GESTÃO UFSCar 2016-2020 CARTA-PROGRAMA CHAPA “Orgulho de … · GESTÃO UFSCar 2016-2020...

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1 GESTÃO UFSCar 2016-2020 CARTA-PROGRAMA CHAPA “Orgulho de ser UFSCar” APRESENTAÇÃO Ao longo dos últimos meses, um conjunto de servidoras e servidores, docentes e técnico- administrativos, bem como estudantes de graduação e pós-graduação, se debruçou sobre a análise das conquistas históricas e mais recentes da UFSCar, suas dificuldades e limitações advindas tanto de sua conjuntura interna, quanto do cenário nacional mais amplo e, a partir de princípios compartilhados, produziu propostas para o desenvolvimento da Universidade no próximo quadriênio que temos a satisfação de apresentar à comunidade universitária, neste momento, no Programa de Gestão da Chapa “Orgulho de ser UFSCar”, o qual nos sentimos no dever de defender pela apresentação de nossa candidatura à Gestão 2016-2020 da Universidade. Na composição da Chapa, para garantir o perfil necessário à condução de tamanha tarefa, buscamos contemplar a presença de gestores experientes em relação à própria Universidade e à atuação junto às diferentes instâncias com as quais ela se relaciona, com trânsito externo já demonstrado e, portanto, já testados para o que vem pela frente na atual conjuntura do País; de pesquisadores nacional e internacionalmente reconhecidos e, assim, com experiência comprovada para compreender e atender as demandas de nossa comunidade no que diz respeito aos avanços da Ciência, da Tecnologia e da Inovação tão necessários para o desenvolvimento social e econômico de nosso país; e docentes e técnico-administrativos que se incorporaram à UFSCar nestes últimos anos, que trazem um novo olhar que a gestão certamente precisará ter nesta Universidade que tanto se renovou. Já a opção pela denominação “Orgulho de ser UFSCar” decorre, primeiramente, do valor que atribuímos às características que definem nossa Instituição e a diferenciam no cenário nacional. Tais características decorrem, de um lado, de decisões tomadas desde o início da história da Universidade e, de outro, da defesa intransigente de processos participativos e democráticos de debate e tomada de decisão que, sem perder de vista princípios inegociáveis dentre eles a própria defesa desses espaços e processos democráticos, a qualidade como objetivo permanentemente buscado e o compromisso social como critério de suma relevância para a avaliação dessa qualidade e a luta incansável pela inclusão e pela democratização da Educação Superior e do acesso ao conhecimento , permitiu, ao longo dos anos, a construção de um projeto comum que se consolida a partir da capacidade de respeitar as diferenças e valorizar a diversidade. Ou seja, em outras palavras, é da Universidade reconhecida nacional e internacionalmente pela qualidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão que desenvolve e, concomitantemente, pelo compromisso social a partir do qual planeja e concretiza essas atividades, que nos orgulhamos e que nos propomos a defender e apoiar. A ideia do “Orgulho de ser UFSCar” também está relacionada à relevância cada vez maior de promoção do sentimento de pertencimento à Instituição de todas e todos que aqui trabalham e estudam e, também, de todas as pessoas que de diferentes maneiras, em algum momento de suas vidas, se relacionam com esta Universidade. Isto porque, se no parágrafo anterior falávamos de permanência de princípios e de um modelo de Universidade caracterizado pela excelência acadêmica com compromisso social , é preciso falar de transformação. Com o seu crescimento nos últimos anos e pela adoção de políticas inclusivas que ampliaram a diversidade de sua comunidade, a UFSCar também mudou. Há um conjunto significativo de servidoras e servidores que chegaram há poucos anos à Universidade, com quem é importante compartilhar essa história da UFSCar, mas que também precisam ter garantido o espaço para que possam construir a sua própria história na e da Instituição. De outro lado, é importante valorizar a experiência de quem conhece o cotidiano e os meandros da Universidade e, promovendo as condições de diálogo entre todas essas pessoas as que aqui acabaram de chegar e as que já construíram uma trajetória de muitos anos da UFSCar , potencializar as

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GESTÃO UFSCar 2016-2020

CARTA-PROGRAMA CHAPA “Orgulho de ser UFSCar”

APRESENTAÇÃO

Ao longo dos últimos meses, um conjunto de servidoras e servidores, docentes e técnico-

administrativos, bem como estudantes de graduação e pós-graduação, se debruçou sobre a

análise das conquistas históricas e mais recentes da UFSCar, suas dificuldades e limitações –

advindas tanto de sua conjuntura interna, quanto do cenário nacional mais amplo – e, a partir de

princípios compartilhados, produziu propostas para o desenvolvimento da Universidade no

próximo quadriênio que temos a satisfação de apresentar à comunidade universitária, neste

momento, no Programa de Gestão da Chapa “Orgulho de ser UFSCar”, o qual nos sentimos no

dever de defender pela apresentação de nossa candidatura à Gestão 2016-2020 da Universidade.

Na composição da Chapa, para garantir o perfil necessário à condução de tamanha tarefa,

buscamos contemplar a presença de gestores experientes em relação à própria Universidade e à

atuação junto às diferentes instâncias com as quais ela se relaciona, com trânsito externo já

demonstrado e, portanto, já testados para o que vem pela frente na atual conjuntura do País; de

pesquisadores nacional e internacionalmente reconhecidos e, assim, com experiência

comprovada para compreender e atender as demandas de nossa comunidade no que diz respeito

aos avanços da Ciência, da Tecnologia e da Inovação tão necessários para o desenvolvimento

social e econômico de nosso país; e docentes e técnico-administrativos que se incorporaram à

UFSCar nestes últimos anos, que trazem um novo olhar que a gestão certamente precisará ter

nesta Universidade que tanto se renovou.

Já a opção pela denominação “Orgulho de ser UFSCar” decorre, primeiramente, do valor

que atribuímos às características que definem nossa Instituição e a diferenciam no cenário

nacional. Tais características decorrem, de um lado, de decisões tomadas desde o início da

história da Universidade e, de outro, da defesa intransigente de processos participativos e

democráticos de debate e tomada de decisão que, sem perder de vista princípios inegociáveis –

dentre eles a própria defesa desses espaços e processos democráticos, a qualidade como objetivo

permanentemente buscado e o compromisso social como critério de suma relevância para a

avaliação dessa qualidade e a luta incansável pela inclusão e pela democratização da Educação

Superior e do acesso ao conhecimento –, permitiu, ao longo dos anos, a construção de um projeto

comum que se consolida a partir da capacidade de respeitar as diferenças e valorizar a

diversidade. Ou seja, em outras palavras, é da Universidade reconhecida nacional e

internacionalmente pela qualidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão que desenvolve

e, concomitantemente, pelo compromisso social a partir do qual planeja e concretiza essas

atividades, que nos orgulhamos e que nos propomos a defender e apoiar.

A ideia do “Orgulho de ser UFSCar” também está relacionada à relevância cada vez

maior de promoção do sentimento de pertencimento à Instituição de todas e todos que aqui

trabalham e estudam e, também, de todas as pessoas que de diferentes maneiras, em algum

momento de suas vidas, se relacionam com esta Universidade. Isto porque, se no parágrafo

anterior falávamos de permanência – de princípios e de um modelo de Universidade

caracterizado pela excelência acadêmica com compromisso social –, é preciso falar de

transformação. Com o seu crescimento nos últimos anos e pela adoção de políticas inclusivas

que ampliaram a diversidade de sua comunidade, a UFSCar também mudou. Há um conjunto

significativo de servidoras e servidores que chegaram há poucos anos à Universidade, com quem

é importante compartilhar essa história da UFSCar, mas que também precisam ter garantido o

espaço para que possam construir a sua própria história na e da Instituição. De outro lado, é

importante valorizar a experiência de quem conhece o cotidiano e os meandros da Universidade

e, promovendo as condições de diálogo entre todas essas pessoas – as que aqui acabaram de

chegar e as que já construíram uma trajetória de muitos anos da UFSCar –, potencializar as

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oportunidades de aprendizado mútuo e, também, de satisfação com a vida na Instituição. Uma

outra mudança fundamental diz respeito justamente à diversidade hoje felizmente presente na

Universidade, mas cuja simples presença, embora seja um passo fundamental, não implica

automaticamente seu reconhecimento, valorização e efetiva incorporação às rotinas e narrativas

institucionais. Assim, trabalhar no sentido de permitir que se desenvolva esse pertencimento e

que todas as pessoas possam ter orgulho não apenas desta Universidade, mas principalmente de

sua contribuição diária à sua construção, é fundamental para a continuidade do desenvolvimento

da Instituição.

Os princípios compartilhados que nos uniram na construção deste Programa de Gestão e

na proposição de nossa candidatura, em sua interação com essa convicção de que um dos grandes

desafios atuais é o cuidado com a inclusão de todas as pessoas que compõem a comunidade

universitária na definição dos rumos da Instituição, estão expressos nos diferentes textos e

propostas apresentadas nas páginas seguintes. Eles se traduzem, por exemplo, nos princípios de

excelência acadêmica com compromisso social e de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e

extensão sobre os quais apresentamos nossas propostas para os processos de formação, produção

e disseminação do conhecimento; em nosso compromisso com as ações afirmativas, a

diversidade e a equidade, bem como com o combate a todas as formas de violência, preconceito

e discriminação – de gênero, de pessoas com deficiência, racismo, lesbofobia, homofobia,

bifobia, transfobia, dentre outras; na adoção do conceito de internacionalização compreensiva,

ela também inclusiva; nas propostas voltadas ao aprimoramento dos processos de concretização

da gestão democrática e participativa, concomitantemente aos esforços de modernização da

gestão; em nosso compromisso com a sustentabilidade em todas as suas dimensões; no

reconhecimento de serem as pessoas o maior valor desta Instituição; e na compreensão da

transparência da gestão pública e do livre acesso ao conhecimento como deveres da

Universidade.

Detalhamentos desses compromissos são apresentados ao longo deste Programa.

Queremos destacar, nessa nossa apresentação, três aspectos centrais e articuladores de nossa

proposta. O primeiro é que, no cenário de crise econômica, política e social em que infelizmente

nos encontramos neste momento, a defesa da Educação superior pública, gratuita e de qualidade,

da universidade relevante para o País, será uma de nossas maiores tarefas, para a qual nos

sentimos preparados por termos participado intensamente das conquistas recentes da

universidade pública brasileira em geral e da UFSCar em particular, em uma trajetória ao longo

da qual adquirimos a experiência que será indispensável no enfrentamento de possíveis

retrocessos e na liderança da construção coletiva de soluções criativas para a crise. O segundo é

que o programa ora proposto se apresenta em um mundo em rápida transformação e para uma

Universidade que precisa se reinventar para responder a esses novos contextos, o que exige que

sejamos inovadores em todas as dimensões da gestão universitária, desde a flexibilização de

nossos currículos e a reconfiguração de nossos processos de produção e disseminação do

conhecimento até a incorporação das tecnologias digitais de informação e comunicação nas

rotinas da administração da Universidade. Por fim, é preciso avançar na garantia de condições

adequadas de estar na Universidade para todas as pessoas que estão na UFSCar, o que envolve

desde os desafios relacionados à permanência dos estudantes até a oferta de melhores condições

de trabalho a nossas servidoras e nossos servidores, docentes e técnico-administrativos.

Esses três aspectos permeiam todo esse Programa de Gestão, assim como nortearam a

composição da equipe que, neste momento, se apresenta para, junto com toda a comunidade

universitária, concretizá-los nos próximos quatro anos, certos de estarmos prontos para a tarefa e,

também, de que esta é uma proposta em permanente construção, que só fará sentido a partir do

diálogo que deveremos travar com a comunidade ao longo das próximas semanas e, também, de

toda uma possível futura gestão.

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1 FORMAÇÃO, PRODUÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO CONHECIMENTO

Norteada pela compreensão de que a equidade e o compromisso social se colocam como

critérios de suma relevância na avaliação da excelência acadêmica, a UFSCar enfrentou

concomitantemente, ao longo dos últimos anos, os desafios do crescimento da Instituição – que

dobrou de tamanho e conta agora com quatro campi – e da democratização do acesso à Educação

Superior pública, gratuita e de qualidade, especialmente pela implantação pioneira de um

Programa de Ações Afirmativas que foi, inclusive, referência para as políticas públicas nacionais

hoje estabelecidas. Tais esforços abarcaram não apenas os três campi já existentes – São Carlos,

Araras e Sorocaba –, mas envolveram também aceitar o imenso desafio de implantação do

Campus Lagoa do Sino.

A concretização do novo Campus, particularmente, tem exigido esforços intensos, frente

às características muito especiais da região onde está localizado. Além disso, foram adotadas, na

Lagoa do Sino, propostas curriculares e pedagógicas inovadoras que, em que pesem os desafios

decorrentes, têm nos ajudado – juntamente com outras experiências, dentre as quais destacamos

as da área da Saúde – a vislumbrar novos caminhos formativos que podem subsidiar

transformações importantes e necessárias em todos os campi da UFSCar.

Todo esse processo de expansão e transformação da UFSCar exigiu a construção de

novas estruturas que pudessem garantir a consolidação do crescimento e dar o suporte adequado

a uma Universidade profundamente renovada. Embora certamente ainda haja muito a avançar e

alguns obstáculos por superar, as conquistas são inegáveis quando se trata da construção de uma

Universidade cada vez mais diversa e inclusiva, assim como das possibilidades de concretização

plena do potencial de contribuição da UFSCar – por meio de suas atividades de ensino, pesquisa

e extensão – ao desenvolvimento de nosso País.

A realidade atual apresenta à UFSCar novos desafios que nos colocam a exigência de

construir coletivamente as alternativas, envolvendo toda a comunidade universitária. É nesse

contexto que apresentamos este primeiro conjunto de propostas mais diretamente relacionadas às

atividades de ensino – de graduação e pós-graduação –, pesquisa e extensão, bem como à

promoção da indissociabilidade entre elas.

Eixo 1 – Indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão – um princípio que requer

atenção permanente e contínua à sua concretização

À Universidade cabe produzir, sistematizar, criticar, proteger, integrar, divulgar e

difundir o conhecimento humano e, para tanto, três grandes categorias de atividades se dão em

seu interior: as de ensino, as de pesquisa e as de extensão. Embora cada uma delas guarde as suas

especificidades, é de sua articulação que dependem os resultados mais relevantes para a

sociedade, que incluem desde a caracterização das necessidades e a identificação de problemas

para gerar a produção do conhecimento até a realização de processos de intervenção e

disseminação do conhecimento disponível.

O princípio da indissociabilidade entre as atividades de ensino, pesquisa e extensão é

concretizado por meio de ações que estimulam e integram servidores docentes e técnico-

administrativos e estudantes de graduação e pós-graduação de diferentes áreas do conhecimento

no desenvolvimento de projetos multi, inter e transdisciplinares, em uma relação orgânica com a

sociedade.

O desafio de concretizar essa indissociabilidade em uma Universidade multicampi

significa, também, planejar, implementar e avaliar as atividades na perspectiva de promover a

integração entre áreas, espaços e instâncias em torno do compromisso de produzir conhecimento

para a transformação da sociedade e de colaborar na formação de cidadãs e cidadãos igualmente

comprometidos com essa transformação.

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● Avançar na adoção de mecanismos institucionais de registro, valorização e

fortalecimento de iniciativas de articulação entre ensino, pesquisa e extensão.

● Apoiar a criação de grupos/núcleos temáticos interdisciplinares e intercampi que

articulem as atividades de ensino, pesquisa e extensão e auxiliem a identificação de e

dialoguem com as demandas e problemas sociais.

● Aprofundar as relações entre ensino, pesquisa e extensão pela implementação de projetos

que contemplem diferentes espaços e tempos de ensino e aprendizagem, para além

daqueles tradicionalmente destinados à formação.

● Implementar as metas do Plano Nacional de Educação referentes à presença de atividades

de extensão nos projetos pedagógicos dos cursos de graduação, por meio da continuidade

do desenvolvimento das Aciepes (Atividades Curriculares de Integração entre Ensino,

Pesquisa e Extensão), dentre outras estratégias.

● Avançar no desenvolvimento do suporte administrativo à promoção da indissociabilidade

entre ensino, pesquisa e extensão, por meio da integração entre os diferentes sistemas

informatizados de gestão e registro dessas atividades (como, por exemplo, SIGA,

ProPGWeb, ProExWeb e SAGUI, dentre outros).

Eixo 2 – Formação na Graduação – Construindo novos caminhos formativos

Pensar atualmente o papel da Universidade na formação dos graduandos implica, a nosso

ver, discutir as relações dos atores envolvidos – todos reconhecidos como protagonistas no

processo formativo. O desafio se configura, internamente, em várias frentes. O crescimento

vertiginoso da UFSCar, a renovação do seu quadro de servidores (TAs e docentes) e as

importantes transformações culturais provenientes da política inclusiva que tem pautado os

processos de ingresso na graduação tornam mais ricas as possibilidades de interação entre os

atores dos processos formativos. Ao mesmo tempo, as mudanças tornam mais complexas as

formas de se conceber os processos de produção e disseminação do conhecimento e multiplicam

as possibilidades e maneiras de se propor e oferecer educação, nos diferentes níveis de ensino.

A UFSCar, ao longo de sua história, produziu importantes avanços nos diferentes

momentos em que se organizou para pensar o futuro da Instituição, mantendo vivos os princípios

que têm caracterizado a Universidade como um lugar de excelência acadêmica e relevância

social do conhecimento produzido e disseminado. O processo inclusivo vivido nos últimos anos

trouxe para nossos campi realidades locais distintas, que reafirmam a riqueza da diferença e a

necessidade de múltiplos olhares para a realidade social contemporânea. É nesse novo contexto

que o papel formativo da Universidade precisa ser reanalisado, rediscutido e aprimorado, sempre

na busca por uma participação crítica na realidade social.

Em consonância com os esforços gerais de modernização da gestão universitária e de

revisão e aprimoramento de processos e procedimentos frente às imensas transformações pelas

quais a UFSCar vem passando, também em relação à gestão das atividades de graduação há

avanços, como a construção do Regimento Geral dos Cursos de Graduação, a implementação do

Sistema Integrado de Gestão Acadêmica (SIGA) e a mudança da estrutura organizacional da Pró-

Reitoria de Graduação (ProGrad). Outras ações concretizadas foram a criação de documentos

orientadores voltados ao aprimoramento do funcionamento das coordenações de cursos e,

também, dos processos de criação, reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos de

graduação. Como grande salto a ser dado no próximo período, apresenta-se a oferta de uma

estrutura de suporte administrativo e organizacional à melhoria de espaços que permitam avançar

coletivamente na reflexão sobre os processos formativos em curso na Universidade, e é nesse

sentido que foi formulada uma parte das propostas apresentadas neste Eixo.

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Na atualidade, vive-se em um sociedade em rede, permeada pelas tecnologias digitais de

informação e comunicação (TDIC), com novos modos de perceber e transformar o mundo, agir e

interagir com outras pessoas, ensinar e aprender. Essas mudanças, aliadas à constatação de que a

escola e a universidade não se configuram mais como únicos espaços de conhecimento, bem

como à crescente diversidade de perfis de estudantes, também tornam necessária a revisão de

noções sobre a aprendizagem, o conhecimento e a relação pedagógica que pautam as políticas, os

desenhos, recursos e práticas tanto da educação presencial como a distância. Uma das

possibilidades que se apresenta é a adoção de modelos híbridos em cursos universitários, que

consistem na integração de processos educacionais realizados presencialmente com outros

realizados com o apoio da educação a distância (EaD) e das TDIC e que apresentam como

características serem abertos, personalizados, móveis e instantâneos. Os modelos híbridos

possibilitam que os estudantes frequentem os espaços físicos da Universidade para a realização

de algumas atividades, enquanto outras são realizadas via Internet, aproveitando as

potencialidades dos dois ambientes. De outro lado, exigem maior responsabilização dos

participantes (professores e estudantes) e atenção à garantia da qualidade pela instituição

formadora, pois não se trata de mera justaposição de duas modalidades de ensino. Assim, outro

conjunto de propostas apresentadas a seguir trata do estabelecimento de políticas para o uso

desses modelos, bem como da continuidade dos cursos atualmente já oferecidos na modalidade

de educação a distância.

● Retomar e investir no processo de definição do Perfil do Profissional a ser formado pela

UFSCar como instrumento de flexibilização curricular e de inovação na constituição de

espaços formativos.

● Investir na busca de novos caminhos formativos que contemplem a constituição de fóruns

públicos de debates relacionados a questões socialmente relevantes; a criação de espaços

nos quais se revelem a pluralidade de idéias e o respeito aos valores, configurando o

caráter ético na tomada de decisões e a compatibilidade das discussões com a

convivência acadêmica; a promoção de espaços formativos para o equilíbrio entre uma

vocação técnico-científica e uma vocação humanista, bem como para a orientação da

aprendizagem não apenas por desafios tecnológicos, mas igualmente pelas questões

éticas relacionadas a toda a amplitude da existência humana.

● Desenvolver projetos experimentais de flexibilização curricular, tais como projetos que

contemplem e criem novos espaços e tempos de formação e investimentos na

diversificação de organizações e propostas curriculares e pedagógicas.

● Fortalecer e ampliar as iniciativas de formação permanente e valorizar perfil

multidisciplinar de docentes da UFSCar, como suporte às iniciativas de flexibilização

curricular e/ou inovação nos processos de ensino e aprendizagem.

● Redimensionar os investimentos voltados ao funcionamento dos cursos de graduação,

considerando as metas do programa de gestão, respeitada a realidade orçamentária.

● Investir na qualidade e segurança dos laboratórios de ensino, com vistas à promoção do

desenvolvimento profissional diversificado.

● Dar continuidade ao processo de desenvolvimento e aprimoramento do SIGA (Sistema

Integrado de Gestão Acadêmica), com atenção especial à sua adequação a todas as

propostas pedagógicas/curriculares implantadas na UFSCar.

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● Aprimorar os processos de gestão multicampi das atividades de ensino de graduação e de

comunicação entre as coordenações de curso, o Conselho de Graduação e os

departamentos.

● Criar espaços multicampi de debate sobre a qualidade dos processos de ensino e

aprendizagem e inovações pedagógicas, potencializando o aproveitamento de resultados

de processos de avaliação, particularmente aqueles coordenados pela Comissão Própria

de Avaliação (CPA), e prevendo a participação de egressos.

● Realizar estudos voltados ao diagnóstico de situações de altos índices de reprovação e/ou

evasão nas disciplinas e cursos de graduação, visando o desenvolvimento de estratégias

de equacionamento dessas situações.

● Redefinir a política de Educação a Distância da UFSCar, estabelecendo parâmetros

pedagógicos, normativos e financeiros para a oferta e desenvolvimento de novos cursos

de graduação na modalidade a distância, com garantia de apoio às ofertas já em

andamento e continuidade da promoção de ações de acompanhamento voltadas à garantia

da qualidade.

● Estabelecer política de implantação e institucionalização do uso da EaD e das tecnologias

digitais de informação e comunicação, com enfoque híbrido, em cursos presenciais,

prevendo processos de formação de diferentes agentes educacionais (docentes,

coordenadores etc.) e o apoio ao planejamento, acompanhamento e avaliação pedagógica

de processos de ensino e aprendizagem em modelo híbrido.

Eixo 3 – Formação na Pós-Graduação – Formando profissionais, pesquisadores e docentes

em e para um mundo em transformação

Assim como na graduação, os últimos anos também foram marcados por um expressivo

crescimento da pós-graduação da UFSCar, que conta hoje com 44 cursos de mestrado

acadêmico, 7 de mestrado profissional e 30 de doutorado, com quase quatro mil estudantes. Essa

expansão, associada ao crescente movimento de internacionalização da pós-graduação e da

pesquisa brasileiras, configurou um cenário que demanda transformações e vem exigindo da

UFSCar respostas rápidas e consistentes. Nesse sentido, foram revistos o Regimento Geral da

Pós-Graduação e os regimentos internos de cada programa e foi concretizada a reestruturação

organizacional da Pró-Reitoria de Pós-Graduação. Além disso, atenção especial foi dedicada aos

programas em início de funcionamento ou em fase de consolidação. Por fim, também foram

aprimorados os serviços prestados à comunidade universitária envolvida com a pós-graduação,

especialmente por meio da construção de soluções administrativas voltadas à superação de

algumas dificuldades relacionadas ao uso dos recursos financeiros destinados à pós-graduação.

A história da pós-graduação na UFSCar é de sucesso, de reconhecimento da qualidade

das atividades desenvolvidas, e, frente a um mundo e a uma Universidade em transformação, os

desafios dizem respeito à capacidade de oferecer condições de funcionamento a todos os

programas – consolidados, novos e a serem criados – para que essa qualidade seja mantida, no

sentido da formação de profissionais, docentes e pesquisadores para oferecer respostas às

necessidades do mundo contemporâneo. Isto envolve não apenas o apoio permanente à

identificação de dificuldades e à busca de soluções, mas também a construção de modelos

inovadores que contemplem, por exemplo, a configuração multicampi da UFSCar, as relações

com outras instituições nacionais e internacionais e a interdisciplinaridade. Envolve também o

envolvimento cada vez maior da UFSCar nas discussões e na implementação das políticas para a

pós-graduação no Brasil, com destaque ao desenvolvimento de políticas inclusivas para a pós-

graduação, atualmente em debate no País e com as quais a UFSCar, a partir das experiências já

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acumuladas em seu Programa de Ações Afirmativas, tem muito a contribuir. Envolve, por fim, as

ações relacionadas ao acompanhamento da qualidade da pós-graduação, em diálogo com a

Capes, mas também pelo desenvolvimento de valores e indicadores próprios de análise que

observem as características próprias da Instituição e de suas diferentes áreas de conhecimento.

● Ampliar a articulação, dentro da UFSCar, entre os seus campi, e também com outras

instituições, visando implementar novas parcerias na pós-graduação e consolidar as

colaborações já existentes, com destaque a perspectivas interdisciplinares.

● Avançar na construção e implementação de política de internacionalização da pós-

graduação, incluindo a dupla diplomação.

● Promover reflexões e ações com o objetivo de incorporar e reforçar na formação do pós-

graduando a formação para o exercício da docência.

● Avançar no aprimoramento dos processos de proposição de novos cursos de pós-

graduação e do suporte a essas iniciativas, buscando junto aos órgãos governamentais,

agências financiadoras e outras fontes recursos para a manutenção e ampliação do

número de bolsas e do suporte financeiro às atividades de pós-graduação.

● Atuar junto à Capes e aos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação

visando o equacionamento da questão do financiamento dos cursos de pós-graduação

profissionais.

● Estabelecer amplo debate na comunidade voltado à construção de propostas de ações

afirmativas para a pós-graduação, visando a elaboração de políticas à luz das experiências

e conhecimentos já acumulados na Instituição.

● Consolidar a gestão multicampi na pós-graduação.

● Assessorar os programas de pós-graduação em processos de gestão, criando, a parir de

dados bibliométricos, algo semelhante a um “painel de controle” que contenha um

conjunto de indicadores que permitam o acompanhamento e favoreçam uma

autoavaliação relativa, com vistas a decisões estratégicas dos programas.

Eixo 4 – Pesquisa – Coordenação da política institucional e promoção de ações facilitadoras

da sua consolidação

O apoio institucional às atividades de pesquisa na UFSCar configura, tradicionalmente,

um grande desafio, que ganhou um novo patamar com a criação, em 2008, da Pró-Reitoria de

Pesquisa (ProPq) e implantação do Conselho de Pesquisa (CoPq), espaços que permitiram a

consolidação de debates e tomada de decisão referentes às diretrizes para a pesquisa

estabelecidas no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFSCar – reflexo do

amadurecimento, ao longo de sua história, das práticas de pesquisa na Universidade –, bem como

às questões que emergem no cotidiano das atividades acadêmicas da Instituição. Também foi

possível avançar em relação às estruturas de apoio institucional à atividade de pesquisa, em

termos de infraestrutura, de ampliação da visibilidade dos resultados dessa atividade e de

fomento à constituição de redes voltadas a temas estratégicos.

Destaca-se, em termos da infraestrutura, especialmente o equacionamento da gestão das

obras financiadas pelo CTInfra, pelo investimento em novos modelos de gestão no âmbito

interno à UFSCar e por sucessivas gestões junto à Finep para revisão de critérios e

procedimentos. Já no que diz respeito ao mapeamento das competências instaladas na

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Universidade e, assim, da ampliação das possibilidades de articulação entre diferentes grupos de

pesquisa, bem como das oportunidades de conferir maior visibilidade à pesquisa realizada na

UFSCar, alguns passos dados foram a criação da Coordenadoria de Informação em Pesquisa da

ProPq e a aquisição do sistema de mapeamento de competências SOMOS UFSCar

(www.somos.ufscar.br). Além disso, destaca-se também a abertura e ampliação do atendimento

do Escritório de Apoio Institucional ao Pesquisador (EAIP/PAPq), o aprimoramento do

funcionamento dos Comitês de Ética e a ampliação do valor e do número de bolsas institucionais

de Iniciação Científica e Tecnológica, dentre outras ações voltadas à valorização da formação

para a pesquisa desde a graduação por meio das atividades de iniciação.

O conjunto de propostas apresentadas a seguir está relacionado, assim, à coordenação da

política institucional voltada para as atividades de pesquisa e à concretização de ações

facilitadoras de sua consolidação.

● Avançar no mapeamento das competências e capacidades humanas e materiais de

pesquisa instaladas na UFSCar, sob a coordenação da Coordenadoria de Informação em

Pesquisa, visando ampliar as possibilidades de articulação entre diferentes grupos de

pesquisa, as atividades de prospecção de oportunidades de financiamento indução de

submissão de propostas e as ações voltadas à visibilidade da pesquisa realizada na

UFSCar.

● Aprimorar os sistemas de informação voltados ao registro, acompanhamento e

visibilidade da pesquisa realizada na UFSCar.

● Ampliar as atividades do Escritório de Apoio Institucional ao Pesquisador, visando

aprimorar o atendimento pela inclusão de novos projetos e pela sua instalação em todos

os campi.

● Criar programa de formação, informação e apoio, especialmente à comunidade de

docentes recém-doutores, em relação a oportunidades de financiamento à pesquisa e

outros mecanismos de viabilização das atividades de investigação, criação de grupos de

pesquisa, funcionamento de comitês de ética, dentre outros aspectos relacionados.

● Ampliar as ações institucionais voltadas à indução de pesquisa interdisciplinares e ao

incentivo ao compartilhamento da infraestrutura de pesquisa por diferentes pesquisadores

e grupos de pesquisa.

● Investir nas ações institucionais para ampliação de programas de cooperação nacional e

internacional de pesquisa.

● Fortalecer as ações do Instituto de Estudos Avançados e Estratégicos na formação de

Grupos Temáticos de Trabalho Interdisciplinares.

● Atuar junto aos órgãos governamentais de Ciência e Tecnologia e às agências de fomento

no sentido da discussão, proposição e acompanhamento de políticas e programas

relacionadas à área.

● Buscar recursos para ampliação do número de bolsas institucionais de Iniciação

Científica e Tecnológica.

● Ampliar investimentos em segurança das atividades de pesquisa e no tratamento

adequado de resíduos por elas gerados.

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● Dar continuidade e ampliar as ações da Agência de Inovação voltadas à formação, ao

fomento e ao apoio a iniciativas relacionadas à proteção da propriedade intelectual e à

transferência de tecnologia.

Eixo 5 – Extensão Universitária – Ampliando as possibilidades de interação com diferentes

segmentos da sociedade e de enriquecimento do ensino e da pesquisa

A partir da criação das primeiras pró-reitorias da UFSCar, houve um intenso trabalho da

então Câmara de Extensão no sentido de conceituar a extensão universitária, conceituação esta

que tem, desde então, orientado não só a atuação da UFSCar, mas de muitas outras

universidades.

De acordo com essa conceituação, a prestação de serviços – como a extensão ainda hoje é

equivocadamente reconhecida – é apenas uma das inúmeras modalidades de atividades de

extensão que assumem a perspectiva de que a extensão é muito mais um pensamento que deve

permear o ensino e a pesquisa, perspectiva esta que remete a um dos princípios consagrados pela

UFSCar, o da indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão. É a adoção dessa

perspectiva que explica a introdução, na história da UFSCar, de inovações como os Núcleos e os

Programas de extensão e, também, as Aciepes (Atividades Curriculares de Integração entre

Ensino, Pesquisa e Extensão), que levam a UFSCar a valorizar não só a produção do

conhecimento básico, mas também daquele contextualizado que vai atender às necessidades da

sociedade como um todo e, também, contextualizar o ensino.

Esta vem sendo a rica história da extensão da UFSCar e, embora passos enormes já

tenham sido dados, muito há ainda para ser feito.

Nos últimos anos, um trabalho extenuante de revisão do Regimento Geral da Extensão

para adaptá-lo às novas legislações federais foi desenvolvido. Também foram implantadas

medidas voltadas a um apoio mais significativo e transparente às atividades de extensão, por

meio do aprimoramento dos editais já existentes e, também, de inovações, com destaque aos

editais de apoio a projetos temáticos – com duração de dois anos e aporte financeiro mais robusto

– e a projetos de resgate e valorização da memória institucional. A institucionalização de

projetos como a Orquestra Experimental da UFSCar, o CineUFSCar e o Incluir, juntamente com

a reformulação do trabalho da Rádio UFSCar e a construção conjunta do nosso primeiro Plano

de Cultura, dentre outros avanços, também merecem destaque.

Para uma próxima gestão, tem-se de um lado – e infelizmente – um cenário de contenção

de recursos, principalmente para o apoio a projetos de extensão cujos parceiros não têm

capacidade de financiamento. E, de outro, temos uma grande janela oportunidades para que

possamos ampliar nossa capacidade de interação com diferentes segmentos da sociedade, a partir

da aprovação do Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação. Frente ao exposto, propomos,

para uma nova gestão da extensão universitária da UFSCar:

● Promover debates e outras ações que permitam o aprofundamento da percepção da

função da ação extensionista na universidade pública, em sua capacidade para a produção

de conhecimento e a formação no diálogo com os demais setores e instituições sociais,

bem como a valorização das ações de extensão e sua articulação interdepartamental,

intercentros e multicampi.

● Ampliar a atuação do Escritório de Apoio Institucional à Extensão e manter a política de

editais de apoio à extensão, buscando estimular a formação de redes multidisciplinares,

interdepartamentais e intercampi e/ou que estreitem as relações entre formação, pesquisa

e extensão, favorecendo e facilitando a integração entre programas e projetos de

extensão, especialmente via projetos temáticos de extensão.

10

● Oferecer apoio e criar condições para a participação da comunidade da UFSCar em

editais externos de fomento às ações e redes extensionistas.

● Aprimorar continuamente os processos de avaliação dos programas de extensão e, a partir

desses processos, propor medidas de aperfeiçoamento em conjunto com as demais pró-

reitorias acadêmicas, a Agência de Inovação e o Instituto de Estudos Avançados e

Estratégicos.

● Desenvolver, em conjunto com a Pró-Reitoria de Pesquisa, a Agência de Inovação e o

Instituto de Estudos Avançados e Estratégicos um conjunto de debates e workshops

voltados à prospecção e aproveitamento de oportunidades criadas pelo Marco Legal de

Ciência, Tecnologia e Inovação.

● Desenvolver trabalho conjunto com parques tecnológicos para o estímulo às spin-offs.

● Ampliar a oferta de atividades e serviços do Instituto de Línguas da UFSCar.

● Propor, mediar e sistematizar debates para a construção de soluções voltadas à

concretização da meta do Plano Nacional de Educação de presença da extensão em 10%

dos currículos dos cursos de graduação, especialmente pelo trabalho voltado à inserção

de Aciepes nos projetos pedagógicos dos cursos de graduação.

Apoiar as empresas juniores da UFSCar, no sentido da promoção da interação entre elas,

da oferta de oportunidades de formação e de suporte infraestrutural e de ampliação da sua

visibilidade.

11

2 Ações afirmativas, diversidade e equidade

A universidade brasileira e a UFSCar, em particular, vivem um embate entre dois

projetos de universidade: de um lado, a afirmação de uma universidade inclusiva, plural,

destinada à produção e à difusão do conhecimento para assegurar e ampliar os direitos de

cidadania; de outro, um modelo hegemônico nos países centrais do mundo contemporâneo,

voltado para a construção de uma universidade concebida para atender aos mercados financeiro,

consumidor, de novos produtos, de trabalho, e onde o conhecimento torna-se rapidamente

mercadoria.

O embate entre esses dois projetos é acirrado. Embora a universidade voltada para o

mercado disponha de mais recursos e poder, a defesa de uma universidade inclusiva e plural vem

ganhando força com a adoção de políticas de inserção, na universidade, dos setores da sociedade

recorrentemente excluídos pelas discriminações sociais de diferentes origens: renda, étnica,

religiosa, sexual, cultural. Tais políticas vêm transformando as universidades em espaços de

superação da reprodução social de apenas uma parcela da população.

O fortalecimento do projeto de universidade inclusiva e plural requer diferentes ações,

aqui sintetizadas em algumas prioridades, com as quais nos comprometemos para os próximos

quatro anos, que se relacionam a três princípios básicos:

● Combate a todas as formas de violência, preconceito e discriminação, garantindo a todas

e todos respeito aos direitos legais e valorização de identidade, na busca da consolidação

da democracia no País

● Disseminação e produção de conhecimentos, atitudes, posturas e valores que eduquem

para a diversidade

● Formação de profissionais para atuar na sociedade brasileira inclusiva, multicultural e

pluriétnica

Destacamos, como principal ação articuladora no que se refere às políticas de Ação

Afirmativa, Diversidade e Equidade para a próxima gestão, o:

● Fortalecimento e consolidação da Secretaria Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e

Equidade (Saade), na interface com todas as pró-reitorias e demais unidades acadêmicas

e administrativas e em todos os campi, no sentido de sua configuração como lugar do

reconhecimento e do acolhimento de grupos e demandas relacionadas aos seus três

pilares de atuação: Inclusão e Direitos Humanos; Diversidade e Gênero; e Relações

Étnico-Raciais.

Para tanto, apresentamos a seguir um conjunto de propostas, organizadas em dois eixos

principais: Acesso e Permanência; e Formação e Comunicação.

Eixo 1 – Acesso e Permanência

Em 2017, o Programa de Ações Afirmativas (PAA) completa 10 anos de sua criação,

cinco anos antes que a reserva de vagas para os cursos de graduação fosse instituída em todo o

Sistema Federal de Educação Superior por meio da chamada “Lei de Cotas”, para a qual,

inclusive, o Programa da UFSCar foi uma referência importante. Para este momento, de acordo

com a regulamentação interna que instituiu o PAA, está prevista a realização de avaliação de

seus resultados e repercussões. Antes mesmo de alcançarmos este momento, no entanto, já é

possível destacar as profundas transformações pelas quais passou a Universidade desde a criação

do Programa, a começar pela já mencionada ampliação da diversidade de sua comunidade

universitária. Tivemos, também, a criação da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e

Estudantis, bem como, em âmbito nacional, do Programa Nacional de Assistência Estudantil

12

(PNAES), que vieram colocar em um novo patamar de realização o compromisso que a UFSCar

sempre manteve com a democratização do acesso e a garantia de permanência com qualidade na

Universidade de todo o seu conjunto de estudantes.

A reserva de vagas, juntamente com processos seletivos específicos para o ingresso da

população indígena e de pessoas em situação de refúgio, trouxe para a UFSCar, junto com a

diversidade, uma série de novos desafios relacionados às contribuições, demandas e necessidades

desses novos grupos cuja presença, hoje, está profundamente incorporada à trama de relações

que se desenvolvem cotidianamente na Instituição. Dentre eles está o de ampliação e

aprimoramento permanente das condições de permanência e, concomitantemente, de criação de

espaços e instrumentos de aprofundamento da participação no debate e em processos de tomada

de decisão relativos ao Programa de Assistência Estudantil da UFSCar. Também é preciso

avançar no combate ao preconceito, à discriminação e a quaisquer formas de violência – com

destaque, mas não exclusivamente, aos assédio moral e sexual, à violência de gênero, contra

pessoas com deficiências, ao racismo, homofobia, lesbofobia, bifobia, transfobia, dentre outras –,

bem como ao acolhimento, atendimento e proteção de vítimas. Para tanto, o início da atuação da

Saade, em 2016, e o processo de construção participativa e dialógica da Política de Ações

Afirmativas, Diversidade e Equidade da UFSCar, previsto para ser concluído em outubro deste

ano, foram passos importantes, que precisam agora ser seguidos da efetiva implantação da

Política, o que só poderá acontecer pelo fortalecimento dos laços entre a Secretaria e a gestão

como um todo e os diversos grupos da comunidade universitária que tratem das questões afetas

às ações afirmativas, à diversidade e à equidade – tanto grupos de pesquisa e extensão, quanto de

movimentos de direitos e coletivos estudantis e das demais categorias que compõem a

Instituição. Também devem ser consolidados na Saade, em articulação com outras unidades,

espaços e processos de acolhimento à totalidade dos estudantes, que favoreçam a identificação de

suas dúvidas e necessidades e o oferecimento de orientações. Por fim, é fundamental a promoção

do sentimento de pertencimento de todas e todos estudantes que ingressam na UFSCar, com

destaque para aquelas e aqueles que chegam à Universidade por meio de diferentes processos

especiais de ingresso – reserva de vagas para oriundos de escolas públicas e negros; população

indígena; pessoas em situação de refúgio; convênios internacionais – e para todas as pessoas que

compõem as chamadas minorias sociais – pessoas com deficiência, gays, lésbicas, transexuais,

bissexuais, dentre outros grupos sociais vítimas de discriminações.

● Manter a política de acesso aos cursos de graduação da UFSCar e debater a ampliação da

reserva de vagas pela destinação de uma vaga adicional por curso para estudantes

quilombolas.

● Manter os processos seletivos de ingresso diferenciados para indígenas e refugiados.

● Promover, estimular e apoiar programas, projetos e ações com vistas à equidade no

acesso à pós-graduação de populações subrepresentadas, bem como o debate sobre a

reserva de vagas para esse nível de ensino.

● Aprimorar continuamente processos e procedimentos de recepção, acolhimento e apoio à

permanência dos diferentes grupos que compõem a comunidade universitária, com

destaque a investimentos na formação dos servidores da UFSCar.

● Garantir o acolhimento na Saade das demandas de gênero e diversidade da comunidade

universitária, com espaços para escuta, orientação e esclarecimentos e com ações

educativas e preventivas, e não apenas punitivas, em interface com a Ouvidoria e a Pró-

Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis.

13

● Garantir o acolhimento na Saade a todas as mulheres em suas demandas específicas, em

interface com a Ouvidoria e com a Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis e

a partir da articulação com os setores e serviços internos e externos à Universidade

mencionada anteriormente.

● Promover a articulação dos setores e serviços – internamente à UFSCar e, também, com

setores e equipamentos externos à Universidade – para o combate ao preconceito e a

todas as formas de violência – de gênero, lesbofóbica, homofóbica, bifóbica, transfóbica,

racista, contra pessoas com deficiências, assédios sexual e moral etc. –, bem como para o

acolhimento, atendimento e apoio às vítimas.

● Consolidar estratégias de diagnóstico e acompanhamento das necessidades didáticas e de

aprendizagem dos vários grupos de estudantes, visando a promoção de processos

pedagógicos de apoio às situações em que se identificam dificuldades nos processos de

ensino e de aprendizagem, convivência, permanência e escolarização.

● Levantar, avaliar e encaminhar soluções inclusivas para as limitações institucionais de

proteção às pessoas com deficiência (limitações estruturais, de logística/funcionais,

atitudinais, pedagógicas).

● Avançar na adequação de construções antigas e da infraestrutura física dos campi e

garantir, nas novas construções, o atendimento aos critérios de acessibilidade.

● Ampliar, fortalecer, promover e aperfeiçoar a política de assistência estudantil da

UFSCar, criando instrumentos participativos para avaliação dos processos e resultados da

assistência estudantil e redimensionamento das ações a partir dessa avaliação, bem como

ampliando e aperfeiçoando as articulações entre as políticas e ações de assistência

estudantil e aquelas geridas pelas pró-reitorias de Graduação e de Pós-Graduação.

Eixo 2 – Formação e Comunicação

A concretização das propostas apresentadas no Eixo 1 dependem, em grande medida, da

promoção da troca e fortalecimento de saberes, idéias, opiniões, perspectivas, tendo a

diversidade como fonte de conhecimento e desenvolvimento humano e objetivando a construção

de relações mais positivas, inclusivas e equitativas. O tratamento inclusivo e equitativo dos

diferentes grupos e pessoas que compõem a comunidade universitária também pressupõe a

promoção de processos formativos na Universidade que ampliem a visão acerca das diversidades

e das relações destas com o processo de trabalho dos diferentes servidores. Por fim, conferir

visibilidade a todos esses debates e das ações também é fundamental para o seu enraizamento na

vida universitária, para promover o amplo conhecimento de direitos, o debate qualificado –

inclusive sobre diferentes epistemologias – e a troca de saberes.

● Criar e fomentar atividades, disciplinas, pesquisas, debates e espaços de encontro entre

pessoas da comunidade universitária originárias de diferentes culturas, países, modos de

vida, grupos sociais, faixas etárias, características pessoais, áreas do conhecimento e

cursos, visando o diálogo sobre questões de direitos humanos, acessibilidade, étnico-

raciais, gênero e diversidade sexual na universidade e o combate a todas as formas de

preconceito e discriminação, incluindo atividades acadêmicas de ensino, pesquisa e

extensão e atividades culturais, dentre outras.

14

● Promover processos participativos para o avanço de normativas e procedimentos para a

promoção da equidade na UFSCar, com avaliação participativa das ações e das

dificuldades e desafios.

● Promover programas e ações de formação permanente de todos os servidores – docentes

e técnico-administrativos –, estudantes e funcionários terceirizados em relação à reserva

de vagas, aos vários grupos sociais inseridos na Universidade, à convivência universitária

e à atenção à diversidade e à equidade em toda e qualquer situação, com destaque a

projeto específico relacionado aos saberes e às formas de aprender da população indígena

(a ser construído em conjunto com a população indígena presente na UFSCar).

● Promover o reconhecimento e igualdade de valorização das diversas raízes da nação

brasileira na formação profissional na Universidade e propiciar o tratamento equitativo de

questões e temáticas que dizem respeito aos diferentes grupos étnicos e orientações e

identidades de gênero em disciplinas e outras atividades curriculares e extracurriculares,

em diálogo com as coordenações de cursos.

● Promover debate acadêmico sobre diferentes epistemologias na relação com a produção

do conhecimento.

● Coordenar, incentivar e apoiar a produção de materiais educativos sobre as temáticas das

ações afirmativas, diversidade e equidade.

● Criar publicação da Saade, voltada à ampliação da visibilidade das ações e temáticas

afetas às ações afirmativas, diversidade e equidade.

● Criar programa na Rádio UFSCar com a temática das ações afirmativas, diversidade e

equidade.

● Ampliar a divulgação e o debate acerca do Programa de Ações Afirmativas da UFSCar

nas escolas públicas (visando o conhecimento desse direito ao acesso), na mídia (para

promoção do debate qualificado) e em outras universidades (para promover a troca de

experiências).

● Criar marcos físicos em todos os campi da presença dos diferentes grupos presentes na

Universidade (por exemplo, Praça das Ações Afirmativas).

15

3 Internacionalização

Nos últimos anos, a pauta da internacionalização estabeleceu-se como uma das

prioridades das universidades públicas brasileiras, vinculada ao estabelecimento de políticas

públicas e programas governamentais como o Ciência sem Fronteiras (CsF) e o Idiomas sem

Fronteiras (IsF), dentre outras iniciativas. Na UFSCar, grandes esforços foram empreendidos

com vistas ao atendimento das demandas e aproveitamento das oportunidades advindas dessas

iniciativas, o que permitiu, para além de incremento na mobilidade de estudantes e

pesquisadores, a identificação de necessidades relacionadas ao aprimoramento da interlocução e,

assim, da articulação entre as diferentes instâncias envolvidas nos processos de

internacionalização – a partir da Secretaria Geral de Relações Internacionais (SRInter), mas não

se restringindo a ela.

Especificamente em relação à graduação, cerca de 1.500 estudantes foram para outros

países nos últimos cinco anos por meio do CsF, e comcretizaram-se avanços institucionais em

relação ao reconhecimento de créditos cursados no exterior. Na pós-graduação, a Instituição

reagiu positivamente e teve participação ativa em novos programas de mobilidade de estudantes

estrangeiros para a UFSCar. Cabe destacar também o envolvimento da UFSCar, via Associação

Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), em esforços

voltados ao estabelecimento de redes de cooperação regionais com países em condições similares

às do Brasil, como aqueles voltados à consolidação do Enlaces (Espaço Latino-Americano e

Caribenho de Educação Superior) e à criação da Universidade em Rede do BRICS (bloco que

reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Por fim, grandes foram as conquistas também

no que diz respeito à formação em línguas estrangeiras – particularmente o Inglês – na

Universidade, a partir das ações desenvolvidas no âmbito do programa IsF e, mais recentemente,

com a criação do Instituto de Línguas da UFSCar, que virá ampliar e diversificar sobremaneira

essa atuação.

Assim, para a próxima gestão, o desafio continua sendo o desenvolvimento, consolidação

e multiplicação dessas iniciativas, que devem configurar uma das prioridades da Administração

Superior da Universidade, para que sejam elaboradas políticas de internacionalização próprias da

UFSCar, com estabelecimento de diretrizes e metas; definição de estratégias gerais e, também,

específicas para cada um dos campi da Universidade; implementação de ações internas e

externas e acompanhamento dos resultados.

É fundamental também a consideração de um conceito que, à luz de experiências que

vêm ocorrendo em todo o mundo, preconiza uma perspectiva compreensiva para a

internacionalização das instituições de Ensino Superior. Neste sentido, cada instituição,

respeitadas todas as suas especificidades, deve se comprometer com a adoção de perspectivas

internacionais e comparativas nas suas atividades fim: o ensino, a pesquisa e a extensão. Não se

deve pensar a internacionalização como um fim em si mesma, mas sim como algo que vai

impactar de forma muito importante o ensino, a pesquisa e a extensão, ampliando e qualificando

ainda mais, por sua pertinência, o conhecimento produzido e disseminado, e possibilitando a

formação de cidadãs e cidadãos globais, tecnicamente preparados para essa inserção e

conscientes de seu papel para a promoção do bem estar social.

Trata-se de um esforço, confirmado por meio de ações, a ser levado a efeito pelas

lideranças institucionais, pelos servidores docentes, estudantes e servidores técnico-

administrativos ligados a todos os serviços acadêmicos e unidades de apoio, e que deve envolver

a Universidade como um todo e não apenas setores específicos. Algo que deve, portanto, ser

objeto de uma ampla reflexão por toda a comunidade universitária. Aqui também é essencial a

adoção do conceito de internacionalização em casa, na medida em que a experiência

internacional, intercultural, não pode ficar restrita àquele pequeno percentual de pessoas que

pode passar por uma experiência de mobilidade. Ou seja, também a internacionalização deve se

tornar mais inclusiva, não ficando restrita à mobilidade e trazendo para o ambiente universitário

os processos interculturais e internacionais.

16

Eixo 1 – Política de Internacionalização – No caminho de uma internacionalização

compreensiva para a UFSCar

Como destacado inicialmente, o processo de internacionalização da UFSCar nos últimos anos foi

caracterizado principalmente pela reação a demandas e oportunidades externas à Instituição,

envolvendo aprimoramentos na estrutura organizacional e em procedimentos visando dar suporte

a esse processo – com destaque à criação da SRInter e à sua interlocução crescente com outras

unidades administrativas e acadêmicas, em especial as pró-reitorias acadêmicas da Universidade.

Considerando essa experiência e o conhecimento acumulado a partir dela, o salto a ser dado no

próximo período deve ser a construção de uma Política de Internacionalização da UFSCar, que

permita à Instituição ser pró-ativa na área e, também, a consolidação de instâncias e

infraestruturas institucionais de suporte à internacionalização, além da implementação e maior

divulgação dos procedimentos internos relacionados às diferentes atividades relacionadas ao

processo de internacionalização. Dentre outras, propõe-se, nesse processo de construção da

Política, as seguintes ações:

Criar um Conselho de Internacionalização, com participação de representantes das

unidades acadêmicas e administrativas e das diferentes categorias que compõem a

comunidade universitária.

Manter a participação da UFSCar em iniciativas de consolidação de redes internacionais

de colaboração acadêmica – como, por exemplo, o Enlaces, a Universidade em Rede do

BRICS e o diálogo estabelecido com o Espaço Europeu de Ensino Superior –, visando,

por exemplo, o acompanhamento de iniciativas voltadas a sistemas de adaptação e

reconhecimento de créditos no interior desses blocos, dentre outras oportunidades.

Expandir as relações da UFSCar com outras instituições nacionais e estrangeiras de

Ensino Superior e de pesquisa, com vistas ao compartilhamento de boas práticas de

internacionalização e incluindo a definição de tendências, o estabelecimento de metas e a

criação e/ou revisão de indicadores de desempenho.

Instalar estrutura de gestão multicampi da internacionalização em todos os campi –

unidades da SRInter e/ou Grupos de Trabalho em Internacionalização (GTIs) vinculados

à Secretaria –, com atribuições relacionadas a mecanismos e produtos voltados à

ampliação da visibilidade e da presença da UFSCar no cenário internacional; ao suporte à

mobilidade outgoing e incoming; ao tratamento de demandas e questões específicas de

cada campus; à prospecção e à divulgação de oportunidades, dentre outras.

Debater e propor medidas visando a internacionalização dos currículos.

Criar oportunidades de qualificação e capacitação de servidores para a

internacionalização, envolvendo a formação em línguas estrangeiras – especialmente o

Inglês – e oportunidades de mobilidade administrativa internacional, dentre outras.

Definir indicadores de desempenho da internacionalização em seus principais âmbitos e

atividades, para acompanhamento contínuo e análise periódica de sua evolução e do

desempenho institucional, visando subsidiar o debate sobre a Política de

Internacionalização e seu aperfeiçoamento.

Eixo 2 – Mobilidade estudantil de graduação (outgoing) – Gerando novas oportunidades,

ampliando as já existentes

17

Como também já destacado, uma área da internacionalização em que o avanço da UFSCar em

particular – e do Sistema Federal de Ensino Superior como um todo – foi significativo foi aquela

relacionada à participação de estudantes de graduação da Universidade em programas de

mobilidade internacional. No entanto, essas oportunidades de mobilidade ainda estão muito

vinculadas a programas específicos – muito especialmente o Ciência sem Fronteiras – externos à

Universidade, sendo identificada a necessidade da Instituição buscar outras formas e fontes de

financiamento para a mobilidade, bem como de ampliar o potencial de participação em modelos

já existentes e o aproveitamento dos resultados dessa participação. Nesse sentido, propõe-se:

Potencializar a mobilidade por meio do incremento da cooperação acadêmica e científica,

principalmente com instituições estrangeiras de Ensino Superior e/ou pesquisa com as

quais os grupos de pesquisa da UFSCar já desenvolvem atividades conjuntas, bem como

com aquelas sediadas nos países que compõem o Enlaces e o BRICS.

Buscar fontes alternativas de recursos financeiros – junto à iniciativa privada nacional e

internacional – para oferta de bolsas ou outras espécies de auxílio financeiro à mobilidade

internacional de estudantes de graduação da UFSCar, bem como de servidores docentes e

técnico-administrativos.

Buscar e fomentar novas alternativas de mobilidade internacional em programas já

existentes – como, por exemplo, o Cultura sem Fronteiras (iniciativa do Ministério da

Cultura voltada a estudantes de Ciências Humanas e Artes) e o programa de Bolsa

Estágio de Pesquisa no Exterior da Fapesp (voltado a bolsistas da Fundação, inclusive de

iniciação científica) – e/ou por meio da prospecção de novas oportunidades em feiras e

outros eventos internacionais de mobilidade estudantil.

Ampliar a oferta de vagas e aumentar a quantidade de bolsas de estudo do programa

Escala de Estudantes de Graduação da AUGM.

Fomentar o estabelecimento de programas de dupla diplomação, especialmente com

instituições de Ensino Superior das quais participantes do Ciência sem Fronteiras

obtiveram o reconhecimento das maiores porcentagens de créditos.

Otimizar a política e os procedimentos de reconhecimento de créditos cursados em

mobilidade internacional, agilizando o processo, ampliando o aproveitamento de créditos

e evitando o adiamento da conclusão do curso.

Eixo 3 – Mobilidade incoming – Atraindo estudantes estrangeiros para a UFSCar

Uma área em que os avanços da UFSCar ainda são incipientes é a da “internacionalização em

casa”, para a qual a recepção de estudantes estrangeiros nos campi da Universidade é

fundamental. Para que seja possível enfrentar esse desafio, propõe-se um conjunto de ações

voltadas principalmente à ampliação da visibilidade da UFSCar junto a esses estudantes e ao

aprimoramento das condições e da infraestrutura para acolhimento desse conjunto de pessoas na

Instituição.

Facilitar e agilizar a candidatura a oportunidades de mobilidade para a UFSCar, por meio,

por exemplo, de portal digital em idiomas estrangeiros – pelo menos Inglês e Espanhol –

com acesso direto a todas as informações essenciais à candidatura.

18

Otimizar a divulgação dos cursos da Universidade nos quais podem se matricular

participantes do PEC-G e do PEC-PG (programas de mobilidade para a graduação e a

pós-graduação dos ministérios da Educação e das Relações Exteriores).

Manter e expandir a participação da UFSCar em feiras e outros eventos internacionais de

mobilidade acadêmica estudantil, visando a ampliação da visibilidade da Instituição e a

divulgação de seu potencial de produção de conhecimento e formação profissional.

Estimular os cursos de graduação, programas de pós-graduação e departamentos a

buscarem o reconhecimento internacional de seus cursos por organizações que certificam

em âmbito global a qualidade dos cursos reconhecidos.

Ampliar a participação de estudantes estrangeiros em estágios nos laboratórios de

pesquisa da UFSCar.

Incentivar e apoiar a oferta de disciplinas ministradas integralmente em, ao menos, um

idioma estrangeiro, preferencialmente Inglês.

Incrementar a visibilidade, a divulgação e a oferta em todos os campi dos cursos de

Português para Estrangeiros.

Aprimorar os procedimentos de recepção de estudantes estrangeiros, bem como a

infraestrutura para seu acolhimento, considerando não apenas à adaptação à UFSCar e à

sua rotina interna, mas também à cidade onde residirão.

Eixo 4 – Pós-graduação e Pesquisa – Expandindo a presença da UFSCar no cenário

internacional

A mobilidade de estudantes de graduação e de pós-graduação – outgoing e incoming – sem

dúvida é um passo importante para a internacionalização das instituições universitárias. No

entanto, a consolidação do processo de internacionalização se dá, efetivamente, na concretização

de parcerias duradouras nas áreas da pesquisa e da pós-graduação, o que, por sua vez, depende

da ampliação da presença da UFSCar no cenário internacional e, ao mesmo tempo, contribui para

a expansão dessa presença. É preciso, para tanto, expandir a rede de relações internacionais da

UFSCar, particularmente em áreas consideradas estratégicas. Nesse sentido, propõe-se:

Agir no sentido do aprimoramento contínuo da posição da UFSCar em rankings nacionais

e internacionais de qualidade e produtividade.

Manter e expandir a participação da UFSCar em feiras e outros eventos internacionais de

mobilidade acadêmica docente e de pesquisa, visando prospectar oportunidades de

desenvolvimento conjunto de pesquisas, a ampliação da visibilidade da Instituição e a

divulgação de seu potencial de produção de conhecimento e tecnologia e de formação.

Potencializar o intercâmbio docente e de pesquisa por meio da instituição e/ou

intensificação da cooperação acadêmica nos âmbitos do Enlaces e do BRICS.

Implantar banco de dados com informações sobre instituições estrangeiras, seus temas de

pesquisa, níveis de ensino e atividades específicas relacionadas a oportunidades de

colaboração acadêmica, visando subsidiar a prospecção de oportunidades de cooperação

e o estabelecimento de parcerias.

19

Dar continuidade ao Programa de Estímulo ao Pós-Doutorado junto aos docentes da

UFSCar.

Ampliar a visibilidade de oportunidades de mobilidade acadêmica docente e de pesquisa

para a UFSCar, como, por exemplo, o Programa de Professor Visitante.

Agregar novas unidades administrativas ao processo de internacionalização da UFSCar,

como, por exemplo, a Agência de Inovação (visando, por exemplo, a ampliação da

visibilidade da legislação nacional e internacional sobre confidencialidade, publicação de

resultados, propriedade intelectual e registro e licenciamento de patentes) e os recém-

criados institutos de Estudos Avançados e Estratégicos (IEAE) e de Línguas (IL), dentre

outras.

20

4 Planejamento e Gestão

As propostas apresentadas neste tópico foram construídas sobre três grandes princípios:

de gestão democrática, participativa e transparente; de gestão integrada multicampi; e de gestão

com qualidade, eficiente e motivadora.

Em relação ao princípio de gestão democrática, participativa e transparente, nossos

compromissos são com a consolidação dos mecanismos de participação em todos os segmentos

da comunidade universitária, para socialização do conhecimento acumulado e das boas práticas,

bem como para definir os rumos da Instituição, reafirmando assim os seus princípios éticos de

corresponsabilidade nas decisões e de compartilhamento da visão de futuro que norteia o

processo de planejamento – de longo, médio e curto prazos e em todos os níveis organizacionais

–, de forma articulada com o orçamento da Instituição.

Já o princípio da gestão integrada multicampi nos permite estabelecer metas de

fortalecimento da integração entre os campi com equidade de condições de trabalho e de oferta

de serviços para todas e todos, buscando a compatibilização e o equilíbrio entre a desejada

autonomia – em função das particularidades de cada campus – e a necessária padronização de

processos e procedimentos institucionais comuns, ou seja, entre diferenciação e coordenação.

Por fim, é o princípio da gestão com qualidade, eficiente e motivadora que nos guia no

estabelecimento de propostas voltadas à agilidade administrativa, ao controle e à racionalização

dos gastos públicos no desenvolvimento de ações (meio e fim), com a valorização profissional

dos servidores (docentes, técnico-administrativos, gestores e, também, prestadores de serviços),

promovendo assim um desenvolvimento institucional adequado e sustentável.

Antes, porém, de apresentarmos as nossas propostas para o próximo período, é

interessante que avaliemos de onde partimos. Iniciamos o último quadriênio aprovando a versão

revisada do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFSCar, em que reafirmamos

princípios e diretrizes institucionais, a partir de um amplo debate com participação de todos os

segmentos da comunidade universitária. A partir de então, a Universidade planejou e implantou

ações que promoveram e fortaleceram a cultura de gestão multicampi, com resultados

importantes advindos da criação de unidades nos campi fora de sede vinculadas às pró-reitorias e

secretarias gerais, além da modernização e fortalecimento das estruturas organizacionais de

grandes unidades de gestão, com atualização de atribuições, elaboração de regimentos gerais

e/ou internos, mapeamento de fluxos e processos, revisão de procedimentos administrativos e

normativas, implantação de manuais de serviços em diferentes formatos e, muito especialmente,

desenvolvimento do Sistema de Apoio à Gestão Universitária Integrada (SAGUI). Foram

concretizadas conquistas importantes para o desenvolvimento institucional também com a

criação do Sistema Integrado de Bibliotecas (SIBi); das prefeituras nos campi fora de sede; e da

função de Direção de Campus. Houve também a criação da Secretaria Geral de Ações

Afirmativas, Diversidade e Equidade (Saade) e dos primeiros institutos da UFSCar – o Instituto

de Estudos Avançados e Estratégicos (IEAE) e o Instituto de Línguas (IL).

Embora ainda haja muito por fazer, a Universidade avançou muito no desenvolvimento

de mecanismos de organização e gestão informacional, documental e arquivística. Foram

aprimorados os processos e procedimentos de coleta, registro e análise de dados e informações

institucionais, o que resultou em melhoria de qualidade na elaboração de relatórios e dos

atendimentos aos órgãos de controle internos e externos e, consequentemente, na ampliação do

grau de confiança na gestão. Assim, de modo geral, podemos dizer que foram construídas novas

bases de funcionamento da UFSCar em seus aspectos funcionais, legais, normativos e das

relações com a comunidade interna e externa, sobre a qual devemos, agora, construir as

propostas apresentadas a seguir.

Para obter êxito nas propostas aqui apresentadas, é necessário ampliar os programas de

formação de gestores de todos os níveis, clareando e definindo seus papéis – e, também,

fortalecendo a cultura institucional pela integração e pertencimento de servidores docentes e

técnico-administrativos e estudantes –, além de criar oportunidades de integração entre

21

servidores dos diferentes campi para troca de conhecimentos e socialização de boas práticas. Tal

constatação relaciona-se, inclusive, aos resultados que já vem sendo alcançados em termos dos

reflexos de investimentos na qualificação e capacitação de servidores na qualidade dos projetos

institucionais. É para a consecução dessas atividades que se propõe a criação da Escola UFSCar

de Gestão Pública, detalhada mais adiante, na abordagem específica da área de Gestão de

Pessoas.

Eixo 1 – Fortalecimento do planejamento e das condições de desenvolvimento institucional

O crescimento da UFSCar e seus impactos no volume, na diversidade e na complexidade

dos procedimentos administrativos intensificou, e muito, as demandas tanto para a Pró-Reitoria

de Administração (ProAd), quanto para a Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento

Institucionais (SPDI). Esse cenário indica que um grande desafio a ser enfrentado é a

reorganização das atividades dessas unidades de maneira orgânica, para que as macroatividades

de desenvolvimento institucional, planejamento – inclusive orçamentário –, avaliação e gestão

possam estar mais articuladas. É nesse sentido que propomos que as macroatividades de

planejamento e desenvolvimento institucionais sejam assumidas por uma nova pró-reitoria – ou

estrutura similar –, prevendo desde o momento da sua criação a vinculação de unidades nos

campi e, também, mecanismos que permitam a contribuição de unidades acadêmicas afins ao

aprimoramento da sua gestão e da governança da UFSCar.

Também consideramos essencial a construção participativa de um plano de longo prazo

para o desenvolvimento da UFSCar, em um processo que estamos chamando de “UFSCar 45 +

10”, em alusão aos recém-completados 45 anos da Instituição. Além disso, é preciso ampliar o

processo de planejamento para além das unidades da Administração Superior, envolvendo os

Centros e Departamentos Acadêmicos e demais unidades acadêmicas e administrativas em todos

os campi. Esse enfoque visa ampliar o alinhamento entre as unidades da Administração Superior

e as atividades fins em todos os campi, pela concepção de um plano estratégico institucional

articulado com planos setoriais. Esse sistema de planejamento deverá contar com o apoio dos

órgãos colegiados – superiores, intermediários e de base – para o estabelecimento de critérios de

priorização das ações planejadas e consequente alocação de recursos.

● Criar a Pró-Reitoria de Planejamento e Gestão e/ou outra estrutura equivalente, capaz de

promover a ampliação da capacidade estratégica e operacional da atual Secretaria de

Planejamento e Desenvolvimento Institucionais, contemplando também o planejamento

físico e ambiental.

● Construir processo de planejamento estratégico de longo prazo para a UFSCar –

“UFSCar 45 + 10” –, ampliando o processo de planejamento para todos os níveis da

Instituição e articulando os planos para realização em curto e médio prazos ao

planejamento orçamentário anual.

● Estabelecer calendário de planejamento, avaliação e replanejamento em todos os níveis e

campi da Instituição, com suporte de um sistema informatizado de gestão,

acompanhamento e avaliação das ações planejadas, bem como de divulgação dos

resultados obtidos.

● Prever, no processo de planejamento, que sejam contemplados aspectos de análise e

gestão de riscos, inclusive socioambientais, visando minimizar incertezas, potencializar

soluções e otimizar resultados.

22

Eixo 2 – Fortalecimento da cultura e da gestão multicampi

As propostas apresentadas neste Eixo aglutinam um conjunto de discussões voltadas para

a consolidação de uma estrutura institucional multicampi na UFSCar, que reconhecem a

evolução na implantação dessa estrutura, mas também que ainda há muito por construir. A

concretização dessas propostas envolve a realização de estudos no sentido da implementação de

uma rede multicampi visando a consolidação de um modelo de gestão que adota diretrizes

administrativas comuns e o estabelecimento de procedimentos padronizados, porém

customizados para atender às necessidades de cada campus, fortalecendo a descentralização das

atividades operacionais (alinhadas institucionalmente) com o aumento do fluxo de informações e

documentos (inclusive em relação às deliberações dos órgãos colegiados) para maior eficiência e

agilidade administrativas. Envolve, também, a potencialização dos espaços de engajamento

político social, de forma a fortalecer a atitude participativa de todos os atores da comunidade da

UFSCar.

● Fortalecer a gestão multicampi com o objetivo de facilitar a comunicação, o fluxo de

informações e documentos e procedimentos e operações diárias (como movimentação de

orçamento; planejamento; organização de atos comuns como compras e contratos;

transporte; participação nos órgãos colegiados, dentre vários outros), prevendo

capacitação dos gestores envolvidos.

● Fortalecer a integração entre os campi pelo uso mais intensivo de tecnologias de

comunicação e informação e de mecanismos de acompanhamento e gestão das ações

planejadas, prevendo, dentre outras ações, o aprimoramento dos sistemas e plataformas

digitais e dos sites institucionais e a ampliação do uso de estratégias de vídeo e

webconferência.

● Aprimorar o fluxo de informações relativas a atividades, prazos e deliberações dos

conselhos superiores e das pró-reitorias, no sentido de garantir que cheguem aos órgãos

colegiados intermediários e de base e, assim, também à comunidade universitária como

um todo.

● Aprimorar o fluxo de documentos, do serviço de malote e das tramitações no interior de

cada campus e entre os campi, visando inclusive a racionalização das etapas de

tramitação, bem como pela implantação de sistema eletrônico de gestão de documentos.

● Revisar e padronizar procedimentos e processos internos às unidades, e entre as unidades

de gestão multicampi, inclusive com o suporte da empresas juniores da UFSCar, bem

como divulgar amplamente esses procedimentos.

Eixo 3 – Inovação nos processos de gestão para o amplo desenvolvimento institucional

Sob este eixo estão reunidas propostas que visam dar continuidade à modernização dos

processos de gestão da UFSCar. Visam, consequentemente, também a promoção de uma gestão

sustentável e o aumento da transparência pública, além da segurança e do apoio a processos de

tomada de decisão. As ações planejadas deverão acontecer no sentido de articular os

macroprocessos, com a adoção de metodologias qualitativas capazes de identificar traços

culturais dificultadores do processo de inovação na gestão, visando a sua superação.

23

● Dar continuidade ao desenvolvimento de novos módulos do Sistema de Apoio à Gestão

Universitária Integrada (SAGUI), como ferramenta de acompanhamento, controle e

racionalização das atividades desenvolvidas pelas distintas unidades organizacionais da

UFSCar, favorecendo o aumento da eficiência no trabalho e no uso dos recursos públicos

e promovendo de uma gestão sustentável.

● Implantar e institucionalizar o Cadastro Multifinalitário – que integra informações físicas

e espaciais de natureza acadêmica e administrativa em uma única base georeferenciada –

como ferramenta de apoio à gestão, racionalização e compartilhamento de recursos,

potencialização de integração e cruzamento de informações.

● Promover avanços para a governança digital, com gestão eletrônica de documentos e

informações (certificação digital, tramitação eletrônica etc.).

● Criar Escritório de Mapeamento de Processos e Procedimentos, visando aperfeiçoamento

e inovação, envolvendo o aprimoramento do processo de mapeamento e estabelecimento

de fluxos de atividades, a racionalização de processos e procedimentos administrativos e

a produção qualificada e regular de publicações institucionais técnico-administrativas de

apoio operacional e gerencial que promovam a ampla divulgação desses procedimentos.

● Criar e implementar política de conservação, manutenção (preventiva e corretiva),

atualização, segurança e utilização racional de recursos técnicos e materiais da

Universidade.

● Dar continuidade aos avanços alcançados na gestão documental e na preservação da

memória institucional, buscando condições para a criação de uma unidade (arquivo,

museu, centro de memória ou estrutura similar) que possibilite o compartilhamento do

legado da trajetória histórica de quase 50 anos da UFSCar e, mais especificamente,

também a consolidação da frente “Memória” no Repositório Institucional.

● Potencializar as atividades das Câmaras de Assessoramento Técnico da ProAd.

● Aprimorar processos de contratação de serviços terceirizados, avançando na

reformulação dos termos de referência para contratação, incluindo aspectos que tratem de

condições de acolhimento e exercício de direitos trabalhistas.

● Criar oportunidades de valorização de boas práticas de gestão.

Eixo 4 – Fortalecendo e aprofundando a gestão democrática e participativa

As propostas apresentadas estão relacionadas à valorização dos órgãos colegiados da

UFSCar, especialmente por processos de formação que aprimorem as condições de participação

de toda a comunidade universitária nesses espaços e estimulem essa participação também em

outras oportunidades de debate e construção coletiva; à criação de novos espaços de debate e

deliberação sobre temáticas diversas; à ampliação das oportunidades de participação em questões

relacionadas ao planejamento orçamentário da Universidade; e ao aprimoramento de canais de

diálogo já existentes.

24

● Promover processos e espaços de formação para a participação, com destaque à

abordagem do papel dos órgãos colegiados, formas de participação nesse órgãos

(processos eleitorais) e, também, da estrutura de representação (relações entre

representantes e representados, atribuições e responsabilidades dos representantes etc.),

visando aprimorar as condições para o exercício dessa participação.

● Avançar em ações de acolhimento aos diferentes integrantes da comunidade universitária

– servidores docentes e técnico-administrativos, e estudantes –, investindo em processos

de formação permanente sobre temas envolvendo aspectos relacionados a ética,

representações nos órgãos colegiados, história e características da UFSCar (incluindo sua

estrutura organizacional), dentre outros.

● Criar o sistema de participação social “UFSCar Participa”, com responsáveis por

organizar e atuar em plenárias temáticas sobre assuntos propostos pela comunidade

universitária, pela Administração e pelos órgãos colegiados da UFSCar.

● Fomentar a constituição de espaços diversos para a abordagem de temáticas definidas

como prioritárias, a partir da atuação do “UFSCar Participa”, visando ampliar e aprimorar

a interação entre diferentes instâncias da Universidade (órgãos colegiados superiores,

intermediários e de base; equipe administrativa; comunidade universitária).

● Avançar na consolidação da Ouvidoria da UFSCar, fortalecendo sua estrutura e a

articulação com as unidades da UFSCar e avançando na construção de canais de diálogo

a partir das contribuições da comunidade.

25

5 Gestão de Pessoas

A área de Gestão de Pessoas pode ser considerada, em grande medida, uma das mais

estratégicas e relevantes da administração universitária, considerando que são as pessoas –

servidoras e servidores, técnico-administrativos e docentes, estudantes, pesquisadoras e

pesquisadores, dentre outras que colaboram com a Instituição – que constroem diariamente a

UFSCar. Além disso, a temática é transversal, exigindo a articulação permanente com todas as

pró-reitorias e demais unidades administrativas, bem como com as unidades acadêmicas e com

diversas instâncias externas à UFSCar cujas ações e definições impactam significativamente as

possibilidades de atuação na área na Universidade.

A partir da criação da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (ProGPe), no final de 2010, a

área passou a ocupar uma nova posição na gestão da Universidade, simbolizada na ideia de

“gestão com pessoas”, em um deslocamento que procura aprofundar justamente esse

reconhecimento de que a UFSCar tem no seu conjunto de servidoras e servidores, estudantes e

demais colaboradoras e colaboradores o seu valor maior, bem como de que as conquistas que a

Instituição vem obtendo ao longo de sua história, traduzidas pelo reconhecimento público das

coisas que faz, decorrem do envolvimento ativo e democrático, bem como da postura

compromissada e responsável de sua comunidade interna frente aos desafios e situações

colocadas.

A partir desse reconhecimento, a ProGPe veio atuando, desde a sua criação, com

referências objetivadas nos seguintes eixos ordenadores: relações de trabalho democráticas;

qualificação e capacitação; informatização e informação; gestão por competências; Saúde,

Segurança e Benefícios; e valorização do servidor público e da coisa pública. Avanços

importantes foram consubstanciados, dentre os quais destaca-se a criação e sucesso do Programa

de Pós-Graduação em Gestão de Organizações e Sistemas Públicos (PPGGOSP); a estruturação

da gestão multicampi na área; o início do processo de informatização das rotinas vinculadas à

ProGPe; e os esforços voltados à ampliação das possibilidades de participação de servidoras e

servidores nos processos de tomada de decisão – como nos Fóruns de Integração, por exemplo –

e no equacionamento dos desafios enfrentados diariamente pela Universidade.

Para além das conquistas, estamos cientes dos inúmeros obstáculos ainda por superar.

Um dos maiores, sem dúvida, é o imenso déficit no quadro de servidores técnico-administrativos

da UFSCar, reconhecido inclusive pelo Ministério da Educação, que o estima em quase 400

profissionais. No próximo período, esta será uma batalha especialmente difícil, considerando a

atual conjuntura econômica e política brasileira, o que não significa que não devemos travá-la;

muito pelo contrário, é fundamental que permaneçamos firmemente dedicados à luta por

melhores condições de trabalho para as servidoras e os servidores da Instituição, o que, além das

reivindicações pela recomposição e ampliação do quadro, envolve inúmeros outros aspectos,

como a continuidade dos investimentos em qualificação e capacitação e a construção de modelos

que nos permitam reconhecer e aproveitar cada vez mais os resultados desses esforços; o

aprimoramento das relações de trabalho e interpessoais na Universidade, com estratégias de

prevenção de conflitos e enfrentamento incansável das questões relacionadas ao assédio moral; o

avanço efetivo na área de Saúde e Segurança do Trabalho, dentre várias outras frentes.

A partir da perspectiva da “gestão com pessoas” traduzida na ideia de compreensão,

comprometimento e envolvimento na caracterização dos problemas e busca de soluções frente a

um dado de realidade objetivamente posto, organizamos compromissos, desafios e as propostas a

eles relacionadas para a próxima gestão em quatro eixos – Fortalecimento institucional em

Gestão de Pessoas; Modernização dos processos de gestão; Excelência no atendimento às

necessidades dos servidores e das unidades organizacionais em uma perspectiva multicampi; e

Política de Saúde e Segurança no Trabalho –, justificados e detalhados a seguir.

26

Eixo 1 – Fortalecimento institucional em Gestão de Pessoas

A transformação da antiga Secretaria de Recursos Humanos (SRH) em Pró-Reitoria de

Gestão de Pessoas, no final de 2010, acompanhada, posteriormente, da implantação da estrutura

de gestão multicampi na área, permitiu, como já destacado, um reposicionamento estratégico,

com resultados importantes já concretizados. No entanto, mais do que celebrar os avanços, é

necessário reconhecê-los como passos iniciais em uma trajetória ainda por ser construída,

especialmente frente à vertiginosa expansão da Universidade e de suas atividades de ensino,

pesquisa e extensão nos últimos anos, que não foi acompanhada pelo crescimento suficiente do

número de servidores da UFSCar – muito especialmente servidoras e servidores técnico-

administrativos. Além disso, algumas conquistas geram novas demandas e desafios, como, por

exemplo, a exigência de avanços no sentido do reconhecimento, valorização e,

consequentemente, melhor aproveitamento da experiência e conhecimento acumulados pelos

diferentes servidores da UFSCar. Assim, neste eixo, tratamos de propostas para fortalecer a área

de gestão de pessoas nos próximos quatro anos, indo desde o fortalecimento da estrutura

institucional responsável por essa gestão e o aprimoramento do diálogo entre essa estrutura e o

conjunto de servidoras e servidores, até a busca de modelos mais eficientes e eficazes de

alocação da força de trabalho atualmente existente na Instituição.

● Manter e intensificar o posicionamento firme junto ao Fórum de Pró-Reitores de Gestão

de Pessoas (Forgepe), à Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de

Ensino Superior (Andifes) e ao Governo Federal visando a recomposição e ampliação do

quadro de servidores da UFSCar (em especial aquela que impacta o Quadro de

Referência de Servidores Técnico-Administrativos) e o fortalecimento da força de

trabalho do Sistema Federal de Educação Superior como um todo, com a elaboração de

uma matriz para a alocação de pessoal técnico-administrativo entre as IFES, a exemplo

do que já ocorre com a matriz orçamentária da Andifes.

● Fortalecer a área de Gestão de Pessoas, buscando meios para o atendimento de demandas

ainda não contempladas como, por exemplo, aquelas relacionadas às áreas de Assistência

Social e Psicologia, vinculadas à ProGPe.

● Avançar na integração entre os campi no que diz respeito especificamente à área de

Gestão de Pessoas, envolvendo, por exemplo, o aprimoramento da comunicação e do

transporte entre os campi, a padronização de processos e procedimentos, a

descentralização de atribuições e responsabilidades e a intensificação do diálogo entre

gestores e servidores atuantes nos diferentes campi (na ProGPe e Departamentos de

Gestão de Pessoas), dentre outras ações.

● Criar e implantar órgão colegiado (conselho) na área de Gestão de Pessoas e outros

espaços e ações voltados ao fortalecimento do diálogo entre a Administração Superior e a

ProGPe e o conjunto de servidores e suas entidades representativas, bem como ao

aprimoramento das relações profissionais e interpessoais e à prevenção de conflitos, tais

como Câmaras Técnicas para o compartilhamento de experiências e debate e busca

conjunta de soluções para problemas e desafios identificados.

27

● Construir e implementar modelos de dimensionamento da força de trabalho e de alocação

de servidores técnico-administrativos que permitam a compatibilização entre o perfil do

profissional e as necessidades institucionais, de modo que as competências adquiridas em

oportunidades de qualificação e capacitação sejam melhor aproveitadas tanto pelo próprio

servidor quanto pela Instituição, com parâmetros e critérios que ampliem a transparência

e a segurança de gestores e servidores, seja no momento de novas alocações ou em

processos de ajuste e/ou remoção (envolvendo, inclusive, possibilidades de

redimensionamento e/ou reestruturação de unidades acadêmicas e administrativas).

● Criar condições objetivas, a partir de normativas, para que os servidores técnico-

administrativos possam envolver-se em atividades de capacitação e qualificação

Eixo 2 – Modernização dos processos de gestão

As propostas apresentadas neste Eixo 2 estão relacionadas à busca permanente pela

excelência do serviço público, com base concomitantemente na valorização do servidor público e

na oferta de oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional. Uma das principais

diretrizes a serem seguidas nesse sentido diz respeito à concretização da Gestão por

Competências, desde o momento dos processos seletivos de novos servidores até a avaliação de

desempenho, compreendendo a articulação entre seleção, acolhimento, avaliação e qualificação e

capacitação. Nesse sentido, é importante concretizarmos mapeamentos das competências

(individuais e coletivas) existentes na Instituição (de modo complementar às propostas

relacionadas ao dimensionamento da força de trabalho e à compatibilização entre perfis

profissionais e necessidades institucionais apresentadas anteriormente), para que sejam possíveis

a formação de redes de aprendizagem, a avaliação de desempenho com orientação propositiva e,

assim, principalmente avanços na política de qualificação e capacitação de servidoras e

servidores e, concomitantemente, na qualidade dos serviços oferecidos.

Paralelamente a esse reconhecimento e valorização das contribuições de cada servidor, e

de cada grupo de trabalho, é necessário dar continuidade aos esforços de ampliação do nível de

informatização – com a continuidade do desenvolvimento dos módulos da ProGPe no Sistema de

Apoio à Gestão Universitária Integrada (Sagui) – e de integração das atividades administrativas,

bem como de revisão e aprimoramento contínuo dos fluxos de processos de trabalho. Há que se

pensar na constituição de um "escritório de processos", para conduzir esses esforços. Além

disso, para que esse aprimoramento contínuo seja real, são indispensáveis indicadores que

permitam o monitoramento e avaliação de políticas, programas e projetos.

● Criar e implementar indicadores na área de gestão de pessoas, para monitoramento e

avaliação de políticas, programas e projetos, que permitam a identificação de avanços e

das necessidades de mudanças e correção de problemas.

● Aprimorar a articulação entre processos de seleção, acolhimento, qualificação e

capacitação e avaliação.

● Implantar um programa de Estudo de Clima Organizacional (a partir da identificação e

análise do grau de satisfação com a Instituição e com o trabalho), como subsídio ao

atendimento de demandas dos servidores e à elaboração de diferentes planos de ações

para melhoria de processos (a partir da análise de diferentes cenários existentes nas

diversas unidades da Universidade).

● Aprimorar a elaboração das descrições das diferentes funções nas diversas unidades,

como, por exemplo, Coordenações de Cursos de Graduação e Chefias de Departamento,

prevendo capacitação aos gestores em descrição de cargos e o mapeamento de processos

28

com vistas ao compartilhamento de informações claras e precisas sobre cada função, bem

como manuais de “boas práticas”.

Implantar política para a remoção de servidores, para melhor adequação entre as

necessidades institucionais e dos servidores e visando, também, a alocação e a

mobilidade de acordo com perfis específicos, além do aprimoramento da política de

qualificação e capacitação (por meio, por exemplo, do levantamento de dados sobre os

conhecimento e habilidades do conjunto de servidores e da implantação de um “Banco de

Talentos”).

● Implantar programa permanente de avaliação de desempenho, com orientação

propositiva, no sentido da oferta de oportunidades de crescimento pessoal e profissional e

de aprimoramento da gestão dos serviços e políticas públicas.

● Aperfeiçoar o processo e a metodologia de avaliação de servidores em estágio probatório,

visando maior e melhor explicitação das possibilidades de aprimoramento e de eventuais

dificuldades encontradas e considerando fatores relacionados a desempenho,

comprometimento e características das relações interpessoais.

● Promover a aproximação entre a ProGPe e as ações inovadoras no âmbito do ensino, da

pesquisa e da extensão, de modo a aprimorar processos e procedimentos de gestão de

pessoas em face da necessidade de atendimento de especificidades, como, por exemplo,

no caso dos processos de seleção e contratação de servidores docentes e técnico-

administrativos, dentre outros.

● Concluir o desenvolvimento e implantação dos módulos relacionados à Gestão de

Pessoas no Sistema de Apoio à Gestão Universitária Integrada (SAGUI).

Eixo 3 – Excelência no atendimento às necessidades das servidoras e dos servidores e das

unidades organizacionais em uma perspectiva multicampi

As organizações de sucesso compreendem duas características essenciais: o sentimento

de comunidade/pertencimento e a interação com o ambiente externo. Considerando esses dois

aspectos, inexoravelmente interligados, as propostas neste eixo estão voltadas à busca da

excelência pelo aprimoramento das relações entre a Instituição e as pessoas que nela trabalham –

pela compatibilização das necessidades e demandas –, entre as diferentes unidades que compõem

a UFSCar e, assim, destas com os diferentes públicos atendidos pela Universidade. Trata-se,

assim, do aprimoramento da qualidade das relações profissionais e interpessoais e, também, dos

ambientes organizacionais; da garantia de condições objetivas para a participação na gestão e na

vida universitária – e, consequentemente, de desenvolvimento do sentimento de pertencimento à

UFSCar; e de avanços na política de qualificação e capacitação de servidores, especialmente pelo

estabelecimento de metas, critérios e normas sólidos e transparentes, dentre outros aspectos.

Em relação especificamente à política de qualificação e capacitação, destaca-se a

proposta de criação da “Escola UFSCar de Gestão Pública”, no sentido de articular, fortalecer e

aprimorar as ações institucionais e extrainstitucionais de qualificação e capacitação, bem como

de requalificar a sua gestão, pela instalação dessa unidade acadêmica corporativa vinculada à

ProGPe. Tal proposição parte da constatação de que o nível de maturidade atingido pelo

Programa de Capacitação e Qualificação da UFSCar indica que é chegado o momento de ganhar

maiores visibilidade, robustez e organicidade com a criação da Escola. A “Escola UFSCar de

Gestão Pública”, como unidade integrante da estrutura organizacional da Universidade, terá

como finalidade coordenar as atividades de formação e desenvolvimento profissional dos

servidores, com um projeto construído de maneira colaborativa e abrangendo desde eventos de

29

curta duração até a oferta de cursos de especialização e mestrado profissional. Deverá ter foco

também na formação de lideranças, com desenvolvimento de ações para capacitação de gestores,

promovendo a competência gerencial necessária para o exercício das funções de chefia, direção e

assessoramento.

● Criar a “Escola UFSCar de Gestão Pública” – a partir de investimentos graduais na

adequação do atual Programa de Capacitação e Qualificação de Servidores a esse novo

modelo –, abrangendo as especificidades da gestão universitária e visando conferir maior

visibilidade, robustez e organicidade ao Programa e, concomitantemente, a qualificação

de sua gestão, além de garantir a incorporação do princípio da gestão democrática e

participativa.

● Instituir a Política de Afastamento para Qualificação de Servidores Técnico-

Administrativos.

● Criar, no âmbito da Escola de Gestão, programa permanente de relações interpessoais,

abrangendo a promoção da colaboração entre servidores docentes e técnico-

administrativos em questões estratégicas, a prevenção e mediação de conflitos, a

prevenção e combate ao assédio, dentre outros aspectos.

● Aprimorar mecanismos e iniciativas de inclusão e de reconhecimento e valorização das

diversidades, visando o combate a qualquer forma de preconceito e discriminação no

ambiente de trabalho.

● Aprimorar estratégias de promoção do sentimento de pertencimento à UFSCar, por meio

de mecanismos de autocoordenação e empoderamento dos servidores e de

compartilhamento de conhecimentos com vistas à construção de soluções nos diferentes

ambientes organizacionais da Instituição (por exemplo, pela continuidade e

aprimoramento da realização do Fórum Integração UFSCar e pela multiplicação e

consolidação das Comunidades Virtuais de Prática, dentre outras iniciativas).

● Ampliar e aperfeiçoar os projetos já existentes de acolhimento de servidores em todos os

campi, voltados à familiarização com a estrutura e procedimentos básicos da UFSCar,

bem como aqueles relacionados diretamente à vida funcional do servidor, prevendo

acompanhamento periódico na unidade de lotação pela área de Gestão de Pessoas.

Eixo 4 – Política de Saúde e Segurança no Trabalho

A atuação da UFSCar gera um conjunto de conhecimentos, tecnologias, produtos e

serviços que contribuem diretamente para o desenvolvimento brasileiro. A qualidade dessa

atuação depende, além da competência do conjunto de profissionais da Universidade, das

condições de trabalho oferecidas a cada integrante desse conjunto. Nesse sentido, neste Eixo 4

são apresentadas propostas que, além de expressarem o compromisso com a qualidade de vida e

as condições adequadas de trabalho de todas as pessoas, bem como com a promoção de um

ambiente que fortaleça a relação das pessoas que trabalham na UFSCar com a Instituição, visam

permitir avanços em relação a pontos identificados como críticos neste momento da trajetória da

Universidade, como, por exemplo, as condições de segurança nos laboratórios, a partir do

desenvolvimento de metodologias específicas, envolvendo aqueles que trabalham diretamente

nas unidades. Também é importante reunir esforços para garantir os recursos necessários à

implantação das soluções propostas.

● Avançar na promoção de atividades de promoção da Saúde e prevenção de doenças junto

30

ao conjunto de servidores da UFSCar.

● Ampliar a realização dos exames médicos periódicos, visando o acompanhamento das

condições de Saúde das servidoras e dos servidores e a identificação de possíveis

alterações relacionadas à sua atividade laborativa e/ou ao ambiente de trabalho.

● Mapear, com auxílio das competências acadêmicas existentes na UFSCar, as condições

ergonômicas de trabalho em unidades consideradas críticas e agir no sentido de aprimorá-

las.

● Concluir o mapeamento das condições de segurança nos laboratórios da Universidade,

visando a construção e implantação de um plano de ações voltado à minimização de

riscos.

● Estabelecer e implementar Plano de Gestão relacionado ao uso de Equipamentos de

Proteção Individual (EPIs), envolvendo capacitação e estabelecimento de procedimentos

padrão – relacionados à aquisição e ao uso dos EPIs.

31

6 Ambiente, espaços físicos e sustentabilidade

A busca pela sustentabilidade, em suas diferentes dimensões (ambiental, social,

econômica, política e cultural), deve ser um objetivo constante da sociedade atual. A UFSCar

vem participando desta busca, atuando em duas frentes principais: a formação de pessoas

comprometidas com este objetivo e a adoção de práticas e soluções mais sustentáveis no seu

funcionamento cotidiano.

Neste sentido, um avanço significativo ocorreu com a implantação da Secretaria de

Gestão Ambiental e Sustentabilidade (SGAS), evolução da antiga Coordenadoria Especial de

Meio Ambiente (CEMA), cuja criação, no início da década de 1990, já havia caracterizado a

UFSCar em termos de pioneirismo na área. Outros setores da UFSCar têm dado uma atenção

crescente aos temas relacionados à sustentabilidade, embora uma série de limitações ainda

permaneçam, resultantes de aspectos como: carência de recursos financeiros e de pessoal;

impedimentos legais; pressões de tempo que levam à implantação de soluções já conhecidas; e

mesmo a falta de uma maior “cultura de sustentabilidade”, que necessita ser melhor absorvida

pela comunidade universitária. No entanto, não há dúvida que inúmeros avanços vêm ocorrendo,

e o princípio, manifestado em diversos momentos pela UFSCar, de fazer com que suas ações

sejam favoráveis à sustentabilidade, continua sendo significativo, demandando um conjunto de

iniciativas que vêm sendo tomadas ao longo do tempo.

Ao lado da temática específica da sustentabilidade, surge a questão relacionada ao uso e

ocupação dos espaços físicos, que pode gerar maiores ou menores impactos ambientais, sociais,

econômicos e culturais. O espaço físico tem uma de suas principais componentes na mobilidade

urbana, atualmente um tema de grande relevância para a sustentabilidade. Por fim, os espaços

ocupados pelos campi acabam por demandar atenção com relação a diversas questões

relacionadas com a segurança, tema também bastante presente na sociedade.

A seguir, são abordados alguns dos aspectos que merecem maior atenção no momento

atual, os quais foram agrupados, para efeito de apresentação, em cinco eixos temáticos: Gestão

ambiental e sustentabilidade; Planejamento e gestão do uso e ocupação dos espaços dos campi;

Modernização e manutenção predial e de infraestruturas; Mobilidade urbana; e Segurança.

Eixo 1 – Gestão Ambiental e Sustentabilidade

A gestão ambiental da UFSCar já vem sendo praticada há algum tempo, com uma

institucionalização progressiva. Medidas práticas têm sido implantadas ao longo desse percurso,

decorrentes das preocupações da comunidade e do apoio das administrações. Algumas têm maior

visibilidade (coleta seletiva de resíduos, uso de canecas permanentes nos restaurantes

universitários), enquanto outras podem passar mais desapercebidas (averbação das Reservas

Legais acima das exigências, técnicas compensatórias de retenção de águas de chuva). De

qualquer forma, sempre há ações a serem adotadas, ampliadas ou aperfeiçoadas, seja em novas

implantações, seja em situações consolidadas. Algumas destas são abordadas a seguir.

Fortalecer da Secretaria de Gestão Ambiental e Sustentabilidade (SGAS) – buscando a

incorporação de novos profissionais e maior articulação com outras unidades

administrativas e acadêmicas – e promover a sua descentralização para todos os campi.

Incentivar a adoção de inovações tecnológicas que favoreçam a sustentabilidade, tanto

aquelas de origem externa, quanto as oriundas de atividades de ensino, pesquisa e

extensão desenvolvidas pela comunidade da UFSCar.

Aperfeiçoar a gestão de resíduos na UFSCar, estendendo as iniciativas a todos os campi e

reforçando as práticas de não geração, redução, separação e reaproveitamento,

contemplando ações como:

32

◦ conscientização e formação da comunidade universitária e dos profissionais

diretamente envolvidos com o manejo de resíduos;

◦ maior divulgação dos resultados alcançados pela gestão dos resíduos como forma de

efetivação e multiplicação das ações;

◦ criação de grupos de acompanhamento da gestão de resíduos;

◦ melhoria de espaços físicos relacionados à gestão dos resíduos;

◦ inclusão de outros resíduos ainda não contemplados nas ações já existentes;

◦ implantação de ações para o reaproveitamento de materiais oriundos de baixa de

patrimônio, favorecendo o reuso dos materiais;

◦ implantação de coleta e tratamento de efluentes químicos e de esgoto onde ainda não

existem esses serviços.

Aprimorar a articulação e a divulgação das ações de educação ambiental, incluindo

aquelas voltadas à gestão ambiental, referentes a resíduos, mobilidade, energia e outras

iniciativas e programas que favorecem a sustentabilidade.

Implantar efetivamente a educação ambiental nos processos de formação praticados pela

UFSCar, atendendo a obrigatoriedade de inclusão nos projetos pedagógicos, com especial

atenção para as Licenciaturas.

Adotar o favorecimento à sustentabilidade em dimensões ainda pouco aplicadas

(aquisição de produtos, contratação de serviços, conservação de recursos naturais), a

partir de iniciativas novas ou no contexto de projetos e programas já existentes

(Esplanada Sustentável, A3P, Logística Sustentável).

Eixo 2 – Planejamento e gestão do uso e ocupação dos espaços dos campi

Os espaços físicos ocupados pela UFSCar, seja nos campi já existentes, seja pela

implantação de novos campi, sofreram uma significativa expansão ao longo da última década,

representando um enorme avanço, mas um igual desafio, não só em termos da viabilização da

expansão em si mesma, mas também para que esta ocorresse de modo planejado e favorável à

sustentabilidade. Deste modo, a expansão foi acompanhada pela elaboração de Planos Diretores

e Zoneamento Ambiental Urbano. As características dinâmicas desses instrumentos exigem,

entretanto, que sejam atualizados ao longo do tempo. Assim, são propostas as seguintes ações:

Promover ações de revisão periódica participativa dos Planos Diretores, de modo a se

adequar às necessidades de expansão, ao atendimento às legislações nos diferentes

âmbitos e às inovações que favorecem a sustentabilidade.

Potencializar os usos dos espaços físicos existentes, otimizando o uso e projetando

edifícios e espaços internos que contemplem conceitos de sustentabilidade em seus vários

aspectos.

Consolidar um sistema multifinalitário de cadastro de informações inerentes aos espaços

físicos a fim de subsidiar ações de planejamento, racionalizando a aplicação dos recursos

e atendendo plenamente às necessidades dos usuários.

Eixo 3 – Modernização e manutenção predial e de infraestruturas

O espaço físico, envolvendo edifícios, vias e equipamentos urbanos nos campi, deve ser

continuamente modernizado e mantido para garantir que docentes, discentes, técnico-

33

administrativos e prestadores de serviços usufruam de condições de trabalho e espaços de

vivências adequados ao longo dos anos que se dedicam à UFSCar. Para tanto, algumas ações

devem ser implementadas:

Dar continuidade à modernização do espaço físico construído, por meio de ações de

melhoria nas condições de infraestrutura predial e urbana dos campi.

Implantar o conceito de Manutenção Total (preventiva, corretiva e preditiva) e

implementar ações de recuperação, adequação e adaptação dos espaços físicos prediais e

de infraestrutura.

Adequar edifícios no sentido da ampliação do potencial de uso e da incorporação de

tecnologias de racionalização do consumo de energia e de água, com a adoção do uso de

energias alternativas e aproveitamento de águas pluviais.

Adotar o emprego de tecnologias sustentáveis no “design” da infraestrutura dos campi,

com o emprego de drenagem de baixo impacto, iluminação de vias com LED, dentre

outras alternativas.

Eixo 4 – Mobilidade urbana

A questão da mobilidade urbana, embora já esteja presente há tempos nas preocupações

da comunidade e da administração da UFSCar, tem ganhado destaque em função do número

crescente de pessoas presentes nos campi e do maior acesso que a sociedade em geral tem tido ao

automóvel particular. Espaços cada vez maiores acabam sendo alocados a este último e, mesmo

assim, situações de conflito persistem (congestionamentos, falta de locais para estacionamento,

riscos de acidentes). Dificuldades adicionais decorrem do fato de que os campi da UFSCar

situam-se em cidades cujos portes não são compatíveis com o uso de transportes coletivos de

massa. Não obstante, várias iniciativas podem contribuir para melhorar as condições de

mobilidade, tais como:

Desenvolver e implantar Planos de Mobilidade Urbana para os campi, que tenham como

diretriz principal a atuação interna e externa voltada à minimização da circulação de

veículos motorizados particulares, combatendo a hegemonia do carro.

Ampliar a atuação junto aos setores responsáveis nos respectivos municípios com vistas à

melhoria do transporte coletivo de acesso aos campi, em termos de rotas, horários,

condições dos veículos e dos pontos de espera.

Aprimorar as condições de deslocamento interno, com melhoria das vias de fluxo para

todas as modalidades, mas com ações preferenciais em termos de transporte coletivo e de

transporte não motorizado.

Incentivar e favorecer a circulação não motorizada, com a melhoria das condições de

circulação de pedestres e bicicletas, contemplando, por exemplo: recuperação e

adequação de calçadas; travessias seguras; ciclovias, ciclofaixas e faixas compartilhadas;

instalações de apoio a ciclistas (bicicletários, paraciclos, vestiários/banhos); empréstimo e

compartilhamento de bicicletas.

Adequar horários de funcionamento da UFSCar, com defasagem de horários de início e

término de aulas e outras atividades acadêmicas e administrativas, de modo a diminuir

34

sobrecarga pontual na infraestrutura (vias de acesso, transporte coletivo, restaurantes

etc.).

Eixo 5 – Segurança

A promoção das condições de segurança, em suas diversas vertentes (pessoal, laboral, de

trânsito, patrimonial, ambiental), vem sendo objeto de atenção ao longo do tempo, tendo gerado

como um de seus produtos o Plano de Prevenção à Violência e Proteção às Pessoas e ao

Patrimônio Público aprovado no âmbito do ConsUni em dezembro de 2015. Medidas concretas

vêm sendo aplicadas, tanto em termos de estruturas físicas, como de medidas de avaliação,

prevenção, informação e capacitação de pessoas. Citam-se, a seguir, algumas propostas a serem

implantadas e/ou aperfeiçoadas, que são abrangidas pelo tema “Segurança”.

Além dessas propostas específicas, expressamos nosso compromisso também com a

implantação do Plano aprovado pelo ConsUni, nos quatro eixos nele estabelecidos: Função

social da Universidade e fortalecimento das relações com a sociedade – Extensão, Cultura e

Lazer; Estratégias e ações para fortalecimento de uma rede institucional de prevenção e combate

à violência; Estratégias e investimentos para aprimoramento das condições operacionais de

proteção às pessoas e ao patrimônio público; e Regulamentação da realização de eventos

acadêmicos, culturais, esportivos e festivos nos campi.

Segurança pessoal (garantia dos direitos individuais e coletivos): normalização e

aprimoramento das medidas de vigilância interna aos campi; estabelecimento e melhoria

nos espaços de convívio e circulação, tornando-os mais seguros;

Segurança do trabalho: implementação de ações no sentido de garantir as condições de

segurança no trabalho, nas diversas atividades realizadas nos campi, incluindo o emprego

adequado de equipamentos de proteção e a elaboração de procedimentos internos para

uma operação segura;

Segurança laboratorial: efetivação das adequações necessárias nos laboratórios e oficinas

para a guarda e manipulação de produtos perigosos (químicos e biológicos), bem como

elaborar procedimento para a operação segura dos equipamentos;

Segurança do trânsito: continuidade e aprimoramento de ações de controle de fluência no

trânsito (deslocamento, parada e estacionamento), bem como o incentivo às posturas de

respeito às normas de trânsito, com a promoção de ações educativas;

Segurança patrimonial: aprimoramento do sistema de vigilância, com ações preventivas e

de controle que visem a preservação do patrimônio da UFSCar e da comunidade;

Segurança ambiental: identificação e implementação de ações para controle das

atividades com potencial de geração de riscos ambientais, tais como a contaminação da

água, do solo e do ar, ocorrência de incêndios, riscos à fauna, promovendo ações de

segurança e mitigação.

35

7 Artes, Cultura, Comunicação e Memória

Na sociedade contemporânea, marcada pelo desenvolvimento em velocidade

inimaginável há bem pouco tempo das tecnologias digitais de informação e comunicação, os

processos de gestão e fluxo de conhecimento e informação ganham cada vez mais relevância. A

condução estratégica e criativa desses processos é fundamental para o sucesso das mais diversas

organizações. Na Universidade, o estabelecimento da produção e disseminação do conhecimento

como sua razão de ser torna ainda mais imprescindível a definição de políticas e estratégias

transparentes e eficazes de gestão do conhecimento e da informação.

A universidade em geral e a UFSCar em particular já se encontram em um estágio

bastante avançado e estruturado em se tratando das formas de disseminação historicamente

relacionadas ao fazer acadêmico: na comunicação científica, em atividades de extensão

universitária e na realização de cursos de diferentes naturezas, por exemplo. No entanto, em

práticas desenvolvidas mais recentemente e tradicionalmente não identificadas com a instituição

universitária em sua plenitude e complexidade – como, por exemplo, as de comunicação social,

difusão cultural, divulgação científica –, ainda é preciso amadurecer as diretrizes e estruturas que

permitiriam a institucionalização plena dessas atividades, a definição de políticas e,

consequentemente, o aproveitamento de todo o seu potencial transformador.

A UFSCar tem hoje um conjunto de estruturas e práticas voltadas à comunicação

institucional, à promoção da cultura e à gestão da informação e da memória, algumas já bastante

consolidadas e outras em fase de implantação, tais como: a Coordenadoria de Comunicação

Social (CCS); a Rádio UFSCar; a Coordenadoria de Cultura da Pró-Reitoria de Extensão; a

Editora da UFSCar (EdUFSCar); o Sistema Integrado de Bibliotecas (SIBi); e o recém-criado

Repositório Institucional, dentre outras. Além das possibilidades e necessidades de ampliação e

aprimoramento de políticas, programas, projetos e ações circunscritos às especificidades de cada

uma dessas estruturas – que são abordadas nas propostas organizadas nos diferentes eixos desta

seção do programa para a Gestão 2016-2020 da UFSCar –, postulamos, no entanto, a

necessidade de promover maior articulação entre elas, para que seu potencial possa ser melhor

aproveitado na difusão do conhecimento produzido pela comunidade universitária; na promoção

da visibilidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas por essa comunidade,

visando sua valorização e, também, a democratização do acesso à Universidade; no

fortalecimento do diálogo entre as diferentes pessoas e os diferentes grupos que interagem na

UFSCar e, assim, na promoção do sentimento de pertencimento à Instituição; e na garantia da

transparência da gestão pública, dentre outros objetivos.

Tal proposta de articulação parte, também, do compromisso com os direitos à liberdade

de expressão e à comunicação compreendidos como pilares centrais de uma sociedade

democrática, o que pressupõe, para além de uma gestão de qualidade das atividades

administrativas relacionadas à comunicação, à cultura e à gestão da informação, a compreensão

dessas temáticas como transversais à Universidade como um todo e, assim, a atuação no sentido

da oferta de oportunidades de formação crítica para as mídias e pelas mídias de todas as pessoas

que interagem com a Instituição, bem como o exercício do papel transformador da instituição

universitária no que diz respeito à democratização da comunicação e da cultura em nosso país. É

à luz desses princípios que apresentamos as propostas elencadas nos diferentes eixos desta seção

e, também, que reiteramos o compromisso em:

Buscar as condições de implementação da Pró-Reitoria de Artes, Cultura e Comunicação

– tal como definido no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFSCar – ou de

outras estruturas e processos que otimizem a aplicação das capacidades já instaladas na

Universidade de atuação nessas áreas.

Tal proposta visa fomentar maior articulação e organização institucional das iniciativas

na área já existentes e a serem criadas; a criação de um espaço de fomento à aproximação entre

36

setores administrativos e departamentos acadêmicos da UFSCar; e, finalmente, como destacado,

a potencialização e desempenho pleno do papel da Universidade em relação à consolidação no

Brasil de dois princípios essenciais no que diz respeito a políticas de gestão do conhecimento, da

informação e da cultura: a democratização da Comunicação e da Cultura e seu entendimento

como direito humano e a promoção e valorização da diversidade e da pluralidade.

Assim, a partir dessa diretriz geral, gestão do conhecimento e da informação;

democratização da Comunicação e da Cultura; diversidade cultural; e preservação da memória

são os eixos norteadores das propostas mais específicas apresentadas a seguir, nas quais a

atuação proposta na área da Cultura ultrapassa em muito a concepção de realização de eventos

culturais e a ideia de Comunicação também suplanta o conceito de desenvolvimento de produtos

comunicacionais, alcançando ambas – Comunicação e Cultura – o patamar de frentes de atuação

transformadoras e potencializadoras do papel da Universidade como produtora e disseminadora

do conhecimento, comprometida com as grandes questões nacionais, ampliadora das fronteiras

do saber e ponto de convergência entre diferentes grupos sociais e, em se tratando de

Comunicação e Cultura, vozes diversas.

Eixo 1 – Fortalecimento da extensão universitária na área de Artes e Cultura

A Universidade é, com frequência, cobrada a desempenhar um papel de agente de

promoção cultural que, ainda que reconheçamos como uma atuação possível e relevante,

depende de recursos orçamentários, infraestruturais e de pessoal ainda não disponíveis neste

momento de sua história. Assim, a opção feita nos últimos anos foi pelo investimento prioritário

e estratégico no fomento às atividades de extensão na área das Artes e da Cultura, por meio dos

editais de apoio às atividades artístico-culturais gerenciados pela Coordenadoria de Cultura da

Pró-Reitoria de Extensão (ProEx) e da consolidação de parcerias internas e externas à

Universidade voltadas à ampliação das oportunidades de apoio à realização das atividades. Nesse

sentido, uma conquista importante foi a elaboração do Plano de Cultura da UFSCar ao longo do

primeiro semestre de 2015, com a participação de servidores e estudantes dos quatro campi e o

estabelecimento de metas voltadas ao fortalecimento da formação e à incubação e circulação de

movimentos e equipamentos de Cultura. É a partir dessas metas e dos desafios envolvidos em

sua concretização que é apresentado o conjunto de propostas listado abaixo.

A Pró-Reitoria de Extensão também teve um papel fundamental no equacionamento de

questões relacionadas à gestão da Rádio UFSCar, liderando o processo que culminou na

instalação do Conselho Editorial da emissora e na realização de editais para seleção dos

programas a serem veiculados, ações que permitiram maior envolvimento da comunidade

universitária no cotidiano da Rádio, bem como acompanhamento mais próximo da qualidade da

produção veiculada. Permanecem como desafios, no entanto, a consolidação do Conselho – pela

aprovação e implantação de seu regimento –, o equacionamento de questões relacionadas ao

financiamento das atividades de produção radiofônica (por exemplo, pela regulamentação da

inserção de apoio cultural na programação da Rádio) e, assim, também a extensão da produção

radiofônica a todos os campi da Universidade.

Buscar recursos e consolidar parcerias externas à Universidade que viabilizem a

implantação dos princípios e ações previstos no Plano de Cultura da UFSCar, dentre

outras iniciativas na área das Artes e da Cultura.

Manter e ampliar, de acordo com a disponibilidade de recursos, os editais de apoio às

atividades artístico-culturais, atuando na promoção de parcerias entre os diferentes

projetos propostos pela comunidade universitária.

37

Ampliar as iniciativas de itinerância de projetos e atividades artístico-culturais entre os

campi da UFSCar e entre as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), criando

procedimentos institucionais mais ágeis e eficazes de apoio a essa itinerância e facilitação

da circulação de produtos culturais, ideias e pessoas (como, por exemplo, sistema de

transporte, apoio à montagem e desmontagem de exposições etc.).

Avançar no aprimoramento da gestão institucional da Rádio UFSCar e viabilizar

estratégias e modelos para a extensão das oportunidades de produção e veiculação de

conteúdos radiofônicos a todos os campi da UFSCar.

Eixo 2 – Comunicação pública e gestão da informação: democratizando o acesso à

Universidade e ao conhecimento e promovendo a formação para e pelas mídias

Na área mais específica da Comunicação Social e, também, em diferentes iniciativas

voltadas ao aprimoramento da gestão da informação na UFSCar, os esforços têm se voltado à

disseminação ampla e eficaz do conhecimento produzido e armazenado na Universidade; à

multiplicação dos veículos disponíveis de maneira planejada, visando atingir com qualidade os

diferentes públicos; ao estabelecimento de fluxos eficazes de informação no ambiente interno à

UFSCar e na comunicação deste com o ambiente externo; e ao registro, organização e

disponibilização para diferentes usos das atividades diárias da Instituição e de sua memória.

Além do aprimoramento e ampliação das ações voltadas a esses objetivos, as propostas

apresentadas neste Eixo visam também fomentar a já mencionada inserção da formação para as

mídias e pelas mídias no cotidiano acadêmico e administrativo da UFSCar, tanto no sentido de, a

partir da elaboração e implantação de uma política institucional de comunicação e informação,

aprimorar as condições de diálogo entre diferentes setores da Universidade e os públicos com os

quais interagem, quanto no de promover a educação para uma relação crítica e criativa com as

mídias e as tecnologias digitais de informação e comunicação.

No que diz respeito mais particularmente à visibilidade da produção da comunidade

universitária, destaca-se a recente criação do Repositório Institucional digital da UFSCar (RI),

em fase de implantação como espaço virtual em acesso aberto voltado à reunião da produção

intelectual da UFSCar – entendida como toda a produção científica, tecnológica, didática,

artístico-cultural e técnico-administrativa, além de dados primários de pesquisa, quando

pertinente. Em relação ao RI, o desafio agora refere-se à sua efetiva implantação e povoamento,

que envolve tanto questões técnicas, quanto esforços de conscientização da comunidade

universitária sobre a relevância do depósito no Repositório e, também, sobre as características e

particularidades do acesso aberto.

Promover processo de construção colaborativa da Política de Comunicação e Informação

da UFSCar, visando, concomitantemente, o estabelecimento de diretrizes e normas gerais

e a possibilidade de implantar experiências de descentralização da comunicação

institucional.

Realizar levantamento das características de diferentes públicos com os quais a

Universidade se comunica ou deseja se comunicar e, a partir desse diagnóstico,

empreender a avaliação dos resultados alcançados pelos meios e veículos de

comunicação atualmente utilizados, com vistas ao seu aperfeiçoamento e à criação de

novos canais de comunicação mais adequados a esses públicos, inovando nos meios e

tecnologias utilizados.

38

Ampliar e aprimorar os mecanismos, ferramentas e produtos voltados à divulgação e à

difusão das atividades de ensino, pesquisa e extensão e do conhecimento produzido na

Universidade.

Implantar projeto experimental de descentralização da comunicação institucional,

prevendo processos de formação junto a gestores e profissionais atuantes em unidades

específicas para a construção de planos de comunicação e, a partir deles, uso de

ferramentas interativas para a comunicação direta entre essas unidades e o público

específico com o qual se relacionam, bem como o desenvolvimento de projetos

experimentais de produção midiática não profissional pelos diferentes grupos que

integram a comunidade universitária.

Atuar junto à Andifes (Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de

Ensino Superior) e outras organizações no sentido de construir e implantar rede de

compartilhamento de conteúdos entre as IFES (agência de notícias, redes de rádio e TV

etc.).

Fomentar, apoiar e desenvolver atividades curriculares e extracurriculares de educação

para as mídias e pelas mídias envolvendo cursos das diferentes áreas do conhecimento

presentes na UFSCar.

Promover ações de conscientização e formação de toda a comunidade universitária sobre

transparência das informações públicas, direitos da sociedade e deveres do servidor

público em relação ao acesso à informação.

Consolidar o Repositório Institucional digital da UFSCar.

Consolidar e ampliar o Portal de Periódicos da UFSCar.

Eixo 3 – Fortalecimento e modernização do Sistema Integrado de Bibliotecas da UFSCar

O Sistema Integrado de Bibliotecas (SIBi) da UFSCar foi criado em novembro de 2014,

compreendendo as bibliotecas dos quatro campi da Universidade e voltado ao desenvolvimento,

de maneira articulada, das políticas de gestão administrativa, funcional e técnica dessas unidades.

O SIBi – e seu Conselho – estão voltados à construção de políticas que permitam o atendimento

a todos os seus usuários de forma padronizada, o aprimoramento da gestão de pessoas e recursos

alocados nas bibliotecas e a definição de diretrizes para a formação e desenvolvimento de

coleções das bibliotecas da Universidade. Se a própria constituição da estrutura do SIBi já foi

uma conquista, permanece como desafio sua consolidação – no sentido de seu fortalecimento e

de sua modernização –, à qual estão relacionadas as propostas apresentadas a seguir.

Ampliar e aprimorar as estratégias de interação permanente entre o SIBi, as pró-reitorias

e as diferentes unidades acadêmicas da UFSCar (Centros, Departamentos e

Coordenações), visando o atendimento às necessidades informacionais específicas das

diferentes áreas do conhecimento presentes na Universidade, bem como maior

divulgação e disseminação dos serviços oferecidos pelas bibliotecas juntos aos diferentes

grupos de usuários.

Revisar processos, procedimentos e técnicas adotadas nas bibliotecas vinculadas ao SIBi,

visando padronização no sentido do aprimoramento dos serviços oferecidos aos

diferentes usuários, bem como do desenvolvimento das bibliotecas para atendimento

39

mais equitativo aos diferentes campi.

Aprimorar os mecanismos de autoatendimento para consulta aos acervos, empréstimo e

devolução em todos os campi, bem como os serviços de circulação de obras entre os

campi.

Desenvolver e implantar política para a aquisição de coleções de obras raras e/ou

especiais, com especial atenção aos acervos de docentes em relação aos quais existe a

intenção de doação ao SIBi e/ou demanda para que o Sistema fique responsável pela

gestão das coleções.

Desenvolver e implantar política para aquisição de bases de dados e livros eletrônicos e

construir estratégias de ampliação desse acervo por meio do estabelecimento de

consórcios entre instituições públicas de Ensino Superior.

Realizar estudo do perfil dos usuários do SIBi, visando a formulação e implantação de

estratégias para atendimento a demandas, necessidades e padrões de acesso à informação

específicos, bem como a intensificação da interação com esses diferentes públicos.

Investir no aprimoramento das condições de segurança e preservação do acervo das

bibliotecas, bem como na manutenção periódica da sua infraestrutura predial e em

adaptações relacionadas à acessibilidade.

Investir no aprimoramento e ampliação de espaços de estudos nas bibliotecas de todos os

campi, bem como na ampliação da infraestrutura de acesso à Internet.

Promover a aproximação entre a Biblioteca Comunitária da UFSCar e outras unidades

atuantes na realização de atividades artístico-culturais e de fomento ao livro e à leitura,

visando fortalecer o seu caráter comunitário, bem como a multiplicação dos projetos e

atividades nas demais bibliotecas que compõem o SIBi.

Eixo 4 – Preservação e valorização da memória institucional: Orgulho de ser UFSCar

Em 2015, por ocasião das comemorações dos 45 anos da UFSCar, a Pró-Reitoria de

Extensão lançou edital especial para apoio à realização de atividades de extensão com temática

específica sobre a memória da Universidade, por meio do qual foram desenvolvidos 23 projetos

de resgate, difusão, reconstrução e discussão da memória institucional. A realização desses

projetos foi acompanhada por oportunidades de encontro entre as pessoas envolvidas, para

intercâmbio de conhecimentos e, também, capacitação relacionada a processos de gestão,

produção, processamento e difusão da informação e do conhecimento. Paralelamente, a

Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Institucionais (SPDI), em parceria com outras

unidades, também iniciou um processo de aprimoramento da gestão documental, de acervos

documentais acadêmicos e administrativos, processo este também voltado à preservação e

valorização da memória institucional, bem como à transparência da gestão pública. A partir dos

resultados já alcançados e do conhecimento e experiência adquiridos a partir dessas ações, e

considerando a celebração dos 50 anos da UFSCar em 2020, é que propomos o início, já em

2017, de um amplo movimento de resgate, sistematização e preservação e valorização

permanentes da memória da UFSCar, que envolva toda a comunidade de todos os campi e vise,

inclusive, estabelecer um locus de referência na Instituição para a consolidação dessas ações

iniciais e compartilhamento da história institucional com as comunidades interna e externa

(como, por exemplo, um Centro de Memória).

40

O sentimento de pertencimento pode ser definido, em linhas gerais, como um conjunto de

afinidades e empatias que as pessoas desenvolvem coletivamente em relação a uma determinada

instituição com a qual se identificam. Hoje em dia, em decorrência de mudanças na sociedade

que fortalecem o individualismo, esse sentimento tem sido enfraquecido. Levando em

consideração que, como esboçado no início deste Programa de Gestão, que o pertencimento é

responsável por uma atuação mais coletiva e, dessa forma, está na base do que chamamos

cidadania, é que propomos esses esforços relacionados a políticas que permitam cada integrante

da comunidade da UFSCar – servidoras e servidores, docentes e técnico-administrativos,

estudantes, participantes das atividades aqui desenvolvidas, usuárias e usuários dos diversos

serviços aqui prestados, pessoas das vizinhanças dos campi da UFSCar, dos municípios em que

está instalada, do Estado de São Paulo e do Brasil – a sentirem cada vez mais orgulho de ser

UFSCar!

Criar e implantar o programa “UFSCar 50 Anos”, voltado à construção colaborativa de

um plano de resgate, sistematização, preservação e valorização da memória institucional

e à concretização das ações programadas, que culmine na celebração dos 50 anos da

UFSCar em 2020 e na consolidação da estrutura de gestão voltada à continuidade dessas

ações e ao compartilhamento da história institucional com as comunidades interna e

externa.

Promover, no âmbito do programa “UFSCar 50 Anos”, projeto de debates públicos

periódicos, com convidados, sobre temas relevantes para a sociedade como um todo e

relativos à Educação Superior e à Ciência, Tecnologia e Inovação em particular.