GESTÃO DE PESSOAS: UMA ABORDAGEM A AVALIAÇÃO DE … · 17 1.4 Pessoas como parceiras da...

49
UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Pós-Graduação ―Lato Sensu‖ em MBA em Gestão Empresarial Cristina Cavalcante Silva Garcia GESTÃO DE PESSOAS: UMA ABORDAGEM A AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO LINS SP 2010

Transcript of GESTÃO DE PESSOAS: UMA ABORDAGEM A AVALIAÇÃO DE … · 17 1.4 Pessoas como parceiras da...

UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Pós-Graduação ―Lato Sensu‖ em MBA em Gestão

Empresarial

Cristina Cavalcante Silva Garcia

GESTÃO DE PESSOAS: UMA ABORDAGEM A

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

LINS – SP

2010

CRISTINA CAVALCANTE SILVA GARCIA

GESTÃO DE PESSOAS: UMA ABORDAGEM A AVALIAÇÃO DE

DESEMPENHO

Monografia apresentada à Banca

Examinadora do Centro Universitário

Católico Salesiano Auxilium, como requisito

parcial para obtenção do Título de

especialista em MBA em Gestão

Empresarial sob a orientação dos

Professores M.Sc. Máris de Cássia Ribeiro

Vendrame e M.Sc. Heloisa Helena Rovery

da Silva

LINS – SP

2010

Garcia, Cristina Cavalcante Silva

Gestão de Pessoas – Avaliação e Desempenho / Cristina

Cavalcante Silva Garcia – – Lins, 2010.

48p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico

Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins, SP para Pós-Graduação

―Lato Sensu‖ em MBA em Gestão Empresarial, 2010

Orientadores: Profª M. Sc. Máris de Cásssia Ribeiro Vendrame;

Profª M. Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva

1. Gestão de Pessoas. 2. Avaliação. 3. Desempenho . I Título.

CDU 796

P49g

CRISTINA CAVALCANTE SILVA GARCIA

GESTÃO DE PESSOAS: UMA ABORDAGEM A AVALIAÇÃO DE

DESEMPENHO

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de especialista em MBA em Gestão Empresarial.

Aprovada em_____/_____/_____

Banca Examinadora:

Profª M.Sc. Máris de Cássia Ribeiro Vendrame

Mestre em Administração pela Universidade Metodista de Piracicaba –

UNIMEP.

_______________________________________________________________

Profª M.Sc. Heloísa Helena Rovery da Silva

Mestre em Administração pela CNEC/FACECA - MG.

_______________________________________________________________

LINS – SP

2010

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela oportunidade de estar realizando este trabalho.

Meu esposo Renato Fassa Garcia e minha filha Bianca, por compreenderem

com paciência minha ausência familiar.

Aos educadores que contribuíram para meu crescimento profissional.

Aos meus colegas do curso incentivo ao meu crescimento pessoal e profissional

e principalmente pelo auxílio nos trabalhos e dificuldades encontradas em sala

de aula.

RESUMO

A gestão atual das empresas tem se caracterizado pela introdução de

modelos de gestão e planejamento estratégico que possibilitem a avaliação e

medição de desempenho de pessoas na empresa. Estes modelos de gestão

permitem a avaliação do andamento dos trabalhos através de informações

palpáveis e de fácil obtenção. Para isso, criam-se modelos de acompanhamento

dos planos operacionais e de planos estratégicos que estejam baseados em

objetivos qualitativos que resulta em quantitativos, que possam ser identificados

facilmente. Da mesma maneira, o avanço das relações pessoais, faz com que

as empresas passem a utilizar avaliações subjetivas de seus profissionais, com

um enfoque nas competências necessárias para os profissionais que são

parceiros das organizações. Neste ambiente, os profissionais que atuam na

empresa são responsáveis pela realização das metas da empresa e são

cobrados por isso, ao mesmo tempo em que são avaliados por suas

competências. O que esta pesquisa pretende é demonstrar como é possível

vincular os objetivos das organizações com as avaliações de competências das

pessoas, de forma a melhorar a performance dos profissionais e o desempenho

na empresa. Esta atividade de vinculação dos objetivos da empresa e das

pessoas é executada pelo gestão de pessoas, área que por sua característica

valoriza e direciona as informações e imparcialidade na empresa possui todas

as informações e o conhecimento necessário para implantar e gerir um modelo

com mais capacidade humana e por sua vez gerir uma organização mais

sustentável.

Palavras-chave: Avaliação. Competências. Desempenho e Meta

ABSTRACT

The current management of enterprises has been characterized by the

introduction of models of management and strategic planning that allow the

evaluation and performance measurement of people in the company. These

management models enable the evaluation of the progress of work through

information tangible and easy to obtain. To do this, you create templates for

monitoring the operational plans and strategic plans that are based on

qualitative objectives that result in quantitative, which can be identified easily.

Likewise, the advancement of personal relationships, causes all firms to use

subjective evaluations of its professionals with a focus on skills necessary for

professionals who are partners of organizations. In this environment, the

professionals who work at the company are responsible for achieving the goals

of the company and are charged for it while they are assessed for their skills.

What this research does is show how you can link the goals of the organizations

with competency assessments of individuals in order to improve the

performance of professional and performance in the company. This binding

activity of the company goals and people management is performed by people,

an area which by its characteristic values and directs the information and

impartiality in the company has all the information and knowledge needed to

deploy and manage a model with more capacity and human turn manage an

organization more sustainable.

Keywords: Assessment. Skills. Performance and Goals.

SUMÁRIO

INTRODUÇÂO............................................................................................... 8

CAPÍTULO I – GESTÃO DE PESSOAS....................................................... 10

1 CONCEITO .......................................................................................... 10

1.1 Valorizando o capital nas organizações.............................................. 12

1.2 Importância das Competências ......................................................... 14

1.3 Cultura organizacional......................................................................... 17

1.4 Pessoas como parceiras da organização............................................ 19

CAPÍTULO II – AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO HUMANO....................... 21

2 CONCEITO .......................................................................................... 21

2.1 A importância da avaliação do desempenho humano......................... 23

2.2 Estratégias e Processos de Avaliação de Desempenho.................... 24

2.3 Análise funcional da avaliação de desempenho.................................. 26

CAPÍTULO II – MEDIÇÃO DE DESEMPENHO............................................. 29

3 MEDIÇÃO DE DESEMPENHO DE PESSOAS .................................. 30

3.1 Conceitos estudados de modelos de desempenho............................. 31

3.2 Avaliação 360 graus............................................................................ 32

3.3 Balanced Scorecard............................................................................ 34

3.4 Análise dos Modelos de Desempenho apresentado........................... 38

CONCLUSÃO................................................................................................ 44

REFERÊNCIAS.............................................................................................. 47

8

INTRODUÇÃO

Com aumento da competitividade no mercado e as exigências dos

consumidores, houve uma necessidade das organizações de uma reformulação

nos modelos de gestão empresarial. Com a globalização a qualificação

profissional do capital humano tem sido o grande diferencial do processo

produtivo. Hoje, para ser competitivo no mercado de trabalho é fundamental

desenvolver habilidades como trabalho em equipe, liderança, gestão

participativa, inteligência emocional e criatividade.

As atividades desenvolvidas carecem de constante monitoramento e

avaliação, cabendo as organizações a utilização de métodos para avaliar seu

desempenho, bem como seus processos internos e externos. Uma das

ferramentas utilizadas para esta avaliação consiste no Balanced Scorecard, que

analisa e possibilita através de indicadores desempenho, as perspectivas

financeiras de clientes, processos internos e aprendizagem e crescimento com

intuito de melhorar a rentabilidade e lucratividade das organizações,

melhorando processos e reduzindo custos.

Muito tem se escrito sobre a avaliação de desempenho das empresas,

dos diversos modelos que podem ser utilizados pelas empresas para

documentar suas estratégias e monitorar a realização dos seus objetivos.

Porém, realizar esta tarefa de atingir as metas é algo muito exigente que

necessita de pessoas comprometidas na busca destas metas. Sabemos que as

pessoas agem por estímulos e, portanto as buscas por realizações e metas

devem ser estimuladas pela empresa.

Os modelos de gestão vinculam os objetivos e atividades a serem

realizadas com pessoas responsáveis, porém as avaliações destas pessoas são

por modelos de avaliação de habilidades. A falta de ligação entre a avaliação

das pessoas, um estímulo muito forte, com as metas estratégicas e de

desempenho da empresa, faz com as pessoas se sintam menos motivadas a

realizar os objetivos da empresa com afinco, ficando preocupadas com a sua

avaliação de desempenho pessoal. Vincular as medições de desempenho com

a importância das avaliações das pessoas, através de um modelo sistêmico de

Gestão de Pessoas, é o que pretende este trabalho como forma de estímulo às

9

pessoas.

O propósito desta pesquisa não é simplesmente fazer críticas ou tentar

achar a fórmula ideal, mais de ilustrar um cenário real, a importância da

avaliação nas organizações. Assim, buscou-se responder ao seguinte problema:

Porque avaliar o desempenho das pessoas nas organizações?

E, para entender os objetivos e responder ao problema, foi realizada

uma revisão bibliográfica, como forma de aporte teórico á análise.

O presente trabalho está estruturado em três capítulos, além da parte

introdutória e das conclusões finais. O primeiro capítulo apresenta um

referencial teórico de Gestão de Pessoas, a partir da literatura existente e de

autores referenciais em seus campos de estudos.

O segundo capítulo referencia a Avaliação de desempenho e objetivo

deste trabalho, que vislumbra a análise do tema, bem como todas as

considerações propostas.

O terceiro capítulo, apresenta parte conceitual de medição de

desempenho, bem como uma análise dos modelos de Avaliação 360 graus e

Balanced Scorecard.

Por último são apresentadas a conclusão do trabalho e a bibliografia

utilizada na pesquisa.

10

CAPÍTULO I

GESTÃO DE PESSOAS

1 CONCEITO

Na área de gestão de pessoas, surge, uma geração de profissionais com

foco em negócios e suas relações, ocupando espaços, substituindo perfis que

não agregam mais valor, evidenciando um período de transição em que

paredes, paradigmas e processos estão sendo demolidos, dando ênfase em

formações generalistas e ferramentas inovadoras de comunicação.

Cabe a área de gestão de pessoas a função de humanizar as empresas.

Planejamento, marketing, direção, controle, arrecadação de fundos e as

atividades afins, estão diretamente relacionadas aos conhecimentos, atitudes e

habilidades que as pessoas trazem e desenvolvem ao longo de sua vida

pessoal e profissional, neste contexto a gestão de pessoas torna-se essencial

na organização.

Independentemente da atividade em que se dedica uma organização, a

peculiaridade está em dar aos recursos humanos um tratamento adequado aos

propósitos da organização e aos valores que ela expressa. Por isso,

freqüentemente vários autores sustentam a idéia que o primeiro público a ser

considerado por uma organização é o público interno.

Em linhas gerais, uma organização não será capaz de demonstrar

respeito por seus consumidores se não praticar este mesmo principio

internamente, até porque são os colaboradores internos da empresa que

possuem contato direto com os públicos externos. O que vem ajudar o

desenvolvimento da área de Gestão de Pessoas é a visão sistemática e

holística sobre o processo organizacional e as pessoas na relação de trabalho,

ou seja, ter uma visão integral.

A reflexão sobre a visão do desenvolvimento humano busca suas bases também na psicologia, filosofia e economia, que nos conduzem a reflexões sobre motivação, liderança, relações do trabalho,cultura organizacional, posicionamento do ser humano diante do mundo e de

11

si próprio, desenvolvimento organizacional, análise ambiental, responsabilidade social etc. (DUTRA, 2002, p.22)

Para obter sucesso com os trabalhos em que a empresa se desenvolve,

deve-se estar bem claros e definidos os objetivos da gestão de pessoas.

Sendo, certamente um dos objetivos é ajudar a empresa a realizar seu trabalho

com êxito, bem como o possibilitar competitividade, colaboradores e não

simplesmente funcionários, mas essa relação deve ser recíproca tanto do

colaborador quanto da empresa, assim ambos necessitam de motivação. A

motivação é o que vai garantir qualidade nas ações desenvolvidas, para isso

faz necessário refletir, tanto por parte da empresa quanto ao funcionário se o

serviço desenvolvido é o serviço que lhe agrada, pois o que está em jogo é a

própria felicidade e realização pessoal e não apenas o emprego ou a função

que ocupa.

Motivação é um tema que sempre despertou muito interesse, dada a

sua relação com o comprometimento, o reconhecimento e as

recompensas nas suas mais diversas modalidades. Muitas são,

também, as restrições às várias pesquisas e teorias sobre o assunto,

entre as quais se destacam aqui as teorias de conteúdo. (MACÊDO

et.al., 2005, p. 92)

Os recursos humanos podem contribuir muito para o crescimento de

uma empresa de diversas formas, uma delas é considera-se a

responsabilidade em ser técnico e especialista na área que se propõe, ser

profissional naquilo que faz, porém isso não é tudo, tem que ser humano, ou

seja, os valores humanos contribuem significativamente para o crescimento e

sucesso da empresa, bem como ser parte integrante do planejamento

estratégico da organização e incentivar o alcance dos objetivos individuais e da

empresa (ARAÚJO, 2008).

O gestor deve ter um espírito crítico, uma opinião própria e uma grande

capacidade de flexibilidade, tendo em vista as grandes e rápidas

transformações sociais que ocorre no mundo, como a globalização. O gestor

deve ter capacidade de prever os fatos e encaminhar soluções para que tal fato

não ocorra e se ocorrera solução dever ser rápida se não o fato pode ir

aumentando de tal forma que não haja mais soluções.

12

Segundo Araújo (2008), um dos grandes obstáculos para o crescimento

corporativo e conseqüentemente da empresa é a falta de pessoas eficientes, a

perda de entusiasmo, a falta de motivação, que em muitos casos, pequenas

ações do quadro pessoal já seria significativo. Não se pode esquecer que

estamos trabalha-se com pessoas humanas e não com instrumentos ou

máquinas.

Os colaboradores não são apenas técnicos ou recursos, são seres

humanos dotados de uma serie de fatores, inteligência, razão, emoção,

sentimento, que precisam ser mais valorizados no seu todo, ou seja, de forma

integral, holística. São vistos como parceiros, e terá maior produtividade e

desenvolvimento, estará mais preocupados e envolvidos com as metas, com os

resultados, com os clientes, com a empresa, com o próprio bem estar social,

pessoal e dos demais ao seu redor (ARAÚJO, 2008).

De fato a Gestão de Pessoas pode facilitar ou dificultar a evolução do

processo de mudança nas organizações, pois a atenção devida às redes

informais sociais e de poder dentro da organização tem fundamental

importância no sucesso de programas de mudança organizacional.

1.1 Valorizando o capital nas organizações

A Gestão de Pessoas é caracterizada pela participação, capacitação,

envolvimento e desenvolvimento do bem mais precioso de uma organização

que é o capital humano que nada mais são que as pessoas que a compõem. A

valorização do capital humano é um assunto tão atual na área de

administração, mas que ainda é um discurso para muitas organizações, ou

seja, em muitas delas ainda não se tornou uma ação prática.

De acordo com Bitencourt (2004), valorizar o capital humano é um

conceito amplo que trata de como os indivíduos se estruturam para orientar e

gerenciar o comportamento humano no ambiente organizacional, e pode ser o

diferencial de empresas, que sabem selecionar pessoas certas para o trabalho

a ser realizado, ou seja: com as competências necessárias, a consciência do

13

valor da sua colaboração para a empresa alcançar seu objetivo, e

comprometida com seu trabalho, por paixão ao que faz.

Contar com talentos exige recrutamento eficaz, programas de

treinamento, implantação de programas de capacitação, e acompanhamento

contínuo do desempenho obtido, um trabalho que estimule a colaboração, o

compartilhamento de conhecimento. (BITENCOURT, 2004).

No passado, as pessoas eram estimuladas a adotar uma postura de

submissão às determinações da empresa e de muito esforço para

atingirem as metas impostas para seu trabalho; atualmente, a

expectativa das empresas em relação às pessoas é de uma postura

autônoma e empreendedora, em que a pessoa deve ter iniciativa para

antecipar e solucionar problemas, e estar preparada para o amanhã.

(DUTRA, 2002, p. 172)

Segundo Dutra (2002), aspectos intangíveis devem ser considerados

sempre que se tratam de pessoas. Uma vida em equilíbrio tem diferentes áreas

a serem buscadas, tais como: sucesso profissional, saúde física,

relacionamentos, lazer, espiritualidade, financeira, legado e realização pessoal.

A pirâmide de Maslow, apresentada em Motivation and Personality, classificou

as necessidades humanas em níveis de importância e influenciarão da

seguinte forma: necessidade de auto-realização, necessidade de estima,

necessidades sociais, necessidade de segurança e necessidades fisiológicas.

Quando a organização vê as pessoas como parceiros de seu

desenvolvimento e as pessoas pensam o mesmo em relação à empresa, a

relação muda do controle para o desenvolvimento. A ação e a cooperação das

pessoas são fundamentais para mudar a forma de administrar e como reflexo

desta atitude, é preciso reconhecer o papel da cultura organizacional,

percebendo os indivíduos como atores que participam e influenciam as

mudanças.

Desenvolver uma cultura organizacional na qual as pessoas, vistas

como responsáveis pela imagem da empresa, precisam ser motivadas e não

controladas, e entendam que mudança é uma constante, pode ser facilitada

com a correta visão de liderança, ou seja, o que caracteriza a liderança é a

capacidade efetiva de gerar resultados por intermédio das pessoas, ou de

influenciá-las.

Segundo Lerner (2005), a figura do homem organizacional surge como

14

ser capaz de desempenhar papéis de forma simultânea em diversas

organizações. No entanto, acreditava-se que para o indivíduo conseguir

desempenhar de forma eficaz suas tarefas, o mesmo deveria possuir alguns

traços na sua personalidade, a saber: flexibilidade, tolerância às frustrações,

capacidade de adiar as recompensas e ainda ter permanente desejo de

realização.

Diante do mercado cada vez mais complexo e globalizado, o capital

humano surge como uma grande vantagem competitiva nas organizações.

Segundo Dutra (2002), uma empresa competitiva é aquela que tem em

grupo de pessoas mais capaz de atingir metas que os grupos de pessoas das

empresas concorrentes, conclui o autor que não é possível admitir o

crescimento das empresas dissociado do crescimento das pessoas.

Desta forma, percebe-se que o individuo vem assumindo valores

diferentes ao longo da história da ciência da administração, e diante da cadeia

lógica dos acontecimentos. Há uma tendência à valorização maior de suas

competências e habilidades, bem como o reconhecimento do capital humano

como uma importante ferramenta para obter vantagens competitivas nas

organizações.

Este cenário de constantes mudanças e que estão inseridas as

empresas, a competitivide torna-se disputada fazendo com que a palavra de

ordem para as organizações que queiram sobreviver neste mercado

globalizado, seja a inovação. Assim, não basta que as empresas acompanhe

todo o avanço tecnolológio e mercadológico existente, mas faz-se necessário

que criem estratégias afim de se destacar diante de outras organizações.

A palavra inovar esta intimamente relacionada com criatividade e

qualidade, as quais é evidente, que não se encontram disponíveis nas

máquinas, o que torna necessário que a empresa potencialize o seu recurso

mais precioso que é o capital humano. Assim, não se trata mais de produzir

cada vez mais rápido e com o menor custo, mas produzir cada vez melhor, de

forma criativa e confiável.

1.2 A importâcia das competências

15

Um indivíduo competente era aquele capaz de avaliar e agir

adequadamente em determinada situação, tomando providências proporcionais

à grandeza e importância dos fatos ocorridos, ou seja, reagir na mesma

medida.

Pode-se entender que competência é um conjunto de características das

pessoas que propiciam que estas pessoas executem suas funções de maneira

adequada, da melhor forma, com transparência, para a companhia de forma a

trabalhar e desenvolver seu grupo. (LERNER, 2005).

A competência é a qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver

certo assunto, fazer determinada coisa; significa capacidade,

habilidade, aptidão e idoneidade. As habilidades gerenciais devem

ser radicalmente enriquecidas para fazer frente às novas demandas.

As organizações competentes desenvolvem sistemas com alta

capacidade de prever as conseqüências , mesmo remotas, das

ações propostas. As incompetentes, em contraste, só conseguem

prever os benefícios dos atos propostos, nunca as desvantagens.

(LERNER, 2002, p. 44).

A maioria das empresas apresentam as competências com foco nos

desenvolvimento dos colaboradores. Desenvolver as competências das

pessoas e equipe significa aprimorar seu conhecimento, suas habilidades e sua

forma de agir. Estes fatores são descritos em três dimensões, conforme

Bitencourt (2004):

a) o saber: refere-se ao conhecimento. Implica questionamentos e

esforços voltados à informação que possa agregar valor ao trabalho;

b) o saber-fazer: refere-se a habilidades. Centraliza-se no

desenvolvimento de práticas e consciência da ação tomada;

c) o saber-agir: refere-se a atitudes. Busca um comportamento mais

condizente com a realidade desejada.

As competências definidas pelas organizações transcrevem o ambiente

da mesma. Através das competências dos profissionais é possível identificar o

ambiente interno da empresa desde a seu fundação, se a mesma tem um clima

organizacional competitivo, com desafios de desenvolvimento, de trabalho em

equipe, que são características que os novos profissionais procuram

independentemente do cargo.

A idéia já não é compreender a agregação de valor da pessoa pelo

cargo que ela ocupa; esse já não é um parâmetro que reflete a

16

realidade, como vimos. A idéia é enxergarmos a entrega da pessoa e

avaliar a complexidade desta entrega. Uma forma de olhar a entrega

da pessoa é observar o uso das competências requeridas pela

organização. ( DUTRA, 2002, p. 179)

Valorizar as competências é de fundamental importância para a

compreensão das novas tendências da gestão de pessoas para a sociedade do

conhecimento e, por isto, o tema será abordado nos planos dos indivíduos e o

das organizações. Este tratamento é porque se acredita que as competências

dos invididuos, quando somadas e integradas, resultam em competências

organizacionais.

Segundo Lerner (2005), competências relacionam-se com as atribuições

desempenhadas pelo individuo e com o conceito de qualificação, que por sua

vez, se relaciona aos requisitos da posição ou cargo do individuo ou ainda, ao

conhecimento acumulado pelo individuo ao longo dos anos.

De acordo com Lerner (2005), parte desses conhecimentos pode ser

classificada e certificada pelo sistema educacional, ou na maioria das vezes

procura ser mais amplo, referindo-se à capacidade da pessoa assumir

iniciativas, ir além das atividades prescritas, ser capaz de compreender e

dominar novas situações no trabalho, ser responsável e ser reconhecida.

Assim, a competência não se limita, portanto, aos conhecimentos

teóricos e práticos, adquiridos pelo individuo ao longo de sua vida, e muito

menos, encontra-se encapsulada na tarefa que este individuo desempenha na

organização. É uma somatória e se desenvolve conforme seua desafios e

metas.

De acordo com Dutra (2002), existe um relacionamento intrínseco entre

habilidades básicas, competências básicas e essenciais, e certifica-se que

essas habilidades são construídas, principalmente a partir do capital intelectual

representado pelas habilidades humanas e pelas práticas organizacionais, por

recursos físicos, pela base tecnológica instalada, por filosofias e conceitos, por

métodos, técnicas, sistemas e ferramentas de que a empresa dispõe, Estas

habilidades básicas constituem as competências básicas.

A competência básica, por sua vez, é formada por todas as capacidades

necessárias à existência da organização, mas que não são suficientes para

manter a sua posição competitiva no mercado, podem variar de empresa para

17

empresa, mas não as diferenciam, podem até ter sido competências essenciais

no passado. (DUTRA, 2002).

Estas competências básicas, geralmente não se encontram em grande

número dentro da organização, visto que elas formam algo que representa o

diferencial de mercado que a organização possui, a competência essencial.

Define-se assim que uma competência essencial é uma combinação de

habilidades complementares e conhecimentos, inserida em um grupo de

pessoas, que resulta na habilidade de executar um ou mais processos críticos.

(DUTRA, 2002).

A premissa básica é a de que o colaborador sabe ou pode aprender – a

identificar suas próprias competências, necessidades, pontos fortes, pontos

fracos e metas. Assim, ele é a pessoa mais capaz de determinar o que é

melhor para si. O papel dos gestores e gestão de pessoas passa a ser o de

ajudar o colaborador a relacionar seu desempenho às necessidades e à

realidade da organização.

Então, pode-se entender que quando o indivíduo tem a maturidade de

compreender suas competências consegue facilmente aumentar suas

capacidades, conhecimentos e as características pessoais que distinguem os

profissionais de alto desempenho daqueles de desempenho regular em

determinada função, assim seus objetivos junto aos da organização resultam

em comprometimento e crescimento.

1.3 Cultura organizacional

A cultura organizacional consiste na manifestação coletiva sobre a

filosofia, a missão, os valores e as políticas gerais que configuram o

comportamento empresarial da organização.

Cultura organizacional é um padrão de assuntos básicos

compartilhados, que um grupo aprendeu como maneira de resolver

seus problemas de adaptação externa e de integração interna que

funciona bem a ponto de ser considerado válido e desejável para ser

transmitido aos novos membros como a forma correta de perceber,

pensar e sentir em relação aos seus problemas. (CHIAVENATO,

2005, p. 37)

18

Segundo Chiavenato (2005), as características culturais podem ser

pecebidas em aspectos como comprometimnento e lealdade dos

colaboradores para com o negócio, flexibilidade organizacional, preocupação

da empresa com questões ecológicas, ética, transparência nas ações,

potencial criativo, integração e trabalho em equipes, capacidade

empreendedora de equipe, prioridade a ações preventivas, capacidade de

inovar, responsabilidade social, incentivo ao trabalho voluntário, imagem da

organização externa e internamente.

Exemplos de culturas diferentes ocorrem quando em uma empresa

predomina a burocratização, a severidade nas punições, com uma

comunicação deficiente, incentivando a individualização e onde cada chefia

prepara suas próprias diretrizes sem preocupar-se com as estratégias da

organização. Enquanto na outra empresa o direcionamento de todas as ações

são focadas nos objetivos do negócio, há incentivo à motivação e à

produtividade, ao desenvolvimento de competências, estimula-se os

colaboradores a terem ações empreendedoras e estes se sentem inseridos no

processo de planejamento estratégico.

A postura gerencial predominante sobre o fator humano influirá no

processo de avaliação de desempenho, assim como na maneira da direção

visualizar este processo – como meio ou fim, motivador ou punitivo. As

variáveis do ambiente interno impactam o desempenho substanciamente,

podendo motivar ou produzir distorções como o estressse ocupacional, além

dos impactos na implantação de processos avaliativos.

Segundo Chiavenato (2005), a cultura é o conjunto de valores, crenças,

atitudes, premissas, interpretações, hábitos, costumes, práticas, conhecimento,

comportamento partilhados por um grupo de pessoas que mantém sua coesão.

Neste contexto é preciso não somente prever problemas, mas corrigi-los

e um dos melhores instrumentos de que dispõem as empresas para antecipar-

se ao curso dos acontecimentos e investir nas pessoas. Portanto, faz-se

necessário que as empresas apresentam uma proposta transparente de

intenções através de uma cultura organizacional que dissemine o que se

espera dos colaboradores.

19

1.4 Pessoas como parceiros da organização

As pessoas passam a ser consideradas parceiros da organização que

tomam decisões a respeito de suas atividades, cumprem metas e

alcançam resultados previamente negociados e que servem ao

cliente no intuito de satisfazer suas necessidades e expectativas.

(CHIAVENATO, 1999, p. 34)

Dentro desse contexto, a questão básica é escolher entre tratar as

pessoas como recursos organizacionais ou como parceiros da organização. Os

colaboradores podem ser tratados como recursos produtivos das organizações:

os chamados recursos humanos. Como recursos, eles precisam ser

administrados, o que envolve planejamento, organização, direção e controle de

suas atividades, já que são considerados sujeitos passivos da ação

organizacional. Daí a necessidade de administrar os recursos humanos e

desmembrar como gestão de pessoas para obter deles o máximo rendimento

possível.

Segundo Chiavenato (2005), as pessoas constituem parte do patrimônio

físico na contabilidade da organização, mas as pessoas podem ser

visualizadas como parceiros das organizações. Como tais, elas são

fornecedoras de conhecimentos, habilidades, capacidades e, sobretudo, o mais

importante aporte para as organizações — a inteligência, que proporciona

decisões racionais e imprime o significado e rumo aos objetivos globais. Desse

modo, as pessoas constituem o capital intelectual da organização.

As organizações bem-sucedidas se deram conta disso e tratam seus

colaboradores como parceiros do negócio e não mais como simples

empregados contratados.

Atualmente, as organizações estão ampliando a sua visão e atuação

estratégica. Todo processo produtivo somente se realiza com a participação

conjunta de diversos parceiros, cada qual contribuindo com algum recurso. Os

fornecedores contribuem com matérias-primas, insumos básicos, serviços e

tecnologias. Os acionistas e investidores contribuem com capital e

investimentos que permitem o aporte financeiro para a aquisição de recursos.

Os colaboradores contribuem com seus conhecimentos, capacidades e

habilidades, proporcionando decisões e ações que dinamizam a organização.

20

Os clientes e consumidores contribuem para a organização, adquirindo seus

bens ou serviços colocados no mercado.

Cada um dos parceiros da organização contribui com algo na expectativa

de obter um retorno pela sua contribuição. As alianças estratégicas constituem

meios através das quais a organização obtém a inclusão de novos e diferentes

parceiros para consolidar e fortificar seus negócios e expandir suas fronteiras.

Cada parceiro está disposto a continuar investindo seus recursos na

medida em que obtém retornos e resultados satisfatórios de seus

investimentos. Geralmente, as organizações procuram privilegiar os parceiros

mais importantes. Os acionistas e investidores eram, até há pouco tempo, os

mais privilegiados na distribuição e apropriação dos resultados organizacionais.

Essa ligação está sendo substituída por uma visão sistêmica e integrada

de todos os parceiros do negócio, já que todos são indispensáveis para o

sucesso da empresa. Acontece que o parceiro mais íntimo da organização é o

colaborador: aquele que está dentro dela e que lhe dá vida e dinamismo.

21

CAPÍTULO II

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO HUMANO

2 CONCEITO

Segundo Chiavenato (2008), avaliar consiste em comparar entre o real e

o esperado, entre o quê foi planejado e o que se concretizou. A avaliação de

desempenho individual é o processo em que se analisa o comportamento da

pessoa em relação ao cargo que exerce. Existem várias formas de realizar esta

avaliação. Essa leva a informações sobre o comportamento do prestador de

serviços no desempenho de seu cargo, considerando a expectativa idealizada

para aquele desempenho.

Para Chiavenato (2008), a avaliação de desempenho é uma apreciação

sistemática do desempenho de cada pessoa, em função das atividades que ela

desempenha, das metas e resultados a serem alcançados, das competências

que ela oferece e do potencial de desenvolvimento. É um processo que serve

para julgar ou estimular o valor, a excelência e as competências de uma pessoa

e, sobretudo, qual sua contribuição para o negócio da organização.

A avaliação de desempenho é um procedimento que avalia e estimula o

potencial dos colaboradores em uma organização. Seu caráter é

fundamentalmente orientativo uma vez que redireciona os desvios, aponta para

as dificuldades e promove incentivos em relação aos pontos fortes. A avaliação

deve ocorrer todos os dias e não apenas em momentos formais.

O esforço individual é direcionado pelas capacidades e habilidades do

indivíduo e pelas percepções que ele tem do papel a desempenhar e função do

valor das recompensas dependendo do esforço. Conforme Chiavenato (2008),

a organização avalia os mais diferentes desempenhos: financeiro, operacional,

técnico, de marketing e, principalmente, o desempenho humano, conforme a

cultura organizacional de cada organização, bem como, a partir da missão e

dos objetivos de cada elemento dos recursos humanos. Pode-se, também,

22

avaliar uma organização a partir da forma como seus colaboradores se

percebem dentro da mesma, como eles ao se auto-avaliarem indicam

elementos que podem ser trabalhados na organização, promovendo melhorias

continuas da mesma.

Este processo que serve para julgar ou estimular o valor e, sobretudo, a

contribuição da pessoa para o negocio da organização, também, pode fornecer

elementos para reflexão e desenvolvimento dos talentos humanos da

organização, assim como, localizar problemas de supervisão, gestão,

relacionamentos interpessoais, integração do indivíduo a organização,

adequação da pessoa ao cargo e identificar incoerências de treinamentos.

Essa avaliação poderá trazer melhorias para a organização em relação ao

trabalho e a qualidade de vida dentro da mesma.

De acordo com Milkovich; Boudreau, (2008), a avaliação de desempenho

é o processo que mede o desempenho do empregado. O desempenho do

empregado é o grau de realização das exigências de seu trabalho.

Segundo Chiavenato (1999) a avaliação de desempenho constitui-se

numa das ferramentas úteis para a gestão de pessoa, uma vez que, feita de

forma sistemática, organizada e cientifica pode identificar se o colaborador está

desenvolvendo de forma adequada na sua função para qual foi designado na

organização, permitindo identificar às necessidades de treinamento, o potencial

ainda não explorado do individuo, assim como, fornecer elementos que

possibilitem promoções, transferência, recompensas, cria estímulos à maior

produtividade. Por meio da avaliação de desempenho pode-se verificar a

qualidade do processo seletivo, assim como, a exatidão da definição do cargo.

Uma avaliação de desempenho deve considerar o esforço individual no

exercício do cargo, e analisar de que forma o sistema de recompensas (direta e

indireta) tem influenciado no processo de desempenho. No entanto não tem fim

entre si mesmo, é um instrumento, um meio, uma ferramenta para melhorar os

resultados dos recursos humanos da organização.

As pessoas precisam ser orientadas, conhecer claramente o seu

papel e os seus objetivos, dentro das organizações. O que traz

competitividade é saber usar os recursos de forma adequada,

aumentando a produtividade através da melhoria da qualidade do

trabalho das pessoas. Orientar significa encaminhar, guiar, indicar o

rumo a alguém (CHIAVENATO, 1999, p.138).

23

2.1 A importância da Avaliação de desempenho humano

Avaliação de Desempenho é a maneira pela qual a organização pode

mensurar o grau de contribuição do colaborador na execução de seus

trabalhos, podendo comparar o resultado das ações praticadas pelo mesmo

com as expectativas das organizações, afirma Milkovich e Boudreau (2008).

Segundo Milkovich e Boudreau (2008), o processo de avaliação é uma

prática intrínseca à vida do ser humano, seja na área pessoal, profissional ou

familiar. Para as empresas, tal rotina não é diferente, ou seja, constantemente

as organizações estão avaliando as suas estratégias, o comportamento dos

concorrentes, os resultados obtidos, os seus recursos humanos e vários outros

aspectos.

Nos dias atuais, à importância da avaliação de desempenho só é

funcional como ferramenta quando utilizada de forma freqüente na maioria das

empresas. Entretanto, a discussão sobre o tema vem trazendo opiniões

contraditórias, existindo assim, uma corrente de autores que desaprovam a sua

prática, enquanto outros que a defendem de maneira obstinada.

O compromisso com uma profissão (ou com a família) torna-se mais

definido com o realismo produzido pela modificação das aspirações

para a utilização das capacidades e para a busca da canalização dos

interesses num mundo que já é, então, melhor compreendido.

(DUTRA, 2002, p. 122)

De fato não se pode negar que a avaliação de desempenho apresenta-

se como uma incógnita para muitos estudiosos, uma vez que algumas

pesquisas vêm demonstrando resultados não satisfatórios quanto à sua

aplicabilidade, enquanto outras têm apresentado que a mesma constitui uma

poderosa ferramenta para conhecer o potencial dos colaboradores, podendo

ser utilizado o seu resultado para diversos objetivos.

O sucesso da questão está na forma como é aplicado o processo de

avaliação, uma vez que se o mesmo não for implantado de forma eficaz poderá

surtir efeitos totalmente contrários ao desejado. Por esse motivo, a implantação

de um sistema de avaliação de desempenho funcional requer uma série de

24

cuidados para que a mesma não se apresente como um problema ao invés de

solução para a empresa.

Desta forma, se o avaliador não tiver condições de avaliar de maneira

eficiente e eficaz, poderá gerar a insatisfação do avaliado e comprometer o

clima organizacional da empresa, a motivação a produtividade, gerando, dessa

forma, uma reação em cadeia.

Segundo Dutra (2002), ao avaliar o colaborador, o avaliador deverá: a)

conhecer profundamente as funções e as pessoas que avaliarão; b) libertar-se

de qualquer juízo de valor, para que a avaliação seja a mais justa possível; c)

ser imparcial; d) fornecer feedback de forma regular e cuidadosa, ressaltando

os pontos positivos, apresentando os negativos por meio de demonstração de

dados e colocando-se a disposição do avaliado para a solução do problema.

Quando administrado de forma eficaz, o processo de avaliação

apresenta vantagens tanto para a empresa quanto para o funcionário. Assim,

com o uso desse instrumento a empresa poderá mensurar o grau de

contribuição do colaborador para a execução da meta estabelecida, planejar

ações para corrigir possíveis desvios apresentados, bem como o seu resultado

poderá servir como indicador para processos de treinamento, promoção,

transferência de funções ou setores, progressão salarial e carreira profissional.

2.2 Estratégias e Processos de Avaliação de Desempenho

Avaliar o desempenho de um grande número de pessoas dentro das

organizações utilizando critérios de equidade e de justiça e, ao

mesmo tempo, estimulando as pessoas, não é tarefa fácil. Por esta

razão, muitas das organizações constroem seus próprios sistemas de

avaliação ajustados às características peculiares do seu pessoal.

(CHIAVENATO, 1999, p. 195)

A aplicação do sistema de avaliação de desempenho nas organizações

deve ser formatada por alguns princípios básicos para proporcionar os

benefícios desejados, deve englobar o alcance de metas e objetivos,

concentrar-se em uma análise objetiva do desempenho, ser aceita por ambos

25

os lados envolvidos – avaliador e avaliado – e ainda ser utilizada para melhorar

a produtividade do indivíduo dentro da organização.

Existem alguns fatores que interferem nos resultados dos sistemas de

avaliação desempenho e diversas possibilidades dependem da cultura

organizacional, variando entre modelos participativos e outros

hierarquicamente rígidos. No processo que trabalha com auto-avaliação de

desempenho, o próprio funcionário é o responsável pelo monitoramento do seu

desempenho, auxiliado pelo seu superior através de parâmetros fornecidos

sobre sua performance, eficiência e eficácia. Como aspecto negativo está o

fato de poderem ocorrer atritos devido a divergências de opinião,

principalmente se o avaliado for mais competente que seu superior. (DUTRA,

2002).

O responsável mais frequentemente utilizado é o gestor ou o supervisor

direto. Nesses casos, o próprio gerente estabelece os meios e critérios da

avaliação, normalmente com a assessoria do recursos humanos. Essa forma

de avaliar proporciona maior liberdade e flexibilidade para o avaliador, no

entanto apresenta maiores riscos de subjetividade por apoiar-se na percepção

de uma única pessoa. Uma outra possibilidade de avaliação engloba o

subordinado e o gerente, visando a aproximação das duas partes, por meio de

um intercâmbio no qual o gerente fornece os recursos para os colaboradores,

cobrando resultados e estes fornecem o desempenho e cobram recursos.

A busca por tornar a avaliação de desempenho mais simples, produtiva

e um meio de impulsionar o comportamento das pessoas propicia a constante

criação de novas tendências. Os indicadores vêm se tornando cada vez mais

sistêmicos e escolhidos em conjunto evitando distorções e ampliando o

comprotimento. A avaliação precisa levar em conta o contexto geral, incluindo

indicadores externos como concorrência e indices econômicos. É necessário

também que a mesma funcione como elemento integrador das práticas do

gestão de pessoas e seja baseada em processsos não estruturados, fugindo

da burocratização.

O feedback às pessoas é outro aspecto que merece uma atenção

especial, uma vez que é fundamental para proporcionar orientação, auto-

avaliação e monitoramento.

26

A objetividade está cada vez mais valorizada visualizando o alcance das

metas e objetivos, importando desse modo o desempenho eficaz e eficiente. É

preciso, antes de tudo, envolver as pessoas mostrar-lhes que a avaliação de

desempenho traz benefícios a todos ao ser empregada como ―ferramenta

gerencial a ser utilizada na definição dos resultados desejados, na medicação

da produtividade e da qualidade, no desenvolvimento da capacitação

profissional e no aproveitamento do potencial dos empregados‖ . (LUCENA,

1992, p.58)

2.3 Análise funcional da avaliação de desempenho

A ação de avaliar apesar de fazer parte do cotidiano humano sempre

levanta apreensões, principalmente quando se trata de um sistema formal. No

contexto organizacional esta se tornou uma prática comum na tentativa de

qualificar desempenho e produtividade.

É visível que a prática de avaliação de desempenho nas organizações é

um processo que desperta sentimento ambíguo nos envolvidos podendo

ocasionar situações prejudiciais às instituições. Conhecer as principais causas

desses problemas orienta na elaboração de modelos específicos que sejam

eficientes e eficazes na condução do processo avaliativo. (DUTRA, 2002).

A literatura relacionada ao tema apresenta vários problemas na

execução de processos de avaliação de desempenho. O comprometimento da

alta administração é ponto crucial na decisão de adoção de um sistema de

avaliação, sua participação não pode ser restrita apenas à autorização da

implantação da avaliação, deixando toda a responsabilidade a cargo da gestão

de pessoas.

A não participação de todos os envolvidos – gestores e colaboradores –

dificulta ou mesmo impede a utilização adequada dos resultados da avaliação.

A preocupação em agilizar a implantação dos sistemas leva os responsáveis

pelos mesmos a ignorarem a real necessidade de envolvimento de toda a

organização, criando situações em que os sistemas apresentam discrepâncias

com o ambiente podendo até inviabilizar todo o processo.

27

Quando o avaliador tende a julgar o avaliado pelo seu conceito geral

sobre o mesmo, se a impressão for positiva, a avaliação segue o mesmo

caminho ainda que o desempenho do avaliado não seja condizente. Essa

situação tende a produzir perfis com variações insignificantes das

características não retratando fielmente o avaliado. Na situação em que ocorre

tendência central o avaliador tende a atribuir notas medianas a todos os

avaliados com receio de prejudicar os colaboradores. (DUTRA, 2002).

Esses desvios nas posturas de avaliação funcionam como um fator de

desmotivação tornando ineficiente não só a avaliação de desempenho como os

objetivos e metas organizacionais traçados. O risco de subjetividade extrema

levando as situações injustas também está relacionado aos vícios de

percepção. Outro fator que eleva a subjetividade ocorre quando os avaliadores

observam pontos de personalidade e relacionamento no momento da avaliação

fazendo uso de análises viciadas e preconceitos. (DUTRA, 2002).

Outro momento no qual se apresenta a existência de uma gerência

proativa é o do feedback. A postura adotada por parte da liderança será

responsável pelo processo ou fracasso deste.

Uma maneira de aumentar a credibilidade no momento do feedback é

evitar o efeito do ressentimento que ocorre quando o avaliador se deixa

influenciar apenas pelos fatos ocorridos mais próximos ao período da

avaliação, isso acontece quando não existe a preocupação em anotar

sistematicamente o desempenho do avaliado, sua vida funcional e ações

ocorridas. Excluir o avaliado do processo de feedback, é não utilizar em sua

totalidade essa ferramenta que é de fundamental importância para um sistema

avaliativo.

Avaliar o desempenho do empregado envolve uma análise de toda a

organização. As causas de um mau desempenho podem estar presentes na

falta de recursos disponíveis para a realização dos objetivos. Um suporte

organizacional insuficiente representará perda de desempenho e culpar,

exclusivamente, o empregado por resultados negativos pode gerar um clima de

insatisfação e desprezo pela avaliação. As metas organizacionais devem ser

traçadas levando em conta a real probabilidade de realização. Metas

extremamente elevada não servem como estimulantes, ao contrário, levam a

uma sensação generalizada de ineficiência e angústia. (DUTRA, 2002).

28

Outra não conformidade é o uso de critérios irrelevantes para a análise

do desempenho, como antiguidade, privilegiando, um grupo de pessoas. O

sistema de avaliação de desempenho deve possuir padrões específicos, que

sejam de conhecimento de todos os envolvidos, a fim de evitar o uso de

critérios inadequados no processo.

Segundo Dutra (2002), no momento da elaboração dos objetivos de um

sistema de avaliação de desempenho é preciso observar a adequação direta

deste com os objetivos dos negócios. Há uma tendência a se relacionar a

avaliação a recompensas financeiras, seja com bonificações ou promoções,

contudo nem sempre há capital disponível para distribuir este tipo de

premiação a todos o que leva a frustração e reações à avaliação. É preciso

deixar claro para os envolvidos no processo avaliativo quais os objetivos do

sistema, se para premiações, treinamentos, promoções, rodízio de pessoal,

distribuição de bônus, promoção de ações corretivas do desempenho.

Uma das principais diferenças desta abordagem é que ela se baseia

na premissa de que o indivíduo sabe ou pode aprender mais do que

qualquer outra pessoa quais são suas próprias capacidades,

necessidades, pontos fortes, pontos fracos e metas. (LERNER, 2002,

p. 69)

A ânsia por implantar um sistema de avaliação de desempenho pode

levar a organização a adotar modelos prontos aplicados em outras empresas.

O sucesso de um modelo em uma organização não se torna modelo infalível,

muitas vezes, após aplicar o sistema importado, a empresa percebe que não

conseguiu atingir os objetivos esperados. Isto ocorre porque o modelo não foi

gerado de forma a se adequar às peculiaridades da instituição trazendo em si

pontos conflitantes com a cultura organizacional.

A avaliação de desempenho funcional é um valioso instrumento de apoio

na elaboração de diretrizes focadas na otimização do capital humano da

organização. A base para seu sucesso está na elaboração de um planejamento

adequado, implantando um sistema coerente com as peculiaridades de cada

empresa. (DUTRA, 2002).

A implantação de um processo avaliativo só tem sentido se intimamente

interligada com as estratégias organizacionais, servindo com suporte à política

gerencial da gestão de pessoas.

29

CAPÍTULO III

MEDIÇÃO DE DESEMPENHO

Segundo Araújo (2008), a característica fundamental de uma

organização em destaque é a capacidade para efetuar com sucesso a medição

do seu desempenho. A realização sistemática deste processo dá-lhe, não só

uma melhor visão interior, como permite a avaliação contínua da eficácia e

eficiência da sua estrutura, e dos seus programas, processos e pessoas. No

entanto, estas organizações não se limitam a recolher e a analisar dados sobre

o seu desempenho, elas usam estas métricas para promover melhorias

efetivas na transformação da sua estratégia em iniciativas concretas. Por

outras palavras, utilizam a medição do desempenho na sua gestão corrente.

Medir desempenho significa conferir com os respectivos padrões algo

que já aconteceu, é uma necessidade da administração, pois, através da

medição, informações são produzidas por meio de indicadores, e fazer uso

desses indicadores é gerenciar com base em informações resgatadas.

A medição é um ponto de partida para o aperfeiçoamento da empresa,

pois permite ao administrador conhecer as metas da organização, monitorar o

progresso e identificar possíveis desvios, portanto, as informações necessárias

para tomadas de decisões e para o desenvolvimento de ações de melhoria da

qualidade e da produtividade da empresa.

Perceba-se que motivação, desempenho, recompensa e punição são

circunstancias muitas vezes associadas à remuneração, e sendo

assim é importante conhecê-las e observar opiniões diversas sobre

esta relação tão questionada atualmente. (ARAÚJO, 2008, p. 50)

O gerenciamento eficaz da organização, somente ocorrerá quando ela

possuir um sistema de medição de desempenho apoiado em indicadores

associados aos objetivos relacionados e quando esses indicadores produzirem

informações de sua realidade, capazes de promover informações que possam

contribuir para melhorar a qualidade de futuras decisões e servir de parâmetro

para a tomada de decisão no período corrente.

30

Mas, o que significa medição do desempenho? Não é isso que um

executivo faz, diariamente, ao analisar todos os relatórios de gestão? Não é

isso que todas as organizações obtêm da exploração do seu sistema Integrado

de gestão? Não é isso que é fornecido por um de suporte à decisão? Não é

isso que tenho implantado na minha organização?

A resposta a todas estas questões não poderá ser dada nesta pesquisa.

Cada organização é um caso particular e, certamente, executará alguma

medição do seu desempenho, nem que seja só a nível financeiro.

Desta forma, a utilização de medidas de desempenho ocupa posição de

destaque no processo de gestão, pois é mais que uma medida que gerencia, é

uma estratégia de sobrevivência da empresa.

3 MEDIÇÃO DE DESEMPENHO DE PESSOAS

Ao mesmo tempo em que se tem modelos de medição de desempenho

de empresas, existem os modelos de avaliação de desempenho das pessoas

nas empresas. Os modelos atualmente utilizados têm se caracterizado por

avaliações de habilidades comportamentais. Como por exemplo, pode-se citar,

que são exigidas dos profissionais características de liderança, criatividade,

comprometimento, auto-desenvolvimento, dentre outras. São modelos

introduzidos e monitorados pela área de gestão de pessoas ou recursos

humanos e visam auxiliar o desenvolvimento das pessoas na empresa.

As empresas atualmente também têm se preocupado com os incentivos

aos colaboradores. Independentemente do conhecimento que tem e das

informações que recebem, as pessoas agem por estímulos, se receberem

vantagens em realizar determinada atividade, então vão fazê-la. Por esta

característica das pessoas, as empresas fazem uso de incentivos para fazerem

as coisas acontecerem. Os estímulos podem vir de um desafio a cumprir, da

delegação dos direitos de decisão, de incentivos financeiros, de avaliações

individuais de desempenho.

O papel do executivo é estabelecer metas e objetivos, desenhar e

redesenhar as tarefas de acordo com o desenvolvimento individual de

31

cada subordinado, incentivar o espírito de grupo, liderar e motivar seu

pessoal, avaliar o desempenho e recompensar no sentido de reforçar

o desempenho desejado. A administração participava é isso: confiar

nas pessoas e permitir que elas trabalhem com maior liberdade e

autonomia. (CHIAVENATO, 2004, p. 262)

Assim, observa-se que avaliação de desempenho de pessoas e equipes

da forma como está estruturada nas empresas atuais, é um processo muito

pessoal, que envolve constrangimento entre as partes, avaliado e avaliador, e

apresenta-se como uma ferramenta subjetiva.

A avaliação de desempenho é uma responsabilidade gerencial que

procura monitorar o trabalho de equipe e de cada menor e os

resultados alcançados para compará-los com os resultados

esperados. Preocupa-se com a eficiência e a eficácia. Com a

qualidade e com a produtividade. (CHIAVENATO, 1999, p. 193)

Os novos conceitos de avaliação de desempenho, já apresentam

modelos com objetivos ligados aos objetivos da empresa. A lógica dos

processos demonstra claramente que toas as ações empreendidas deverão

estar orientadas para a busca da realização da missão empresarial, traduzida

em objetivos econômicos e sociais. Para realizar as estratégias, a empresa

necessita de recursos, consequentemente necessita de pessoas. Precisa de

pessoas que façam suas atividades e identifiquem as ações que devem ser

executadas para a realização das estratégias. Assim a realização das

estratégias nada mais é que o conjunto de contribuições dos colaboradores.

Analisando este perfil as áreas de recursos humanos migram seu foco

para gestão de pessoas, enfatizando o desenvolvimento das pessoas e de

suas características, querem sejam características de especialização nas

atividades, como características gerenciais, de trabalho em equipe. Observa-se

que as empresas que utilizam ferramentas de medição de desempenho,

também estão utilizando ferramentas de avaliação de pessoas. A empresa foco

da análise também faz uso de um modelo de avaliação de competências das

pessoas, o que permite uma avaliação crítica da situação.

3.1 Conceitos estudados de modelos de desempenho

32

Por conta das pressões advindas da competitividade, várias empresas

têm buscado alternativas mais condizentes com as atuais necessidades

organizacionais.

Percebe-se, claramente, a necessidade de propiciar um ambiente de

trabalho mais desafiador e estimulador, descentralizado e delegando

responsabilidades, otimizando os sistemas de remuneração e propiciando

benefícios flexíveis.

Para fazer frente às expectativas organizacionais, procuram-se, assim,

pessoas com certo grau de autoconhecimento pessoal e profissional e que

possuam competência interpessoal, atuando de maneira assertiva em suas

relações de trabalho.

O relacionamento entre avaliação e medição de desempenho vem

sendo amplamente discutido e destacado nas empresas, os gestores se

apóiam em medição de desempenho e estabelecer a direção, tomar decisões

estratégicas, constituindo os elos entre objetivos e a execução prática das

atividades nas empresas e atingir as metas desejadas.

Os modelos de desempenho de pessoas que serão apresentados têm

como foco no desenvolvimento dos profissionais na empresa. Ao contratá-los a

organização identifica se os profissionais estão de acordo com o perfil

esperado na empresa e faz uma adequação e aprimoramento para

acompanhar o crescimento do profissional, tendo em vista, a compreensão dos

recursos, pois descreve as características que a empresa espera de seus

profissionais. Porem tem como deficiência a avaliação somente da chefia

imediata.

Partindo desta idéia apresentam-se duas ferramentas que pode

contribuir com os resultados positivos nas organizações, modelo avaliações

360 graus e Balanced Scorecard.

3.2 Avaliação 360 graus

Para Reis (2003), a avaliação 360 graus é um modelo de medição de

desempenho de pessoas que consiste em realizar avaliações por diversos

33

julgadores, avaliadores de uma mesma pessoa da organização. Receber

informações de múltiplas fontes é uma forma de aprimorar o processo de

desempenho das pessoas, dentro de suas funções de trabalho.

A avaliação em 360º representa a inclusão de todas as pessoas que

atuam direta ou indiretamente com o avaliado. Trata-se de uma

avaliação envolvente e circular da qual participam o executivo, os

subordinados do avaliado, os fornecedores internos (colegas .. que

proporcionam os insumos para o trabalho), os clientes, internos

(colegas que recebem os resultados do trabalho do avaliado), os

pares (colegas que trabalham junto com o avaliado), além dos

fornecedores e dos clientes externos. (CHIAVENATO, 2005, p. 254)

Assim, a avaliação de desempenho das pessoas deixa de ser uma

função gestor-colaborador, sendo uma função distribuída na empresa,

permitindo que os profissionais sejam avaliados por todas as áreas com que

trabalham.

Tem-se como principal característica no método da avaliação 360 graus

a coleta de informações internas e externas das organizações com todas as

pessoas que tem contato com o avaliado, independentemente de sua posição

hierárquica, podendo ser um gestor imediato, colegas de mesmo nível,

colaboradores, clientes e fornecedores.

(...) ―o 360 graus baseia-se em comportamentos observáveis: é um

processo que envolve o levantamento das percepções que as

pessoas têm a respeito de determinados comportamentos das

pessoas que recebe os feedbacks. Esses comportamentos são

previamente escolhidos pela organização, em função dos atributos de

liderança que pretende estimular e alavancar‖. Como podemos ver os

atributos que serão avaliados pelas diversas áreas de contato serão

definidos pela empresa e que independe de modelos padrões. O que

é imprescindível é que diversas áreas dêem sua opinião sobre a

pessoa. (REIS, 2003, p.360).

Diferentemente de um modelo que considere somente as avaliações

conforme a estrutura da empresa, este modelo está adequado às novas

práticas de trabalho que se caracterizam por trabalhos em equipes

multidisciplinares, com diversas áreas da empresa e que buscam, em conjunto,

atingir os objetivos da mesma. Neste ambiente a avaliação das pessoas

somente pelo superior imediato é insuficiente tanto para avaliar a pessoa como

para dar retorno esperado da avaliação.

34

Segundo Reis (2003), as avaliações recebidas servirão de base para a

construção de um plano de desenvolvimento pessoal e treinamento. A

realização de avaliações de 360 graus também faz com que as pessoas

busquem o auto-desenvolvimento. Receber um retorno de suas atividades de

diversas fontes diferentes possibilita uma boa ferramenta de crítica, se

comparamos os resultados com uma auto-avaliação.

Para Reis (2003), feedback no ambiente de trabalho são importantes

elementos no desenvolvimento profissional e pessoas, contribuindo com a

aquisição e o amadurecimento de habilidades e com a melhoria de

desempenho. Assim, surge um ambiente de crítica e autocrítica que é muito

salutar para o desenvolvimento dos profissionais da empresa. O processo de

mudança comportamental pode iniciar a partir da avaliação 360 graus.

A diferença está em que a avaliação é feita por todas as pessoas com

quem o profissional interage. Clientes, fornecedores, outras gerencias,

profissionais de outras filiais, etc. Todos avaliam o profissional nos mesmos

moldes que o gestor imediato, tornando o processo mais completo.

3.3 Balanced Scorecard

A nova realidade das empresas, com a crescente necessidade de

acompanhamento do desempenho de curto e longo prazo, está fazendo com

que as empresas migrem para modelos que monitorem a realização das

estratégias de objetivos financeiros e não-financeiros.

O Balanced Scorecard traz para o dia-a-dia das equipes, o planejamento

da empresa. Este modelo tem como objetivo realizar o planejamento

estratégico trazendo-o para a realidade de quem leva a empresa no seu nível

mais operacional.

Os modelos atuais, como o Balanced Scorecard desenvolvido por

Kaplan e Norton (1997), introduzem o chamado Mapa Estratégico. O que

caracteriza o Mapa Estratégico? Esta ferramenta é elaborada pela equipe da

empresa responsável pela ferramenta Balanced Scorecard, em conjunto com

35

todas as áreas da empresa. Normalmente esta tarefa está concentrada na área

de planejamento estratégico.

O ponto de partida é a Missão e os Valores da empresa traduzidos na

estratégia. A Estratégia ou Temas Estratégicos podem ser entendidos como as

premissas básicas do planejamento estratégico. É aonde a empresa quer

chegar.

Segundo Kaplan e Norton (1997), o Balanced Scorecard fornece um

referencial de análise da estratégia utilizado para a criação de valor, sob quatro

diferentes perspectivas:

a) Financeira: a estratégia de crescimento, rentabilidade e risco, sob a

perspectiva do acionista;

b) Clientes: a estratégia de criação de valor de diferenciação, sob a

perspectiva do cliente;

c) Processos de negócios internos: as prioridades estratégicas de vários

processos de negócio, que criam satisfação para os clientes e

acionistas;

d) Aprendizados e crescimento: as prioridades para o desenvolvimento

de um clima propício à mudança organizacional, à inovação e ao

crescimento.

Uma vez analisados os temas estratégicos dentro de cada uma das

quatro perspectivas, surgem os objetivos, indicadores, metas e ações para

cada tema estratégico.

Na etapa seguinte ocorre o registro dos temas estratégicos e de seus

objetivos no mapa estratégico. O mapa estratégico é uma representação

gráfica onde os temas estratégicos e os objetivos são apresentados, permitindo

que sejam ligados sob a forma de causa e efeito, demonstrando graficamente

as ligações existentes entre eles.

O Mapa estratégico apresenta a missão da empresa: criar valor para o

acionista e os temas estratégicos são apresentados na primeira linha do mapa.

Os valores definidos para a empresa de curto e longo prazos também

aparecem no mapa representados por crescimento e produtividade.

Para cada tema criam-se as os objetivos, também sobre as quatro

perspectivas: financeira, do cliente, interna e de aprendizado. Os objetivos são

apresentados com suas relações de causa e efeito.

36

A realização destes objetivos deve ser acompanhada de alguma

maneira, e desta forma, surgem os Indicadores, metas e ações. Neste estágio

criam-se os Indicadores que serão medidos para acompanhar a realização da

estratégia. Com os Indicadores definem-se as Metas a serem cumpridas e as

Ações para melhoria do desempenho dos Objetivos.

O que se observa é que as ações passam a ter responsáveis pela sua

realização e, portanto, exigem a existência de responsáveis pelos Indicadores

de acompanhamento. Os indicadores e ações são distribuídos pelas diversas

áreas da empresa, gerando responsáveis pela realização e atingimento das

metas definidas. Estas pessoas e equipes são constantemente cobradas pela

realização destas atividades e metas.

Observa que, ao proceder com base em quatro diferentes variáveis, o

Balanced contrapõe o método tradicional que enfoca somente a

variável financeira. Por via de conseqüência, uma de suas vantagens

consiste na possibilidade de criar procedimentos e não apenas avaliar

os já existentes. Ademais, pelo fato de implicar uma relação de causa

e efeito jamais se tem a crença de que a organização possui uma

vantagem competitiva eterna tendo como foco melhorias contínuas.

(ARAÚJO,2008, p.161)

Uma vez definidos os responsáveis pelos objetivos e ações, estes

passam a ser os donos do assunto e os objetivos sua mais forte forma de

avaliação.

Os indicadores gerados para acompanhamento das estratégias de cada

tema, agora podem ser financeiros e não-financeiros, de forma a melhor

atender a necessidade de acompanhamento da estratégia.

A construção dos mapas estratégicos com os temas e depois mapas

estratégicos com os objetivos de atendimento dos temas, demonstra ser uma

ferramenta de fácil divulgação da estratégia, um dos pontos ruins nos modelos

financeiros. Esta facilidade está no desdobramento que pode ser feito do mapa

estratégico, permitindo uma divulgação segura dentro da empresa.

A comunicação da estratégia para a empresa além de ser facilitada é

ponto chave no sucesso do modelo. Segundo os criadores do modelo, Kaplan

e Norton, (2001), o programa de divulgação o Balanced Scorecard, deve ter os

seguintes objetivos:

a) promover a compreensão da estratégia em toda a organização;

37

b) fazer com que as pessoas comprem a estratégia para apóiá-la na

organização;

c) educar a organização sobre o sistema de mensuração e

gerenciamento do Balanced Scorecard com base de implementação

da estratégia;

d) fornecer o feedback sobre a estratégia, por meio de Balanced

Scorecard.

O modelo de Balanced Scorecard faz com que a estratégia da empresa

seja desmembrada. Assim, objetivos de difícil realização devido à grande

diferença entre os valores reais e os planejados, podem ser desdobrados em

um número maior de indicadores, com metas parciais de realização, mas que

se somadas demonstrarão a realização da meta principal. Muitas vezes, por

razões de sigilo, os grandes números não são divulgados a toda a empresa, o

que pode não acontecer com os desdobramentos destes grandes números.

Segundo Kaplan e Norton, (2001), o modelo do Balanced Scorecard é

um modelo que permite o acompanhamento da estratégia de vários anos

sendo que alguns temas podem ser de longo prazo e, portanto com objetivos

que tenham medições em um prazo maior que um ano. Este é um fator que

difere do modelo financeiro, onde, apesar das projeções serem elaboradas

para mais um ano, o foco principal é o ano seguinte e os objetivos vinculados a

metas de curto prazo. Assim, o Balanced Scorecard é uma ferramenta que

permite demonstrar num mesmo local e momento, toda a estratégia da

empresa e quais os passos a seguir agora e amanhã.

O desenvolvimento dos mapas estratégicos deste modelo exige o

envolvimento de grande por parte dos executivos da empresa. Trabalhar com a

perspectiva de financeira é algo que todo o corpo gerencial tem conhecimento.

A perspectiva interna representa a análise do dia-a-dia da operação da

empresa e sai relação com fornecedores, sendo de fácil compreensão. O que

se verifica é uma maior dificuldade de análise da perspectiva de valor para o

cliente, onde cada área identifica o que o cliente julga importante, muitas vezes

voltado para a sua própria realidade. Também a perspectiva de aprendizagem

é de difícil compreensão, já que os executivos conhecem as necessidades,

mas tem baixos níveis de conscientização e consenso de como definir e

alcançar seus objetivos.

38

3.4 Análise dos Modelos de Desempenho apresentado

Analisar-se-ão dois modelos: a Avaliação 360 graus e Balanced

Scorecard. Estes modelos vêm ao encontro das perspectivas dos profissionais

atuais e existe uma mudança de perfil dos profissionais contemporâneos e

estão voltados ao desenvolvimento da empresa, mas também ao seu próprio

desenvolvimento. Esses profissionais buscam constantemente melhoria em

suas habilidades, aprimoram seus conhecimentos e buscam seus pontos

fracos.

Conforme Bitencourt (2004), a principal característica do modelo é a

avaliação das pessoas por todos os seus contatos, superior imediato, colegas,

subordinados, outras chefias, clientes e fornecedores. Esta característica do

modelo supre a necessidade de avaliação correta, que necessitam as pessoas

que trabalham em equipes, com diversas pessoas de outras áreas,

coordenados por outras gerencias. Este modelo é adequado às equipes de

projetos, quando uma pessoa é transferida para o projeto e pode ficar nele por

mais tempo e assim recebe a avaliação das pessoas com quem efetivamente

trabalhou.

Deve ser observado o grupo que faz a avaliação para que o mesmo não

seja somente composto de integrantes de um mesmo time de trabalho, pois

podem ocorrer melhorias de desempenho pela amizade existente no grupo ou

por outro lado, podem ser atribuídas avaliações com menos desempenho para

que não se destaque do grupo.

Para Reis (2003), a avaliação 360 graus permite ao avaliado uma fonte

de informações, de críticas muito ricas para ser desenvolvida. O avaliado

consegue comparar sua auto-avaliação com as avaliações de diferentes

pessoas com diferentes percepções, gerando um banco de dados para o seu

próprio desenvolvimento. O avaliado recebe um número maior de feedbacks e

consegue identificar bem seus pontos falhos e as oportunidades de melhoria e

de desenvolvimento. Pode assim gerar seu planejamento de desenvolvimento,

incluindo ou não a companhia, através de treinamentos direcionados. Incluir

pessoas de fora da empresa apresenta-se como um fator importante porque

traz para o ambiente interno, observações, percepções das partes

39

relacionadas, de clientes e fornecedores, permitindo avaliar a imagem que a

empresa e seus profissionais tem no mercado em que está inserida a empresa.

Este modelo é muito bem aplicado a este novo conceito de

competências que se caracteriza por um modelo subjetivo, mas mostra-se

melhor entendido quando se recebe retorno de áreas diferentes.

O fato de receber retorno de várias áreas e dos gerentes terem que

emitir avaliações para pessoas de suas áreas e para membros de outras áreas,

diminui o favorecimento entre superiores e subordinados, tornando a avaliação

de pessoas um processo mais transparente na empresa. Além disso, o uso de

uma metodologia obriga os gerentes ou supervisores a realizarem avaliações,

que nós sabemos que, em nossa cultura, é muito difícil. Ao receber várias

avaliações é possível identificar os gerentes que tendem a proteger os

colaboradores.

O avaliado pode sugerir seus avaliadores, permitindo com que as

pessoas com quem ele tem mais contato estejam envolvidas no processo. Por

outro lado, devem-se avaliar as indicações para que não haja manipulação dos

dados. O avaliado tenderá a indicar avaliadores dos quais conhece a opinião,

com os quais se sente mais seguro, sem surpresas.

Segundo Reis (2003), a complexidade de modelo, que agrega muitas

avaliações de diferentes pessoas, é o que se pode observar como outro

problema. Em alguns casos, o profissional pode ser avaliado por um número

significativo de pessoas. Realizar a junção deste universo de visões tão

diferentes é uma tarefa bastante complexa, exigindo um processo bastante

trabalhoso pela área de recursos humanos. Porém, uma avaliação diferente

dos outras pode colocar em análise todas as demais avaliações, que podem

estar beneficiando ou prejudicando uma profissional.

Por outro lado, pode ser definido um período mínimo de contato entre o

avaliador e o avaliado, diminuindo o risco que uma pessoa que tenha pouco

contato com a pessoa, possa avaliá-la e influenciar negativamente, ou

positivamente, sobre o resultado final, afirma (REIS, 2003).

A área de recursos humanos também deve observar a confidencialidade

dos dados para que os mesmo possam ser livremente elaborados pelo

avaliador sem riscos de divulgações indevidas.

40

Por ter que preencher várias avaliações de pessoas, as chefias diretas

podem padronizar suas respostas. Este procedimento deve ser monitorado

pela área de gestão de pessoas ou recursos humanos, pois este procedimento

inviabiliza a implantação de um modelo de gestão de pessoas para a empresa.

Assim como internamente, o fato de ter a avaliação de pessoas de fora da

empresa pode ocorrer favorecimentos que devem ser monitorados,

observados, pela área de recursos humanos. (REIS, 2003).

Também se deve observar o conjunto de avaliações de uma pessoa,

pois as pessoas tendem a ter bons resultados sobre determinadas

características, sobre determinadas competências, deixando os seus pontos

falhos pouco desenvolvidos.

É importante que o processo de avaliação 360 graus gere melhorias nos

processos da empresa, no planejamento de treinamento da empresa e não

fique somente ligado ao auto-desenvolvimento, ou a uma iniciativa do avaliado.

Se isto ficar com o avaliado, ele tenderá a se desenvolver nos itens em que já

tem um bom desempenho para melhorá-los ainda mais, já que, por

características pessoais tem facilidade nestas competências.

Além disso, a avaliação do processo de avaliação 360 graus deve gerar

uma melhoria contínua do processo de avaliação de pessoas na empresa, já

que traz experiências de fora da empresa para dentro da mesma.

O fato deste modelo do Balanced Scorecard ter sido adotado por muitas

empresas, no Brasil e no mundo, faz com que este seja bastante difundido. A

mudança da forma de acompanhar o planejamento estratégico mostrou ser o

diferencial deste modelo. O planejamento estratégico era uma linda pasta

gerada anualmente, que ficava muito bem guardada e era do conhecimento de

poucos, da alta administração, dos gerentes, mas que também não se

realizava. O planejamento e os itens não realizados continuavam na pasta para

serem reeditados no ano seguinte com algumas modificações.

Segundo Kaplan e Norton, (2001), o Balanced Scorecard mostra-se um

modelo bastante abrangente, que traz para o dia-a-dia da empresa, a

estratégia da mesma, cobrindo todas as necessidades da empresa na

divulgação e acompanhamento da realização das estratégias definidas para a

empresa. O modelo distribui as estratégias pelas quatro perspectivas:

financeira, cliente, processos de negócios internos e aprendizado e

41

crescimento, trazendo-as para a realidade das equipes da empresa. Esta

divisão em perspectivas permite que as tarefas sejam distribuídas por

afinidade, fazendo com que áreas que não tem ligação entre si, interajam para

a realização das estratégias e possam ter metas em comum.

Para Kaplan e Norton (2001), áreas devem trabalhar de forma conectada

e integrada para que ocorra a sinergia, onde o desempenho operacional seja

superior à soma dos desempenhos individuais das áreas.

A interação de áreas distintas permite também a distribuição das

responsabilidades, que nos modelo mais tradicional estava restrita apenas uma

área. O modelo prevê a interação forte das áreas, fazendo com que as

mesmas possibilitem a melhoria continua dos processos da empresa.

O Balanced Scorecard normalmente é constituído para períodos maiores

que um ano, o que já aparece como uma realização difícil de acontecer em

nossas empresas. O que se pode observar é que muitas vezes as estratégias

de longo prazo vão aparecer no mapa estratégico mais para constarem do que

realmente desejas e trabalhadas. Outro ponto difícil de trabalhar é a

complexidade do modelo. O fato de ele possibilitar a abertura dos temas nas

quatro perspectivas permite que a empresa divague os temas gerando um

grande volume de estratégias. A quantidade de indicadores deve cobrir todas

as estratégias, mas deve ser em número suficiente para isso e não uma grande

quantidade de medidas. (KAPLAN; NORTON, 2001).

Sabe-se que é difícil pensar na estratégia, definir indicadores,

acompanhá-los e agir na sua melhoria, para um número pequeno. Quando este

número é maior, só multiplica-se o problema. A complexidade do sistema

criado fará com que um número muito grande de indicadores seja distribuído

pelas gerencias, sobrecarregando-as. A empresa deve ter este cuidado para

não sobrecarregar áreas devido à proporção que o modelo resultou. Além da

sobrecarga da área, o excesso de indicadores também sobrecarrega os

gerentes e os gestores da ferramenta Balanced Scorecard, já que ter-se-á um

universo muito grande de objetivos e indicadores a medir e acompanhar.

Segundo Kaplan e Norton, (2001), a divulgação da estratégia é um ponto

chave a se trabalhado nas empresas. Antes do Balanced Scorecard, os

gerentes eram conhecedores da estratégia da sua diretoria e como cada

gerencia participava da realização da meta financeira. Com o Balanced

42

Scorecard, os gerentes passam a conhecer todas as metas da empresa.

Muitas vezes este conhecimento geral é bom, mostra a confiança que a

empresa tem em suas equipes de trabalho. O conhecimento da estratégia por

todos também possibilita que as equipes trabalhem em conjunto, interajam

entre si. No dia-a-dia, as equipes podem identificar ações e melhorias que

afetem outras áreas, auxiliando na realização das estratégias.

O modelo do Balanced Scorecard foi desenvolvido para permear a

empresa, mas o que se observa em alguns casos é que ele permanece restrito

a alta administração. A cultura de manter a informação fechada, garantindo o

poder, faz com que uma ferramenta tão importante fique no nível gerencial,

passando de maneira bastante específica para as áreas operacionais, que sem

visualizar o todo, não conseguem ver a importância das suas atividades.

A análise dos temas estratégicos deve se feita de maneira clara de

forma a garantir a correta escolha dos objetivos e indicadores que permitirão o

monitoramento da realização da estratégia. Muitos objetivos definidos para a

realização dos temas não possuem indicadores de mensuração. Para Kaplan e

Norton, (2001, p.243) ―os empregados devem compreender os indicadores com

clareza, para que suas decisões e ações afetem a estratégia da maneira

pretendida‖. Criam-se paliativos, indicadores muito próximos que permitiram

acompanhar parte da realização daquela estratégia. Desta foram, para um

objetivo podem ser criados vários indicadores para atendimento do mesmo,

tornando o mapa estratégico bastante extenso. Este excesso também afeta os

responsáveis pelos indicadores, pois tem que acompanhar um número maior

de valores, que devem ser coletados pela sua equipe e os desvios deve ser

analisado e gerados planos de ação de melhoria. Tudo isso cria e burocratiza

as tarefas do dia-a-dia.

Este modelo, ao ser implantado, provoca profundas mudanças nas

empresas e também nas pessoas que nela trabalham. O que se observa é que

as pessoas passam a ter indicadores e atividades a realizar que serão

monitorados, sem que estes indicadores façam parte da sua avaliação de

desempenho pessoal.

Alguns indicadores procuram medir o progresso da organização na

implementação da sua visão, outros se destinam a medir os fatores de sucesso

em longo prazo. Através do Balanced Scorecard, uma organização monitoriza,

43

não só o seu desempenho corrente (financeiro, satisfação do cliente e

processos de negócio), mas também o seu esforço para melhorar processos,

para motivar e formar empregados e para aperfeiçoar sistemas de informação,

em suma, a sua capacidade para aprender e melhorar.

Um Balanced Scorecard apresenta os resultados das medições, mas

não é um fim em si mesmo. É, somente, uma ferramenta que pode tornar

mais eficiente a gestão. Os resultados das medidas de desempenho

mostrarão o que aconteceu, não porque é que aconteceu, nem o que fazer a

seguir. Os resultados das medidas são muito importantes, mas é só um

primeiro passo na implementação sistema que envolve pessoas.

Segundo Kaplan e Norton, (2001), o processo de desenvolvimento do

Balanced Scorecard deve:

a) avaliar o ambiente competitivo;

b) conhecer as preferências e segmentos dos clientes;

c) criar uma estratégia capaz de gerar desempenho financeiro

extraordinário;

d) articular o equilíbrio entre crescimento e produtividade;

e) selecionar os segmentos de clientes almejados;

f) determinar a proposição e valor para os clientes almejados;

g) Identificar os processos de negócios internos de importância crítica

para o cumprimento da proposição de valor e para a realização dos

objetivos financeiros de custo e produtividade;

h) desenvolver as habilidades, competências, estímulos, banco de

dados e tecnologias imprescindíveis à excelência nos processos

internos e ao fornecimento de valor para os clientes.

44

CONCLUSÃO

As organizações vivem uma era de descontinuidade, caracterizada por

constantes mudanças, em decorrência de processos de modernização

tecnológica, privatização, redefinições de políticas econômicas e outras formas

de reestruturação produtiva, ou seja, o mundo caminha rapidamente para uma

sociedade baseada na informação, no conhecimento e na tecnologia.

As pessoas com suas atitudes, conhecimentos e habilidades são o

principal alicerce das organizações. Aqui elas deixam de ser recursos e

passam a ser tratadas como seres vivos, dotados de inteligência, sentimentos,

aspirações e, a cada dia, de uma forma mais intensa, as pessoas buscam o

desenvolvimento de suas competências. As novas relações de capital e

trabalho e também a necessidade de garantir sua empregabilidade, requerem

das pessoas uma perfeita integração entre desempenho e potencial adquirido.

A identificação de talentos permite que a organização tenha à sua

disposição informações extremamente ricas sobre a potencialidade de seu

capital humano. O desenvolvimento profissional não significa coagir os

colaboradores a adotar as metas da organização, nem sequer manipular seu

comportamento, ao contrário, o desenvolvimento exige um relacionamento no

qual cada um possa assumir a responsabilidade pelo desenvolvimento de seu

próprio potencial de forma planejada e colocada em ação.

Nesse contexto, em função dos papéis desempenhados, os gestores

precisam estar no centro do processo de mudança, participando ativamente em

busca da empresa de sucesso. Para tanto, é interessante que utilizem

processos de gestão mais interativos, que permitam agir de forma analítica e

identificada a partir de uma visão estratégica e empreendedora, que possa

auxiliar na tomada de decisão. Assim, a utilização adequada das ferramentas

pode contribuir para a melhoria dos processos de gestão, a fim de que as

exigências do mercado competitivo possam ser atendidas.

Desta forma, destaca-se que um trabalho sério de avaliação é uma

ferramenta importante para diagnosticar o potencial humano, e melhorar o

desempenho de toda equipe com qualidade e servir de estímulo nos esforços

45

para alcançar resultados positivos e satisfatórios para o indivíduo e para a

organização.

Os avanços observados nas últimas décadas têm levado as

organizações a buscarem novas formas de gestão com o intuito de melhorar o

desempenho, alcançar resultados e atingir a missão institucional para o pleno

atendimento das necessidades dos clientes. Nota-se também que o sucesso

das organizações modernas depende, e muito, do investimento nas pessoas,

com a identificação, aproveitamento e desenvolvimento do capital intelectual.

Observa-se que existe um grande esforço no sentido de mudar do antigo

modelo burocrático para um modelo de gestão de pessoas que em muitos

casos grandes avanços aconteceram. Esse acontecimento faz com que as

empresas busquem uma melhoria em seus processos, produtos ou serviços,

com isso, a busca pela excelência tem levado as organizações a

desenvolverem modelos gerenciais com foco na parceria doa colaboradores

com a empresa, acrescidos de motivação e competências e, sobretudo,

comprometida com os objetivos organizacionais, e se tomar mais competitivas.

Como dizia Charles Darwin (apud CHIAVENATO, 2004) as espécies

vivas que sobrevivem não são as mais fortes e nem as mais inteligentes; são

aquelas que conseguem adaptar-se e ajustar-se às demandas do meio em que

vive. Esta teoria caracteriza a cultura organizacional das empresas em relação

a recursos humanos vem passando por importantes mudanças. O próprio terno

está sendo substituído por gestão de pessoas, valorizando os trabalhadores

como pessoas e não como recursos.

Foram apresentados conceitos de gestão de pessoas, a importância da

valorização do capital humano. Realizar a junção das competências

desenvolvidas e a desenvolver, com os objetivos da empresa pelos quais os

profissionais são responsáveis, não é uma tarefa fácil e deve desenvolver junto

com a cultura organizacional de cada empresa.

Evidencia-se nesta pesquisa bibliográfica a importância da avaliação de

desempenho humano suas estratégias e uma análise funcional que poderão ser

aplicadas nas empresas.

Por fim, o terceiro capítulo propôs a importância da medição de

desempenho e conceitua os modelos de gestão que de Avaliação 360 e o

Modelo Balanced Scorecard, que foram avaliadas as características dos

46

modelos e seus aplicativos nas empresas. Trazer a responsabilidade de avaliar

as pessoas da empresa, em conjunto com gestão de pessoas, possa dar a

transparência para o processo também é um ganho muito grande para qualquer

empresa.

Ao reunir as informações inseridas neste trabalho, traz uma contribuição

importante para o desenvolvimento dos profissionais atuantes neste mercado

tão competitivo. Observa-se que quando existe uma parceria entre os

colaboradores e as organizações as responsabilidades aumentam e

desenvolvem ainda mais suas competências e habilidades. Estes profissionais

se sentirão motivados a realizar seus objetivos e melhorar profissionalmente

através de suas competências, com isso, tanto os colaboradores e organização

crescem e se aprimoram juntos.

47

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, L. C. G. de. Gestão de Pessoas – Estratégias e integração organizacional. São Paulo: Atlas, 2008. ATKINSON, A. A., et al. Contabilidade Gerencial / tradução André Olímpio Mosselman du Chenoy Castro. São Paulo: Atlas, 2000. BECKER, B. E. Gestão estratégica de pessoas com “scorecard”: interligando pessoas, estratégia e performance. tradução de Afonso Celso da Cunha Serra. Rio de Janeiro: Campus, 2001. BITENCOURT, C. Gestão contemporânea de pessoas: novas práticas, conceitos tradicionais. Porto Alegre: Bookman, 2004. CHIAVENATO, I. Gerenciando pessoas: o passo decisivo para a administração participativa . São Paulo: Makron Books, 1994. ________. Gestão de Pessoas – o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999. ________. Administração nos novos tempos. 4 . ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004. ________. Gerenciando com Pessoas – transformando executivo em um excelente gestor de pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005 . ________. Gestão de Pessoas – o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 3 . ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. DUTRA, J. S. Gestão por competências: um modelo avançado para o gerenciamento de pessoas . São Paulo: Editora Gente, 2002. MACÊDO, I.I; et al. Aspectos Comportamentais da Gestão de Pessoas: 4. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2005. KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. A estratégia em ações: Rio de Janeiro: Campus, 1997.

48

________. Organização orientada para estratégia: como as empresas que adotam o Balanced Scorecard prosperaram no novo ambiente de negócios. Tradução de Afonso Celso da Cunha Serra. Rio de Janeiro: Campus, 2001. LERNER,W. Comportamento organizacional. Tradução técnica Reynaldo Cavalheiro Marcondes. 11. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. ________. Competência é essencial na administração. São Paulo: Global, 2002. LUCENA, M. D. da S. Avaliação de Desempenho. São Paulo: Atlas, 1992. MILKOVICH, G. T.; BOUDREAU, J. W. Administração de Recursos Humanos tradução Reynaldo C. Marcondes. São Paulo: Atlas , 2008. REIS, G. G. Avaliação 360 graus: um instrumento de desenvolvimento gerencial. 2. ed., São Paulo: Atlas, 2003. SALGADO, L. Motivação no Trabalho. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005.