobrir como os mesmos procedem em relação ao estoque; como fazem

com as embalagens que não tem tampa, por exemplo; ou até mesmo quando não se tem

a embalagem adequada para envazar um shampoo.

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20

Ao descobrir as causas do problema, serão realizadas pesquisas em livros,

arquivos eletrônicos, além da procura por empresas que já tiveram o mesmo problema e

como resolveram a situação.

Contudo isso, o estagiário juntamente com seu coordenador, desenvolverá um

projeto que abordando o tema, ao final apontará propostas para que os estoques de

matérias-primas e produtos acabados possam, no almoxarifado e sistema, minimizar

suas diferenças.

Como o tema do projeto não exige nenhuma entrevista, ou aplicação de

questionário no caso da empresa em questão fica então restrito somente às pesquisas (já

citadas anteriormente), que serão analisadas e estudadas, para que da melhor forma

possa resolver o problema.

Depois do projeto elaborado e montado, será apresentado à direção da empresa

para que a mesma decida se vai ou não implantá-lo para corrigir o erro no estoque.

4.8 Referencial Teórico

Em administração, estoque ou existências, refere-se às mercadorias, produtos

(finais ou inacabados) ou outros elementos na posse de um agente econômico. Seu

armazenamento se dá no almoxarifado.

Para Viana, pode-se atualmente definir almoxarifado como:

Local destinado à fiel guarda e conservação de materiais, em recinto coberto

ou não, adequado a sua natureza, tendo a função de destinar espaços onde

permanecerá cada item guardando a necessidade do seu uso, ficando sua

localização, equipamentos e disposição interna condicionados à política geral

de estoques da empresa. E o controle do mesmo á a função administrativa

que consiste em medir e corrigir o desempenho de qualquer atividade,

visando os interesses da empresa. Assim, o controle prioriza dois objetivos:

correção e prevenção de falhas. (VIANA, 2009, p.272).

A manutenção de estoques requer investimentos e gastos elevados.

Para Viana,

Evitar sua formação, ou tê-los em número reduzido de itens e em quantidades

mínimas, sem que, em contrapartida, aumente o risco de não ser satisfeita a

demanda dos consumidores em geral, representa um ideal conflitante com a

realidade do dia-a-dia.” (VIANA, 2010, p. 115).

Neste sentido, Martins e Alt (2006) ressaltam que geralmente baixos níveis de

estoque, podem fazer com que a empresa trabalhe num limiar muito arriscado, em que

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qualquer detalhe, mesmo por menor que seja, acabe prejudicando ou parando a

produção.

De acordo com Viana (2010), algumas considerações podem ser feitas em

relação ao estoque, pois sua classificação pode ser dada considerando-os como materiais

auxiliares (aqueles que não se incorporam ao produto final, também chamados de

materiais indiretos ou improdutivos), matéria-prima (incorporados ao produto final,

inclusive as embalagens), produtos em processos (materiais que estão em processo de

fabricação) e produtos acabados (são os materiais agora sob forma de produto final,

prontos para serem comercializados ou entregues).

Viana (2010) define também que dentre as várias matérias – primas existentes

no almoxarifado, os materiais podem ser considerados excedentes (tratando-se do

material que existe em quantidade superior às necessidades dos usuários); material

obsoleto (que não mais satisfazem às exigências da empresa, pois foram substituídos

por outros); o material sucatado (o que trata de material deteriorado ao longo do tempo,

sem qualquer outra utilização, que não apresenta outro valor, senão o intrínseco de sua

composição); e o material inservível (que em consequência do tempo de utilização,

deteriora, tornando-se inútil sua recuperação técnica, economicamente inviável).

Atender aos clientes na hora certa, com a quantidade certa e requerida, tem sido o

objetivo da maioria das empresas.

Para Martins e Alt (2006), os estoques são importantes para melhorar o serviço

ao cliente, além de propiciarem a economia de escala (os custos são tipicamente

menores quando o produto é fabricado continuamente e em quantidades constantes). E a

proteção de mudanças de preços em tempo de inflação alta; proteção contra incertezas

na demanda e no tempo de entrega e a proteção contra contingências (proteger a

empresa contra greve) são também outros pontos importantes a serem considerados.

As Farmácias de Manipulação que geralmente trabalham com estoque, devem

adotar estratégias para que seus recursos materiais possam ser bem controlados, sem

apresentar diferenças, erros.

No Brasil, os primeiros estudos sobre a moderna teoria de gerenciamento de

estoques são das décadas de 50 e de lá até hoje muito tem sido feito, com resultados

satisfatórios.

De acordo com Viana (2009), no passado, apesar do critério propiciado pela

classificação ABC o controle e a reposição do estoque, realizavam-se manualmente, de

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forma precária, pelas informações das Fichas de Controle de Estoque, por meio dos

níveis ali consignados.

Os cálculos dos níveis de estoque (máximo, mínimo, segurança, ponto de

reposição) eram manuais e transcritos para a mencionada ficha (ficando a reposição na

dependência do controlador de estoque), sujeitos, evidentemente, a constantes falhas.

Assim, procurando minimizar e equacionar as dificuldades relacionadas e

visando otimizar o desempenho de gerenciamento, há que se contar com o auxílio da

informática.

Conforme afirmação de Martins e Alt (2006), a maior dificuldade de uma

empresa em relação à gestão de materiais se encontra no sentido dela conseguir

controlar de maneira eficaz o seu estoque. Para tanto é preciso ter planejamento para

que a quantidade estocada se torne uma ferramenta de vendas. Estoque mínimo faz

perder vendas e estoque excessivo faz perder dinheiro.

Deixar faltar matéria para atender aos pedidos dos clientes, está sujeito a

reclamações e a empresa poderá também deixar a produção parada por um bom tempo,

quando nesta situação não se encontra fornecedores de tais matérias.

Uma das formas de se fazer o controle dos estoques, está nos inventários.

O inventário físico consiste na contagem dos itens de estoque. Geralmente é

efetuado de modo periódico ou rotativo. É chamado de periódico quando em

determinados períodos, normalmente no encerramento dos exercícios fiscais, ou duas

vezes por ano, faz-se a contagem física de todos os itens de estoque. Nesta ocasião,

coloca-se um número maior de pessoas para contar o estoque.

O inventário é rotativo quando permanentemente se contam os itens de estoque.

Neste caso faz-se um programa de trabalho de tal forma que todos os itens sejam

contados pelo menos uma vez dentro do período fiscal (normalmente de um ano).

Para toda quantidade de material retirada do almoxarifado, deve haver outra,

correspondente do mesmo material, já usado, disponível e sujeita à recuperação para

reposição. As unidades envolvidas, usuários e fornecedores, são igualmente

responsáveis no processo de ressuprimento para que não falte matéria para o

atendimento dos clientes.

Controlar eficazmente o estoque contribui para o resultado financeiro e a

lucratividade de uma empresa.

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4.9 Cronograma

Tabela 1 - Cronograma de Atividades

MÊS/ANO ATIVIDADES

AGOSTO/2011

Escolha da empresa para o estágio; coleta

de dados e escolha de título e tema.

SETEMBRO/2011

Entrega das hipóteses; justificativa com

citação textual e coleta de dados com os

funcionários.

OUTUBRO/2011

Apresentação dos resultados esperados;

Metodologia, Cronograma e Recursos.

NOVEMBRO/2011

Análise dos dados e apresentação do projeto

monográfico (1ª parte).

DEZEMBRO/2011

Pesquisa bibliográfica sobre o tema.

JANEIRO/2012

Pesquisa na internet sobre o assunto.

FEVEREIRO/2012

Desenvolvimento do projeto.

MARÇO/2012

Organização do projeto.

ABRIL/2012

1ª Revisão do projeto

MAIO/2012

Considerações Finais do projeto

JUNHO/2012

Revisão final do projeto

JULHO/2012

Apresentação do TCC

Fonte: Elaborada pela autora

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4.10 Recursos

4.10.1 Recursos Humanos

Tabela 2 - Recursos Humanos

AÇÃO

RESPONSÁVE

L

QUANTIDADE/

PRODUTO

VALOR

UNITÁRIO

VALOR

TOTAL

Elaboração do

Projeto

Ana Lúcia

-

0,00

0,00

Orientador do

Projeto

Fernando

Antunes

-

0,00

0,00

VALOR TOTAL DESSA DESPESA 0,00

Fonte: Elaborado pela autora

4.10.2 Recursos Materiais

Tabela 3 - Recursos Materiais

Fonte: Elaborada pela autora

AÇÃO RESPONSÁVEL QUANTIDADE/

PRODUTO

VALOR

UNITÁRIO

VALOR

TOTAL

Compra de

Cartuchos

Ana Lúcia

1 cartucho

45,00

45,00

Canetas

Ana Lúcia

3 unidade

0,65 cada

1,68

Caderno

Ana Lúcia

1 unidade

6,00

6,00

Papel A4

Ana Lúcia

1 pacote com 100

folhas

14,50

14,50

VALOR TOTAL DESSA DESPESA 67,18

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4.10.3 Recursos Financeiros

Tabela 4 - Recursos Financeiros

AÇÃO

RESPONSÁVEL

QUANTIDADE/

PRODUTO

VALOR

UNITÁRIO

VALOR

TOTAL

Cópias

Ana Lúcia

05 cópias de

relatórios sobre o

estoque da empresa

(sua quantidade)

0,15 cada

cópia

0,75

Impressão

Ana Lúcia

1 via do projeto

para a empresa, em

um total de 35

páginas

0,15 cada

folha

impressa

5,25

Recarga de

Cartucho

Ana Lúcia

3 recargas de

cartuchos

10,00 a

recarga

30,00

Encadernação

Ana Lúcia

1 encadernação do

material para a

Farmácia

2,50

2,50

VALOR TOTAL DESSA DESPESA 38,50

Fonte: Elaborada pela autora

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4.10.4 Valor Total do Projeto

Tabela 5 - Valor Total do Projeto

RECURSOS

VALOR TOTAL

HUMANOS

0,00

MATERIAIS

67,18

FINANCEIROS

38,50

TOTAL GERAL 105,68

Fonte: Elaborada pela autora

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5 PROJETO DE ESTÁGIO

5.1 História da Gestão de Materiais

A história da gestão de materiais é tão antiga quanto a existência dos seres

humanos. Ela existe desde a mais remota época, através das trocas de caças e de

utensílios até chegarmos aos dias de hoje, passando pela Revolução Industrial.

A Revolução Industrial, meados dos séc. XVIII e XIX acirrou a concorrência de

mercado e sofisticou as operações de comercialização dos produtos, fazendo com que

estoques e compras ganhassem maior importância. Este período foi marcado por

modificações profundas e o trabalho, até então, totalmente artesanal foi em parte

substituído pelas máquinas.

A evolução fabril constante, o consumo, as exigências dos consumidores, o

mercado concorrente e novas tecnologias deram novo impulso à administração de

materiais, fazendo com que a mesma fosse vista como uma arte e ao mesmo tempo, uma

ciência das mais importantes para o alcance dos objetivos de uma organização seja ela

qualquer que fosse.

As duas grandes guerras mundiais, sem dúvida foram fatos muito marcantes e

comprovaram a necessidade de que materiais devem ser administrados cientificamente,

e de lá para cá uma atenção especial é dada a este setor que hoje se tornou fonte de

vantagem competitiva.

Para Silva, “quem os têm quando necessita, no local e na quantidade necessária,

possui ampla possibilidade de ser bem sucedido.” (SILVA, 2009).

Em gestão de materiais uma das palavras mais utilizadas é estoque. De acordo

com Arnold (1999, p. 265), os estoques são materiais e suprimentos que uma empresa

ou instituição mantém, tanto para vender ou para fornecer insumos ou suprimentos para

o processo de produção.

De acordo com Pozo (2010), a acumulação de estoques em níveis adequados é

uma necessidade para o normal funcionamento do sistema produtivo.

Em contrapartida, os estoques representam um enorme investimento financeiro.

Olhando por este lado, os estoques constituem um ativo circulante necessário para que a

empresa produza e venda com um mínimo risco de paralisação ou de preocupação

possível. Os estoques representam um meio de investimento de recursos e podem

significar e alcançar uma respeitável parcela dos ativos totais da empresa.

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Portanto, a administração dos estoques apresenta alguns aspectos financeiros que

exigem um estreito relacionamento com a área de finanças, pois enquanto a

Administração de Materiais está voltada para a facilitação do fluxo físico dos materiais

e o abastecimento adequado à produção e a vendas, a área financeira está muito mais

preocupada com o lucro, a liquidez da empresa e a boa aplicação dos recursos

empresariais.

A incerteza de demanda futura ou de sua variação ao longo do período de

planejamento; da disponibilidade imediata de material nos fornecedores e do

cumprimento dos prazos de entrega; da necessidade de continuidade operacional e da

remuneração do capital investido, são as principais causas que exigem estoques

permanentemente à mão para o pronto atendimento do consumo interno e/ou das

vendas.

De acordo com Viana, pode-se classificar os materiais que compõe o estoque

sob vários aspectos. Porém, a classificação de materiais quanto à aplicação, em

materiais improdutivos e produtivos, auxilia a política de formação dos estoques.

Desta forma, para dar subsidio ao gerenciamento, os estoques têm sua natureza

compreendida em materiais improdutivos e produtivos.

5.2 Administração de Materiais

A administração de materiais é definida como sendo um conjunto de atividades

desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma centralizada ou não, destinadas a suprir

as diversas unidades, com os materiais necessários ao desempenho normal das

respectivas atribuições. Uma das atividades abrangentes são as operações gerais de

controle de estoques.

Em outras palavras:

A administração de materiais visa à garantia de existência contínua de um

estoque, organizado de modo a nunca faltar nenhum dos itens que o

compõem, sem tornar excessivo o investimento total. (SLACK,

CHAMBERS, JOHNST, 2002).

Responsável pela coordenação do planejamento e controle do fluxo de materiais,

a partir do fornecedor, passando pela produção até o consumidor, a administração de

estoques engloba a sequencia de operações que tem seu início na identificação do

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fornecedor, na compra do bem, em seu recebimento, transporte interno e

acondicionamento, em seu transporte durante o processo produtivo, em sua

armazenagem como produto acabado e, finalmente, em sua distribuição ao consumidor

final.

Os estoques propriamente ditos, são denonimações utilizadas para definir

quantidades armazenadas de matérias-primas, produtos semi-acabados, componentes

para montagem ou produtos acabados.

De acordo com Pozo:

Cabe a esse setor o controle das disponibilidades e das necessidades totais do

processo produtivo, envolvendo não só os almoxarifados de matérias-primas

e auxiliares, como também os intermediários e os produtos acabados. Seu

objetivo não é deixar faltar material ao processo de fabricação, evitando alta

imobilização aos recursos financeiros. (POZO, 2010. p. 25).

Estoques existem exatamente para impedir que falte matéria ou algum produto.

Desta forma, muitas empresas preferem trabalhar com ele para que não falte o produto

ao cliente que o deseja.

5.2.1 O Papel dos Estoques na Empresa

Tão antigo quanto o estudo da própria administração, é o estudo do papel dos

estoques nas empresas. Como no fluxo de produção ou no processo comercial, os

estoques sempre foram alvo de atenção.

Em relação aos estoques, seu valor é muito maior, quando avaliado a questão da

vantagem competitiva. Muitas empresas hoje procuram de uma forma ou de outra, obter

uma vantagem competitiva em relação a seus concorrentes, e a oportunidade de atendê-

los prontamente, no momento e na quantidade desejada, é facilitada por meio da

administração eficaz dos estoques, tornando assim um dos papéis mais importantes dos

estoques, o de se tornar vantagem competitiva.

5.2.1.1 A importância dos Estoques

Para Ronald H. Ballou (1993), um dos mais respeitados gurus da logística, os

estoques são mantidos para:

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a)Melhorar o serviço ao cliente: assim dando suporte principalmente a área de

marketing, que ao criar demanda precisa de material disponível para concretizar vendas;

b)Economia de escala: ocorre uma diminuição dos quando o produto é pré-

fabricado continuamente e em quantidades constantes;

c) Proteção contra mudanças de preços em tempo de inflação alta: se existe um

alto volume de compras, existe também a minimização do impacto do aumento de

preços pelos fornecedores;

d)Proteção contra incertezas na demanda e no tempo de entrega: é considerada

uma segurança quando há o problema do comportamento de demanda dos clientes ou

problema relacionado ao tempo de entrega dos fornecedores. Segurança esta que

garantirá sempre atender aos clientes. É o chamado estoque de segurança;

e)Proteção contra contingências: Com a manutenção dos estoques, diminuem-se

os riscos de graves incêndios, inundações, instabilidades políticas e outras variáveis

exógenas que podem criar problemas.

Atender aos clientes na hora certa, com quantidade certa e requerida, tem

sido o objetivo da maioria das empresas. Assim, a rapidez e presteza na

distribuição das mercadorias assumem cada vez mais um papel

preponderante na obtenção de uma vantagem competitiva duradoura.

(MARTINS e ALT, 2006. p. 171).

Muitas são as empresas que buscam vantagem competitiva diante seus

concorrentes. E uma maneira disso ser feito é através de uma boa gestão de materiais.

Além disso, os estoques também podem ser usados nas negociações de preços

com os fornecedores. Como exemplo, houve o aumento do dólar no inicio de 1999, na

qual muitas empresas usaram os estoques antigos para tentar resistir aos tais aumentos.

Muitos sistemas automatizados existem devido às novas formas de estocagens

de materiais.

Os recursos investidos em estoques tem sua variação de acordo com o setor a

que a empresa pertence. Ao administrarem os estoques os gerentes estão cuidando de

parte importantíssima da empresa. Daí vem a justificativa de a maioria das empresas

terem um departamento ou setor para cuidar dos materiais em estoques, quer sejam

matéria-prima ou produtos em processo ou acabados.

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5.2.1.1.1 Gráficos de Estoques

Uma forma de obter o controle de estoques é através de lançamentos feitos

diariamente da quantidade existente da matéria no estoque, quanto foi recebido,

consumido e que voltou para o estoque.

Abaixo (TAB. 6), um exemplo de como o controle de estoque pode ser obtido,

através de simples lançamentos diários.

Tabela 6 - Variação do Estoque em Função do Tempo

DIA

ESTOQUE

INICIAL

(UNIDADES)

RECEBIMENTOS

(UNIDADES)

CONSUMO

(UNIDADES/DIA)

ESTOQUE

FINAL

(UNIDADES)

Segunda-

Feira

830 2.500 450 2.880

Terça-

feira

2.880 0 450 2.430

Quarta-

Feira

2.430 0 450 1.980

Quinta-

Feira

1.980 2.500 450 4.030

Sexta-

Feira

4.030 0 450 3.580

Fonte: MARTINS; ALT, 2006, p. 174.

Através desses dados, é possível construir o gráfico de estoque (FIG. 2) para

uma melhor visualização da variação dos estoques de um item (ou vários) em função do

tempo.

Figura 2 - Gráfico de Estoque

Fonte: MARTINS; ALT, 2006, p. 175

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A complexidade do gráfico dependerá do consumo e frequência com que se dão

os recebimentos, principalmente se forem de formas parceladas.

5.2.1.2 Pressões para a manutenção de Baixos Níveis de Estoques

O Just in Time afirma que os estoques são também uma forma de desperdício,

devendo ser eliminados ou reduzidos a um mínimo possível, até se chegar ao fluxo de

uma peça.

Desta forma, para que haja uma recompensa nos custos totais, há a necessidade

de uma grande redução nos custos de preparação.

Uma questão muito importante acerca disso tudo é a seguinte: O que pode ser

feito para reduzir inventários? Existem muitas medidas que podem acabar com esse

problema, ou pelo menos amenizá-los. As principais são melhorar a precisão, em termos

de quantidade e prazos, das previsões de vendas, reduzir os ciclos de manufaturas e

conseguir parcerias com os fornecedores, para ter melhores preços e condições de

pagamento e prazos, alem de qualidade assegurada.

Como exemplo de uma medida que pode fazer melhorias neste aspecto, existe o

estabelecimento de estoques de segurança mínimos e realistas para os quais é preciso

medi-los sempre e agir imediatamente para corrigir distorções (inventários

permanentes).

5.2.1.3 Pressões para a manutenção de Altos Níveis de Estoques

Prometer prazos curtos ou até imediatos de entrega de um produto, por exemplo,

são flexibilidades que ocorrem quando se tem um alto nível de estoque. O pessoal do

setor de vendas “gostaria” que os estoques fossem sempre elevados e com variedade

para que o atendimento ao cliente fosse sempre o melhor possível, porque o não

atendimento sempre acarreta prejuízos.

Segundo Martins e Alt (2009), muitas empresas não percebem que estão

trabalhando com inventários muito acima do ideal, e, quando se dão conta, não

conseguem entender a origem do problema.

Para tanto, é necessário identificar quais áreas da empresa estão afetando,

elevando em excesso o inventário.

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Áreas como marketing, engenharia, controle de qualidade, suprimentos e a

própria gerência, são algumas das mais responsáveis, que de formas diferentes,

interferem nos aumentos de estoque.

5.3 Tipos de Estoques

Diversos tipos ou nomes de estoques, que podem ou não ser mantidos em um ou

diversos almoxarifados existem. Normalmente, as empresas possuem em suas

organizações, cinco almoxarifados básicos, que são:

a) Estoques de Matérias-Primas (MPs)

Para Pozo,

Por matéria-prima entende-se geral o material básico que irá receber um

processo de transformação dentro da fábrica, para posteriormente entrar no

estoque de acabados como produto final. Pode ser um laminado de aço, uma

chapa, pós, etc. Em resumo, são todos os materiais que se agregam ao

produto, fazendo parte integrante de seu estado. Podem ser também itens

comprados prontos ou já processados por outra unidade ou empresa. Os

estoques de MPs constituem os insumos e materiais básicos que ingressam no

processo produtivo da empresa. São os itens iniciais para a produção dos

produtos/serviços da empresa. (POZO, 2010, p. 29).

Desta forma, estoques de matérias-primas se dizem de todas as matérias-primas

estocadas que ainda não foram para o processo de produção ou venda, por exemplo;

b) Estoques de Materiais em Processamento

Os estoques de materiais em processamento, também denominados materiais em

vias - são constituídos de materiais que ainda estão sendo processados ao longo das

diversas seções que compõem o processo produtivo da empresa. Não estão nem no

almoxarifado- por não serem mais MPs (Matérias-primas) iniciais - nem no depósito -

por ainda não serem PAs (Produtos acabados). Porém, mais adiante serão transformadas

em PAs.

Para Martins e Alt (2006), estes materiais correspondem a todos os itens que já

entraram no processo produtivo, mas que ainda não são produtos acabados. Estes são os

materiais que começaram a sofrer alterações, sem, contudo, estarem ainda finalizados.

Muitas pessoas usam a expressão “produtos que estão no meio da fábrica” para

denominá-los;

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c) Estoques de Materiais Semi-acabados

Os estoques de materiais semi-acabados referem-se aos materiais parcialmente

acabados, cujo processamento está em algum estágio intermediário de acabamento e que

se encontram também ao longo das diversas seções que compõem o processo produtivo.

Diferem dos materiais em processamento pelo seu estágio mais avançado, pois

se encontram quase acabados, faltando apenas mais algumas etapas do processo

produtivo para se transformarem em materiais acabados ou em PAs;

d) Estoques em trânsito

Correspondem a todos os itens que já foram dispensados de uma unidade fabril

para outra, normalmente da mesma empresa, e que ainda não chegaram a seu destino

final;

e) Estoques de Materiais Acabados ou Componentes

Os estoques de materiais acabados - também denominados componentes -

referem-se a peças isoladas ou componentes já acabados e prontos para serem anexados

ao produto. São, na realidade, partes prontas ou montadas que, quando juntadas,

constituirão o PA.

Os Estoques de PAs se referem aos produtos já prontos e acabados, cujo

processamento foi completado inteiramente. Constituem o estágio final do processo

produtivo e já passaram por todas as fases, como matéria-prima, materiais em

processamento, materiais semi-acabados, materiais acabados e PAs.

5.4 Políticas de Estoques

A política de estoques preocupa-se com os problemas quantitativos e financeiros

dos materiais. Cabe ao controle de estoque inspecionar a disponibilidade e as

necessidades totais do processo produtivo envolvendo não só o almoxarifado de

matérias primas e auxiliares como também os intermediários e os de produtos acabados.

Assim devem ser considerados alguns objetivos em relação às políticas de

estoques, como assegurar o suprimento adequado à produção; identificar os itens

obsoletos e eliminá-los; prevenir os danos, perdas; manter as quantidades em relação às

necessidades e manter o custo em nível mais baixo possível.

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5.4.1 Manter ou não manter estoques?

Uma questão muito discutida sobre a gestão de materiais está a cerca de manter

ou não manter estoques. Na verdade, a viabilidade de se ter estoque é possível desde

que a empresa tenha condições de aplicar seu capital de giro nele. Já se a empresa

trabalha contra estoque, ai sim ela precisa investir seu capital de giro nesse estoque e o

mesmo deve ser considerado na definição de seus custos. Como exemplo, é impossível

a uma farmácia de manipulação trabalhar sem estoques.

Manter estoques requer investir e ter gastos elevados. Um ideal conflitante que

as empresas enfrentam em sua realidade do dia-a-dia, é exatamente evitar a formação de

estoques, ou até mesmo reduzi-los sem que isso aumente o risco de não ser satisfeita a

demanda dos seus consumidores em geral.

O ideal seria a inexistência de estoques, à medida que fosse possível atender

ao usuário no momento em que ocorressem as demandas. Entretanto, na

prática isso não acontece, tornando imperativa a existência de um nível de

estoques que sirva de amortecedor entre mercados supridor e consumidor, a

fim de que os consumidores possam ser plena e sistematicamente atendidos.

(VIANA, 2010. p. 116).

Muitas são as razões que levam uma empresa a trabalhar com estoques. Entre

elas, podem se destacar a resposta mais rápida à mudanças; maior disponibilidade de

produtos; redução de Custos; economia de Produção; redução de compras emergenciais

(que custam mais caras); tempo logístico (em relação à produção); e contra situações

imprevistas.

Em contrapartida às empresas que trabalham com estoques, há também aquelas

que por outros motivos, encontram razões para não ter estoques. Entre estas razões

podem-se destacar o custo (no qual considera os estoques gastos desnecessários, e o

dinheiro pode ser aplicado em outra coisa e não ficar parado); estoques podem encobrir

problemas de qualidade; riscos de obsolescência e deterioração; sendo também que

ocupa grandes espaços.

O maior problema encontrado nas empresas que as impossibilitam de trabalhar

sem estoques, é a chamada previsão de demanda. Segundo Ballou (2006) se a demanda

for previsível não é necessário manter estoques, isto porque quanto mais precisa for a

previsão de demanda, mais simples de controlar os estoques. Porém, como praticamente

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não existe previsão de demanda exata, as empresas utilizam estoques para reduzir os

efeitos causados pelas variações de oferta e procura.

Seria bom se as empresas não precisassem trabalhar com estoques, no sentido de

que não teria o risco de perda de material, custo elevado com armazenagem, entre

outros, mas a realidade do mercado não permite que isso seja feito principalmente por

uma pequena empresa. A única saída para que essas empresas possam ter seu estoque

como uma vantagem e não desvantagem determinando uma política de controle do

mesmo.

Assim torna-se importante também definir um lote econômico de compras.

Como há o conflito clássico entre o setor financeiro (que sempre quer reduzir custos da

manutenção dos estoques por meio da fabricação frequente de pequenos lotes) e a

gerência de produção (que não quer interromper as operações), a melhor saída é

determinar um meio-termo. Desta forma, o lote econômico de compras é aquele que

nem é tão grande que possa acarretar despesas excessivas de manutenção, nem tão

pequeno que acarrete falta na produção.

Trabalhando desta forma, a empresa consegue conciliar o problema de excesso

ou falta de estoques, facilitando o controle do mesmo.

5.4.2 Redução dos Estoques

Pelas tentativas constantes e incansáveis dos gerentes de reduzirem os estoques

de matéria-prima, produtos em processos ou produtos acabados, houve o

desenvolvimento de novas técnicas de administração ou filosofias gerenciais

relacionadas à gestão de materiais. O fato por exemplo de considerar os estoques como

um desperdício levou os japoneses a desenvolverem as técnicas do Just-in-time e dos

cartões Kanban.

5.4.2.1 Just in time

Just in time (surgido no Japão em meados da década de 70) é um método

utilizado para disponibilizar os materiais requeridos pela manufatura apenas quando

forem necessários para que o custo de estoque seja menor.

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A filosofia JIT busca a eliminação dos desperdícios e a melhoria contínua do

processo, foi desenvolvida tanto para a produção em série, como para as

intermitentes. Um dos principais benefícios é a redução de mais de 90% dos

estoques e do capital de giro para mantê-los. (POZO, 2010, p. 129).

Pozo (2010) entende o Just in Time como uma filosofia que se aplicada

adequadamente para reduzir ou eliminar desperdícios que acontecem nas compras,

durante o processo produtivo, na logística, nas atividades de apoio etc.

Aplicado com grande sucesso em numerosas organizações japonesas, o Just in

Time, se caracteriza pela manutenção de matérias-primas e componentes em estoque

apenas em quantidade suficiente para manter o processo produtivo do momento. A

principal característica dele é trabalhar com a produção puxada, ao longo do processo.

O material só é solicitado se realmente existir a necessidade de sua utilização.

É um combate ao desperdício, totalmente contrária a produção empurrada, na

qual se acumulam estoques e custos para mantê-los.

O JIT, que é fundamentado na qualidade e flexibilidade do processo de compras,

e também pode disparar o processo. Dependendo de como o sistema é idealizado, um

cartão ou um conjunto de cartões chamados Kanban pode dar início ao processo de

compras.

5.4.2.2 Cartões Kanban

Tendo como seu siginificado, placa visível, o Kanban é um cartão que sinaliza e

controla os fluxos de produção ou transportes em uma indústria. Estes cartões podem

ser trocados por outro sistema de sinalização, como luzes, caixas vazias e até locais

vazios demarcados.

Desta forma, o Kanban é colocado em peças ou partes específicas de uma linha

de produção, para indicar a entrega de uma determinada quantidade. Quando se

esgotarem todas as peças, o mesmo aviso é levado ao seu ponto de partida, onde muda

num novo pedido para mais peças. Quando for recebido o cartão ou quando não há

nenhuma peça na caixa ou no local determinado, então deve-se movimentar, produzir ou

solicitar a produção da peça.

O Sistema Kanban é geralmente formado por quadros e cartões visuais que

auxiliam o planejamento da produção e o controle de estoques. De acordo com a

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quantidade de cartões disponíveis nos quadros, são tomadas as decisões priorização de

produção e até mesmo de paradas de linha para manutenção.

Mesmo que não sendo algo novo, os cartões Kanban auxiliam e muito as

empresas a ter um melhor controle de seus recursos materiais.

5.5 O Administrador de Materiais

O administrador tem como funções o planejamento, organização, comando e

controle. E tais funções devem ser aplicadas dentro da empresa em qualquer um de seus

setores. Não diferente dos demais, o estoque também merece atenção especial em se

tratando de visar o aumento da produtividade e dos resultados. Assim, o administrador

atua em relação a gestão de materiais, no que diz respeito a orientar e controlar as

atividades de organização, rotinas de trabalho e determina os métodos, planejando a

utilização eficaz de mão de obra, equipamentos, materiais, etc.

5.6 Procedimentos Fundamentais na Gestão de Materiais

Para Viana, “Administrar com eficiência e exatidão o movimento de entradas e

saídas dos materiais necessários à empresa – o quê, quanto, quando e como comprar –

não é tarefa simples.” (VIANA, 2010).

Tudo isso porque procedimentos fundamentais a gestão de materiais como o que

deve ser comprado, quando deve ser comprado, porque preço deve ser comprado, entre

outras, implica uma série de preocupações envolvidas; devem ser bem administrados.

Desta forma, não adianta, por exemplo, querer comprar um lote muito grande de

uma mistura para fazer protetor no inverno, se nesta época muitos não usam.

5.6.1 Cadastramento

O cadastramento de materiais visa o cadastro dos materiais necessários à

manutenção e ao desenvolvimento da empresa. Tudo isso implica em ter que reconhecer

a classificação, codificação e especificação do material envolvido.

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5.6.2 Gestão

Ao administrador através da gestão de materiais, é permitido verificar se os

estoques estão sendo bem utilizados, bem manuseados e bem controlados em relação

aos setores que deles se utilizam. Ou seja, a gestão visa o gerenciamento dos estoques

através de técnicas que definem os níveis de ressuprimento, acompanhando também sua

evolução.

5.6.3 Compras

Através das compras é que a empresa supre suas necessidades de aquisição de

materiais, tendo como objetivo, buscar no mercado as melhores condições comerciais e

técnicas.

Este é um processo muito importante para o controle dos recursos materiais. Ou

melhor, a gestão dos recursos materiais é que determinará se a compra foi bem feita ou

não. Isto quer dizer que se não se sabe controlar bem o estoque, sem ao menos ter

certeza dos itens nele contido, corre-se o sério risco de comprar além do que deve, ou

comprar algo que já se tem.

As compras tem a função de identificação e seleção de fornecedores habilitados

a atender às necessidades referentes a prazo, quantidade e qualidade do cliente.

Hoje o relacionamento cliente-fornecedor é totalmente diferente de alguns anos

atrás ,quando cada um procurava tirar o máximo de proveito do outro ,e, se não eram

inimigos, pelo menos a desconfiança era mutua. Atualmente o relacionamento é do tipo

parceria, com elevada confiança, em que cliente e fornecedor se ajudam sempre na

procura de soluções eficazes e que possam trazer mais benefícios aos consumidores

finais.

Atualmente a função compras é vista como parte do processo de logística das

empresas, ou seja, parte integrante da cadeia de suprimentos. Por isso, muitas empresas

passaram a usar a denominação gerenciamento da cadeia de suprimentos ou

simplesmente gerenciamento de suprimentos, um conceito voltado para o processo, em

vez do tradicional compra voltado para as transações em si, e não para o todo.

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5.6.3.1 O sinal da demanda

O sinal da demanda é a forma sob a qual a informação chega à área de compras

para desencadear o processo de aquisição de bem material ou patrimonial. No caso de

bens patrimoniais, o sinal pode vir, por exemplo, de um estudo de viabilidade ou de

uma necessidade de expansão. Já no caso de obras públicas, ele pode ser resultado, entre

vários outros, de um estudo de mercado ou de necessidade sociais.

Toda e qualquer empresa deve tem que definir a forma como administrar seus

estoques, principalmente por causa das exigências da implantação dos sistemas

informatizados, hoje presentes em quase todas as empresas.

Regras como essas definem a estrutura dos modelos de estoque ou, modelos de

administração dos materiais que procuram responder às perguntas: quando e quanto

comprar.

No caso de recursos materiais, alguns exemplos de formas de sinal da demanda

são: Solicitação de Compras, MRP (materials requirement planning), Sistema de

Reposição Periódica e Sistema de Reposição Contínua.

5.6.3.1.1 Solicitação de compras

É por meio da solicitação de compras (FIG. 3) ou requisição de compras, que

qualquer unidade organizacional ou mesmo colaborador qualquer, manifesta a sua

necessidade de comprar um item para uso em beneficio de empresa.

A solicitação de compras é enviada á área de compras que providenciará,

seguindo procedimentos estabelecidos, a compra do material.

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Figura 3 - Solicitação de Compras

Fonte: MARTINS; ALT, 2006, p. 118

5.6.3.1.2 MRP

O MRP ou planejamento das necessidades de materiais é uma técnica que

permite determinar as necessidades de compras dos materiais que serão utilizados na

fabricação de um certo produto.

Desta forma, de acordo com uma lista de materiais obtida através da estrutura

analítica do produto, também conhecida por arvore do produto ou explosão do produto,

em função de uma demanda dada, o sistema (computador), calcula as necessidades de

materiais que serão utilizados e verifica se há estoques disponíveis para o atendimento.

Se por acaso não há material em estoque na quantidade necessária, ele então emite uma

solicitação de compra (para itens comprados) ou até mesmo uma ordem de fabricação

(para os itens fabricados internamente).

Assim, o processo de compras é facilitado pelo MRP.

5.6.3.1.3 Sistema de Reposição Periódica

No sistema de reposição periódica, deve ser estabelecido um período em que se

farão as compras, como por exemplo, de três de três meses. E então deve-se emitir um

novo pedido de compra. Os itens que já tiveram saídas são novamente comprados de

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acordo com a regra de somente comprar a quantidade que falta para o item chegar em

seu estoque máximo previamente determinado.

5.6.3.1.4 Sistema de Reposição Contínua

O sistema da Reposição Continua, também podendo ser chamado de sistema do

ponto de pedido ou até mesmo de lote padrão, é o mais popular método utilizado nas

fabricas e consiste em disparar o processo de compra quando o estoque de certo item

atinge um nível previamente indicado. O cálculo do ponto de pedido se dá em função do

consumo médio e do prazo de atendimento.

5.6.4 Recebimento

O processo de recebimento é uma atividade que visa garantir o desembaraço dos

materiais adquiridos pela empresa, sendo que este processo zela para que as entradas

reflitam as quantidades estabelecidas, com os preços, quantidades e épocas

especificadas.

5.6.5 Almoxarifado

O almoxarifado é o local que guarda fielmente os materiais confiados da

empresa, objetivando a preservação e integridade dos mesmos.

Almoxarifado e armazenagem são denominações diferentes que exercem a

mesma função para os estoques. A definição de armazenagem de acordo com Lopes e

Moraes é dada da seguinte forma:

A função armazenagem compreende as atividades de guardar, localizar,

manusear, proteger e preservar os materiais, comprados, produzidos e

movimentados por uma empresa, com o objetivo de atender às suas

necessidades operacionais, sejam elas de consumo, de transformação ou de

revenda. (LOPES; SOUZA; MORAES, 2006. p. 155).

Sua eficiência depende entre outras coisas, da melhor utilização de sua

capacidade volumétrica. É a partir de uma boa organização de estoque que facilidades e

praticidades como encontrar o item que procura que obtemos um melhor desempenho

de produção, por exemplo.

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O funcionário específico da área do almoxarifado é chamado de almoxarife. Este

profissional tem que ser principalmente em caso de grandes empresas, habilitado para o

cargo. Este profissional deve possuir alto grau de honestidade, confiança e disciplina.

O controle do almoxarifado depende de um sistema eficiente que deve fornecer

em todos os momentos as quantidades que se encontram à disposição e a localização de

cada uma delas. Um exemplo de boa organização do almoxarifado é dispor os itens em

endereçamentos.

Deve-se ter um cuidado muito grande na organização e disposição do

almoxarifado. Produtos perecíveis, tóxicos e inflamáveis, por exemplo, devem ser

dispostos em locais diferentes e propícios para cada tipo, para evitar que haja problemas

grandes como intoxicação, incêndio, etc.

Alguns documentos podem ser utilizados para melhor atender as rotinas de

trabalho dentro do almoxarifado. Entre eles, está o simples bloco de pedidos, que

controlam de maneira eficiente (principalmente se o almoxarife tiver este perfil)

entradas e saídas do almoxarifado.

5.6.6 Inventário Físico

O inventario físico consiste exatamente na contagem física dos itens de estoque.

Se acaso houver diferenças entre o inventario físico e os registros do controle de

estoques, então devem ser feitos os ajustes conforme as recomendações contábeis e

tributárias.

Assim, os inventários servem para controlar até mesmo o fluxo de caixa, que

pode ser feito em qualquer organização. Estoque em excesso significa gastar dinheiro à

toa, arcar com um custo que não traz beneficio algum. E Qualquer custo, seja ele

relacionado á produção, à administração de materiais ou simplesmente, ao estoque, pode

ser reduzido se for bem gerenciado. Se os recursos mais utilizados, como ativos fixos,

mão de obra e energia forem bem administrados, o produto ganhará em qualidade, e o

custo total final será menor.

Os inventários físicos podem ser efetuados de modo periódico ou rotativo. Ele é

chamado de periódico quando em determinados períodos (normalmente no

encerramento dos exercícios fiscais, ou duas vezes por ano) faz-se a contagem física de

todos os itens do estoque, colocando então nesse caso, um numero bem maior de

pessoas com a função especifica de contar os itens. É uma força-tarefa designada

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exclusivamente para esse fim, já que tal contagem deve ser feita no menor espaço de

tempo possível (geralmente de um a três dias). Já os inventários rotativos

permanentemente se contam os itens de estoque, pois nesse caso faz-se um programa de

trabalho de tal forma que todos os itens sejam contados pelo menos uma vez dentro do

período fiscal (normalmente um ano).

5.6.1.1 Procedimentos

Para haver o controle do estoque, primeiramente é necessária a observância dos

procedimentos em vigor. Assim, a análise das divergências constatadas oferece uma

ótima ocasião para a correção dos desvios observados.

5.6.1.2 Recebimentos

As normas que asseguram a empresa quanto ao recebimento de suas mercadorias

são essenciais para que no processo de recebimento, tenha a conferência da quantidade

recebida.

Um dos principais erros de estoques está relacionado com a não conferência das

matérias e quantidades solicitadas. Assim, faz-se o lançamento da nota, sem saber se o

lançamento feito está correto.

5.6.1.3 Localização

A localização é uma peça muito importante no controle de estoque, pois a não

localização de um material pode resultar na necessidade de comprar ou produzir um

item.

A melhor maneira para se encontrar um material quando se precisa dele, é

associada a uma determinada localização no almoxarifado, pois todo item de estoque

tem que ter endereço certo.

Para uma melhor e rápida localização dos estoques, foi criada uma forma de

endereçamento dos itens estocados para que eles possam ser facilmente localizados. É

imprescindível, nos dias de hoje, com a automatização dos almoxarifados, a definição

de um critério de endereçamento. Abaixo, uma das mais variadas e formas de

endereçamento utilizadas:

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Endereço: AA. B. C. D. E

Onde: AA: Código do almoxarifado ou área de estocagem

B: Número da rua

C: Número da prateleira ou estante

D: Posição horizontal dentro da posição vertical

Exemplo: Qual a localização correspondente ao código de endereçamento 25.3.2.1?

Solução: Material estocado no almoxarifado 15, na rua 5, na prateleira 2, local vertical

2,no segundo boxe horizontal.

A Figura 4 mostra exemplo físico de como fica este endereçamento nas

prateleiras.

Figura 4 - Armazenagem: Etiquetas de Identificação

FONTE: ARMAZENAGEM, 2008

5.6.1.4 Conferência

Por intermédio de inventário, é possível criar uma confiabilidade dos estoques,

quando se faz a conferência na chegada de qualquer material na empresa. Produtos

pequenos e em grandes quantidades demandam um pouco mais de tempo pra serem

conferidos, mas desde que isso ocorra antes de colocá-los à disposição para uso ou

venda no estoque, é válido.

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5.6.1.5 Época ideal para realização do Inventário

Os inventários geralmente são feitos anualmente em época de balanço. Porém

esse método exige a paralisação das atividades durante o transcorrer do processo de

contagem, além de que o nível de confiabilidade não melhora e os almoxarifes têm que

reaprender ano após ano.

No caso de empresas de grande porte, isso é impossível, restando então a elas, a

opção de inventário rotativo, que é alicerçado a recursos de informática. Sem grandes

esforços, com custos distribuídos, fazendo com que cada vez mais os almoxarifes se

tornem especialistas no processo e no ajuste, além de que sempre haverá o

aprimoramento da confiabilidade.

A época e tipo de inventário ideal vai depender de cada empresa. Se acaso esta

for uma grande empresa, é impossível, como já foi dito, que se façam inventários

anuais, ao mesmo tempo que às vezes também não compense para uma pequena

empresa ter que esperar um ano para fazer seus inventários, se um controle periódico

pode resolver os seus problemas de falta de controle de seus recursos materiais.

5.7 Parâmetros e Modelos de Ressuprimento

Cabe a cada empresa, antes de fazer qualquer compra a análise de seus estoques

no sentido de determinar previamente a quantidade a ser ressuprida, para assim evitar os

prejuízos decorrentes de exageros nas estimativas, por excesso ou falta.

Para tanto, existem vários modelos que servem de auxílio. O estoque máximo

(EM), que é baseado na quantidade máxima permitida para o material, aliado à

informática, sempre avisa o momento em que se deve comprar para o produto voltar

para a sua quantidade máxima predefinida.

O estoque de segurança (ES), também chamado de estoque mínimo, se diz da

quantidade mínima capaz de suportar um tempo de ressuprimento até mesmo superior

ao programado. Assim, toda vez que o estoque estiver em seu mínimo, é desencadeado

providências como a ativação das encomendas em andamento, objetivando evitar que

haja a ruptura do estoque.

Para Chopra e Meindl (2003) os estoques de segurança servem para amenizar os

efeitos da variabilidade da demanda. Quanto maior a variabilidade, mais difícil é a sua

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previsão, no sentido também de que se há uma menor variabilidade da demanda, melhor

a previsão.

Já o fator de segurança (K) existe principalmente para assegurar imprevistos

como crises periódicas de fornecimento e consumo. Desta forma, é determinado um

fator de segurança para corrigir as distorções que podem existir.

O estoque real (ER), diz exatamente da quantidade real existente de estoques no

almoxarifado para que assim possa saber quando e quanto comprar.

O estoque virtual (EV) dá o resultado do estoque real existente no almoxarifado

mais as quantidades de encomendas em andamento.

O estoque de cobertura (EC) serve para indicar por quanto tempo o estoque

suportará o consumo sem que haja a reposição do mesmo.

O nível de reposição (NR), é a quantidade que ao ser atingida virtualmente em

declínio, avisa o momento em que deve ocorrer o pedido de compra. Este nível garante

que o consumo do material durante o tempo de ressuprimento, não atinja seu estoque

mínimo.

O tempo de ressuprimento (TR) é o intervalo que há entre a emissão do pedido

de compra e o efetivo recebimento. Ele desempenha papel muito importante na

determinação do nível de estoque, uma vez que deve ser bem planejado para que não

ocorra, por exemplo, de ser longo demais e faltar material para atender aos clientes.

O ponto de ruptura (PR) é exatamente onde o ponto de estoque se torna nulo. Ou

seja, zerado. Isso ocorre quando o consumo é muito elevado e contínua a demanda de

material. Deve-se ter uma atenção dobrada quando isso tiver a possibilidade de

acontecer, para que não ocorra de fato.

O intervalo de cobertura (IC) geralmente é uma programação para duas compras

consecutivas, para o qual pretende-se cobrir o consumo com a quantidade de uma

aquisição.

E a quantidade a comprar (QC) de diz da quantidade de material otimizada para

aquisição, quando atingido o nível de reposição e prevista para consumo durante o

período de cobertura.

5.8 Análise dos Estoques

De acordo com Martins e Alt:

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Como os estoques representam uma parcela dos ativos das empresas, então

devem ser encarados como um fator potencial de geração de negócios e de

lucros. Assim, cabe ao administrador verificar se estão tendo a utilidade

adequada ou sendo um “peso morto”, não apresentando o retorno sobre o

capital neles investido. (MARTINS, ALT, 2006, p.198).

Nem sempre ter estoque significa ter sucesso, ou seja, muitos pensam que ter um

grande volume de materiais para atender aos clientes é ter um retorno grande já que

sempre têm o que oferecer. Porém não avaliar se este estoque está realmente circulando,

dando o retorno que deve, muitas vezes leva a empresa a um grande prejuízo que às

vezes custa fazê-la perceber que a causa está em sua gestão de materiais.

É necessária muita atenção principalmente por parte dos administradores ou

gestores das empresas, em relação a sua gestão de materiais, pois controlar bem estes

recursos é ter uma chance bem grande de sucesso.

5.8.1 Giro dos Estoques

O giro de estoques ou rotatividade mede quantas vezes, por unidade de tempo, o

quanto o estoque se renovou ou girou. É a avaliação do capital investido em estoques

comparado com os custos das vendas anuais, ou da quantidade média de materiais em

estoques dividido pelo custo anual das vendas. A fórmula é dada por: Giro de estoques

= Valor consumido no período /Valor do estoque médio no período.

A avaliação da Gestão de Estoques por meio da Rotatividade é muito útil e

rápida, facilitando a análise situação operacional da empresa, e é um padrão

mundial de análise e comparação. Quanto maior for o número da

rotatividade, melhor será a administração logística da empresa, menores

serão os custos e maior será sua competitividade. (POZO, 2010, p.37).

A Tabela 7 abaixo mostra que no Brasil, a média de rotatividade das empresas é

de 14 giros ao ano, um valor muito baixo, comparado com os padrões mundiais.

Tabela 7 - Giros de estoques por ano, média das empresas

Índices de 97

(Médias)

Brasil

Mundial

(EUA, Europa e

Ásia)

Japão

Rotatividade

(giros de estoque)

14

80

160

Fonte: POZO, 2010, p. 37

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5.8.2 Sistema de Planejamento e Previsão de Estoques

Cabe ao administrador de estoques, prever a demanda e informar aos

fornecedores de materiais, para que os clientes sejam sempre atendidos. Para determinar

as quantidades e prazos a seres estabelecidos, deve-se analisar as situações que afetam a

demanda. A empresa deve considerar informações como influência da propaganda,

variações decorrentes de modismos, crescimento populacional, etc. Juntamente com

isso, analisar a opinião de gerentes, vendedores, compradores e pesquisa de mercado.

Atrelado a esses dados, deve-se obter meios matemáticos que levarão a uma melhor

precisão dos dados desejados.

Para tanto, determinar a evolução de demanda do mercado é importantíssimo.

Esta demanda pode ser constante (na qual o volume permanece constante sem grandes

variações no decorrer co tempo), sazonal (no qual o volume de consumo passa por

oscilações regulares com alguns desvios de demanda) ou de tendência ( no qual existe

drasticamente um aumento ou diminuição no decorrer de um período ou ano).

De acordo com Pozo (2010), deve existir na empresa, um sistema de

planejamento de estoques mesmo que seja impossível conhecer a demanda futura. É

necessário para tanto, manter um nível de estoque que assegure disponibilidade de

produtos às demandas. Com tudo isso, é necessário avaliar também o objetivo do custo

e o objetivo de nível de serviço.

5.8.2.1 Objetivo do Custo

No objetivo do custo, deve-se buscar um balanço entre os custos de

armazenagem, de pedidos e de falta para melhor atender à demanda de mercado. Por

mais conflitante que sejam estes custos, uma vez que quanto maior a quantidade

estocada, maior é o custo de manutenção e quanto maior estoque, menor numero de

pedidos e maiores lotes de compras; implicando em menores problemas de falta; o

objetivo é minimizar o custo total, que é a somatória dos três custos.

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5.8.2.2 Objetivo de nível de serviço

Já o objetivo de nível de serviço, visa atender às necessidades do cliente em

relação a datas e à presteza de entrega dos pedidos. Isto significa que a empresa terá que

definir um percentual de grau de atendimento, ou seja, determinar, por exemplo, que

quer atender 90% da demanda de acordo com prazos solicitados pelo mercado. Para

tanto, deve-se levar em consideração, que quanto maior o grau de atendimento, maiores

serão os custos de manutenção de estoques, levando os custos a valores insuportáveis

para a empresa.

Abaixo (FIG. 5), é possível verificar que quanto maior o grau de atendimento,

maiores os custos de manutenção de estoques.

Figura 5 – Investimento em estoques para diversos níveis de serviços

Fonte: POZO, 2010, p. 33

Antes de determinar com que grau de atendimento trabalhar, é bom analisar

como está o planejamento de estoques, sua gestão de estoques. Para tanto é necessário

obter o resultado do retorno de capital e o giro dos estoques ou rotatividade (que já

foram vistos acima).

Para o retorno do capital, é necessário o valor do lucro das vendas anuais, que

será dividido pelo capital investido em estoques. Para uma boa administração de

estoques, o capital deve situar-se acima de um coeficiente 1.

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5.9 Análise e Curva ABC

A análise ABC é uma das formas mais usuais de examinar estoques.

Segundo Rocha (1996), a classificação ABC é um método de controle de

estoque no qual os materiais são separados por classe para serem melhores analisados.

Essa análise consiste na verificação, em certo espaço de tempo (normalmente

seis meses ou um ano), do consumo, em valor monetário ou quantidade dos itens de

estoque, para que eles possam ser classificados em ordem decrescente de importância.

Para os itens mais importantes de todos, de acordo com valor e quantidade, dá-se a

denominação itens classe A. Já aos intermediários, itens classe B; e aos menos

importantes, itens classe C.

Não existe forma totalmente aceita de dizer qual o percentual do total dos itens

que pertencem à classe A, B ou C. Os itens A são os mais significativos, podendo

representar algo entre 35% e 70% do valor movimentado dos estoques, os itens B

variam de 10% a 45%, e os itens C representam o restante. Isto vai depender da

empresa, dos materiais com que ela trabalha.

Geralmente, de 10% a 20% do total de muitas empresas, são itens da classe A,

enquanto uma grande quantidade, em torno de 50%, são da classe C e 30% a 40% são

da classe B.

Já a curva ABC assim como a análise ABC, é um importante instrumento para o

administrador; pois permite identificar aqueles itens que justificam atenção e tratamento

adequados quanto à sua administração. De acordo com a importância de cada item é que

se obtém a curva ABC.

Portanto, uma vez obtida a sequencia dos itens e sua classificação ABC, resulta-

se então imediatamente a aplicação preferencial das técnicas de gestão administrativas,

conforme a importância dos itens.

A curva ABC tem sido usada para a administração de estoques, definição de

políticas de vendas, estabelecimento de prioridades para a programação da produção e

para vários outros problemas usuais nas empresas.

Assim, após os itens terem sido ordenados pela importância relativa, as classes

da curva ABC podem ser definidas das seguintes maneiras:

Classe A: Grupo dos itens mais importante que devem ser trabalhados com uma

atenção especial pela administração.

Classe B: Grupo intermediário.

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Classe C: Grupo de itens menos importantes em termos de movimentação, mas que, no

entanto requerem atenção pelo fato de gerarem custo de manter estoque.

O primeiro processo a se fazer para determinar a análise ABC é fazer um

levantamento dos materiais e quantidades consumidas dos itens de estoque com seus

respectivos preços unitários durante um determinado ano-base.

Tabela 8 – Apresentação de movimentação da empresa Condor

Fonte: MARTINS; ALT, 2006, p. 211

Logo após esta etapa, deve-se calcular o valor monetário consumido de cada

produto no ano-base. Para isso, basta multiplicar a quantidade consumida pelo custo por

unidade.

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Tabela 9 – Cálculo do valor monetário consumido no período

Fonte: MARTINS; ALT, 2006, p. 212

Depois de saber os custos totais de cada unidade de material, deve-se então

ordená-los de forma decrescente no valor consumido durante o período, somando todos

os valores para chegar ao valor total de todos os itens consumidos.

Tabela 10 – Itens ordenados de forma decrescente

Fonte: MARTINS; ALT, 2006, p. 212

Após esses cálculos, é necessário calcular os percentuais da cada um dos itens

em relação ao total.

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Tabela 11– Curva ABC

Fonte: MARTINS; ALT, 2006, p. 213

Ao analisarmos a Tabela 11, verificamos que os três primeiros itens (2035, 1030,

1020), representam 60% dos gastos totais com materiais de estoques no período; sendo

classificados, portanto, como itens de classe A. Os quatros seguintes (2050, 6070, 2015,

30,55), representam mais que 25% dos gastos e são classificados como itens classe B. E

os outros oito itens restantes, que representam 15%, são os de classe C.

Assim pode-se então determinar a curva ABC, como pode ser visto na Figura 6 .

Figura 6 – A Curva ABC

Fonte: MARTINS; ALT, 2006, p. 214

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Assim, através da análise e curva ABC, classificamos os itens dos mais

importantes aos menos importantes. Isto nos permite, principalmente pela dificuldade

de implantar um controle de estoque 100% eficaz, de pelo menos trabalharmos

primeiramente em cima dos itens considerados mais importantes. Não esquecendo que

pode começar por eles, mas sem desconsiderar o restante, porque talvez, por ser em

grande quantidade, os itens de classe C sejam de grande valor no montante total, de

forma também que o custo para mantê-los seja alto. Portanto, todos os itens devem ser

analisados e trabalhos a questão de seu controle.

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6 ESTUDO DE CASO NA FARMÁCIA ESSÊNCIA

6.1 Apresentação da Empresa

Em 06/06/2006 fundou-se uma nova Farmácia de Manipulação em Paracatu:

Farmácia Essência, específica no ramo de Manipulação.

Sua razão social: SAM FARMACIA LTDA, foi criada com as três iniciais dos

sócios, na época: Sérgio, Adriana e Moema. Atualmente conta com dois sócios: Adriana

Gonçalves Simplício Dias e Ivan melo Franco Dias. Cada um responde por uma cota de

50% da empresa.

Localizada à rua Goiás, 471 – lojas 04 e 05, Centro- Paracatu – MG, tem como

ponto estratégico este local, uma vez que muito movimentado por ser ponto de parada

de ônibus e, ser próximo de outras três farmácias, o que faz com que o cliente investigue

primeiro em qual quer fazer ou comprar seu medicamento manipulado, já que não

precisa ir mais longe para comparar preços, atendimento, etc.

Hoje a Farmácia conta com cinco funcionárias, das quais três são do setor de

manipulação e duas recepcionistas, sendo também que uma funcionária da manipulação

é específica para a atividade de controle de qualidade, confirmando então a qualidade do

próprio estabelecimento.

Como em muitas empresas, a farmácia tem uma grande dificuldade no diz

respeito a gestão, controle de seus recursos materiais. Esta é a razão do

desenvolvimento deste projeto, com o objetivo de estabelecer um método de controle

para o estoque da farmácia.

6.2 Missão da Empresa

Fornecer aos seus clientes produtos de qualidade, que promovam o bem estar e

saúde da comunidade.

6.3 Valores da empresa

a) Ética;

b) Qualidade;

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c) Satisfação do cliente;

d) Compromisso com a saúde e bem estar das pessoas.

6.4 Situações encontradas na Empresa

O controle de qualidade feito a todas as matérias-primas que chegam na

farmácia é um ponto positivo principalmente porque é através dele que se cria uma

relação de confiança entre farmácia e fornecedor e farmácia e cliente.

A “confiança é largamente tida como o elemento chave em parcerias de sucesso,

mas também, de longe, o elemento mais difícil de ser desenvolvido e mantido.”

(SLACK, CHAMBERS, JOHNST, 2002, p. 433).

Procurando sempre inovar, a farmácia investe hoje em visitações médicas, que

como diferencial, busca uma parceria com médicos para garantir que o paciente ao sair

do escritório, possa ser direcionado para um local de qualidade e competência para a

manipulação de seus medicamentos.

Apesar dos investimentos feitos pela farmácia, para, sobretudo garantir

qualidade e confiança, a mesma tem uma grande fraqueza em relação a sua gestão de

materiais. O estoque físico existente e a quantidade descrita no sistema (computador)

não tem coerência. Isto se torna um problema grande no sentido de que muitas vezes, os

pedidos dos clientes não podem ser atendidos. Como conseqüência também, os

processos de compras apresentam falhas.

O problema da gestão de materiais na farmácia está ligado a todos os processos

dentro da empresa. Todas as áreas são responsáveis por esta falta de controle, porém a

de maior peso é o espaço da própria manipulação.

A falta de controle ou até mesmo desperdício, desvios e perdas de matérias-

primas é algo que está oculto, mas que tem que ser bem trabalhado para que não mais

ocorra, senão cada vez mais os prejuízos aumentarão.

6.5 Apresentação e análise dos dados encontrados na empresa

O primeiro passo que se deve dar rumo a um controle de estoque é a contagem

de todos os seus itens existentes no almoxarifado. Porém como isto é muito complexo

para a farmácia de manipulação em questão, no sentido de que não pode ser

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disponibilizados dias de portas fechadas para fazer a contagem de seus itens (que tem

um total superior a 1000 unidades), a melhor solução é trabalhar esta questão aos

poucos. Até porque outra dificuldade maior ainda em relação a estas matérias - primas é

a pesagem de cada uma delas.

De acordo com o gráfico abaixo (FIG. 7) dado pelo próprio programa na

Farmácia, podemos separar o estoque em classes (ex: controlados, diuréticos,

antibióticos) para assim ir trabalhando cada uma delas aos poucos. Não é necessário

fechar as portas para se fazer isto. Basta denominar um funcionário para esta função,

afinal mesmo que tenha que pagar hora extra a este, o valor a ser pago, nem deve ser

comparado com o retorno que se terá com o estoque controlado.

As dificuldades encontradas para implantar um projeto de controle como este,

minimizam quando se pode dividir o estoque em categorias para trabalhá-las aos

poucos. Desta forma, nada mais justo que começar por aquelas que dão um maior

retorno para a empresa.

Sendo assim, foi possível determinar que no ano de 2011, a categoria que

sobressaiu as demais foi exatamente a dos controlados, como pode ser visto na FIG. 7

abaixo.

Figura 7 – Os 10 produtos mais vendidos em 2011

Fonte: Dados da Pesquisa

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Determinado então as 10 categorias que se sobressaíram no ano de 2012, e tendo

como a número 1, a classe dos controlados; na FIG. 8, encontram-se os 10 controlados

que tiveram um número maior de saídas e um retorno maior para a empresa.

Figura 8 – Os 10 controlados mais vendidos em 2011

Fonte: Dados da Pesquisa

Desta forma, a maneira mais fácil de começar a fazer o controle de estoque é

começando por esta categoria de controlados que foram considerados mais importantes.

Para tanto, a solução é desenvolver uma análise e curva ABC que de acordo com

Dias (2009), é um importante instrumento que permite a identificação dos itens que

justificam uma maior atenção para facilitar o tratamento adequado para eles.

A análise e curva ABC abaixo, ordenam dentro deste grupo de controlados, as

matérias a que se deve dar maior atenção em função principalmente do retorno que traz

a empresa.

*LEGENDA

Sibutramina Anfepramona

Femproporex Amitriptilina

Sertralina Citalopram

Fluoxetina Paroxetina

Venlafaxina Clonazepam

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Tabela 12 – Movimentação dos controlados

MATERIAS CUSTO UNITARIO QUANT. VENDIDA VALOR TOTAL CLASSIFICAÇÃO

AMITRIPTILINA 21,96R$ 93,89 2.061,97R$ C

ANFEPRAMONA 21,86R$ 103,259 2.256,95R$ C

CITALOPRAM 188,20R$ 98,575 18.551,60R$ B

FEMPROPOREX 54,71R$ 159,33 8.717,62R$ C

FLUOXETINA 95,84R$ 140,571 13.473,00R$ C

PAROXETINA 254,62R$ 88,9884 22.658,00R$ B

SERTRALINA 60,57R$ 143,13 8.668,96R$ C

SIBUTRAMINA 368,20R$ 73,03 26.889,30R$ A

TRETINOINA 6,08R$ 2130,58 12.950,81R$ C

VENLAFAXINA 77,95R$ 132,21 10.306,30R$ C

Fonte: Elaborada pela autora

Tabela 13 – Cálculo do valor monetário consumido

DESCRIÇÃO REAIS REAIS ACUMULADO CLASSIFICAÇÃO

0 0 0

SIBUTRAMINA 26.889,30R$ 26.889,30R$ A

PAROXETINA 22.658,00R$ 49.547,30R$ B

CITALOPRAM 18.551,60R$ 68.098,90R$ B

FLUOXETINA 13.473,00R$ 81.571,90R$ C

TRETINOINA 12.950,81R$ 94.522,71R$ C

VENLAFAXINA 10.306,30R$ 104.829,01R$ C

FEMPROPOREX 8.717,62R$ 113.546,63R$ C

SERTRALINA 8.668,96R$ 122.215,59R$ C

ANFEPRAMONA 2.256,95R$ 124.472,54R$ C

AMITRIPTILINA 2.061,97R$ 126.534,51R$ C

Fonte: Elaborada pela autora

Tabela 14 – Itens controlados ordenados de forma crescente

DESCRIÇÃO % % ACUMULADO CLASSIFICAÇÃO

- 0% 0%

SIBUTRAMINA 21% 21% A

PAROXETINA 18% 39% B

CITALOPRAM 15% 54% B

FLUOXETINA 11% 64% C

TRETINOINA 10% 75% C

VENLAFAXINA 8% 83% C

FEMPROPOREX 7% 90% C

SERTRALINA 7% 97% C

ANFEPRAMONA 2% 98% C

AMITRIPTILINA 2% 100% C

Fonte: Elaborada pela autora

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Figura 9 – Curva ABC

Fonte: Elaborada pela autora

De acordo com a curva ABC, a matéria sibutramina corresponde a 21% de todo

o total, sendo classificado como item A, de maior importância. Apesar de todos os itens

requerem muita atenção, esta matéria em específica tem que ter uma atenção redobrada

no sentido de que é necessário 5 itens tipo C para terem o mesmo peso que ela.

6.6 Proposta de melhoria

Já determinado então os itens que se deve começar a trabalhar no estoque, a

primeira coisa a se fazer é a contagem e pesagem de cada uma das matérias-primas

existentes, a começar pelos controlados que de acordo com a Curva ABC, representam

uma maior importância em todo o estoque. Após o término da contagem desses

materiais, deve-se prosseguir para as próximas categorias de acordo com a FIG. 7

anterior.

Após isto, um lançamento em um bloco de pedidos simples (FIG. 10) deve ser

feito para que o controle se dê através dele quando houver a necessidade de entrada e

retirada de material do almoxarifado. A cada semana, o denominado responsável pelo

controle de estoque, conferirá as matérias lançadas no bloco, com o sistema. Desta

forma, haverá o controle necessário para o acerto do estoque.

Assim Dias (2009) esclarece que “a finalidade de um controle não é

simplesmente a verificação da obediência; ela é bem mais ampla, no sentido de verificar

os objetivos a serem alcançados, e não somente suas fases intermediárias.”

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

%

% ACUMULADO

A B C

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Deve haver disponível pelo menos 10 blocos específicos para cada conjunto de

classe farmacêutica. O modelo abaixo é para pedidos de matérias controladas.

Figura 10 – Modelo de Bloco de pedidos

BLOCO DE PEDIDOS - CONTROLADOS

FARMÁCIA ESSÊNCIA

Data

Cliente

Interno Quantidade

Unid. de

Medida Descrição Devolução Consumo

Fonte: Elaborada pela autora

O lançamento feito no bloco de pedidos deve ser transmitido para quem tem o

acesso ao sistema (no caso o setor administrativo), para que possa conferir ou até

mesmo alterar no computador a quantidade realmente existente de certo item no

estoque. A diferença que houver entre o que é real e o que está lançado no sistema pode

ser baixada considerada como perda, por exemplo. Para uma atenção maior ainda das

funcionárias do setor de manipulação, as perdas devem ser justificadas.

A partir daqui, um método de controle é aplicado às pessoas envolvidas com o

estoque.

Uma providência que deve ser tomada antes de todos esses processos é a compra

de uma balança de precisão para o almoxarifado (sendo que para a situação, uma

balança que tenha 2 casas após a vírgula, é aceitável).

Portanto, um esquema de controle de estoque é montado de acordo com a figura

11.

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Figura 11 – Fases da administração da gestão de materiais

* LEGENDA

A Estoque de Matérias - Primas

B Estoque em Trânsito

C Estoque de Produtos Acabados

Fonte: Elaborada pela autora

Todas as matérias - primas que chegarem deverão ter normalmente seu controle

de qualidade, porém tendo também a conferência de sua quantidade antes de ser

colocada à disposição da manipulação. Qualquer diferença deve ser comunicada ao

setor administrativo para alterações no sistema.

Assim, toda vez que o funcionário tiver que ir buscar uma matéria-prima, deverá

antes de tudo, pesar o material e fazer a anotação no bloco de pedidos, colocando

também a quantidade que está sendo retirada (estoque de matérias-primas). Só depois

deve prosseguir para a manipulação.

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Nos estoques em trânsito (que englobam toda a parte de manipulação), depois de

usar a quantidade solicitada pela ordem de produção, o funcionário deve fazer uma nova

pesagem para conferência se voltará para o estoque (sobras) o que realmente restou da

diferença entre o que havia anteriormente e o que foi gasto. Fazendo a anotação do que

restou no bloco de pedidos no almoxarifado. Nem é necessário para não tomar muito

tempo, o funcionário colocar a quantidade que usou, no dia da conferência, o

responsável por tal , pode fazer os cálculos.

Prosseguindo, se a manipulação feita não tiver condizente com o que manda a

ordem de produção, o produto é considerado como perda e deve ser notificado para a

administração. Mas se a manipulação feita for coerente, resultar no que realmente pede

a ordem de produção, o produto alimentará o estoque de produto acabado (estoque de

produtos acabados) que terá como processo final, sua venda propriamente dita.

Em casos em que se usa uma matéria substituta para outra, ou o acréscimo de

uma em alguma fórmula, deve haver a notificação com o setor administrativo para que

possa mudar na ordem de produção e no sistema.

Este processo deve ser trabalhado também na recepção no momento em que se

conclui uma venda. Para tanto, uma tabela no Excel pode ser criada para facilitar um

pouco mais. Ao concluir uma venda (lembrando que isso só poderá ser feito uma vez

que estiver lançado todos os produtos com as quantidades realmente existentes no

estoque), o funcionário lança neste software, a quantidade que será retirada do estoque

para assim saber quanto que ainda existe. Desta forma, pode-se verificar o sistema pelo

menos uma vez por semana para conferir se as quantidades em estoques estão batendo.

Assim a cada fechamento de semana, deve haver a conferência dos blocos de

pedido com o sistema na intenção de eliminar qualquer diferença que possa haver.

6.7 Custos decorrentes da implantação do projeto

A seguir, uma tabela dos custos que terá a empresa na implantação deste projeto.

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Tabela 15 – Custos para implantação do projeto

CUSTOS PARA IMPLANTAÇÃO DO PROJETO

VALOR

FUNCIONÁRIO 804,54

BALANÇA 2.500,OO

IMPRESSÃO DE BLOCO DE PEDIDOS 50,00

VALOR TOTAL DO PROJETO 3354,40

Fonte: elaborada pela autora

Como dito anteriormente, haverá a necessidade de compra de uma balança para

o setor de almoxarifado. Como esta não tem necessidade de ter 4 dígitos depois da

vírgula, então custa mais barato.

O bloco de pedidos editado pela autora do projeto pode ser impresso na própria

farmácia, uma vez que o tonner da impressora que utilizam custa R$ 50,00 e um deles

dá para imprimir mais de 1.500 folhas. Desta forma, a empresa pode imprimir uma

folha de bloco de pedidos para cada produto existente. Assim, se na parte de controlados

existem 10 itens, é essa a quantidade de blocos para controlados que vai existir.

Conforme as verificações que ocorrerão aos finais de semana, vão havendo a reposição

dos blocos.

Talvez a questão mais difícil para a empresa seja a disponibilidade de um

funcionário para a contagem e pesagem dos itens de estoque, já que cada um tem sua

função e não sobra tempo para outras atividades. Porém é de suma importância para a

empresa, que escolha alguém dentre seus funcionários para que façam a contagem

destes itens, mesmo que seja para pagar hora extra, pois é importante que para tal

função, tenha alguém que já conheça os processos da empresa, além de que contratar

alguém de fora, além de gerar encargos trabalhistas (ficar mais caro), talvez não seja de

todo confiável.

Assim, baseado na experiência de uma funcionária que contou todas as cápsulas

existentes no almoxarifado (em média de 50.000 mil unidades) com aproximadamente 2

horas diárias durante 4 meses (na época a empresa disponibilizava de pessoal o

suficiente para que pudesse fazer isto sem precisar ser fora do período normal de

trabalho), pode-se definir que para a contagem destas matérias-primas, a funcionária

gastará no máximo 3 mês e meio fazendo duas horas extras por dia, durante os cinco

dias da semana. Isto tudo, contando que ela durante essas duas horas diárias conte pelo

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menos 15 unidades de matérias-primas (é um pouco demorado porque a cada produto,

deve-se anotar o nome, tirar do pote em que estiver para pesar somente a matéria-prima,

pesando o pote separado e anotando o valor do mesmo). Mesmo assim, essas 138 horas

custarão num total de R$ 804,54 (o que dependendo do funcionário, pode ser

combinado a forma de pagamento ou parcelada, ou valor menor ou até mesmo também

com alguns dias de folga como preferir), o que se fosse contratar alguém por fora para

fazer, custaria em média de R$ 450,00, porém teria o incômodo de primeiramente ter

que procurar águem que entendesse do assunto, fosse de confiança e estivesse

disponível para trabalhar firmemente durante esses meses necessários até terminar a

contagem, além também da existência de burocracia em ter que assinar carteira, pagar

encargos e depois ter que dar baixa na carteira. Mesmo que fosse alguém de fora para

trabalhar neste processo, teria que ser por essa quantidade de meses determinada,

porque senão a empresa teria que pagar um valor muito caro de uma vez, já que bem no

início, tem que comprar a balança para o almoxarifado. Outra questão positiva em

colocar o próprio funcionário da empresa para fazer estes procedimentos, é a questão da

motivação, principalmente se o funcionário escolhido for do tipo que topa tudo por

dinheiro.

Antes mesmo de haver a contagem destes itens e ser disponibilizados para cada

classe os blocos de pedidos, deve-se primeiramente fazer uma reunião com todos os

funcionários e explicá-los como acontecerá todo o processo, como deverão proceder em

relação ao novo método de controle de estoques. Deve-se deixar bem claro a

importância deste controle.

A tabela 16 a seguir demonstra o tempo em que cada processo deve ocorrer.

Tabela 16 – Cronograma de atividades a serem desenvolvidas para o controle do

estoque

CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS

PARA O CONTROLE

ATIVIDADES DATA

Compra da balança 3/9/2012

Reunião com os funcionários 8/9/2012

Escolha do funcionário para função 10/9/2012

Impressão dos blocos de pedidos 10/9/2012

Início da pesagem 11/9/2012

Finalização da pesagem 31/12/2012 Fonte: elaborada pela autora

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6.8 Considerações Finais

Controlar estoque não é uma tarefa fácil, tampouco complicada demais. Não é

necessário ter ferramentas ou softwares caros para isso, só depende de seguir algumas

regras que se bem estabelecidas, controlarão os recursos materiais sem grandes esforços

constantes.

Apesar da Farmácia Essência não ter um controle de estoques de seus materiais,

ainda não foi a falência por isso, mas é importante observar que há 4 anos de existência

e até hoje não foi implantado um método de controle para seus estoques que há muito

tempo vem apresentando esta divergência entre a quantidade realmente existente no

almoxarifado e no computador.

É interessando analisarmos que no caso por exemplo de uma matéria-prima

como a Sibutramina, um dos controlados que trazem um dos maiores retornos para a

empresa, além de ser difícil de encontrar, e custar caro, perder um pouquinho que seja

dela é um grande prejuízo. Geralmente uma fórmula desta matéria gasta 0,45g, o que se

for comparar com uma perda da mesma quantidade, equivale a R$ 50,00. Imagine só se

pelo menos 2 quantidades desta matéria são perdidas a cada lote de compra, sendo que

geralmente a cada 3 meses é que são feitas as compras. É um prejuízo de R$ 200,00 por

ano, lembrando que só desta matéria.

É neste sentido que o controle de estoques vai trabalhar para que ao longo do

tempo, a farmácia não tenha prejuízos grandes como este e outros possíveis.

Além de controlar o sistema de compras, o próprio controle de estoques

permitirá que nenhum cliente fique sem ser atendido por falta de uma matéria, por

exemplo.

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7 CONCLUSÃO

Ao longo do estágio realizado na farmácia Essência, vários aspectos foram

estudados, e detectou-se uma falha muito grande em sua gestão de materiais, falta de

controle de seus estoques.

De acordo com a situação da empresa, e através de outras pesquisas, um método

de controle de estoques é desenvolvido para a boa administração dos recursos materiais.

Este trabalho, portanto, fornece à empresa uma forma de controlar seus estoques,

com ferramentas simples, adquiridas no dia-a-dia, sem a necessidade de grandes

investimentos.

Agora, a empresa possui um plano de controle de estoque e basta aplicá-lo para

maximizar seus lucros e não ter prejuízos.

A necessidade de trabalhar hoje uma solução para controlar os estoques, é algo

em que todas as empresas deveriam, pensar. O prejuízo pode estar vindo exatamente

deste setor que às vezes é deixado de lado, e deixando-o passar, acabará por tendo

conseqüências graves.

Conclui-se, portanto, que a gestão de materiais é um dos fatores determinantes

de lucro e vantagem competitiva de uma empresa, desde que a mesma saiba trabalhar

estratégias para que isso ocorra.

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