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Escola Superior de Cincias Empresariais
GESTO DE CARTEIRAS RENDIBILIDADE E RISCO
o Conceito de carteirao Frmulas de clculo:
oDados histricos;
o Dados previsionais;
oExerccios base
Docente: Snia Carvalho
2014/2015
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GESTO DE CARTEIRAS
2014-15
2Docente: Snia Carvalho
O que se entende por carteira?
uma combinao de activos, que normalmente se associa a um conjunto mais ou menos
diversificado de aces. A teoria de carteiras tenta encontrar a combinao ptima, a melhor
carteira para cada investidor. primeira vista parece que ter inmeras aplicaes no mercado
bolsista, o que certo, mas no se esgota nesse mercado, visto que as suas concluses
tambm se aplicam grande maioria dos problemas de finanas nas empresas.
O problema da carteira centra-se no ambiente de risco. Assim, convm explanar a diviso
clssica entre certeza, risco e incerteza;
o Certezadizemos que existe certeza quando se conhece o que vai acontecer no futuro;
o Risco quando no h certeza sobre o que vai acontecer, mas conhecem-se as
probabilidades de ocorrncia dos diferentes estados de natureza; e,
o Incertezaquando no existe esta ltima informao.
Aceitemos que as decises se tomam num ambiente de risco, admitindo que o decisor capaz
de atribuir probabilidades aos diferentes estados.
uma abordagem estruturada relativa seleco de investimentos em contextode incerteza1
Em situaes de risco, as decises devem-se basear no conhecimento da distribuio de
probabilidade dos diferentes estados.
Admitindo um nico perodo de tempo, o que caracteriza uma carteira ser a rentabilidade que
ela obtm nesse dado perodo, sendo que posteriori ser melhor a carteira que tenha obtido
maior rentabilidade. Deste modo, as decises devem ser tomadas a priori e com base numa
informao; e uma vez que definimos um ambiente de risco, parece claro que a deciso sobre
qual deve ser a carteira ptima depender das distribuies de probabilidades das
rentabilidades das diferentes carteiras e dos gostos pessoais de cada decisor/investidor.
Assim, deveramos comear por perguntar quais so os gostos dos decisores/investidores.
evidente que cada um ter os seus prprios gostos, contudo, podem-se criar algumas
generalizaes que nos ajudam a resolver o problema. Pode-se comear por supor que todo o
1Finanas, Elsio Brando
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3Docente: Snia Carvalho
investidor prefere mais riqueza a menos riqueza, e isto no parece discutvel em princpio. O
segundo pressuposto que se admite fazer que os decisores/investidores so inimigos/avessos
do risco.
Pode-se ento perguntar o que se entende por risco? Eu acredito que todos temos uma ideia
intuitiva deste conceito, e sabemos que umas actividades so mais arriscadas que outras. Se
tivssemos que o associar a algo claramente o associaramos a perigo, dizendo que mais
arriscado o que perigoso. Da no resultar estranho ouvir-se dizer que somos avessos ao
risco.
Em modo de resumo, pode-se dizer que esta teoria assume que os investidores so avessos ao
risco, e assim sendo, para queassumam mais riscos necessrio oferece
-lhes maiores
retornos esperados;
Inversamente, se os investidores pretendem maiores retornos esperados, tm que aceitar um
maior nvel de risco.
Os conceitos de rendibilidade e risco so fundamentais em gesto de carteiras, podendo estes
ser determinados com base em dados histricos ou previsionais e em termos clssicos e
logartmicos. Desta forma, apresentam-se as frmulas fundamentais.
Exemplo:Admita-se dois negcios com rentabilidades mdias iguais de 20%, s que na empresa A, a
rentabilidade varia entre 15% e25%, e na empresa B varia entre 10% e 30%, pode-se afirmar
que a empresa B apresenta um risco superior, contudo, no se pode afirmar que pior; na
realidade at pode ser melhor ou pior segundo as circunstncias. O nico que claro que
mais arriscado.
Porque se supe rapidamente que a empresa A vai ser a preferida?
Esta concluso pode ser precipitada tendo em considerao o conceito de risco que se referiuinicialmente, dado que, podem existir investidores que prefiram a actividade A, outros a B e
outros que sejam indiferentes.
A B15% 10%
25% 30%
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4Docente: Snia Carvalho
DADOS HISTRICOS
Rendibilidade de um valor mobilirio de rendimento varivelnum dado perodo t, com base
em dados histricos: jt jt jtjt
jt
P D PR
P
1
1
Em que:
jtR - Rendibilidade do ttulo j, no perodo t
jtP - Preo do ttulo j, no momento t
jtD - Dividendos distribudos, no perodo t
jtP 1 - Preo do ttulo j, no momento t-1
Se pretendermos a rendibilidade do mercado no perodo t, exprimimos da seguinte
forma: t tmt
t
I IR
I
1
1
Em que:
mtR - Rendibilidade do mercado, no perodo t
tI - ndice de mercado, no momento t
tI
1- ndice de mercado, no momento t-1
Utilizam-se as frmulas logartmicas de forma a reduzir os choques sobre as sries de
rendibilidade, assim, jt jtjt
jt
P DR Ln
P1
, em que,
Ln
representa o logaritmo neperiano
A rendibilidade do mercado ser dada por: tmt
t
IR Ln
I1
Rendibilidade mdiado ttulo j, exprime-se por:n
j jt
t
r rn 1
1
jr
-Rendibilidade mdia do ttulo j, nos n perodos de observao
jtr - Rendibilidade do ttulo j, no perodo t
nnmero de perodos de observaes
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5Docente: Snia Carvalho
O risco medido quer pela varincia quer pelo desvio-padro, sendo estas medidas de
disperso da rendibilidade dos ttulos, em torno da mdia.
Varincia da rendibilidade do ttulo j, expressa-se por: ( )n
jj jt
t
r r
n
2 2
1
1
1
Desvio-padrodo ttulo j, dada por: ( )n
jj jt
t
r r
n
2
1
1
1
A rendibilidade e o risco permitem avaliar a performance de um ttulo ou de uma carteira de
ttulos.
Pode-se afirmar que o risco pode ser divido em risco relativo (coeficiente de variao) e risco
absoluto (desvio-padro), sendo que o coeficiente de variao determinado por:
. .( )
j
j
j
C VE r
, em que
. .jC V - Coeficiente de variao do ttulo j
( )jE r - Esperana de rentabilidade do ttulo j
j - Desvio-padro do ttulo j
Exercc io 1:
Considerando que existem dois ttulos x e y, e apresentam os seguintes dados: ( )x
E r =
22,5%; , %x
7 5 ; ( ) %; %y yE r 10 5 . Determine o risco unitrio de cada ttulo.
Para determinarmos a rendibilidade de uma carteira, para o perodo t, a mdia ponderada
da rendibilidade dos ttulos de carteira, dada por:n
pt j jt
j
r R w1
, em que:
Rendibilidade do ttulo j, em perodo t
Nmero de ttulos que constituem a carteira
Valor de mercado do ttulo j, dividido pelo valor de mercado da carteira, ou seja, a
ponderao do ttulo j na carteira.
A varincia da carteira, expressa por: covn n
j ij i j
i j
w w2
1 1
Covijcovarincia entre as rendibilidades dos ttulos i e j
jt
jt
R
n
w
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6Docente: Snia Carvalho
wiponderao do titulo i na carteira, definido pelo valor de mercado do ttulo i dividido pelo
valor de mercado da carteira
n n
i j1 1
- Significa que todas as possveis covarincias devem ser adicionadas.
A varincia pode ser expressa atravs de: covn
p i i ij i j
i
w w w 2 2 2
1
2
Esta expresso indica-nos que existem 2 covarincias numa carteira de n ttulos, sendo que a
primeira metade da equao d-nos a varincia de cada activo ponderada pelo quadrado e
adicionada, e a segunda metade indica-nos que a covarincia multiplicada pela ponderao de
cada ttulo na carteira e adicionada sendo multiplicada por 2.
Se estivermos perante uma carteira composta exclusivamente por 2 ttulos a varincia ser dada
pela expresso: ( ) cov ( )p ij i i j i ij i i w w w w 2 2 2 2 2 2
1 2 1 , em que:
iw - Representa o peso do investimento aplicado no ttulo i;
iw1 - Peso do investimento aplicado no titulo j;
i
2
; j
2
- varincia da rendibilidade do ttulo i e j respectivamente;cov ij - Representa a covarincia entre as rendibilidades dos ttulos i e j.
Para determinarmos o desvio-padro dos 2 ttulos bastaria considerar a raiz quadrada da
varincia da carteira. Assim, ( ) cov ( )ij p i i j i ij i i w w w w 2 2 2 2
1 2 1
Tambm pode ser determinado segundo a seguinte frmula:
,p i i j j i j i j i j w w w w 2 2 2 2
2 , em que:,i j - representa o coeficiente de
correlao entre as rendibilidades dos ttulos i e j.
Exercc io 2:
Uma carteira constituda por dois ttulos X e Y apresenta a seguinte informao:
Varincia do ttulo X: , ;X X
w2 10 04125
3 ;
Varincia do ttulo Y: , ;Y
w2
220 022
3 ;
Covarincia entre as rendibilidades dos ttulos X e Y,,
cov ,X Y
0 018
Determine o desvio-padro da carteira.
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7Docente: Snia Carvalho
A covarincia combina a varincia com a tendncia das rendibilidades dos ttulos, e ser dada
por: cov ( )( )n
ij it i jt j
t
r r r r n
1
1
1
, em que:
nrepresenta o nmero de observaes;
Os termos das expresses ( )( )it i jt j r r r r representam os desvios das rendibilidades dos ttulos
relativamente s suas mdias.
O coeficiente de correlaoentre os ttulos i e j, dada pela seguinte expresso:cov ij
ij
i j
Este coeficiente mede a proporo da variao total na varivel dependente que explicada
pelos movimentos na varivel independente. Os valores assumidos por este coeficiente variam
entre -1 e +1.
o Correlao perfeita negativa se igual a -1, significando que os 2 ttulos se movem em
sentidos opostos;
o Correlao perfeita positiva se coeficiente igual a +1, verificando o movimento dos ttulos
no mesmo sentido;
o Inexistncia de correlao se coeficiente =0, ou seja, as rendibilidades soindependentes.
Exercc io 3:
Considere as seguintes informaes referentes a 2 ttulos:
Titulo A Ttulo B
Rendibilidade esperada 15% 10%
Desvio-padro da
rendibilidade esperada
12% 8%
Valor do ttulo 1 1,5
Coeficiente de correlao linear entre as rendibilidades esperadas dos ttulos A e B= 0,5
Pretende-se:
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8Docente: Snia Carvalho
1. Supondo que o investidor pretende aplicar 1200u.m. e obter rendimento de10,5%,
determine a composio da carteira a constituir bem como o desvio-padro da respectiva
rendibilidade esperada.2. Resolva a alnea anterior, considerando que o investidor pretende obter um rendimento
de 12%.
DADOS PREVISIONAIS
A rendibilidade esperadado tituloj, dada por: ( )n
j js s
s
E r r 1
Em que,
( )jE r - Representa a rendibilidade esperada do ttulo j, e corresponde mdia esperada das
rendibilidades condicionadas;
Nnmero de estados de natureza;
jsr - Rendibilidade do ttulo j se o estado de natureza ocorrer;
s - Probabilidade de ocorrncia do estado de naturezas.
;
n
s s
s
1
1 0 1
Varincia da rendibilidade esperadado ttuloj dada por: ( )n
j js j s
s
r E r
2
2
1
Desvio-padro da rendibilidade esperada do ttulo j, obtida atravs da raiz quadrada da
varincia, sendo dada por: ( )n
j js j s
s
r E r
2
1
A rendibilidade de uma carteira designa-se por esperana de rendibilidade e dada pelas
seguintes frmulas: ( ) ( )n
p j j
j
E r E r w 1
ou ( )n
p ps s
s
E r r 1
( )jE r - Esperana da rendibilidade do ttulo j;
jw - a ponderao do ttulo j na carteira;
psr - Rendibilidade da carteira se o estado de natureza s ocorre;
s - Probabilidade de ocorrncia do estado de natureza s.
Varincia da rendibilidade da carteira: covn n
p ij i j
i j
w w2
1 1
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9Docente: Snia Carvalho
Ou covn
p i i ij i j w w w 2 2 2
2
Ou ( )n
p ps p s r E r
2
2
Em que:
psr - Rendibilidade da carteira se o estado de natureza s ocorre;
( )pE r - Esperana da rendibilidade da carteira;
s - Probabilidade de ocorrncia do estado de natureza s.
Covarinciaentre as rendibilidades dos ttulos i e j dada por:
cov ( ( ))( ( ))n
ij is i js j s
s
r E r r E r 1
, em que:
;is jsr r - Rendibilidades dos ttulos se o estado de natureza s ocorrer;
( ); ( )i jE r E r - So as esperanas de rendibilidades dos ttulos i e j;
s - Probabilidade de ocorrncia do estado de natureza s.
Exercc io 4:
Uma carteira constituda por 2 ttulos, dos quais se obteve os seguintes elementos
previsionais: os estados da natureza so 3; as rendibilidades condicionadas dos ttulos e do
mercado, para os estados da natureza 1, 2, e 3, so respectivamente:
R1s: -5; 5; 18;
R2s: 6; -6; 12;
Rms: -4; 2; 14;
A ponderao do ttulo 1 na carteira de 60%.
A probabilidade de ocorrncia dos estados de natureza 1 e 2 so de 30% e 40%
respectivamente.
1. Com base nos dados disponveis descreva as antecipaes do gestor da carteira justificando
os clculos necessrios.