GESTÃO DO RESÍDUO DA CONSTRUÇÃO CIVIL: GESSO … · Micheli Tavares Gargalhone . 3...
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”
GESTÃO DO RESÍDUO DA CONSTRUÇÃO CIVIL: GESSO ACARTONADO
Micheli Tavares Gargalhone
orientadora: Ana Paula Ribeiro
15 de outubro de 2009.
2UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”
GESTÃO DO RESÍDUO DA CONSTRUÇÃO CIVIL: GESSO ACARTONADO
OBJETIVOS:
Este estudo tem como principal objetivo
enfatizar o crescimento do uso do gesso
acartonado no Brasil, e em
conseqüência o aumento do resíduo,
sendo então de suma importância a
criação de Área de Transbordo e
Triagem (ATT´s) e indústrias de
reciclagem do produto.
GESTÃO AMBIENTAL
Micheli Tavares Gargalhone
3
AGRADECIMENTOS
Ao meu marido que foi a primeira pessoa que me incentivou a dar
um novo rumo a minha vida. Aos meus pais que diante de todos
os desafios que enfrento estão sempre dispostos a me ajudar e
apoiar. Minha mãe que cuida do meu filho com um amor
incondicional e meu pai que diante das dificuldades tem sempre
uma palavra de apoio para que eu nunca desista.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a Deus por ter me mantido de pé e ter me
mostrado o rumo que eu devo tomar diante de cada gigante que
vem me afrontar, diante de cada pedra que tenta me fazer
tropeçar, diante de cada lágrima que tenta me entristecer. Ele é
fiel e me dá a cada dia a Sua força para persistir.
5
RESUMO
O trabalho consiste na preocupação com o resíduo de construção civil:
gesso acartonado. É um produto que está em grande ascensão visto seu
potencial inovador, rápido, limpo e dinâmico, podendo ser substituído por vários
produtos já utilizados na construção civil.
Trata-se de um produto limpo que pode ser reciclado, mas devido estar
iniciando no Brasil ainda não temos tecnologia para que o mesmo seja
reciclado.
Hoje, os resíduos do gesso acartonado estão sendo colocados em aterros
sanitários, bota-foras, .... sem qualquer preocupação. É um produto que
quando direcionado para o local errado, libera gases tóxicos aumentando o
aquecimento global, prejudicando cada vez mais o nosso ambiente e utilizando
jazidas que têm sua vida útil.
O trabalho quer chamar a atenção para a criação de novas Áreas de
Transbordo e Triagem (ATT´s) que recolham este resíduo. A resolução
CONAMA 307 que fala dos resíduos de construção civil já classifica como
classe C e determina alguns cuidados.
A tecnologia para reciclá-lo já existe na Europa, está indo para os EUA e
precisamos trazê-la para o Brasil.
6
METODOLOGIA
A metodologia utilizada baseia-se em estudos já existentes sobre
resíduos da construção civil, com ênfase no gesso acartonado. Foram feitas
pesquisas via códigos de legislação ambiental, normas brasileiras, trabalhos de
colegas que também se preocupam com a questão e experiência prática diante
do trabalho que desenvolvo.
O objetivo do trabalho é divulgar um produto que está crescendo em
grande escala e que gerará cada vez mais resíduos, visto o aumento de sua
utilização.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
GESSO: SUSTENTÁVEL OU MAIS UM PRODUTO QUE ESTÁ SE
TORNANDO UM PROBLEMA NO SETOR CONSTRUÇÃO CIVIL? 9
CAPÍTULO II
COMPOSIÇÃO, PRODUÇÃO E RESÍDUO 16
CAPÍTULO III
O QUE TEM ACONTECIDO NA PRÁTICA COM O G.A. 22
CAPÍTULO IV
PROBLEMAS 29
CAPÍTULO V
RECICLAGEM DE G.A.: ELA EXISTE 34
CONCLUSÃO 38
8
INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é discutir o modo como os resíduos de gesso
acartonado vem tomando grande proporção no Brasil, visto o seu crescente
aumento. Em uma linha ascendente de crescimento, o produto que pode ser
tratado/reciclado está sendo descartado de forma incorreta trazendo grandes
preocupações a nível de produto sustentável, aquecimento global e
degradação da qualidade ambiental, pois libera gases tóxicos quando não é
armazenado em local próprio.
De acordo com a resolução CONAMA 307 o gesso faz parte da classe C
que são resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou
aplicações economicamente viáveis, que permitam a sua
reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso. (art. 3º).
Mesmo diante desta resolução é necessário que o setor
faça/crie/estabeleça política de gerenciamento adequados para o resíduo
gesso. Estudos para que o gesso seja reciclado, visto se tratar de uma
produção limpa e assim reter a liberação de gases tóxicos como o CO2.
Ao final veremos que a reciclagem do gesso e do gesso acartonado é
possível; é uma realidade que já ocorre fora do país, onde o mercado de gesso
acartonado tem mais de um século de utilização. Fica a pergunta:
Precisaremos ter um mercado brasileiro de 100 anos para viabilizar esta
reciclagem no Brasil?
9
CAPÍTULO I
GESSO: SUSTENTÁVEL OU MAIS UM PRODUTO QUE
ESTÁ SE TORNANDO UM PROBLEMA NO SETOR
CONSTRUÇÃO CIVIL?
Em um século em que estamos ouvindo a todo instante as palavras
desenvolvimento sustentável e sustentabilidade é importante sabermos a
diferença existente entre elas: Entende-se como desenvolvimento a forma de
crescer, aprimorar, progredir, aumentar. E com base neste significado que
fazemos a seguinte pergunta: COMO PODE O DESENVOLVIMENTO SER
SUSTENTÁVEL, JÁ QUE O PROGRESSO FAZ COM QUE OS RECURSOS
SEJAM UTILIZADOS CADA VEZ MAIS EM UMA LINHA ASCENDENTE? O
que seria sustentável, ou seja, estável e constante perde a essência já que o
progresso não é estável, passa por mutações a todo instante.
O desenvolvimento sustentável foi criado para tentar solucionar o
problema que o próprio indivíduo criou: A DEGRADAÇÃO DOS RECURSOS
NATURAIS; a exploração de pessoas tornando-as mais pobres, a destruição
da natureza já que não é feito nenhum processo de sustentá-la / mantê-la.
Nossos esforços precisam ser cada vez maiores, buscando nossa própria
mudança em busca da verdadeira SUSTENTABILIDADE, que nos dias de hoje
é totalmente baseada no poder econômico e recebe o nome de
desenvolvimento sustentável. A SUSTENTABILIDADE HOJE NADA MAIS É
DO QUE UMA UTOPIA, onde o empoderamento dos indivíduos é fator
primordial para darmos início a ela. O desenvolvimento sustentável é um modo
de desacelerar toda esta degradação, podemos dizer que é um primeiro passo
visto ser uma forma de melhorar as condições de vida respeitando as gerações
futuras para que também possam atender suas necessidades.
O fato de hoje falarmos em DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, já
pode ser considerado uma vitória, pois as classes dominantes como o
10empresariado, setor público e o privado estão conscientes desta necessidade,
pois já começa a afetá-los economicamente.
Surge o PRINCÍPIO DA PRODUÇÃO MAIS LIMPA (P+L) que trata-se de
uma aplicação contínua de uma estratégia econômica, ambiental e tecnológica
onde o uso de matéria-prima, água e energia sejam usados de forma regular,
minimizada e reciclada.
11
A construção civil hoje é um dos setores que mais geram resíduos e com
o princípio da (P + L) que trata justamente de um processo de redução de
emissão de resíduos no meio ambiente, vemos a gipsita, popularmente
conhecida como gesso, um material que utiliza baixa quantidade de energia em
sua produção e seus resíduos podem ser reciclados.
O desenvolvimento e a aplicação de qualquer tecnologia resulta no uso
e na degradação de recursos naturais, com a conseqüente geração de
resíduos, consumo de uma certa quantidade de energia e de outros insumos. O
avanço da civilização industrial levou a uma demanda crescente por recursos
naturais. Neste contexto, o gesso é um dos materiais que, com a tecnologia,
apresenta grande importância para a sociedade por se enquadrar neste
processo de desenvolvimento sustentável.
Cerca de 70% dos resíduos são originados pela construção civil. O
mercado de gesso acartonado está em uma linha ascendente e sendo
12responsável por 8% dos resíduos de gesso acartonado dos 88% gerado por
revestimento de gesso (SINDUSGESSO E ABRAGESSO).
13O gesso não é só bonito e barato: as peças confeccionadas com este
material apresentam bom isolamento térmico e acústico. Sua plasticidade
permite produzir formas especiais e elementos diferenciados, que dependem
da criatividade de quem trabalha com ele. Além de manter equilibrada a
umidade do ar em áreas fechadas (especialmente naqueles onde há sistemas
de condicionamento de ar), devido à sua facilidade em absorver água.
Contudo, não é possível abusar de suas características; molhadas, as peças
têm diminuída a resistência mecânica, limitando assim o seu uso a ambientes
internos. Em suas infinitas aplicações, o gesso se destina principalmente a dois
tipos de segmento: construtivo, como em revestimentos, divisórias e forros, e
decorativo, na arquitetura de interiores.
O produto se chama gipsita e não gera resíduos tóxicos, dando a
oportunidade do equilíbrio nas áreas mineradas gerando condições de
reconstituição da flora e da fauna ou reaproveitamento agrícola, já que pode
atuar como agente corretivo de solos ácidos, fertilizante em culturas
específicas como amendoim, batata, legumes e algodão, e como condicionador
de solos, aumentando a penetração e retenção de água.
As fábricas de placas de gesso e derivados são instalações limpas que liberam
na atmosfera, vapor d’ água. O maquinário é totalmente elétrico e
computadorizado, sendo considerado produção a seco e não vemos sujeira na
fábrica. Ao contrário das indústrias cimenteiras que lançam uma grande
quantidade de gás carbônico; principal causador do efeito estufa.
O gesso, além de possuir baixa densidade, não é inflamável, é inodoro e livre
de gases tóxicos, não possui efeito cumulativo no organismo pois é eliminado
na urina.
No setor de construção civil uma das condições básicas para o
desenvolvimento sustentável é a reciclagem dos resíduos. O gesso pode ser
uma alternativa em relação a outros materiais como a madeira, cal, cimento.
Sendo totalmente reciclado, mas precisa ser devidamente separado, pois
existem contaminantes do gesso como a pintura, metais, adesivos, plásticos
entre outros. É necessário que haja uma política de gestão adequada para os
resíduos de gesso gerados na fabricação, construção e demolição. A criação
14de parcerias das empresas com seus clientes para recolhimento dos resíduos
já pode ser o início do aproveitamento.
Estas condições justificam que estudos sejam realizados, propondo
mudanças dos processos de uso atuais para outros que apresentem maior
eficiência e eficácia, capazes de reduzir os riscos para a população humana e
o meio ambiente. A reciclagem produz geração de empregos e ganhos de
competitividade quer pela redução de desperdícios, quer pelo atendimento à
legislação ambiental. Esta ainda é uma tarefa árdua frente ao grande número
de recursos naturais existentes no Brasil e a cultura extrativista existente.
Precisamos enfrentar este desafio.
46%
2%6%5%
15%
26%
MADEIRA
ALVENARIA
METAIS
PAPELÃO
RESÍDUOSMISTURADOSGESSO/DRYWALL
Composição percentual dos resíduos de construção/demolição nos EUA.
Fonte: World Taste (1994).
15
% Utilização
27%
1%
1%
11%
9%
1%2%
10%
20%
1%
2%15%
CERÂMICA
VIDRO
MADEIRA
PEDRA
ARGAMASSA
GESSO
FIBROCIMENTO
AREIA/ROLO
CONCRETO
PLÁSTICO
FERRO
CERÂMICA POLIDA
Composição percentual dos resíduos de construção/demolição no município de São Carlos/SP.
Fonte: Neto (2005).
% Utilização
88%
1%
3% 8%
REVESTIMENTO
PRÉ MOLDADO
FÁBRICA PRÉ
ACARTONADO
Utilização de gesso acartonado na grande São Paulo. Resíduos de gesso ~ 120.000
toneladas/ano. Custo ~ 2,6 milhões/ano.
“Uma das condições básicas para se atingir o
desenvolvimento sustentável no setor da construção civil
é a reciclagem dos resíduos de construção,
principalmente porque é o maior gerador de resíduos
finais entre os macrosetores da economia.” (John &
Cincotto - apud Aguiar, 2004)
16De acordo com as ações que foram geradas pela aprovação da resolução do
CONAMA nº 307/2002, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos
para a gestão dos resíduos da construção civil - RCD, é necessário que o setor
gesseiro estabeleça uma política de gestão adequada para seus resíduos
gerados na fabricação, construção e demolição.
CAPÍTULO II
COMPOSIÇÃO, PRODUÇÃO E RESÍDUO
A indústria de gesso acartonado já recicla seus próprios resíduos
industriais, cerca de 3 a 5% (Campbell, 2003; CIWMB, 2003), posto que
possuem composição controlada e perfeitamente conhecida.
No entanto, no Brasil as pequenas fábricas de componentes de gesso não
possuem fornos e não realizam a reciclagem. A indústria de moldagem de
cerâmica de decoração e sanitária também geram uma quantidade significativa
de moldes descartados. Esta fração esta legalmente fora da resolução do
Conama 307. Porém, é provável que os resíduos gerados nas pequenas
fábricas de placas representem uma massa significativa que pode ser decisiva
na viabilização de operações de reciclagem em escala industrial.
As perdas na construção são significativas, devido às atividades de corte. Elas
dependem muito da modulação da obra. Estima-se que entre 10 a 12 % do
gesso acartonado é transformado em resíduos durante a construção nos EUA
(Campbell, 2002). No Brasil a estimativa da indústria é de perdas de 5%1.
O gesso aplicado como revestimento diretamente sobre alvenaria gera grande
quantidade de resíduos, especialmente devido à grande velocidade de
endurecimento do gesso de construção brasileiro, associada à aplicação
manual por mão de obra freqüentemente com baixa qualificação.
Estima-se que a perda típica medida pelo projeto FINEP HABITARE que
estimou o desperdício na construção civil é de 45% (Agopyan, 1998), enquanto
17os fabricantes do gesso em pó estimam perdas em torno de 30% da massa de
gesso Na região da grande São Paulo estima-se um consumo de gesso para
revestimento de aproximadamente 20.000 toneladas/mês2. Parte das perdas
permanecem na parede como excesso de espessura e será incorporado aos
resíduos de construção quando da demolição do edifício. Outra parte se torna
resíduo de construção.
A redução deste desperdício deve ser prioridade da indústria, pois o
custo do material perdido somado ao da gestão dos resíduos pode afetar a
competitividade da solução. Ela depende de alterações da formulação do
gesso visando ampliar seu tempo útil, conforme proposto por ANTUNES (1999)
e em treinamento de mão de obra. A ampliação do tempo útil também
apresenta grandes vantagens em termos de produtividade da mão de obra
(ANTUNES, 1999). O grau de contaminação deste resíduo é decidido pela
gestão dos resíduos no canteiro.
A demolição de obras contendo gesso fornece um resíduo
potencialmente mais contaminado que os anteriores. Não existe, no momento,
parâmetro para estimar esta geração.
O gesso natural brasileiro é bastante puro. A Tabela 1 apresenta alguns
resultados típicos.
Tabela 1 Composição típica do gesso natural brasileiro (Hincapie Hanao, 1997) Propriedade Amostra 1 2 3 Água livre NBR 12130 1,76 0,93 1,35 Água combinada
NBR 12130 5,52 5,35 5,47
Trióxido de enxofre(SO3)
NBR 12130 52,9 53,0 53,9
Óxido de Cálcio (CaO)
NBR 12130 37,7 38,0 38,0
Gás carbônico (CO2)
NBR 9166 0,58 0,51 0,13
Óxido de Magnésio(MgO)
RILEM 0,33 0,31 0,25
Al2O3+Fe2O3 RILEM 0,64 0,54 0,54 RI RILEM 0,79 1,03 0,81 pH 6,87 6,64 6,92
18A composição típica do gesso acartonado é mais complexa. A parcela
predominante é de gesso natural hidratado (gipsita), papel (referencias
mencionam entre 4 a 12%), fibras de vidro, vermiculita, argilas (até 8 %),
amido, potassa (KOH), agentes espumantes (sabões), dispersantes, hidro-
repelentes nas placas resistentes à água. Não existem dados disponíveis sobre
a composição dos produtos nacionais. A bibliografia reporta que algumas
jazidas de vermiculita podem conter amianto (Addison,1995). A bibliografia
também registra a presença de metais pesados, conforme exemplo da Tabela
2. Aparentemente a presença de boro é a que mais preocupa, particularmente
em placas com maior resistência ao fogo.
Tabela 2 Composição química incluindo a presença de metais pesados em gesso acartonado norte-americano (Carr & Munn, 1997) Caracterização Química
Quantidade(%) Caracterização Química
Quantidade (ppm)
Material seco 96.19 Sódio 161.2 Cinzas 82.89 Manganês 114.4 Nitrogênio 0.15 Fósforo 85.5 Enxofre 17.6 Boro 48.1 Cálcio 23.0 Zinco 40.2 Magnésio 7.4 Cromo 21.7 Potássio 0.1 Cobre 10.3 Chumbo 3.6 Mercúrio 1.2 * Os valores são a média de quatro réplicas de amostras de gesso acartonado.
Além das matérias primas, os resíduos tipicamente incluem
contaminantes diversos, oriundos do processo de construção, gestão dos
resíduos em canteiro e de uso. Os resíduos de gesso acartonado podem estar
contaminados com metais (pregos, perfis), madeira, tinta. Os resíduos de
outros componentes de gesso (placas de forro, blocos, etc) apresentam
potencialmente os mesmos contaminantes, adicionalmente a fibras vegetais,
como o sisal. O gesso utilizado como revestimento apresenta-se parcialmente
aderido a base de alvenaria e não pode ser segregado no canteiro.
19A ausência de procedimentos adequados de gestão dos resíduos de
gesso no canteiro ou durante a fase de demolição podem introduzir outros
contaminantes.
2.1 Gesso e a reciclagem de resíduos de construção. Sulfato como contaminante de agregados para produtos cimentícios
No caso da reciclagem como agregados para a produção de
componentes de concreto de cimento Portland, a presença de gesso é um
limitante importante, posto que a reação entre os aluminatos do cimento e o
sulfato do gesso em presença de umidade gera a etringita, composto que
ocupa volume muito maior que os reagentes originais, criando tensões
expansivas que levam à desagregação das peças de concreto. A maioria das
normas limita o teor de sulfatos nos agregados a um valor máximo de 1%. Uma
das características da geração de resíduos de construção é sua
heterogeneidade: cada caçamba tem composição diferente de outra.
Caçambas de resíduo geradas na construção, durante a etapa de aplicação de
revestimentos de gesso, ou montagem de paredes ou forros de placas vão
conter teores de sulfato muito mais elevados que a média. Assim, embora a
participação do gesso nos resíduos de construção seja ainda pequena (está
em franco crescimento), se não forem tomadas medidas adequadas, poderão
ocorrer problemas eventuais, que afetarão a confiabilidade dos agregados
reciclados, impendido o desenvolvimento do mercado de reciclados. A proposta
de diluir o gesso na fração mineral complicaria o processo industrial de
reciclagem, encarecendo todo processo e, possivelmente, tornando-o
economicamente inviável. Na prática, um crescimento do teor de gesso vai
exigir a criação de controles do teor de sulfato nos agregados como parte da
rotina de produção.
20
2.2 Contaminação do gesso em agregados para pavimentação
e aterro
Como o gesso também é solúvel em água, a presença em um aterro ou
base de pavimentação de pontos com grande concentração de gesso vai trazer
problemas no longo prazo devido à formação de vazios pela lixiviação do
gesso. Pode também afetar a composição e pHs da água do solo de forma
mais rápida que a fração à base de cimento Portland afeta. Este aspecto não é
relevante em regiões onde o solo já é rico em sulfatos.
2.3 Reciclagem do resíduo de gesso como aglomerante
O processo de hidratação do gesso de construção puro resulta em
produto com composição exatamente igual a que o originou, a gipsita
(CaSO4.2H2O). A reciclagem de resíduos de gesso aglomerante demanda
além da moagem, remoção de impurezas, como o papel, uma calcinação a
baixa temperatura. As reações são as seguintes: CaSO4.2H2O + E =>
CaSO4.1,5H2O + 0,5H2O
Segundo a experiência internacional atual é possível reciclar inclusive
gesso acartonado que contem outros compostos, produzindo aglomerantes,
desde que sejam removidos contaminantes incorporados no processo de
geração de resíduos (Campbell, 2003, Marvin 2000, Hummel, 1997). Existem
várias tecnologias. Com o progressivo banimento dos resíduos dos aterros
sanitários, a reciclagem de gesso vem se tornando progressivamente viável.
Um caso de sucesso é o da empresa canadense New West Gypsum Recycling
que desde 1986 recicla placas de gesso acartonado, fornecendo matéria prima
para a indústria de gesso acartonado e fibra de papel para a reciclagem. A
empresa dispõe inclusive de equipamento móvel que pode ser transportado
para diferentes localizações. A tecnologia no entanto requer limpeza manual do
resíduo. Um dos clientes é a BPB do Canadá, que afirma utilizar até 22% de
gesso reciclado sem qualquer prejuízo no desempenho (Campbell, 2003). A
Knauf possui central de reciclagem em Iphofen (Alemanha), com capacidade
21de 20 ton/h (Hummel, 1997). A empresa dinamarquesa Gipsrecycling também
opera neste mercado e desenvolveu containers especiais onde o resíduo fica
protegido da chuva. Nos Estados Unidos, por exemplo, GP-Gypsum opera em
Newington, New Hampshire, fabricante de gesso acartonado, opera uma
central de reciclagem que aceita somente resíduo limpo e cobra pelos serviços
(Marvin, 2000).
2.4 Reciclagem na produção de cimento
A gipsita é adicionada ao cimento Portland na etapa de moagem do clínquer
para controlar a pega. No entanto esta atividade exige elevada pureza do
produto e dificilmente será importante na reciclagem do gesso reciclado,
particularmente porque existem em muitas regiões outras fontes de sulfato de
cálcio, como o fosfogesso e o resíduo de gesso industrial, de elevada pureza.
Além da utilização na produção de cimento Portland, existe um processo de
produção de calcinação de gesso misturado com SiO2, Al2O3, Fe2O3 e C a
aproximadamente 1500oC, gerando cimento e H2SO4 (Hummel, 1997). Mas,
no momento não existem notícia de exista alguma planta operando
industrialmente.
2.5 Outras aplicações potenciais
Da revisão bibliográfica realizada, podem ser destacadas outras
aplicações para os resíduos de gesso:
a) Correção de solos (Marvin, 2000; CWMB, 2003, Carr & Munn, 1997))
Com emprego na agricultura, recreação, marcação de campos de atletismo,
plantação de cogumelos. A Gypsum Association USA propõe uma alternativa
de moagem do gesso no canteiro com aplicação do produto diretamente no
solo, em até 22ton/acre (Gypsum Association, 2003). Alguns estados norte-
americanos não permitem o lançamento de gesso no solo (NAHB, 2003).
b) Aditivo para compostagem (Marvin, 2000; CWMB, 2003)
22c) Forração para animais (Marvin, 2000; CWMB, 2003)
d) Absorvente de óleo (Marvin, 2000; CWMB, 2003)
e) Controle de odores em estábulos (CIWMB, 2003)
f) Secagem de lodo de esgoto (CWMB, 2003)
CAPÍTULO III
O QUE TEM ACONTECIDO NA PRÁTICA COM O GESSO
ACARTONADO
A tecnologia drywall = GESSO ACARTONADO, que rapidamente vem
conquistando a preferência de arquitetos, incorporadores e construtores
brasileiros, causa baixíssimo impacto no meio ambiente, em comparação com
os sistemas construtivos tradicionais, notadamente a alvenaria. Em primeiro
lugar, gera uma quantidade de entulho muito menor, de cerca de 5% de seu
peso (contra 30% da alvenaria convencional), o que facilita sua coleta e seu
transporte. Além disso, seus resíduos, notadamente os restos de chapas e de
perfis estruturais de aço, podem ser totalmente reciclados.
Os restos de perfis de aço galvanizado já têm soluções de reciclagem
consagradas no mercado, a exemplo do que ocorre com a maioria dos metais,
que podem ser facilmente reaproveitados pela indústria metalúrgica. Por outro
lado, no caso específico das chapas para drywall, que são produzidas à base
de gesso, testes efetuados em indústrias de cimento comprovaram que são
100% aproveitáveis no processo de produção do cimento, pois este requer uma
certa quantidade de gesso, que, quando originário das chapas para drywall,
apresenta um grau de pureza superior ao de outros componentes desse
material utilizados no mercado, em razão do apuro tecnológico que cerca sua
produção industrial.
23
A Associação Drywall reconhece a importância da prática responsável em
relação à comunidade e ao meio ambiente. Incentiva continuamente, entre as
empresas associadas, a troca e o desenvolvimento das melhores ações de
políticas ambientais que minimizem os efeitos da extração de matérias-primas,
bem como das operações de industrialização, distribuição e aplicação de seus
produtos no meio ambiente e em conformidade com as leis e regulamentações
do país.
Reconhece ainda que, individualmente, cada empresa tem em sua filosofia de
trabalho o compromisso de operar como membro responsável pelas
comunidades local, nacional e global das quais fazem parte.
O gesso é um material ecológico em todas as suas fases de aproveitamento,
desde a mineração da gipsita, sua matéria-prima, até a aplicação final dos
sistemas de construção a seco baseados em chapas de gesso . Nestes, em
particular, tem a capacidade de tornar os ambientes em que é utilizado mais
agradáveis e confortáveis, em razão de suas propriedades físicas e biológicas:
• Atua como regulador do clima, mantendo o grau de umidade do
ambiente em equilíbrio;
• É um isolante térmico e acústico natural;
• Não é inflamável, proporcionando proteção contra o fogo;
• É inodoro, livre de gases tóxicos;
• Não é agressivo à pele, daí ser aprovado para uso biológico;
• Tem baixa densidade e alta consistência;
24• É eletricamente neutro;
• Não forma fibras nem poeira;
• Não tem efeito cumulativo no organismo pois é eliminado na urina;
• Sua extração, diversamente da de outras matérias-primas, não gera
resíduos tóxicos e requer pouca interferência na superfície, em geral de
duração relativamente curta.
Na Europa, onde a densidade populacional mais elevada requer um cuidado
especial com a preservação dos solos aráveis ou por reservas florestais, os
especialistas em meio ambiente das empresas de mineração têm tido pleno
êxito na recuperação do equilíbrio das áreas mineradas, dando-lhes condições
de reconstituição da flora e da fauna ou de reaproveitamento agrícola.
A reciclagem do gesso é um fator fundamental para o desenvolvimento
sustentável, por ser uma forma importante de tratamento dos resíduos ao
preservar os recursos minerais e energéticos, permitindo também o aumento
da vida útil dos aterros sanitários.
25
O emprego deste material, tanto na sua forma virgem como após ser reciclado,
estabelecendo também uma política de gestão adequada para os resíduos de
gesso e possibilitando, entre outros benefícios, geração de emprego e renda.
3.1 Etapas
A primeira delas é a extração da matéria-prima, o mineral gipso,
comercialmente conhecido como “gesso natural” ou simplesmente gipsita É
constituído principalmente do mineral gipsita e que pode conter anidrita de
fórmula CaSO4 e minerais acessórios como calcita, dolomita e cloreto de
sódio. No Brasil, as principais jazidas se encontram no Pólo do Araripe, que se
localiza no Estado de Pernambuco, no nordeste do país. O mineral gipsita é um
sulfato de cálcio dihidratado (CaSO4.2H2O), e tem a composição
estequiométrica média de 32,5% de óxido de cálcio (CaO), 46,6% de trióxido
de enxofre (SO3) e 20,9% de água (H2O).
26
Este documento é emitido em quatro vias:
1ª via - LIMPURB
2ª via - GERADOR
3ª via - UNIDADE DE DESTINAÇÃO
4ª via - FIXA/TRANSPORTADOR
A disposição de gesso em aterros sanitários não é pratica recomendada,
exceto quando enclausurado e sem contato com a matéria orgânica e água.
Isso porque o gesso em contato com umidade e condições anaeróbicas, com
baixo pH, e sob ação de bactérias redutoras de sulfatos, condições presentes
em muitos aterros sanitários e lixões, pode formar gás sulfídrico (H2S), que
possui odor característico de ovo podre, tóxico e inflamável. Segundo CIWMB
(apud John & Cincotto 2003), esta é a razão que o produto tem sido banido de
vários aterros sanitários nos Estados Unidos, principalmente quando se trata
de gesso acartonado, material que tem uma composição bem mais complexa
do que o gesso comum. Para o gesso acartonado, a parcela predominante é de
gesso natural hidratado (gipsita), papel (em torno de 4 a 12%), fibras de vidro,
27vermiculita, argilas (até 8%), amido, potassa (KOH), agentes espumantes
(sabões), dispersantes e hidro-repelentes nas placas resistentes à água. É
sabido que algumas jazidas de vermiculita podem conter amianto (ADDILSON,
1995). Este autor também registra a presença de metais pesados. A presença
de boro é a que mais preocupa, por se tratar de um elemento tóxico.
28
Já estão em operação em vários municípios brasileiros Áreas de Transbordo e
Triagem licenciadas pelas respectivas prefeituras para receber resíduos de
gesso, entre outros.
Existem empresas que respondem pela coleta dos resíduos nas obras,
mediante o pagamento de uma determinada taxa por metro cúbico, e
depois de triá-los e homogeneizá-los, os vendem para os setores que farão
a sua reciclagem.
A Associação Drywall mantém em seu site na internet
(www.drywall.org.br ) a relação atualizada de ATTs capacitadas a receber
resíduos de gesso em operação nas principais capitais brasileiras.
Um primeiro passo seria a redução na geração dos resíduos de gesso. A
grande parte desses resíduos vem principalmente da execução de
revestimentos com gesso, chegando até a 88% do volume total destes
resíduos, seguido da perda no uso de gesso acartonado, 8% e por fim na perda
na fabricação de pré-moldados, 4%. Para reduzir a geração no processo de
revestimento, seria necessário aumentar o tempo útil das pastas de gesso,
propiciar um treinamento melhor à mão-de-obra e também melhorar a
29quantidade da alvenaria que será revestida. Em relação às perdas no uso de
gesso acartonado e na fabricação de pré-moldados, o mais importante é
melhorar a tecnologia do produto, além também de melhorar a qualidade da
mão-de-obra.
CAPÍTULO IV
PROBLEMAS
Resíduos de Construção e Demolição = combinação perversa de
desperdício e descompromisso no manejo e disposição final dos resíduos.
Fazendo parte da classificação C, o gesso acartonado possue
destinação a um único fabricante que recebe aparas para reciclagem,
substituindo parcialmente o gesso in natura por resíduos de gesso acartonado
tanto provenientes da própria produção de placas na fábrica como de obras; há
restrição de resíduos de outros fabricantes, gerando assim um problema, visto
termos 3 fábricas no país. Necessidade de triagem cuidadosa evitando a
contaminação por outros resíduos sob pena de danificar o moinho; restrição a
destinação às ATT´s.
4.1 Custo do processamento
O processo de reciclagem é mais complexo que o de produção a partir
de matéria virgem, e consome mais energia e requer mais mão-de-obra. A
necessidade de sistemas complexos de coleta e diferentes processamentos
visando a remoção de contaminantes não estão presentes quando se usa
matéria prima natural (Marvin, 2000, Campbell, 2003). O consumo de mão-de-
obra e o investimento em equipamentos certamente tornam o processamento
industrial da reciclagem do gesso mais caro que o processamento da matéria
30prima natural. Assim o custo do processo de reciclagem é potencialmente
superior, para gerar um produto que, devido à presença produtos embebidos
na matriz (aditivos, fibras, etc) e ineficiência da separação, o gesso de
construção produzido possui variabilidade de desempenho certamente superior
ao do gesso obtido da matéria prima natural.
4.2 Quantidade de resíduos de gesso
Em muitas regiões a massa de resíduos de gesso gerada não deverá
ser suficiente para permitir a estruturação de um negócio de reciclagem de
gesso auto-sustentável, mesmo que a utilização do gesso continue crescendo
na velocidade dos últimos anos.
4.3 Gestão dos resíduos em canteiro
A segregação do resíduo de gesso no momento da geração e o controle
de sua contaminação nas etapas de estoque e transporte são condição para
tornar a reciclagem possível. Este tipo de medida depende da conscientização
das empresas especializadas em gesso, construtores, engenheiros e operários,
papel que cabe às organizações setoriais.
4.4 Preço de tratamento do resíduo
Cobrar dos geradores uma taxa é uma das formas existentes para tornar
a reciclagem do gesso viável nos EUA (Marvin, 2000, CIWMB, 2003). O
pagamento pelo transporte de resíduos de construção é hoje prática comum
nas construtoras dos grandes centros. O preço cobrado pelos transportadores
inclui muitas vezes o preço do aterro de resíduos de construção privado. O
aterro privado tem preço competitivo ao custo de transporte até os aterros
públicos, normalmente gratuitos. Em São Paulo, onde existe apenas um aterro
municipal gratuito e as distâncias de transporte são muito grandes, o preço do
aterro privado varia de acordo com a localização, podendo chegar a cerca de
31R$10 por container de 4m³. É certo que o preço de processamento deverá ser
mais alto quanto mais próximo se estiver da região produtora de matéria prima.
Como o preço cobrado pela gestão do resíduo afeta a atratividade dos
produtos de gesso pelas construtoras, é provável que seja necessário aos
fabricantes subsidiar fortemente a gestão dos resíduos em regiões próximas à
região produtora.
4.5 Gestão
A gestão dos resíduos se baseia principalmente na segregação do resíduo no
canteiro de obra, na demolição seletiva e na proteção dos resíduos contra
umidade. A reciclagem dos resíduos fica impossibilitada se não houver esta
primeira etapa bem executada. Já a coleta dos resíduos só pode ser feita se
houver uma parceria com transportadores capacitados para remoção destes
resíduos do canteiro de obra e posterior transporte a uma empresa de
reciclagem. A separação dos contaminantes é uma fase que ainda requer
muitos estudos. São muitos os contaminantes do gesso, como pintura, metais,
madeiras, adesivos, plásticos entre outros. Deve-se ter cautela na escolha do
processo de descontaminação, pois uma separação manual dos contaminantes
pode acarretar prejuízos à saúde dos trabalhadores. A ausência de
procedimentos adequados na gestão dos resíduos no canteiro ou na fase de
demolição pode aumentar significativamente a quantidade de contaminantes,
dificultando ainda mais o processo de separação. Assim, é iniciado então o
processamento dos resíduos que varia de acordo com a capacidade da
empresa recicladora. Nesta fase, é de grande importância o controle da
qualidade, como uma forma de garantir ao consumidor que a qualidade do
produto reciclado seja compatível com a do produto virgem, e também facilitar
a comercialização do produto reciclado. A reciclagem possui diversas
vantagens, tais como, a preservação dos recursos naturais, a redução do
volume nos aterros, sendo que os RCD’s representam mais que 50% da massa
dos resíduos sólidos urbanos e a geração de emprego e renda. Por estes
motivos, deve-se dar atenção especial ao uso do gesso pela indústria da
32construção civil no Brasil, principalmente porque a demanda deste material
está crescendo e não estão sendo desenvolvidas tecnologias suficientes nem
para o uso mais racionalizado nem para a reciclagem deste produto, fatos que
já ocorrem em muitos lugares no exterior.
4.5.1 Proposta de ação
A disposição de gesso em aterros sanitários não é pratica recomendada,
exceto quando enclausurado e sem contato com matéria orgânica e água.
Também não é viável a diluição da fração gesso, a não ser aquela incorporada
como revestimento de alvenarias, nos agregados minerais. Assim é necessário
o desenvolvimento de um Plano Nacional para a Gestão de Resíduos de esso
sob a liderança dos fabricantes de gesso de construção e produtos de gesso,
com a participação dos demais integrantes da cadeia do gesso, incluindo
empresas especializadas em instalação de produtos de gesso, construtores e
representantes do poder público. Este plano pode incluir:
Programa de redução da geração dos resíduos
Este programa visa aumentar a competitividade dos produtos de gesso, posto
que a gestão dos resíduos possui custo elevado. Deverá incluir técnicas de
projeto de edifícios empregando modulação dimensional, fundamental para
reduzir o resíduo de gesso acartonado e blocos de gesso até alterações na
formulação de produtos como o gesso de revestimento (ampliação do tempo
útil) e plaquetas. Naturalmente este tipo de atividade afeta somente os resíduos
gerados na produção e não os de pós-uso.
Programa de gestão dos resíduos de gesso
Este programa tem por objetivo melhorar a qualidade do resíduo ofertado,
facilitando a reciclagem. Esta baseado na coleta seletiva/segregada dos
resíduos de gesso, particularmente em canteiros e demolição. Portanto o
treinamento de equipes de aplicação de produtos de gesso é fundamental. É
também fundamental a participação dos construtores, através das entidades
representativas. Mais difícil, mas também importante é desenvolver ações para
33motivar as empresas de demolição. Também é importante incluir no programa
as pequenas indústrias de plaquetas que ao aumentarem a oferta de resíduos
convenientemente tratados, tornam mais facilmente viável a operação das
centrais de reciclagem. Uma parte essencial do programa é o desenvolvimento
de parcerias com empresas de transporte dos resíduos. Particularmente pode
ser desejável o desenho de containers especiais para maximizar a
reciclabilidade dos resíduos.
Desenvolvimento de mercado de reciclagem de gesso
A transformação de um resíduo em um produto viável no mercado é tarefa
complexa que demanda conhecimentos técnicos, de mercado e até aspectos
legais (JOHN, 2002). Neste caso específico deverá envolver as atividades de
(a) identificação precisa do resíduo gerado e seus contaminantes em diferentes
cenários; (b) determinação das quantidades de cada tipo de resíduo; (c)
investigação de oportunidades de reciclagem tecnicamente viáveis e
competitivas em diferentes mercados (incluindo escala de produção e tipos de
contaminantes); (d) estabelecimento modelos de negócio, incluindo a
participação dos geradores dos resíduos e dos produtores no custo do sistema
em diferentes cenários; (e) busca de parceiros interessados em estabelecerem
o negócio; (f) parcerias com transportadores; (g) sistemas de licenciamento
ambiental e desenvolvimento de mercado para o produto. Trata-se portanto de
atividade complexa e que vai requerer substancial esforço dos envolvidos e
inclusive atividades de pesquisa e desenvolvimento. Para tornar o sistema
viável economicamente é provável que venha a ser necessário estudar
alternativas de deposição segura de gesso para ser aplicada em pequenas
cidades e em áreas próximas da matéria prima. Este aspecto vai exigir do
setor, em seu devido tempo, uma estratégia de negociação complexa com
junto ao CONAMA.
34
CAPÍTULO V
RECICLAGEM DE GESSO ACARTONADO: ELA EXISTE
Os benefícios do uso de placas de gesso acartonado podem parecer
sutis, mas na realidade têm um grande impacto no meio ambiente. O desejo de
substituir aterros sanitários por reciclagem é crescente nos EUA. A US Gypsum
e a National Gypsum agora garantem a reciclagem dos resíduos deste produto.
Usando o gesso acartonado da Gypsum Recycling International. Você pode
desviar os resíduos dos aterros e permitir o seu reaproveitamento na
transformação de novas placas de gesso acartonado. Uma outra vantagem é
que as fábricas de gesso acartonado estarão usando menos recursos naturais,
uma vez que os resíduos reaproveitados substituem matérias primas naturais
na produção. Conseqüentemente, de acordo com a Gypsum Recycling
International, o custo das placas de gesso reciclado será reduzido para os
consumidores, assim, todas as partes saem ganhando. Nós, da Tweraser
Group assumimos um compromisso em longo prazo de incentivar a
consciência ecológica em todas as nossas ações. Há anos que 100% de nosso
gesso Sheetrock® é reciclado e cerca de um terço do gesso utilizado hoje é
sintético. Sheetrock® já é um produto ecologicamente correto e, através do
sistema de reciclagem, estamos fornecendo aos nossos clientes um produto
amigo da natureza e 100% reciclável. Além disso, nossos clientes podem ser
beneficiados com os baixos custos da reciclagem dos resíduos, uma vez que
os restos podem ser transformado em novas placas de gesso do tipo”.
Com o progressivo banimento dos resíduos dos aterros sanitários fora do País,
a reciclagem de gesso vem se tornando viável e várias empresas no exterior já
se beneficiam da reciclagem do material. No Brasil, pelo menos a filial paulista
de uma produtora de gesso pernambucana, a Gessonatura, saiu na frente das
35outras e está para finalizar a primeira Área de Tratamento e Triagem (ATT)
especializada em gesso, em São Paulo.
"Quando saiu a resolução do Conama, com esta decisão traumática para o
setor, partimos para encontrar uma solução para os resíduos de meu produto.
Nos organizamos e já temos cliente para repassar o resíduo de gesso
selecionado para uma empresa que fabrica placas de gesso acartonado",
informou o gerente administrativo da Gessonatura, Luiz Rodrigues.
Ele ainda não sabe informar sobre a rentabilidade do novo negócio, pois a ATT
ainda depende de aprovação do município de São Paulo, mas acredita na
saída comercial para o problema do lixo do gesso. A iniciativa tanto serve para
oferecer um diferencial aos clientes da Gessonatura, que terão à disposição um
serviço de reciclagem, quanto para outras empresas geradoras de resíduos de
gesso. "Como eu vendo, eu posso negociar o transporte do gesso até a área.
As outras empresas terão de dispor de caçambas específicas para o produto,
já que ele não pode ser misturado com outros materiais."
Ele informa que em São Paulo, que sofre com o preço do frete do produto
vindo de Pernambuco (R$ 160 a tonelada), é vantajoso para as empresas - que
usam o gesso como matéria-prima - ter o produto reciclado. O frete, apesar de
mais barato para Pernambuco (R$ 55), também é um serviço caro e, portanto,
a reciclagem também pode ser viável para o Estado.
Fonte: Jornal do Commercio - Recife - PE
5.1 A empresa que recicla
A empresa que faz a reciclagem dos resíduos do gesso, mostra que este
processo de reciclagem tem se transformado em uma solução viável: Gypsum
Recycling International foi iniciado em 2001 na Dinamarca, onde mais de 60
por cento de todos os resíduos de gesso e estuque está sendo reciclado. GRI,
Estados Unidos e National Gypsum se comprometeram a iniciar as operações
36de reciclagem de placas de gesso nos Estados Unidos a partir de
Massachusetts. "Como resultado de nossa tecnologia inovadora, gesso é
100% reciclável", disse Jack Walsh Empresa criada para abrir Gypsum
Recycling Plant em Massachusetts; Gypsum Recycling International, uma
empresa europeia, está tentando fazer crescer o seu negócio de reciclagem de
gesso, abrindo e expandindo suas operações nos Estados Unidos. Para
conseguir isso, a empresa iniciou as suas operações baseadas E.U., chamado
Gypsum Recycling America LLC, que recentemente recebeu autorização e
aprovação do estado de Massachusetts, bem como a cidade de Cambridge,
Massachussets, para abrir uma unidade de reciclagem que está preparada
para lidar com gesso sucata. Jack Walsh, director-geral da GRA, disse que o
projeto é o primeiro de seu tipo nos Estados Unidos. Enquanto o projeto é,
inicialmente, tendo em gesso limpo, o plano é que, dentro de um ano a
empresa irá tomar em gesso sucata de construtoras, estações de transferência
e retalhistas de gesso. O processo GRA irá remover o papel do revestimento
protetor de gesso, e usar o poder de gesso puro para fazer letreiro novo. E.U.
National Gypsum gesso e serão ambos aceitam o material produzido pela
Gypsum Recycling América.
De acordo com as informações obtidas no website desta empresa, o seu
sistema de reciclagem é capaz de utilizar todos os tipos de blocos de gesso e
resíduos de gesso acartonado, e não somente resíduos de novas construções.
São aceitáveis os resíduos provenientes de reformas, demolições, novas
construções e sobras de produção nas fábricas. Pode-se utilizar chapas de
gesso acartonado de paredes ou forros, chapas de gesso com partes
quebradas, ou pedaços de chapas; chapas com pregos, parafusos ou mesmo
com papel de parede.
O sistema de reciclagem da “Gypsum Recycling International”, contém
todos os componentes necessários para assegurar um bom rendimento no
sistema de reciclagem:
Sistema Coletor: onde os resíduos do gesso são depositados e coletados em
containers especialmente desenvolvidos para esta atividade;
Sistema de Logística: os materiais são coletados e levados para os armazéns
37centrais.
Unidade de Reciclagem: nesta etapa os materiais são transformados em pó de
gesso;
Clientes: os fabricantes de gesso em pó e gesso acartonado podem utilizar
este pó de gesso ao invés de gipsita.
A unidade de reciclagem é móvel, compacta e fechada, protegendo
assim os resíduos do gesso da chuva. Para os fabricantes de gesso, vários
benefícios foram encontrados com a reciclagem, principalmente diante da
concepção do desenvolvimento sustentável. Além disso, elesencontraram uma
fonte adicional estável de gesso de boa qualidade, e com um preço muitas
vezes abaixo do material virgem. No Brasil, se tem conhecimento que uma das
empresas fabricantes de gesso acartonado já trabalha com a reciclagem dos
resíduos de drywall. A empresa recolhe dos seus clientes as sobras de placas
de gesso acartonado e juntamente com os resíduos da produção, fazem a
reciclagem. O primeiro passo é a trituração destes resíduos, que contém além
do gesso, o papel cartão (outro componente das placas acartonadas). Este
material triturado é levado para calcinação, onde o cartão é totalmente
calcinado. Por fim, o gesso reciclado utilizado como matéria-prima reciclada na
produção de novas placas de gesso acartonado.
Utiliza-se a proporção de 5% de matéria-prima reciclada para 95% de
matéria-prima natural. Deve-se notar, entretanto, que ainda não são recicladas
as placas provenientes de reformas ou demolições, que possuam
contaminantes.
Utiliza-se a proporção de 5% de matéria-prima reciclada para 95% de
matéria-prima natural. Deve-se notar, entretanto, que ainda não são recicladas
as placas provenientes de reformas ou demolições, que possuam
contaminantes.
38
CONCLUSÃO
O resíduo: gesso acartonado é um produto que está em grande
crescimento na linha dos produtos da construção civil. Em sua composição
existem produtos que podem tornar-se muito perigosos se depositados em
aterros sanitários, liberando então gases tóxicos e contribuindo para o
crescente aquecimento global.
O produto deve ser depositado em aterros industriais e principalmente:
desenvolver uma tecnologia para que o mesmo seja reciclado. Tecnologia já
existente na Europa – país: Dinamarca desde 2001 onde uma empresa
desenvolve a reciclagem do gesso acartonado e estão iniciando levando esta
tecnologia para os EUA, Massachusetts.
A idéia e a grande preocupação é para que esta tecnologia seja
desenvolvida rápido no Brasil. Hoje, o gesso acartonado corresponde a cerca
de 8% de resíduo, mas o seu crescimento gira em torno de 20% a 30% ao ano.
Isto significa que em 5 anos, está porcentagem terá aumentado em cerca de
100%. Ressalto ainda que as nossas jazidas, apesar de imensas, não são
renováveis. A cada km explorado quer dizer menos m2 a ser transformado em
chapas de gesso.
39
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