Gestão de Eventos - paginas.uepa.br · eventos esportivos, no qual algumas cidades, consideradas...
Transcript of Gestão de Eventos - paginas.uepa.br · eventos esportivos, no qual algumas cidades, consideradas...
GESTÃO DE EVENTOS:UMA ANÁLISE DO PROJETO TURÍSTICO E CULTURAL “O POVO VAI À PRAÇA”, DE SÃO FRANCISCO DO PARÁ
Ana Síntia Vasconcelos1 Riod César2 RESUMO A pesquisa acadêmica tem a finalidade de ofertar conhecimento através da revisão de diversas literaturas referentes ao tema desenvolvido, abordando e reforçando a importância que os valores sociais do evento cultural, esportivo e turístico aqui estudado apresentam sobre a comunidade local onde este é realizado, tendo em vista a grande capacidade de mobilização da população. Vale ressaltar que o evento é uma ferramenta comum na sociedade e que direciona sua análise para o impacto exercido nas diversas camadas de pessoas e seus efeitos e/ou consequências, investigando a importância dos educadores físicos e sua relação profissional com a organização, coordenação e gestão de projetos e eventos esportivos e ressaltando, ainda, os interesses e a participação da população relacionada à saúde, ao bem estar social e à qualidade de vida dos munícipes, dando ênfase à abordagem dos diversos tipos de gestão, fazendo uma reflexão sistêmica que visa orientar as ações das atividades esportivas e sociais, procurando oferecer uma abertura no que tange as fases principais do planejamento direcionado aos eventos dessa envergadura. Palavras-chave: Gestão. Organização de Eventos INTRODUÇÃO
Esta pesquisa acadêmica teve como finalidade fazer um estudo a respeito
do tema gestão de eventos, no sentido de atentar o profissional de Educação Física
para esta área de atuação, haja vista que esse mercado está cada vez mais
evidente. Visando aprimorar os modelos de gestão ligados a este segmento de
mercado, percebemos a necessidade da atuação de um profissional
academicamente capacitado para exercer tal intervenção, como por exemplo, o
profissional supracitado.
A entrada do profissional de educação física vem fortalecer esse
mercado, visando obter resultados sólidos que superam as expectativas dentro da
indústria dos eventos. Vale ressaltar que o Brasil faz parte do calendário mundial de
eventos esportivos, no qual algumas cidades, consideradas metrópoles, serão sedes
de alguns eventos de alta relevância mundial.
1 Acadêmica do curso de Educação Física da Universidade do Estado do Pará. 2 Professor Especialista em Marketing (FAP) e Docente do Curso de Educação Física - UEPA.
Atualmente, os eventos ocupam lugares de destaques, sendo utilizados
em diversos conjuntos e inúmeras atividades. A existência de um sistema bem
estruturado para registro, armazenamento e circulações das informações é
imprescindível durante a organização, evidenciando a qualidade, independente da
categoria do evento.
Para isso, é preciso executar um planejamento que obedeça e estabeleça
a formação de um processo de captação de recursos, tecnologias, uma equipe de
apoio e profissionais qualificados, além da utilização de instrumentos de
monitoramento e avaliação de todo o processo que vai do suporte na orientação à
capacitação e aos estímulos às ações promocionais dos eventos.
Watt (2004) assegura que, se realizados de forma adequada, os eventos
podem ser uma grande emoção. Caso contrário, se malfeitos, podem representar
uma experiência desagradável para todos os envolvidos. Não se devem poupar
esforços para garantir que tudo seja realizado de forma correta. As definições de
metas e objetivos, os critérios pelos quais os eventos são avaliados e submetidos e
as prerrogativas e requisitos para as formulações de estratégias de mercado
aplicadas na organização dos eventos são fases relevantes.
Nossa pesquisa visou responder uma questão relacionada ao Projeto
Turístico e Cultural “O povo vai à praça”, realizado em São Francisco do Pará e que
teve início em 1984, oferecendo jogos e brincadeiras e atividades de lazer a
crianças, jovens e pessoas da comunidade católica durante a última semana do mês
de julho (SOUSA, 2006).
Com o passar dos anos, essa Gincana (como ficou conhecida na época)
tomou proporções maiores de participação e passou a disponibilizar também
palestras e vídeos educativos nas diversas áreas do conhecimento, exibição de
artesanato local, artes cênicas, torneios de futsal e vôlei de areia e, ainda,
apresentações de grupos de dança e bandas de diversos ritmos. Isso fez com que
esse projeto se constituísse como um Projeto Cultural.
Esse projeto abrange áreas como Saúde, Educação, Esporte, Cultura,
Lazer e Turismo através de atividades de entretenimento, conhecimento e lazer.
Intrinsecamente, o projeto tem o objetivo de gerar emprego e renda para o
município, favorecendo a economia local e a qualidade de vida dos habitantes
(SOUSA, 2006).
Nossa pesquisa desenvolveu-se através de uma análise realizada por
meio de observação de toda estrutura que envolve a elaboração e organização
desse projeto. Dentre os objetivos da pesquisa, destacamos: analisar o processo de
organização do Projeto Turístico e Cultural (com ênfase nas competições
esportivas); analisar a realização do evento “O povo vai à praça”; ressaltar o papel
do profissional de Educação Física na realização de um evento.
Podemos dizer que esta pesquisa se faz relevante para a comunidade
acadêmica, em especial, para professores de Educação Física que buscam
conhecimentos na área de gestão de eventos, mais especificamente sobre como
organizar estes, sejam de cunho cultural, social e/ou esportivo. Além disso, esta
pesquisa apresenta sua relevância social, no sentido de que qualquer pessoa da
sociedade pode vir a ter acesso ao texto e tomar conhecimento a respeito do tema,
assim como conhecer como se dá o processo de organização de um evento e, em
especial, do projeto em questão.
Vale lembrar que o esporte tem se mostrado cada vem mais frequente em
projetos sociais e culturais (públicos e privado). No projeto analisado, o esporte é
percebido através das modalidades futsal masculino e feminino, vôlei de areia
masculino, ciclismo e caminhada.
É importante ressaltar ainda que esse projeto “rompeu” as fronteiras da
praça, expandiu-se e apresenta atividades desenvolvidas em diversos pontos da
cidade: nas quadras de esporte, passando pelos espaços do Serviço Social do
Comércio (SESC) e chegando até aos igarapés (SOUSA, 2006). Nesse contexto,
percebemos a importância social do projeto que, através dessas atividades,
promove a integração da população franciscana (urbana e rural) com aqueles que
visitam a cidade durante o período das férias escolares. A relevância da pesquisa
também se dá também no âmbito cultural, uma vez que esta visa valorizar a cultura
de São Francisco do Pará através dessas atividades, bem como os igarapés
(principais pontos turísticos da cidade).
A gestão e a organização de eventos são áreas ainda pouco exploradas
pelo profissional de Educação Física, em especial pelos graduandos da
Universidade do Estado do Pará que, em sua biblioteca, apresenta pouco acervo de
pesquisas científicas voltadas a esse contexto, uma vez que os acadêmicos voltam
suas pesquisas mais às áreas da saúde e/ou escolar. Nesse sentido, nossa
pesquisa mostra-se como relevante por ser mais uma produção de conhecimento a
respeito desse conteúdo e poderá servir como base para novas pesquisas.
Para tanto, nossa pesquisa encontra-se embasada cientificamente em
obras e textos de pesquisadores renomados das áreas de marketing, gestão e
administração esportiva e organização e gestão de eventos, tais como Philip Kotler,
David Watt, José Ricardo Rezende, Davi Poit, P. Drucker e Maria Cecília Giacaglia.
De posse disso e correlacionando o projeto supracitado ao planejamento
de eventos é possível denotar que a pesquisa em questão desenvolveu-se para
investigar o seguinte questionamento: como ocorre o processo de organização e
realização do Projeto Turístico e Cultural “O povo vai à praça”?
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Podemos dizer que a pesquisa em questão visou, principalmente, analisar
o processo de organização do projeto “O povo vai à praça”. Sabido o objeto de
estudo, vale certificar que a corrente que embasou tal pesquisa foi a fenomenologia.
A fenomenologia, segundo Triviños (1987), data seu início no século XIX
com as idéias difundidas, principalmente, por Edmund Husserl e é definida como
uma ciência que se voltou para a investigação do mundo vivido, no sentido de
estudar as essências e todos os problemas e elevar a importância do sujeito no
processo do conhecimento.
Para Triviños (1987, p. 43) a fenomenologia “é o ensaio de uma descrição
direta de nossa experiência tal como ela é, sem nenhuma consideração com sua
gênese psicológica e com as explicações causais que o sábio, o historiador ou o
sociólogo podem fornecer dela”. Por outro lado, para Belo (2004), essa corrente
exige a capacidade de intuição do pesquisador, no sentido de que ele possa captar
o sentido das coisas. A pesquisa fenomenológica tem como base o conceito de
intencionalidade que está diretamente dirigida a um objeto. Isso nos leva a afirmar
que, na fenomenologia, não existe objeto sem sujeito. Logo, a intencionalidade é
algo puramente descritivo. (TRIVIÑOS, 1987).
Faz-se necessário mencionar que a fenomenologia procura “entender
qual é a origem mais profunda de um fenômeno cultural (...). Portanto, trata-se de
um trabalho analítico, (...) trata-se de analisar, mais do que partir de conceitos,
princípios e deduzir” (BELLO, 2004, p. 100).
Segundo Triviños (1987), Husserl nos fala ainda da intersubjetividade que
corresponde a considerar o sujeito como um sujeito geral e não como um ente
empírico se, diferir o subjetivo e o objetivo. Isso permite à fenomenologia ter como
dado a essência do fenômeno para buscar o conhecimento intersubjetivo, isto é, de
validade para todos e universal.
Cabe ao fenomenólogo estudar “a realidade com o desejo de descrevê-la,
de apresentá-la tal como ela é, em sua experiência pura, sem o propósito de
introduzir transformações substanciais nela” (TRIVIÑOS, 1987, P. 47). Tal corrente
foi escolhida pelo pesquisador, pois atende adequadamente a(s) necessidade(s) da
pesquisa em desenvolvimento. Acreditamos que, através da fenomenologia, será
possível demonstrar a realidade e alcançar resultados relevantes.
Se considerarmos os objetivos da pesquisa, segundo Gil (1991), esta
classifica-se como descritiva, já que visou descrever uma situação ou fato do
cotidiano sem intervir neste.
E, quanto aos procedimentos, a pesquisa apresenta-se como documental,
uma vez que esta, segundo Marconi e Lakatos (1999), utilizou dados advindos de
um documento escrito. Quanto à coleta de dados, Marconi e Lakatos (2007a)
afirmam que essa coleta de dados pode ser feita no momento em que o fato ocorre.
Gil (1991) afirma ainda que esse tipo de pesquisa se vale de materiais que ainda
não receberam um tratamento analítico (neste caso, os documentos de duas
edições do Projeto).
A coleta de dados realizou-se, principalmente, no bairro centro de São
Francisco do Pará, nos dias 26, 27, 28 e 29 de julho de 2011 nos espaços em que
ocorreram as atividades referentes ao Projeto. O pesquisador fez anotações que
julgou serem necessárias para obter informações relevantes.
Para Triviños (1987, p.153):
Observar um ‘fenômeno social’ significa, em primeiro lugar, que determinado evento, simples ou complexo, tenha sido abstratamente
separado de seu contexto para que, em sua dimensão singular, seja estudado em seus atos, atividades, significados, relações, etc.
De acordo com Ander-Egg (apud MARKONI E LAKATOS, 2007a) a
observação pode ser caracterizada em várias modalidades. Nesta pesquisa, a
observação apresenta-se como: 1). estruturada (segundo os meios), pois visa
responder questionamentos previamente estabelecidos, é realizada em condições
controladas e o observador deve ser objetivo; 2). não-participante (segundo a
participação do observador), já que o pesquisador entra em contato com a
comunidade, mas não se integra a ela; 3). individual (segundo o número de
observações), já que a técnica da observação é feita por um pesquisador; 4).
efetuada na vida real (de acordo com o local) pois, segundo Markoni e Lakatos
(2007a, p. 197), “as observações são feitas no ambiente real, registrando-se os
dados à medida que forem ocorrendo”.
Além disso, foi possível obter e analisar dados do Projeto através da
leitura feita a partir dos documentos referentes ao projeto turístico e cultural (Ano
2007; 14ª edição e Ano 2011; 18ª edição) e através também da observação da
organização e do desenvolvimento do projeto (ano 2011; 18ª edição).
Essa fase da pesquisa, de acordo com Markoni e Lakatos (2007a, p. 169),
corresponde à “tentativa de evidenciar as relações entre o fenômeno estudado e
outros fatores.” É neste momento que o pesquisador busca respostas para suas
indagações, estabelecendo relações entre os dados obtidos e as hipóteses
formuladas, chegando a resultados que comprovam ou não essas hipóteses.
Visando chegar a resultados os pesquisadores usam os métodos de
análise. Em nossa pesquisa, utilizamos o método de abordagem indutivo, já que a
aproximação dos fenômenos se direciona para planos mais abrangentes e amplos
(MARKONI E LAKATOS, 2007b). Os métodos de procedimentos dizem respeito a
etapas mais concretas do processo de investigação com o objetivo de explicar os
fenômenos de forma geral. O método que melhor atendeu às necessidades de
nossa pesquisa foi o comparativo, uma vez que
este método realiza comparações, com a finalidade de verificar similitudes e explicar divergências. [...] Ocupando-se da explicação dos fenômenos, o método comparativo permite analisar o dado concreto, deduzindo do mesmo os elementos constantes, abstratos e gerais. (MARCONI LAKATOS, 2007a, p. 107)
Os diversos dados auxiliaram-nos na aplicação desse método de acordo
com a realidade da comunidade que está envolvida no Projeto Turístico e Cultural “O
povo vai à praça”.
GESTÃO DE EVENTOS
Segundo Watt (2004), gestão faz referência à arte de fazer com que os
outros trabalhem. Afirma ainda que gerenciar significa conduzir, dirigir, controlar,
liderar, lidar, auxiliar e treinar, além de que o sucesso da organização de eventos é
resultado de um bom gerenciamento. Ainda de acordo com Watt (2004, p. 37)
O bom gerenciamento é muito importante para o sucesso da organização de eventos locais ou internacionais e a implementação eficaz de princípios e práticas sólidos de gestão organizacional e individual é fundamental. [...] Gerenciamento é fazer com que as coisas aconteçam, por intermédio de pessoas eficazes e processos eficientes.
Carey (apud ROGERS E MARTIN, 2011, p. 100), considera que o ato de
gerir requer “bom-senso, capacidade de pensar em antecipação; planejamento e
atenção aos detalhes, trabalho em equipe e habilidade para ministrar crises.”
Para Drucker (apud WATT, 2004, p. 37), o gestor é “alguém que tem a
tarefa de criar um todo verdadeiro que seja maior do que a soma de suas partes,
uma entidade produtiva que ofereça mais do que a soma de recursos nela
investidos”.
O Projeto “O povo vai à praça” constitui-se como um evento, uma vez que
evento é um acontecimento previamente planejado, com objetivos claramente definidos. Tem um perfil marcante: esportivo, social, cultural, filantrópico, religioso, entre outros. Sua realização obedece a um cronograma e uma de suas metas é a interação entre seus participantes, público, personalidades e entidades. (POIT, 2006, p. 19)
Ainda de acordo com Poit (2006), um evento pode ser definido como um
conjunto de ações profissionais que seguem uma sequência de conceitos para
alcançar as metas pré-estabelecidas. Por outro lado, para Zanella (apud
MESQUITA, 2010, p. 16) “evento é uma concentração ou reunião formal e solene de
pessoas realizada em data e local especial”, visa celebrar algo importante e
significativo estabelecendo uma relação comercial, cultural, esportiva, religiosa.
Para Rogers e Martin (2011, p. 2) um evento pode ser definido como um
termo que descreve “um conjunto de inúmeras atividades na área da comunicação”.
Giacaglia (2003) nos explica que, hoje, os eventos atendem a objetivos
específicos de uma empresa e que, cada vez mais tais eventos possuem finalidades
financeiras. Por isso, empresas promovem eventos: internos, visando estabelecer
uma integração entre seus funcionários - e, às vezes, destes com parceiros e
clientes – e eventos externos com intuitos profissionais e visando, principalmente, a
divulgação de um produto, marca e/ou serviços.
Dentre os inúmeros benefícios dos eventos, podemos citar: o
estreitamento das relações com os clientes, a apresentação dos produtos/serviços,
ganho de novos clientes, obtenção de informações sobre o mercado e os
concorrentes, venda ou transmissão de informações, atualização profissional
técnica, promoção de novos contatos comerciais, entre outros (GIACAGLIA, 2003)
Rogers e Martin (2011) apresentam-nos os benefícios do turismo de
negócios e de eventos, dentre os quais, destacamos: 1). maior margem de lucro, já
que os eventos possibilitam maior retorno financeiro para a cidade-sede; 2).
atividade anual ininterrupta; 3). investimento interno futuro, uma vez que muitos
participantes passam a ser divulgadores do evento e, às vezes, fazem investimentos
na cidade.4). crescimento profissional, principalmente em eventos de grande porte,
já que visam reunir os melhores profissionais de uma determinada área; 5). turismo
“verde” que corresponde à minimização dos possíveis impactos ambientais desse
evento e 6). melhoria na qualidade de vida da comunidade, uma vez que a
comunidade pode usufruir das obras ou construções realizadas para aquele evento.
Esses benefícios fazem com que os eventos sejam cada vez mais úteis e
estejam em crescimento nas pequenas, médias e grandes empresas, além de
abrangerem todas as áreas de negócios, sejam estes de varejo, de atacado, da
indústria, do comércio, de serviços, dentre outras (LYNCH, apud GIACAGLIA, 2003).
Atualmente, segundo Giacaglia (2003) existem muitos tipos de eventos
para atender os objetivos mais específicos e complexos de uma empresa. Esses
eventos são classificados de acordo com alguns critérios. Quanto à finalidade,
podem ser institucionais que têm a finalidade de desenvolver, manter ou aperfeiçoar
a imagem da empresa, ou promocionais que visam resultados de alavancagem de
vendas imediatas, ou seja, tem finalidade exclusivamente comercial.
Quanto à periodicidade, os eventos podem ser classificados como:
esporádicos, pois não tem periodicidade fixa e acontecem de acordo com um
interesse da empresa; periódicos, apresentam periodicidade definida e, geralmente,
fixa ou de oportunidade, têm periodicidade predeterminada e são desenvolvidos de
acordo com oportunidades externas de mercado (GIACAGLIA, 2003).
Os eventos podem ser classificados como locais, regionais, nacionais ou
internacionais de acordo com a área de abrangência. Já quanto ao âmbito, os
eventos podem ser internos ou externos que correspondem, respectivamente,
àqueles eventos que são realizados na própria empresa ou fora dela.
No que se referem ao perfil do público-alvo, os eventos podem ser, de
acordo com Giacaglia (2003) corporativos, pois são voltados ao público de empresas
ou para o consumidor, pois voltam-se para o consumidor final. Nakane (2010, p.
142) complementa esse pensamento afirmando que os eventos corporativos
ocorrem geralmente em salas de diretoria executiva, em centros empresariais, em hotéis ou em seus respectivos salões ou centros de convenções [...]. Há opções alternativas, que incluem campi universitários, navios de cruzeiros, teatros, estádios desportivos ou museus.
E, quanto ao nível de participação, Giacaglia (2003) classifica os eventos
como aqueles que a empresa organiza e gera com recursos próprios, trabalhando
produtos e serviços voltados ao seu mercado consumidor, ou como aqueles em que
a empresa opta por participar indiretamente, por meio de patrocínio e que,
geralmente, são organizados por outras instituições.
Por outro lado, para Lukower (apud MESQUITA, 2010) os eventos podem
ser classificados como sociais, profissionais, mistos, técnico-científicos, eventos de
caráter, artísticos, culturais, religiosos e recepções oficiais. Os eventos sociais
referem-se àqueles que não apresentam objetivo comercial, ou seja, visam a
confraternização de seus participantes (NAKANE, 2010). Os eventos profissionais
são os que priorizam os objetivos comerciais, geralmente são realizados por
organizações (públicas e privadas). Os eventos mistos dizem respeito àqueles que
apresentam objetivos comerciais e sociais.
Qualquer evento que envolva a troca de informações sobre alguma área
de conhecimento é denominado de técnico-científico. Enquanto que os eventos de
caráter, geralmente, estão ligados ao campo de negócios e seus objetivos giram em
torno de demonstração de resultados, apresentação de metas, divulgação de ações
de incentivo, dentre outros (LUKOWER apud MESQUITA, 2010).
Os eventos artísticos são assim chamados, pois estão inseridos em tipos
de apresentações, como peças teatrais, shows e atividades performáticas. E os
eventos culturais constituem as diversas formas de celebração e expressão cultural.
Ainda de acordo com Lukower (apud MESQUITA, 2010), é possível
afirmar que aqueles eventos que apresentam motivações religiosas são
denominados de religiosos. Este tipo de evento, muitas vezes, tem características
sociais e/ou culturais, no entanto, a manifestação religiosa é o seu principal objetivo.
Por fim, temos as recepções oficiais que apresentam características diplomáticas e
devem seguir as normais oficiais de cerimonial e protocolo.
Existem ainda eventos que também podem ser denominados de virtuais,
os quais “são acontecimentos especiais que utilizam plataformas tecnológicas,
agregando pessoas localizadas em diversos pontos geográficos, sem a necessidade
prévia de deslocamento em direção a um único local” (NAKANE, 2010, p. 142).
Assim como nos afirma Watt (2004), é relevante considerar essa
diversidade de eventos e tratá-los em suas particularidades, ressaltando que cada
evento tem suas próprias características que devem ser identificadas e suas
necessidades, atendidas.
Correlacionando os eventos no âmbito da gestão, Watt (2004) cita-nos e
explica-nos as principais funções de um gerenciamento, dentre as quais, detacamos:
criação, solução de problemas, motivação, controle, organização e planejamento.
Para que se possa ter um bom desenvolvimento do evento, faz-se
imprescindível planejá-lo. Rezende (2000, p. 30) afirma-nos que
planejar é decidir antecipadamente o que se pretende fazer, antes da efetivação do trabalho. [...] Planejar é enxergar de forma clara o futuro, prevendo cada ação necessária, os meios envolvidos e o tempo de execução para atingir os objetivos com sucesso.
Nesse âmbito, Poit (2006, p. 14) nos fala que, além do planejamento, é
necessário ter organização, uma vez que “a função organização é a responsável por
fazer o evento atingir seus principais objetivos com o menos dispêndio de recursos.”
Enquanto que Rogers e Martin (2011, p. 80) definem a organização de eventos
como “uma atividade bastante estressante [...] No entanto, quando ela é bem
executada, pode se tornar algo estimulante e recompensador”. Rogers e Martin
(2011, p. 81) lembram-nos que o planejamento de um determinado evento deve ser
realizado com precisão e que, além da dedicação ao trabalho e a atenção aos
detalhes, o ato de criar eventos é “uma tarefa que exige criatividade e talento para
torná-los ocasiões memoráveis”.
No que se refere ao planejamento, Watt (2004, p. 40) nos afirma que
planejar é o processo de estabelecer metas e decidir sobre a melhor estratégia para conquistá-las. […] O valor do planejamento está em reduzir a incerteza, concentrar a atenção nas metas, gerar unidades de propósito, produzir uma operação eficiente e garantir que estabeleçam sistemas adequados de controle.
Roche (2002) denota que o planejamento apresenta as seguintes
diretrizes: é um processo que pode ser formal (escrito) ou informal; exige reflexão
sobre nosso ambiente, no sentido de observar o que aconteceu e acontece ao redor;
supõe previsão do que pode acontecer no futuro; é uma tomada de decisões sobre o
que se quer fazer; e implica estreita relação com o tempo. No que diz respeito à
tomada de decisões, “o planejamento exige eleger uma ação ou um conjunto de
ações, uma atitude, projetos e caminhos” (ROCHE, 2002, p. 18)
Rogers e Martin (2011) consideram que a fase inicial do planejamento
(planejamento e pesquisa) constitui a base para o sucesso do evento, uma vez que
é nesse momento que se define os objetivos do evento, por quem e como será
organizado, onde irá acontecer, quem irá participar e o motivo de sua realização.
Seguindo essa linha de pensamento é que Poit (2006) nos afirma que
existem três categorias de planejamento: 1) Planejamento Estratégico que nos
mostra para onde vamos, com duração de meses ou anos. 2) Planejamento Tático
que define o que fazemos. Tem duração de semanas ou meses. 3) Planejamento
Operacional que define como devemos fazer. Sua periodicidade é de horas ou dias.
Rezende (2000) afirma que o planejamento estratégico deve alcançar
todos os segmentos da organização, geralmente é elaborado pela alta
administração. Enquanto que o tático deve ser elaborado pelos membros de cada
setor/departamento e abranger objetivos específicos para tal. E o plano operacional
deve ser desenvolvido dentro de cada setor, especificando como realizar tarefas e
atividades aos funcionários.
Watt (2004, p. 38) afirma-nos que “criar é o primeiro passo no processo
de planejamento”. Considera que criatividade, iniciativa e inovação são elementos
de fundamental importância para o sucesso do evento e denomina os planos como
sendo: estratégicos, os quais orientam a organização no sentido de seus objetivos
gerais; específicos que são projetados para conquistar determinados objetivos; e
administrativos que explicam como os objetivos serão alcançados (WATT, 2004).
Quanto à solução de problemas, Watt (2004) nos revela que essa função
está intimamente vinculada ao gerenciamento de crises, ou seja, é a capacidade de
resolver problemas antes que esses se transformem em crises. Seguindo etapas
como: levantamento de fatos, especificação de objetivos, identificação do problema,
formulação de soluções alternativas, escolha da melhor solução e aplicação desta e
acompanhar e observar o funcionamento dessa solução (WATT, 2004).
Outra função de gestão mencionada por esse autor é a motivação. Essa
função é exigida primeiramente do líder, uma vez que motivado será mais viável
fazer com que o seu grupo também se motive. Para isso, é preciso que líder e
liderados compreendam claramente as metas e os objetivos do evento e que o líder
tenha conhecimentos do que motiva seus funcionários (WATT, 2004). O controle
supracitado diz respeito ao monitoramento do desempenho de sistemas e recursos,
ou seja, “é a função de gerenciamento que verifica se o que deve acontecer, está
acontecendo ou irá acontecer” (WATT, 2004, p. 39).
De acordo com Watt (2004, p. 51), a organização “é a definição das
atividades especiais a serem realizadas rumo aos objetivos finais”, articulando
atividades em estruturas relevantes. O processo da organização deve ser
esclarecido de acordo com as metas, os objetivos e as necessidades de cada
evento realizado. Ainda segundo Watt (2004 p. 55), a estrutura do evento deve
abranger “o planejamento, o desenvolvimento, os relacionamentos de trabalho e as
formas de atingir os objetivos”.
Watt (2004) nos apresenta outros conceitos relacionados à gestão, tais
como tomada de decisões, construção de equipes, delegação e liderança. No que se
refere à delegação de tarefas, esse autor afirma o quão importante é dar às pessoas
funções à altura de suas capacidades. Segundo Watt (2004, p. 43), “a delegação é
projetada para obter sucesso pela maximização da eficiência, utilizando o tempo, a
especialização e o esforço de todos para o melhor propósito”. Watt (2004) afirma
ainda que é crucial uma liderança eficaz e carismática para definir o caminho e
assumir a liderança para alcançar o sucesso do evento.
No que diz respeito ao profissional de Educação Física nesse contexto de
gestão, citamos, pois, o artigo do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF)
que compreende as competências desse profissional.
Art. 8º - Compete exclusivamente ao Profissional de Educação Física, coordenar, planejar, programar, prescrever, supervisionar, dinamizar, dirigir, organizar, orientar, ensinar, conduzir, treinar, administrar, implantar, implementar, ministrar, analisar, avaliar e executar trabalhos, programas, planos e projetos, bem como, prestar serviços de auditoria, consultoria e assessoria, realizar treinamentos especializados, participar de equipes multidisciplinares e interdisciplinares e elaborar informes técnicos, científicos e pedagógicos, todos nas áreas de atividades físicas, desportivas e similares. (CONFEF, 2010)
Logo, o professor de Educação Física enquanto administrador de um
evento (esportivo, ou não) pode assumir esse papel e deve sintetizar suas funções a
começar pelo planejamento. Para Rezende (2000) é através do planejamento que se
identifica e detalha todo o percurso rumo aos resultados, evitando ou diminuindo a
ocorrência de erros e imprevistos que possam comprometer o sucesso do trabalho,
tudo de maneira contínua, uniforme e flexível.
É importante mencionar, neste momento, que é de fundamental
relevância que o profissional de Educação Física compreenda e tenha a capacidade
de elaborar seu próprio planejamento a partir de suas realidades e circunstâncias,
ou seja, a partir de seu contexto (REZENDE, 2000).
O PROJETO “O POVO VAI À PRAÇA”
Como já foi citado, o Projeto Turístico e Cultural “O povo vai à praça”, é
realizado todos os anos, desde 1993, no município de São Francisco do Pará.
Entendamos melhor agora o contexto em que esse projeto está inserido.
São Francisco do Pará é um município da Região Bragantina, situada no
nordeste do estado do Pará, com cerca de 15.060 habitantes (na zona urbana e
rural) (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, 2010) e que, durante o
período de férias escolares, atrai muitas pessoas que saem das grandes cidades e
buscam o agradável banho de seus igarapés, além de diversão e descanso.
No que se refere ao surgimento do evento realizado em São Francisco do
Pará, Sousa (2006) nos afirma que teve início em 1984, quando um grupo de jovens
ligados à Igreja Católica resolveu oferecer jogos e brincadeiras a crianças e jovens
durante a última semana do mês de julho. Em 1987, ainda baseado em Sousa
(2006), o então prefeito do município percebendo que o grupo de participantes da
Gincana Solidária aumentara significativamente preocupou-se em oferecer outras
atividades, incluindo atividades noturnas.
Em 1993, a organização do evento decide reestruturá-lo, continuando a
oferecer atividades já existentes como o torneio de futsal e de vôlei de areia,
apresentações de grupos de danças, artistas locais e regionais e passando a
oferecer palestras e exibição de vídeos educativos, exposição de artesanato local e
apresentação de grupo de artes cênicas, proporcionando aos munícipes e visitantes
possibilidades de lazer, recreação, entretenimento, cultura e esporte, constituindo-
se, assim, como um Projeto Cultural.
De acordo com o 18º Projeto Turístico e Cultural “O povo vai à praça”
(2011), o projeto visa aumentar o poder econômico da população local, gerando
renda e empregos temporários, promover integração e intercâmbio cultural entre os
munícipes e os visitantes. Além disso, visa melhorar a qualidade de vida dos
participantes do evento através das atividades disponibilizadas, incentivar o esporte
e promover a conscientização ambiental, principalmente no que tange aos igarapés
locais (14º PROJETO TURÍSTICO E CULTURAL “O POVO VAI À PRAÇA, 2007).
Nesse sentido, é possível afirmar que o Projeto analisado é um evento que visa,
também, divulgar o município, bem como atrair parcerias, recursos e investimentos
financeiros.
Outro ponto a ser considerado é o significativo aumento no número de
participantes do projeto. Baseado em Sousa (2006) apresentamos esse gráfico com
os valores referentes ao público participante do projeto entre 2000 a 2004, em
valores aproximados. Baseado nesse quadro, pode-se estimar que o público que
participou das atividades do projeto em 2011 tenha sido de, aproximadamente, 25
mil pessoas.
GRÁFICO 1 Público participante do projeto no período de 2000 a 2004. Fonte: SOUSA, 2006, p.42
No que se refere às modalidades esportivas, podemos citar que foi
disponibilizado torneio de futsal nas categorias: feminino adulto, masculino juvenil e
adulto, torneio de vôlei de areia masculino adulto, torneio de dama, dominó, bilhar
(masculino adulto), passeio ciclístico e caminhada (estes dois últimos, sem fins
competitivos). Essas atividades são denominadas de Jogos de Verão.
A caminhada foi realizada no dia da abertura do evento (26 de julho de
2011) pelo período do final da tarde. O passeio ciclístico aconteceu no dia seguinte
(quarta-feira), também ao final da tarde. Enquanto os torneios de dama e de dominó
ocorreram nas manhãs dos dias 26, 27 e 28 de julho de 2011, em caráter
eliminatório e em parceria com SESC (Serviço Social do Comércio).
Em caráter eliminatório, as 6 equipes de vôlei de areia masculino
competiram nas tardes dos dias 27, 28 e 29 de julho.
O torneio de futsal feminino adulto ocorreu nas tardes dos dias 27, 28 e
29 de julho e contou com a participação de 3 equipes locais que jogaram sob o
sistema de confronto direto. Já o torneio de futsal masculino juvenil aconteceu no
final das tardes dos dias 27, 28 e 29 de julho e contou com a participação de 8
equipes (participantes locais e visitantes) divididas em 2 grupos, as quais foram
submetidas a duas fases no torneio. A primeira fase corresponde à fase de grupos,
2000 8,640
2001 10,368
2002 12,441
2003 14,929
2004 17,914
02,0004,0006,0008,000
10,00012,00014,00016,00018,00020,000
2000
2001
2002
2003
2004
na qual se classificaram as duas
corresponde à fase eliminatória até
categoria.
Este mesmo sistema de
masculino adulto, no entanto, formou
classificaram-se 8 das 12
depois para a fase eliminatória do torneio. Devido ao número de e
categoria do torneio foi realizada
Os torneios de futsal masculino e feminino e vôlei de areia
organizados por um professor de Educação Física
administrador. As modalidades es
participantes (nos anos de 2007 e
foi o que apresentou maior percentual de participação
aproximadamente, 15,16
2007 e em 2011 foram 76 participantes.
O gráfico apresentado abaixo
participantes das atividades esportivas no projeto
de 2007 e de 2011. Tal gráfico nos revela um aumento d
no número de participantes nas modalidades esportivas.
Gráfico 2: número de participantes nas modalidades esportivas
O Projeto analisad
destinadas ao entretenimento. No que se
que a parte de entretenimento tem um peso importante dentro dos eventos e que o
tipo de entretenimento está relacionado à
existente. O Projeto “O povo vai à praça” contou com a p
(inclusive gospel) e bandas locais e regionais
folclórico e teatral, ambos locais.
0
1,000
2,000
3,000
4,000
5,000
6,000
ram as duas melhores equipes de cada grupo e a
corresponde à fase eliminatória até que se chegou a uma equipe vencedora da
mesmo sistema de competição foi destinado à categoria futsal
o entanto, formou-se 3 grupos com 4 equipes
das 12 equipes que melhor se saíram nos jogos.
depois para a fase eliminatória do torneio. Devido ao número de e
categoria do torneio foi realizada durante 12 dias (de 18 a 29 de julho
Os torneios de futsal masculino e feminino e vôlei de areia
professor de Educação Física com colaboração de
As modalidades esportivas mostraram grande avanço no número de
s anos de 2007 e 2011), dentre as quais o futsal masculino
foi o que apresentou maior percentual de participação, sendo este de,
aproximadamente, 15,16%, já que 66 jovens participaram dessa modalidade em
2007 e em 2011 foram 76 participantes.
O gráfico apresentado abaixo evidencia o número de pessoas
participantes das atividades esportivas no projeto, considerando
Tal gráfico nos revela um aumento de, aproximadamente, 34%
no número de participantes nas modalidades esportivas.
número de participantes nas modalidades esportivas
O Projeto analisado contou ainda com atividades noturnas, as quais
destinadas ao entretenimento. No que se refere a isso, Macedo (2010) nos af
que a parte de entretenimento tem um peso importante dentro dos eventos e que o
tipo de entretenimento está relacionado às características do evento e a verba
existente. O Projeto “O povo vai à praça” contou com a participação de cantores
e bandas locais e regionais, além de apresentação de grupos
órico e teatral, ambos locais.
2007= 4.249
2011= 5.696
melhores equipes de cada grupo e a segunda
a uma equipe vencedora da
foi destinado à categoria futsal
4 equipes. Na primeira fase,
que melhor se saíram nos jogos. Passando
depois para a fase eliminatória do torneio. Devido ao número de equipes, essa
ias (de 18 a 29 de julho).
Os torneios de futsal masculino e feminino e vôlei de areia foram
colaboração de um
portivas mostraram grande avanço no número de
2011), dentre as quais o futsal masculino adulto
, sendo este de,
dessa modalidade em
o número de pessoas
os dados dos anos
e, aproximadamente, 34%
ainda com atividades noturnas, as quais foram
, Macedo (2010) nos afirma
que a parte de entretenimento tem um peso importante dentro dos eventos e que o
características do evento e a verba
articipação de cantores
e apresentação de grupos
2007= 4.249
2011= 5.696
O Projeto observado, em parceria com o SESC e sob responsabilidade
deste, apresentou o filme educativo “Quanto vale ou é por quilo?” para adolescentes
acima de 14 anos. O tema do filme retrata as diferenças sócio-econômicas
presentes na sociedade brasileira. Nas dependências do SESC, no início da noite de
28 de julho, também aconteceu uma apresentação de arte cênica do grupo religioso
católico local sob observação, aproximadamente, mil pessoas.
Dentre as últimas observações relatadas (no que tange ao artista gospel e
ao grupo de arte cênica religiosa), podemos afirmar que a relação Igreja-Projeto
estabelecida no princípio do projeto, até hoje, apresenta laços de estreitamento.
A abertura oficial do evento que ocorreu no dia 26 de julho. Observamos
que, nesse momento, os organizadores do evento souberam administrar o atraso de
uma das autoridades convidadas e seguiram corretamente a ordem de fala das
autoridades e seus respectivos lugares à mesa.
No que se refere a isso, Poit (2010) nos fala que a abertura de um evento
(principalmente, esportivo) é um momento de fundamental importância para todos os
envolvidos. Quando bem ensaiada, a abertura traduz-se em satisfação e alegria.
Comparando os objetivos do projeto e o planejamento referente ao
desenvolvimento deste, é possível afirmar que suas atividades aconteceram de
acordo com o planejado assim como as apresentações que estavam previstas. No
mais, não foi observado nenhum caso de lesão e/ou agressão entre participantes
e/ou entre organizadores. Isso nos leva a concluir que o evento alcançou seus
objetivos e obteve sucesso em sua organização e realização de suas atividades.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise produzida durante o desenvolvimento dessa pesquisa
acadêmica reforça e evidencia que esse tema vem chamando atenção,
principalmente nos últimos 10 anos. As manifestações esportivas estão enraizadas
na cultura humana desde os mais antigos registros históricos, então, não há como
ignorar sua inserção nos mais diversos segmentos sociais contemporâneos.
Torna-se relevante neste estudo a análise dos eventos esportivos como
ferramenta e instrumento de gestão, com a finalidade de aperfeiçoar os métodos
dirigidos e atribuídos a uma nova prática na determinação estratégica ligada à
gestão esportiva, na qual os aspectos propostos se aplicam a estas manifestações
que carecem de estudos mais aprofundados, visando a capacitação de futuros
gestores e responsáveis por estes eventos.
Esse cenário vem apresentando profundas (e significativas) alterações no
que se refere ao perfil dos organizadores de eventos em muitas cidades do Pará.
Essas mudanças ocorrem com rapidez, fazendo com que o profissional fique atento
às necessidades das demandas que aparecem e que fazem com que seja preciso
transformar o ambiente de trabalho no qual as imposições se fazem presentes.
Com isso, evidencia-se o papel de um profissional do educador físico
nessa indústria de organização de eventos esportivos. De modo amplo, esse
profissional vem utilizando seus conhecimentos gerais e específicos nas boas
práticas estabelecidas para o gerenciamento de projetos e suas atividades.
É possível observar ainda os trabalhos que tratam da gestão de eventos,
sob a perspectiva do gerenciamento de projetos, sinalizam para a necessidade de
uma reflexão profunda sobre as reais contribuições do uso das metodologias de
gerenciamento de projetos para organizar um evento. Esses indícios vêm
acompanhados de propostas de desenvolvimento de um corpo de profissionais da
área com conhecimentos específicos.
Os dados revelam que existe uma aprovação do público que prestigia e
participa de forma frequente do evento, fazendo com que haja relação de
proximidade, haja vista que segundo, os gráficos apresentados, houve um aumento
da participação popular considerável. Devido a essa analise é que se faz
fundamental a presença do profissional de educação física que saiba dominar e
colocar em prática as ferramentas de gestão e planejamento estratégico direcionado
aos objetivos do projeto, visando a qualidade dos serviços e produtos ofertados
durante o desenvolvimento do evento, ressalta ainda a relevância desse projeto para
a comunidade franciscana.
MANAGEMENT: AN ANALYSIS OF TOURISM AND CULTURAL PROJECT "THE
PEOPLE SQUARE," SÃO FRANCISCO DO PARÁ
Abstract
Academic research is intended to offer knowledge by reviewing different literatures concerning the theme. Addressing and reinforcing the importance of the social values of cultural event sport and tourism have studied here on the local mobilization where this is done in order to mobilize the great capacity of the population. It is noteworthy that the event is a tool that, increasingly is more common in public policy, directing its analysis to the impact which the various layers of society and its effects and / or consequences, investigating the importance of physical educators and their professional relationship with the organization, coordination and management of projects and sporting events and noting also the interests and participation of the population related to health, welfare and quality of life of citizens, emphasizing the approach of the various types of management , causing a systemic reflection to direct the actions of sports and social activities, seeking to offer an opening regarding the major phases of planning directed to the events of this magnitude. Keywords: Management. Organization of events.
REFERÊNCIAS
BELLO, Ângela Alves. Fenomenologia e ciências humanas: psicologia, história e religião. Trad. e org. por Michel Mahfoud e Marina Massimi. Bauru, SP: EDUSC, 2004. CONFEF. Estatuto do Conselho Federal de Educação Física. Publicado no DO nº 237, Seção 1, págs. 137 a 143, 13/12/2010. Disponível em: http://www.confef.org.br/extra/conteudo/default.asp?id=471. Acesso em: 09.04.2012 GIACAGLIA, Maria Cecília. Organização de Eventos: teoria e prática. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003, p. 4. GIL, Antônio C. Como elaborar projeto de pesquisa. 3ª ed. - São Paulo: Atlas, 1991. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Disponível em http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1. Acesso em 18 de dezembro de 2011. MACEDO, Líbia Lender. Serviços de AV (áudio e vídeo) e produção de eventos. In: Eventos: uma alavanca de negócios: como e por que implantar PEGE. Ricardo Ferreira e Elizabeth Wada (Org.). – São Paulo: Aleph, 2010. MARCONI, Marina Andrade e LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa: planejamento e execução de pesquisa, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 4ª edição - São Paulo: Atlas, 1999. ______. Fundamentos da Metodologia Científica. 6ª edição – São Paulo: Atlas, 2007a. ______. Metodologia Científica. 6ª edição – São Paulo: Atlas, 2007b
MESQUITA, Elaine Ferreira. Gestão esportiva: estratégias e mercado de eventos esportivos. 2010, 58p. (Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura Plena em Educação Física da Universidade do Estado do Pará para obtenção de título de Licenciada Plena em Educação Física). Belém, 2010. NAKANE, Andrea Miranda. Destinos: locações gerais para eventos. In: Eventos: uma alavanca de negócios: como e por que implantar PEGE. Ricardo Souto Ferreira e Elizabeth Kyoko Wada (Org.). – São Paulo: Aleph, 2010 POIT, Davi Rodrigues. Organização de Eventos Esportivos. 4ª edição revisada e ampliada - São Paulo: Phorte, 2006. ______. Cerimonial e Protocolo esportivo – São Paulo: Phorte, 2010.
REZENDE, José R. Organização e Administração no Esporte. Rio de Janeiro: Sprint, 2000. ROCHE, Fernando. Gestão Desportiva: planejamento estratégico nas organizações desportivas. Traduzido por Pedro Fritsch. 2ª ed. – Porto Alegre: Artmed, 2002. ROGERS, Tony e MARTIN, Vanessa. Eventos: planejamento, organização e mercados. Traduzido por Ana Paula Spolon. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2011 SOUSA, Idalba Campos. Projeto Turístico e Cultural “O povo vai à praça”. 2006, 49 p. (Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Licenciatura e Bacharel em História da Universidade Federal do Pará – Campus Castanhal, para obtenção de título de Licenciada e Bacharel em História). Castanhal, 2006. TRIVIÑOS, Augusto Silva, Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. 1ª ed. - São Paulo: Atlas, 1987. WATT, David C. Gestão de Eventos em Lazer e Turismo. Traduzido por Roberto Cataldo Costa – Porto Alegre: Brookman, 2004. 14º Projeto Turístico e Cultural “O povo vai à praça”. Tema: Natureza é vida, preserve-a. Acervo da Secretaria Municipal de Cultura de São Francisco do Pará, 2007. 18º Projeto Turístico e Cultural “O povo vai à praça”. Tema: Água: poupar para não faltar. Acervo da Secretaria Municipal de Cultura de São Francisco do Pará, 2011.