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CONTROLE DE UM GERADOR DE PRESSÃO POSITIVA CONTÍNUA DE VIAS AÉREAS PARA USO EM EXERCÍCIO Phellipe Laranjeira da Rocha Moura Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Eletrônica e de Computação da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientadores: Alexandre Visintainer Pino Eduardo Vieira Leão Nunes Rio de Janeiro Agosto de 2015

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CONTROLE DE UM GERADOR DE PRESSÃO POSITIVA CONTÍNUA DE VIAS

AÉREAS PARA USO EM EXERCÍCIO

Phellipe Laranjeira da Rocha Moura

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Eletrônica e de Computação da Escola

Politécnica, Universidade Federal do Rio de

Janeiro, como parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Engenheiro.

Orientadores: Alexandre Visintainer Pino

Eduardo Vieira Leão Nunes

Rio de Janeiro

Agosto de 2015

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CONTROLE DE UM GERADOR DE PRESSÃO POSITIVA CONTÍNUA DE VIAS

AÉREAS PARA USO EM EXERCÍCIO

Phellipe Laranjeira da Rocha Moura

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

ENGENHARIA ELETRÔNICA E DE COMPUTAÇÃO DA ESCOLA POLITÉCNICA

DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO

ELETRÔNICO E DE COMPUTAÇÃO

Autor:

_________________________________________________

Phellipe Laranjeira da Rocha Moura

Orientador:

_________________________________________________

Prof. Alexandre Visintainer Pino, D. Sc.

Orientador:

_________________________________________________

Prof. Eduardo Vieira Leão Nunes, D. Sc.

Examinador:

_________________________________________________

Prof. Frederico Caetano Jandre de Assis Tavares, D. Sc.

Examinador:

_________________________________________________

Prof. Alessandro Jacoud Peixoto, D. Sc.

Rio de Janeiro – RJ, Brasil

Agosto de 2015

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iii

Moura, Phellipe Laranjeira da Rocha

Controle de um Gerador de Pressão Positiva Contínua de

Vias Aéreas para Uso em Exercício/ Phellipe Laranjeira da

Rocha Moura. – Rio de Janeiro: UFRJ/Escola Politécnica,

2015.

VIII, 50 p.: il.; 29,7cm.

Orientadores: Alexandre Visintainer Pino

Eduardo Vieira Leão Nunes

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/

Engenharia Eletrônica e da Computação, 2015.

Referências Bibliográficas: p. 49-50.

1. CPAP 2. Controle PI 3. Ziegler-Nichols I. Pino,

Alexandre Visintainer, et al. II.Universidade Federal do Rio

de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Eletrônica

e da Computação III. Título

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iv

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Escola Politécnica – Departamento de Eletrônica e de Computação

Centro de Tecnologia, bloco H, sala H-217, Cidade Universitária

Rio de Janeiro – RJ CEP 21949-900

Este exemplar é de propriedade da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que

poderá incluí-lo em base de dados, armazenar em computador, microfilmar ou adotar

qualquer forma de arquivamento.

É permitida a menção, reprodução parcial ou integral e a transmissão entre

bibliotecas deste trabalho, sem modificação de seu texto, em qualquer meio que esteja ou

venha a ser fixado, para pesquisa acadêmica, comentários e citações, desde que sem

finalidade comercial e que seja feita a referência bibliográfica completa.

Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do(s) autor(es).

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v

“Não se pode criar experiência.

É preciso passar por ela.”

(Albert Campus)

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vi

AGRADECIMENTO

Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus por iluminar meu caminho e poder

alcançar os meus objetivos. Gostaria de agradecer a Ele também por toda a saúde que me

foi concedida, além da família maravilhosa que me foi dada.

Aos professores Alexandre Visintainer Pino e Eduardo Vieira Leão Nunes pela

orientação que me foi dada e suporte na elaboração deste trabalho.

Aos meus pais, Ubirajara Jorge Moura e Astrid Maria Laranjeira da Rocha Moura,

sem deixar de lado minhas irmãs, Livia Laranjeira da Rocha Moura e Yasmin Laranjeira

da Rocha Moura, por todo apoio e carinho que me deram durante essa caminhada até

aqui. Amo vocês demais! Chegar até onde cheguei nunca seria possível sem vocês.

Obrigado por todos os sacrifícios que vocês realizaram por nossa família!

A Caroline Augusto Barros, por estar sempre ao meu lado, me apoiando nos

momentos difíceis e pela paciência demonstrada neta jornada. Seu amor e carinho são

muito importantes para mim!

Aos meus amigos, Luiz Felipe Vecchietti, Paulo Victor, Luis Felipe Velloso,

Eduardo, Ignácio, Gabriel, Natália, Laura, Rafaela, Lea, Leonardo, Pedro e Frias por toda

a cooperação durante esses anos de faculdade. Foi muito mais fácil com a ajuda de vocês.

Aos amigos do Laboratório de Engenharia Pulmonar, em especial Marcelo, Neto

e Gabriel, pois a ajuda de vocês foi imprescindível para a realização deste trabalho.

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vii

RESUMO

O suporte ventilatório consiste em um processo que substitui total ou parcialmente

a ação dos músculos inspiratórios e está entre os métodos de suporte mais utilizados na

terapia intensiva. Pesquisas atuais mostram a utilização de suporte ventilatório em

exercício, de forma a melhorar a oxigenação e diminuir o trabalho dos músculos

inspiratórios. Este trabalho utilizou a intervenção ventilatória conhecida como Pressão

Positiva Contínua de Vias Aéreas (CPAP – Continuous Positive Airway Pressure), que

consiste, na manutenção de uma pressão supra-atmosférica constante durante todo o ciclo

ventilatório, cujo uso em exercício vem sendo investigado. O CPAP projetado tem como

objetivo produzir um fluxo de 7 L/s para suprir a demanda do indivíduo durante o

exercício, mantendo a pressão de boca no nível de 4 cmH2O ±2 cmH2O. Para a

manutenção desta pressão foi utilizada a técnica de controle proporcional-integral (PI)

por meio de uma implementação digital utilizando o software LabVIEW. Foram feitas

comparações entre o CPAP projetado e um dispositivo comercial. Em testes sem a

participação do indivíduo, ou com esforço moderado o CPAP proposto apresentou uma

pressão de boca de 4 cmH2O ±0,5 cmH2O, e em testes de esforço máximo, o CPAP

desenvolvido teve sua pressão de boca variando entre 8 cmH2O e -2 cmH2O. O CPAP

comercial apresentou variações de 4 cmH2O em situação de fluxo baixo e moderado e

entre 15 cmH2O e -2 cmH2O em fluxos altos. Isso se deve ao fato de o CPAP projetado

ser capaz de produzir uma vazão maior comparado ao comercial, além de um sistema de

controle superior.

Palavras-Chave: CPAP, Protocolo de Exercício, Controle PI, Ziegler-Nichols

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ABSTRACT

The ventilatory support is a process that replaces totally or partially the action of

the inspiratory muscles and is one of the most used support methods in intensive care.

Current research shows the use of ventilatory support for exercise improves oxygenation

and reduce the work of inspiratory muscles. This study used the ventilator intervention

known as Continuous Positive Airway Pressure (CPAP), which consists in maintaining a

constant supra-atmospheric pressure throughout the respiratory cycle, whose use in

physical exercise has been investigated. In order to verify what kind of CPAP is more

appropriate for exercises, comparisons were made between the commercial CPAP Tango

and CPAP proposed in this study. The CPAP designed aims to produce a flow of 7 L/s to

provide a required flow of volunteer during exercise, keeping the mouth pressure at the

level of 4 cmH2O ±2 cmH2O. To maintaining this pressure was used a proportional plus

integral control technique through a digital implementation using the LabVIEW software.

Tests were done without a person participation, where the CPAP proposed showed a

mouth pressure of 4 cmH2O ±0,5 cmH2O, and maximum stress tests, in which the CPAP

developed showed a mouth pressure ranging from 8 cmH2O to -2 cmH2O, while the

commercial one showed variations from 15 cmH2O to -2 cmH2O. This is due to the fact

that CPAP designed in this project is able to produce a higher flow rate compared to the

commercial one, in addition to a superior control system.

Key words: CPAP, Exercise Protocol, PI Control, Ziegler-Nichols.

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SIGLAS

CPAP – Continuous Positive Airway Pressure

COPD – Chronic Obstructive Pulmonary Disease

IC – Insuficiência Cardíaca

WOB – Work of Breathing

FR – Frequência Respiratória

VC – Volume Corrente

PA – Pressão Alveolar

PPL – Pressão Pleural

VSO – Válvula Solenóide

SISO – Single Input-Single Output

AV – Ganho de tensão

Pao – Pressão de boca

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x

Sumário

Capítulo 1 Introdução ................................................................................................. 1

1.1 Objetivo ............................................................................................................. 2

1.2 Metodologia ....................................................................................................... 2

1.3 Descrição ........................................................................................................... 3

Capítulo 2 Ventilação Pulmonar ................................................................................ 4

2.1 Estrutura do Sistema Respiratório ..................................................................... 4

2.2 Fisiologia Respiratória ....................................................................................... 5

2.3 Pressões Pulmonares .......................................................................................... 6

2.4 Resistência das Vias Aéreas e Complacência Pulmonar ................................... 7

2.5 Trabalho Respiratório ........................................................................................ 9

Capítulo 3 Suporte Ventilatório ............................................................................... 10

3.1 Pressão Positiva Continua de Vias Aéreas ...................................................... 10

3.2 O Gerador Oxy-PEEP ...................................................................................... 13

Capítulo 4 Modelagem do Sistema ........................................................................... 16

4.1 Descrição do Sistema ....................................................................................... 16

4.2 Modelagem ...................................................................................................... 19

4.2.1 Regulador de Posto Manual ...................................................................... 19

4.2.2 Cilindros Pneumáticos .............................................................................. 20

4.2.3 Válvula Proporcional Solenóide ............................................................... 21

4.2.4 Tubos e Conexões ..................................................................................... 22

4.2.5 Modelagem Geral do Sistema................................................................... 24

Capítulo 5 Controle do Sistema ............................................................................... 29

5.1 Controle PI ....................................................................................................... 29

5.1.1 Conceito de Controle PID......................................................................... 30

5.1.2 Implementação do Controle Digital ......................................................... 35

5.1.3 Perturbação de Saída ................................................................................ 38

5.2 Circuitos Analógicos ........................................................................................ 39

Capítulo 6 Ensaios, Resultados e Discussão ............................................................ 42

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6.1.1 Metodologia dos testes ............................................................................. 42

6.1.2 Testes sem a participação do voluntário ................................................... 43

6.1.3 Testes de esforço ...................................................................................... 44

Capítulo 7 Conclusão ................................................................................................ 48

Capítulo 8 Bibliografia .............................................................................................. 49

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xii

Lista de Figuras

Figura 2.1 – Movimento dos pulmões e caixa torácica durante inspiração, à esquerda, e

expiração, à direita. Fonte: http://etc.usf.edu/clipart/36200/36289/respiration_36289.htm

.......................................................................................................................................... 6

Figura 2.2 – Modelos RC do sistema respiratório, considerado desde a pressão de boca

(Pao). A esquerda um modelo com representação de viscoelasticidades (R2 e C2) e a

direita um modelo com dois pulmões diferentes não homogêneos. R1, R3, R4 e R5

representam resistências do sistema respiratório enquanto C1, C3 e C4 complacências do

sistema respiratório. .......................................................................................................... 8

Figura 3.3 - Ilustração de um CPAP comercial, composto de um soprador, tubo para

conexão e mascara facial. Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Positive_airway_pressure

........................................................................................................................................ 12

Figura 3.4 – Modelagem de um sistema de CPAP comercial, onde a fonte I corresponde

ao soprador, Pao é a medida de pressão de boca, R1 e C1 representam a mecânica

respiratória do indivíduo e V1 é o esforço respiratório do indivíduo. ............................ 13

Figura 3.5 - Desenho esquemático da Oxy-PEEP (Smiths Medical, EUA). .................. 13

Figura 3.6 - Relações entre pressão de entrada e saída da Oxy-PEEP. Acima com a válvula

conectada a um volume de 3 L e sem fluxo de ar. Abaixo com a válvula sem carga (fluxo

máximo). Nos dois casos a válvula foi ajustada para 32% de concentração de oxigênio –

Figura retirada de [14]. ................................................................................................... 15

Figura 4.7 - Sistema proposto com as malhas de controle utilizadas. A via inspiratória é

representada pela seta em azul e a expiratória, em vermelha. Os dispositivos utilizados

são cilindro de ar comprimido (1), regulador de posto manual (2), cilindro pneumático

(3), válvula solenoide (4), Oxy-PEEP (5), conexões (6), válvula expiratória (7) e máscara

facial (8), com o indivíduo ao final do sistema (9) ......................................................... 18

Figura 4.8 - Regulador de posto manual......................................................................... 20

Figura 4.9 - Modelo elétrico de um regulador de posto manual, onde Prp representa a

fonte de pressão e Rrp a resistência variável para a manutenção do valor da pressão. .. 20

Figura 4.10 - Modelo elétrico de um cilindro pneumático após um regulador, onde Prp e

Rrp representam o modelo do regulador e Rcp e Ccp representam, respectivamente, a

resistência e a capacitância característica do cilindro pneumático. ................................ 21

Figura 4.11 - Válvula Proporcional Solenóide VP50 (Norgren, UK) ............................ 22

Figura 4.12 - Modelo elétrico para tubos e conexões, onde Rmc representa a resistência

imposta pelo tubo e Cmc sua capacitância. .................................................................... 23

Figura 4.13 - Esquemático elétrico da parte inicial (alta pressão) do sistema, onde Ivso

corresponde a fonte de fluxo da VSO, controlada pela pressão de boca, Ccp2 é a

capacitância do segundo cilindro pneumático e Rcp2 a resistência do segundo cilindro.

........................................................................................................................................ 25

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Figura 4.14 - Esquemático elétrico do subsistema de baixa pressão, onde Rmc1 e Cmc1

representam valores de, respectivamente, resistência e capacitância imposta pelas

conexões existentes antes da saída de ar para o ambiente, Rar corresponde a saída para o

ambiente proveniente da conexão em formato de T, Rvsoexp representa a resistência da

válvula VSO expiratória e Rmc2 e Cmc2 as respectivas resistências e capacitâncias de

conexões após a saída de ar para o ambiente.................................................................. 26

Figura 4.15 - Modelagem do subsistema de alta pressão, onde Rcp2 representa a

resistência do cilindro seguinte a válvula solenoide e Ccp2 representa a capacitância do

segundo cilindro. ............................................................................................................ 26

Figura 4.16 - Modelagem do subsistema de baixa pressão, onde Rmc1 e Cmc1 são,

respectivamente, a resistência e capacitância das conexões anteriores a saída de ar, Rar

representa a saída de ar para o ambiente e Rmc2 e Cmc2 são, respectivamente, resistência

e capacitância das conexões após a saída de ar e Rvsoexp a resistência da válvula VSO

expiratória. ...................................................................................................................... 27

Figura 4.17 - Sistema do CPAP projetado, onde são exibidas as duas malhas de controle

utilizadas. Roxy é a resistência da Oxy-PEEP. .............................................................. 27

Figura 5.18 – Sistema controlado por um PI paralelo. ................................................... 30

Figura 5.19 - Esquema de controle PI com Anti-Reset Windup. .................................... 33

Figura 5.20 – Reta tangente a resposta a entrada do tipo degrau no sistema proposto para

cálculo dos parâmetros da técnica de Ziegler-Nichols. .................................................. 34

Figura 5.21 - Placa de aquisição de dados NI USB-6009. ............................................. 36

Figura 5.22 - Diagrama de blocos mostrando o controle PI para as duas malhas de controle

utilizados no LabVIEW. ................................................................................................. 37

Figura 5.23 - Bloco de filtro utilizado no LabVIEW. .................................................... 37

Figura 5.24 - Interface gráfica utilizada no LabVIEW. .................................................. 38

Figura 5.25 - Circuito do amplificador Não-inversor utilizado, onde R correspondem a

resistência de 12 kΩ. ...................................................................................................... 40

Figura 5.26 - Circuito de controle para a válvula expiratória retirada do ventilador

mecânico Amadeus, representada no circuito pela resistência VSOexp. ....................... 41

Figura 6.27 - Resultado obtido com o controle PID, sem a presença de um voluntário,

projetado neste estudo. ................................................................................................... 43

Figura 6.28 - Valor da pressão de boca durante repouso do voluntário no teste com

CPAPlep. ........................................................................................................................ 44

Figura 6.29 - Valor do teste com voluntário em repouso obtido com o CPAP comercial.

........................................................................................................................................ 45

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xiv

Figura 6.30 - Valores de pressão de boca obtidos durante o exercício do voluntário

utilizando o CPAP comercial. ........................................................................................ 46

Figura 6.31 - Variação da pressão de boca durante exercício utilizando o CPAPlep. ... 47

Figura 6.32 - Variação de fluxo durante exercício com sistema CPAP projetado. ........ 47

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xv

Lista de Tabelas

Tabela 1 – Equivalência de grandezas mecânicas e elétricas.

Tabela 2 – Valores médios de vazão, pressão de saída da Oxy-PEEP (Pout) e pressão de

saída do sistema (Pboca) com a carga para a válvula de PEEP ajustada para cursor de

32% de entrada de ar do ambiente.

Tabela 3 – Tabela com os valores de resistência e capacitância de cada elemento do

sistema.

Tabela 4 – Parâmetros do controle PID obtidos através do método de resposta ao degrau

de Ziegler-Nichols.

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Capítulo 1

Introdução

Engenheiros e profissionais da área da saúde vêm trabalhando em conjunto, de

forma mais acentuada nos últimos anos, com o intuito de melhorar a qualidade de vida da

sociedade moderna. Este trabalho em equipe está possibilitando o desenvolvimento de

equipamentos para a realização de diagnósticos, instrumentos médicos mais aprimorados,

novas abordagens para terapia e prevenção de doenças e descobertas importantes sobre a

fisiologia do homem [1].

A evolução dos equipamentos da área da saúde traz uma maior segurança aos

profissionais na escolha dos procedimentos a serem seguidos para o tratamento de

pacientes, através de sistemas de monitoração e, mais precisamente na área de ventilação

mecânica, novas opções de ventilação e suportes ventilatórios.

Uma intervenção ventilatória bastante conhecida é a Pressão Positiva Contínua de

Vias Aéreas (CPAP – Continuous Positive Airway Pressure). Esta é uma intervenção

ventilatória que consiste, idealmente, na manutenção de uma pressão supra-atmosférica

constante durante todo o ciclo ventilatório [2], utilizado principalmente no tratamento de

apneia do sono, mas cujo uso em exercício vem sendo investigado.

Estudos recentes relatam a utilização do CPAP em protocolos de exercício (a

aplicação deste trabalho) para a reabilitação em diversas enfermidades, tais como doença

pulmonar obstrutiva crônica (COPD – Chronic Obstructive Pulmonary Disease) e

insuficiência cardíaca (IC) [3]; [4]. São relatados benefícios como melhora na oxigenação

e redução no trabalho respiratório (WOB – Work of Breathing) [4].

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2

Porém, para a realização de protocolos de exercício, não é possível utilizar os

CPAPs vendidos no mercado, devido a estes serem projetados para baixos fluxos1 de ar

e não suportarem as demandas durante exercícios. Analisando informações técnicas de

diversos aparelhos comerciais constatou-se que estes equipamentos são capazes de

fornecer fluxos em torno de 1 L/s, mas em experimentos conduzidos durante exercícios

foram medidos fluxos em torno de 7 L/s. Os CPAPs comerciais (não hospitalares) são

projetados de forma a controlar uma ventoinha, a qual sopra o ar ambiente para o paciente.

Dessa forma, o controle atua sobre o fluxo de ar do sistema para manter a pressão

constante nas vias aéreas. Demandas por fluxos elevados saturam o sistema de controle e

a pressão passa a apresentar variações nas vias aéreas do paciente.

1.1 Objetivo

O objetivo desse trabalho é realizar o controle de um sistema de geração de CPAP

de alto fluxo (7 L/s), para atender a demanda de exercício, utilizando a técnica de controle

Proporcional-Integral (PI), de modo a manter a pressão de saída do sistema no nível de

4 cmH2O, com uma tolerância de ±2 cmH2O do valor de referência desejado.

1.2 Metodologia

Inicialmente, este trabalho contou com a modelagem do sistema, de forma a

melhor entender o trabalho de controle a ser realizado. Foram utilizadas uma fonte de alta

pressão, duas válvulas proporcionais e um sistema de diluição de gases chamado Oxy-

PEEP (Smiths Medical, EUA).

1 O termo correto é vazão, mas o jargão da área será utilizado neste texto.

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A pressão do CPAP, foi mantida constante através de um controlador do tipo

Proporcional-Integral (PI) implementado por intermédio do aplicativo LabVIEW®

(National Instruments, EUA).

Para complementar o controle, foram necessários dois circuitos amplificadores

analógicos independentes, utilizados para o controle de uma válvula expiratória e uma

proporcional a serem utilizadas no sistema final.

1.3 Descrição

Este documento está dividido em oito capítulos, sendo o primeiro deles um

capítulo introdutório. No segundo capítulo é apresentado o conceito de ventilação

pulmonar, visando facilitar o entendimento dos profissionais que não possuem

conhecimento prévio do assunto. No capítulo três são discutidos o suporte ventilatório

como um todo e o CPAP, que é utilizada neste estudo. No capítulo quatro é descrito o

sistema projetado e sua modelagem é abordada para o estudo do controle. No capítulo

cinco é apresentado o conceito de controle PID, além do controle feito para o sistema e

os circuitos analógicos para o acionamento dos atuadores. No sexto capítulo, são

apresentados os resultados obtidos com o CPAP desenvolvido, bem como uma

comparação com os resultados obtidos com um CPAP comercial. Também neste capítulo

é apresentado a metodologia dos testes realizados. No capítulo sete é feita a conclusão do

projeto. Por fim, são apresentadas as bibliografias utilizadas ao longo deste trabalho.

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Capítulo 2

Ventilação Pulmonar

Neste capítulo será apresentada a estrutura anatômica do sistema respiratório e

também sua modelagem elétrica.

2.1 Estrutura do Sistema Respiratório

A principal função do sistema respiratório é garantir a troca de gases nos pulmões,

de modo que a homeostase respiratória seja mantida [5]. O termo homeostasia é utilizado

para definir a manutenção de condições quase constantes no meio interno. Segundo [6],

o objetivo da respiração é dar aos tecidos o oxigênio necessário para seu funcionamento

e também remover o dióxido de carbono, resultante de oxidações celulares.

O sistema respiratório é dividido em duas zonas: a zona condutora e a zona

respiratória. A primeira é formada por nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios e

bronquíolos. Já a zona respiratória é formada pelas partes terminais da árvore brônquica,

onde estão localizados os alvéolos e ocorrem as trocas gasosas [6].

O nariz é o primeiro local por onde ocorre a passagem do ar atmosférico para o

corpo humano. Ele é responsável por ser a primeira linha de defesa do organismo,

filtrando as partículas estranhas pelo muco existente na cavidade.

Após as fossas nasais existem a faringe e a laringe, que representam etapas de

passagem do ar até a traqueia. Uma importante função da laringe, para o sistema

respiratório, é a de impedir a entrada de alimentos e objetos estranhos na estrutura

respiratória.

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5

A traqueia é o órgão seguinte a laringe, e é formada por um tubo de

aproximadamente 12,5 cm de comprimento. Ela estende-se desde a laringe e ramifica-se

ao final para formar os 2 brônquios principais. Estes brônquios subdividem-se até

formarem os bronquíolos. Já os bronquíolos dão origem aos alvéolos pulmonares,

estruturas de pequenas dimensões localizadas ao final dos bronquíolos.

A partir da ramificação da traqueia em brônquios, a estrutura passa a se localizar

dentro dos pulmões. É nesta região que ocorrem as trocas gasosas entre o ar atmosférico

e o sangue.

2.2 Fisiologia Respiratória

O ciclo respiratório pode ser dividido em duas etapas: a inspiração e a expiração,

que ocorrem de forma cíclica. O número de vezes que o ciclo ocorre por minuto é

denominado frequência respiratória (FR). Durante o exercício, a FR e o fluxo respiratório

de um indivíduo aumentam. O fluxo respiratório corresponde ao produto da FR pelo

volume corrente (VC), que corresponde ao volume de ar inspirado e expirado em cada

ciclo respiratório, ou seja, em uma respiração normal.

O comportamento da caixa torácica durante estas duas etapas pode ser visto na

Figura 2.1.

A respiração ocorre primeiramente pela contração e relaxamento do diafragma,

que permite a entrada e saída de ar dos pulmões. Para que ocorra a inspiração, é necessária

a contração do diafragma que traciona a superfície dos pulmões para baixo, aumentando

o volume desse órgão.

Na expiração, o pulmão é comprimido pelo relaxamento do diafragma, forçando

a saída de ar. Além disso, a movimentação das costelas, por elevação ou abaixamento, é

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necessária para aumentar ou diminuir o diâmetro ântero-posterior da cavidade torácica e

consequentemente permitir a expansão ou a contração do pulmão.

Figura 2.1 – Movimento dos pulmões e caixa torácica durante inspiração, à esquerda, e

expiração, à direita.

Fonte: http://etc.usf.edu/clipart/36200/36289/respiration_36289.htm

2.3 Pressões Pulmonares

O pulmão é o órgão mais importante do sistema respiratório. Existe uma força de

retração elástica nos pulmões que tende a trazê-los para seu volume mínimo, de forma a

ocorrer o fechamento do mesmo [7], porém o pulmão encontra-se na caixa torácica e

envolto por uma membrana dupla chamada pleura. Um lado desta membrana envolve os

pulmões e o outro lado se fixa a caixa torácica impedindo que os pulmões se fechem. A

pressão transpulmonar é a diferença entre a pressão alveolar (PA) e a pressão pleural

(PPL). Essa pressão é a responsável por manter os pulmões abertos, pois sem ela a

retração elástica levaria ao fechamento dos mesmos. A variação do volume pulmonar é

diretamente proporcional à variação da pressão transpulmonar. Para que ocorra a entrada

de ar nos pulmões, a pressão alveolar se encontra negativa em relação à pressão

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atmosférica e na expiração, a pressão alveolar se eleva, forçando a saída de ar dos

alvéolos.

2.4 Resistência das Vias Aéreas e Complacência Pulmonar

A resistência e a complacência são parâmetros que caracterizam o sistema

respiratório quanto ao seu comportamento perante a mecânica dos gases.

A resistência das vias aéreas consiste na dificuldade imposta pelas vias aéreas à

passagem do fluxo de gás. Esta resistência pode ser definida como a razão entre o

gradiente de pressão necessário para levar o ar do ambiente até os alvéolos e o fluxo aéreo,

considerando o fluxo como laminar. Em tubos cilíndricos e rígidos a resistência depende

da viscosidade do gás, que varia com sua temperatura, umidade e composição, e da

geometria do tubo (comprimento, área de seção transversal). Caso o fluxo não seja

laminar a resistência também varia com o fluxo e como o volume pode alterar as

dimensões das vias aéreas ele também pode produzir variações de resistência ao longo do

ciclo respiratório [7].

A complacência pulmonar (C), que mede a capacidade de um pulmão de se

expandir, consiste na variação do volume pulmonar dividido pela pressão aplicada nos

pulmões, como pode ser visto na equação (1).

𝐶 =∆𝑉

∆𝑃

(1)

Vale ressaltar que, na realidade, a complacência não é um parâmetro constante,

pois esta varia de acordo com alterações de pressão ou volume, que ocorrem durante a

inspiração ou a expiração. Em indivíduos normais, para baixos volumes correntes a

complacência pode ser considerada constante. Além disso, este cálculo apresentado leva

em consideração uma aproximação para o caso de sistemas isotérmicos.

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Com o conhecimento desses parâmetros existentes no sistema respiratório, pode-

se estabelecer uma analogia elétrica entre as grandezas mecânicas descritas no pulmão e

as grandezas elétricas de um sistema elétrico, conforme pode ser visto na Tabela 1.

Tabela 1 - Equivalência de grandezas mecânicas e elétricas.

Grandezas Mecânicas Grandezas Elétricas Pressão (P) Tensão (V) Fluxo (F) Corrente (I) Volume (V) Carga (Q) Resistência (R = ΔP/ΔF) Resistência (R = ΔV/ΔI) Complacência (C = ΔV/ΔP) Capacitância (C = ΔQ/ΔV)

A representação elétrica do sistema respiratório desde a pressão de boca (Pao)

pode, então, ser modelada com base em circuitos RC que podem ou não ser lineares e

invariantes no tempo. O modelo mais simples envolve um RC série, mas o modelo pode

ser expandido utilizando-se vários RC para representar não homogeneidades do sistema

respiratório (Figura 2.2, direita) ou outras propriedades como as viscoelasticidades

(Figura 2.2, esquerda).

Figura 2.2 – Modelos RC do sistema respiratório, considerado desde a pressão de boca

(Pao). A esquerda um modelo com representação de viscoelasticidades (R2 e C2) e a

direita um modelo com dois pulmões diferentes não homogêneos. R1, R3, R4 e R5

representam resistências do sistema respiratório enquanto C1, C3 e C4 complacências

do sistema respiratório.

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2.5 Trabalho Respiratório

Durante uma respiração normal, a contração dos músculos respiratórios ocorre

apenas durante a inspiração, enquanto a expiração é totalmente passiva, devido a retração

elástica dos pulmões. Desse modo, os músculos respiratórios realizam trabalho apenas

durante a inspiração.

Este trabalho (WOB) pode ser dividido em três componentes: trabalho elástico ou

trabalho de complacência, trabalho de resistência tecidual e trabalho de resistência das

vias aéreas. Estes dois últimos também são conhecidos como trabalho não elástico.

O trabalho elástico consiste no trabalho necessário para expandir os pulmões

contra suas forças elásticas. Já o trabalho não elástico corresponde ao esforço necessário

para superar a resistência das vias aéreas e da resistência tecidual.

O trabalho respiratório é uma importante medida para saber o total de energia

desenvolvido pelos músculos respiratórios. O trabalho realizado pelos pulmões em cada

ciclo respiratório equivale a:

𝑊𝑂𝐵 = ∫ 𝑃𝑚𝑢𝑠𝑑𝑣 (2)

onde 𝑃𝑚𝑢𝑠 corresponde a pressão gerada pela contração dos músculos respiratórios e 𝑑𝑣

a variação de volume de ar movido para dentro dos pulmões. A pressão muscular equivale

a diferença entre a pressão pleural e a pressão da parede torácica.

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Capítulo 3

Suporte Ventilatório

O suporte ventilatório consiste em um processo que substitui total ou parcialmente

a ação dos músculos inspiratórios e está entre os métodos de suporte mais utilizados na

terapia intensiva [8]. Pesquisas atuais mostram a utilização de suporte ventilatório em

exercício, de forma a diminuir o trabalho dos músculos inspiratórios [9]. Isto, entretanto,

vem sendo investigado com sistemas geração de baixos fluxos o que motiva o

desenvolvimento de aparelhos de CPAP especialmente para este fim.

O suporte ventilatório pode ser dar de forma invasiva e não invasiva. A principal

diferença entre esses suportes é a forma em que estes aplicam a pressão no paciente:

quanto invasiva, é utilizada uma prótese (tubo oro ou nasotraqueal) introduzida na via

aérea, e quando não invasiva utiliza-se uma máscara de modo a conectar o indivíduo ao

sistema de suporte.

Uma das intervenções mais difundidas de suporte por pressão positiva é o CPAP,

método este utilizado no presente trabalho e que será melhor explicado no tópico 3.1.

3.1 Pressão Positiva Continua de Vias Aéreas

A intervenção ventilatória utilizada neste estudo é conhecida como CPAP. Esta

intervenção consiste na manutenção de uma pressão positiva, supra-atmosférica, durante

todo o ciclo respiratório. Esta técnica é restrita a utilização em pacientes que possam

ventilar de forma espontânea [10].

Os sistemas de CPAP usuais possuem duas maneiras de fornecer vazão para o

indivíduo, conhecidas como vazão contínua e vazão por demanda. No sistema de vazão

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contínua, o sistema não possui nenhum tipo de controle, de forma que a válvula que libera

a passagem de ar para o sistema se mantém aberta durante todo o procedimento. Já no

sistema de vazão por demanda pode ter sensibilidade a pressão ou fluxo dependendo dos

sensores disponíveis. No sistema de vazão por demanda com sensibilidade a pressão,

existe um sensor para medir a pressão próxima a boca do paciente e, quando esta medida

fica abaixo do valor de referência, a válvula de demanda recebe um comando para

aumentar sua vazão [11]. Outro método de vazão por demanda é sensível à vazão. Neste

caso, o instrumento conhecido como pneumotacógrafo, utilizado para medir a vazão do

sistema, informa ao sistema se a válvula de demanda deve aumentar ou diminuir sua

vazão [12].

A máquina de CPAP pode ser dividida em três partes: a chamada máscara, que

pode ser nasal, oronasal, facial ou capacete; um tubo para fazer a conexão entre a fonte

de ar e a máscara; e um soprador motorizado, que joga ar através do tubo para a máscara

(Figura 3.3).

Seu funcionamento consiste em soprar ar ambiente para o sistema, regulando a

pressão na saída (boca ou vias aéreas superiores) através da velocidade aplicada ao motor.

Seu funcionamento consiste em um soprador que empurra o ar ambiente para o sistema,

através do tubo de conexão até a máscara, tendo sua velocidade regulada por um sensor

localizado na entrada do tubo de conexão. Desta forma, a pressão na saída (boca ou vias

aéreas) deveria ser regulada pelo fluxo injetado pelo soprador, porém essa pressão não é

garantida pelo aparelho, devido ao posicionamento do sensor.

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Figura 3.3 - Ilustração de um CPAP comercial, composto de um soprador, tubo para

conexão e mascara facial.

Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Positive_airway_pressure

Um sistema simples, como os utilizados em residências, funciona como uma fonte

regulada de tensão, ou seja, mesmo com uma variação na carga, desde que a variação seja

dentro do limite aceitável pelo sistema, a tensão do CPAP se mantém constante. Para o

correto funcionamento deste tipo de CPAP é necessário que o fluxo de ar demandado pelo

indivíduo seja baixo. No caso de fluxos altos, o controle realizado pelo equipamento não

consegue atuar de maneira a manter a pressão constante na saída. O modelo da Figura 3.4

ilustra este comportamento. A fonte de corrente controlada é o soprador, a mecânica

respiratória do indivíduo é modelada com R1 e C1 enquanto que o esforço respiratório é

modelado pela fonte V1. As perdas na máscara, assim como a resistência do caminho

expiratório (normalmente uma válvula unidirecional na máscara que permite expirar para

o ar ambiente), são modeladas por R2. Quando o indivíduo está em apneia toda a corrente

I passa pelo resistor R2 e a pressão na boca (Pao) é ajustada para o valor do CPAP. Se o

indivíduo inspira, a fonte I deve suprir este fluxo para manter a Pao constante. Se o

indivíduo expira a fonte I deve reduzir seu valor para manter a Pao no valor ajustado.

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Figura 3.4 – Modelagem de um sistema de CPAP comercial, onde a fonte I corresponde

ao soprador, Pao é a medida de pressão de boca, R1 e C1 representam a mecânica

respiratória do indivíduo e V1 é o esforço respiratório do indivíduo.

3.2 O Gerador Oxy-PEEP

O gerador Oxy-PEEP (Figura 3.5) é um equipamento utilizado para aumentar a

vazão de ar do sistema. Seu funcionamento é baseado no efeito de entranhamento de

gases. O oxigênio proveniente de um sistema de alta pressão passa pela entrada principal

da Oxy-PEEP, gerando um jato de oxigênio em alta velocidade. Através de interações

viscosas entre o jato e o ar estacionário existente no interior do gerador, o jato é

desacelerado e as camadas estacionárias de ar são aceleradas [13]. As camadas que foram

aceleradas passam a interagir com outras camadas acelerando-as. Este processo aumenta

significativamente o fluxo de ar pelo interior da válvula.

Figura 3.5 - Desenho esquemático da Oxy-PEEP (Smiths Medical, EUA).

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14

O gerador apresenta, em seu corpo, um cursor para definir a quantidade de ar

proveniente do ambiente que será misturado ao oxigênio, proveniente da fonte de

alimentação do sistema. No sistema deste estudo, o cursor foi ajustado para 32% de

entrada externa do ar a pressão ambiente.

Em [14] são relatados estudos da caracterização da Oxy-PEEP, para diferentes

ajustes do cursor de entrada de ar externa

Para o cursor ajustado em 32%, com a saída da Oxy-PEEP conectada a um volume

de 3 L, com ou sem fluxo de ar foi possível observar as relações entre as pressões de

entrada e saída apresentadas na Figura 3.6.

Em um segundo protocolo realizado em [14], a pressão de entrada foi fixada em

72,5 psi e a Oxy-PEEP foi conectada a uma válvula de PEEP ajustada manualmente para

diferentes pressões (Tabela 2). Observa-se então, que para valores próximos aos usuais

de CPAP (pressão variando entre a PEEP totalmente aberta e regulada até 10 cmH2O), a

vazão na Oxy-PEEP não possui variações significativas.

Tabela 2 - Valores médios de vazão, pressão de saída da Oxy-PEEP (Pout) e pressão de

saída do sistema (Pboca) com a carga para a válvula de PEEP ajustada para cursor de

32% de entrada de ar do ambiente.

Cursor ajustado para 32% de entrada de ar do ambiente

Válvula de PEEP (cmH20) Vazão (L/s) Pout (cmH20) Pin (PSI)

Aberta 3,06 17,5 72,5

5 2,63 18,3 72,5

10 2,25 19,1 72,5

15 0,86 22,4 72,5

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Figura 3.6 - Relações entre pressão de entrada e saída da Oxy-PEEP. Acima com a

válvula conectada a um volume de 3 L e sem fluxo de ar. Abaixo com a válvula sem

carga (fluxo máximo). Nos dois casos a válvula foi ajustada para 32% de concentração

de oxigênio – Figura retirada de [14].

A partir da caracterização realizada em [14], a Oxy-PEEP com o ajuste de 32%

será então modelada como uma resistência variável para cálculos posteriores.

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Capítulo 4

Modelagem do Sistema

Como o objetivo deste trabalho envolve um CPAP que possa ser utilizado em

protocolos de exercício, é necessário que o mesmo apresente fluxo em torno de 7 L/s para

suprir a demanda de fluxo em exercício do indivíduo. Para projetar o sistema, foram

realizados estudos sobre os modelos elétricos dos componentes a serem utilizados, bem

como do sistema como um todo. Estes modelos serão apresentados ao longo deste

capítulo.

4.1 Descrição do Sistema

Para o projeto (Figura 4.7) foi proposto um sistema que emprega um cilindro de

oxigênio comprimido, um regulador de pressão manual, uma válvula solenoide VSO

VP50 (Norgren, Inglaterra) e umaOxy-PEEP (Smiths Medical, EUA) para o controle do

fluxo inspiratório, compondo uma primeira malha de controle. Uma segunda válvula

proporcional foi utilizada para o ajuste do fluxo expiratório, formando a segunda malha

de controle do sistema. Medidas de fluxo e pressão também foram obtidas imediatamente

antes da máscara facial empregada no sistema.

Para fornecer ar ao sistema, foi escolhido um cilindro de ar comprimido medicinal

(White Martins, Brasil). Na saída deste equipamento foi conectado um regulador de posto

manual (Linde Gases Ltda, Brasil). A saída do regulador foi ajustada para 10 bar.

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Após o regulador, foi conectado uma mangueira para a passagem do ar até um

cilindro pneumático com volume de 500 mL, que serve como um filtro para reduzir

variações de pressão mesmo durante elevado fluxo. Em seguida, uma mangueira foi

conectada a saída do cilindro até a entrada da VSO VP50.

Na saída da VSO, foi adicionado um segundo cilindro pneumático, com o mesmo

objetivo do primeiro, filtrar oscilações rápidas de pressão. Após este segundo cilindro, foi

conectado, através de uma mangueira, uma Oxy-PEEP®, ajustada para 32% de entrada

externa de ar.

Após a Oxy-PEEP®, foi adicionado uma peça de tubulação em formato de T, com

diâmetro interno de 22 mm. Esta peça possui sua entrada conectada a Oxy-PEEP® por

uma mangueira e uma saída ligada ao restante do sistema. Sua segunda saída encontra-se

aberta para o ambiente externo permitindo que o ar do sistema seja permanentemente

renovado, evitando o acúmulo de gás carbônico.

Uma outra peça em formato de T foi conectada na sequência e um

pneumotacógrafo da Innocor (Innovision, Dinamarca) foi conectada a ela. Este

equipamento foi utilizado para medir a vazão de ar no sistema. Após este equipamento,

foi adicionado um sensor de pressão, para a medição da pressão de boca do sistema, e em

seguida uma máscara de CPAP (Vital Signs, EUA).

Após a realização de testes de fluxo máximo, foi observado que não era possível

atingir a pressão desejada de 4 cmH2O. Isso ocorreu porque a vazão do sistema não foi

suficiente para manter a pressão no nível desejado. Para aumentar o fluxo foi adicionada

uma segunda Oxy-PEEP® ao sistema, em paralelo com a já existente.

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Figura 4.7 - Sistema proposto com as malhas de controle utilizadas. A via inspiratória é

representada pela seta em azul e a expiratória, em vermelha. Os dispositivos utilizados

são cilindro de ar comprimido (1), regulador de posto manual (2), cilindro pneumático

(3), válvula solenoide (4), Oxy-PEEP (5), conexões (6), válvula expiratória (7) e

máscara facial (8), com o indivíduo ao final do sistema (9)

Uma segunda VSO também foi empregada para controlar o fluxo de ar do sistema

que era retirado em direção ao ambiente. O intuito desta VSO é reduzir a saída de ar para

a atmosfera durante a inspiração do indivíduo, fazendo com que o fluxo de ar seja

majoritariamente direcionado para ele. Já durante a expiração, a VSO abre sua saída de

ar para o ambiente, o que ajuda a reduzir a pressão no interior do sistema, mantendo assim

a pressão próxima ao nível de referência.

Deve-se ter em vista que a peça em formato de T, com abertura para o ambiente,

foi mantida por questões de segurança, apesar de não ser mais necessária. Porém fez-se

uma redução do seu diâmetro de saída por meio da inserção de uma peça de tubulação

com diâmetro de 15 mm, aumentando assim a resistência para a saída de ar por esta via.

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4.2 Modelagem

De forma a melhor entender o sistema, foi proposta a realização da modelagem

do mesmo. Modelo nada mais é do que a descrição matemática das características

dinâmicas de um sistema.

Para mensurar o sistema, foi feita uma análise dos componentes de forma a tentar

encontrar o dual elétrico dos mesmos.

4.2.1 Regulador de Posto Manual

Este equipamento (Figura 4.8) tem como objetivo manter a pressão de entrada do

sistema estável, independente da oscilação de pressão decorrente da rede, bem como do

consumo de ar do sistema. Para isso, a pressão de entrada do dispositivo deve ser maior

que a pressão de saída do mesmo.

Seu princípio de funcionamento é baseado na estabilização da pressão através do

equilíbrio de forças. O controle desta pressão é realizado por uma membrana (diafragma)

existente no interior do regulador. Sobre essa membrana, existe a atuação da pressão de

saída por um lado e do outro existe uma mola atuando, cuja força é regulada mediante um

parafuso de regulagem. Quando ocorre um aumento da pressão de saída, esta pressão atua

sobre a membrana, movimentando-a contra a força exercida pela mola. Isto provoca uma

diminuição ou até o fechamento da área de passagem de ar da válvula.

Desta forma um regulador de posto manual comporta-se como uma fonte de

pressão em série com uma resistência variável que tenta manter a pressão de saída

constante (Figura 4.9). Em regime permanente a pressão estabiliza no valor ajustado, mas

nos transitórios pode haver variação na pressão ajustada em função da queda de pressão

sobre a resistência do regulador.

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Figura 4.8 - Regulador de posto manual.

Figura 4.9 - Modelo elétrico de um regulador de posto manual, onde Prp representa a

fonte de pressão e Rrp a resistência variável para a manutenção do valor da pressão.

4.2.2 Cilindros Pneumáticos

Cilindros pneumáticos são equipamentos utilizados para filtrar eventuais

variações de pressão do sistema. Eles se comportam como reservatórios de gás, ou seja,

são análogos a capacitores com uma pequena resistência em seu modelo. Seu uso após o

regulador de posto, por exemplo, ajuda a reduzir variações de pressão nos transitórios de

alto fluxo, uma vez que o reservatório ajuda a suprir este fluxo reduzindo a queda de

pressão sobre a resistência do regulador (Figura 4.10).

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Figura 4.10 - Modelo elétrico de um cilindro pneumático após um regulador, onde Prp e

Rrp representam o modelo do regulador e Rcp e Ccp representam, respectivamente, a

resistência e a capacitância característica do cilindro pneumático.

4.2.3 Válvula Proporcional Solenóide

Válvulas Solenóide Proporcionais (VSO) são equipamentos utilizados para

regular a vazão de um fluido, seja ele líquido ou gasoso, em um sistema (Figura 4.11).

Seu funcionamento baseia-se na conversão de energia eletromecânica, transformando

uma tensão ou corrente aplicada a sua entrada em um deslocamento do pistão existente

em seu interior. Este pistão define o tamanho da abertura por onde escoa o fluido.

No sistema montado para este estudo, são utilizadas duas VSO. A primeira VSO,

VP50, posicionada na entrada do sistema, é utilizada para controlar a vazão da entrada

para o indivíduo. A malha de controle mede a pressão de boca e atua sobre esta válvula,

aumentando ou diminuindo a vazão para o sistema. Fazendo uma analogia para um

sistema elétrico, um modelo que reproduz seu funcionamento seria uma resistência

variável (um potenciômetro). Como a pressão na entrada da válvula é muito grande e a

resistência da válvula também, o sistema se comporta como uma fonte de fluxo

controlado (no análogo teríamos uma fonte de corrente controlada).

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Figura 4.11 - Válvula Proporcional Solenóide VP50 (Norgren, UK)

De modo semelhante, a segunda VSO, a qual era parte componente de um

ventilador Amadeus (Hamilton®, Suíça), possui o mesmo princípio de funcionamento,

portanto o mesmo modelo elétrico descrito para a primeira VSO. Neste caso, entretanto,

a válvula foi construída para funcionar com baixas pressões de entrada e, portanto,

funciona como uma fonte de pressão controlada em série com uma resistência. Um diodo

também deve ser ligado em série, pois a válvula não permite a passagem de ar do ambiente

para o interior do sistema. Para o controle desta VSO, a pressão de boca também é

utilizada como referência.

Válvulas proporcionais também costumam apresentar não linearidades marcantes

e resposta em frequência limitada. Zona morta e histerese são muito comuns. Em testes

preliminares, foi constatado que a histerese existente nas válvulas utilizadas neste estudo

não possuía valores significativos.

4.2.4 Tubos e Conexões

Os tubos e as conexões foram modelados como elementos resistivos e

complacentes (Figura 4.12). Para o cálculo da resistência, foi utilizada a Lei de Poiseuille,

físico francês que propôs uma equação para o escoamento de um fluido com certa

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viscosidade em regime laminar no interior de um tubo cilíndrico reto, com raio constante,

conforme referência [15]. As duas equações (da Lei de Poiseuille e da Lei de Ohm) são

apresentadas nas equações:

𝐼 =∆𝑉

𝑅

(3)

𝐹 =𝜋𝑟4∆𝑃

8𝜇𝐿

(4)

onde 𝐼 corresponde a corrente elétrica, 𝛥𝑉 é a queda de tensão e 𝑅 é a resistência elétrica.

𝐹 é a vazão, 𝜋 é a constante matemática, 𝑟 é o raio do tubo, 𝛥𝑃 é a diferença de pressão,

µ é a viscosidade dinâmica e 𝐿 é o comprimento do tubo.

Com base nas analogias apresentadas anteriormente pode-se encontrar a

resistência laminar correspondente na equação de Poiseuille, conforme equação (5):

𝑅𝑙𝑎𝑚𝑖𝑛𝑎𝑟 =8𝜇𝐿

𝜋𝑟4

(5)

Completando o modelo, é necessário a realização do cálculo da complacência, a

partir da utilização da equação da Lei de Boyle (6):

𝐶 =∆𝑉

∆𝑃

(6)

onde 𝐶 representa a complacência, 𝛥𝑉 é o volume e 𝛥𝑃 é a diferença de pressão.

Figura 4.12 - Modelo elétrico para tubos e conexões, onde Rmc representa a resistência

imposta pelo tubo e Cmc sua capacitância.

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Vale ressaltar que estes cálculos levam em consideração uma aproximação para

um fluxo laminar, no cálculo das resistências, e um sistema isotérmico, no cálculo dos

capacitores.

4.2.5 Modelagem Geral do Sistema

A partir do modelo de cada elemento individual do sistema foi possível modelar

o sistema como um todo. Para a determinação de resistências e complacências foram

realizadas medições dos raios, comprimentos e volumes dos equipamentos, a pressão de

1 atm. A Tabela 3 mostra os valores calculados para cada elemento.

O sistema foi separado em dois subsistemas: subsistema de alta pressão e

subsistema de baixa pressão. O primeiro é composto pela válvula proporcional solenoide

(VSO) e um cilindro pneumático (Figura 4.13). O cilindro de ar comprimido, o regulador

de posto manual e o primeiro cilindro pneumático foram considerados como a fonte de

alimentação da VSO.

O segundo subsistema é formado por uma peça de tubulação em formato T com

uma saída para o ar (Rar), uma segunda peça de tubulação em formato de T com uma

válvula expiratória (VSOexp) e o sensor de medida de pressão, onde é medida a pressão

de boca (Pao) (Figura 4.14).

Os subsistemas foram então modelados no software MATLAB® (Figura 4.15 e

Figura 4.16).

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Tabela 3 - Tabela com os valores de resistência e capacitância de cada elemento do

sistema.

Equipamento Resistência

(cmH2O/L/s)

Capacitância

(cmH2O/L)

Cilindro pneumático (Rcp2 e Ccp2) 1/1000 203800

Conexão 1(Rmc1 e Cmc1) 5 500

Resistência do ar (Rar) 2,63 18,3

VSO expiratória (Rvsoexp) 5 -

Conexão 2(Rmc2 e Cmc2) 5 500

Figura 4.13 - Esquemático elétrico da parte inicial (alta pressão) do sistema, onde Ivso

corresponde a fonte de fluxo da VSO, controlada pela pressão de boca, Ccp2 é a

capacitância do segundo cilindro pneumático e Rcp2 a resistência do segundo cilindro.

Devido a linearidade apresentada pela Oxy-PEEP com o ajuste do cursor em 32%

de entrada de ar do ambiente, o diluidor foi modelado como uma resistência no

MATLAB®.

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26

Figura 4.14 - Esquemático elétrico do subsistema de baixa pressão, onde Rmc1 e Cmc1

representam valores de, respectivamente, resistência e capacitância imposta pelas

conexões existentes antes da saída de ar para o ambiente, Rar corresponde a saída para o

ambiente proveniente da conexão em formato de T, Rvsoexp representa a resistência da

válvula VSO expiratória e Rmc2 e Cmc2 as respectivas resistências e capacitâncias de

conexões após a saída de ar para o ambiente.

Figura 4.15 - Modelagem do subsistema de alta pressão, onde Rcp2 representa a

resistência do cilindro seguinte a válvula solenoide e Ccp2 representa a capacitância do

segundo cilindro.

A primeira malha de controle atua sobre a VSO de entrada do sistema, regulando

sua vazão de entrada. Já a segunda malha atua sobre a VSO expiratória. A atuação do PI

neste dispositivo consiste em permitir ou não o escape de ar do sistema para o ambiente

para assim manter a pressão constante nas vias aéreas do indivíduo (Figura 4.17). A VSO

expiratória foi modelada como uma resistência fixa para simulação em malha aberta que

permite o cálculo dos parâmetros do controle PI.

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Figura 4.16 - Modelagem do subsistema de baixa pressão, onde Rmc1 e Cmc1 são,

respectivamente, a resistência e capacitância das conexões anteriores a saída de ar, Rar

representa a saída de ar para o ambiente e Rmc2 e Cmc2 são, respectivamente,

resistência e capacitância das conexões após a saída de ar e Rvsoexp a resistência da

válvula VSO expiratória.

Figura 4.17 - Sistema do CPAP projetado, onde são exibidas as duas malhas de controle

utilizadas. Roxy é a resistência da Oxy-PEEP.

A partir da modelagem, foi calculada a função de transferência do sistema a fim

de encontrar seus polos.

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O sistema modelado apresenta duas entradas, sendo cada uma correspondente a

uma malha de controle. Sendo assim, sua função de transferência corresponde a:

𝐻(𝑠) = [3,122. 1010

𝑠4 + 3253𝑠3 + 1,967. 106𝑠2 + 2,161. 108𝑠 + 6,244. 109

(7)

245,1𝑠3 + 1,238. 106𝑠2 + 1,592. 109𝑠 + 7,509. 1010

𝑠4 + 5098𝑠3 + 6,743. 106𝑠2 + 6,248. 108𝑠 + 1,502. 1010] (

𝑉

𝑐𝑚𝐻2𝑂)

(8)

Sendo seus polos:

𝑝1 = −2,5𝑥103 𝑝2 = −0,6219𝑥103

𝑝3 = −0,049𝑥103 𝑝4 = −0,0819𝑥103 (9)

Com a localização dos quatro polos no semi-plano lateral esquerdo, este sistema

é estável.

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29

Capítulo 5

Controle do Sistema

5.1 Controle PI

Para a realização do controle do sistema foi utilizada a técnica de controle

proporcional-integral (PI) por meio de uma implementação digital. O controlador PI é um

caso particular do controlador proporcional-integral-derivativo (PID) que é de longe a

técnica de controle mais utilizada atualmente. De fato, mais de 90% das malhas de

controle usam o PID. Cabe ressaltar que a maior parte das malhas são, na realidade,

controladas por um PI, uma vez que a ação derivativa não é usada com muita frequência

[16].

O controlador PID é usado em uma ampla gama de aplicações como controle de

processos, de drivers de motores, de memórias magnéticas e ópticas, de automóveis, de

vôos, entre outras [16]. Embora a teoria de controle venha evoluindo, o controle PID

permanece como uma importante ferramenta devido à três razões principais: histórico

passado de sucesso, simplicidade de uso e grande disponibilidade no mercado [17]. Isto

é evidenciado no guia de referência Muhidin e Zoran [18]. Estima-se que na década

passada foram publicados mais de 300 artigos em periódicos sobre teoria e aplicações de

controladores PID [18].

Apesar de novas metodologias para sintonia do controlador PID, técnicas clássicas

como Ziegler e Nichols [19], ainda são amplamente utilizadas em uma grande gama de

aplicações. Técnica está apontada como referência em muitos trabalhos, como o método

de feedback desenvolvido por Åstrom e Hagglund [20] e o método desenvolvido por

Cohen e Coon [21].

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5.1.1 Conceito de Controle PID

Um sistema clássico de controle PI paralelo pode ser visto na Figura 5.18, onde

os sinais r, e, u, d, v e y representam respectivamente o sinal de referência r, o sinal de

erro e, o sinal de controle u, o sinal de distúrbio de entrada d, o sinal de distúrbio de saída

v e a saída do sistema y.

Figura 5.18 – Sistema controlado por um PI paralelo.

A equação do controlador PI paralelo clássico encontrada na literatura é

apresentada a seguir [17]:

𝑢(𝑡) = 𝑘𝑃𝑒(𝑡) + 𝑘𝐼 ∫ 𝑒(𝜏)𝑑𝜏𝑡

0

(10)

onde 𝑢(𝑡) é o sinal de controle; 𝑒(𝑡) é o sinal de erro entre o sinal de referência e a

resposta do sistema; 𝑘𝑃 é o ganho proporcional do sistema e 𝑘𝐼 é o ganho integral do

sistema.

A equação (10) também pode ser escrita no domínio da frequência, usando a

Transformada de Laplace, como apresentado em (11).

𝑈𝐶(𝑠) = [𝑘𝑃 +𝑘𝐼

𝑠] 𝐸(𝑠)

(11)

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31

5.1.1.1 Termo Proporcional

O termo proporcional representa um dos termos do controle PID. A utilização

deste termo resulta em uma saída proporcional ao sinal de erro e(t). O termo proporcional

é dado pela equação:

𝑢𝑃(𝑡) = 𝑘𝑃. 𝑒(𝑡) (12)

onde 𝑘𝑃 representa o ganho proporcional do controle e 𝑢𝑃(𝑡) representa a variável de

controle do termo proporcional.

A ação deste termo de controle ocorre de modo que, quanto maior o erro de

controle devido a diferença entre o sinal de referência e a saída do sistema, maior é a

variável de controle 𝑢𝑃(𝑡) [22].

Esta técnica tem como vantagem não produzir tanto esforço para a realização do

controle, pois quando o erro é pequeno, a variável de controle também assume valores

pequenos.

O controlador proporcional é uma técnica muito simples, porém bastante eficiente

para o controle de sistemas. No entanto, em geral, este tipo de estratégia produz um erro

em estado estacionário. Embora esse erro possa ser reduzido com o aumento do ganho,

para conseguir zerá-lo pode ser necessário a introdução de uma ação integral.

5.1.1.2 Termo Integral

A principal função do termo integral do controle PID é fazer com que a variável

controlada venha a convergir para o valor da referência em regime estacionário, ou seja,

elimina o erro em regime estacionário, sendo conhecido como reset automático [22].

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Este termo faz com que, quando exista um erro positivo, mesmo que pequeno,

leva a um aumento da variável de controle, e um erro negativo levará a um decréscimo

desta mesma variável, não importando quão pequeno seja este erro.

O termo integral é formado por uma constante de ganho 𝑘𝐼, multiplicando a

integral do erro e(t). Logo:

𝑢𝐼(𝑡) = 𝑘𝐼 ∫ 𝑒(𝜏)𝑑𝜏𝑡

0

(13)

A representação pelo domínio da frequência é:

𝑢𝐼(𝑡) =𝑘𝐼

𝑠

(14)

Porém, o resultado da integral do erro possui um limite físico, determinado

usualmente pelo atuador do sistema, neste estudo pela abertura da VSO. Sendo assim, a

variável de controle é limitada a um determinado valor. Desta forma, caso não seja

implementado algum tipo de algoritmo, o termo integral ultrapassará este valor e o sinal

de controle irá saturar. Para sair deste limite, o erro precisará assumir um valor negativo

até a integral atingir valores aceitáveis novamente.

Para resolver este problema foi utilizada a técnica de anti-reset windup com o

algoritmo de back calculation, conforme mostra a Figura 5.19.

Utilizando este método, quando ocorre a saturação do sinal de controle, a integral

é recalculada de forma a modificar o valor do termo integral. A nova realimentação

realizada para evitar a saturação é produzida pela diferença entre a saída do sinal de

controle, w, e a saída do atuador, u, produzindo o sinal de erro 𝑒𝑠. No caso desses sinais

serem iguais, a realimentação será igual a zero e a operação ocorrerá de modo normal.

No caso do atuador saturar, a realimentação em torno do integrador irá atuar. Assim, a

entrada do integrador será:

𝑘𝐴𝑒𝑠 + 𝑘𝐼𝑒 (15)

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Onde 𝑒 é o erro do controle. Consequentemente, em estado estacionário:

𝑒𝑠 = 𝑘𝐼𝑘𝐴𝑒 (16)

Como 𝑒𝑠 = 𝑢 − 𝑤, tem-se:

𝑤 = 𝑢𝑙𝑖𝑚 − 𝑘𝐼𝑘𝐴𝑒 (17)

onde 𝑢𝑙𝑖𝑚 corresponde ao valor de saturação da variável de controle. É possível notar,

através da equação que 𝑒 e 𝑢𝑙𝑖𝑚 possuem o mesmo sinal, sendo assim 𝑤 será sempre

maior que 𝑢𝑙𝑖𝑚 em magnitude, de modo a manter a entrada do integrador com um valor

pequeno, próximo de zero.

Figura 5.19 - Esquema de controle PI com Anti-Reset Windup.

5.1.1.3 Ajuste do Controlador PI

Devido à dificuldade de modelagem do sistema, imposta pelo não conhecimento

de um modelo adequado da Oxy PEEP, foi utilizado o método de ajuste de Ziegler-

Nichols.

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Este método consiste na observação da resposta do sistema em malha aberta

quando o mesmo é inicializado com uma entrada do tipo degrau, sendo caracterizado por

dois parâmetros. Como pode ser visto em [23], o ponto onde a inclinação da resposta a

entrada do tipo degrau tem seu máximo é determinado e, a partir deste, é traçado uma

tangente. O encontro entre a reta tangente traçada e o eixo das coordenadas define os

parâmetros ∝ e 𝐿. A utilização desse método implica em aceitar um valor máximo de

25% de overshoot.

Para determinar os parâmetros a serem utilizados no sistema prático, foi realizada

uma simulação com o modelo desenvolvido.

A partir da resposta a entrada do tipo degrau da função de transferência, traça-se

uma reta tangente, na cor vermelha, a inclinação máxima da resposta, traçada na cor azul,

e estende-se a tangente até o eixo das coordenadas, conforme Figura 5.20, determinando

assim os parâmetros ∝ e 𝐿 para o cálculo das constantes do controle PID, através da

Tabela 4.

Figura 5.20 – Reta tangente a resposta a entrada do tipo degrau no sistema proposto para

cálculo dos parâmetros da técnica de Ziegler-Nichols.

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Para o sistema em questão, observa-se que os valores dos parâmetros são:

𝛼 = 0,521 (18)

𝐿 = 0,003 (19)

Em posse destes valores, basta calcular os ganhos do controle.

𝑘𝑃 = 1,8 (20)

𝑇𝑖 = 0,01 (21)

Tabela 4 - Parâmetros do controle PID obtidos através do método de resposta ao degrau

de Ziegler-Nichols.

Controle kP Ti Td P 1/α - - PI 0.9/α 3L - PID 1.2/α 2L L/2

De modo a melhor ajustar os parâmetros do sistema, foi feita uma sintonia fina

experimentalmente e os parâmetros que melhor responderam ao sistema foram:

𝑘𝑃 = 1,2 (22)

𝑇𝑖 = 0,01 (23)

Os mesmos parâmetros foram utilizados para o PI das duas malhas de controle

para atuarem em conjunto sobre o erro em relação a referência

5.1.2 Implementação do Controle Digital

Para a implementação do controle digital, foi utilizado o software LabVIEW®

2011, além de uma placa de aquisição de dados NI USB-6009 (National Instruments,

EUA), para aquisição da pressão na saída do sistema (Figura 5.21). Para a aquisição da

pressão do sistema, o sensor posicionado próximo a boca do indivíduo é conectado à porta

da placa. A placa então, através do método de aproximações sucessivas, converte o sinal

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analógico em digital e este é processado no LabVIEW® com uma taxa de amostragem

de 1000 Hz.

Figura 5.21 - Placa de aquisição de dados NI USB-6009.

Na Figura 5.22, observa-se o esquemático de controle do sistema, onde são

utilizados dois blocos PIs, um para cada malha de controle. A pressão de saída do sistema

é convertida para digital, passa por uma filtragem e então entra no bloco de controle. Seu

valor é comparado com o valor de referência, que é definido pelo bloco de setpoint. A

definição das constantes do controle é feita através do bloco PID gains e a saturação é

determinada através do output range. A saída do PID é então conectada a saída da placa,

para controle das duas válvulas do sistema.

A filtragem do sinal de entrada é realizada também digitalmente, através do bloco

de filtro apresentado na Figura 5.23. O filtro utilizado, do tipo Butterworth de 4 polos,

possui como entradas o sinal da pressão de boca, um outro bloco onde é definido o tipo

de filtro utilizado e a frequência de corte. Para este estudo, foi utilizado o filtro do tipo

passa-baixa e a frequência de corte em 33 Hz.

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Figura 5.22 - Diagrama de blocos mostrando o controle PI para as duas malhas de

controle utilizados no LabVIEW.

Figura 5.23 - Bloco de filtro utilizado no LabVIEW.

As configurações eram feitas por meio da interface gráfica apresentada na Figura

5.24.

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Figura 5.24 - Interface gráfica utilizada no LabVIEW.

5.1.3 Perturbação de Saída

Devido aos parâmetros existentes para modelar um indivíduo variarem de pessoa

para pessoa, o indivíduo foi considerado como uma perturbação na saída do sistema deste

estudo, de modo que não é necessário levar em consideração seu modelo para o controle.

A partir da Figura 5.18, é possível calcular as equações de saída, do controle e do

erro para ver a influência de uma perturbação de saída no sistema:

𝑌 =𝐹𝐺

1 + 𝐹𝐺𝑅 +

𝐺

1 + 𝐹𝐺𝐷 −

𝐹𝐺

1 + 𝐹𝐺𝑉

(24)

𝑈 =𝐹

1 + 𝐹𝐺𝑅 −

𝐹𝐺

1 + 𝐹𝐺𝐷 −

𝐹

1 + 𝐹𝐺𝑉

(25)

𝐸 =1

1 + 𝐹𝐺𝑅 −

𝐺

1 + 𝐹𝐺𝐷 −

𝐹𝐺

1 + 𝐹𝐺𝑉

(26)

Para simplificar as equações, serão usadas as definições de sensibilidade (𝑆) e o

seu complemento (𝜏):

𝑆 =1

1 + 𝐹𝐺

(27)

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39

𝜏 = 1 − 𝑆 =𝐹𝐺

1 + 𝐹𝐺

(28)

Sendo então o erro dado por:

𝐸 = 𝑆𝑅 − 𝑆𝐺𝐷 − 𝜏𝑉 (29)

Portanto, para rejeitar tanto a perturbação de entrada como a de saída, além de

manter o erro pequeno para qualquer sinal de entrada, é preciso que os parâmetros 𝑆 e 𝜏

sejam suficientemente pequenos, mas por definição isso não é possível. É um

compromisso com o sistema, onde se for escolhido um alto nível de rejeição para a

perturbação de saída, é possível que o sinal de referência e a perturbação de entrada

provoquem um aumento do erro de seguimento. O mesmo vale para o inverso.

Para que ocorra a rejeição das duas perturbações e o erro em relação a referência

seja próximo de zero, é necessário que as mesmas respondam em frequências distintas,

de modo a não interferirem simultaneamente no sistema.

5.2 Circuitos Analógicos

Com a existência de duas válvulas no sistema criado para este estudo, fez-se

necessário a realização de dois projetos de circuitos analógicos para o controle das

mesmas. Estes circuitos tinham como objetivo controlar a abertura da passagem de ar

para o sistema ou para o ambiente.

Inicialmente, a primeira VSO, da marca Norgren, era controlada diretamente pela

saída da placa A/D NI USB 6009, da marca National Instruments (EUA), mas não era

possível chegar ao valor necessário de 7,5 V. Por isso foi construído um condicionador

de sinais para esta válvula (Figura 5.25), com ganho de tensão (AV) de 1,5.

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Figura 5.25 - Circuito do amplificador Não-inversor utilizado, onde R correspondem a

resistência de 12 kΩ.

𝐴𝑉 = 1 +𝑅 2⁄

𝑅

(30)

No projeto foram utilizados 3 resistores de igual valor, 12 kΩ.

Um segundo circuito amplificador também foi exigido para a realização do

controle da segunda válvula do sistema, válvula esta posicionada próxima a tomada da

pressão de boca.

Este circuito é controlado a partir de uma corrente. De acordo com o manual da

válvula, a corrente de entrada da mesma deve variar entre 40 e 200 mA.

Porém, realizando testes para descobrir a corrente máxima necessária para a

abertura máxima da válvula, pode-se perceber que não era necessário mais do que 150 mA

de corrente.

Sendo assim, foi projetado um circuito eletrônico utilizando um transistor,

TIP41B, e realizando uma análise de nível DC do circuito, conforme mostrado na Figura

5.26

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Figura 5.26 - Circuito de controle para a válvula expiratória retirada do ventilador

mecânico Amadeus, representada no circuito pela resistência VSOexp.

No circuito

𝑉 = 𝑅1𝐼𝐵 + 𝑉𝐵𝐸 + 𝑅2𝐼𝐸 (31)

sendo que

𝐼𝑏 =𝐼𝐸

𝛽 + 1

(32)

𝐼𝐶 ≈ 𝐼𝐸 (33)

Utilizando as equações (32) e (33) na equação (31), além de 𝑉𝑖𝑛 = 7,5𝑉, 𝛽 = 100

e 𝑉𝐵𝐸 = 0,7𝑉, encontra-se a relação entre 𝑅1 e 𝑅2:

45,33 = (00,1𝑅1 + 𝑅2) (34)

O resistor 𝑅1 foi escolhido com 100Ω e o resistor 𝑅2 com 47Ω, tendo 𝑉𝑐𝑐 = 12𝑉.

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Capítulo 6

Ensaios, Resultados e Discussão

6.1.1 Metodologia dos testes

Nesta seção será apresentado a metodologia de avaliação do controle PI ajustado

com a técnica de Ziegler-Nichols com e sem a perturbação do indivíduo na saída do

sistema. Além disso, também serão apresentadas comparações entre o CPAP comercial

da marca Tango e o sistema de geração de CPAP desenvolvido neste estudo (CPAPlep)

com a adição da perturbação de saída do voluntário. Nos dois sistemas, a Pboca utilizada

foi de 4 cmH2O, conforme descrito nos objetivos.

O teste sem voluntário consistiu da aplicação de um degrau de pressão de

4 cmH2O com o sistema completamente montado, posicionando uma seringa fechada ao

final do sistema.

Para a comparação e análise dos resultados com voluntários, os mesmos

realizavam um primeiro teste, onde, na primeira fase, eram instruídos a permanecer em

repouso durante 3 minutos. Após esse período, era então realizada uma segunda fase,

onde era desenvolvido um teste progressivo máximo. O voluntário iniciava o experimento

pedalando durante 3 minutos a uma carga de 25 watts, progredindo após isso a intensidade

em 25 watts a cada 1 minuto de teste, sendo interrompido quando da exaustão do

voluntário ou qualquer sinal ou sintoma determinante de interrupção do esforço.

Com o conhecimento da carga de esforço máximo do indivíduo, era realizado

então um segundo teste, onde o voluntário novamente era instruído a permanecer em

repouso, desta vez durante 5 minutos, e, após este período, era iniciada a fase de teste

contínuo máximo. Este teste consistiu em um aquecimento, onde o voluntário pedalava a

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30% do valor de sua carga máxima por um período de pelo menos 15 segundos. Após

isso, era iniciado o teste com 80% de sua carga máxima, obtida no primeiro teste. O

experimento era terminado no momento que o voluntário atingia sua exaustão ou

apresentasse qualquer sinal ou sintoma determinante de interrupção de esforço (Nunes,

2015).

O mesmo teste foi então feito para o CPAP comercial mencionado anteriormente

para efeito de comparação posterior.

6.1.2 Testes sem a participação do voluntário

Analisando o resultado do controle PI projetado no sistema proposto neste

trabalho sem a presença do voluntário, é possível notar que o sistema foi capaz de manter

o valor da pressão de boca bem próximo ao valor de referência de 4 cmH2O projetado

inicialmente, com variações de 1 cmH2O de pressão (Figura 6.27).

Figura 6.27 - Resultado obtido com o controle PID, sem a presença de um voluntário,

projetado neste estudo.

Vale ressaltar que neste primeiro resultado, não foi produzida uma perturbação na

saída do sistema, que poderia ocorrer devido à respiração do voluntário na saída do

sistema.

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6.1.3 Testes de esforço

Analisando os 5 minutos iniciais, onde o indivíduo encontra-se em repouso, o

controle do sistema de CPAP proposto manteve a pressão de saída no nível de 4 cmH2O,

com variações de 0,5 cmH2O (Figura 6.28), dentro do objetivo inicial de variações entre

6 cmH2O e 2 cmH2O.

Enquanto o CPAP comercial apresentou uma variação entre 6 cmH2O e 2 cmH2O,

conforme mostrado na Figura 6.29.

Figura 6.28 - Valor da pressão de boca durante repouso do voluntário no teste com

CPAPlep.

Comparativamente, o CPAP deste trabalho apresentou um controle superior,

mantendo uma variação menor da pressão de saída, 0,5 cmH2O do sistema proposto

contra 2 cmH2O do CPAP comercial. Um motivo para ocorrer essa grande variação na

pressão de boca do CPAP comercial é o posicionamento do sensor de pressão utilizado

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pelo controlador. Este sensor, caso exista, encontra-se distante da máscara, portanto não

mede a pressão real nas vias aéreas do voluntário.

Após 3 minutos, o voluntário inicia o exercício com um aquecimento e depois a

carga de 80% da carga máxima, alcançada no primeiro teste.

Este momento é crítico para o controle, pois é neste teste que o voluntário realiza

um grande esforço físico, assim busca uma maior oxigenação. Para isso, o mesmo

necessita de uma maior vazão de ar durante o exercício.

Desta forma, a pressão de boca apresenta uma maior oscilação, tanto no CPAP

projetado, onde a pressão variou entre 8 cmH2O e -2 cmH2O, quanto no CPAP comercial,

que apresentou valores entre 15 cmH2O e -3 cmH2O.

Figura 6.29 - Valor do teste com voluntário em repouso obtido com o CPAP comercial.

Apesar desta variação, o CPAPlep foi melhor (4 cmH2O ±6 cmH2O) quando

comparado ao CPAP comercial (6 cmH2O ±9 cmH2O), principalmente na região de

expiração – parte superior do valor de referência. Isto se deve ao fato de que durante a

expiração, não é exigido do CPAP uma grande quantidade de ar para expelir ao

voluntário. Sendo assim, nesta região pode-se notar que o controle projetado no CPAPlep

(Figura 6.31) apresenta melhores resultado em comparação ao comercial (Figura 6.30).

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Já a parte inferior ao valor de referência, corresponde a parte da inspiração do

voluntário. Esta é uma região crítica para o sistema, pois neste momento é necessário

oferecer uma alta quantidade de ar para suprir a necessidade do indivíduo e ainda assim

manter a pressão constante. Como pode ser visto na Figura 6.31, a pressão atinge valores

negativos (próximo a -2 cmH2O), ou seja, o sistema não foi capaz de suprir a vazão

exigida pelo esforço do voluntário.

O CPAP projetado neste estudo apresentou uma vazão de 5 L/s, conforme pode

ser visto na Figura 6.32. Apesar do gráfico apontar um nível de vazão superior, esse valor

corresponde ao ar ambiente entrando pela saída de ar ambiente, portanto não foi possível

atingir o valor de 7 L/s. Para aumentar o nível de vazão demandada ao indivíduo, seria

oportuno retirar o tubo de conexão com saída para o ambiente, deixando apenas a saída

de ar através da válvula expiratória. Porém, por questões de segurança, foi decidido

manter esta conexão para não afetar o indivíduo.

Figura 6.30 - Valores de pressão de boca obtidos durante o exercício do voluntário

utilizando o CPAP comercial.

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47

Figura 6.31 - Variação da pressão de boca durante exercício utilizando o CPAPlep.

Quanto ao controle PI realizado neste experimento, este foi escolhido, juntamente

com o método de Ziegler-Nichols, por não ser exigido o conhecimento inicial dos

parâmetros do sistema e sua simples implementação. Em busca de melhores resultados,

deve-se primeiramente modelar a Oxy-PEEP em toda sua região de atuação, sendo então

possível utilizar controles mais robustos.

Figura 6.32 - Variação de fluxo durante exercício com sistema CPAP projetado.

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Capítulo 7

Conclusão

O sistema de CPAP feito no laboratório, CPAPlep, mostrou-se mais adequado

para o uso durante exercícios físicos do que o CPAP comercial. Portanto, a utilização do

controle PI, além do circuito de controle da VSOexp, neste sistema foram os fatores

determinantes para a melhora da performance do CPAPlep.

Apesar do sistema de controle utilizado neste estudo apresentar melhores

resultados que o do CPAP comercial, o objetivo de manter a pressão de saída do sistema

no nível de 4 cmH2O ±2 cmH2O não foi possível. Isso se deve ao fato de ser necessário

um fluxo de entrada maior para suportar a perturbação produzida pelo indivíduo no

sistema, durante exercício.

Vale ressaltar que não foi possível atingir a vazão de 7 L/s com o sistema proposto

neste estudo, atingindo valor máximo de 5 L/s. Uma forma de aumentar a vazão

disponível para o voluntário seria a retirada da conexão em formato de T, cuja saída

apresenta-se aberta ao ambiente. Dessa forma, o sistema teria uma perda menor, sendo

utilizado apenas a saída através da válvula expiratória. Porém, por questão de segurança

com a saúde do indivíduo, foi feita a opção de manter essa conexão.

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Capítulo 8

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