GESTÃO DE MATERIAIS NUMA FARMÁCIA ESCOLA: um desafio...

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE FARMÁCIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA ELIANA DE VARES CAÇÃO GESTÃO DE MATERIAIS NUMA FARMÁCIA ESCOLA: um desafio para a administração pública NITERÓI 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

FACULDADE DE FARMÁCIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO DA

ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

ELIANA DE VARES CAÇÃO

GESTÃO DE MATERIAIS NUMA FARMÁCIA ESCOLA:

um desafio para a administração pública

NITERÓI

2015

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ELIANA DE VARES CAÇÃO

GESTÃO DE MATERIAIS NUMA FARMÁCIA ESCOLA:

um desafio para a administração pública

Dissertação apresentada ao curso de Pós-

Graduação em Mestrado Profissional em

Administração e Gestão da Assistência

Farmacêutica da Universidade Federal

Fluminense, como requisito parcial para a

obtenção do Grau de Mestre. Área de

Concentração: Assistência Farmacêutica

Orientadora: Prof.ª Selma Rodrigues de Castilho

Co-orientadora: Prof.ª Debora Omena Futuro

NITERÓI, RJ

2015

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C 235 Cação, Eliana de Vares

Gestão de materiais numa farmácia escola: um desafio

para a administração pública / Eliana de Vares Cação. – Niterói,

2015.

104 f.

Orientador: Selma Rodrigues de Castilho.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal Fluminense,

2015.

1. Farmácia. 2. Administração Pública. 3. Administração

de serviços de saúde. 4. Escolas de farmácia. 5.

Legislação I. Castilho, Selma Rodrigues de.

.

CDD 615.1

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ELIANA DE VARES CAÇÃO

GESTÃO DE MATERIAIS NUMA FARMÁCIA ESCOLA:

um desafio para a administração pública

Dissertação apresentada ao curso de Pós-

Graduação em Mestrado Profissional em

Administração e Gestão da Assistência

Farmacêutica da Universidade Federal

Fluminense, como requisito parcial para a

obtenção do Grau de Mestre. Área de

Concentração: Assistência Farmacêutica

Aprovada em:

BANCA EXAMINADORA

Prof.ª Drª Selma Rodrigues de Castilho

Orientadora

Profª Drª. Carmelinda Monteiro Costa Afonso

Prof. Dr. André Teixeira Pontes

NITERÓI, RJ

2015

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Este trabalho é dedicado ao meu

esposo Carlos e aos meus filhos

Thiago e Sarah.

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AGRADECIMENTOS

À minha família, especialmente meu marido Carlos pelo apoio e incentivo e aos meus

adorados filhos pelo carinho e compreensão.

À minha orientadora Selma Rodrigues de Castilho e minha co-orientadora Debora

Onema Futuro pela dedicação, orientação, paciência e apoio recebido.

Aos meus amigos do mestrado pelo companheirismo e incentivo durante todo o curso.

Aos professores do mestrado pelos valiosos ensinamentos durante todo o curso.

A todos os farmacêuticos e demais servidores da Farmácia Universitária da

Universidade Federal Fluminense, pela valiosa participação na execução do trabalho e

durante a coleta de dados.

A todos os professores, que participam de alguma maneira, das atividades

administrativas e acadêmicas na FAU.

À direção da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal Fluminense pelo apoio e

incentivo ao trabalho.

Aos acadêmicos do curso de Farmácia, que vivenciam a cada dia conosco o trabalho

que aqui desenvolvemos.

Aos clientes da Farmácia Universitária que veem em nosso trabalho um alento aos seus

males e para quem este trabalho espera contribuir para a melhoria da assistência

farmacêutica prestada.

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Embora ninguém possa voltar atrás e fazer

um novo começo, qualquer um pode

começar agora e fazer um novo fim.

Chico Xavier

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RESUMO

A gestão de materiais nas farmácias-escola públicas é um dos processos gerenciais mais críticos. A Farmácia Universitária da UFF (FAU/UFF) vem enfrentando vários problemas neste processo, tendo em vista a necessidade de compatibilizar as exigências impostas pela Lei 8666/93 e pela RDC nº 44/2009, no tocante ao processo de aquisição de medicamentos industrializados, com a dinâmica do setor produtivo. Tais dificuldades tem repercutido, em muitos momentos, na quebra do atendimento à clientela. Entender melhor as variáveis do processo de gestão de materiais que interferem positiva ou negativamente na administração FAU e o atendimento à legislação pertinente, foram os objetivos deste trabalho. Através da observação direta e análise documental, o processo foi mapeado. Os resultados de três pregões eletrônicos foram acompanhados, observando-se um elevado percentual de itens cancelados na aceitação do pregão eletrônico (media 44,3; dp=28,3); apenas 29,5% dos produtos adquiridos, em média, foram entregues no prazo; o tempo médio de compras de 48,5 dias (dp=14,9) e uma média de 19.7 % de itens cancelados (dp17). Entre os pontos críticos identificados destacam-se o sistema de informações gerenciais da logística de materiais e a comunicação com os fornecedores. Os resultados possibilitaram uma revisão dos processos de logística da FAU, o que poderá favorecer a redução nos episódios de ruptura de estoques.

Palavras Chave: Administração pública, Gestão de materiais, Farmácia Escola.

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ABSTRACT

The management of materials in public school-pharmacies is one of the most critical

management processes. The Farmacia Universitaria from UFF (FAU/UFF) is facing

several problems in this process, given the need to reconcile the requirements of the

Law 8666/93 and the RDC No. 44/2009, concerning the acquisition of manufactured

drugs process, with the dynamics of the productive sector. Such difficulties have

resulted, most of the time, in services breakdown to better understand the variables In

order that interfere in materials management, we decide to performe the present

investigation. Through direct observation and document analysis, the process was

mapped. Results of three electronic trading were followed, showing a high percentage of

items canceled at the acceptance of electronic trading (mean 44.3, SD = 28.3); only

29.5% of the acquired items, on average, were delivered on time; an purchase mean

time of 48.5 days (SD = 14.9) and 19.7% of canceled items (dp17). Among the identified

critical points, the logistic management information system and the communication with

suppliers. The results allowed a revision of the internal processes at FAU, which might

lead to the reduction in stocks’ rupture episodes.

Key words: Public administration, Managing supply chain; School pharmacy

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................... 15

2 OBJETIVOS................................................................................... 18

2.1 Objetivo Geral ............................................................................... 18

2.2 Objetivos Específicos .................................................................... 18

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................... 19

3.1 Visão sistêmica das organizações ................................................. 19

3.2 Processos ...................................................................................... 19

3.3 Gestão orientada a processos ....................................................... 26

3.4 Mapeamento de processos ............................................................ 31

3.5 Gestão de materiais na Farmácia Escola da UFF ......................... 36

3.6 Gestão de estoques/logística ........................................................ 38

3.7 Sistema de Compras Públicas ...................................................... 40

3.8 Indicadores de desempenho ........................................................ 44

3.8.1 Indicadores de desempenho em gestão de materiais .................. 47

4 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO ........................................... 49

4.1 Mapeamento dos processos de gestão de materiais .................... 49

4.2 Avaliação da gestão de materiais da FAU através dos

indicadores selecionados na literatura ..........................................

51

4.3 Reorganização do processo de compras na FAU ........................ 52

4.4 Redesenho dos processos para gestão de materiais da FAU ...... 53

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................... 53

5.1 Mapeamento dos processos de gestão de materiais na Farmácia

Universitária da UFF .....................................................................

55

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5.2 Aplicação de indicadores para gestão de materiais identificados

na literatura ...................................................................................

60

5.2.1 Indicadores usados na avaliação dos processos licitatórios......... 63

5.2.2 Indicadores usados na avaliação da etapa de compra e entrega . 64

5.2.3 Indicadores usados na avaliação da organização interna do

estoque ...........................................................................................

67

5.3 Identificação dos pontos críticos do processo ................................ 73

5.4 Redesenho dos processos envolvidos na gestão de materiais na

FAU..................................................................................................

74

5.4.1 Eficiência da seleção e controle do processo ................................ 75

6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ........................................................... 84

7 CONCLUSÃO ................................................................................ 84

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................. 86

9 APÊNDICES E ANEXOS ............................................................... 102

Apêndice1 Planilha para recebimento de materiais ......................................... 102

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LISTA DE FIGURAS

Figuras Pág

Figura 1 Organograma da Farmácia da UFF ........................................... 17

Figura 2 Informações internas para setor de compras ............................. 22

Figura 3 Classificação geral dos processos empresariais ........................ 25

Figura 4 Hierarquia dos processos ........................................................... 26

Figura 5 Classificação dos macroprocessos ............................................ 27

Figura 6 Representação dos processos empresariais .............................. 27

Figura 7 Fluxograma de processo de solicitação de elaboração de

processo licitatório ......................................................................

56

Figura 8 Fluxograma de processo de solicitação de empenho produtos .. 57

Figura 9 Fluxograma de processo de recebimento de materiais .............. 57

Figura10 Mapa de identificação dos processos da Farmácia Universitária 58

Figura11 Diagrama de causa e consequência (Diagrama de Ishikwa)

avaliando o desabastecimento de medicamentos

industrializados na FAU no período de estudo ...........................

73

Figura12 Redesenho dos processos da FAU ............................................ 74

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LISTA DE QUADROS

Quadros Pág

Quadro1 Algumas definições de processo ............................................... 21

Quadro 2 Principais modelos de processo ................................................ 23

Quadro 3 Classificação de processos quanto a geração de valor ............ 34

Quadro 4 Classificação dos indicadores quanto ao âmbito ...................... 46

Quadro 5 Indicadores de logística ............................................................. 49

Quadro 6 Etapas do estudo ....................................................................... 50

Quadro 7 Funcionários envolvidos na pesquisa ........................................ 52

Quadro 8 Indicadores selecionados na literatura e indicadores adaptados

para avaliação do processo de compras na FAU ....

62

Quadro 9 Macroprocesso de logística ....................................................... 76

Quadro10 Diagrama de processo de solicitação de elaboração de

processo licitatório .....................................................................

77

Quadro11 Matriz de responsabilidades do processo de elaboração de

solicitação de processo licitatório ..............................................

78

Quadro12 Indicadores propostos para o processo de solicitação de

elaboração de processo licitatório .............................................

79

Quadro13 Diagrama de processo de solicitação de empenho de produtos 79

Quadro14 Matriz de responsabilidade do processo de solicitação de

empenho de produtos ................................................................

80

Quadro15 Indicadores propostos para o processo de solicitação de

empenho de produtos ................................................................

80

Quadro16 Diagrama de processo de solicitação de recebimento de

materiais na FAU .......................................................................

82

Quadro17 Matriz de responsabilidade do processo de recebimento de

materiais na FAU .......................................................................

83

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LISTA DE TABELAS

Tabelas Pág

Tabela 1 Avaliação dos processos licitatórios ............................................ 62

Tabela 2 Dados brutos referentes ao processo da etapa de compras e

entrega de medicamentos industrializados na FAU no período de

junho de 2013 a novembro de 2014 .......................................

63

Tabela 3 Cálculo dos indicadores tempo médio de compras, itens em

conformidade com o edital, pontualidade na entrega, processos

com atraso na entrega de produtos ..............................................

65

Tabela 4 Situação de processos licitatórios ................................................ 65

Tabela 5 Valores de taxa de ruptura apresentados em categorias do

estoque de na FAU no período de junho de 2013 a novembro de

2014 .............................................................................................

69

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LISTA DE ABREVISTURAS

AF Assistência Farmacêutica

ANVISA Agencia Nacional de Vigilância Sanitária

FAU Farmácia Universitária da Universidade Federal Fluminense

FE Farmácia Escola

FEC Fundação Euclides da Cunha

FU Farmácia Universitária

FURP Fundação para o Remédio Popular

IES Instituição de Ensino Superior

IFES Instituição Federal de Ensino Superior

NE Nota de Empenho

NF Nota Fiscal

POP Procedimento Operacional Padrão

RDC Resolução da Diretoria Colegiada

SUS Sistema Único de Saúde

UFC Universidade Federal do Ceará

UFF Universidade Federal Fluminense

UFPA Universidade Federal do Pará

UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

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1. INTRODUÇÃO

As Farmácias Escolas são unidades acadêmico-assistenciais que funcionam

como modelo de estabelecimento de saúde integrando o ensino farmacêutico, dentro de

parâmetros técnico-científicos. Seu principal objetivo é oferecer aos alunos dos cursos

de graduação em farmácia, além da integração teórico-prática, o contato com os

usuários e o desenvolvimento de habilidades como a comunicação e o trabalho em

equipe. Segundo Rossignoli e Fernandez-Llimós (2003), a vivência profissional, por

meio da prestação de serviços farmacêuticos à comunidade interna e externa à

Instituição de Ensino Superior (IES), permite ainda trazer a realidade social para dentro

da universidade, levando ao mesmo tempo à interação da universidade com a

comunidade.

Muitas Farmácias Escola funcionam como atividades extensionistas, e estão

inseridas tanto em Instituições de Ensino Superior públicas quanto privadas. Elas

diferem entre si em relação à sua fonte de recursos (autossustentáveis ou não) e em

relação às atividades exercidas. Muitas se restringem à prática da dispensação de

medicamentos, seja pela venda ou pela dispensação gratuita, neste caso geralmente

relacionado a programas governamentais viabilizados através de convênios com

prefeituras ou estados (UFSC, 2013, UFRGS, 2013) e outras exercem simultaneamente

a manipulação de medicamentos e a dispensação (UFF, 2013; UFRJ, 2013; UFPA,

2013; UFC, 2013). Há outras que exercem simultaneamente a manipulação de

medicamentos e a dispensação, bem como a prática da atenção farmacêutica. Apesar

desta diversidade, pode-se considerar que todas elas aproximam a universidade da

sociedade, trabalhando na premissa da indissociabilidade entre o ensino e o serviço

(ROSSIGNOLI e FERNANDÉZ-LLIMÓS, 2003).

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), estes

estabelecimentos representam uma modalidade de farmácia comunitária como outra

qualquer, ou seja, que atende à comunidade e que deve seguir as mesmas normas e

legislação vigentes, estando sujeita aos mesmos tributos impostos pelo Governo

(SATURNINO et al, 2009).

Um estudo realizado em 2005 apontou a existência de mais de 200 Faculdades

de Farmácia no país, das quais 41,5% possuem FE. Destas, 17% pertencem a

Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) e os serviços oferecidos são bem

variados, indo da dispensação de medicamentos alopáticos; manipulados; perfumaria e

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cosméticos; serviços bioquímicos; atenção farmacêutica; aferição de pressão arterial;

dosagem de glicemia até a orientação de uso racional de medicamentos (SATURNINO

& FERNÁNDES-LLIMOS, 2009).

A Farmácia Universitária da UFF (FAU) teve seu regimento interno

aprovado e publicado no Boletim de Serviço nº 39 de 28 de fevereiro de 1996 e sua

inauguração se deu em março do mesmo ano vinculada à Faculdade de Farmácia da

Universidade Federal Fluminense, possuindo, contudo, gerência administrativa própria.

Como instituição pública, deve observar os princípios constitucionais da administração

pública em todas as suas atividades, tendo suas competências estabelecidas em

regimento interno, assim como sua governança.

O objetivo principal da FAU é a formação de recursos humanos em Farmácia,

através da vivência diária na assistência farmacêutica. Sua Missão é “ser uma

Farmácia-Escola modelo, vinculada à Faculdade de Farmácia da UFF, contribuindo

assim para a formação de profissionais farmacêuticos de excelência, socialmente

comprometidos com a garantia do acesso e uso racional de medicamentos”. A “Visão”

da FAU é ser campo de construção de conhecimento para todos os estudantes e os

docentes afins da Faculdade de Farmácia e ser um centro de excelência de pesquisa na

área de assistência farmacêutica com ênfase em farmácia magistral, atenção

farmacêutica e gestão de farmácias. Suas linhas gerais de funcionamento são exercer

simultaneamente as atividades de manipulação de medicamentos, tanto os magistrais

quanto os fitoterápicos e homeopáticos, além da dispensação de medicamentos

industrializados. Para todos os produtos, é imprescindível a apresentação de receituário.

A partir da venda dos medicamentos é que a FAU geral seus recursos financeiros.

Além das atividades que envolvem a manipulação e venda de medicamentos, a

FAU também atua em projetos de pesquisa tanto no apoio à produção de medicamentos

para estudos clínicos quanto no desenvolvimento de produtos. Sua estrutura

organizacional atual, em setores, segundo o Art. 5°de seu regimento interno, está

representada na Figura 1.

Conforme as atividades exercidas, variados são os materiais adquiridos, desde

matérias-primas, materiais de embalagem, reagentes químicos, matrizes homeopáticas,

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tinturas, medicamentos industrializados e tantos outros itens necessários ao

atendimento de sua clientela.

Figura 1: Organograma da Farmácia Universitária da UFF (Fonte: Regimento interno da FAU, 2013)

Assim, este trabalho se propõe a analisar o processo logístico da FAU

relacionado aos medicamentos industrializados adquiridos através de processos

licitatórios executados pelo setor de compras da administração central da UFF, e

identificar os pontos críticos do atual processo de gestão de materiais da FAU, tendo em

vista a possibilidade de que algumas ações possam aprimorar os processos de gestão

de materiais na Farmácia escola da UFF. Vale ressaltar que, embora existam inúmeras

CONSELHO TÉCNICO

CIENTÍFICO SECRETARIA

ADMINISTRATIVAA

COORDENAÇÃO

ACADÊMICA COORDENAÇÃO

ADMINISTRATIVA

COORDENAÇÃO

TÉCNICA

SETOR DE

CONTABILIDADE E

COMPRAS

SETOR DE

ALMOXARIFADO E

CONTROLE DE

ESTOQUE

SETOR DE

PATRIMÔNIO

SETOR DE

DISPENSAÇÃO

SETOR DE

CONTROLE DE

QUALIDADE

SETOR DE

GARANTIA DE

QUALIDADE

SETOR DE

MANIPULAÇÃO

SETOR DE

HOMEOPATIA

SEÇÃO DE

ALOPATIA

DIREÇÃO

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18

Farmácias Escola (FE) no país, a maioria de pequeno porte, este número venha

crescente a cada ano (Silveira, 2007), existem poucos estudos sobre a gestão de

materiais nestes estabelecimentos. Neste contexto, a pergunta que este trabalho

pretende responder é: Quais os pontos críticos do processo de gestão de materiais na

FAU? Qual tem sido o resultado da adoção do pregão eletrônico nesta unidade? Como

se pode melhorar a gestão de materiais na FAU?

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Analisar o processo logístico da FAU relacionado aos medicamentos

industrializados, promovendo reflexões que viabilizem o aprimoramento da gestão de

materiais nesta farmácia escola.

2.2 Objetivos Específicos:

Mapear e analisar o macroprocesso e os subprocessos referentes à gestão de

materiais na FAU e os processos relacionados a gestão dos medicamentos

industrializados;

Propor indicadores de desempenho que permitam o acompanhamento deste

processo na FAU;

Identificar os pontos críticos para subsidiar a identificação de possíveis melhorias

nos processos;

Propor mudanças nos processos analisados visando o enfrentamento dos

problemas identificados.

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19

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 Visão sistêmica das organizações

O pensamento de enfoque sistêmico para Maximiano (2011) é a interação de

elementos ou componentes que formam grupos visando os mesmos objetivos. A estes

grupos ou elementos que se inter-relacionam denominam-se sistemas.

As organizações, para Chiavenato (2010), são “entidades sociais compostas de

pessoas e deliberadamente estruturadas e orientadas para um objetivo comum” que

existem e agem em um meio ambiente com características próprias. É desse meio

ambiente que elas retiram seus insumos (entradas) e os transformam em produtos ou

serviços (saídas) que retornam ao meio ambiente, funcionando assim como sistemas,

cujos elementos constitutivos são:

Entradas ou Insumos (inputs): oriundos do meio ambiente externo;

Saídas ou resultados (outputs): entradas processadas e transformadas em

resultados e devolvidas ao meio ambiente;

Subsistemas: partes do sistema que processam atividades;

Retroação (feedback): efeito da saída sobre a entrada do sistema;

Ambiente: contexto onde o sistema se insere.

As empresas podem ser divididas em organizações tradicionais (funcionais) que

se organizam em tarefas/atividades e são usualmente marcadas por uma estrutura

hierárquica e rígida, e as que se estruturam por processos.

3.2 Processos

No início do século XX, com a expansão das indústrias, nasceu a necessidade

de se lidar com a eficiência dos recursos que as empresas passaram a mobilizar,

surgindo assim o “movimento da administração científica”. Este movimento introduziu os

conceitos de combate aos desperdícios através do redesenho do trabalho, aumentando

assim a eficiência das empresas.

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20

A evolução continuou até que surgiu a teoria geral dos sistemas apresentando

dois pensamentos básicos que afirmavam que a “realidade é feita de sistemas que são

feitos de elementos interdependentes” e que para “compreender a realidade, é preciso

analisar não apenas os elementos isolados, mas também suas inter-relações”, surgindo

assim um novo modelo científico (MAXIMIANO, 2011). Para Chiavenato (2010) e

Maximiano (2001), a dinâmica moderna torna organizações estruturadas em sistemas

de processos mais interessantes, permitindo que sejam vistas a partir de seu fluxo de

informações. O Quadro 1 apresenta algumas definições de processos, com seus

respectivos autores.

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21

Quadro 1: Algumas definições de processo

Definição Autor/Ano

Qualquer atividade ou conjunto de atividades que toma um input, adiciona valor

a ele e fornece um output a um cliente específico.

Harrington, 1991

apud Gonçalves,

2000ª

Grupo de tarefas interligadas logicamente que utilizam os recursos da

organização para gerar os resultados definidos, de forma a apoiar os seus

objetivos.

Harrington, 1993

apud Villela, 2000

Ordenação específica de atividades de trabalho no tempo e no espaço, com um

começo, um fim, inputs e outputs claramente identificados.

Davenport, 1994

apud Villela, 2000

Conjunto de atividades ligadas que recebem um insumo e o transformam

adicionando valor, criando um resultado entregue a um receptor da cadeia.

Johansson, 1995

apud

Losekann,2012

Série de atividades (tarefas, eventos e operações) que agrega valor, entregando

um produto, serviço ou informação nas mãos do cliente. São veículos para que

as expectativas sejam percebidas e os objetivos organizacionais atingidos.

Anjard, 1998 apud

Alvarenga, 2013

Sequência de atividades organizadas que transformam as entradas dos

fornecedores em saídas para os clientes com valor agregado.

Carvalho, 2005

Sequência de ações que se sucedem para chegar a um determinado ponto. Chiavenato, 2010

Fonte: Elaboração própria

Para Gonçalves, (2000a) todo trabalho importante executado em uma empresa

faz parte de um processo, com suas entradas, transformações e saídas, como

representado na Figura 2

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22

Figura 2: Representação das entradas transformadas e saídas

Fonte: Elaboração própria

Gonçalves, (2000a) relata que a ideia de processo como um fluxo de trabalho

com inputs (entradas) e outputs (saídas), seguindo uma sequência interdependente,

vem da engenharia. Os inputs podem ser materiais, equipamentos ou informações e

conhecimento que tem início e fim. No entanto, o fluxo de trabalho pode apresentar

diferentes características ou modelos, visando atender aos diferentes tipos de processo

empresarial. O Quadro 2 resume as principais características desses modelos.

Ainda segundo este autor (Gonçalves, 2000a), os processos se organizam em

três categorias básicas: Processos de Negócio, Processos Organizacionais e Processos

Gerencias.

Os Processos de Negócio ou de clientes: se caracterizam pela atuação da

organização e tem como suporte outros processos; estão ligados à essência do

funcionamento da organização.

Os Processos Organizacionais ou de Integração organizacional: são aqueles que

viabilizam o funcionamento coordenado dos vários subsistemas existentes na

organização.

Os Processos Gerenciais: são aqueles que estão focalizados nos gerentes e nas suas

relações incluindo as ações de medição e ajuste do desempenho da organização.

Incluem-se aqui os processos de suprimento de material.

Entradas Saídas

Processo

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23

Quadro 2: Principais modelos de processo

Processo como Exemplos Características

Fluxo de material Processo de fabricação industrial Inputs e outputs claros

Atividades discretas

Fluxo observável

Desenvolvimento linear

Sequência de atividades

Fluxo de trabalho Desenvolvimento de produtos

Recrutamento e contratação de

pessoal

Início e final claros

Atividades discretas

Sequência de atividades

Séries de etapas Modernização do parque industrial

da empresa

Redesenho de um processo

Aquisição de outras empresas

Caminho alternativo para o resultado

Nenhum fluxo perceptível

Conexão em atividades

Atividades

coordenadas

Desenvolvimento de negócios

Negociação salarial

Sem sequência obrigatória

Nenhum fluxo perceptível

Mudança de

estados

Diversificação de negócios

Mudança cultural das empresas

Evolução perceptível por meio de

indícios

Fraca conexão entre atividades

Durações apenas previstas

Baixo nível de controle possível

Fonte: Fonte: Gonçalves (2000a)

Os processos, para Valle e Oliveira (2006) apud Losekann et al (2012) e

Gonçalves, (2000a), podem ser classificados quanto a geração de valor para o cliente

como apresentado no Quadro 3.

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Quadro 3: Classificação de processos quanto a geração de valor

Processos

Primários

Incluem as atividades diretas para geração de valor para o cliente

ou as atividades suporte que asseguram o funcionamento dos

processos primários

Chaves Alto custo para a organização e alto impacto para o cliente

Críticos Relação direta com a estratégia de negócio da organização

Fonte: Adaptado de Gonçalves, 2000a

Os processos primários são os de negócio, enquanto que os processos

organizacionais e gerenciais são processos de suporte ou apoio. (GONÇALVES,

2000a). A Figura 3 mostra a classificação geral dos processos empresariais.

Os processos de negócio estão diretamente ligados ao funcionamento da

organização; os processos organizacionais ou empresariais são essenciais, sendo

críticos para a gestão efetiva do negócio. É aqui que as ações são executadas

conferindo suporte ao processo de negócio (Figura 3).

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PROCESSO TIPO EM RELAÇÃO AO VALOR

AGREGADO

Figura.3: Classificação geral dos processos empresariais (Fonte: Adaptado de Anjos, 2002)

De acordo com o pensamento de Gonçalves, (2000a) os processos nas

organizações podem ser internos (se iniciam, são executados e terminam dentro da

organização) ou externos. Ainda podem ser inter ou intra-organizacionais podendo ser

verticais (planejamento e orçamentário) ou horizontais (fluxo de trabalho - processo

informativo e decisório). Os processos também podem ser realizados de forma

voluntária, quando os membros participantes de um mesmo processo se contatam, ser

formais, definidos através de documentos previamente formalizados e, ainda, os

coordenados.

Serviço

Processo de

negócio (ou de

cliente)

Processos

Organizacionais

(de apoio aos

processos)

Burocráticos

Comportamentais

Mudança

Processos

gerenciais

Direcionamento

Negociação

Monitorização

Processos de suporte ou de

apoio

Processos

Primários

De produção

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3.3 Gestão orientada a processos

Gerir um processo, que tem como sinônimos administrar, conduzir ou guiar, é

uma ação que deve ser feita de maneira ativa e orientada, utilizando os recursos

humanos e financeiros de maneira a buscar um objetivo organizacional.

Conhecer a estrutura organizacional é um dos aspectos mais importantes para a

compreensão das relações que se estabelecem entre pessoas e cargos no ambiente

interno de uma organização. Através da formalização de uma estrutura é possível

identificar a interação entre as atividades desempenhadas por cada elemento, áreas ou

departamentos de uma organização (GONÇALVES, 2000b). A empresa, portanto, se

caracteriza pela maneira como os recursos humanos, financeiros e outros se organizam

para realizar sua atividade principal de forma a atender seus clientes com eficiência

Os processos formam a estrutura da organização de forma hierárquica e podem

ser agrupados em macroprocessos que são formados por subprocessos ou atividades e

estes, por sua vez em tarefas, dependendo do nível do trabalho como representado na

figura 4. Os macroprocessos são conjuntos de processos que geralmente se identificam

com a razão de ser da organização (missão), enquanto as atividades e tarefas são as

ações executadas para se chegar aos processos.

MACROPROCESSO

Processos

Figura 4: Hierarquia dos processos (Fonte: Elaboração própria)

Os macroprocessos são classificados como gerenciais ou estratégicos, e são

estes que se responsabilizam pelas diretrizes da organização e definem as estratégias

da instituição; operacionais ou chave, conjunto de processos que estão dirigidos ao

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cliente final e a prestação do serviço, traduzindo a missão da organização; os de apoio,

conjunto que dão suporte ao processo-chave e a entrega do serviço ou produto. Estes

tipos de processos se relacionam, configurando um mapa de processos como

representado na Figura 5.

Figura 5: Classificação dos macroprocessos (Fonte: Adaptado de Gonçalves, 2000b)

Partindo de uma visão global para uma pontual, os processos, para Campos

(2009), apresentam hierarquia funcional vinculada aos macroprocessos da organização,

representada esquematicamente por uma sequência de processos, subprocessos,

atividades e tarefas, como mostra a Figura 6.

Figura 6: Representação de processos em uma empresa (Fonte: Adaptado de Campos, 2009)

Macroprocesso: envolve mais de uma função na estrutura organizacional. Tem impacto

significativo no modo como a organização funciona;

Processo: conjunto de atividades sequenciais relacionadas, que tomam um input com

um fornecedor, acrescentam valor a este e produzem um output para um consumidor;

ENTRADA SAÍDAS

PROCESSOS ESTRATÉGICOS

PROCESSOS DE APOIO

PROCESSOS CHAVE

Processos

Empresariais

Processos

Subprocesso

s

Atividades

Tarefas

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Subprocesso: inter-relacionada de forma lógica com outro subprocesso, realiza um

objetivo específico em apoio ao macroprocesso e contribui para a missão deste;

Atividades: ações que ocorrem dentro do processo ou subprocesso, geralmente

desempenhadas por uma unidade (pessoa ou departamento);

Tarefa: parte específica do trabalho, pode ser um único elemento e/ou um subconjunto

de uma atividade.

Com a descrição desses conceitos percebe-se que um processo é formado por

entradas, saídas, tempo, espaço, ordenação, objetivos e valores culminando com a

entrega de um produto ou serviço ao seu cliente (GONÇALVES, 2000b).

Conhecer a estrutura organizacional, descrever os processos e saber como a

série de atividades que transformam um conjunto definido de entradas mensuráveis com

valor adicionado em saídas mensuráveis, entender como este flui através dos processos

é fundamental para a avaliação do desempenho de qualquer empresa. Desta forma

compreende-se que gerenciar por processos é ter visão e comprometimento com o

cliente (GONÇALVES, 2000a).

Em entidades prestadoras de serviço, o conceito de processo apresenta

relevante importância, pois a sequência de atividades (processo) é necessária para a

realização da prestação do serviço (QUINN, 1993 apud GONÇALVES, 2000a).

Para Gonçalves (1998) a estrutura nos dá a compreensão de como é formada

uma organização, onde é possível perceber a divisão de cargos, a delegação de

responsabilidades e autoridade, e é também onde se estabelece a comunicação e

integração entre diferentes setores e funções.

A divisão do trabalho é, pois, fator essencial para a construção das empresas

tradicionais e modernas. Neste sentido, surgem perguntas como por exemplo: Como

trabalham as pessoas em um processo? A quem respondem? Como coordenar o

trabalho realizado? Afinal, a gestão por processos requer a integração de ações e,

portanto, o comprometimento e integração de todos para o alcance de um objetivo

comum trazendo o foco para a valorização do trabalho em equipe, evidenciando o

comprometimento com os processos voltados para o cliente, uma vez que os processos

de negócio e iniciam e terminam com ele (GONÇALVES, 2000).

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Ainda segundo o pensamento de Gonçalves (2000), a gestão por processos traz

inúmeros benefícios para a organização; pode ser usada para a implementação da

estratégia organizacional; confere simplicidade e agilidade às atividades; traz

flexibilidade a organização; facilita a gestão através da identificação de indicadores de

desempenho e medição de melhorias nos processos. Dessa maneira, é necessário que

se olhe para a organização sob a ótica de processos-chaves, avistando assim a

realização de um produto ou serviço, com valor agregado e com posterior devolução ao

cliente, através da inter-relação de atividades (CARVALHO, et al).

Durante quase a metade do século XX as organizações, estavam voltadas para

dentro de si mesmas. Mesmo tendo seus processos constituídos horizontalmente, se

organizavam em setores, departamento por semelhança de atividades, ocorrendo assim

falhas de comunicação, pouca agilidade e, consequentemente altos custos e dispersão

no foco com o cliente. Hoje as empresas estão tentando se organizar em torno dos seus

processos básicos, levando assim, a empresa a desenhos organizacionais diferentes

(OLIVEIRA, 2000).

Oliveira (1997a), afirma que as empresas devem se organizar por processos,

adaptando-se às mudanças do meio onde atuam, buscando sempre maior eficiência na

obtenção de seus produtos ou na prestação de seus serviços. Ainda segundo

Gonçalves, (2000b), existem empresas que já se estruturam por processos, outras que

não sabem como iniciar e, ainda outras que não sabem se sua estrutura organizacional

permite sua organização por processos.

Em entidades prestadoras de serviço, o conceito de processo apresenta

relevante importância, pois uma sequência adequada de atividades (processo) é

necessária para a realização da prestação do serviço (QUINN, 1993 apud

GONÇALVES, 2000a).

Como afirma Tendick (1999) apud Gonçalves, (2000b) mudar uma empresa

organizada por tarefas para uma estruturada por processos não é empreitada fácil de

ser alcançada, pois para isso ocorra é primordial que claro conhecimento do que a faz

funcionar. Assim, é necessário que a empresa enxergue o processo como sendo a

melhor forma de realizar sua atividade fim (DREYFUSS, 1996 apud GONÇALVES,

2000b).

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Para identificar os processos essenciais da empresa se fazem necessários

a distinção de quais são os processos de negócio e os processos de apoio ou suporte,

pois a análise dos processos empresarias leva ao dimensionamento do fluxo (volume

por unidade de tempo); a sequência das atividades; a duração do ciclo, as informações,

o pessoal envolvido; a relação e dependência entre os atores envolvidos no processo

(OLIVEIRA, 2000b).

A ação de analisar e intervir nos processos pela perspectiva do cliente é a

estratégia de mais valor, mais rápida e com custo menor (VILELLA, 2000). A percepção

do cliente depende, por exemplo, do tempo que o ciclo leva até que ele obtenha o

produto ou serviço desejado, mas deve-se considerar que este não visualiza os

processos internos da organização (OLIVEIRA, 2000b).

As atividades que formam um processo podem apresentar pontos

passíveis de melhoria que contribuem no gerenciamento dos mesmos, levando assim, a

se repensar no processo, redesenhando as atividades operacionais proporcionando

melhorias em indicadores de desempenho empresarial como, qualidade, redução de

custo, controle de recursos, agilidade, satisfação do cliente (HAMMER; CHAMPY, 1994

apud ALVARENGA, 2013).

Assim, gerenciar processos permite alcançar o resultado esperado com a

mitigando custos, aumentando a capacidade do processo em atender e exceder as

expectativas do cliente e do negócio. Evidencia processos empresariais por inteiro, com

seus subprocessos e atividades, tornando a organização competividade e com

capacidade de enfrentar melhor as mudanças mercadológicas (CAMPOS, 2009).

Como as organizações públicas apresentam características inflexíveis, pode se

tornar difícil a implantação de mudanças. Nesse sentido o estudo dos processos pode

orientar a organização não apenas para mudanças, mas também levá-la a novos

modelos mais flexíveis tornando assim, a organização mais competitiva (LOSEKENN et

al, 2012)

Sendo assim, visualizar os processos críticos torna-se essencial na identificação

do resultado não desejado que possa colocar em risco o desempenho da organização.

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3.4 Mapeamento de processos

Para que uma organização lide melhor com mudanças frequentes do mercado

exigente e competitivo, seja ela privada ou pública, é necessário que os gestores

conheçam bem os seus processos e os procedimentos de trabalho de cada setor ou

departamento que, muitas vezes exigem revisão constante e modificação (LOSEKANN,

2012).

Segundo Vilella (2000), para se gerenciar e melhorar os processos o uso da

ferramenta de mapeamento de processo pode auxiliar muito na promoção de melhorias

e na implantação de uma estrutura voltada para novos processos, pois através dessa

técnica pode-se compreender como o trabalho flui dentro da organização, identificando

assim, problemas, limitações e oportunidades de melhoria através de diagramas de

fluxo de processo.

O objetivo de mapear processos é compreender o fluxo de atividades que

ocorrem num processo, identificando as atividades que não geram valor aos clientes e

propor melhorias em serviços e produtos. Assim, para Tsenget al, (1999) apud

Alvarenga e colaboradores (2013), a representação gráfica do mapeamento de processo

nos mostra, de forma controlada, as interfaces gráficas do mapeamento e as

informações que podem oferecer. Sendo assim, o mapa de processo é um instrumento

de visualização e controle das atividades, promovendo a transparência de atividades

entre processos (KLOTZ et al, 2008 apud ALVARENGA, 2013).

Ainda para o mesmo autor, podem-se coletar informações, que podem ser

aplicados para melhorias futuras, quando se faz o mapeamento do processo original

identificando as interfaces críticas e criando possibilidades de melhorias na organização.

Para Hunt (1996) apud Datz (2004), esta ferramenta além de servir para melhor

entender os procedimentos atuais e poder modificá-los ou até exclui-los, também

permite reduzir custos, detectar falhas de integração dos sistemas.

Datz (2004) assegura que mapear processos é essencial para a verificação do

funcionamento dos sistemas, facilitando a análise dos mesmos e possibilitando

encontrar deficiências. Fornecendo assim, dados para que se possa avaliar quais as

atividades agregam valor e as que não agregam valor às operações. Vilella (2000),

afirma que o mapeamento de processos é importante do ponto de vista do registro e

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documentação histórica da organização, porque o conhecimento é construído a partir

das experiências dos indivíduos que fazem parte da organização (conhecimento

implícito ou tácito), pois a organização não pode perder todo o aprendizado alcançado

ao longo de sua existência.

A gestão pode ver no mapeamento de processo uma oportunidade de visualizar

o negócio, dependendo do nível de detalhamento, que pode ser desde macro-mapas até

micro-mapas mais detalhados que é executado através da identificação de produtos e

serviços e de seus processos; a coleta de dados e a transformação desses dados em

uma representação visual para posterior identificação dos pontos críticos. (OLIVEIRA,

2012a).

Neste contexto, Anjard (1998) aponta que esta técnica pode promover uma

maneira inovadora de enxergar como o trabalho flui, propiciando assim possíveis

mudanças nos pontos que podem provocar gargalos.

A literatura apresenta algumas técnicas de mapeamento com diferentes

enfoques. A correta interpretação destas técnicas torna-se fundamental no processo de

mapeamento. A literatura apresenta técnicas diferentes para se proceder ao

mapeamento de processo, tais como:

Fluxograma (Slack et al, 1997): técnica que permite o registro de ações de algum tipo

e pontos de tomada de decisão que ocorrem no fluxo real.

Mapa de processo (Barnes, 1982): técnica usada para se registrar um processo de

maneira sucinta representando os passos ou eventos que ocorrem durante a execução

de uma tarefa. O mapa de processo pode registrar o andamento do processo através de

um ou mais departamentos, fornecendo a representação gráfica de cada passo do

processo.

Mapofluxograma: representação do fluxograma do processo em uma planta de edifício

ou na própria área em que a atividade se desenvolve;

Service Blueprint (Fitzsimmons e Fitzsimmons, 2000 apud Pinho, 2007): mapa ou

fluxograma que leva em conta o aspecto da interação com o cliente, representando

todas as transações integrantes do processo de prestação de serviço;

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Integrated Computer Aided Manufacturing Definition (IDEF3) Tseng et al, 1999 apud

Pinho,2007: diagramas que representam a rede de “comportamentos”do cliente;

Diagrama Sistemático do Unified Modeling Language (UML) (Booch et al, 2000 apud

Pinho,2007): fluxograma que dá ênfase à atividade que ocorre ao longo do tempo;

DFD: (Alter, 1999 apud Pinho, 2007): fluxo de informações entre diferentes processos

em um sistema.

BPMN (Bussiness Process Managemente Notation): (Pizza, 2012): permite mapear os

processos organizacionais da empresa, buscando a integração funcional.

O primeiro passo para à adoção do enfoque baseado em processos é identificar

e fazer a sequência dos processos da organização, que deve ser feito a partir de uma

reflexão acerca das atividades desenvolvidas. Para tanto, podem ser utilizadas

diferentes ferramentas de gestão: tais como Técnicas de “braimstorming” (dinâmicas de

equipes de trabalho), checklist (lista de verificação), diagrama de Ishikawa (diagrama de

causa e efeito) (OLIVEIRA, 2012a).

A gestão de materiais refere-se à gestão do fluxo de materiais e informações

através da cadeia de suprimentos imediata. Inclui as funções de compras, gestão de

estoques, gestão de armazenagem, planejamento e controle da produção e gestão da

distribuição física. (CHIAVENATO, 2010).

Para Fogaça (2006), a administração de materiais é uma área especializada,

cuja missão é assegurar que o material certo esteja disponível no momento certo para

atender à função a que se destina. Para tanto, é preciso assegurar informações

adequadas através de planejamento, controle e organização das necessidades, de

forma a evitar faltas ou excessos que comprometam as atividades produtivas ou o

capital de giro. No caso da saúde, situações de falha deste sistema são ainda mais

graves uma vez que tem potencial de comprometer a saúde das pessoas (JÚNIOR,

2005; FOGAÇA, 2006).

Num cenário em constante modificação, a gestão de materiais é tarefa

complexa e cada vez mais difícil, tanto nas organizações públicas como privadas,

sobretudo em função da necessidade de se assegurar produtividade com qualidade.

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Uma eficiente gestão de materiais pode contribuir de maneira relevante para a redução

dos custos e a melhoraria dos serviços prestados.

Garantir o suprimento de materiais adequados com qualidade, assegurando

assim a produtividade e a prestação de serviços, é um dos principais objetivos de

qualquer organização, mas também é uma área crítica. Uma organização bem

estruturada na administração de materiais, certamente terá melhores condições de

compras, com redução de custos (GONÇALVES, 2010).

Segundo Dias (2012) e Maximiano (2011), uma empresa torna-se bem sucedida

quando percebe-se perfeita integração do sistema logístico ao planejamento e

organização, bem como um sistema adequado de controle, que possa perceber em

tempo hábil as necessidades de materiais fazendo com que o produto final chegue ao

cliente com qualidade.

Ainda segundo o mesmo autor, quando acontecem mudanças mercadológicas

deve-se avaliar a necessidade de fazer modificações nos sistemas de

Materiais/Logística, ou seja, interferir no planejamento de materiais, produção, compras,

estoques e distribuição, estabelecendo uma integração desde a previsão de vendas até

a entrega do produto final.

Em qualquer empresa, a administração de materiais é uma área especializada,

cuja missão é assegurar que o material certo esteja disponível no momento certo para

atender à função a que se destina. Para tanto, é preciso assegurar informações

adequadas através de planejamento, controle e organização das necessidades, de

forma a evitar faltas ou excessos que comprometam as atividades produtivas ou

impliquem em compromisso do capital de giro. No caso da saúde, situações de falha

deste sistema são ainda mais graves uma vez que tem potencial de comprometer a

saúde das pessoas (JÚNIOR, 2005; FOGAÇA, 2006).

Gonçalves (2010) propõe três áreas igualmente importantes da gestão de

materiais: gestão de compras, gestão de estoques e gestão do centro de distribuição.

Wanke (2004) relata que a gestão de materiais, e em especial a gestão de estoques, é

citada por inúmeros gestores em saúde como sua principal função ou tarefa. Além disso,

o autor ressalta que a gestão de estoques é a função com maior carência de

informatização.

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Para Rodrigues (2004), o gerenciamento da cadeia de suprimentos requer a

integração entre planejamento, controle, fluxo de informações e de recursos ficando,

assim, a evidente necessidade de harmonia entre o fornecedor e o requisitante.

Para que a prestação de serviço ao cliente seja eficaz é necessário a total

integração desde o fornecedor até a entrega do produto e, o gerenciamento da cadeia

de suprimentos que integra o planejamento, controle e otimização do fluxo de bons

produtos, informações e recursos, se faz necessário (RODRIGUES, 2004). Assim, pode-

se considerar que a gestão da cadeia de suprimentos é fator de competitividade e

diferenciação entre as empresas (GUIDOLIN, 2010).

Segundo Gonçalves (2004), a cadeia de suprimentos é formada de

fornecedores, centros de produção de bens, almoxarifados, centros de distribuição e

comércio varejista, onde existe um fluxo de materiais que se inicia com a matéria-prima,

passa por produtos em processo e em seguida, em produtos acabados até chegarem as

mãos dos clientes. O gerenciamento de inúmeros itens em processos de produção

distintos, obriga as instituições a trabalharem com estoques (JÚNIOR, 2005).

A gestão de suprimentos é um dos processos que atuam na sustentabilidade de

qualquer empresa, pública ou privada gestão de suprimentos é “a aquisição e guarda

dos materiais, bens e serviços necessários à manutenção e ao desenvolvimento das

atividades realizadas na instituição”. Portanto, envolve aquisição e a guarda dos

materiais, bens e serviços necessários à manutenção dos serviços e produtos

oferecidos pela organização (BATISTA, 2008)

Para Barbieri (2006); Dias (2012) e Batista (2008), um dos fatores que afetam

diretamente a gestão de materiais é o fluxo de informações, sua velocidade e fluidez.

Quanto mais precisas, rápidas e disponíveis as informações, melhores são as

possibilidades de otimização dos estoques. Outro fator decisivo é a facilidade de acesso

aos fornecedores. O sistema de distribuição interno também influencia o processo, pois

quanto mais unidades de estoque, maior será a dificuldade no seu gerenciamento.

Dias (2012), afirma que os principais fatores de medição que interferem

diretamente na gestão de matérias são, os níveis de estoque; as entregas fora dos

prazos; o custo das compras; o custo de armazenagem; a reclamação dos clientes; a

rentabilidade e o custo de produção. Então, uma organização bem estruturada na

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administração de materiais, certamente terá melhores condições de compras, com

redução de custos. Portanto, o planejamento desta ação é fundamental.

Segundo Chiavenato (2010) e Dias (2012), “Planejar é processo de estabelecer

objetivos e definir como obtê-los. Os objetivos são os resultados específicos ou metas

que se deseja atingir”. Este processo é composto por três (03) etapas: a etapa de

produção; a de análise de informações e a etapa de preparação de planos (tomada de

decisão) (Figura 8)

Para Chiavenato (2010), o planejamento produz planos que se baseiam em

objetivos e nos melhores meios para atingi-los. Uma vez definidos os objetivos, é

necessário verificar regularmente a situação atual da empresa em relação ao seu

alcance; definir premissas quanto às condições futuras; analisar as alternativas de ação;

escolher um curso de ação e implementar o plano, avaliando os resultados obtidos. O

acompanhamento dos resultados indica a direção, isto é, permite direcionar as ações

visando o alcance das metas estabelecidas no planejamento.

3.5 Gestão de materiais na Farmácia Escola da UFF

Em 2013, o regimento interno da FAU sofreu alterações para que melhor se

ajustasse às necessidades organizacionais atuais, tendo sido publicado no Boletim de

Serviço nº 43, de 23 de março de 2013 (UFF, 2013). A finalidade da FAU, de acordo

com o Art. 4° do seu regimento interno é “servir de campo público para as atividades de

ensino, pesquisa e extensão, visando o aperfeiçoamento acadêmico como instrumento

de integração do aluno à prática da Assistência Farmacêutica como consequência”.

Desde sua inauguração, a incorporação de alunos se deu através de estágios

voluntários e de bolsas de trabalho financiadas pela própria FAU, através da Fundação

Euclides da Cunha de Apoio Institucional (FEC). A partir de 2013, a FAU passou a

contar com a inserção de alunos contemplados com bolsas estudantis concedidas pelas

Pró-reitorias de Extensão e apoio acadêmico. Seu quadro de recursos humanos

também foi alterado pela inserção de mais servidores técnico-administrativos. Assim, , a

situação do quadro da FAU no início de 2015 é: 5 farmacêuticos, 1 técnico-

administradora de nível superior (Administrado), 2 técnicos-administrativos de nível

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médio do setor administrativo, 2 técnicos em farmácia, 2 auxiliares de laboratório,12

bolsistas de trabalho remunerados com recursos da própria farmácia, além de uma

média de 30 alunos de graduação em estágio curricular por semestre, 2 docentes que

acumulam funções gerenciais e didáticas, além de 4 outros docentes em atividade de

ensino regular.

Conforme as atividades exercidas, variados são os materiais adquiridos, desde

matérias-primas, materiais de embalagem, reagentes químicos, matrizes homeopáticas,

tinturas, medicamentos industrializados e tantos outros itens necessários ao

atendimento de sua clientela.

As farmácias escolas das IFES’s adquirem seus materiais e contratam serviços,

através de sistema próprio, cujos procedimentos estão definidos em lei, através do

procedimento denominado licitação (BARBIERI, 2011).

Pelo exposto, pode-se considerar que a FAU tem características de uma

empresa que tem como consequência de sua principal finalidade, produzir bens e

serviços. Assim, como qualquer organização, necessita de pessoas, equipamentos,

materiais de embalagem (Maximiano, 2011), matérias-primas e, consequentemente, se

relaciona com diversos stakeholders (todas as pessoas e organizações que são

afetadas pelo desempenho ou atuação de uma organização, como clientes e

fornecedores, por exemplo).

Para que uma organização possa produzir, comercializar, entregar e sustentar

um produto ou serviço precisa desenvolver processos que garantam o perfeito

abastecimento de insumos necessários à prestação do serviço a que se propõe (DIAS,

2010). Entretanto, as características rígidas, inflexíveis e de descontinuidade do setor

público acabam influenciando as atividades ao longo dos processos tornando-os

morosos e complexos, propiciando o aparecimento de gargalos que podem levar ao

desabastecimento.

Dentro desse contexto, a Farmácia Universitária da UFF (FAU) tem sua cadeia

de abastecimento ligada a um sistema de aquisições próprio, obedecendo às

legislações inerentes ao serviço público.

Batista e Maldonado (2008) ressaltam que a compra pública demanda

procedimentos específicos que garantam sua eficácia, usualmente previstos em

legislação atinente. A necessidade de assegurar transparência no emprego de recursos

públicos e de garantir o atendimento das necessidades da sociedade obriga as

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instituições públicas a adotarem alto grau de formalismo tanto na aquisição de bens

quanto na contratação de serviços.

Neste trabalho, abordaremos a aquisição de medicamentos industrializados

através de processos licitatórios executados pelo setor de compras da administração

central da UFF.

3.6 Gestão de estoques/logística

Administrar estoques é executar ações que movimentam o interesse financeiro

de uma empresa. Como o estoque representa um dos ativos mais importantes do capital

circulante e exerce impacto direto sobre a posição financeira das empresas, o controle e

a correta avaliação dos estoques torna-se essencial ao bom desempenho das mesmas.

Para que este desempenho se torne favorável a empresa, é necessário dispor de

informações confiáveis sobre a posição do estoque de cada item, registrar a entrada,

saída e perdas, acompanhar seus custos, prazos de validade, prever e evitar faltas,

mantendo os níveis e os custos logísticos os menores possíveis com o mínimo de faltas

(OLIVEIRA, 2005).

A cadeia de abastecimento do setor farmacêutico é complexa, envolvendo

laboratórios nacionais e transnacionais, fornecedores de insumos farmacêuticos

(fármacos, excipientes, material de embalagem e acondicionamento), distribuidores,

envolvendo um grande número de especialidades farmacêuticas contribuindo assim,

para aumentar a complexidade da cadeia (REIS, 2008).

Para Slack e colaboradores (2002), os estoques podem ser definidos como “a

acumulação armazenada de recursos materiais em um sistema de transformação” Para

Moreira (1998) apud Ribeiro (2009), Barbieri (2011) e Dias (2012), itens de estoques em

grandes quantidades, armazenados por um intervalo de tempo longo, aguardando

venda, despacho ou utilização na produção, podem se transformar em capital

improdutivo, podendo levar a imobilização de recursos financeiros. Por outro lado, vários

autores apontam que a utilização de estoques em quantidades mínimas para diminuição

dos custos pode acarretar a falta de determinados itens em casos de demandas

instáveis. Assim, a gestão racional dos estoques é necessária para a competitividade de

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qualquer organização e pode trazer melhorias nos serviços prestados aos clientes

(LEMOS e FOGLIATTO, 2004, BARBIERI, 2011; DIAS, 2012).

Por esses motivos, os gerenciamentos dos estoques precisam ser bem

planejados e monitorados. Krever e colaboradores (2003) mostraram que um controle

eficiente de estoques aumenta a disponibilidade dos produtos, a qualidade do serviço e

os custos da manutenção. Ketzenberg e colaboradores (2007) apontaram a importância

do gerenciamento das informações no reabastecimento dos estoques. No entanto, uma

das práticas gerenciais mais descuidadas nas pequenas e médias empresas é

exatamente o controle de estoque (OLIVEIRA e CARNEIRO, 2004).

SIMCHI-LEVI (2003) apud VENDRAMETTO (2008), SLACK (2002) e

MACHLINE (2011) afirmam que gerir estoques e coordenar decisões, é de extrema

importância e que a má gestão ou gestão incorreta pode ter impacto desfavorável no

nível de serviço ao cliente e nos custos globais da cadeia de suprimentos. O mesmo

autor afirma que o gerenciamento dos setores ou departamentos da cadeia de

fornecimento, tais como: compras, estoques, armazenagem e distribuição são

controladas por pessoas diferentes, podendo assim ocasionar distorções nas

informações ou até mesmo a falta delas, impedindo assim, que os gestores adotem

ações rápidas de produção.

O modelo ideal de reposição de estoques é a aquisição do item no momento da

demanda, ao menor custo e maior prazo de pagamento possível. Grandes estoques

representam capital imobilizado e a lógica atual de sua gestão envolve a adoção de

intervalos cada vez menores de reposição, o que é tarefa complexa para as

organizações (DIAS, 2012).

Ainda para Dias (2010) para a organização de um setor de estoques é

necessário conhecer o número de itens que devem permanecer em estoque; qual deve

ser o período de reposição desses itens; o quanto desses itens deve ser mantido em

estoque para um determinado período; receber, armazenar e distribuir os materiais de

acordo com a necessidade; exercer controle sobre as quantidades e valores financeiros

em estoque; manter a acuracidade e avaliar a situação dos estoques com inventários

periódicos, identificando e retirando do estoque materiais obsoletos ou danificados Para

que isso ocorra com precisão é necessário lançar mão de ferramentas que nos indique

onde e quando as intervenções devem acontecer.

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3.7 Sistema de Compras Públicas

As organizações públicas adquirem seus materiais e contratam serviços, através

de sistema próprio, cujos procedimentos estão definidos em lei, através do

procedimento denominado licitação (BARBIERI, 2011).

Batista e Maldonado (2008) ressaltam que a compra pública demanda

procedimentos específicos que garantam sua eficácia, usualmente previstos em

legislação atinente. A necessidade de assegurar transparência no emprego de recursos

públicos e de garantir o atendimento das necessidades da sociedade, obrigando as

instituições públicas a adotarem alto grau de formalismo tanto na aquisição de bens

quanto na contratação de serviços.

A licitação pública é o instrumento legal que visa atender à necessidade do

interesse público nos processos de contratação de serviços ou aquisição de produtos. A

legislação discrimina as normas gerais do processo de licitações e contratos

administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras,

alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios (BRASIL, 1988).

Os princípios da licitação são os constitucionais da isonomia e da seleção da

proposta mais vantajosa para a Administração, sendo processada e julgada em estrita

conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da

moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao

instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos

(BRASIL, 1988).

A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, também conhecida como Lei de

Licitações e Contratos Administrativos (BRASIL,1993), regulamenta o inciso XXI do Art.

37 da Constituição Federal. Ela conceitua compras como “toda aquisição renumerada

de bens para fornecimento de uma só vez ou parcelada”. Essa Lei sofreu alterações

pelas Leis 8.883/94, 9.032/95 e 9.648/98. Em 2002, surgiu a Lei 10.520 que introduziu a

modalidade de compras através do pregão, regulamentada pelo Decreto nº 7.892/13,

que estabelece o Sistema de Registro de Preço (BRASIL, 2013).

Entre as novas possibilidades, destaca-se a não obrigatoriedade de aquisição

da totalidade dos itens licitados, que tem como consequência a possibilidade de

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fracionamento da aplicação de recursos financeiros, redução do estoque e

consequentemente, diminuição das perdas por deterioração dos mesmos. Desta forma,

as mudanças podem facilitar a administração pública no que se refere à aquisição de

materiais previsto no artigo 15 da Lei n° 8.666 (BRASIL, 1993).

A administração pública é formal, assim os procedimentos de compras públicas

resultam em Processos Administrativos que devem obedecer às normas como serem

autuados; protocolados; numerados; conter indicação do objeto e sua motivação;

indicação da fonte de recurso financeiro (BRASIL, 1993).

- Concorrência: modalidade de licitação própria para contratos de grande valor. Deve

atender aos princípios da Universalidade (possibilita a participação de todos aqueles

que preencham os requisitos legais), ampla divulgação, Habilitação preliminar e

do Julgamento por comissão como, por exemplo, obras e serviço de engenharia com

valor superior a R$ 1.500.000,00;

- Tomada de preço: modalidade realizada por interessados previamente registrados, o

objeto da licitação são contratos de valor médio. A tomada de preço é obrigatória nos

casos de obras e engenharia no valor estimado superior a R$ 150.000,00 e em compras

ou serviços no valor superior a R$ 80.000,00

Os procedimentos licitatórios se iniciam com a escolha das possíveis

modalidades previstas no Art. 22° da Lei 8.666/93 que podem ser: Concorrência,

Tomada de Preço, Convite, Leilão, Pregão, de acordo com o objeto, estas modalidades

apresentam características próprias:

- Convite: modalidade de licitação destinada a contratações de pequeno valor. Não há a

publicação de Edita como os demais, sendo que o instrumento convocatório utilizado é a

carta-convite; necessita de prévio cadastramento; Pode haver a participação de

interessado não convidado, desde que preencha os seguintes requisitos. Nesta

modalidade existe a de que a cada novo procedimento licitatório, para o mesmo objeto,

a administração chame pelo menos mais um convidado, sob pena de gerar sua nulidade

pela repetição do convite. É obrigatório em serviços de engenharia com valor estimado

superior a R$ 15.000,00 e em compras ou serviços no valor superior a R$ 8.000,00

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- Leilão modalidade de licitação destinada a venda de bens imóveis inservíveis para a

administração pública, legalmente apreendidos ou penhorados, alienação de bens

imóveis adquiridos em procedimentos judiciais ou recebidos em dação de materiais,

venda de bens móveis em valor inferior a R$ 65.000,00;

- Pregão: modalidade de licitação destinada aquisição de bens ou serviços comuns. A

disputa pelo fornecimento é feita de propostas e lances realizada em sessão pública.

Após a escolha da modalidade, surge a necessidade da escolha do tipo de

licitação, que deve obedecer ao estabelecido no Art.45° da lei 8666/93, que se refere ao

julgamento das propostas que atendam às especificações descritas no edital e que tem

como possibilidades: o menor preço entre as propostas que atendam a especificação do

edital; a melhor técnica onde dado um preço, é escolhida a de melhor técnica; a de

preço e técnica onde ocorre uma combinação ponderada de nota técnica com o preço; e

o maior lance no caso de alienações.

O regime de execução definido nos Art. 6° e 10° da Lei 8.666/93 podem ser por:

empreitada por preço global (quando se contrata a execução da obra ou do serviço por

preço certo e total)l; empreitada por preço unitário ( quando se contrata a execução da

obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas); tarefa ( quando se ajusta

mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de

materiais) e empreitada integra ( quando se contrata um empreendimento em sua

integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações

necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao

contratante em condições de entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e

legais para sua utilização em condições de segurança estrutural e operacional e com as

características adequadas às finalidades para que foi contratada.

O edital da licitação é o instrumento convocatório e deverá conter o nome da

repartição interessada, a modalidade, o regime de execução e o tipo de licitação, a

menção que será regida por esta lei, o local para recebimento da documentação e

proposta. O edital é princípio básico de qualquer licitação, portanto este documento

deve ser elaborado com cuidado contendo todos os requisitos técnicos e administrativos

assegurando a qualidade do processo de aquisição.

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O edital deve descrever a lista de documentos que o licitante deve

apresentar. Essa documentação é referente à habilitação jurídica, qualificação técnica,

econômico-financeira e à regularidade fiscal das empresas participantes.

Nas licitações para aquisição de medicamentos, dentre os documentos exigidos,

devem constar, como requisito de qualificação técnica, a autorização de funcionamento,

emitida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA); a licença sanitária em

vigor, emitida pela vigilância sanitária local; e a inscrição da empresa no Conselho

Regional de Farmácia.

O Art. 43° da Lei 8.666/93 trata do Julgamento, Classificação e Homologação. A

classificação é o aro administrativo vinculado mediante o qual a comissão licitatória

escolhe as propostas são apresentadas formalmente e nos termos do edital ou carta-

convite. A comissão de licitação prepara um relatório onde consiste os vencedores e em

seguida emite este relatório para autoridade superior para a devida deliberação.

A Lei também prevê a existência de dispensa de licitação, aspecto tratado nos

Art. 24 e 27, ou a existência da inexigibilidade (quando há inviabilidade de competição),

tratada no Art. 25° da referida Lei.

A modalidade de Registro de Preço, de importância fundamental para a

administração pública, é descrita no Art. 15° da Lei 8.666/93. Ela deve ser usada

sempre que possível, pois nesta modalidade, realiza-se uma única concorrência. As

entregas acontecem de acordo com a necessidade da unidade que está comprando

após a emissão de Nota de Empenho (NE). Esta nota é o documento legal utilizado para

registrar as operações que envolvam despesas orçamentárias realizadas pela

Administração pública e deve indicar o nome do credor, a especificação do produto ou

serviço, além do valor da despesa como descrito no Art. 61 da Lei 4.320/64. Existem 03

modalidades de empenho:

- Empenho Ordinário: reserva de recursos orçamentários destinada a atender despesas

de valor fixo e previamente determinado cujo pagamento deve ocorrer em uma única

vez;

- Empenho Estimativo: reserva de recursos orçamentários destinada a atender

despesas cujo montante não se posa determinar previamente

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- Empenho Global: reserva de recursos orçamentários destinada a atender despesas

com montante previamente conhecido, mas de pagamento parcelado, geralmente

mensal.

Pode-se dizer que as etapas de aquisição sequencialmente são: requisição,

abertura de processo, autorização de recurso, elaboração de edital, abertura do edital,

qualificação dos fornecedores, parecer técnico, julgamento e adjudicação (concessão de

direito de realização ao vencedor de uma concorrência, mediante a realização de uma

licitação).

3.8 Indicadores de desempenho

Inicialmente, faz-se necessário definir o que é desempenho. Segundo Slack

(1999) apud Silva (2007) e Maximiano (2011) desempenho é um conjunto de

características ou resultados obtidos, analisados em relação a referenciais adotados

(metas, padrões ou resultados históricos). Avaliar o desempenho é quantificar uma ação

com base nos resultados alcançados em função dos objetivos estabelecidos. Os dados

observados neste processo são então comparados com um padrão mínimo ou com os

resultados definidos como ideais. A partir destas comparações, torna-se possível, as

ações corretivas necessárias ou mesmo dar continuidade ou intensificar uma atividade

que se mostre favorável.

Os indicadores também podem ser definidos como “unidades que medem uma

atividade, com a qual se está relacionando, ou ainda, uma medida quantitativa que pode

ser usada como um guia para monitorar e avaliar a qualidade de importantes itens”

(BITTAR, 2001). Ainda para este autor, um indicador não é uma medida direta, e sim

uma ferramenta que demonstra ou indica onde os gestores devem intervir.

Já para Bittar (2004), os indicadores de desempenho representam informações

que registram o comportamento de uma atividade, de uma função ou da organização

como um todo, variando no tempo e/ou espaço. Representam uma unidade de medida

absoluta ou relacionada e pode ser usada como um guia para monitorar e avaliar a

qualidade. Podem ser uma taxa ou coeficiente um índice, um número absoluto ou um

fato.

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Assim, pode-se dizer que os indicadores viabilizam o controle das ações das

empresas, assegurando o sucesso do planejamento. Um sistema de avaliação de

desempenho tem como objetivo, portanto, o monitoramento de variáveis de forma a

subsidiar a execução de ações preventivas ou corretivas.

Os indicadores têm sido utilizados para mensurar o desempenho de inúmeras

atividades produtivas (PONTES, 2008; BARBIERI, 2011). Isto porque, no processo de

avaliação sempre existem comparações: com relação ao tempo ou com relação a

parâmetros, reais ou desejados. O desenvolvimento de indicadores mostra-se, então,

como resposta a esta necessidade, uma vez que, são instrumentos projetados e usados

para avaliar uma situação ou para avaliar a consecução de objetivos e metas. São

variáveis que permitem quantificar resultados e ações.

Nesse momento faz-se necessário definir padrões que permitam acompanhar o

alcance ou identificar dificuldades em alcançar os objetivos da instituição. Para tanto, a

literatura disponibiliza alguns indicadores que permitem avaliar e acompanhar o

resultado de seus esforços organizativos.

A evolução das metodologias de gestão pela qualidade foi acompanhada de

uma crescente necessidade de coletar, tabular e analisar dados a fim de identificar

desvios e racionalizar processos (BABIERI, 2011). Para tanto, é necessária a

proposição de indicadores que contemplem todas as áreas envolvidas na gestão das

organizações. Vale ressaltar que, para os gestores, as informações expressas nos

indicadores que abordem tanto a perspectiva financeira quanto as do cliente e dos

processos envolvidos são extremamente importantes. (DIAS, 2012; CHAVENATO,

2012).

Juran (1992) concebia os indicadores como forma de gerenciar e controlar as

organizações. Já Kaplan e Norton, (1997), ampliaram a importância dos indicadores

afirmando que os mesmos servem também para comunicar a estratégia e alinhar os

pensamentos e ações dos profissionais das organizações, favorecendo assim a

possibilidade de tomada de decisão correta.

Pontes e colaboradores (2008), afirmam que as organizações devem se

comunicar, tanto do ponto de vista da estratégia como dos processos e sistemas que

contribuam para sua implementação gerando feedback sobre a organização.

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Muitos autores sugerem o emprego de indicadores como o percentual de itens

desabastecidos em determinada janela de tempo, tempo médio de compra, eficiência

dos processos de aquisição (por exemplo, pela medição do número de itens órfãos em

licitações ou mesmo a efetiva entrega dos produtos pelos vencedores dos processos

licitatórios) ou até mesmo pela observação ruptura dos estoques.

Segundo Bittar (2001), os indicadores de desempenho logístico podem

monitorar a qualidade das atividades logísticas internas à empresa ou externas à

mesma, como representado no Quadro 4.

Quadro 4: Classificação dos Indicadores quanto ao Âmbito

ÂMBITO PROCESSO

INTERNO

Monitoram o desempenho dos processos internos à empresa (Ex.: giro

de estoques, ruptura de estoque, etc.)

EXTERNO

Monitoram o desempenho dos serviços prestados pelos parceiros

(fornecedores) da empresa. (Ex. entregas realizadas dentro do prazo,

tempo de ressuprimento do fornecedor, etc.)

Fonte: Bittar, 2001

Para Bittar (2001), os indicadores devem apresentar abributos tais como:

• Validade: o grau no qual o indicador cumpre o propósito de identificação das

situações que se deseja melhorar;

• Sensibilidade: o grau no qual o indicador é capaz de identificar os problemas;

• Especificidade o grau no qual o indicador é capaz de identificar somente

aqueles casos nos quais existem problemas;

• Simplicidade: quanto mais simples de buscar, calcular e analisar, maiores as

chances e oportunidades de utilização;

• Objetividade: deve ter um objetivo claro;

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• Baixo custo: indicadores cujo valor financeiro é alto inviabilizam sua utilização.

3.8.1 Indicadores de desempenho em gestão de materiais

Para Angelo (2005) e Maximiano (2011), o aprimoramento da logística interna

da empresa, através da melhoria dos processos e do fluxo de dados e informações que

trafegam em cada departamento, é objeto, há tempos, de preocupação das

organizações, por perceberem que o uso de indicadores de desempenho é fator crítico

para a melhoria do gerenciamento.

As técnicas e medidas de desempenho são críticas para a gestão logística, pois

o controle eficaz da gestão de custos e operações demanda informações sobre o

desempenho logístico. Os indicadores são as ferramentas-chave do sistema de controle,

permitindo a tomada de decisão coerente e orientada para a estratégia da organização.

Neste contexto, a eficácia das medições é um dos fatores com maior criticidade ao

alcance os objetivos estratégicos (KATO, 2003 apud MOURA et al, 2012).

Existem vários processos logísticos nas empresas, e inúmeros indicadores

propostos para seu acompanhamento. Porém, é recomendado um processo de seleção

destes indicadores uma vez que a coleta de dados demasiadamente complexa pode

tornar difícil a tomada de decisão diante de informações dispersas (ÂNGELO, 2005).

Para Bittar (2001), os indicadores devem ser montados em uma sequência

lógica obedecendo a seguinte ordem: nome do indicador; fórmula (maneira de

expressão); tipo (taxa, coeficiente, índice, percentual, número absoluto, fato); fonte de

informação; método (retrospectivo, prospectivo ou transversal); amostra; responsável

pela elaboração; frequência (número de vezes que será medido em determinado

período); objetivo/meta (motivo, valor, tempo, prazo do item que se deseja medir).

A referência básica para a medição deve ser o nível de serviço oferecido ao

cliente, uma vez que os serviços ofertados impactam diretamente na percepção de valor

que o cliente terá acerca daquele serviço ou produto. Por fim, não apenas os produtos e

serviços devem ser medidos e comparados, mas principalmente todas as atividades

envolvidas nos processos que os produzem (TOMÉ, 2004 apud MOURA et al, 2012)

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A excelência na gestão deve se estruturar em medidas financeiras e qualitativas

que permitam a visão ampla e sistêmica da cadeia produtiva, bem como a análise

particular de cada elo. Os resultados obtidos a partir de indicadores das atividades

realizadas para o cumprimento dos objetivos proporcionam uma visão geral da operação

e através do controle periódico destes indicadores, pode-se alterar o planejamento

inicial, revendo as metas ou modificando a estratégia (NOGUEIRA, 2012 apud MOURA,

et al, 2012). Um sistema de medição de desempenho deve abordar o alinhamento das

medidas com a estratégia da empresa, a consistência com um sistema de recompensas,

o foco das medidas e o desempenho da competição frente à concorrência. O importante

é que a medida de desempenho seja um parâmetro de comparação com outra variável

em contrapartida à apenas uma informação pontual (GANGA, 2003).

Além de ser alinhada à estratégia e às prioridades competitivas da operação, a

escolha dos indicadores deve observar o princípio da simplicidade da mensuração e da

objetividade possibilitando feedback rápido e preciso e, sempre que possível, referir-se a

metas específicas (CORREA, 2010 apud MOURA, 2012).

Barbieri (2006) aponta 03 perspectivas para os indicadores: satisfação de

clientes internos, processos de estoques e gestão financeira, como representado no

Quadro 5.

Quadro 5: Indicadores em logística

Dimensão Satisfação de clientes

internos

Processos de

estoques

Gestão Financeira

Asp

ecto

s a

ser

em c

on

sid

era

do

s Pontualidade Estoque médio Custo do pedido

Flexibilidade Giro do estoque Custo de manutenção do

estoque

Tempo médio de

atendimento

Acurácia do estoque

Qualidade das entregas Conformidade de

atendimento

Fonte: Adaptado de Barbieri (2006) e Dias (2011

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49

4. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

O presente estudo foi realizado na Farmácia escola da Universidade Federal

Fluminense (FAU/UFF) e envolveu a análise dos processos de aquisição de

medicamentos industrializados desta farmácia no período de julho de 2013 a novembro

de 2014. Este corte temporal foi escolhido por ser o período em que se iniciou os

processos licitatórios em estudo até o término de suas vigências. A escolha do

processo de gestão de medicamentos industrializados deveu-se a necessidade de

entendimento do quanto este processo influência nas atividades essenciais e as

consequências à prestação de serviços oferecidos pela FAU.

O estudo foi realizado por meio de análise documental da aquisição de

medicamentos industrializados realizado em quatro (04) processos licitatórios

executados durante o período de estudo com a finalidade de regularizar o estoque de

medicamentos da farmácia. A pesquisa foi dividida em 4 etapas interligadas, que

acompanham os objetivos específicos delineados para o trabalho (Quadro 6).

4.1 Mapeamento dos processos de gestão de materiais

Para iniciar os trabalhos de representação do processo de gestão de materiais

da FAU nos anos de 2013 e de 2014 foram realizadas entrevistas individuais com os

envolvidos no processo de compras da FAU. As opiniões dos funcionários diretamente

envolvidos com o processo (Quadro 7) foram registradas através de entrevistas não

estruturadas, visando identificar as etapas do processo, suas variáveis, os setores

responsáveis e os documentos comprobatórios de cada ação. A partir das informações

obtidas iniciaram-se os rascunhos do fluxograma dos processos de gestão de materiais

que passaram, posteriormente, por avaliações por parte dos envolvidos. Durante as

entrevistas foi firmado um acordo informal de colaboração para a execução da busca de

documentos e recuperação das informações referentes aos processos que seriam

estudados. A opinião dos colaboradores auxiliou na finalização dos fluxogramas que

representam o estado inicial do processo de gestão de materiais na FAU.

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50

Quadro 6: Etapas do estudo

Fase do estudo Método empregado Fonte de dado Resultado planejado

Etapa 1

Mapeamento

dos processos

de gestão de

materiais

Observação direta

Revisão documental

Entrevistas com os atores

envolvidos

Sistema gerencial de

estoque

Registros de processo de

compras

Fluxogramas descritivos dos

processos

Etapa 2

Avaliação de

indicadores

para a gestão de

materiais

identificados na

literatura

Levantamento bibliográfico

Experimento piloto de

aplicação dos indicadores

selecionados após

levantamento bibliográfico e

coleta de dados que

viabilizassem sua aplicação

na FAU

Base dados Scielo; Livros-

texto de gestão de materiais

Sistema gerencial de

estoques

Arquivos de solicitações de

compra, Notas Fiscais,

Notas de Empenho

Apresentação dos

indicadores

Cálculo dos indicadores

propostos e análise de sua

exequibilidade na FAU

Descrição dos principais

problemas no processo no

ano de 2013/2014

Etapa 3

Identificação de

pontos críticos

dos processos

Identificação dos processos

críticos

Aplicação dos indicadores

selecionados

Análise do impacto

negativo no processo

produtivo

Reuniões com os

funcionários administrativos

e com os farmacêuticos

Registros da farmácia

Registro das reuniões com

a equipe de trabalho

Registros de vendas nos

últimos anos

Arquivos de solicitações de

compra, Notas Fiscais,

Notas de Empenho

Descrição e análise das

etapas a serem revistas para

redesenho do processo

Etapa 4

Redesenho dos

processos para

a gestão de

materiais da

FAU

Construção da matriz de

responsabilidades

Revisão dos POP

existentes

Proposição de lista para

monitoramento permanente

do processo

Reuniões com os atores

envolvidos para

apresentação dos

resultados da etapa

anterior, das propostas de

mudança e sensibilização

Registro das reuniões com

a equipe de trabalho

Resultados das etapas

anteriores

Proposta de um novo

fluxograma de trabalho

Relação dos indicadores a

serem monitorados no futuro

POP relacionados a gestão

de materiais revistos

Proposta de ferramentas de

gestão para suporte ao

processo.

Fonte: Elaboração própria

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Quadro 7: Funcionários envolvidos na pesquisa

Funcionário/setor Grau de escolaridade

Tempo de exercício na

FAU no momento da

entrevista

Funcionário do almoxarifado Técnico de Nível Médio 10 anos

Farmacêutico (ex-diretor da FAU) Mestre 17 anos

Funcionária administrativa Técnico de Nível Superior

(Administradora) 3 meses

Funcionária administrativa Técnico de Nível Superior 4 anos

Funcionária administrativa Técnica de Nível Médio 16 anos

Fonte: Elaboração própria

A partir da descrição das etapas pelos colaboradores foi feita a coleta e

organização dos documentos referentes aos processos de compra de materiais

iniciados em 2013. A busca documental foi realizada no acervo do arquivo permanente

da farmácia, onde foram levantados os registros existentes sobre os processos de

compra e os dados do sistema de gerenciamento de materiais. Além da identificação da

situação do sistema de informação de suporte ao gerenciamento de materiais, foram

identificadas as solicitações de compra nos dois anos de estudo, as notas de empenho

correspondentes e os registros de entrega.

4.2 Avaliação da gestão de materiais da FAU através de indicadores selecionados

na literatura

Esta etapa se iniciou por uma revisão bibliográfica, descrita por Marconi e

Lakatos (2008), como o levantamento de todo o acervo já publicado sobre o tema em

estudo, o que subsidia a construção de conclusões inovadoras a partir das experiências

relatadas. Para tanto, foram empregadas as bases de dados Scielo e Pubmed, com os

seguintes descritores administrative management, supply and distribution, pharmacy. No

levantamento bibliográfico realizou-se uma busca sem qualquer restrição de tempo e

com restrição de idioma para português, espanhol e inglês. Visando ampliar os

indicadores localizados foram adotadas estratégias complementares como consulta a

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livros-texto da área específica, busca em anais de eventos, dissertações de mestrado e

documentos de sociedades farmacêuticas.

Os documentos reunidos referentes aos processos de compra dos anos de 2013

e 2014 foram organizados de maneira que fosse possível extrair os dados necessários

para a aplicação dos cálculos dos indicadores propostos. A exequibilidade de cada

indicador foi avaliada pela disponibilidade de todos os itens necessários para a

execução do respectivo cálculo. Quando algum dos itens não conseguia ser recuperado

o indicador foi considerado inexequível.

A impossibilidade de aplicação de vários indicadores tornou evidentes os

problemas do processo e a necessidade de conhecer a fundo as razões da falta de

registro ou guarda de informações indispensáveis para uma boa gestão.

4.3 Reorganização do processo de compras na FAU

A identificação dos pontos críticos com a finalidade de promover o redesenho do

processo de compras na FAU foi realizada pelo mapeamento do processo atual. O

mapeamento de processo é uma ferramenta da qualidade que tem por finalidade

representar o fluxo de processos executados por diversas unidades administrativas

compostas na estrutura. Para tanto, tomou-se por base a observação direta do trabalho

do setor administrativo, as entrevistas com os funcionários.

Para a representação gráfica do processo foram empregados quadros e

fluxogramas. No desenho dos fluxogramas foi empregada a ferramenta Microsoft Power

Point versão 2010.

Para representação dos pontos críticos da gestão de materiais da Farmácia

Universitária foi usado o Diagrama de causas e efeitos ou Diagrama de Ishikawa que é

uma ferramenta gráfica da Qualidade e tem como objetivo facilitar a identificação das

causas de problemas ou fatores que levam a um determinado efeito. Este diagrama é

fundamentado no que Kaoru Ishikawa definiu como causas principais de qualquer

problema também denominada de 6 M’s: “mão de obra”; “materiais”; “máquinas”;

“métodos”; “meio ambiente”; “medição” (TEIXEIRA, 2013).

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4.4 Redesenho dos processos para a gestão de materiais da FAU

Uma vez mapeado o processo atual, foram identificados os principais problemas

enfrentados pela gestão de materiais da FAU. A partir daí, foram propostas novas

rotinas de trabalho, com seus respectivos fluxogramas e POP (Procedimento

Operacional Padrão). Vale ressaltar que se fez necessário estabelecer a distribuição de

responsabilidades entre os funcionários, sendo empregados para tanto diagramas, ou

seja, a representação gráfica do processo permitindo estabelecer analogias entre eles

(SANZ et al, 2002; OSORIO, 2008).

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

No início do funcionamento da FAU, o suprimento de medicamentos

industrializados se baseava exclusivamente em aquisições de laboratórios

farmacêuticos oficiais como FURP (Fundação para o remédio popular), Exército,

Marinha, Aeronáutica e o Instituto Vital Brasil principalmente pela inexigibilidade de

licitação pública para compras junto a estas instituições através da lei nº 8.666 (BRASIL,

1993).

As apresentações dos medicamentos fabricados por estas indústrias têm

destinação hospitalar e seguem a resolução da ANVISA e não se destinam à

comercialização no varejo.

Então, neste contexto, o modelo de “negócio” da Farmácia Universitária da UFF

era considerado igual ao das farmácias populares, porém, a resolução RDC/ANVISA nº

44 (Brasil, 2009), estabelece os critérios e condições mínimas para o cumprimento das

Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da

dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços

farmacêuticos em farmácias e drogarias., em seus artigos 30º a 34º, determina que os

produtos somente podem ser comercializados dentro das exigências da ANVISA.

Dentre as exigências, o art. 76º parágrafo 2º da referida RDC, estabelece que os

medicamentos somente podem ser comercializados em suas embalagens primárias

sendo vedado o armazenamento de medicamentos em farmácias e drogarias cuja

embalagem primária tenha sido violada inviabilizando assim a dispensação de

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medicamentos em embalagem para uso hospitalar nos estabelecimentos farmacêuticos

(BRASIL, 2009).

Os medicamentos registrados e comercializados no Brasil, tem sua forma e o

conteúdo dos rótulos regulamentados pela RDC/ANVISA nº 71 (BRASIL, 2009) e se

aplica a todos os medicamentos registrados na ANVISA (BRASIL, 2009).

Os medicamentos com destinação institucional, independente da restrição de

prescrição, devem possuir em seus rótulos a frase “PROIBIDA A VENDA AO

COMÉRCIO” como determina a RDC nº 71/2009.

Nos últimos anos, vários ajustes se mostraram necessários em função da

modificação de procedimentos da Universidade como um todo, das Fundações Privadas

de apoio às Instituições de Ensino Superior, no caso a Fundação Euclides da Cunha de

Apoio Institucional a UFF (FEC). Estes ajustes levaram a diversas modificações nos

processos de aquisição de materiais que deixaram de ser adquiridos pela Fundação e

passaram a serem executados pelo setor de licitações da UFF como também, e

contratação de recursos humanos. Num primeiro momento, estas mudanças implicaram

em um período de dificuldades tanto pela redução do quadro de funcionários

terceirizados quanto pelas mudanças no processo de aquisição de produtos e

contratação de serviços.

Desta forma, desde 2012, a cadeia de abastecimento da FAU vem sofrendo

ajustes. Como consequência destas mudanças, as aquisições passaram a ser feitas

quase que exclusivamente pelo setor de compras da própria UFF, sem intermediação da

FEC.

Nos primeiros anos de funcionamento da FAU a execução de compras diretas

através da FEC era a principal forma de aquisição de produtos, eventuais falhas no fluxo

de informações eram compensadas pela agilidade do processo aquisitivo. Desta forma,

a preocupação institucional com a segurança deste processo foi se diluindo

gradualmente, tendo havido sério comprometimento do mesmo.

Este cenário ressaltou a fragilidade do próprio processo administrativo da

farmácia, sobretudo em relação à gestão da cadeia logística. A agilidade de aquisição

de produtos propiciada pela FEC não deixava tão evidente as dificuldades neste

processo.

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Para melhor compreensão do texto, as diferentes etapas serão apresentadas

separadamente.

5.1 Mapeamento dos processos de gestão de materiais da Farmácia Universitária

da UFF

Mapear um processo é esboçar seu fluxo de atividades com o objetivo de

conhecer o processo em seu estado atual, possibilitando documentar e medir o mesmo.

(VILELLA, 2000). O mapeamento do processo de gestão de materiais da FAU iniciou-se

através de conversas com os colaborados dos setores de almoxarifado e do setor

administrativo. Nestas conversas foi possível observar as etapas exercidas por cada

setor e como cada ator integrante do processo realizava suas atividades. Observou-se

que o processo era executado por três setores: os setores almoxarifado e administrativo

da FAU, e o setor de compras da Pró-reitoria de Graduação da UFF. Os fluxogramas

apresentados nas Figuras 7, 8 e 9 foram elaborados a partir dos dados das entrevistas,

sendo posteriormente avaliados pelos colaboradores, que puderam participar da sua

finalização através de críticas.

Administração FAU Setor de compras da Pro-reitoria de graduação

da UFF

Figura 7: Fluxograma de processo de solicitação de elaboração de Processo licitatório (Fonte: Elaboração

própria)

Ata de realização do Processo Licitatório

(lista de itens aceitos)

Início

Identificação da necessidade de realização de Processo licitatório

-Elaboração lista de itens para

Processo licitatório -Determinação do número

de unidades por item

Memorando à Administração Central da UFF

Recebe Memorando

Elaboração do

Execução do Processo Licitatório Eletrônico

Fim

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Figura 8: Fluxograma do processo de solicitação de empenho de produtos (Fonte: Elaboração própria)

Almoxarifado Administração UFF Setor de compras da Pró-reitoria

de graduação da UFF

Preparação de nota de Empenho dos itens de cada

empresa fornecedora

• Avaliação da lista de itens do almoxarifado

• Inclusão de itens novos

• Determinação de número de unidades por item.

Avaliação do estoque

Elaboração de lista de itens para

empenho

INICIO

Memorando de solicitação

empenho de

FIM

Envio de nota de empenho

para empresa

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Almoxarifado Administração FAU Setor de compras da Pró-reitoria

de graduação da UFF

Figura 9: Fluxograma do processo de recebimento de materiais (Fonte: Elaboração própria)

Pode-se observar que os processos gerenciais sob responsabilidade da

farmácia são a programação, armazenagem e distribuição dos medicamentos aos seus

clientes (Figura 10).

Recepção de produtos

acompanhados de NE e NF

Conferência entre NE, NF e produtos

Conformidade

Aceita produtos.

Encaminha NF para

pagamento

Recusa de produtos

Retorno de produtos ao fornecedor

Registro de não conformidade nos produtos.

Registro de produtos no

sistema informatizado

Entrada dos produtos no

estoque físico

FIM

Notificação de não

conformidade de produtos a fornecedor

Memorando de não conformidade de

produtos (doc)

Pagamento de nota fiscal

FIM

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Figura 10: Mapa de identificação dos processos da Farmácia Universitária. (Fonte: Elaboração própria)

O processo tinha seu início no momento que a administração da FAU percebia a

necessidade de realização de um pregão para a aquisição de Medicamentos destinados

ao atendimento dos clientes da farmácia. Uma reunião da Direção com os farmacêuticos

integrantes da equipe técnica era organizada para a elaboração de uma listagem de

medicamentos a serem adquiridos contendo nome dos fármacos, suas apresentações e

as quantidades suficientes para o abastecimento da farmácia, por um período

determinado pela direção. Os critérios para esta definição não seguiam um padrão

especifico. Constavam desta listagem medicamentos que já faziam parte da relação da

lista de produtos, bem como novos produtos que estavam sendo solicitados com muita

frequência pelo público que adquiria medicamentos na FAU. Este documento era

encaminhado ao setor responsável por compras da Pro-reitoria de Graduação da UFF

na forma de memorando solicitando a realização de Pregão Eletrônico Modalidade

Registro de Preço (Figura 7).

Periodicamente era realizado o levantamento do estoque de medicamentos

através das fichas de estoque de cada item armazenado no almoxarifado para

averiguar-se a necessidade de reposição do item em falta ou com estoque baixo. Como

resultado desta avaliação era elaborado pelo responsável do almoxarifado uma lista de

itens que necessitavam ser adquiridos. A administração da FAU avaliava a relação e,

após estudo da listagem de itens aceitos no Processo licitatório em vigor, acrescentava

outros itens que permitiriam a ampliação do arsenal de medicamentos da FAU. Para a

finalização desta lista eram acrescidas as quantidades de unidades farmacêuticas que

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deveriam ser adquiridas pelo setor de compras da Pró-reitora de graduação da UFF.

Este documento era enviado ao setor responsável através de um memorando de

solicitação de empenho, dando início ao processo de compras, com posterior emissão

das Notas de Empenho (NE) e as encaminhando às empresas fornecedoras (Figura 8).

A aquisição dos materiais propriamente dita não é executada pela farmácia e

sim por setor responsável da Pró-reitoria de Graduação da Universidade. Vale ressaltar

que atualmente a FAU se encontra vinculada a esta Pró-reitoria para efeito de compras.

Toda a etapa de execução do processo licitatório para a aquisição de medicamentos é

realizada pela Pró-reitora de Graduação da UFF, desde a elaboração do Edital

convocatório, execução do processo licitatório e a divulgação da ata de homologação do

processo. Este documento divulga a listagem de itens aceitos no processo, indicando

quais os medicamentos que podem ser adquiridos e as empresas responsáveis.

A partir desse ponto, dava-se o recebimento dos itens empenhados. O setor

administrativo da FAU, ao receber o material encomendado, conferia correspondência

da NE com a NF, verificava a conformidade das especificações dos itens com o que

estava descrito no edital, avaliava a integridade física da embalagem, verificava se a

quantidade solicitada estava sendo entregue, assinava o canhoto da nota de transporte,

liberava a empresa transportadora. A Nota Fiscal (NF) era então atestada pelo

responsável legal da farmácia e posteriormente encaminhada ao setor responsável por

compras, através de memorando para pagamento. Em caso de não conformidade, seja

por qualquer uma das razões acima mencionadas, o material era devolvido ao

fornecedor e o setor responsável pelas compras da mesma Pró-reitoria da Universidade

era comunicado. Este então elaborava notificação ao fornecedor solicitando adequação

para nova entrega.

O material recebido em conformidade com as especificações era então

encaminhado ao setor de almoxarifado onde era registrado e incorporado ao estoque.

No caso de itens novos, ele sofria codificação e posteriormente passava pelo mesmo

processo (Figura 9).

5.2 Aplicação de indicadores para a gestão de materiais identificados na

literatura.

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Na avaliação de um processo é necessário o estabelecimento de parâmetros

que proporcionem credibilidade à análise dos mesmos. Portanto o uso de indicadores de

desempenho pode ser estratégia interessante, não como uma medida direta, mas sim

como demonstrativo ou indicativo de onde as intervenções devem acontecer. (PONTES,

2008).

Para o estabelecimento dos indicadores de qualidade do processo de gestão de

materiais foi realizada uma extensa pesquisa bibliográfica, atemporal, nas bases de

dados PubMed e Scielo utilizando os descritores administrative management, supply

and distribution, pharmacy. Foram encontrados 07 indicadores de avaliação de

processos de gestão de materiais que se adequavam a processos de compras por

órgãos públicos. A partir da análise do processo de compras realizado pela FAU,

descrito anteriormente, percebe-se a necessidades de criação de 03 novos indicadores

para melhor avaliar o que ocorre na instituição. Os indicadores selecionados e os

indicadores propostos por este trabalho são apresentados no Quadro 8.

Os indicadores propostos para a avaliação do processo de gestão de materiais

da FAU foram testados usando-se as informações disponíveis da aquisição de

medicamentos industrializados. Nesta etapa do estudo foram avaliados tanto a

aquisição de medicamentos quanto o estado de organização do estoque de

medicamentos industrializados, no período de 01 de julho de 2013 a 30 de novembro de

2014. Nesse período ocorreram quatro processos licitatórios modalidade registro de

preços com o objetivo de reposição do estoque.

O primeiro processo (P1) teve a Ata de Homologação publicada em 03 de junho

de 2013, contendo 198 itens. Ele era destinado à aquisição de medicamentos genéricos

e teve validade de 12 meses. O segundo processo (P2) foi destinado à aquisição de

medicamentos similares, sendo finalizado com a Ata de 17 de outubro de 2013. Foram

solicitados 179 itens nesse processo de validade de ano. A Ata de Homologação do

terceiro (P3), com 71 itens, foi publicado em 01 de agosto de 2014 e o processo possuía

validade de 6 meses. O último processo (P4), com Ata de Homologação publicada em

29 de setembro de 2014, com 121 itens e prazo de execução de 6 meses, teve seu

prazo de execução prejudicado, pois o resultado da licitação se tornou público em data

muito próxima ao termino do exercício fiscal dos órgãos públicos. Esse retardamento na

publicação ocorreu em virtude da demora na entrega pelas empresas participantes de

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documentos indispensáveis para a avaliação técnica. O processo P4 não foi avaliado

por este trabalho devido a inexistência de empenhos para compras.

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Quadro 8: Indicadores selecionados na literatura e adaptados para avaliação do processo de compras da

FAU (Fonte: Elaboração própria)

N° Indicador Objetivo Cálculo Autor

1 Percentual de Itens

sem propostas no

processo licitatório

Avaliar o processo licitatório

Nº de itens sem

proposta / Nº total de

itens X 100

Indicador proposto com

base em Roberto, 2010;

Pires, 2004

2 Percentual de tens

cancelados na

aceitação no

processo licitatório

Avaliar o processo licitatório

Nº de itens

cancelados / Nº

total de itens X

100

Indicador proposto com

base em Roberto, 2010;

Pires, 2004

3

Tempo médio de

compra

Avaliar a capacidade do sistema

de responder em tempo hábil à

necessidade de compra

Tempo médio em

dias da emissão

do pedido até o

recebimento

Barbieri, 2011;

Chiavenato, 2010;

Conceição, 2004

4 Itens em

conformidade com o

edital

Avaliar a capacidade de

atendimento ao edital da licitação

Nº de itens

conformes/Total

de itens X 100

Barbieri, 2011

Chiavenato, 2010

5

Pontualidade da

entrega Avaliar o cumprimento de prazos

Média de dias / Nº

de itens

empenhados X

100

Conceição, 2004

Sellitto, 2006;

6

Tempo de atraso na

entrega

Avaliar o tempo decorrido desde

a emissão da nota de empenho

até a entrega

Média de dias em

excedeu ao prazo

estipulado no

edital

Indicador proposto com

base em

Barbieri, 2011

Chiavenato, 2010

7

Giro do Estoque

Avaliar a qualidade do processo

de aquisição e a imobilização de

recursos

Vendas anuais

(unidades) /

Estoque médio

(unidades)

Barbieri, 2011;

Conceição, 2004;

Dias, 2012

8

Cobertura do Estoque Avaliar a eficiência da gestão de

materiais

Estoque médio

(unidades) /

Demanda

(unidades)

Barbieri,2011;

Chiavenato, 2010

9

Acurácia do Estoque

Avaliar a confiabilidade do

indicado no quantitativo físico do

estoque e a correção do

acompanhamento

Quantidade física

/ Quantidade

teórica X 100

Ângelo, 2005;

Barbieri, 2011;

Cipriano, 2009

10

Ruptura de estoque

Avaliar o

abastecimento/abastecimento do

estoque de medicamentos

Nº total de dias de

desabastecimento

/ Nº total do

período de estudo

Aguiar, 2013

Damasceno, 2012

Karpinski, 2009

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5.2.1 Indicadores usados na avaliação dos processos licitatórios

Os indicadores avaliados nesta etapa referem-se à eficiência dos processos

licitatórios executados para a aquisição de medicamentos.

A ocorrência de Itens sem proposta (itens que não tiveram propostas de

atendimento - indicador 1), também conhecidos como itens órfãos, pode comprometer a

execução do processo e ao mesmo tempo indica o desinteresse ou impossibilidade do

mercado em atender ao suprimento do produto nas especificações exigidas no

processo. Esse indicador é calculado através da razão entre o número de itens sem

proposta sobre o número total de itens da ata de realização multiplicado por 100. Os

valores obtidos para cada processo licitatório estudado estão apresentados na Tabela 1

O segundo indicador estudado avalia o número de itens cancelados na

aceitação devido ao não atendimento das exigências feitas no edital convocatório

através da descrição dos produtos a serem adquiridos. Este indicador é calculado

através da razão entre o número de itens cancelados na aceitação sobre o número total

de itens da Ata de realização multiplicado por 100 (Tabela 1). Este parâmetro expressa a

inadequação dos produtos oferecidos pelas empresas participantes do processo

licitatório às exigências do edital. Nos processos estudados a razão principal para o

cancelamento na aceitação de itens foi a indicação de fornecimento dos medicamentos

solicitados em embalagens exclusivas para uso hospitalar.

Tabela 1: Avaliação dos processos licitatórios, N=3, Niterói, 2014.

Processos P1

(N=198) P2

(N=179) P3

(N=72) M Dp

Percentual de Itens sem proposta no processo licitatório

(Indicador 01) 2,5 1,7 20,8 8,33 10,80

Percentual de Itens cancelados na aceitação no processo licitatório

(Indicador 02) 66,7% 53%,6 12,5% 44,26 28,28

Fonte: Elaboração própria

Analisando os resultados obtidos nos indicadores 1 e 2 para os 3 processos

licitatórios estudados observa-se que os processos ocorridos em 2013 (P1 e P2)

apresentaram poucos itens órfãos, mas houve um grande número de itens que as

empresas não conseguiram atender. As listas de medicamentos constantes destes dois

processos são muito semelhantes; os dois editais se diferenciam por indicar no primeiro

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o atendimento através de medicamentos genéricos, enquanto no segundo com

medicamentos similares. A realização desses dois editais ocorreu em períodos

próximos. Mesmo assim as empresas que se candidataram a participar dos processos

não conseguiram atender as exigências de venda de medicamentos fora das

embalagens hospitalares, requisito exigido pela RDC/ ANVISA n°44/ 2009 (BRASIL,

2009)

O terceiro processo licitatório, ocorrido no ano seguinte, com um menor

número de itens em seu edital, mostrou um resultado muito maior para o indicador

01que os anteriores mostrando certo desinteresse do mercado em participar do

processo. O valor menor do indicador 02 sugere que as empresas que se submeteram

ao processo encontravam-se em melhores condições para atender as exigências legais

ou que a especificação dos itens foi mais clara.

5.2.2 - Indicadores de avaliação da etapa de compra e entrega de materiais.

Nesta etapa do estudo pretendeu-se avaliar a relação entre o setor de compras

da Administração central da Pró-reitoria de graduação da UFF, as empresas

fornecedoras e a FAU (Tabela 2)

Tabela 2: Dados brutos referentes aos processos da etapa de compra e entrega de medicamentos na FAU

no período de junho de 2013 a novembro de 2014, N=3, Niterói, 2014.

Processos P1 P2 P3 M Dp

Nº de solicitações 09 06 02 6 3

Nº de empenhos cancelados 36 21 02 19,66 17,04

Nº de itens solicitados 121 83 24 76 48,87

Nº de empresas ganhadoras 12 14 03 9,66 5,86

Fonte: Elaboração própria

Foram identificadas dificuldades nos processos de gestão de materiais que

podem justificar o atraso no abastecimento de medicamentos industrializados na FAU,

relativos a:

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65

o Administração central da UFF: dificuldade na elaboração das NE devido a grande

demanda de serviço e poucos funcionários capacitados para a execução;

o Encaminhamento das NE: por vezes, as notas de empenho não eram

encaminhadas imediatamente às empresas fornecedoras;

o Indisponibilidade dos produtos empenhados: as empresas fornecedoras nem

sempre tinham o produto empenhado disponível para a entrega imediata;

o Não conformidade: as empresas fornecedoras, por vezes, entregavam os produtos

em embalagem hospitalar ou em embalagens comerciais contendo dizeres gravados

ou carimbados de “PROIBIDA A VENDA AO COMÉRCIO”, contrariando assim a

RDC nº 44/2009 (Brasil, 2009) que estabelece os critérios para a comercialização de

medicamentos em farmácias e drogarias. A FAU não recebia estes itens e

posteriormente era solicitado à empresa fornecedora a entrega de outro item que

atendesse ao edital contribuindo assim para aumentar o prazo de entrega.

O tempo médio de compras (indicador 3) é um indicador que avalia a

capacidade que o sistema tem de responder em tempo hábil à necessidade de

reposição do produto no estoque (Conceição, 2004; Chiavenato, 2010; Barbieri, 2011).

Foi calculado medindo-se o tempo médio em dias entre a emissão do pedido de compra

até o recebimento do produto pela FAU. Os resultados apresentados na Tabela 3

revelam que as solicitações referentes ao processo P2 foram as que tiveram os

produtos entregues em menos tempo. As normas contratuais estabelecem que, após a

emissão do empenho pela organização compradora, o fornecedor deve entregar a

mercadoria em até 30 dias. Percebe-se o grande prejuízo vivido pela FAU em

decorrência do tempo excessivo para entrega dos produtos obtidos pelos processos P1

e P3, pois o tempo de entrega foi muito maior. Houve casos em que alguns itens

levaram 136 dias para ser entregues.

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66

Tabela - 3: Cálculo dos indicadores Tempo médio de compras, Itens em conformidade com o edital,

Pontualidade da entrega, Processos com atraso na entrega. N=3, Niterói, 2014

Processo P1 P2 P3 M Dp

Tempo médio de compras

(Indicador 03) 48,6 dias 33,6 dias 63,4 dias 48,53 14,90

Itens em conformidade com o edital

(Indicador 04) 41,8 % 30,1 % 92,0 % 54,63 32,88

Pontualidade da entrega

(Indicador 05) 26,9 % 33,7 % 28,0 % 29,53 3,65

Tempo de atraso na entrega

(Indicador0 06) 54,3 dias 24,4 dias 47,3 dias 42 15,64

Fonte: Elaboração própria

O indicador 4, Itens em conformidade com o edital, segundo Chiavenato (2010)

e Barbieri (2011), é o indicador que avalia a capacidade de atendimento ao edital da

licitação pelas empresas vencedoras. Sua forma de cálculo é expressa pela razão do

número de itens entregues em conformidade sobre o total de itens solicitados

multiplicado por 100, expressos em percentagem. Pelos resultados apresentados na

Tabela 3, identifica-se um percentual elevado de entregas fora de conformidade no

processo P3, pois as empresas tentaram entregar produtos em embalagens impróprias

para venda, resultando em devolução dos itens e cancelamento de empenho.

O indicador 5 (pontualidade da entrega ao cliente) para Sellito, (2006) e

Conceição, (2004) avalia o cumprimento dos prazos de entrega pelos fornecedores, ou

seja, a capacidade da empresa fornecedora em honrar com o compromisso com seu

cliente em relação aos prazos compactuados no edital. Este indicador é calculado pela

razão da média de dias em relação ao número de itens empenhados multiplicado por

100. Os resultados (Tabela 3) mostram percentuais elevados em todos os processos

apontando as dificuldades que a FAU enfrentou no período para manter seus estoques

de medicamentos industrializados.

O indicador 06, processos com atraso na entrega, foi proposto pela autora

baseado em Chiavenato (2010) e Barbieri (2011). Ele avalia o tempo excessivo

decorrido desde a data de entrega prevista na NE até a efetiva entrega à Farmácia

Universitária informando o valor médio de dias em que a entrega excedeu ao prazo

estipulado no edital. O prazo máximo determinado em edital para a entrega do item é de

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30 dias. Pelos resultados (Tabela 3), percebe-se que tanto nos processos de aquisição

para o ano de 2013, quanto naqueles vividos em 2014, ocorreu uma grande frequência

de entregas de medicamentos com atraso. As entregas referentes à P2 apresentaram o

menor valor médio de dias em atraso, mas mesmo assim, resultaram em períodos de

desabastecimento.

5.2.3 Indicadores de avaliação da organização interna do estoque

Segundo Dias (2012), dentre os principais fatores de medição que interferem

diretamente na gestão de materiais estão os níveis de estoque; a falta de estoques; o

custo das compras; o custo de armazenagem. Uma organização bem estruturada na

administração de materiais, certamente terá melhores condições de compras, com

redução de custos (GONÇALVES, 2010).

Para que a avaliação seja viável, é necessário dispor de informações confiáveis

sobre a posição do estoque de cada item, registrar a entrada, saída e perdas,

acompanhar seus custos, prazos de validade, prever e evitar faltas, mantendo os níveis

e os custos logísticos os menores possíveis com o mínimo de faltas (OLIVEIRA, 2005).

Na opinião de Barbieri (2006); Batista (2008) e Dias (2012), entre os fatores que afetam

diretamente a gestão de materiais estão o fluxo de informações, sua velocidade e

fluidez. Quanto mais precisas, rápidas e disponíveis as informações, melhores são as

possibilidades de otimização dos estoques.

Os indicadores selecionados neste trabalho para avaliar a organização interna

dos estoques medicamentos industrializados na FAU foram giro, cobertura e acurácia de

estoque.

O giro de estoque (indicador 7) tem como finalidade avaliar a qualidade do

processo de aquisição e a imobilização de recursos. Ele é calculado pela razão entre o

valor das vendas pelo estoque médio. (Barbiere, 2006). A cobertura de estoque

(indicador 8), também conhecido como anti-giro, fundamenta-se no cálculo de

quantidade de tempo de duração do estoque, caso este não sofra ressuprimento. A

cobertura é expressa em número de semanas ou meses, dependendo da característica

do produto avaliado (Bertaglia, 2009). A acurácia do estoque (indicador 9) é determinada

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pela relação entre a quantidade física existente no almoxarifado e aquela existente nos

registros de controle (BERTAGLIA, 2009).

Na avaliação dos dados do estoque de medicamentos industrializados da FAU,

referentes ao período de estudo, observou-se que vários dos produtos adquiridos pelos

processos P1, P2 e P3 apresentavam grandes períodos de desabastecimento. Estes

períodos não foram concomitantes e várias foram as ações da administração da FAU na

tentativa de superar as dificuldades dos processos de aquisição. Houve dificuldade no

levantamento de dados precisos sobre o estoque médio dos itens de cada processo,

dificultando o cálculo dos indicadores propostos. Em função do exposto, os autores

optaram por avaliar a situação do estoque no período estudado pelo indicador (10)

ruptura do estoque, considerando que ele seria o melhor instrumento para expressar as

ocorrências deste momento.

No varejo a ruptura do estoque é considerada um problema crítico, pois esta

quebra representa a não disponibilidade de um determinado item destinado a suprir a

demanda que o cliente impõe à uma empresa e, para Ballou, (2009) a principal meta de

gerir estoques é garantir que o produto certo nas quantidades adequadas esteja

disponível nas prateleiras no tempo certo sem provocar rupturas ou falta do produto.

O uso da ruptura do estoque como indicador (indicador 10) direcionou a busca

dos possíveis motivos para a falta do item no estoque da FAU, através de análise de

dados históricos dos processos licitatórios realizados no período do estudo. Os dados

foram coletados no arquivo de documentos permanentes da FAU, no sistema

informatizado gerencial e em relatos pessoais obtidos através de entrevistas informais

com a equipe técnica.

A Tabela 4 apresenta as informações referentes à Ata de Homologação de cada

processo licitatório do período indicando, número final de itens aceitos, o número de

itens cancelados na aceitação, o número de itens sem proposta e o número total de

itens de cada processo.

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Tabela 4: Situação dos processos licitatórios, N=3, Niterói, 2014

Processos Número de itens

aceitos

Número de itens cancelados na

aceitação

Número de itens sem propostas

Número Total de itens

P1 84 109 05 198

P2 82 94 03 179

P3 46 11 15 72

Média 70,6 71,3 7,6 149,7

Desvio padrão 21,4 30,5 6,4 67.9

Fonte: Elaboração própria

Para a avaliação deste indicador foi necessário analisar os períodos de

desabastecimento de todos os itens que compuseram as listas de medicamentos dos

três processos. Para tanto, foi elaborada uma planilha de Excel onde foram registradas

as informações constantes no sistema computacional de controle de estoques de cada

medicamento que fez parte das licitações em estudo. Foram registradas as datas do

início e do final do período de desabastecimento, permitindo o cálculo do período de

tempo em que houve o fenômeno. Com esses valores foi possível calcular a taxa de

ruptura para cada item através da razão entre o período em dias do desabastecimento

pelo período total de estudo (AGUIAR, et al, 2013). Nos itens em que ocorreram mais de

um período de ruptura os valores foram somados para o cálculo da taxa de ruptura.

Para que se pudesse melhor avaliar comparativamente a ruptura do estoque

dos diversos medicamentos a serem adquiridos pelos 3 processos licitatórios

estabeleceu-se 6 categorias para a classificação dos itens que foram empenhados no

período de estudo (209 itens no total). A categoria de taxa de ruptura de valor 0 (zero)

aponta o número de itens que não tiveram desabastecimento no período estudado. Já a

categoria de taxa de ruptura de valor 1 (hum) aponta o número de itens que tiveram

desabastecimento durante todo período estudado. Estes resultados são apresentados

na Tabela 5

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Tabela 5: Valores de taxa de ruptura apresentado em categorias do estoque na FAU do período

de junho de 2013 a novembro de 2014.

Taxa de ruptura Categorias

Valor absoluto do número de itens

Valor relativo do número de itens

0,0 8 3,8 %

0,001 a 0,250 12 5,7 %

0,251 a 0,500 25 12,0 %

0,501 a 0,750 38 18,2 %

0,751 a 0,999 28 13,4 %

0,751 a 0,999 28 13,4 %

Fonte: Elaboração própria

A Tabela 5 ilustra a grande dificuldade que a FAU viveu no período estudado

para manter seus estoques de medicamentos industrializados. Poucos foram os itens

que não apresentaram ruptura de estoque (3,8 %). A ruptura total do estoque aconteceu

em 95 itens dentre os 209 que faziam parte do arsenal da Farmácia. Vale ainda ressaltar

que para a grande maioria dos itens houve algum nível de ruptura de estoque em um

grande percentual de itens.

O alto índice de ruptura pode ter origem em vários fatores dentro e fora da

farmácia. Dentro do cenário estudado, pode-se afirmar que as causas de ruptura estão

relacionadas a quatro áreas que caracterizam a compra por órgãos públicos:

característica das compras via processos licitatórios, características do sistema de

informação e gerencia para a reposição do estoque interno, característica dos

fornecedores de produtos para órgãos públicos, característica do mercado

farmacêutico brasileiro.

As compras realizadas por órgãos públicos devem ocorrer, obrigatoriamente, por

processo licitatório, atendendo às instruções presentes na Lei 8666/1999. Os processos

analisados foram realizados pela modalidade Registro de preço e a execução dos

processos licitações foi feita pelo setor de compras da Pró-reitoria de Graduação da

UFF. Esta etapa do processo de compras foge do controle da FAU tornando-se muito

morosa. Este fato fica ainda mais evidente quando se constata que o último processo

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licitatório realizado no período de estudo não pode ser utilizado, pois a publicação da

Ata de Homologação ocorreu pouco tempo antes do período em que as contas da união

foram fechadas, não restando tempo hábil para a execução de nenhum empenho; este

processo levou mais de 5 meses para ser realizado. Não foram poucas as ocasiões em

que as empresas participantes do certame demoraram a encaminhar os documentos

obrigatórios levando tempo excessivo até que se chegasse a fase de avaliação técnica

das propostas. Na fase de aceitação dos documentos enviados pelas empresas

participantes dos processos licitatórios constata-se um elevado número de itens

cancelados, pois as documentações entregues não estavam condizentes com descrito

no edital de licitação. Com isso a expectativa de reposição de todos os itens constantes

do Edital de licitação ficou frustrada, iniciando aí uma das maiores causas do

desabastecimento de medicamentos da FAU.

O sistema de informação e gerencia para a reposição do estoque interno da

FAU apresenta muitas dificuldades, pois o fluxo de informações entre os responsáveis

pelo controle do almoxarifado e a equipe de inventário se mostrou deficiente.

Observou-se que muitas vezes o volume de medicamentos registrados no sistema

informatizado não corresponde ao estoque físico. Observou-se que, embora apontado

na literatura que auditoria periódica no inventário físico no almoxarifado de

medicamentos seja desejável, isto não vinha ocorrendo com a devida periodicidade.

Vale ressaltar que há condições estruturais para que a medição dos níveis de estoque

seja executada com facilidade, evitando o grau de inconsistência observado entre o

estoque físico e aquele registrado no sistema informatizado.

Como o ciclo de reposição do item no estoque começa com a identificação de

estoque baixo, a falta de confiança nos dados usados para previsão do ponto de

ressuprimento pode ter levado a dimensionamentos errados do volume de

medicamentos a serem adquiridos e a demora excessiva para a realização da

solicitação de compra.

Quando a demanda de reposição é confirmada realiza-se a solicitação para

compra do item ao setor responsável. Após sua emissão, a NE é encaminhada ao

fornecedor, iniciando-se aqui o processo de espera de entrega. O indicador 6 identifica

que o ciclo de reposição do item não é regular. Após pesquisa e análise das condições

de entrega dos itens empenhados percebe-se um tempo excessivo para que o produto

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chegue até a prateleira. Também se percebe uma grande inadequação às exigências do

descrito no edital. Em conversas informais com alguns fornecedores nota-se que os

mesmos entendem a farmácia escola da UFF como uma entidade vinculada ao Sistema

Único de Saúde (SUS) e consequentemente deveria atender a RDC ANVISA 44/2009,

que prevê a presença destes dizeres (BRASIL, 2009).

Em relação às características do mercado pode-se afirmar que este segmento

da Assistência Farmacêutica padece com o não entendimento da legislação vigente por

um grande número de empresas fornecedoras que não se adequam ao disposto nos

editais licitatórios. Como a FAU é uma empresa pública que tem a sua fonte de

arrecadação de recursos financeiros através da venda de medicamentos, é necessário o

atendimento à legislação que estabelece os critérios e condições mínimas para a

dispensação e comercialização de produtos farmacêuticos como a RDC/ANVISA nº 44

de 2009 (BRASIL, 2009).

A identificação de algumas causas relacionadas à ruptura no estoque foi

possível nesse estudo após análise dos processos licitatórios P1, P2 e P3 ocorridos no

período. São elas:

o Itens que não tiveram proposta,

o Itens cancelados;

o Itens não entregues

o Itens entregues em não conformidade com o pré-estabelecido no edital

convocatório para a licitação modalidade registro de preço.

As causas ou motivos de ruptura de estoque para Aguiar (2010) podem

influenciar o desempenho de uma operação, pois esta quando apoiada em um centro de

distribuição apresenta resultados diferentes de uma que não tem o mesmo apoio ou

depende da entrega da empresa fornecedora ganhadora do item no processo licitatório.

Os resultados indicam que os motivos mais frequentes que provocaram ruptura

de estoque na FAU (Tabela 4) estão principalmente ligados ao entendimento do descrito

no edital. Cada vez que um produto é entregue, por exemplo, em não conformidade

como, em embalagem hospitalar ou em embalagem comercial com dizeres impressos

de “PROIBIDA A VENDA AO COMÉRCIO” (destinação institucional) é então devolvido

ao fornecedor para adequação ao exigido. Esta ação demanda tempo, causando uma

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inevitável ruptura de estoque, como também a demora ou a não entrega e até mesmo o

pedido de cancelamento pela própria empresa que não tinha interesse em se adequar

5.3 Identificação dos pontos críticos do processo

Para melhor identificarmos os pontos críticos da gestão de materiais da

Farmácia Universitária usamos o Diagrama de causas e efeitos ou Diagrama de

Ishikawa que é uma ferramenta gráfica da Qualidade e tem como objetivo facilitar a

identificação das causas de problemas ou fatores que levam a um determinado efeito

(JUNIOR, 2010). Este diagrama é fundamentado no que Kaoru Ishikawa definiu como

causas principais de qualquer problema também denominada de 6 M’s: “mão de obra”;

“materiais”; “máquinas”; “métodos”; “meio ambiente”; “medição” (BATISTA, 2013). A

Figura 11 apresenta as principais causas de desabastecimento do estoque de

medicamentos industrializados na FAU

.

Figura 11: Diagrama de causas e consequências (Diagrama de Ishikawa) avaliando o desabastecimento de medicamentos industrializados na FAU no período de estudo. (Fonte: Elaboração própria)

Desabastecimento

Entrega de documentação

exigida em atraso

Grande nº de itens sem proposta

Grande nº de itens cancelados na

aceitação técnica

Entregas em não

conformidade com o edital

Entrega de itens fora do

prazo

Entrega de Itens em não

conformidade com o edital

Tempo médio de compras

alto

Organização interna do estoque de medicamentos

Informações imprecisas

Falta da utilização de indicadores de qualidade

Falta de educação continuada do pessoal

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As principais causas para o desabastecimento da FAU foram:

o Demora no início e no decorrer do processo licitatório;

o Tempo transcorrido desde a solicitação de elaboração de pregão eletrônico;

o Longo prazo que as empresas levam para encaminhar os documentos exigidos;

o Grande número de itens cancelados ocasionados pela não compreensão e

atendimento do descrito no edital convocatório;

o Longo tempo decorrido de entrega dos medicamentos empenhados ou entregues

em não conformidade com o edital

o Percepção do fornecedor de que a FAU esteja vinculada ao SUS (Sistema Único

de Saúde), o que os leva a insistir em fazer entregas em embalagem hospitalar.

Internamente, o setor de estoque necessita de monitoramento através de

indicadores. Algumas ações se tornam necessárias, como procedimentos escritos para

o recebimento de materiais; definição de matrizes de responsabilidades; controle efetivo

do estoque físico e do informatizado, melhor planejamento do quantitativo dos itens a

serem adquiridos.

5.4 Redesenho dos processos envolvidos na gestão de materiais na FAU

O redesenho de processos representa uma estratégia importante para a

otimização e desenvolvimento dos mesmos. É uma iniciativa de mudanças que procura

melhorias na qualidade dos processos.

Nesta fase do trabalho, foram propostas melhorias no modo de execução das

atividades visando tornar os processos mais eficientes e proporcionando assim um

melhor controle nos processos anteriormente identificados.

Vale ressaltar que, como sugerido por VAZ (2008), foram consideradas as

relações com o ambiente interno e externo à FAU.

As fontes bibliográficas utilizadas pelos autores nesse trabalho, afirmam que os

processos são conjuntos de atividades que se inter-relacionam numa sequência lógica

agregando valor e transformando entradas ou insumos em produtos ou serviços

destinados ao atendimento das necessidades dos clientes. Nesse contexto, é fácil

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presumir que a necessidade do cliente deve ser a entrada do processo transformada por

uma série de atividades inerentes a este interesse. De acordo com a proposta de um

novo desenho, os processos da FAU foram desenhados macroprocessos gerenciais,

macroprocessos-chave e macroprocessos de apoio representada na Figura 12.

5.4.1 Eficiência da seleção e controle do processo.

Identificou-se que os processos críticos na FAU estão principalmente

relacionados aos processos de apoio, onde são sugeridas intervenções. O Quadro 4

mostra o macroprocesso de logística na FAU.

Figura 12: Redesenho dos processos da FAU (Fonte: Elaboração própria)

Seleção, quantificação de medicamentos;

seleção de forma de aquisição .

Assistência farmacêutica: dispensação de

medicamentos

Processo de logística: acompanhamento dos

níveis de estoque, recebimento de materiais

Processos

Gerenciais

Processo-chave

Processo de

apoio

M

E

D

I

C

A

M

E

N

T

O

C

L

I

E

N

T

E

C

L

I

E

N

T

E

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76

Quadro 9: Macroprocessos de logística

Macroprocesso de Logística

Programação Armazenamento Distribuição

Seleção e programação;

quantificação de

medicamentos; seleção

de forma de aquisição;

elaboração; distribuição

de medicamento ao

cliente

Processo de logística: acompanhamento dos

níveis de estoque; elaboração de lista para reposição de estoque;

recebimento de materiais; registro de entrada;

acondicionamento do material.

Assistência farmacêutica: dispensação de medicamentos

Fonte: Elaboração própria

Depois da identificação dos processos gerenciais, processos-chave e os

processos de apoio, foram necessários buscar ferramenta que permitissem visualizar as

inter-relações dentro do processo. De maneira que para esta representação foi

escolhido o diagrama SIPOC (Fernandes, 2006; Cunha, 2012), sigla em inglês para

Supplier (Fornecedor) – Inputs (Entradas) – Process (Processo) – Outputs (Saídas) –

Customers (Clientes) onde:

o Fornecedor ou Agente: indivíduos, setores, materiais que provem recursos ou

informações.

o Entradas: materiais, recursos ou dados necessários para executar o processo;

o Processo: conjunto estruturado de atividades que transformam o conjunto de

entradas em saídas específicas;

o Saídas: produtos ou serviços resultantes do processo;

o Clientes: indivíduos, setores ou organizações que recebem as saídas do

processo.

O Quadro 10 apresenta o redesenho do processo de solicitação de elaboração

de processo licitatório para reposição de medicamentos industrializados no estoque da

Farmácia Universitária.

Como em qualquer processo é necessário saber de quem é a responsabilidade

de cada etapa, para quem e para onde devem seguir. A matriz de responsabilidades

para este processo é descrita no Quadro 6.

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Quadro 10: Diagrama da proposta para o processo de solicitação de elaboração de processo licitatório

Agente Entrada Processo Saída Cliente

ET/D

Memorando informativo

de necessidade de

elaboração de processo

licitatório

Elaboração de lista de itens

para o processo licitatório

Documento constando

itens, quantidades, código

pelo sistema

COMPRASNET e preço

estimado para compras

D

Determinação de nª de

unidades de cada item

Codificação de cada item

pelo sistema

COMPRASNET

Elaboração de preço

estimado de compra para

cada item

Elaboração de

especificações técnicas

para o edital convocatório

D

Documento constando

itens, quantidades,

código pelo sistema

COMPRASNET e preço

estimado para compra

Elaboração de documento

constando especificações

técnicas, prazo de validade,

itens e quantidades para o

processo licitatório

Memorando de solicitação

de elaboração de processo

licitatório

SCAC

SCAC

Recepção de

memorando de

solicitação de

elaboração de processo

licitatório

Execução de processo

licitatório

Documentação para a fase

de aceitação de proposta

das empresas

fornecedoras

ET

ET

Documentos das

empresas fornecedoras

para a fase de aceitação

de proposta

Verificação de registro na

ANVISA e adequação das

propostas com as

especificações técnicas do

Edital convocatório

Memorando identificando

as empresas fornecedoras

com propostas aceitas

SCAC

Legenda: D (Direção da FAU), SA (Setor administrativo da FAU), ET (Equipe Técnica da FAU), SCAC

(Setor de compras da Administração central da Pró-reitoria de graduação da UFF).

Fonte: Elaboração própria

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Quadro 11: Matriz de responsabilidades do processo de elaboração de solicitação de realização de

processo licitatório

Processo de elaboração de processo licitatório

Atividades Responsabilidade

D ET SA S T SC

Memorando de elaboração de processo licitatório

Elaboração de lista de itens para o processo licitatório

Determinação de nª de unidades de cada item

Codificação de cada item pelo sistema COMPRASNET

Elaboração de preço estimado de compra para cada item

Elaboração de especificações técnicas para o edital convocatório

Documento constando especificações técnicas, prazo de validade,

itens e quantidades para o processo licitatório

Elaboração de documento com especificações técnicas, prazo de

validade, itens e quantidades para o processo licitatório

Memorando de solicitação de elaboração de processo licitatório

Elaboração de edital convocatório para processo licitatório

Execução de processo licitatório

Verificação de registro na ANVISA e adequação das propostas com

as especificações técnicas do edital convocatório

Memorando identificando as empresas fornecedoras com propostas

aceitas

Legenda: D (Direção da FAU), SA (Setor administrativo da FAU), ET (Equipe Técnica da FAU), SCAC

(Setor de compras da Administração central da Pró-reitoria de graduação da UFF).

Fonte: Elaboração própria

Para a execução deste processo devem ser usados indicadores de desempenho

que agreguem informações da avaliação da série histórica de medicamentos

industrializados da FAU. O Quadro 7 apresenta os indicadores sugeridos para esta

monitoração.

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Quadro 12: Indicadores do processo de solicitação de elaboração de processo licitatório

Indicadores Cálculo Periodicidade

Itens sem proposta no processo

licitatório

Nº de itens sem proposta/Nº total

de itens x 100 (%) Sempre que ocorrer nova

solicitação de processo

licitatório Itens cancelados na aceitação no

processo licitatório

Nº de itens cancelados na

aceitação/Nº total de itens x 100

(%)

Fonte: Elaboração própria

O Quadro 13 apresenta o redesenho do processo de solicitação de empenho de

medicamentos industrializados para o estoque da Farmácia Universitária.

Quadro 13: Diagrama de processo de solicitação de empenho de produtos

Agente Entrada Processo Saída Cliente

ET POP de verificação de

níveis de estoque

Elaboração de inventário

mensal do estoque de

medicamentos industrializados

Relatório mensal

de inventário SA

AS Relatório mensal de

inventário de estoque

Avaliação da conformidade do

sistema informatizado de

controle de estoque

Relatório mensal

de estoque de

medicamentos

industrializados

D

Ajuste do registro de estoque

D/ET

Relatório mensal de

estoque de medicamentos

industrializados

Avaliação do nível de estoque Memorando de

solicitação de

empenho de lista

de medicamentos

SCAC Determinação e nº de unidades

de cada item a ser empenhado

SCAC

Memorando de solicitação

de empenhos de

medicamentos

Preparação de NE dos itens

solicitados

NE dos itens

solicitados por

empresa

fornecedora

EF

Legenda: D (Direção da FAU), SA (Setor administrativo da FAU), ET (Equipe Técnica da FAU), SCAC

(Setor de compras da Administração central da Pró-reitoria de graduação da UFF), EF (Empresa

fornecedora).NF (Nota Fiscal), NE (Nota de empenho)

Fonte: Elaboração própria

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80

A matriz de responsabilidades proposta para o processo de solicitação de

empenho de produtos é apresentado no Quadro 14.

Quadro 14: Matriz de responsabilidades do processo de solicitação de empenho de produtos

Processo de elaboração de processo licitatório

Atividades Responsabilidade

D ET AS S A SC

Elaboração de inventário mensal do estoque de medicamentos

industrializados

Avaliação da conformidade do sistema informatizado de controle

de estoque

Ajuste do registro de estoque

Avaliação do nível de estoque

Determinação e nº de unidades de cada item a ser empenhado

Preparação de NE dos itens solicitados

Legenda: D (Direção da FAU), SA (Setor administrativo da FAU), ET (Equipe Técnica da FAU), SCAC

(Setor de compras da Administração central da Pró-reitoria de graduação da UFF), A (Almoxarifado).

Fonte: Elaboração própria

Para o adequado acompanhamento desta etapa sugere-se indicadores e

respectiva periodicidade de seu cálculo no quadro 15.

Quadro 15: Indicadores do processo de solicitação de empenho de produtos

Indicadores Cálculo Periodicidade

Giro do Estoque Valor da venda de um item / Estoque

médio Semestralmente

Cobertura do Estoque Período de tempo / Giro do estoque Semestralmente

Acurácia do Estoque Quantidade física / Quantidade no

registro de controle Mensalmente

Ruptura de estoque Nº de dias sem o produto / Nº total

de dias de um determinado período Semestralmente

Fonte: Elaboração própria

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Chamou a atenção durante o período de análise de dados, a inexistência de um

POP que recomende os procedimentos a serem observados na gestão de materiais.

Este Procedimento foi proposto e se encontra no Apêndice 1.

Foi igualmente proposto um redesenho do processo de recebimento de

materiais pela farmácia, apresentado no Quadro 16.

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Quadro 16: Diagrama de processo de solicitação de recebimento de materiais

Agente Entrada Processo Saída Cliente

EF

Nota Fiscal

(NF)

Recepção de NF da empresa

transportadora

Relatório de

estoque atual SA

Comparação da NF com NE

Verificação das condições físicas das

embalagens e a confirmação das

quantidades dos itens empenhados

Em caso de conformidade total com

as especificações do edital,

assinatura da nota da transportadora

Preenchimento de Formulário de

recebimento de materiais

Anexação do Formulário de

recebimento de materiais a NF e NE

Encaminhamento do material ao

almoxarifado para entrada fica no

estoque

Entrada da NF no sistema

informatizado

EF NF

Em caso de não-conformidade com

as especificações do edital, recusa do

recebimento de material informando a

transportadora do motivo

Memorando de

notificação de não-

conformidade na

entrega de e

solicitação de

adequação da

empresa

fornecedora ao

especificado no

edital

SCAC Preenchimento de Formulário de

recebimento de materiais

Anexação do Formulário de

recebimento de materiais a NF e NE

Legenda: SA (Setor administrativo da FAU), SCAC (Setor de compras da Administração central da Pró-

reitoria de graduação da UFF), EF (Empresa fornecedora), NF (Nota Fiscal), NE (Nota de empenho)

Fonte: Elaboração própria

A matriz de responsabilidades para este processo está descrita no Quadro 17.

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Quadro 17: Matriz de responsabilidades do processo de recebimento de materiais na FAU

Processo de elaboração de processo licitatório

Atividades Responsabilidade

D ET AS S A SC

Recepção de NF da empresa transportadora

Comparação da NF com NE

Verificação das condições físicas das embalagens e quantidades

empenhados

Assinatura da nota da transportadora

Preenchimento de Formulário de recebimento de materiais

Anexação do Formulário de recebimento de materiais a NF e NE

Entrada no almoxarifado para entrada fica no estoque

Entrada da NF no sistema informatizado

Recusa do recebimento de material

Preenchimento de Formulário de recebimento de materiais

Anexação do Formulário de recebimento de materiais a NF e NE

Legenda: D (Direção da FAU), SA (Setor administrativo da FAU), ET (Equipe Técnica da FAU), SCAC

(Setor de compras da Administração central da Pró-reitoria de graduação da UFF), A (Almoxarifado); EF

(Empresa fornecedora), A (Almoxarifado).NF (Nota Fiscal), NE (Nota de empenho)

Fonte: Elaboração própria

Os atores envolvidos em todas estas fases devem estar capacitados através de

treinamento e conversas a respeito das ações e responsabilidades a eles atribuídas.

Estas conversas deverão acontecer trimestralmente para possíveis correções ou ajustes

necessários para que o fluxo de informações seja contínuo e preciso

Para a etapa de recebimento de materiais, deverá ser implementado formulário

próprio (Apêndice 1) que deverá ser preenchido e anexado a cópia da NE e NF e

encaminhada para posterior arquivamento no setor administrativo da FAU.

As atividades de aquisição, recebimento de materiais na FAU, retirada de itens

do almoxarifado e abastecimento do setor de dispensação de medicamentos também

não apresentavam POP. Esses procedimentos operacionais devem descrever o objetivo

ao qual se destinam; estabelecer o procedimento a ser adotado; como proceder ao

registro e acompanhamento das ações provenientes do ato de aquisição, recebimento,

retirada do almoxarifado e dispensação de medicamentos industrializados da Farmácia

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Universitária. Devem ainda descrever o âmbito de aplicação; conter as definições

necessárias ao entendimento do POP e as responsabilidades dos atos executados.

6. LIMITAÇÕES DO ESTUDO

A existência de poucos trabalhos envolvendo a gestão de materiais em uma

farmácia escola de natureza pública constitui uma das principais limitações deste

trabalho. Outra possível limitação é o fato da principal investigadora encontrar-se no

cargo de Diretora da farmácia escola em questão, o que potencialmente poderia inibir os

entrevistados quanto ao apontamento de problemas no processo. No entanto, esta

mesma posição pode ter contribuído para uma visão diferenciada, ou seja, um olhar

como gestora e não como mera observadora e avaliadora.

A baixa qualidade dos registros sobre os processos também constitui uma

possível limitação do estudo.

7. CONCLUSÃO

Este trabalho teve como principal objetivo avaliar a gestão de materiais da

Farmácia Universitária da UFF, mais precisamente relacionada ao fluxo de entrada e

saída de medicamentos industrializados disponibilizados pela farmácia a seus clientes.

Ainda há um número relativamente pequeno de estudos envolvendo a gestão de

materiais aplicada a medicamentos no Brasil, tanto em instituições públicas quanto

privadas. No entanto, em situações de escassez de recursos, a gestão dos processos

envolvidos é condição indispensável nesta área, uma vez que implica em maior

disponibilidade e, consequentemente, uma maior acessibilidade dos medicamentos pela

comunidade.

A metodologia adotada permitiu responder as questões de pesquisa e permitiu

identificar problemas e potenciais intervenções para a melhoria do processo. Como

descrito, a gestão de materiais é um dos processos gerenciais mais críticos na farmácia

escola da UFF, tendo sido identificados muitos problemas em sua execução na

farmácia, os quais podem ter contribuído para agravar ainda mais as ameaças externas

vivenciadas no período.

Verificou-se a inexistência de procedimentos operacionais padrão (POP’s) que

cumpram o disposto pela RDC/ANVISA nº 44 (BRASIL, 2009). A gestão de materiais é

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um dos principais pilares na administração da FAU, exerce papel estratégico por ser

onde se aplica a maior parcela dos recursos orçamentários por meio da compra de

materiais.

Nesse sentido, percebe-se a baixa utilização da informação disponibilizada no

sistema informatizado de gerenciamento de materiais para o planejamento e o

monitoramento dos estoques, uma vez que a melhoria dos processos passa pelo uso

sistemático da informação, exercendo influência direta na capacidade competitiva, de

garantir o alcance dos objetivos pretendidos. Este processo é exemplo de problemas

passiveis de melhoria.

Também ficou evidente a necessidade de treinamento da equipe, bem como da

adoção do uso de indicadores, sugeridos neste trabalho para monitoramento do

processo.

Talvez o entendimento das empresas fornecedoras quanto a característica

institucional da Farmácia Universitária da UFF tenha causado interpretações errôneas

quanto a comercialização dos medicamentos, a situação está demonstrada na avaliação

dos processos licitatórios e na avaliação na etapa de compra e entrega dos materiais

identificado por meio do uso dos indicadores que os monitorarem.

Igualmente importante seria a possibilidade na melhoria da comunicação com as

empresas fornecedoras, elucidando incompreensões no entendimento regulatório e nos

editais, minimizando talvez, a devolução de produtos não conformes.

Certamente o mercado farmacêutico também precisa se adequar ao

atendimento das Farmácias Universitárias públicas, como a FAU, que tem sistema

público de compras e que ao mesmo tempo, deve obedecer a uma legislação que

estabelece os critérios e condições mínimas para a dispensação e comercialização de

produtos farmacêuticos. Esta inadequação também se mostrou importante fator para o

desabastecimento, provocando assim uma ruptura na prestação do serviço aos clientes

da FAU.

Os resultados deste trabalho foram divulgados na FAU e algumas ações já

foram implementadas, devendo ainda ser encaminhados à direção da Faculdade de

Farmácia. Espera-se que eles subsidiem melhorias no processo de gestão de

medicamentos industrializados, em consequência, melhor atendimento aos nossos

clientes.

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102

9. APÊNDICES E ANEXOS

APÊNDICE1

PLANILHA PARA RECEBIMENTO DE MATERIAIS

Garantia da

Qualidade

RECEBIMENTO DE MATERIAIS GQ.XXX

Nº Nota Fiscal Data da Emissão:

Data da Entrega:

Origem (UFF/FEC)

( ) MATÉRIA – PRIMA

( ) INDUSTRIALIZADO

( ) EMBALAGEM

( ) ADMINISTRATIVO

( ) OUTROS

Empresa:

Nº Empenho/Pedido

Data:

Entrega Parcial ou Total:

Valor Total da NF:

Quantidade de volumes:

Laudo (SIM/NÃO)

Devolução de produto ( ) SIM ( ) NÃO

Motivo:

CONFORMIDADE ( ) TOTAL ( ) PARCIAL

NÃO

CONFORMIDADE

Recebido por:

Conferido por:

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103

( ) Embalagem Adulterada - item: ______________________________________ __________

( ) Produto danificado item _________________________________________________

( ) Prazo de Validade item: _________________________________________________

( ) Quantidade item: _________________________________________________

( ) Divergência com Empenho ou Solicitação de compra item: ________________________________

( )Embalagem: ( ) HOSPITALAR ( ) COMERCIAL COM VENDA PROIBIDA AO COMÉRCIO

OUTRAS NÃO CONFORMIDADES OBSERVADAS-