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    O texto está estruturado em nove tópicos,incluindo este. No próximo é resgatado um brevehistórico da evolução do movimento ambientalistae da concepção da ideia da sustentabilidade dodesenvolvimento. Na seção seguinte é abordada a

    questão da incorporação da dimensão ambientalpelas empresas, dando destaque aos sistemasde gestão ambiental. O quarto tópico enfocaa pequena empresa, notadamente no que dizrespeito às suas dificuldades e restrições para arealização de investimentos de caráter ambiental.

    Na quinta seção são expostos alguns exemplos deincubadoras, presentes na arena internacional, queatuam sob a perspectiva ambiental. O sexto tópicoapresenta a metodologia utilizada. A sétima seçãomostra o indicador de estratégia ambiental proposto

    pelo trabalho. O oitavo tópico discute o teste daaplicabilidade do indicador em três incubadoras, e oúltimo tópico trata dos resultados da pesquisa.

    2. O advento das preocupações com omeio ambiente

    Alicerçado no tripé abundância de recursosnaturais (inclusive energéticos), aumento daprodutividade do trabalho e presença do Estado de

    Bem-Estar Social, o padrão de “desenvolvimento”predominante ao longo de praticamente todo oséculo XX parecia, até os anos 70, solidamenteimplantado e inabalável. A partir dessa década,os pressupostos que sustentavam os padrõesde produção e de consumo começam a sofrerfortes questionamentos. Os primeiros abalos sãoresultantes do efeito combinado da crise do petróleocom a publicação, pelo Clube de Roma, do relatório“Os limites do crescimento” (BUARQUE, 2004).

    Os alertas sobre os riscos, para o planeta, damanutenção do ritmo de exploração dos recursosnaturais são enfatizados em 1972 na Conferênciadas Nações Unidas sobre o Meio Ambiente

    Humano, realizada em Estocolmo. Considerada ummarco fundamental para uma nova compreensãosobre o processo de desenvolvimento e sua relaçãocom o meio ambiente, uma das suas principaiscontribuições foi a de conceber o desenvolvimentoe o meio ambiente como partes de um mesmoprocesso (BARBIERI, 2006). Essa conferênciarepresentou, também, o início da popularização do

    movimento ambientalista em plano internacional.Com a missão de reavaliar o meio ambiente nocontexto do desenvolvimento, a Assembleia Geralda ONU cria, em 1983, a Comissão Mundial sobre

    Meio Ambiente e Desenvolvimento (BrundtlandComission ). Em 1987 essa comissão publica o

    relatório Nosso futuro comum, introduzindo otermo “desenvolvimento sustentável”, entendidocomo:

    [...] aquele que atende às necessidades do presentesem comprometer a possibilidade das gerações futurasde atenderem as suas próprias necessidades [...](COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE

    DESENVOLVIMENTO, 1991, p. 46).

    No Brasil, um fato pontual, e ao mesmo tempoperverso, marca o despertar da popularização daconsciência ambiental: o assassinato do seringalistaChico Mendes, em dezembro de 1988.

    A década de 1990 experimenta um significativocrescimento de iniciativas e instituições preocupadascom as questões sociais e ambientais do planeta. Em1992, é realizada, no Rio de Janeiro, a Conferênciadas Nações Unidas sobre Desenvolvimento e MeioAmbiente (ECO-92), mobilizando os governos, omeio empresarial (pela primeira vez!) e a comunidadecientífica e ambientalista de todo o mundo. Estavaem pauta a discussão de questões relevantes aomeio ambiente e à sociedade. Como principalresultado da conferência, a cúpula de naçõesaprova a Agenda 21, dando maior disseminação aoconceito de desenvolvimento sustentável.

    Acompanhando esse movimento de despertarde consciências, as últimas quatro décadasobservam o surgimento de grande número deinovações tecnológicas e organizacionais, quepreparam a emergência e a configuração deum novo paradigma de desenvolvimento comrespostas diferentes aos problemas e desafios danova realidade. Criam-se as condições materiaispara a emergência de ideias e propostas para umnovo padrão de desenvolvimento, concebido emoposição e como alternativa ao economicismo dopensamento neoclássico (BUARQUE, 2004).

    3. A incorporação da dimensão ambientalpelas empresas

    Um dos múltiplos efeitos das crescentesmobilizações, em nível planetário, em prol da

    valorização das temáticas ambiental e social, nocontexto das estratégias de desenvolvimento, foio surgimento de pressões pela incorporação depreocupações sociais e ambientais pelas empresas.

    A variável, ou componente, social, começou

    a ser incorporada ao universo empresarial noinício do século passado, notadamente a partir daexperiência de Hawthorn, por Elton Mayo. Surgiaali a chamada escola de relações humanas. Desdeentão, sustentados e impulsionados pelo movimentosindical cada vez mais combativo, os direitos

    Fonseca, S. A. et al.Gestão ambiental: uma súplica do planeta, um desafio ... e pequenas empresas. Prod. v. 20, n. 4, p. 538-548, 2010 539

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    trabalhistas e sociais na empresa ganham espaçoscrescentes, evidentemente que em oposição aosinteresses econômicos e à perspectiva maximizadorade lucros. Nessa disputa, defensores da maior

    valorização dos direitos sociais recebem o apoio de

    organismos internacionais (especialmente da ONU)a partir dos anos 60, quando da criação, em 1963,do Instituto de Pesquisas das Nações Unidas para o

    Desenvolvimento Social. Desde então, os resultadosdas atividades econômicas empresariais (a riquezagerada) passam a ser cada vez mais “reconhecidoscomo um direito inalienável de todos” (BARBIERI,2006, p. 6): ampliavam-se as pressões para queas empresas passassem a destinar um pouco maisde atenção, e de recursos, para o atendimento àsdemandas sociais. Os efeitos mais significativos

    dessas pressões somente se fizeram sentir, noentanto, com o surgimento dos movimentos pelaresponsabilidade social nos anos 90.

    Como aponta Joel Makower, idealizadore dirigente da principal entidade americanarepresentativa dos dirigentes de empresas praticantesda “responsabilidade social”, foi apenas em 1992que as:

    [...] empresas praticantes – ou que se consideravampraticantes – de ideais socialmente responsáveisfundaram sua primeira associação, aBusiness forSocial Responsibility , ou BSR [...] (MAKOWER, 1994,p. 112).

    Ainda naquela mesma década, os ditamescompetitivos da globalização espalharam o conceitoe as práticas a ele inerentes pelo restante doplaneta, notadamente pela Europa, Ásia e América

    Latina, assumindo o status de movimento daresponsabilidade social (COMPÊNDIO..., 2008). Taisavanços ficaram restritos, no entanto, ao camposocial.

    A dimensão ambiental foi, historicamente, aúltima a ter sua importância reconhecida pelocampo empresarial. Resulta disso que, no planoteórico, os estudos sobre o tema, embora já sejam

    volumosos, são recentes, não alcançando mais doque uma década e meia. E quando se fala em tema,a referência é a gestão ambiental na empresa.

    Esse é, exatamente, um dos referenciaisdeste estudo. Pretende-se abordar e discutir aspossibilidades e potencialidades de adoção dagestão ambiental, mesmo que em termos parciais,

    pelas pequenas empresas. O contexto institucionalno qual se insere o estudo é delimitado pelo campode atuação das incubadoras de empresas. Essacircunscrição tem apoio em dois indicativos: ode que as pequenas empresas possuem restriçõesestruturais para a realização de investimentos que

    não diretamente relacionados com a dimensãoeconômica; o de que as incubadoras podem seconstituir em importantes mecanismos facilitadorespara a superação, ao menos em parte, daquelaslimitações.

    3.1. Investimentos empresariais em sistemasde gestão ambiental

    Nas palavras do professor José Carlos Barbieri, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, Fundação Getulio Vargas, a gestão ambientalcorresponde ao conjunto das:

    [...] atividades administrativas e operacionais realizadaspela empresa para abordar problemas ambientaisdecorrentes da sua atuação ou para evitar que elesocorram no futuro [...] (BARBIERI, 2004, p. 137).O mesmo professor Barbieri identifica três

    formas de abordagem de gestão ambiental. Aprimeira delas é de controle da poluição, cujaspráticas, caracterizadas como reativas, levam apenasao cumprimento da legislação e ao estabelecimentode ações para impedir os efeitos decorrentesdos rejeitos gerados pelos processos produtivos,as chamadas soluções end-of-pipe . Outroposicionamento, passível de ser classificado como

    intermediário, é o da prevenção da poluição, em quese conjugam esforços para obter a ecoeficiência dafunção produção. A última das três posturas, comsignificado proativo, é definida como abordagemestratégica, na qual a variável ambiental passa a sercomponente indissociável da estratégia da empresa.Assim, além de práticas de controle e prevençãoda poluição, a organização procura aproveitar asoportunidades mercadológicas e se antecipar aosproblemas referentes à questão ambiental.

    Outra perspectiva de abordagem evolutiva da

    gestão ambiental é a sistematizada por Garrod eChadwick (1996). Para os autores, os estágios paraa implantação da gestão ambiental seriam: 1) ainspeção (ou análise) ambiental; 2) a formulação depolíticas ambientais; e 3) a auditoria ambiental (aoalcance apenas das grandes empresas). Trata-se deuma abordagem cujos estágios podem ser cruzadoscom os de Barbieri. Já Perez-Sanchez, Bartone Bower (2003) sugerem uma estratégia paraimplementação de sistemas de gestão ambiental empequenas empresas, composta por cinco estágios:

    1) obtenção de apoio financeiro; 2) definição deuma estratégia de longo prazo, consubstanciadaem um plano bem elaborado; 3) desenvolvimentode competências internas; 4) construção deredes externas; e 5) criação de clima e culturaorganizacional favoráveis à inovação.

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    Em termos históricos – e aí a referência é àhistória recente –, a evolução da gestão ambientalacompanhou e foi favorecida pelo aprimoramento,de um lado, da legislação ambiental nos maisdiferentes países (algo que não será objeto de

    abordagem neste texto) e, de outro, das normasde certificação ambiental (JABBOUR, 2007). Nesseúltimo caso cabe dar destaque à norma ISO 14001e à Ekoscan (HERAS; ARANA, 2010). Ambos sãomodelos de gestão ambiental, que visam orientaras empresas na elaboração de políticas ambientaise no estabelecimento de estratégias, objetivose metas, levando em consideração os impactosambientais e a legislação ambiental em vigor nopaís (NICOLELLA; MARQUES; SKORUPA, 2004). Aadoção dessas medidas implica, evidentemente, narealização de investimentos, não apenas no plano dagestão, mas também em tecnologias de produtos eprocessos. No caso da ISO 14001, são demandadosinvestimentos que, de acordo com Miles, Munillae McClug (1999), ficam praticamente proibitivospara as micro e pequenas empresas, em virtude doselevados montantes de recursos que demandame da escassez de pessoal interno capacitado paradesenvolver os processos e sistemas exigidos pelospadrões da norma. Já o modelo Ekoscan, emboraconcebido (no País Basco) com foco nas pequenasempresas, ainda assim demanda investimentos nemsempre ao alcance das micro e pequenas empresasmenos capitalizadas.

    Não bastam, no entanto, os investimentosna infraestrutura e na implantação das medidasprevistas nas normas: há que se investir, também,no fortalecimento da consciência ambientalinternamente às empresas. E essa é outra frentede investimentos que demanda um aporte nadadesprezível de recursos. Algo muito mais aoalcance das grandes empresas: pressupõe grandemobilização de esforços para realizar as necessáriase profundas mudanças na cultura organizacional.

    A restrição, que mais uma vez deve serapontada, é que esse padrão de investimentos, domesmo modo que as correspondentes linhas definanciamento, é acessível quase exclusivamenteàs médias e grandes empresas. Pesquisa realizadaem 2003 pela Federação das Indústrias do Estadode São Paulo (FEDERAÇÃO..., 2003), para coletardados a respeito da atuação das empresas no campoda responsabilidade socioambiental, corrobora essaconstatação ao apontar que, embora o número de

    pequenas empresas constantes da amostra fossesubstantivamente superior ao de médias e grandes,as ações, e os consequentes investimentos, noscampos da “responsabilidade social e ambiental”estiveram praticamente concentradas nos doisúltimos grupos.

    4. A pequena empresa e suas restriçõespara a realização de investimentosambientais

    A escolha preferencial pela abordagem,na pesquisa, do campo das Micro e Pequenas Empresas – MPEs – decorre da consciência dasua importância nos contextos econômico, sociale ambiental. Segundo dados do Sebrae (2006), as

    MPEs representavam, em 2005, 98% do total de5,1 milhões de empresas brasileiras, empregando67% do pessoal ocupado no setor privado, sendoresponsáveis por 43% da renda gerada nos setoresindustrial, comercial e de serviços, montante essecorrespondente a 20% do PIB brasileiro. Sob a óticados investimentos nos campos social e ambiental,os dados já não são tão promissores: tomando-seo número de MPEs associadas ao Instituto ETHOS,composto por 249 microempresas e 365 pequenasempresas, chega-se à ínfima proporção de 0,00012%em relação ao total de empresas formais existentes nopaís, de acordo com o IBGE; esse perfil é confirmado,de maneira ainda mais explícita, pela outraorganização representativa do movimento brasileiropela responsabilidade socioambiental, o Conselho

    Empresarial Brasileiro para o DesenvolvimentoSustentável – CEBDS, que, em sua página naInternet*, declara que a entidade “representa grandesgrupos empresariais” (CONSELHO..., 2008). Emâmbito internacional, essa mesma realidade – daimportância econômica e social da pequena empresae do seu distanciamento em relação à gestãoambiental – se replica, como mostram Rutherfoord,

    Blackburn e Spence (2000), Brio e Junquera (2003) e Redmond, Walker e Wang (2008).

    Como se procurou sustentar na seção anterior dotexto, o trânsito das MPEs em direção à adoção daconsciência e à incorporação de práticas ambientaisdemanda volumes expressivos de investimentos. Écondição imprescindível a geração e a difusão deinovações em tecnologias de produtos, processose sistemas de gestão. Além disso, são necessáriosinvestimentos na capacitação (novos padrões deconhecimento) e no treinamento de pessoas.

    A premência da incorporação, pelas micro epequenas empresas, de medidas que contribuampara a melhoria do seu desempenho ambientalevidencia-se, ainda mais, em virtude do fato deelas serem responsáveis por elevada proporção dosdanos causados ao meio ambiente em decorrênciada atividade empresarial – mais de 70% no Reino

    Unido, de acordo com Perez-Sanchez, Barton e Bower (2003).* (http://www.cebds.org.br/cebds/cebds-associados.asp)

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    6. Incubadoras ambientais

    As suspeitas dos autores deste texto quanto àescassez de referências na literatura sobre estudosrelativos a incubadoras com enfoque ambiental se

    confirmaram ao longo da pesquisa. A estratégiametodológica utilizada nesse estágio da pesquisapercorreu os campos da pesquisa bibliográfica eda pesquisa documental. O primeiro delineamento,para buscar textos já publicados, sobretudo emperiódicos. As bases consultadas foram as disponíveisem portais da Internet, notadamente na Web ofScience e no Scielo. O segundo delineamento éaplicável, de acordo com Gil (1991), nos casos emque os materiais consultados ainda não receberamtratamento analítico. Enquadraram-se nesse

    procedimento metodológico os levantamentosrealizados, essencialmente em páginas da Internet. Para a realização das buscas, tanto na pesquisabibliográfica como na documental, foi utilizado umgrande número de combinações de palavras-chave,em três idiomas: inglês, português e castelhano.

    Reconhece-se que o levantamento realizado,embora tenha sido exaustivo, consumindo maisde 40 horas de buscas, não pode ser consideradocompleto, em virtude das seguintes restrições: dapossível omissão, involuntária, de chaves de busca;

    da eventual existência de outras incubadoras,sem registro em páginas da Internet; da limitaçãoimposta pelos idiomas de busca.

    O que a pesquisa realizada revelou foi aexistência, em âmbito planetário, de um númerosupostamente ainda muito restrito de programas,modalidades ou iniciativas de incubadoras commarcas ambientais. Essa timidez quantitativa éevidenciada quando se confrontam os númeroslevantados com os totais estimados de incubadorasde todos os tipos que, de acordo com dados da

    National Business Incubation Association – entidadenorte-americana que congrega as incubadorasdaquele país – ultrapassavam, em 2008, a casa dasquatro mil em todo o planeta (NATIONAL..., 2008).Ora, diante desse registro fica confirmado o patamarnitidamente incipiente dessa modalidade deincubadora. Os dados resultantes do levantamentoconstam do Quadro 1.

    Uma primeira constatação, talvez a principal,que pode ser extraída do quadro é a relativa aoperfil das incubadoras. Observa-se que a totalidade

    delas tem, como estratégia, a oferta de apoios, de variados tipos, a empresas, ou empreendedores, cujosnegócios estão voltados para o desenvolvimentode tecnologias ambientais – notadamente deprodutos, serviços e processos. Essa constataçãodeve implicar o reconhecimento de que são

    incubadoras que atuam junto a empreendimentose projetos situados em fronteiras tecnológicas. Algoque possa ser associado à escala mais elevada dastrês abordagens sugeridas pelo prof. Barbieri. A fimde delimitar conceitualmente esse campo, sugere-se

    a denominação de Incubadoras de TecnologiasAmbientais à tipologia das unidades constantes doquadro.

    A segunda constatação é a de que ficamexplicitamente excluídas, desse padrão de estratégiade incubadoras, as medidas, ações e práticasenquadráveis nas duas primeiras abordagens de

    Barbieri. Isso significa o reconhecimento de que um vasto leque de iniciativas passíveis de contribuírempara aprimorar o desempenho ambiental deempresas genéricas – que representam a esmagadoramaioria do universo das micro e pequenas empresas– não estão presentes entre os tipos de atividadesoferecidas pelas incubadoras de tecnologiasambientais.

    Essa constatação, aliada à já revelada iminentenecessidade da criação de mecanismos que apoiem oaprimoramento do desempenho ambiental das microe pequenas empresas, reforça a ideia de conceberinstrumentos, passíveis de serem incorporadospor incubadoras de qualquer modalidade, capazesde gerar efeitos ambientais positivos às empresasassistidas, às incubadoras e ao ambiente externo.

    É nesse plano que se enquadra a propostadetalhada na seção 7 deste texto. As medidasdescritas, denominadas variáveis de um indicador,compõem um modelo mais amplo, idealizado paraavaliar o desempenho de incubadoras (JABBOUR;

    FONSECA, 2005).

    7. Indicador de estratégia ambiental

    O indicador de estratégia ambiental tem opropósito de apurar o grau de comprometimentodas incubadoras com a dimensão ambiental das suasatividades e das empresas abrigadas. As variáveisdevem ser passíveis de aplicação a qualquer tipo deincubadora e a qualquer atividade econômica dasempresas incubadas.

    Em termos metodológicos, o quadro foielaborado com base nos componentes do sistemade gestão ambiental defendido por Barbieri(2004), acompanhados por aspectos da norma ISO

    14001 e por resultados de observações empíricasrealizadas quando de visitas do autor e de suaequipe de pesquisadores a um número superiora dez incubadoras no estado de São Paulo. OQuadro 2 retrata o indicador, os subindicadores eas variáveis.

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    Quadro 1 . Programas e incubadoras com enfoque ambiental. Nome

    (data de criação) Natureza e vínculo

    institucional Estratégia de apoio Abrangência

    EnvironmentalTechnology Incubator

    Program (2003)1

    Projeto de responsabilidadeda Agência de Proteção

    Ambiental de Taiwan.

    Agência concede apoio financeiroa incubadoras e empresas para o

    desenvolvimento de tecnologias ouequipamentos ambientais.

    Empresas que desenvolvem tecnologias detratamento de resíduos, de recuperação,reciclagem e reuso de resíduos e recursos

    e de análise ambiental.The Alliance of Clean

    Energy BusinessIncubators (2000)2

    Rede de incubadoras vinculada ao NREL (EUA).

    Laboratório apoia incubadoras por meiode rede de investidores, especialistas em

    energia e potenciais clientes. Empresas que desenvolvem tecnologias

    de energias limpas.

    Sweden CleantechIncubators (2007)3

    Incubadora Virtual, vinculada à empresasueca Teknopol AB.

    Apoia incubadoras na agregação detecnologias limpas a negócios nascentes.

    Empresas de variados setores de atividadeambientalmente sustentáveis.

    NUS CleantechIncubator (2002)4

    Incubadora vinculada à Universidade Nacional

    de Singapura.

    Incubadora oferece apoio, instalações erecursos de financiamento para inventores

    e empreendedores.

    Empreendimentos com menos de trêsanos, que desenvolvem tecnologias

    ambientais.

    Sustainable BusinessIncubator (2007)5

    Programa do Instituto paraa Empresa Sustentável,

    da Universidade Fairleigh Dickinson, EUA.

    Incubadora virtual, que oferece apoio anegócios com tecnologias verdes, que

    projetem práticas sustentáveis de negóciosou invistam em novos negócios ambientais.

    Empresas que atuam nos campos deenergias e combustíveis alternativos,

    conservação e reuso de água, de sequestrode carbono, de hidroponia, entre outros.

    Claude Laval WETIncubator (2007)6

    Incubadora vinculada à Universidade do Estado da

    Califórnia, EUA.

    Centro de atividades paraempreendedores, oferecendo acesso àindústria, a especialistas e laboratórios.

    Empresas que desenvolvem tecnologiasnos campos da água e da energia.

    Incubalix (2007)7Incubadora vinculada

    ao IMADESA, em Vitória – ES, BR.

    Incubadora apoia empresas, que busquemalternativas e métodos racionais de uso

    dos recursos naturais.

    Empresas que desenvolvem tecnologiaspara a reciclagem de resíduos para a

    produção de bens e serviços.1Environmental Technology Incubator Program. Disponível em: . Acesso em: 23 jan. 2009.;2The Nacional Alliance of Clean Energy Business Incubators . Disponível em: . Acesso em: 23 jan. 2009.;3Sweden Cleantech Incubators . Disponível em http://www.scti.se/ - 6k – Acesso em: 19 jan. 2009.;4NUS Cleantech Incubator .

    Disponível em: . Acesso em: 19 jan. 2009.;5Sustainable Business Incubator . Disponível em: http://view.fdu.edu/default.aspx?id=5209>. Acesso em: 19 jan. 2009.;6Claude Laval WET Incubator . Disponível em: . Acesso em: 23 jan. 2009.; e7Incubalix .

    Disponível em: . Acesso em: 18 jan. 2009.

    7.1.Detalhamento das variáveis A primeira variável refere-se às iniciativas que

    devem estar presentes quando da concepção doprojeto da incubadora. O projeto, arquitetônicoe de engenharia da incubadora, deve propiciar osseguintes efeitos: conforto ambiental com o menorconsumo de energia, preferencialmente de fontesrenováveis – notadamente solar e eólica; uso desistemas de captação, tratamento e economia derecursos hídricos, privilegiando, na captação, aorigem pluvial; possibilidade de reciclar internamentea maior variedade e o maior volume possível deresíduos gerados pelas operações. Além do projeto dasinstalações físicas, a gestão das operações internas àincubadora deve ser feita de modo a lhe assegurar omáximo de benefícios ambientais. Os autores sugeremser esse um perfil de espaço físico próximo do ideal,dificilmente atingível na realidade da esmagadoramaioria, senão a totalidade, das incubadorasbrasileiras e, quiçá, em plano internacional.

    A segunda variável capta efeitos presentesquando da seleção dos candidatos às incubadoras.

    Logicamente que, para que tais medidas possamproduzir os efeitos auspiciados, é necessária apresença de um conjunto de decisões estratégicas,

    das instituições mantenedoras, dos conselhos e dasdireções das incubadoras: pressupõe uma firmedeterminação para selecionar apenas projetosde empresas que já possuam algum tipo deenfoque ambiental ou que, minimamente, revelempotencial e disposição para implementar medidasde caráter ambiental; demanda a elaboração deroteiros de planos de negócios nos quais estejamexplicitadas as condições ambientais para ingresso

    e permanência; implica a elaboração de editais deseleção que contenham, claramente contemplados,os requisitos ambientais para a aprovação dosprojetos; contempla a elaboração de contratos deadesão que apontem, de forma clara, os direitos eas obrigações de cunho ambiental, do mesmo modoque as implícitas punições por descumprimento.

    A terceira variável visa medir as ações de caráterpermanente que as incubadoras devem realizar, com

    vistas a assegurar o aprimoramento contínuo dascondições e dos efeitos ambientais das operações

    das empresas – e das suas próprias. São os cursos,treinamentos, visitas, projetos, intercâmbios deinformações e outras atividades, tendo o propósitode difundir informações, tecnologias e técnicasambientais para empresários, trabalhadores epúblico externo.

    544 Fonseca, S. A. et al.Gestão ambiental: uma súplica do planeta, um desafio ... e pequenas empresas. Prod. v. 20, n. 4, p. 538-548, 2010

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    Quadro 2 . O indicador e suas variáveis. Indicador Subindicadores Variáveis

    I n d i c a

    d o r

    d e e s

    t r a t

    é g i a a m

    b i e n

    t a l

    Gestão ambiental

    1. Requisitos ambientais no projeto de infraestrutura da incubadora.2. Condicionamento (através do plano de negócios e edital) a cumprimento de requisitos ambientais

    pelas empresas.3. Atividades permanentes de educação ambiental e de difusão de informações, tecnologias e técnicas

    ambientais para empresários, trabalhadores e público externo. Processos operacionais

    da incubadora4. Uso de fontes limpas de energia pela incubadora.5. Tratamento de esgoto feito pela incubadora.

    Processos operacionaisdas empresas

    6. Minimização do uso de água no processo produtivo.7. Minimização do uso de energia no processo produtivo.8. Minimização do uso de insumos do processo produtivo.9. Minimização da quantidade dos efluentes (sólidos e líquidos).10. Utilização de insumos reciclados ou biodegradáveis.11. Reaproveitamento dos descartes.12. Diminuição da emissão de gases poluentes.

    A quarta variável avalia a matriz energéticadas incubadoras, valorizando o uso de fonteslimpas de energia (no limite a eólica e a solar). Aquinta variável, também considerando, no limite,uma situação ideal, tem o propósito de investigara existência, o alcance e a qualidade de eventuaissistemas internos de captação, tratamento edisposição de efluentes líquidos.

    As variáveis numeradas de 6 a 8 buscam apurarse as empresas investem na redução dos insumosconsiderados críticos do ponto de vista ambiental:energia, água e matérias-primas. As variáveis 10 e 11procuram avaliar a presença e a intensidade de duasoutras práticas ambientais com uso crescentementedifundido: a substituição de insumos poluentes,não renováveis ou primários, por biodegradáveis,renováveis e reciclados; o reaproveitamento deresíduos e efluentes, tanto no próprio processoprodutivo como destinando-os para outrasatividades externas.

    As variáveis 9 e 12 visam apurar a presença depráticas estreitamente relacionadas com as medidaspela variável 11, ou seja, a redução do descarte deresíduos e efluentes. Tais práticas significariam,no limite, a eliminação de quaisquer agressõesambientais por poluição.

    8. Resultados

    Para avaliar a validade e a aplicabilidade das variáveis, foi realizada uma pesquisa junto atrês incubadoras situadas em igual número demunicípios no interior do Estado de São Paulo. A

    primeira delas com perfil mais próximo da tipologiade tecnológicas e as outras duas situadas no campodas ditas tradicionais. A intencionalidade foi ocritério central para a seleção das incubadoras:municípios próximos do campus, para redução decustos; incubadoras com as quais havia certo grau

    de afinidade com os gerentes, para facilitar a coletade dados; representatividade tipológica – maiornúmero de tradicionais, menor de tecnológicas.Cumpre observar que esses critérios guardamperfeita afinidade com o delineamento do estudode casos, como mostra Yin (1990).

    Para verificar a aplicabilidade de cada variávelàs realidades das incubadoras e das empresasincubadas foi necessário investigar as atividadesnucleares de cada empresa e conhecer seus processosoperacionais.

    A estratégia metodológica seguida foi a dapesquisa qualitativa, realizada por meio de visitas àstrês incubadoras, durante as quais foram coletadosdados em profundidade sobre as estruturas físicase os fluxos e processos das incubadoras e dasempresas. O delineamento foi o de estudo de casosmúltiplos, no qual cada incubadora foi tratadacomo um caso. Os instrumentos de coleta de dadosutilizados foram a observação direta e as entrevistas,ambas apoiadas em roteiros previamente elaborados.A pesquisa revestiu-se de caráter exploratório,inerente à abrangência restrita dos seus resultados– impossibilidade de extrapolação – e ao estágioincipiente do conhecimento no campo particular dagestão ambiental em incubadoras. Os dados foramsendo analisados simultaneamente ao processo decoleta – em conformidade com o método qualitativo– e por cruzamento, para identificar similaridades edistanciamentos. Uma das expectativas presentes éa de que os resultados possam oferecer referenciaismetodológicos para uma ampliação do alcance dapesquisa.

    O Quadro 3 apresenta a síntese da análise dosdados.Conquanto o delineamento da pesquisa tenha

    sido o do estudo de casos múltiplos, ficará omitida,na análise dos resultados, a descrição detalhada decada uma das incubadoras que foram objeto do

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    detectadas nas empresas – redução do uso de energiae de insumos e reaproveitamento de descartes –ocorrem por motivações de caráter ambiental oupor outras razões, e se são implementadas de modopróprio, pelas empresas, ou se por indução das

    incubadoras. Outra falha detectada foi a ausênciade medidas: o formato dos instrumentos nãopermitiu apurar o grau de comprometimento dasempresas com práticas ambientais.

    • Para além do propósito de testar as variáveis,os dados coletados forneceram uma evidênciapreocupante: a ausência, quase completa, deestratégias ambientais explícitas, pelas incubadorasou pelas empresas abrigadas. Essa constatação deveser tomada com as devidas reservas, em virtudedo alcance limitado e do caráter exploratório dapesquisa.

    • Relacionando os resultados com os referenciaisde gestão ambiental constantes da literatura, épossível inferir que tanto as incubadoras como asempresas nelas abrigadas encontram-se, quandomuito, enquadráveis no primeiro estágio daclassificação de Barbieri (2004). No contexto daabordagem sugerida por Garrod e Chadwick (1996),as incubadoras e as empresas situaram-se aquémdo primeiro estágio (de diagnóstico ou inspeçãoambiental). O mesmo enquadramento se aplicaquando referenciado à estratégia sugerida por

    Perez-Sanchez, Barton e Bower (2003). Quandoos modelos referenciais de gestão ambiental são asérie ISO 14001 e a Ekoscan, o distanciamento serevela ainda maior.

    9. Conclusões

    Os resultados da pesquisa convergiram comparcela substancial das constatações contidasna literatura, notadamente no que diz respeito àbaixa propensão das micro e pequenas empresaspara realizarem investimentos ambientais. Quandoinvestem, reagem muito mais a estímulos de ordemeconômica do que movidas por educação ambientalou consciência quanto à necessidade de adotarposturas ambientalmente solidárias.

    O mesmo pode se dizer em relação às incubadoras.Os responsáveis pelas três unidades investigadasdurante a pesquisa revelaram, explicitamente, quenão é papel da incubadora investir na promoçãode estratégias ambientais junto às empresas, oumesmo na difusão de sistemas de gestão ambiental.

    Uma inferência que pode ser extraída, e para a quala pesquisa forneceu indícios, é que os gestores deincubadoras não estão tecnicamente qualificados,e culturalmente convencidos, para enfrentaros desafios inerentes à implantação da gestãoambiental.

    É nesse contexto que o instrumentalmetodológico testado na pesquisa pode se enquadrar.As variáveis, que ora foram utilizadas para avaliarpatamares de desempenho de incubadoras, sob aótica ambiental, podem vir a ser tratadas como

    instrumentos de apoio, tanto à qualificação dosgestores de incubadoras como ao delineamento dasestruturas e fluxos de atividades capazes de inseriras incubadoras no campo da sustentabilidadeambiental.

    Para o alcance dessa finalidade é necessário, noentanto, o aprimoramento das variáveis, de modoque possam captar diferentes intensidades dosmúltiplos aspectos do desempenho ambiental dasincubadoras.

    Num plano mais geral, a pesquisa revelou, e aíde forma bastante convergente com a literatura,que diferentes tipos de empresas demandam

    variadas formas de abordagem da gestão ambiental. Nada mais natural, portanto, do que o desenho dedistintas configurações padronizadas de variáveis,devidamente parametrizadas, para atender àsparticularidades tipológicas de incubadoras.

    Para finalizar, cabe registrar o reconhecimentode que o alcance potencial de incubadoras, diantedo universo de micro e pequenas empresas,existentes no Brasil e em todo o planeta, ébastante restrito. Nada impede, no entanto, queessa modalidade organizacional possa ser tratadacomo espécie de cobaia, para testar e avaliar aaplicabilidade e a operacionalidade de um conjuntode instrumentos de potenciais políticas públicas,capazes de promover estímulos das mais variadasordens (econômicas, psicológicas, mercadológicas,legais, culturais e outras), indutores da adoção deestratégias, práticas e sistemas de gestão ambiental,pelas empresas abrigadas e assistidas. Paralelamenteaos testes, devem ser consideradas, com base nas

    variáveis do indicador, as potenciais barreiras, domesmo modo que o conjunto dos custos implícitosà implantação de tais políticas públicas.

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    Environmental management: a planet’s pledge, a challenge forpublic policies, incubators and small firms

    AbstractThe paper aims to contribute to academic reflections on the role of business incubators as institutional agents to promoteenvironmental performance by small firms. Based on the assumption that these firms have natural structural weaknesses and,as a consequence, intrinsic difficulties in investing in environmental assets, the paper suggests that a particular public policy,namely, business incubators, could contribute to overcoming these barriers and thus pave the way for environmental investments.Two important findings should be highlighted: a) the neglect of the incubators investigated (and thus, of the nurtured firms)

    with respect to environmental performance; b) the absence of stimuli, from business incubators, for environmental investments. From the results, an important conclusion may be drawn: namely, that where weak patterns of environmental performance are

    identified, both the incubators and the firms being nurtured, should create and implement an array of measures, consistingmainly of public policies, conducive to changes in behaviors and attitudes. Keywords Business incubators. Environmental strategy indicator. Environmental management systems. Performance evaluation of businessincubators.

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