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ANO IV – NÚMERO 10 – DEZ/2017 A MAR/2018 nesta edição: entrevista com amyr klink Gestão: os desafios em busca de resultados

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ANO IV – NÚMERO 10 – DEZ/2017 A MAR/2018ne

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> EDITORIAL

É com essa sensação de missão cumprida que fechamos o ano e anun-ciamos a décima edição da Revista Canal, que vem coroar nossa satisfação com as realizações internas e externas do SINDCON, e nos dá ânimo para os desafios do próximo período.

Conforme vocês já devem ter percebido, esta é uma edição renovada da Revista Canal, que chega com inovação no projeto gráfico, um layout mais arejado e novas editorias que conversam com o cotidiano dos associados.

Com base em pesquisa realizada entre nossos leitores, apresentamos novidades significativas, começando pelo aprofundamento em temas es-pecíficos a cada número. Dessa feita, o assunto escolhido foi “Gestão”.

Seções novas foram introduzidas, como a “Janela do Associado”, um espaço de visibilidade para as iniciativas de destaque em concessionárias de todo o Brasil; também em função do interesse imediato de leitura, re-forçamos matérias da seção sobre “Tecnologia”, que sempre trará as no-vidades que estão circulando no âmbito técnico do saneamento, de forma simples e didática.

Em “Setor”, damos atenção aos avanços à participação da iniciativa pri-vada no saneamento, buscando reforçar os caminhos possíveis para seu fortalecimento, com foco na informação de quem está acompanhando de perto o dia a dia das operações.

Com as mudanças, esperamos consolidar a Revista Canal como refe-rência de informação para o profissional que atua no segmento privado de saneamento no Brasil.

Brindamos a todos esses avanços, desejando uma excelente leitura e tam-bém um final de 2017 e começo de 2018 repletos de sucesso e realizações.

Voltaremos na edição de abril de 2018!

Prontos para 2018!ALEXANDRE LOPESPresidente do SINDCON

EXPEDIENTE

Diretor Presidente:Alexandre Ferreira Lopes (Sanessol)Diretor de Relações Institucionais e Corpora-tivas: Carlos Henrique Paganetto Roma Junior (Prolagos)Diretora de Gestão e Finanças: Elisa Ribeiro da Silva Novaes Coelho (Águas de Marília)Diretor de Tecnologia e Qualidade: Leonardo Silva Macedo (São Gabriel Saneamento)Diretor de Relações Trabalhistas: Carlos Hen-rique da Cruz Lima (Águas de Niterói)Presidente do Conselho Diretor: Giuliano Vito Dragone (CAEPA - Companhia de Água e Es-goto de Paraibuna)

Conselho Diretor: André Ferreira (Iguá Sane-amento), André Lermontov (Águas de Nova Friburgo), Carlos Roberto Ferreira (Sesamm), Eduardo Berrettini (Samar), Elizabeth Maia de Souza Mattoso Maia (Águas de Juturnaíba), Felipe Bueno Marcondes Ferraz (Nascen-tes do Xingu), Fernando Humphreys (Águas Guariroba), Heraldo José de Lima (Ambient), Oswaldo Cruz (Águas do Mirante), Eduardo Caldeira (Águas de Andradina), Luiz Pannuti Carra (CSJ), Maria Elena Simonin Ibertis (Sa-nama - Saneamento Alta Maceió), Osvaldo Rodrigues Souza (Manaus Ambiental), Marcel Henrique Corazza (Sagua - Soluções Am-bientais de Guarulhos)

Conselho Fiscal: Eduardo Cerquetani (ESAP), Márcio Salles Gomes (Águas do Imperador), Ronaldo Oller Tossi (Águas de Votorantim).

StaffDiretora Executiva do SINDCON: Ana Lia de CastroAssessoria Técnica:Giuliana Talamini e Patrícia MisturaGestão Financeira:Eliana Gonçalves BurattoGestão Administrativa:Elaine Cristina das ChagasAssistente de Comunicação:Mariana ZitoComunicação:Ana Rizzo - Comunicação IntegradaAssessoria de Imprensa:Em Foco Assessoria de ComunicaçãoAssessoria Jurídica:Lacaz Martins

Av. São Gabriel, 149 - Cj 507 - Itaim BibiCEP: 01435-001 - São Paulo/SPTel.: 55 11 [email protected]

REVISTA CANAL SINDCONUma publicação do SINDCON - Sindicato Na-cional das Concessionárias Privadas de Servi-ços Públicos de Água e Esgoto

CONSELHO EDITORIALAna Lia de Castro - Diretora Executiva do SINDCONGiuliana Talamini e Patricia Mistura - Assesso-ria Técnica do SINDCONAna Rizzo Comunicação IntegradaAurea Figueira e Nelson Lourenço - Em Foco Assessoria de Comunicação

Desenvolvimento e gestão do projeto: Ana Rizzo - Ana Rizzo Comunicação IntegradaRedação: Em Foco Assessoria de Comunica-ção | Jornalista responsável: Nelson Lourenço (MTb 22.899)Fotos: acervo Sindcon, páginas 7, 8 e 9, Katia Gardin e páginas 17 e 18 Marina Klink.Projeto Gráfico: Desafio ComunicaçãoImpressão: Gráfica MundoTiragem: 5.500 exemplaresPeriodicidade: quadrimestral

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> NESTA EDIÇÃO

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CAPAGestão com resultados

O tema é “Gestão”. A iniciativa privada no saneamento já é reconhecida por sua excelência nesse quesito, mas como se dá a gestão nas operações? Gestão de pessoas, de comunicação, de processos, financeira e de recursos. Planejamento estratégico e monitoramento dos indicadores de desempenho. Selecionamos especialistas de renome para falarem sobre esses assuntos. Esperamos que o resultado seja uma edição para ler e guardar, inaugurando esta nova fase da Revista Canal.

EDITORIALUma nova revista Canal

SIRIAs principais discussões sobre saneamento no país

JANELA DO ASSOCIADOA importância dos indicadores no planejamento estratégico

SETORA importância de se elaborar o PMSB e revisar o Plansab

TECNOLOGIALançamentos na feira ABES/Fenasan e outras novidades

CAPACITAÇÃOUm balanço dos últimos eventos de capacitação ministrados pelo SINDCON

ARTIGOGestão da Qualidade, por Ambra Nobre Sinkoc

NA REDEAtualidades e links de interesse que circulam na rede

COM A PALAVRAAmyr Klink defende mudança de cultura para o saneamento

MAIS GESTÃODicas da Cristiane Correa, escritora de best sellers com expoentes da gestão

SINDCON RECOMENDAOs principais eventos técnicos que movimentam o setor no Brasil e no mundo

Gestão é fazer certas as coisas. Liderança é fazer as coisas certas.

Peter Drucker

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> JANELA DO ASSOCIADO

Com 1,5 milhão de pessoas atendidas ou beneficiadas, a GS Inima Brasil é uma companhia que possui oito concessões de sa-neamento no país. Adotado há cerca de três anos, o planejamen-to estratégico da holding é extensivo a todas essas unidades e tem sido implementado com sucesso, sendo um exemplo do uso de indicadores em processos referentes à atividade de conces-sionárias de saneamento.

Indicadores do planejamento estratégico são instrumentos de medição que verificam se as metas definidas pelo plano es-tão sendo atingidas. Eles podem medir desde o desempenho co-mercial da empresa até a performance de processos e pessoas. Cada plano gera uma série de ações que devem ser monitoradas pelos indicadores.

O plano da GS Inima, por exemplo, possui vários indicadores

De olho nosindicadores de performanceConseguimos atingir as metas? A resposta a essa pergunta reside na avaliação dos índices que fazem parte da aplicação do planejamento estratégico

Operação na concessionária Ambient, em Ribeirão Preto...

que permitem avaliar se a operação da empresa está sendo bem-sucedida em diversos aspectos: operacional, financeiro, contratual, recursos huma-nos, satisfação do cliente, entre outros.

“Cada processo tem seus próprios indicadores. Alguns são comuns a todas as operações, e outros são específicos”, explica o diretor técnico da em-presa, Giuliano Dragone. “Entre os indicadores que estão presentes em todas as operações estão os de perdas físicas de água, EBITDA (lucro antes de despesas), satisfação do cliente e taxa de frequên-cia de acidentes. Uma concessão plena de abasteci-mento de água e esgotamento sanitário terá mais itens a serem medidos do que uma concessão

Indicadores do planejamento estratégico são instrumentos de medição que verificam se as metas definidas pelo plano estão sendo atingidas.

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> JANELA DO ASSOCIADO

parcial. As metas podem ser diferentes, va-riando de acordo com o contrato e a maturi-dade da concessão”, exemplifica.

Além de sua importância para avaliar se a empresa e suas concessões estão atingindo os resultados previstos, os indicadores são a base para que sejam realizadas ações de benchmarking (comparativos), não apenas en-tre as próprias operações, mas também com concessões administradas por outros grupos.

E por que devemos medir tudo o que fa-zemos? “Porque o que não se mede, não se gerencia nem se controla”, lembra Giuliano. No grupo GS Inima Brasil, há inclusive uma área de Controladoria que dá suporte na gestão de performance das empresas, de modo a asse-gurar que suas metas e seus objetivos sejam atingidos por meio dos indicadores de gestão.

O planejamento inicia-se com a elabora-ção do orçamento participativo de todas as empresas, na definição de metas econômicas, comerciais e técnicas, e avaliação de priorida-des para o atendimento aos contratos.

Com isso, os gestores de cada área ele-gem quais indicadores chaves (KPI’s) são fundamentais para avaliar as operações. O acompanhamento desses indicadores é re-alizado por meio de sistemas informatizados e um dashboard (painel) que consolida as informações e ajuda a compreender e mo-nitorar qualquer eventual desvio das metas.

O planejamento, enfim, está em todas as fases do processo. “Tudo passa por um bom planejamento de curto, médio e longo pra-zos”, finaliza Eduardo Berrettini, conselheiro do SINDCON e também integrante da equipe da GS Inima Brasil.

...e em Araçatuba: cada processo tem seus próprios indicadores

“o que não se mede, não se gerencia

nem se controla”

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> TECNOLOGIA

A Bentley Systems apresentou o software de modelagem hidráulica Wa-terGEMS, já adotado, por exemplo, pela concessionária Prolagos, no estado do Rio de Janeiro.

O aplicativo permite ter uma aborda-gem sistemática para criar, comparar e otimizar cenários de modelagem hidráu-

A Toray apresentou uma linha completa de membranas filtrantes para tratamento de águas e efluentes, com destaque para as do tipo MBR (biorreator com membra-nas), Osmose Reversa e Ultrafiltração.

A Higra trouxe à feira novidades como o Turbogerador Anfíbio, um sistema com-pacto de geração de energia composto por gerador elétrico do tipo submerso molha-do, refrigerado pelo próprio fluido que pas-sa pela máquina; e turbina especialmente

O equipamento portátil realiza a ava-liação das condições da rede em até três minutos sem a necessidade de ter conta-to com o esgoto, com ganhos de produti-vidade e performance.

Show de novidadesO Congresso ABES e a Fenasan 2017 que aconteceram de 3 a 5 de outubro, em São Paulo, apresentaram um show de novi-dades para cerca de 4.000 congressistas e 25.000 visitantes. Confira aqui alguns dos principais lançamentos tecnológicos apresentados pelos congressistas e expositores.

Sistema de Modelagem Hidráulica

Membranas de última geração

Turbogerador anfíbio

Avaliação rápida em redes coletoras de esgoto

Parceria Bentley e Prolagos

Marcelo Bueno, gerente regional da Toray

Estande da Higra. Da esquerda para a direita: Alexsandro Geremia (CEO), Silvino Geremia (presidente do Conselho), Gil Passos (Chief Revenue Officer) e Greco Moura (CIO)

Rodrigo Medeiros, diretor comercial da Loksan

lica, a fim de garantir o abastecimento de água à população em qualquer circuns-tância. No caso da Prolagos, a ferramenta faz parte do esforço da concessionária na gestão das demandas sazonais provoca-das pelo turismo na temporada de verão, que provoca um fluxo de quase 2 milhões de usuários às cidades por ela atendidas.

De acordo com o gerente regional da empresa, Marcelo Bueno, a tecnologia de membranas é hoje considerada uma al-ternativa de ponta na gestão de águas e efluentes.

projetada para alcançar alto rendimento.Segundo a empresa, cada turbina é oti-

mizada conforme o projeto da instalação onde ela será utilizada. Os sensores do sis-tema suportam uma submersão contínua sob pressão de até 40 bar.

O dispositivo funciona com um trans-missor e um receptor utilizados em conjun-to. Por meio da transmissão acústica, o re-ceptor interpreta os sinais e indica se existe a obstrução na rede.

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TECNOLOGIA

A alternativa doreúso e da dessalinização

Associados da ABCON marcaram presença no Congresso Mundial sobre Dessalinização e Reúso de Águas na América La-tina, promovido pela Associação Internacional de Dessalinização (IDA), de 15 a 20 de outubro, em São Paulo. As empresas GS Inima, Suez e Veolia participaram como expositoras junto às principais empresas de tecnologias e projetos que atuam nessas áreas, no Brasil e no mundo.

Os principais temas abordados nas sessões de debate do Con-gresso foram a política, desenvolvimento, governabilidade, finan-ças e desafios de mercado para o reúso e a dessalinização. Atual-mente, no Brasil, as tecnologias de dessalinização e de reúso são predominantemente direcionadas ao setor industrial. Poucas são as iniciativas das empresas prestadoras de serviço de água e es-goto, mesmo nos casos de reúso de efluentes para fins industriais e urbanos (não-potáveis).

Entre os projetos que tiveram destaque no evento estão o Aquapolo e o Programa Água Doce do Ministério do Meio Ambiente (MMA). O primeiro, já reconhecido como uma das boas iniciativas de parcerias público-privado, é re-sultado da associação entre a BRK Ambiental e SABESP.

O Aquapolo fornece por contrato 650 litros/segundo de água de reúso para o Polo Petro-químico da Região do ABC Paulista. Neste pro-cesso, o efluente proveniente da ETE ABC é submetido ao processo de ultrafiltração para atender os parâmetros definidos no contrato com o Polo Petroquímico.

Dirigentes da GS Inima e GS Inima Brasil

8 CANAL SINDCON

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Já o Programa Água Doce do MMA atende cerca de 2.600 famílias do semiárido brasileiro que consomem água tratada por meio de des-salinizadores. O sistema é composto por poço tubular profundo, bomba, dessalinizador, re-servatórios e tanques de contenção do efluen-te. Em alguns locais, o sistema é integrado com soluções para o efluente do dessalinizador, que é enviado para tanques de criação de peixes e, posteriormente, aproveitado para a irrigação da planta erva-sal, que, por sua vez, é utilizada na produção de feno. É um sistema integrado, sus-tentável e operado pela comunidade local.

Para dessalinização em maior escala, há ex-pectativa de instalação de uma planta para a região metropolitana de Fortaleza, capital cea-rense. A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) recebeu propostas de empresas inte-ressadas em estudos e projetos que deverão responder por uma capacidade de 1 metro cú-bico por segundo. Conforme a Cagece, o incre-mento vai significar aumento de 12% na oferta de água, beneficiando cerca de 720 mil pessoas.

Entre os principais entraves para o avanço destas soluções no Brasil estão a necessidade de um arcabouço legal que regule os diferentes usos da água, com padrão de qualidade adequa-do e segurança para os usuários, e a viabilidade econômico financeira destes projetos frente às demais opções tecnológicas adequadas para cada território.

A orientação legal mais recente sobre o tema reúso é a Resolu-ção Conjunta SES/SMA/SSRH nº 01, de 28.06.2017, publicada pelo Estado de São Paulo, que “Disciplina o reúso direto não potável de água, para fins urbanos, proveniente de Estações e Tratamento de Esgoto Sanitário”.

A resolução define como fins urbanos a água de reúso destinada para irrigação paisagística; lavagem de logradouros e outros espa-ços públicos e privados; construção civil; desobstrução de galerias de água pluvial e rede de esgotos; lavagem de veículos e combate a in-cêndio. Além disso, ela estabelece padrões para duas categorias: uso com restrição moderada e uso com restrição severa.

Sobre a viabilidade financeira dos projetos de Reúso e Dessalini-zação, é necessário avaliar caso a caso, mas a probabilidade maior de adoção destas tecnologias são em regiões vulneráveis em ter-mos de disponibilidade hídrica e qualidade dos mananciais.

Alessandro Hidalgo, Fabian Fenoglio e Federico Lagreca, da Suez

Yves Besse, diretor geral de projetos Latam da Veolia

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Com o projeto Aquapolo, a iniciativa privada tornou-se pioneira no reúso industrial de água em São Paulo e no Brasil

> TECNOLOGIA

SP ganha regulação pioneira sobre reúso urbano de águaPadrões internacionais de qualidade são foco de regras inéditas no Brasil e pretendem incentivar reaproveitamento

As secretarias de Saneamento e Recursos Hí-dricos (SSRH), de Meio Ambiente (SMA) e de Saú-de do Estado de São Paulo publicaram Resolução conjunta que disciplina o reúso direto não-potável de água para fins urbanos.

As diretrizes são inovadoras no âmbito do sa-neamento no Brasil e regulamentam as possibili-dades de uso da água proveniente de estações de tratamento de esgoto sanitário. Apenas a Sabesp individualmente fornece 468 litros de água de reú-so por segundo no estado, um indicador do poten-cial de economia e sustentabilidade da Resolução.

Desde 1998 a empresa reaproveita interna-mente e para indústrias os efluentes tratados do esgoto, que passam por um processo mais refi-nado de limpeza para ser utilizado em lavagem de ruas, rega de jardins, e até mesmo tingimento de tecidos, sendo uma importante fonte para poupar os mananciais de abastecimento.

A reutilização de água fica permitida para a limpeza de ruas e logradouros, lavagem de veículos especiais como trens, ônibus, aviões e caminhões, como de coleta seletiva ou construção civil,

também a irrigação de parques e jardins, desentupimento de tubulações de esgoto e drenagem urbana, combate a incêndios e na construção civil. O agronegócio, uso predial e águas pluviais devem ser objeto de futura regulamentação.

Como atende ao setor público e pri-vado igualmente, a expectativa é que as regras incentivem amplamente o reúso de água e, principalmente, o investimen-to e pesquisa em tecnologias afins.

O grande diferencial da Resolução conjunta SES/SMA/SSRH nº1, de junho de 2017, é a implementação de índices de qualidade definidos por padrões interna-cionais da Organização Mundial de Saú-de - OMS, da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura - FAO e da Environmental Protection Agency – EPA.

O resultado é a certeza de segurança para usuários e demais envolvidos nas atividades que utilizam água de reúso.

“a expectativa é que as regras

incentivem amplamente o

reúso de água e, principalmente,

o investimento em pesquisa em

tecnologias”

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> CAPA

outros setores dando o exemploFator humano:

Muitos administradores acreditam que o segredo de uma boa gestão está nas pessoas. Afinal, por trás de cada processo bem--sucedido existe uma equipe responsável por executar as ativi-dades necessárias àquele trabalho.

Uma das adeptas dessa visão é Luiza Helena Trajano, presiden-te do Conselho de Administração do Magazine Luiza e vice-pre-sidente do IDV – Instituto de Desenvolvimento do Varejo. Luiza é das empresárias mais admiradas do país. Como gestora, ela é uma grande incentivadora de pessoas, pois acredita que, além da inovação, uma empresa se distingue pelo atendimento – e atendi-mento depende basicamente do engajamento da equipe, inclusive

Luiza Trajano: é preciso investir no engajamento da equipe

dos gestores. ”Olho todos os dias o SAC do Ma-gazine Luiza e, se a equipe não dá a resposta ao cliente, eu mesmo respondo. Isso faz parte de nossa cultura, de nosso DNA, e tenho que pre-servar esse princípio, mesmo que a empresa tenha hoje milhares de colaboradores”, afirma.

No atendimento ao cliente, a empresa foi muito além do SAC e criou, de forma inova-dora, uma mascote virtual, a Lu, que conversa com os clientes e fica à disposição para auxiliar quem não está familiarizado com os processos de e-commerce e quer adquirir os produtos do Magazine Luiza pela internet. A Lu se tornou tão popular que, no último Dia dos Namorados, teve seu perfil inscrito em um aplicativo de re-lacionamento e ganhou 150.000 pretendentes.

E não é apenas dessa forma, no SAC, que ela compartilha momentos com a equipe. São comuns na empresa sessões em que todos re-zam juntos e reuniões de sugestões para am-pliar as vendas.

Entre os princípios adotados por Luiza na ges-tão de pessoas, ela destaca algumas atitudes que considera essenciais: • exercer a liderança para levar as pessoas mais longe;• valorizar diferentes tipos de inteligência;• ser ético e praticar a transparência no dia-a-dia;• motivar a equipe (inclusive com incentivos fi-nanceiros). O Magazine Luiza investe muito em programas de desenvolvimento humano, be-nefícios e meritocracia.

Talvez esses sejam os segredos do suces-so da empresa fundada pela família de Luiza no interior de São Paulo, em 1957, e que ela soube expandir nas últimas décadas. Hoje, o Magazine Luiza tem mais de 800 lojas em todo o país, e é eleito todos os anos como uma das melhores empresas para se trabalhar no Brasil.

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Planejamento. E mais planejamen-to. Parece uma obviedade, mas essa é a principal recomendação que os especialistas da área financeira que atuam no segmento privado de sane-amento indicam a quem trabalha com gestão financeira de concessões de água e esgoto.

“Sabemos das dificuldades na gestão do dia-a-dia. Basta citar o quão difícil é a disciplina para um flu-xo de caixa previsível, que restrinja ao mínimo os gastos não-planejados”, explica o diretor da Iguá, Luis Afon-so Migliani Bazzo. “O alto custo do financiamento de curto prazo, por si só, já deve acender o sinal amare-lo na gestão das despesas. E esse tipo de preocupação não é aplicável apenas aos negócios com receitas reguladas, mas sim a todo modelo de gestão”, completa.

Afonso lembra outro aspecto im-portante que ganhou ainda maior relevância na gestão financeira nos últimos tempos: o respeito ao com-pliance. “Precisamos vencer o pa-radigma que diz que regras, normas e políticas que criem rastreabilidade são entraves à rapidez”, afirma.

Tomando como exemplo nova-mente a questão do financiamento, Afonso comenta: “Sabemos bem que o acesso a estruturas de capital de longo prazo, com menores custos, está cada vez mais vinculado ao rígi-do cumprimento dos mais elevados padrões de governança. Esta é uma condição básica de operação de ago-ra em diante, em especial para o seg-mento de infraestrutura.”

Confira a seguir algumas peculiari-dades que comprovam a tese de que a gestão financeira no saneamento é tão ou mais exigente do que a gestão praticada por outros setores.

Trabalhando sob estrita regulação

Concessionárias de saneamento são empresas de serviços públicos. Elas trabalham sob a remuneração de tarifas que, essencialmente, devem ser regu-ladas. Atuam na condição de monopólio natural, ou seja, são as únicas a presta-rem os serviços de água e esgoto em suas respectivas regiões. Dito isso, existe alguma diferença na gestão financeira dessas empresas em relação a outras que atuam em segmentos onde há intensa competição de preços?

Para o consultor Paulo de Souza Soares de Almeida, sócio da Azee Consul-toria, a resposta é não. “A dependência da regulação não significa que a gestão financeira das empresas de saneamento seja mais ou menos complicada. A regulação pelo mercado é, muitas vezes, tão ou mais severa do que a regula-ção por organismos reguladores ou pelo titular dos serviços. O que devemos observar é que, no caso das concessionárias, existem algumas especifici-dades importantes, o que faz com que a atenção do gestor financeiro esteja voltada para particularidades que assumem maior relevância nesse tipo de operação”, explica.

O primeiro item destacado por Paulo é o comportamento da receita. O sinal de alerta será acionado caso estas diminuam de modo consistente. Entre os fatores que podem afetar o equilíbrio econômico e financeiro das concessio-nárias estão a inadimplência dos usuários e o custo da energia.

Equilíbrio financeiro

Afonso Bazzo: o compliance ganha relevância na gestão financeira

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> CAPA

Paulo: “tudo se reflete no financeiro”

O incremento no faturamento já é algo mais complicado, pois ao contrário de concessionárias de telefonia, por exemplo, a busca por receitas adicionais advindas de serviços agregados é bastante limitada. De qualquer maneira, conforme assinala Paulo, o contrato, desde que bem estruturado, seguindo estudos de viabilidade econômica, traz segurança financeira à operação.

Reduzir perdas físicas e comerciais de água e, consequentemente, garantir a arrecadação, é um caminho natural da atividade das concessionárias privadas. “A gestão das empresas de saneamento deve dedicar especial atenção ao com-bate não só às perdas, mas também às fugas dos sistemas que afetam direta-mente o desempenho financeiro da operação”, acrescenta Paulo, que também é membro do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF/SP).

Outra medida corriqueira da gestão financeira é controlar custos e despe-sas, procurando ser mais eficiente nessa relação. “Se possível, a concessio-nária deve almejar ir além dos padrões de eficiência exigidos pelo contrato”, avalia o consultor. Para tanto, é necessário recorrer a um suporte tecnológi-co apropriado, manter uma equipe de compras afiada ou mesmo contar com a terceirização em atividades não-diretamente relacionadas à atividade-fim.

O “chato” da turma?Não tem jeito. É de responsabili-

dade da área financeira estar sempre atento à eficiência da empresa em relação a custos e despesas, e “cutu-car” – no bom sentido – outros de-partamentos para que a organização alcance um desempenho financeiro positivo.

“Tudo se reflete no Financeiro”, defende Paulo Almeida. Ele lembra que o gestor de finanças precisa ter uma visão ampla e saber se rela-cionar e trabalhar junto com outros setores da empresa. “Uma organiza-ção moderna não pode ter feudos. O Financeiro deve atuar perfeitamente alinhado com essa visão, participan-do ativamente das decisões, mes-mo não sendo o executor das ações. Nosso papel é estar permanente-mente atentos às oportunidades que surgem para que a empresa tenha um melhor desempenho financeiro”, completa.

O gestor de finanças precisa ter uma visão ampla e saber se relacionar e trabalhar junto com outros setores da empresa.

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Melhoria contínua

Lembre-se Está disponível ao associado o eBook “Métodos, Sistemas e Gestão por Processos”, que foi construído du-

rante o Workshop de Gestão e Controle Operacional do SINDCON realizado em julho, em São Paulo. O material traz conceitos da gestão estratégica do negócio, gestão por processos, gestão da qualidade e

indicadores, com exemplos reais mapeados pelos participantes, vivência e conhecimentos técnicos dos pro-cessos dos ciclos dos serviços de água e esgotamento sanitário.

Acesse: www.abconsindcon.com.br/capacitacao/ebook.html.

A gestão da qualidade envolve um processo de melhoria contínua que é característica do próprio conceito de qualidade. O incentivo à implantação de modelos de gestão baseados nas normas ISO é uma prática dissemina-da entre as concessões privadas de saneamento.

Na CSJ - Cia. Saneamento de Jun-diaí, por exemplo, já foram implan-tadas as normas ISO 17.025 (acredi-tação de laboratórios) e a ISO 14.001 (certificação em gestão ambiental), o que proporcionou muitos apren-dizados à equipe – por meio de trei-namentos – e benefícios à operação. “Qualidade não custa mais caro e até permite economizar com a redução de desperdícios e de retrabalho”, as-segura Luiz Pannuti, da CSJ.

Dragone: programas de gestão da qualidade devem ser estimulados

PNQS é oportunidadeRealizado pela ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental), o PNQS – Prêmio Nacional

de Qualidade em Saneamento é uma ferramenta que tem demostrado a eficácia para a melhoria e o aperfei-çoamento dos processos de gestão nas empresas que atuam no setor. A iniciativa é reconhecida pela IWA - International Water Association. Uma de suas principais características é incentivar a adoção de modelos ge-renciais compatíveis com os melhores exemplos mundiais.

A edição 2017 teve sua cerimônia de premiação realizada em novembro. Entre os vencedores estiveram, por parte do segmento privado, a concessionária Águas de Itapema e a empresa Trail.

Para 2018, o SINDCON, em parceria com a ABES, incentivará uma maior participação das concessionárias do segmento privado. Acompanhe os informativos e o portal da ABCON/SINDCON para saber mais sobre essa oportunidade de difundir o trabalho e evoluir na gestão da qualidade.

No grupo GS Inima Brasil acontece processo semelhante. “A empresa es-timula a implantação desses modelos de gestão”, confirma o diretor técnico do grupo, Giuliano Dragone. As operações mais maduras da GS Inima são cer-tificadas pela ISO 9001 (gestão da qualidade) e algumas também possuem o certificado da ISO 18001 (segurança no trabalho).

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> ARTIGO

Gestão da

qualidade

AMBRA NOBRE SINKOCEspecialista em Gestão de Qualidade

Mudanças no cenário nacional e mundial, embora im-prescindíveis para o desenvolvimento do comércio e das empresas, trazem todos os dias novas exigências às quais as empresas mais cedo ou mais tarde terão que se adaptar.

Ponderemos: para que produtos e serviços possam ser fabricados e/ou executados com qualidade, em qualquer lugar do mundo, devem ser estabelecidos rigorosos pa-drões de realização, de maneira a garantir que irão atender às exigências dos diferentes mercados consumidores.

Desta forma, podemos afirmar que a gestão da quali-dade é uma ferramenta atual para se manter os proces-sos organizados e controlados nas empresas. A abor-dagem proposta pela gestão da qualidade baseada em processos é, sem dúvida, uma forma eficaz de se manter a cultura da qualidade viva dentro das organizações, além de permitir o controle efetivo dos principais pontos críti-cos que impactam na qualidade dos produtos e serviços oferecidos pela empresa.

Assim, podemos afirmar que:- Um bom desenho dos processos e de seus inter-rela-

cionamentos, - a identificação de seus pontos críticos de controle,- a definição de indicadores de desempenho, - a capacitação e sensibilização das pessoas envolvidas,

principalmente da alta direção, e - a implementação de melhoria contínua...

A gestão da qualidade traz inúmeros benefícios a todas as partes envolvidas e, portanto, deve ser um processo natural e desejado pelas empresas

...constituem uma poderosa ferramenta de gestão da qualidade para toda empresa que busca qualidade e excelência em seus produtos e serviços. A prática de controles, análise crítica e melhoria contínua são, e continuarão sendo, o tripé que sustenta a longevidade das empresas no mercado.

Podemos concluir que a gestão da qualidade traz inúmeros benefícios a todas as partes envolvidas e, portanto, deve ser um processo natural e desejado pelas empresas. A cultura da qualidade deve ser dis-seminada e reforçada, despertando a percepção dos colaboradores, clientes e sociedade de sua relevância, bem como para as oportunidades e benefícios para to-dos os envolvidos neste processo.

Podemos ir além e afirmar que um país é tão mais evoluído quanto mais disseminado, em sua população, o reconhecimento das vantagens de se ter à disposi-ção produtos e serviços de qualidade.

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Amyr Klink, 62 anos, começou a frequentar a região de Paraty com a família, ainda pequeno. Aos dez anos, comprou uma canoa, a primeira de suas embarcações. A relação com a água o tornaria famoso – e também motivaria uma série de desafios como viajante e empreendedor.

Entre seus feitos estão a primeira travessia a remo do Atlântico Sul, em 1983, e a jornada ao continente an-tártico, em 1990, sua estreia como ve-lejador, que durou 642 dias, dos quais precisou ficar imobilizado ao longo de sete meses no rigoroso inverno do Polo Sul.

Na entrevista a seguir, o escritor e velejador fala sobre essa relação e da forma como o Brasil poderia proteger melhor seus mananciais.

> COM A PALAVRA

Nas águas de

Amyr Klink

“Nunca tivemos a preocupação com o saneamento, nunca fomos propensos a encarar a falta de tratamento de esgoto como um problema”

Quando você começou a velejar?Foi no início da década de 80. Para-ty me inspirou a viajar pelo mundo em um barco. Mas não foi algo assim imediato. Não tenho a habilidade dos franceses, não nasci em cima de um barco. As pessoas imaginam que eu me dedicava aos projetos de navega-ção desde cedo, mas não foi assim. Es-tive envolvido com outras iniciativas, como empresário, até que decidi fazer algo novo, diferente. A questão não era dinheiro. Queria fazer algo iné-dito. Morava em Paraty. Comecei a observar os barcos que passavam por lá. Apesar de ser um neófito, acompa-nhava as tendências de embarcações,

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materiais, design, relatos de viagens em latitudes extremas. Mas não me via como um protagonista desses projetos.Quais foram as principais dificul-dades?Na Europa, há uma cultura de pa-trocínio a pessoas que se dedicam a viagens e competições globais. Aqui é diferente. Não basta querer ape-nas jogar bola, é preciso organizar o time. Precisa tornar a viagem econo-micamente viável. Por isso, criei uma estrutura que viabilizasse minhas via-gens, algo que não existia no Brasil. E sempre quis ter um equipamento extremamente confiável para navegar. Daí surgiu a ideia da profissionaliza-ção. Veio então o escritório de proje-tos, o estaleiro em Paraty. Quando decidi fazer a primeira via-gem para a Antártica, em 1990, abri-mos o estaleiro e construímos o barco Paratii Ao final, realizei o que imagi-nava, não apenas no mar, mas também

> COM A PALAVRA

como construtor. Hoje, o Paratii está ainda melhor do que há 30 anos. É um barco que navega desde aquela época com seu projeto original.Foi preciso um grande esforço de gestão para conseguir esse resultado?Sim, gestão e planejamento são fun-damentais em qualquer empreendi-mento. Gosto de executar, mas gosto também de ouvir. Delego bastante, mas observo muito. Gosto de enten-der uma outra opinião. No processo de construção de máquinas comple-xas, isso é muito importante. E tam-bém gosto de formar equipes, apro-veitando a mão de obra local. No saneamento, ter um bom projeto também é importante. A sua experi-ência comprova que isso também é verdade para a navegação, correto?Sem dúvida. A palavra sucesso pode ser ilusória. O sucesso de uma via-gem é o sucesso de um projeto, e isso é algo muito gratificante. Todas as

ideias que tive poderiam ter “morrido na praia”, se não tivéssemos um bom projeto. Então o sucesso deve ser cre-ditado ao projeto.O Brasil possui um grande déficit na coleta e tratamento de esgoto, o que afeta diretamente a preservação de nossos rios, mares e mananciais, sem falar nos danos à saúde públi-ca e bem-estar da população. Diante desse quadro, você concorda que sa-neamento precisa ser uma prioridade nacional?Sim, é evidente, mas isso depende de uma mudança de cultura. Nós nunca tivemos essa preocupação com o sa-neamento, nunca fomos propensos a encarar a falta de tratamento de esgo-to como um problema. Se você viaja muito pelo Brasil, como eu viajo, vê cenas lastimáveis, praias belíssimas contaminadas pelo esgoto. E acha-mos isso natural, despejar o esgoto in natura nos mananciais.

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Cem dias entre céu e mar (1985), Companhia das Letras • Paratii entre dois polos (1992), Companhia das LetrasAs janelas do Paratii (1993), Companhia das Letras • Mar sem fim (2000), Companhia das Letras

Linha d´água (2006), Companhia das Letras

A água, no Brasil, é muito barata. Vi-vemos com a sensação de abundân-cia. Nosso consumo é altíssimo. E os índices de perdas são elevados. Sem provocar uma mudança de cultura, continuaremos nessa mesma situação.Quais medidas poderiam ser adota-das em favor dessa nova cultura?Nós não temos, por exemplo, uma arquitetura voltada para o reúso. Os códigos de obras são obsoletos, pre-cisam ser atualizados. O mesmo é válido para os equipamentos. A des-carga do banheiro de um barco é bem diferente da tradicional, muito mais eficiente e com um mínimo de água na operação. Por que não pensarmos em alternativas que proporcionem economia dos recursos hídricos?Outra questão que precisaríamos en-frentar são as ocupações irregulares,

bem como a obrigatoriedade de li-gação à rede de esgoto, quando esta estiver disponível. Enfim, existe um esforço permanente a ser realizado. Acredito que multas deveriam ser apli-cadas como instrumento eficaz no sen-tido de conscientizar a população, mas o importante é que esses recursos ar-recadados sejam investidos no próprio saneamento e na adequação arquitetô-nica para universalizar os serviços. Na impossibilidade de o governo não ter os recursos necessários para uni-versalizar os serviços de saneamento no país, o modelo com a participa-ção da iniciativa privada na gestão desses serviços para garantir o trata-mento de esgoto para todos pode ser uma solução?O Estado deve ser fomentador, re-gulador e fiscalizador das políticas

públicas, mas é incompetente para executá-las. Os serviços podem per-feitamente serem exercidos pela ini-ciativa privada. A Lagoa de Araruama, no Rio de Janeiro, foi despoluída e voltou a ser piscosa após 10 anos de concessão do saneamento à iniciativa privada, que vem trabalhando na região sob a re-gulação de órgãos ambientais e com a cobrança de ONGs que defendem o meio ambiente. Acha possível ter mais casos de recuperação dos ma-nanciais como esse?Certamente. São famosas as reversões do Tâmisa, na Inglaterra, e de rios na Coreia do Sul. As áreas degrada-das que temos podem ser revertidas, com investimento e uma gestão que integre a questão ambiental com as operações urbanas.

Livros publicados por Amyr Klink

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Veja no quadro alguns dos principais eventos técnicos relacionados ao saneamento que acontecem nos próximos meses.

> SINDCON RECOMENDA

E- World Energy & Water Exhibition

Organizado pelos maiores atores do setor de energia e água na Europa, o evento de 3 dias abordará grande parte dos debates sobre a questão da água e as novidades tecnológicas. São esperados 20 mil parti-cipantes de até 42 países.

Onde e quando?Essen/ Alemanha06 de fevereiro de 2018

10times.com/e-world-energy-water

Fórum Mundial da Água

Pela primeira vez no Hemisfério Sul, o Brasil receberá este já tradicional encontro. O Fórum é um evento trienal, considerado o maior do gênero no mundo, e pretende reunir 30 mil parti-cipantes em 2018. Nesta edição, debates prévios estiveram abertos para consulta e sugestão pública por meio de plataformas digitais. Os temas a serem tratados pelo Fórum incluem: clima, desenvolvimento, ecossistemas, finanças, pessoas e ambiente urbano.

Onde e quando?Brasília/DF18 a 23 de março de 2018

www.worldwaterforum8.org/

PANORAMA 2018

O Panorama da Iniciativa Privada no Sa-neamento traz os números atualizados do segmento, informações sobre concessões no Brasil e pelo mundo, além de expor as propostas da ABCON e do SINDCON para o debate sobre saneamento e a universalização dos serviços. Será a quinta edição do anuário, já consolidado como referência no setor.

Onde e quando?Local a definirAbril de 2018

www.abconsindcon.com.br

Feira Internacional de Tecnologias Ambientais - IFAT

Feira internacional sobre gestão de água, esgoto, lixo e resíduos acontece desde 1966. Em sua última edição, reuniu mais de 130 mil participantes e 3 mil exposi-tores. Evento bienal, se tornou referência mundial como plataforma de inovação, tecnologias para o uso inteligente de recursos e soluções ambientais, reunindo os grandes especialistas do mundo sobre os temas.

Onde e quando? Munique/Alemanha14 a 18 de maio de 2018

www.ifat.de

7º Encontro Nacional das Águas

Promovido pelo SINDCON, com o apoio da ABCON, o evento bienal é dedicado ao debate sobre soluções para o saneamento e à apresentação e intercâm-bio de experiências bem-sucedidas das concessionárias privadas nas áreas de tec-nologia, gestão e comunicação. Associa-dos SINDCON podem se inscrever gra-tuitamente para acompanhar o congresso, salas temáticas e demais atividades.

Onde e quando? São Paulo/SPAgosto de 2018

www.abconsindcon.com.br

Lançamento da 3ª edição do Prêmio Sustentabilidade

Uma iniciativa do SINDCON com o ob-jetivo de reconhecer os melhores projetos e iniciativas promovidas pelas concessio-nárias privadas de saneamento brasileiras que privilegiam práticas sustentáveis.

Onde e quando? São Paulo/SPAgosto de 2018

www.abconsindcon.com.br

Fenasan e Encontro Técnico AESABESP - 29º Congresso Nacional de Saneamento eMeio Ambiente

Onde e quando? Pavilhão Branco do Expo Center Norte São Paulo/SP 18 a 20 de setembro de 2018

www.fenasan.com.br

Pollutec 2018 - Exposição de Equipamentos, Tecnologias e Serviços Ambientais

Em 2018, a Pollutec terá 40 anos: passo a passo, o evento posicionou-se como uma vitrine para todos os equipamentos, tecnologias e serviços de meio ambiente e energia.

Onde e quando? 27 a 30 de novembroLyon, França

www.pollutec.com

Confira no portal ABCON e SINDCON a relação atualizada

dos principais eventos nacionais e

internacionais do setor de saneamento.

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> SIRI

Engajados eno centro das decisões

O envolvimento dos associados com o sistema SIRI – Sistema de Inte-gração e Representação Institucional do SINDCON e da ABCON é de funda-mental importância para a construção de um processo de participação e tro-ca de informações, culminando com o posicionamento das entidades como articuladoras de iniciativas que pos-sam promover avanços reais para o saneamento.

Acompanhe a seguir algumas das principais discussões em que o SIRI esteve envolvido nos últimos meses:

Estudo de Parametrização de Preços de Obras de Saneamento

O Governo Federal tem buscado o apoio das entidades para a construção de soluções, tendo a ABCON desde 2016 intensificado sua agenda junto a técnicos e gestores da Caixa Econô-mica Federal (CEF), do Ministério das Cidades e do Conselho Curador do FGTS a fim de explorar caminhos para a efetividade dos processos de finan-ciamento ao segmento privado.

Dentre as prioridades, a criação de uma tabela referencial de preços para obras de abastecimento de água e de esgotamento sanitário era uma de-manda antiga do segmento privado, trabalho efetivado pelo Comitê Finan-ceiro da ABCON.

Além de uma avaliação tecnica-mente coerente e atualizada dos pre-

ços por modalidade de serviço - abas-tecimento de água e esgotamento sanitário - e preços de referência por unidades dos sistemas, a incorporação das inovações tecnológicas adotadas pelo segmento privado se mostraram fundamentais.

A coordenação da Diretoria Exe-cutiva da ABCON e equipe técnica foi primordial para a produção de um do-cumento técnico de alto padrão que poderá auxiliar o Governo Federal na implementação de importantes e rá-pidas mudanças no setor. O resultado do trabalho foi apresentado no docu-mento intitulado “Estudo de Parame-trização de Preços de Obras de Sa-neamento”, a CEF se comprometeu a apoiar sua incorporação ao sistema de custos SINAPI.

O workshop realizado em 24/11 apresentou e distribuiu o estudo com os associados da ABCON e SINDCON e, as próximas ações são, a preparação de uma Consulta Pública às entidades e empresas do setor de saneamen-to básico; e a avaliação em forma de aferição dos parâmetros indicados por instituto credenciado.

(Colaboração de Eduardo Fonte-nelle, da Engenharia Corporativa do Grupo Águas do Brasil e membro do CT Financeiro ABCON)

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> SIRI

Eficiência energética do setor de saneamentoAcompanhando os demais avanços entre áreas prioritárias do setor, o SINDCON foi ainda convidado para compor o Comitê Interinstitucional de Eficiência Energética do Setor de Saneamento (CIEESS), criado recen-temente pelo Ministério das Cidades justamente com a finalidade de pro-mover discussões sobre eficiência energética no saneamento e sua pro-moção nas esferas administrativas, sejam públicas ou privadas.Os especialistas Dan Ramon Ribei-ro, da Aegea Engenharia, e Eduardo Berrettini, da GS Inima, são os repre-sentantes de nossas entidades nas reuniões semestrais que terão como foco a redução do consumo energé-tico entre os prestadores de serviços do setor.

Parceria da ABAS e SINDCONO SINDCON vem realizando uma série de encontros com dirigentes da ABAS (Associação Brasileira de Águas Sub-terrâneas) com o objetivo de encon-trar agendas de interesse comum. A primeira ação foi o envio de Ofício conjunto ao Ministério da Saúde soli-citando providências para a garantia da publicação da revisão da Portaria nº 2.914/2011, que dispõe sobre a pota-bilidade de água, uma vez que o prazo foi vencido em dezembro de 2016. O segundo tema trata do combate aos poços clandestinos, problema que afeta a prestação dos serviços de sa-neamento e as empresas associadas à ABAS, que atuam dentro da legalidade. Por fim, em um cenário de longo pra-zo, o SINDCON se colocou à disposição para acompanhar e discutir a proposta de criação de uma política pública para águas subterrâneas.

Outorga para lançamentode efluentesReunião técnica da Agência Nacio-nal de Águas apresentou propostas para o procedimento de outorga para

lançamento de efluentes. Destacou--se que, para a emissão da outorga, haverá critérios objetivos a serem observados, como índice de remoção de DBO e a capacidade de diluição do corpo receptor e seu enquadramento. Também serão respeitadas as metas estabelecidas nos Planos Municipais de Saneamento e nos Contratos de Concessão já firmados.Além disso, a agência sugeriu que sempre seja requerida uma outor-ga preventiva no início do processo, evitando a demora da emissão da ou-torga definitiva ao final. A ANA já re-comendou ao Ministério das Cidades que exija esta Outorga Preventiva, salientando que a mesma não gera cobrança.

Projeto ReúsoA Secretaria Nacional de Saneamen-to Ambiental (SNSA), parte integran-te do Ministério das Cidades (MCida-des), iniciou em 2016 o Projeto Reúso. Essa iniciativa foi concebida dentro do Programa de Desenvolvimento do Setor Água (Interáguas), e tinha como principal fundamento a recente crise hídrica vivenciada em 2015, que levou a incertezas sobre o modelo atual de gestão dos recursos hídricos.

“as entidades são importantes como articuladoras de

iniciativas que possam promover avanços reais

para o saneamento”Ainda, o projeto entende que o reúso já é uma realidade no Brasil e necessi-ta de regulamentação específica para que seja realizado de forma controla-da e eficiente.O Projeto Reúso contou com oficinas e workshops em nível nacional e re-gional, com objetivo de colher subsí-dios técnicos sobre a potencialidade de aplicação do reúso no Brasil e os padrões necessários para aplicação, sendo possível produzir um conjunto de ações e instituir uma política de re-úso de efluente sanitário tratado. As oficinas foram encerradas em junho de 2017 e o estudo final será entre-gue à SNSA do MCidades.(Colaboração: Rodrigo Alves dos San-tos Pereira, especialista em Pesquisa e Tecnologia do Grupo Águas do Brasil)

Novo comitê temático ambiente, segurança e saúde ocupacionalAs atividades do novo CT iniciaram em agosto com o objetivo de estruturar um programa de trabalho para 2018. Inicialmente serão tratados temas dos indicadores de segurança e saúde ocupacional que fazem parte do rol do programa de indicadores do CT de Recursos Humanos e uma proposta de capacitação para o e-Social.

Para evitar riscos ao ecossistema e à saúde da população brasileira que sofre com a falta de tratamento de esgotos adequado, foi realizado um estudo que apresenta o cenário atual, analisa dados e propõe ações e uma estratégia para investimentos em esgotamento sanitário com o horizonte de 2035.

A publicação contou com o apoio do SINDCON e é leitura obrigatória para todos os profissionais do setor.

Acesse:atlasesgotos.ana.gov.br

ATLAS ESGOTOS:DESPOLUIÇÃO DE BACIASHIDROGRÁFICAS

22 CANAL SINDCON

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Para evitar riscos ao ecossistema e à saúde da população brasileira que sofre com a falta de tratamento de esgotos adequado, foi realizado um estudo que apresenta o cenário atual, analisa dados e propõe ações e uma estratégia para investimentos em esgotamento sanitário com o horizonte de 2035.

A publicação contou com o apoio do SINDCON e é leitura obrigatória para todos os profissionais do setor.

Acesse:atlasesgotos.ana.gov.br

ATLAS ESGOTOS:DESPOLUIÇÃO DE BACIASHIDROGRÁFICAS

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> SETOR

Os municípios são juridicamente responsáveis não só pelas decisões acerca dos serviços públicos essen-ciais, como também pela oferta dos mesmos à população. A construção local do Plano Municipal de Sanea-mento Básico (PMSB) – obrigatório pela Lei 11.445/07 – é um tema de interesse coletivo e merece atenção especial de toda a sociedade civil.

Como é o PMSB de sua cidade? Ele já existe? Está atualizado e con-templando as necessidades atuais do município? E como podemos con-tribuir com os gestores municipais nesse sentido? Antes de mais nada, é fundamental conhecer o Decreto 7.217, de 21/06/2010, que condiciona o acesso do município a recursos fe-derais para projetos de saneamento básico à elaboração obrigatória do seu PMSB.

No caso do segmento privado, sem a existência de Plano Municipal não é possível firmar novos contratos de concessão ou PPP, caso contrário esses contratos serão considerados nulos. E essa regra vem sendo rigo-rosamente cumprida por nossas em-presas associadas.

Plansab em revisão

O Ministério das Cidades realizou em setembro a primeira reunião de análise das estratégias para efetiva-ção da tão discutida revisão do Pla-no Nacional de Saneamento Básico (Plansab).

Pouco contemplado pelo texto original de 2013, o segmento privado acompanha com atenção o processo

de revisão da política, de forma que as metas de universalização dos ser-viços de água e esgoto sejam verdadeiramente alcançadas.

Se é consenso entre agentes do setor que é urgente a atualização do Plano, dentro de parâmetros realistas de investimento e crescimento econômico, esta deve vir acompanhada de um arcabouço legal que as-segure o desenvolvimento do saneamento. “Consideramos que é impor-tante reforçar os caminhos que se apresentam para a cooperação entre o público e o privado”, comenta Cesar Seara, assessor técnico da ABCON.

Em linhas gerais, portanto, é preciso não apenas contemplar o privado, mas também construir segurança jurídica que proteja os investimentos.

Elaborar o PMSB é condição essencial para que o município conte com a atuação do segmento privado no saneamento

Plano Municipal éobrigatório por lei

24 CANAL SINDCON

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passará a operar os serviços afetos àquela instalação e remunera a em-presa privada mediante um contrato de locação do ativo. Durante o con-trato, a empresa privada mantém os ativos do sistema como sua proprie-dade. Ao final do contrato, os siste-mas e instalações passam a incor-porar o ativo do Estado. No exterior ocorre locação inversa, ou seja, o po-der público investe em novos ativos e firma um contrato de locação com uma empresa privada que explora os serviços afetos a este investimento.

Concessão parcial do tipo BOT,BTO e BOO

Essa forma de participação priva-da, já adotada por vários municípios no Brasil, em geral tem como objeti-vo a ampliação da produção de água tratada ou a implantação de sistemas de tratamento de esgotos, consti-tuindo opção frequente em situações em que o poder público não dispõe de recursos financeiros, em que as con-dições políticas locais ou a orientação político-ideológica não favoreçam uma concessão privada plena, ou em que a implantação desses sistemas de produção de água ou de tratamen-to de esgotos se afigure urgente.

Concessão plena Operação e manutenção do sistema

de abastecimento de água e esgota-mento sanitário são responsabilidade do contratado, assim como os investi-mentos necessários por determinado período, durante o qual será remune-

Terceirização de serviço É a forma mais simples de contrato

e que exige menor envolvimento do parceiro privado. O investimento inicial costuma ser menos elevado, repre-sentando baixo risco para o operador privado. O poder público mantém a to-talidade da responsabilidade pela ope-ração e manutenção do sistema, com exceção dos serviços contratados.

Gestão Em geral, esses contratos desti-

nam-se à operação e à manutenção de sistemas, com remuneração pre-fixada e condicionada ao desempe-nho do contratado, que é medido em parâmetros físicos e indicadores de-finidos, não havendo cobrança direta de tarifa aos usuários pela prestação dos serviços.

Operação e manutenção (O&M) O concedente transfere ao par-

ceiro privado a gestão de uma infra-estrutura pública já existente, assim como a responsabilidade total pela operação de parte ou de todo um sis-tema. O setor público mantém a res-ponsabilidade financeira pelo sistema e deve prover os fundos necessários para os investimentos de capital de-mandados pelo serviço.

Locação de ativos Neste caso, no Brasil, a empresa

privada constrói novas instalações ou amplia as existentes, e firma um contrato com o operador público que

Modelos de contratoNo Brasil, a presença do segmento privado no setor de saneamento básico segue por diferentes modelos de contrato, sendo as diversas formas de participação condicionadas ao tipo e volume do serviço prestado, além das necessidades locais dos municípios.

rado por meio da cobrança de tarifas. O poder público define regras sobre a qualidade dos serviços e a composição das tarifas e mantém os ativos, que ficam sob a responsabilidade da em-presa privada até o fim do período de concessão. Normalmente, a concessão tem por objeto a operação de um sis-tema já existente, sendo necessários, todavia, investimentos significativos para sua expansão ou reforma. O risco comercial passa para o concessionário.

Parceria Público-Privada – PPP As PPPs obedecem a uma tendên-

cia global de descentralização estatal e apresenta vantagens em relação ao regime tradicional de licitações e ao contrato de prestação de serviços à administração. Enquadram-se con-cessões em que haja ou não aporte de recursos compartilhados entre a administração pública e a empresa privada. No Brasil, o setor de sanea-mento básico foi o primeiro a adotar esse tipo de modalidade e a firmar parcerias com municípios e com em-presas estaduais de saneamento.

SubdelegaçãoO contrato de subdelegação po-

derá ter por objeto serviços que se-jam objeto de um ou mais contratos de programa estabelecido entre as empresas estaduais e o município. Esse tipo de contrato pode replicar total ou parcialmente as obrigações do contrato original, mantendo-se a relação do Poder Concedente apenas com a Companhia Estadual.

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> SETOR

O senador Roberto Muniz (PP/BA) visitou o estande da ABCON/SINDCON durante o congresso da ABES/Fenasan, em outubro, após ter participado da abertura do encontro, ocorrido em São Paulo, com a pre-sença de 4 mil congressistas.

Ele defendeu o regime de coo-peração entre a esfera pública e a iniciativa privada para que o sanea-mento possa avançar no país. “Ne-nhum dos segmentos será capaz de resolver isoladamente os graves problemas que o saneamento no Brasil enfrenta. A cooperação entre o público e o privado é o único cami-nho possível”, alertou o parlamentar, ao lado de dirigentes empresariais, parlamentares e gestores públicos que participaram com ele do painel.

“Precisamos retirar qualquer am-biente hostil que possa existir contra a iniciativa privada neste setor, a fim de alcançarmos um ambiente com-petitivo, que venha favorecer os in-vestimentos e a entrada de novos recursos em uma área que perma-nece como um verdadeiro apartheid social”, destacou o senador.

Muniz enfatizou a necessidade de ampliar a fiscalização e fortale-cer o ambiente regulatório, como condição fundamental para que esse ambiente igualitário e compe-titivo seja estabelecido. Segundo ele, a população não se preocupa se a prestadora de serviço é públi-ca ou privada. O importante é que o serviço seja prestado. “A participa-ção do privado não apenas amplia a

Saneamento ganhará muito com

No estande do SINDCON e ABCON, durante FENASAN 2017: Alexandre Lopes, presidente do SINDCON, Ana Lia de Castro, diretora executiva da ABCON e SINDCON, Senador Roberto Muniz, Carlos E. Castro, Diretor Corporativo Comercial do Grupo Águas do Brasil, Cesar Seara, assessor técnico da Abcon e Edi Bortoli, diretor do contrato Blumenau da BRK Ambiental

ambiente competitivo

cobertura dos serviços de esgoto, como também gera empregos e fortalece a engenharia sanitária no Brasil”, completou.

Para Muniz, o momento é propício para repensar os modelos de pres-tação de serviços de saneamento, a fim de levar água para quem preci-sa. “O debate precisa ser enfrenta-do com clareza e lucidez”. Sabemos que a iniciativa privada não é a so-lução para todos os males, ela não tem condições de assumir 100% do setor. Mas é preciso dizer também que não existe a tal privatização dos sistemas de saneamento. Os ativos continuam públicos. Precisamos su-perar essas questões e nos unirmos em favor da sociedade. Não há vida sem água”, finalizou.

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> CAPACITAÇÃO

Agenda cheia

O SINDCON realizou em 22 de setembro o workshop sobre “Com-pliance e Relacionamento entre Con-cessionárias, Poder Concedente e Agentes Públicos”, que contou com a presença do presidente da entida-de, Alexandre Lopes, na abertura dos trabalhos. Ele destacou a importância do tema para empresas de serviços públicos de saneamento, e lembrou que o SINDCON tem se esforçado em levar até os associados debates so-bre questões atuais que impactam a atividade profissional.

A capacitação reuniu cerca de 30 participantes, inscritos por vá-rias concessionárias de todo o país. A especialista em gifting Marina Pechlivanis apresentou as possibili-dades e limitações do uso de brindes, presentes e hospitalidade, fornecen-

Participantes do workshop realizado em 22 de setembro

do dicas para que a ética seja preser-vada nos relacionamentos comer-ciais, sem deixar de lado a criatividade.

A preocupação com a ética nas re-lações entre concessionárias e poder concedente foi o tema apresentado pelo advogado Alan Bittar Prado, da Marques & Bittar Advogados, que re-correu a casos reais para demonstrar como a cultura do compliance tem se solidificado recentemente no Brasil.

O encontro contou também com estudos de caso de ética empresarial e atividade comercial, apresentados por Diego Valois, do escritório Vella, Puglie-se, Buosi, Guidoni Advogados. Ao final, o professor Guilherme Corona mos-trou caminhos para realizar a gestão de um contrato administrativo e também como se comportar na relação com o fiscal e regulador desse contrato.

O ultimo curso de capacitação presencial, de uma agenda intensa de cursos em 2017, aconteceu dia 24 de novembro, em São Paulo, tratando o tema: Parametrização de preços de obras de saneamento básico - conteúdo e cases de aplicação.

A entidade tem investido nos cur-sos on-line com grande adesão dos associados. Em outubro foi realiza-do o de Comunicação Digital para empresas de saneamento: como potencializar o relacionamento com stakeholders por meio das mídias sociais. Foram 4 encontros virtuais liderados pela professora Ana Bam-billa, jornalista e professora na Fa-culdade Casper Libero e na Faculda-de das Américas, SP e doutoranda pela Universidad Austral de Buenos Aires, Argentina.

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> NA REDE

TOP 10 HABILIDADES

No livro “Os filmes que todo gerente deve ver”, Marco A. Oliveira e Pedro Grawunder fazem um paralelo entre diversos filmes – nacionais e internacionais – e suas lições ou inspirações em gestão. Confira:1. Enron: Os mais espertos2. Missão comédia3. Burlesque4. Você vai conhecer o homem dos seus sonhos5. A marcha dos pinguins6. O cheiro de ralo7. Jogada de gênio8. A rede social9. Estômago10. Happy Feet

OS FILMES QUE TODO GERENTE DEVE VER

EM 2020EM 2017

01) Solução de problemas complexos02) Pensamento crítico03) Criatividade04) Gestão de pessoas05) Empatia com os outros06) Inteligência emocional07) Bom senso e tomada de decisão08) Orientação para serviços09) Negociação10) Flexibilidade cognitiva

01) Solução de problemas complexos02) Relacionamento com os outros03) Gestão de pessoas04) Pensamento crítico05) Negociação06) Controle de qualidade07) Orientação para serviços08) Bom senso e tomada de decisão09) Escuta ativa10) Criatividade

Em 2020, mais de um terço das habi-lidades (35%) que são consideradas importantes na força de trabalho de hoje terá mudado. A quarta Revolução Industrial nos traz a robótica avançada, transporte autô-nomo, inteligência artificial e máquina de aprendizagem, materiais avançados, biotecnologia e genômica. Esses desenvolvimentos transformam a maneira como vivemos e a forma como trabalhamos. Alguns trabalhos desaparecerão, outros crescerão e novos, que não existem hoje, tornar--se-ão lugar comum. O que é certo é que a futura força de trabalho deve se alinhar a um conjunto de habilidades. Confira as 10 de hoje comparadas a um futuro bem próximo.

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seja ou não jovem, terá oportunidade. Além disso, eles têm obsessão com cortes de custos. O que eles chamam de Orçamento Base Zero é passar o ‘pente fino’ em todos os gastos, to-dos mesmo, para que sejam menores no ano seguinte. Eles sempre tiveram esse olhar crítico com custos, desde o comecinho, e isso permanece até hoje na gestão das suas empresas globais.”

“O Falconi é um sinônimo das me-tas e dos processos. Nos anos 80, ele já falava em eficiência. Imagine. Na-quele tempo, era quase como ‘pregar no deserto’ e, então, ele deu um jeito de se fazer entender: criou uma pla-nilha completíssima para mostrar a importância dos processos. E sobre o quê era essa planilha? Era sobre o processo de fazer... ‘cafezinho em casa’! Ele definiu o processo esta-belecendo as quantidades de pó, de água, temperaturas ideais, enfim, for-malizou o processo para que a bebida deixasse de ter gosto diferente a cada dia. A lição: ‘se você tiver processos, não perderá tempo com as atividades de rotina’. Junto com isso, ele é gran-de entusiasta da criação de metas, que vão se desdobrando nos níveis hierárquicos da empresa até chega-rem a cada profissional. Você se lem-bra da época em que quase tivemos um apagão energético? Foi o Falconi quem criou, para o Governo Federal, o modelo de metas para redução de consumo, calculando quanto cada lar e cada empresa do Brasil teriam de cortar para evitar o colapso. Isso mu-

É possível aprender (e muito!) ao conhecer as histórias de cinco dos maiores especialistas em gestão do mundo, contadas pela jornalista Cristiane Correa. Chamada de “a bio-grafa dos poderosos”, Cris é a autora de “Sonho Grande”, livro sobre o trio Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira; “Abilio”, com a traje-tória do fundador do Pão de Açúcar; e o recém-lançado “Vicente Falconi”, a respeito do “guru” e mais influente especialista em gestão do país.

Para nós, a própria Cristiane se-lecionou as dicas que ela vê como as mais importantes, a partir da forma como esses gestores de ponta enca-ram desafios. Confira.

“Com o trio Jorge Paulo, Marcel e Beto, a lição passa pelo foco em for-mação de pessoas. Ter gente boa é um discurso comum nas empresas, mas na maioria delas muito se fala e pouco se faz sobre isso. Já esse trio é uma ‘fábrica de gente boa’. Eles têm a capacidade de recrutar profissio-nais com o ‘DNA’ de suas empresas, ou seja, pessoas certas nos lugares certos. Mesmo com uma expansão mundial dos seus negócios, eles sem-pre têm gente ‘preparada para entrar no campo a qualquer momento’. Eles formam tanta gente competente, que a necessidade de crescimento de suas empresas é constante, pois só assim conseguem dar oportunidades aos talentos, mantendo os melho-res. Se o profissional está entregan-do resultados, não importa o quanto

dou a cultura do país inteiro! Apren-demos, graças às metas do Falconi, a não mais deixar luzes acesas no vazio, a buscar lâmpadas mais econômicas e a não deixar aparelhos ligados à toa nas tomadas, por exemplo.”

“Determinado e ambicioso, Abilio Diniz também ensina o que significa ‘resiliência’. Quer dizer, ele tem uma fenomenal capacidade de se recupe-rar, se adaptar à má sorte ou às mu-danças. Ele passou por cima de mui-tas dificuldades. No Pão de Açúcar, administrou conflitos complicadíssi-mos da própria família, inclusive ten-do de afastar irmãos do negócio para recuperar a rentabilidade. Depois, houve divergências com os novos sócios franceses, que culminaram na saída da empresa que ele mesmo criou, junto com o próprio pai. Dá para imaginar o quanto isso deve ter sido difícil, e foi mesmo. Nesse momen-to, com 76 anos, o normal seria uma ‘aposentadoria’, uma saída de cena do mundo dos negócios. Mas com o Abilio, nada disso aconteceu. Ele foi lá comprar o Carrefour! Além disso, não só o Abilio, mas todos os que eu retratei nos livros, todos são muito disciplinados. Parece meio ‘chato’ fa-lar desse negócio de disciplina, mas não tem jeito. Eu entendo que a única maneira de fazer algo grande na vida é fazer, todo dia, sempre um pouqui-nho. Nenhum desses grandes gesto-res é ‘perfeito’, mas o saldo deles na vida será sempre muito mais positivo do que negativo.”

CrisAs dicas certeiras da

> MAIS GESTÃO

CRISTIANE CORREAJornalista e autora dos best sellers sobre gestores mundialmente famosos

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Que estejamos juntos, trabalhando para quetenhamos mais e mais cidades saneadas em nosso país!

Saúde, alegria efelicidades em 2018!