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1 - Contextualização (problemas e objetivos) Sabe-se que a utilização de energia elétrica é vital para garantir as atividades industriais e sociais. O Brasil é um país que conta com uma grande capacidade energética, baseada principalmente na geração hidráulica, a qual representa 70,6% do total da matriz [1]. Diante deste cenário, a recente crise hídrica que afeta o estado de São Paulo [2] apresenta-se como um desafio de gerenciamento governamental dos recursos energéticos com possíveis impactos ambientais e sociais, os quais já estão sendo percebidos no dia-a-dia (racionamento de água, aumento da tarifa energética, aumento do uso de usinas termoelétricas e outras fontes não renováveis). Figura 1: Matriz elétrica brasileira [1] 29 p. Para ilustrar a gravidade da situação, no ano de 2013 a porcentagem de geração de energia atribuída às fontes renováveis sofreu uma queda de 5,2% em relação ao ano anterior [1], cenário este que só tende a piorar. Notoriamente, isto está vinculado ao aumento do uso de usinas termoelétricas para suprir a demanda causada pela crise hídrica, o que acarreta uma maior taxa de emissão de dióxido de carbono e outros gases nocivos, além de encarecer o preço da energia, uma vez que o custo de produção por meio da queima de combustíveis fósseis é significativamente elevado quando comparado ao da geração hidroelétrica [3].

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1 - Contextualização (problemas e objetivos)

Sabe-se que a utilização de energia elétrica é vital para garantir as atividades industriais e sociais. O Brasil é um país que conta com uma grande capacidade energética, baseada principalmente na geração hidráulica, a qual representa 70,6% do total da matriz [1]. Diante deste cenário, a recente crise hídrica que afeta o estado de São Paulo [2] apresenta-se como um desafio de gerenciamento governamental dos recursos energéticos com possíveis impactos ambientais e sociais, os quais já estão sendo percebidos no dia-a-dia (racionamento de água, aumento da tarifa energética, aumento do uso de usinas termoelétricas e outras fontes não renováveis).

Figura 1: Matriz elétrica brasileira [1] 29 p.

Para ilustrar a gravidade da situação, no ano de 2013 a porcentagem de geração de energia atribuída às fontes renováveis sofreu uma queda de 5,2% em relação ao ano anterior [1], cenário este que só tende a piorar. Notoriamente, isto está vinculado ao aumento do uso de usinas termoelétricas para suprir a demanda causada pela crise hídrica, o que acarreta uma maior taxa de emissão de dióxido de carbono e outros gases nocivos, além de encarecer o preço da energia, uma vez que o custo de produção por meio da queima de combustíveis fósseis é significativamente elevado quando comparado ao da geração hidroelétrica [3].

Diante do exposto, formas de economizar energias tornam-se imperativas. Dentro do campus de São Carlos da Universidade de São Paulo nota-se um desperdício relacionado ao esquecimento de luzes, ar-condicionado e equipamentos elétricos em geral ligados fora do período no qual se fazem necessário. Tendo em vista que trata-se de uma universidade de grande porte, este desperdício torna-se significativo e justifica medidas de mitigação.

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2 - Conceitos/boas práticas

Não é difícil observar equipamentos que ficam ligados mesmo quando não estão em uso, isso tanto para ambientes familiares quanto para ambientes escolares e industriais. Isto é decorrência da desatenção ou mesmo da falsa crença de que os gastos energéticos desta natureza são irrelevantes. Para ilustrar como esta mentalidade (deixar equipamentos ligados ou em standby sem necessidade) constitui uma má prática, pode-se observar na tabela 1 a porcentagem do consumo residencial de energia gasto com aparelhos no modo standby.

Tabela 1: Perdas por Standby em diversos países [4]

Notoriamente esta parcela é considerável e justifica formas de combate como campanhas de conscientização e sistemas automáticos de desligamento. A título de exemplo, recentemente a ANEEL lançou uma campanha nacional de uso consciente de energia, cuja cartilha [5] dentre outras práticas, aconselha o desligamento dos equipamentos que não estejam sendo utilizados. Em São Carlos, a USP adotou como solução a contratação de alguns poucos monitores e vigilantes que, dentre outras atribuições, são responsáveis pelo desligamento das luzes e equipamentos dos blocos de ensino. Apesar do esforço para conter tais gastos observa-se que os mesmos persistem, principalmente devido à desatenção de alunos e professores, e possivelmente mau planejamento das atividades dos monitores e vigilantes que acreditam que sua atribuição resume-se ao desligamento dos equipamentos apenas ao final do expediente.

Diante do exposto, a ideia de um sistema automático constitui uma solução válida e possivelmente mais eficaz. No entanto, existem algumas poucas ressalvas quanto à sua implementação no campus. Assumindo o sistema idealizado o qual opera o desligamento automático poucos minutos após o término das aulas e permite o religamento apenas minutos antes do próximo horário de utilização, tanto professores quanto alunos podem oferecer certa resistência à implantação, dado que muitos professores necessitam estender a duração de suas aulas, assim como ministrá-las fora do horário previamente estipulado, ao passo que os alunos costumam utilizar as salas para estudo fora do período de aula.

No caso de aulas fora do período determinado, o sistema exigiria uma burocracia por parte do professor que teria que entrar no ambiente virtual de controle com certa antecedência para efetuar o cadastro dessa aula excepcional. Caso o professor exceda o tempo mais a margem de segurança determinados para sua aula claramente ocorrerá um problema o qual o projeto não

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prevê uma solução, o que possivelmente seria um fator determinante de resistência à implantação do sistema.

Já para o aluno que tem o hábito de estudar nas salas fora do período de aula, o sistema o forçaria a buscar lugares apropriados como bibliotecas e espaços compartilhados de estudo, evitando assim um desperdício de energia, já que acender as luzes, e possivelmente ventilador e/ou ar condicionado, para apenas um aluno aumenta muito o consumo per capita de energia.

Por fim, a implementação do sistema exige pequenas mas significativas mudanças na instalação elétrica dos blocos de ensino o que possivelmente causaria resistência por parte da administração da USP se os ganhos forem poucos.

Apesar das resistências anteriormente mencionadas, a ideia mostra-se promissora principalmente devido à sua simplicidade e por basear-se em projetos similares já previamente implementados e cujas vantagens são reconhecidas socialmente. A título de exemplo, o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) indica que construções prediais que almejem obter "Certificação de Edifícios quanto à Sustentabilidade" devem evitar desperdícios por meio de sistemas de desligamento automático de iluminação baseados em sensores de presença e programadores de horário [6].

Quanto aos desafios técnicos relacionados à implementação do sistema de desligamento proposto, cabe dizer que existe uma vasta literatura técnica de projetos similares e inclusive mais complexos por basearem-se, por exemplo, na medição da quantidade de luz presente nos ambientes para controlar as lâmpadas de forma a manter a iluminação no mínimo exigido pela norma reguladora [7].

Portanto, conclui-se que apesar das possíveis resistências de implementação o projeto tem grande potencial para promover benefícios sociais e não apresenta grandes desafios técnicos uma vez que a engenharia necessária à implementação está bem documentada inclusive para sistemas de maior complexidade.

-fatores críticos (resistências, dificuldades)

-fatores de sucesso

3 Estudo de caso (diagnostico)

4 Estudo de caso (proposta/viabilidade)

5 Conclusão crítica

[1] Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Balanço Energético Nacional, 2013, Brasília, Ministério de Minas e Energia (MME, 2014)

[2] ANDREU, VICENTE. São Paulo: águas e números. Disponível em: <http://www2.ana.gov.br/Paginas/imprensa/artigos.aspx>. Acesso em 23/05/2015

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[3] Atlas de energia elétrica do Brasil / Agência Nacional de Energia Elétrica. 3ª ed. - Brasília: Aneel, 2008. 30 p.

[4] CLEMENT, Kristien; PARDON, Ief; DRIESEN, Johan. Standby power consumption in Belgium. In: Electrical Power Quality and Utilisation, 2007. EPQU 2007. 9th International Conference on. IEEE, 2007. p. 1.

[5] Cartilha de Consumo Consciente / Agência Nacional de Energia Elétrica. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/hotsite/energiaconsciente/>. Acesso em 23/05/2015

[6]Características dos Sistemas Prediais para Atender aos Requisitos de Certificação de Edifícios quanto à Sustentabilidade / Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP). Disponível em: <http://www.sindusconsp.com.br/downloads/eventos/2011/sistemas_prediais170611/>. Acesso em: 24/05/2015

[7] de Lima, D. A., & Zientarski, J. R. R. DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE CONTROLE AUTOMATIZADO DA ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL DE INTERIORES.