Geracaosustentavel 20

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a revista do desenvolvimento sustentável corporativo. Publicação bimestral (set/out-2010). Tema de capa Emabalagens (mundo de plástico)

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GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

04 Editorial

05 Espaço do Leitor

06 Sustentando

09 Educando para o Futuro

49 Publicações e Eventos

30 Gestão Sustentável

36 Destaque Jurídico

42 Gestão Estratégica

48 Meio Ambiente

setembro/outubro • Ano 4 • edição 20 • 2010

A reciclagem é o destino final mais adequado para esta revista.Lembre-se: o seu papel é importante para o planeta!

Colu

nas

Mat

éria

s

12 Entrevista Yazmín Trejos

16 Capa Boas ideias embaladas para o futuro

26 Visão Sustentável Investimentos em mudanças sustentáveis

32 Responsabilidade Ambiental Projetos ambientais na busca dos multiplicadores da transformação

38 Gestão de Resíduos Candidatos e eleitores ainda muito distantes da preocupação ambiental

44 Cidadão & Ação Para que os livros circulem e transformem

Anu

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e Pa

rcer

ias

16Capa

3

02 Estação Business School

15 DFD

25 Brinox

31 Consult

35 IBF

37 Maden

41 Reciclação

43 Pisa - Agronegócio

45 D&G

47 Civitas

49 Jornal Meio Ambiente

50 Jornal do Meio Ambiente

51 Unimed

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Editorial

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Diretor Executivo Pedro Salanek Filho ([email protected]) • Diretora Administrativa e Relações Corporativas Giovanna de Paula ([email protected]) • Jornalista Responsável Juliana Sartori / MTB 4515-18-155-PR ([email protected]) • Projeto Gráfico e Direção de Arte Marcelo Winck ([email protected]) • Conselho Editorial Pedro Salanek Filho, Antenor Demeterco Neto, Ivan de Melo Dutra e Lenisse Isabel Buss • Colaboraram nesta edição Jornalistas:

Criselli Montipó, Lyane Martinelli e Fábio Cherubini ([email protected]) • Assinaturas [email protected] • Fale conosco [email protected] • Impressão Gráfica Capital • ISSN nº 1984-9699 • Tiragem da edição: 10.000 exemplares • 20ª Edição • setembro/outubro • Ano 4 • 2010A impressão da revista é realizada dentro do conceito de desenvolvimento limpo. O sistema de revelação das chapas é feito com recirculação e tratamento de efluentes. O papel (miolo e capa) é produzido com matéria-prima certificada e foi o primeiro a ser credenciado pelo FSC - Forest Stewardship Council. O resíduo das tintas da impressora é retirado em pano industrial lavável, que é tratado por uma lavanderia especializada. As latas de tintas vazias e as aparas de papel são encaminhadas para a reciclagem. Em todas as etapas de produção existe uma preocupação com os resíduos gerados.

Revista Geração Sustentável Publicada pela PSG Editora Ltda. CNPJ nº 08.290.966/0001-12 - Av. Sete de Setembro, 3815 - sala 15 - Curitiba - PR - Brasil - CEP: 80.250.210 - Fone: (41) 3346-4541 / Fax: (41) 3092-5141

www.geracaosustentavel.com.brA revista Geração Sustentável é uma publicação bimestral independente e não se responsabiliza pelas opini-ões emitidas em artigos ou colunas assinadas por entender que estes materiais são de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação, armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos textos, fotos e outras criações intelectuais da revista GERAÇÃO SUSTENTÁVEL são terminante-mente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos direitos autorais, exceto para fins didáticos.

Embalagens e ResponsabilidadeNão há dúvidas que as embalagens facilitam muito o nosso dia a dia, pois tudo aquilo que compramos e consumimos são emba-

lados. Alguns produtos recebem até uma embalagem adicional, visto que quando saímos das compras, com dois ou três produtos (já embalados), ainda usamos a famosa sacolinha plástica. Mas nem sempre isso foi assim...

Tenho como lembrança de infância de que alguns produtos eram vendidos a granel e empacotados em cartuchos de papel. Lembro também que naquela época alguns consumidores preferiam levar suas próprias embalagens (vasilhas) de casa. A maioria dos produtos era in natura e preparados posteriormente para consumo. As bebidas de grande giro (geralmente refrigerantes e cervejas) eram somen-te comercializados em embalagens de vidro retornáveis. Desse tempo para cá muita coisa mudou.

As empresas começaram a explorar comercialmente suas próprias embalagens, principalmente para facilitar o nosso cotidiano com a diversidade em seus produtos. Um grande “avanço” começou com a utilização das embalagens descartáveis, geralmente de plástico, pois eliminava a logística de retorno e também passava uma nova cultura de que o descartável era mais limpo e higiênico. Sem contar nesse período o valor agregado que essas embalagens passaram a trazer aos produtos. Infelizmente não posso encerrar esse parágrafo com a mesma frase do anterior. Afinal, daí pra frente quase nada mudou.

Atualmente esse modelo combinado de alto consumo com embalagens descartáveis persiste e vem trazendo, cada vez mais, gran-des impactos devido à quantidade de resíduos gerados. E de quem é a responsabilidade? Só das empresas que necessitam vender mais porque a demanda é crescente? Só dos consumidores que deveriam ser mais conscientes no momento do descarte? A nova lei dos resíduos irá trazer soluções efetivas? Ou devemos encontrar uma alternativa conjunta?

Sem dúvida é um tema complexo e de difícil solução e que queremos aprofundar um pouco mais, essa discussão, nessa edição. Vamos abordar aqui o ecodesign e as novas tecnologias de embalagens que impactam menos o meio ambiente, mas conscientes de que a solução ainda está muito distante.

Boa Leitura!Pedro Salanek Filho

Conheça o perfil do nosso leitor

Maiores informações acesse nosso mídia kit: www.geracaosustentavel.com.br/sobre

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Nós, funcionários, equipe e alunos gostaríamos de agradecer e parabenizá-los pela matéria do Programa “A União faz a vida: Horta educativa” e os exemplares que nos foi enviados, ficamos muito satisfeito com o conteúdo, pois assim po-demos divulgar o trabalho realizado em nossa escola.

Escola João Paulo IIItambaracá/PR

Obrigado pela matéria realizada sobre o nosso projeto da nossa instituição. Já disponibiliza-mos o link em nosso site.

Martha Teixeira da CunhaCasa do Contador de Histórias (OSCIP)

Tomei conhecimento da revista GERAÇÃO SUS-TENTÁVEL em um evento sobre sustentabilida-de aqui em São Paulo (Unomarketing). Gostei muito do propósito empresarial da revista e do conteúdo das matérias que são “recheadas” com artigos independentes, isso vem dando muita credibilidade para a publicação. Acessei várias edições disponíveis no formato digital no site... Parabéns pela revista e pela preocu-pação em educar o empresário para um novo modelo de gestão! Vanessa M. VasconcellosConsultora em Soluções Sustentáveis

Espaço do Leitor

5 GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

Rede socialCONfRARIA SUSTENTÁVELNós, profissionais envolvidos com a produção da Revista GERAÇÃO SUSTENTÁVEL, resolvemos arran-

jar uma forma de nos aproximar ainda mais de você leitor e envolvê-lo em debates sobre desenvolvimen-to sustentável. Para isso, criamos a Confraria Sustentável – rede social virtual que serve como espaço destinado a todos que contribuem com a sustentabilidade e querem trocar ideias a respeito do tema.

Não perca essa oportunidade e mostre como cada um de nós pode contribuir para criar uma gera-ção mais responsável e equilibrada!

Conheça o mundo digital da GeRação SuStentável

www.geracaosustentavel.com.brtwitter.com/revistageracaorevistageracaosustentavel.blogspot.comRede Social: confrariasustentavel.ning.com Revista Digital

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Sustentando

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CO2 neutralizadoO Senai Paraná promoveu o plantio de 210 árvores nativas para neutralizar as 51,83 toneladas de CO² emitidas no ano passado pela unidade de São José dos Pinhais. O inventário das emissões foi feito pela própria unidade. O plantio de mudas de Branquilio, Maricá, Gurucaia, Pessegueiro Bravo, Angico Vermelho, Açoita-Cavalo e Capixingui aconteceu no terreno da Abessfi (Associação dos funcionários do Sistema fiep), em Quatro Barras. O Movimento Nós Podemos Paraná, que atua para mobilizar a população em torno de projetos para o alcance dos Objetivos do Milênio, também participou, obtendo as mudas através de uma parceria com o Instituto Ambiental do Paraná. O plantio envolveu, também, o Projeto Crescer, formado por colaboradores do Sistema fiep e que trabalha com a questão da sustentabilidade. O Senai Paraná presta consultorias, aqui e em outros Estados, para inventariar, mitigar e neutralizar as emissões de Gases de Efeito Estufa oriundas de eventos, bem como de empresas dos mais diversos segmentos. O inventário das emissões de carbono feito pelo Senai leva em conta o gás carbônico resultante das atividades e eventos de uma instituição durante 12 meses, como, por exemplo, o transporte rodoviário e aéreo dos colaboradores da empresa, o consumo energético e de GLP, e a quantidade de gases oriundos da decomposição de resíduos orgânicos gerados no local.

Queda na biodiversidadeO Relatório Planeta Vivo 2010 mostra que os países tropicais, que também são os mais pobres, perderam 60% de flora e fauna nos últimos 40 anos. O relatório, publicado pela organização não governamental WWf, aponta ainda que se mantém em alta a tendência de consumo superior ao da reposição de recursos renováveis no ambiente. Essa tendência é mais forte em economias de nações ricas ou mais desenvolvidas, seguidas pelos integrantes do Bric, do qual o Brasil faz parte ao lado de Rússia, Índia e China. Nesse ritmo, tomando-se como base de cálculo o ano de 2007, o mundo levaria um ano e meio para gerar os recursos consumidos e para absorver as emissões de dióxido de carbono (CO2).

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Sustentando

Essa premiação visa inspirar e reconhecer as empresas que efetivamente implementaram estratégias para o desenvol-vimento sustentável dos seus negócios, com base num novo olhar sistêmico que contemple todas as dimensões da susten-tabilidade, tendo a inovação como elo integrador e mola pro-pulsora.

Do grego Kaiños (ka-hee-nos), esta palavra tem o sentido e significado de algo inédito, inusitado, surpreendente; diz respeito à mudança para uma nova direção do pensar, viver e ser. Portanto, o Prêmio KAIÑOS tem o propósito de abraçar novas ideias para a mudança organizacional em busca desta transformação que a torne com-petitiva de forma continuada. O prêmio reconhecerá as em-presas nas três categorias men-ciondas abaixo: - Negócios Inovadores- Processos Eficientes- Produtos e Serviços

Maiores informações podem ser obtidas pelo email: [email protected]

Co-criação:

KAIÑOS Prêmio Inovação para a

Sustentabilidade Empresarial

Poluidores de asasUm novo estudo realizado no Massachusetts Institute of Technology, em Cambridge , diz que a poluição de aviões causa mais fatalidades que os acidentes. O estudo afirma que a exposição a poluentes tóxicos emitidos por aviões é a causa principal. A pesquisa diz que desastres de avião custam mil mortes por ano, mas que as emissões respondem indiretamente um número muito superior de mortes prematuras a cada ano. De acordo com o estudo, a causa e efeito são semelhantes à poluição de escapamentos de veículos. Pequenas partículas de dióxido de enxofre e óxido de nitrogênio entram nos pulmões e na corrente sanguínea, causando danos irreparáveis. Câncer de pulmão e doenças cardiovasculares e respiratórias são as principais doenças.

Escola para pais e filhosComeçou a funcionar em outubro, na capital fluminense, um projeto inédito em todo o mundo no formato de webconferência, que pretende ajudar os pais e facilitar a educação dos filhos. Trata-se da Escola Virtual para Pais (www.escolavirtualparapais.com.br). O projeto foi idealizado pela pedagoga e mestre em educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Márcia Taborda, e tem a coordenação acadêmica da neuropediatra Heloisa Viscaíno Pereira, professora adjunta do Departamento de Pediatria da faculdade de Ciências Médicas da Uerj. O projeto oferece, por meio da internet, palestras sobre temas diversificados de interesse na educação das crianças. As webconferências visam a auxiliar os pais na orientação das crianças, na identificação de problemas, além de mostrarem como lidar com dificuldades de aprendizagem e escolher uma escola para os filhos. Estão previstas, ainda para este mês, webconferências sobre alimentação saudável e transtornos da hiperatividade e déficit de atenção. O acesso às palestras poderá ser feito de qualquer lugar do mundo.

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Sustentando

Coleta seletiva e a CopaO BNDES quer estimular projetos de coleta seletiva de lixo com inclusão social de catadores de materiais recicláveis. Para isso, vai aproveitar a oportunidade representada pela Copa do Mundo de 2014. O Banco iniciou entendimentos com os ministérios do Esporte e do Meio Ambiente, com os Estados e municípios sedes do torneio e com o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis. A iniciativa é uma das ações da Agenda de Meio Ambiente e Sustentabilidade para a Copa do Mundo de 2014 que está sendo elaborada pelo Ministério do Esporte. Além de utilizar recursos do seu fundo Social para cooperativas de catadores, o BNDES pode também realizar empréstimos a prefeituras e Estados, para elaboração de projetos, e financiar eventuais concessionários de serviços de coleta e destinação de resíduos sólidos. Como a nova lei, os municípios são os responsáveis legais pela política de resíduos sólidos e têm uma série de obrigações a cumprir. Entre elas está a elaboração de um plano de gestão integrada de resíduos sólidos num prazo de dois anos e a eliminação por completo dos lixões até 2014. Para auxiliá-los nesse esforço e ao mesmo tempo prover capilaridade à sua atuação, o BNDES estimulará as prefeituras a apresentar projetos globais, que envolvam a coleta seletiva de todo o território municipal e que contemplem todas as cooperativas de catadores do município (em vez de apoiar projetos isolados). A iniciativa terá inicio pelas cidades-sede, mas o objetivo é que a experiência seja replicada, posteriormente, em outros municípios de grande e médio porte.

RankingA ONG Carbon Disclosure Project (CDP), com sede nos Estados Unidos, acaba de divulgar relatório que classifica a Siemens como a empresa global com melhor desempenho na redução de emissões de CO2. O estudo é auditado pela PricewaterhouseCoopers e avalia empresas com base em suas ações de combate às mudanças climáticas, emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa e qualidade das informações sobre o assunto à disposição aos investidores, com pontuação que vai de zero a 100 – a Siemens alcançou 98 pontos.

Bike dentro da pastaO designer argentino Marcos Madia criou uma bicicleta dobrável que cabe dentro de uma pasta. A ideia é acabar com o problema de executivos que insistem em utilizar carros, com a desculpa de que não têm onde guardar a “magrela”. Batizado de “Bikoff”, a bicicleta inovadora é feita de fibra de carbono, que reduz o peso e maximiza a resistência mecânica. Este é um dos projetos pré-selecionados do concurso de design do Seoul Cycle Design Competition 2010.

Que calor!O período entre janeiro e agosto deste ano foi o mais quente desde que as medições da Nasa, agência espacial americana, começaram há 131 anos. Segundo técnicos da Nasa, o mês de julho é uma amostra do que as próximas décadas de planeta sob mudanças climáticas podem apresentar. Segundo os especialistas em clima, é praticamente certo que este ano vai ultrapassar a marca de 1998, que hoje é o quarto ano mais quente da história. Os recordes mês a mês até agora também estão bem próximos de 2007, o ano mais quente registrado até agora. Mas a expectativa é que as temperaturas médias do planeta caiam um pouco nos próximos meses.

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Educando para o Futuro

V oto Consciente é Voto Limpo foi uma cam-panha realizada pelo NEXA Curitiba – PR durante a festa da democracia, na qual os integrantes do grupo mostraram que um ci-

dadão de verdade precisa ter muito mais do que cons-ciência política, precisa de responsabilidade socioam-biental! Esta ação fará parte de um Concurso Nacional de Sustentabilidade promovido pelo Nexa Brasil.

O Nexa – Núcleo de Ex-Achievers é formado por jovens que participaram de um dos programas do Ensino Médio da Junior Achievement e decidiram continuar em contato com o empreendedorismo, através da Junior Achievement. O Núcleo possibilita o crescimento pessoal e oportuniza ao jovem novas experiências, informações e contatos que podem servir como base para sua futura vida profissional. Todas as ações do Núcleo são voltadas para o de-senvolvimento contínuo de seus associados.

Para completar a formação dos jovens empreen-dedores, o NEXA Brasil lançou o concurso de susten-tabilidade com objetivo de aproveitar o espírito de liderança desses jovens e transformá-los em multipli-cadores da temática da sustentabilidade. As ativida-des do concurso aconteceram do dia 26 de setembro a 3 de outubro.

O NEXA PR – Curitiba desenvolveu para esse concurso o projeto “Voto consciente é voto limpo” com intuito de promover uma grande ação de sus-tentabilidade no dia das eleições com objetivo de incentivar atitudes que protagonizasse uma trans-formação sustentável e mostrasse à comunidade que a mudança parte de cada indivíduo.

As atividades realizadas para a ação proposta foram uma palestra para todos associados, proferida

Voto Consciente é Voto Limpo

por Pedro Salanek, da Revista Geração Sustentável, na qual os jovens tiveram a oportunidade de enri-quecer seus conhecimentos sobre sustentabilida-de e, no dia 03 de outubro, os associados do Nexa PR-Curitiba e Miniempresários mobilizarem-se para uma ação que consistia na limpeza de diversos pon-tos eleitorais. Cerca de 100 jovens manifestaram a sua vontade em colaborar com a Campanha e das 15h às 18h todos recolheram o maior quantidade de lixo eleitoral possível. O lixo arrecadado durante a eleição será pesado e depois trocado por mudas de flores, distribuídas pela prefeitura de São José dos Pinhais. Em breve eles farão o plantio dessas mudas.

O resultado da campanha foi uma verdadeira lição de cidadania, pois os jovens foram exemplos para a comunidade em geral e mostraram que em-preendedorismo e sustentabilidade andam de mãos dadas, para plantar um futuro melhor.

“A campanha Voto consciente é Voto limpo pro-movida pelo Nexa PR- Curitiba me mostrou que para ajudarmos o planeta só precisamos ter força de von-tade. Muitas pessoas pararam na rua e observaram nosso trabalho como se fossemos loucos e na rea-lidade somos loucos mesmo. Loucos por um mun-do melhor!”, comentou Larissa Janz, associada do NEXA PR- Curitiba.

“Atualmente estamos acostumados a esperar que outras pessoas tomem uma atitude pelo nosso planeta. A campanha Voto consciente é Voto limpo me ensinou que não custa nada, cada um fazer a sua parte. Atitudes como essa servem de estimulo para que as pessoas sejam realmente a mudança que desejam ver no mundo”, disse Rayane Cardoso, gerente de marketing do NEXA PR- Curitiba.

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Vida Urbana

Ecovilas Uma fonte de lições para os centros urbanos

A comunhão entre o ser humano e a na-tureza dentro da própria casa e ainda compartilhada entre vizinhos. O que mais parece uma descrição do passa-

do, das antigas comunidades hippies, não po-deria ser mais atual. Trata-se da ecovila, versão moderna do que há muitos anos o homem vem tentando encontrar: o equilíbrio entre viver em comunidade e a redução do impacto ambiental. É uma forma de enxergar o homem e a natureza in-tegrados no compromisso de um cuidar do outro.

A definição mais popular para a ecovila é a de “um assentamento completo de proporções humanamente manejáveis, que integre as ativi-dades humanas no ambiente natural sem degra-dação, e que sustente o desenvolvimento huma-no saudável de forma contínua e permanente”. E como assentamento completo entende-se um local que congregue todas as funções principais de uma vida comum: residência, trabalho, lazer, vida social e comércio – atividades que possam ser exercidas de forma equilibrada.

Por isso, optar pela vida em uma ecovila é to-talmente diferente do que viver em um condomí-nio fechado, um pouco distante de um centro ur-bano. No qual, muitas pessoas costumam morar, mas precisam se deslocar por grandes distâncias para chegar ao trabalho, por exemplo. A ecovila ideal é aquela capaz de oferecer oportunidades de emprego para a maioria de seus residentes e para alguns outros da região, de uma forma pro-porcional ao número de residentes que necessi-tam sair da ecovila para trabalhar.

A grande lição que as ecovilas dão aos centros

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urbanos são as valiosas ferramentas praticadas nesses locais e compartilhada entre os habitantes dessas comunidades para que se possa viver cau-sando um impacto muito menor ao meio ambiente. São práticas simples de planejamento que podem ser aplicadas em qualquer casa, desde que o mo-rador queria repensar os conceitos de habitação.

O movimento de ecovilas existe em diversos países da Europa, América do Norte, Austrália, África do Sul e, recentemente, na América do Sul. No Brasil, o movimento já funciona em algumas grandes comunidades espalhadas por todas as regiões do país. Esse movimento encontra-se interligado ao princípio da Permacultura, que se caracteriza como uma “agricultura permanente”, ou seja, que é autossustentável. Esse conceito foi desenvolvido nos anos 70 por dois australianos: David Holmgren e Bill Mollison e se iniciou na produção de alimentos e atualmente diversifica--se em diferentes áreas como paisagismo, arqui-tetura ecológica e design de produtos.

As ecovilas baseiam-se em quatro fundamentos básicos:- Infraestrutura - que conta com sistemas de captação, armazenamento, distribuição e reciclagem de água, de geração de energia renovável, redução das necessidades de transporte, acesso às facilidades de comunicação e tratamento de resíduos;- Estruturas físicas - produção e consumo de alimentos, arquitetura e construção sustentáveis e restauração de ecossistemas naturais;- Estruturas sociais e econômicas – educação, sistema de saúde preventiva, sistemas econômicos locais;- Estruturas culturais – manifestações artísticas, recreação, lazer e valorização de tradições

Para saber mais: Ecovilas.org – A comunidade digital das comunidades sustentáveis (www.ecovilas.ecocentro.org)Instituto De Permacultura E Ecovilas Da Mata Atlântica – Ipema (www.ipemabrasil.org.br)Rede Global de Ecovilas - Global Ecovillage Network (GEN) – (gen.ecovillage.org)

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Vida Rural

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om o propósito de fomentar discussões sobre agricultura sustentável a III feira de fornecedores de Produtos, Equipamen-tos, Tecnologias e Serviços para o Agrone-

gócio – Agronegócio Brasil (AnB 2010) – promovi-da pela Associação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná – Curitiba (AEAPR-Curitiba) em parce-ria com a Universidade federal do Paraná (UfPR) – ocorre dias 24 a 26 de novembro, na Região Metropolitana de Curitiba. O evento é organizado pela Monte Bello feiras e Eventos e visa impulsio-nar este importante setor da economia brasileira.

O evento busca, também, resgatar um dos grandes centros de pesquisa e tecnologia, o Cen-tro de Estação Experimental do Cangüiri, fazenda da UfPR, na RMC. É a primeira vez que o evento é sediado em uma fazenda, como lembra o presi-dente da AEAPR-Curitiba, o engenheiro agrônomo Luiz Antonio Lucchesi. Segundo ele, a AnB preten-de mostrar ao público visitante como a fazenda pode ser mais bem utilizada, além de evidenciar a necessidade de uma produção sustentável em áreas de proteção ambiental. “Provocar a discus-são técnico-científica acerca de grandes temas para o agronegócio do Paraná e do Brasil e esta-belecer novos marcos regulatórios para políticas públicas”, esclarece.

Eventos simultâneos • A AnB contará com eventos simultâneos: II Simpósio Internacional de Produção Integrada de Sistemas Agropecuários em Microbacias Hidrográficas: Pisa; III Simpósio Nacio-nal sobre Agronegócio e Segurança Alimentar; III Seminário Estadual de Agricultura e Meio Ambien-te; e Encontro Paranaense de Agronomia - O que os Engenheiros Agrônomos desejam e propõem para a Agricultura Paranaense do Século XXI?.

“Há possibilidade de produzir conservando o ambiente”, explica Lucchesi. Ele destaca a reali-zação do Dia de Campo da Agricultura Orgânica, que contará com professores e alunos da UfPR. Para a abertura do evento, foi convidado o gover-nador do Estado, Orlando Pessutti. Para o encer-

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AEAPR-Curitiba e UFPR sediam Agronegócio Brasil em novembro

agenda de eventos da aeaPR-Curitiba

ramento, foram convidados representantes da faep, da Ocepar e da federação das Associações de Engenheiros Agrônomos do Paraná, além do governador eleito, Beto Richa, para apresentar o documento intitulado O que desejam e propõem os Engenheiros Agrônomos do Paraná para a Agri-cultura paranaense do Século XXI produzido em julho em Irati, que resume os anseios de mais de 14,5 mil profissionais representados pela federa-ção das Associações de Engenheiros Agrônomos do Paraná e suas 19 entidades filiadas.

Serviço: A visitação da feira será gratuita. Para os eventos paralelos é necessária inscrição pré-via. Informações na AEAPR-Curitiba: www.aeapr-curitiba.com.br, (41) 3354-4745, [email protected].

AEAPR-Curitiba firma parceria ambien-tal com a AMA-São Lourenço • A Associação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná – Curitiba (AEAPR-Curitiba) está atuando em parceria com a Associação dos Moradores e Amigos do São Louren-ço (AMA São Lourenço) para o desenvolvimento de atividades de proteção ambiental. A participação no Sábado Ambiental, em setembro, selou parceria.

A proposta da AMA São Lourenço/Rede Co-munitária de Gestão Ambiental é trabalhar na preservação da mata ciliar. Todas estas ações in-tegram um projeto ousado da AMA São Lourenço: a festa do Pinhão em 2025, que já está agendada para 5 de junho de 2025, no Parque São Louren-ço. O projeto consiste no plantio de 50 pinheiros por ano e conta com inúmeros parceiros que au-xiliam no plantio.

Segundo Marli de Jesus dos Santos, da se-cretaria executiva da AEAPR-Curitiba, participar neste processo é de extrema relevância para a área agronômica, visto que se trata de atividade de proteção ambiental. A AEAPR-Curitiba é mais uma parceira da AMA São Lourenço e pretende oferecer assessoramento técnico gratuito na ma-nutenção das mudas, por exemplo.

• 26 e 27 de Outubro - Curso de Certificação Fitossanitária de Origem - CFO - Vespa-da-madeira• 19 a 21 de Novembro - Curso Como integrar lavoura, pecuária e espécies florestais em sistemas agrossilvipastoris• 21 a 26 de Novembro - III ANB• 10 a 12 de Dezembro - Restauração de Ambientes Ciliares

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Enquanto sustentabilidade ainda era uma palavra pouco conhecida, a empresa Amanco Brasil – uma das líderes mundiais na fabricação e comercialização de tubos e conexões – já trabalhava com o equilí-brio dos três pilares que formam as empresas responsáveis: social, ambiental e econômico.

Com o desafio de fortalecer a marca no país e ainda investir na gestão sustentável, a Amanco hoje conta com uma sede em São Paulo e dispõe de quatro fábricas nas cidades de Joinville, em Santa Catari-na, Sumaré, em São Paulo e Suape em, Pernambuco.

Para falar sobre como é possível manter o foco na responsabilidade, mesmo em momentos de crise, a gerente de Comunicação Corporativa e Sustentabilidade da Amanco Brasil, Yazmín Trejos, fala sobre os diferenciais e destaques da empresa.

Entrevista

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Yazmín Trejos

Gestão diferenciada garante crescimento mesmo em épocas de crise

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Gerente de Comunicação Corporativa e Sustentabilidade da Amanco Brasil, Yazmín Trejos, fala sobre as conquistas da gestão moderna e responsável

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Brasileiro da Água promoveu, em 2006 e 2007, em São Paulo, a discussão da problemática da água no Brasil, reunindo a empresa, entidades, Gover-no, universidade e público em geral. Em 2008 a empresa concentrou sua ação ao participar da ExpoZaragoza (Espanha) e promover a cobertura online do evento para toda América Latina. A água também tem sido tema das publicações corporativas da empresa nos últimos anos, in-tegrando os 14 países onde a empresa atua na América Latina. A revista Aqua Vitae circula há cinco anos, com periodicidade quadrimestral e tiragem de 18 mil exemplares, em português e es-panhol. Outra importante publicação da Amanco e Mexichem é a série do livro Hydros, que fornece em editorial fotográfico uma leitura de sensibili-zação frente aos desafios da região em relação ao tema da água. A terceira edição, intitulada Hydros III – Desafio, foi lançada no início deste ano e evidencia os desafios mais urgentes enfrentados pelo setor de saneamento, não na posição de um mero espec-tador e sim na de um ator, adotando um papel decisivo na transformação do mundo e estipulan-do sua própria missão. A Amanco acredita ter um duplo compromisso diante do tema, primeiro, por sua posição de liderança na América Latina em seu segmento de negócios e, segundo, porque é parte ativa de um setor intensamente vinculado à água e ao saneamento.Em março de 2010, a Amanco deu início ao pro-jeto fabricando Arte, realizado pela empresa em parceria com as secretarias de educação com cerca de 400 estudantes de escolas públicas que vivem em situação de risco social nas três cida-des em que a empresa tem fábrica. Os alunos recebem, no período noturno, aulas de pintura - sempre tendo a água como pano de fundo -, além de ética, cidadania e história. Juntamente com o fabricando Arte a Amanco lançou o Guardiões da Água, que desenvolve uma ampla campanha de comunicação interna para sensibilizar os colabo-radores no tocante ao voluntariado relacionado ao tema da água. Entre outras ações, os partici-pantes podem fazer parte do projeto de arte-edu-cação ministrando palestras sobre utilização responsável da água e carreiras profissionais ou, ainda, como contadores de histórias e ajudantes na organização das exposições das obras das crianças, entre outras atividades.

Qual a importância do conceito de ecoeficiên-cia na gestão da Amanco? Como ele funciona?Desde 2004, a Amanco é a única fabricante no segmento de tubos e conexões que possui um

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Desde quando e por que a Amanco passou a se preocupar com a sustentabilidade? Quan-do esse conceito chegou à Amanco Brasil?A Amanco Brasil adota políticas de sustentabili-dade e responsabilidade social desde o ano de 2001. Para nós, sustentabilidade é a gestão em-presarial sustentada pelo triplo resultado, bus-cando equilíbrio entre três resultados: social, am-biental e econômico. A sustentabilidade integra a estratégia de negócios da Amanco e está inserida no dia a dia da empresa. Toda e qualquer ação / produto desenvolvido pela Amanco deve apre-sentar vantagens econômicas, oferecer benefí-cios para a sociedade e primar pela preservação e sustentabilidade do meio ambiente.Mas o conceito da sustentabilidade está inserido na empresa desde seu nascimento. O empresá-rio suíço Stephan Schmidheiny, do Grupo Nueva, antigo controlador da Amanco, foi o fundador do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvi-mento Sustentável.

Verificando as certificações conquistadas pela empresa, é possível observar que a pre-ocupação da Amanco vai muito além do que a legislação exige. A questão sustentável é também uma estratégia de negócio?Sim, a Amanco tem a sustentabilidade integrada à sua estratégia de negócio. A visão da busca de resultados econômicos, sociais e ambientais (tri-plo resultado) é uma realidade que se conquis-ta e se complementa por meio de pequenas e grandes ações de todas as áreas da empresa e em conjunto com todos seus stakeholders: forne-cedores, colaboradores, clientes, comunidades vizinhas e sociedade em geral.Dentro desta concepção, para se tornar realidade, essa visão da empresa depende da atuação diária de cada uma das áreas da empresa e de seus lí-deres e gestores. A sustentabilidade não pode ser exclusividade apenas de uma área, e, para se con-cretizar, ela depende das decisões que cada líder e gestor tomam no negócio, no dia a dia.

A Amanco Brasil se diz uma empresa que in-veste para melhorar o nível de conscientiza-ção da população em relação à insuficiência de água limpa e da inexistência de sanea-mento básico. Como isso acontece?Nos últimos anos, a empresa promoveu conscien-tização da problemática da água junto a funcio-nários e comunidade onde há plantas. Ações de comunicação interna e abertura da fábrica para ações do Dia Mundial da Água e Dia Interameri-cano da Água também foram realizadas. O fórum

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Sistema Integrado de Gestão, certificado em con-formidade com: ISO 9001 (Gestão da Qualidade), ISO 14001 (Gestão Ambiental) e OHSAS 18001 (Gestão de Saúde e Segurança).Em resumo, a empresa manteve o rendimento dos indicadores de consumo de água e de ener-gia, geração e estoque de scrap e sobrepeso. O destaque foi o aumento de aproximadamente 13% no consumo de materiais usados provenien-tes de reciclagem. A reciclagem dos resíduos ge-rados pela empresa é superior a 75%. Nos últimos nove anos, as ações ecoeficientes renderam à Amanco economias de mais de U$ 40 milhões. foram proporcionadas oportunida-des no mercado com produtos mais adequados do ponto de vista ambiental e com melhoria de rentabilidade para a empresa.

Na sua opinião, qual o grande destaque do Relatório de Sustentabilidade da Amanco Brasil 2009?Certamente foi o fato de a empresa ter transfor-mado a crise em oportunidade por ter a susten-tabilidade integrada à estratégia de negócio. Em 2009, a Amanco implementou todos os investi-mentos previstos antes da crise e cresceu acima do mercado.O ano de 2009 começou com um cenário de de-safio: superar a crise de liquidez internacional e, no caso do Brasil, manter o crescimento. O Relató-rio de Sustentabilidade da Amanco Brasil mostra como a empresa, que tem a sustentabilidade inte-grada a sua estratégia de negócio, encarou a crise financeira. Mostramos no relatório de que forma a companhia, que já conta com a visão do triplo re-sultado incorporada à cultura corporativa, é mais competitiva nesses momentos de dificuldade.Enfrentar a crise econômica com atuação susten-tada nos permitiu – mesmo num cenário no qual é preciso cortar gastos e ter uma preocupação maior em gerar receita – manter o diferencial

Entrevista

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competitivo. Aprendemos, no dia a dia, a fazer mais com menos e agregar valor para todos os agentes da nossa cadeia de produção. A Amanco manteve os investimentos e focou na gestão de liquidez e fortaleceu a gestão sustentá-vel. Sabíamos que teríamos menos créditos e que precisaríamos buscar ferramentas para o melhor controle possível do nosso fluxo de caixa. Inicia-tivas como a análise de todos os stakeholders, ações comerciais focadas no crescimento junta-mente com os clientes, envolvimento dos colabo-radores na busca de soluções, comunicação trans-parente e no momento certo, criação de programas para otimizar processos, manutenção da empre-gabilidade, busca da eficiência e a economia de recursos trouxeram à Amanco resultados de curto prazo e também trarão no longo prazo. A gestão de sustentabilidade deve permear toda a atuação da empresa e gerar oportunidades sempre.

Na sua opinião, o que a Amanco tem a ensinar aos empresários e industriais brasileiros?A gestão de sustentabilidade deve permear o dia-a-dia da empresa e gerar oportunidades todos os dias, não só no longo prazo, com indicadores que medem constantemente o desempenho eco-nômico, social e ambiental. O grande desafio é criar tal cultura dentro da organização, manten-do esses princípios o tempo inteiro vivos dentro dela. Se você não tem a liderança absolutamente convencida e com valores totalmente alinhados com isso, dificilmente você terá uma gestão de sustentabilidade na sua empresa.

Qual mensagem gostaria de deixar para os leitores da revista Geração Sustentável?Uma empresa inovadora como a Amanco sempre tem desafios pela frente em todas as áreas de gestão. Não existe estratégia bem sucedida sem o envolvimento dos líderes da empresa, nem em-presas sustentáveis em que a gestão não é exe-cutada por todos, sejam líderes ou não.A estratégia de negócios da Amanco é funda-mentada nos pilares de sustentabilidade, mar-ca, inovação, serviços diferenciados e eficiência operacional. A conquista da liderança será uma consequência de nossa estratégia, a qual busca-mos executar de forma impecável. Para isso, con-tinuaremos fortalecendo a marca Amanco junto ao público consumidor, oferecendo soluções ino-vadoras de produto, melhorando ainda mais os indicadores de ecoeficiência na produção e for-mando o profissional da construção civil, o insta-lador hidráulico em especial, entre outras ações.

“O ano de 2009 começou com um cenário de desafio: superar a crise de

liquidez internacional e, no caso do Brasil, manter o crescimento. O Relatório

de Sustentabilidade da Amanco Brasil mostra como a empresa, que tem a

sustentabilidade integrada a sua estratégia de negócio, encarou a crise financeira.”

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Criselli Montipó

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

Se você pretende dar um presente para as próximas gerações, conheça maneiras criativas de embalar os produtos, que podem minimizar a criação de lixo

Boas ideias embaladas para o futuro

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s embalagens fazem parte do dia a dia da humanidade pois conservam, acomodam e divulgam uma infinidade de tipos de produtos. Imagine quais dos produtos consumi-dos por você diariamente que não possuem uma embalagem, pois este exercício é mais fácil do que pensar nos que têm.

Saiba que as primeiras embalagens surgiram há mais de 10 mil anos, de acordo com a Associação Brasileira de Embalagens (Abre). Elas serviam como simples recipientes para

beber ou estocar, como cascas de coco ou conchas do mar, usados em estado natural, sem qualquer beneficiamento. Depois, tais recipientes passaram a ser obtidos a partir da ha-

bilidade manual do homem. Aí surgiram tigelas de madeira, cestas de fibras naturais, bolsas de peles de animais e potes de barro.

Segundo a Abre, a primeira matéria-prima usada em maior escala para a produção de embalagens foi o vidro, criada pelos artesãos sírios já no primeiro século depois de Cristo. No início do século 19, a Marinha Inglesa utilizava as latas de estanho e os enlatados de alimentos começaram a aparecer nas lojas inglesas por volta de 1830. Após a Segunda Guerra Mundial, a vida urbana conheceu novos elementos. Um deles

foi o supermercado e com ele, a necessidade de transporte e armazenamento de produtos. foi aí que surgiram as embalagens de papel e papelão. É também do pós-guerra o aparecimento do plástico.

Hoje é possível afirmar que o uso de embalagens é inevitável. É aí que vão quilos e quilos de resíduos sólidos. Estima-se que um brasileiro gera, em média, um quilo de lixo por dia. Pode ter certe-za que grande parte é composta por embalagens. Por isso, empre-sários e pesquisadores começaram a pensar em novas formas de acomodar e conservar os produtos.

Boas iniciativas estão surgindo nas universidades, princi-palmente em cursos de Design e especializações na área. Afinal, é daí que saem a maioria dos profissionais que atuarão no design de embalagens. A professora Sieglinde Piper Roede, que é graduada em Desenho Industrial, com mestrado em Tecnologia, atua no curso de Design das facul-dades Integradas do Brasil, de Curitiba, e conta que na área de Design há disciplinas que tratam do desenvolvimento de novos produtos, priorizando a sustentabilidade. É o caso da

Gestão Ambiental em que se realizam estudos sobre o ciclo de vida de cada produto existente, quando se leva em consideração todo impacto ambiental, desde a extração até o descarte. “Na nova solução busca-se escolher matérias-primas que causem menor impacto ambiental”, explica.

Nas disciplinas de Design Gráfico, Sieglinde ressal-ta que se procura aplicar os conhecimentos adquiridos durante o desenvolvimento dos projetos, avaliando sempre o custo-benefício de cada escolha de materiais e também para que contexto ele está sendo projetado.

Em 2008, ela e seus alunos desenvolveram embalagens e rótulos para produtos alimentícios preparados pelos participan-

tes Projeto Empório Metropolitano de Curitiba, da fundação de Ação Social (fAS), que são comercializados em lojas do Mercado Municipal.Segundo ela, tais produtos alimentícios não possuem aditivos químicos

(como conservantes e estabilizantes), pois têm a proposta de serem artesa-nalmente produzidos e naturais. “Dentro desse contexto não combina utilizar

um material como uma bandeja de isopor para acondicionar biscoitos, pois trata--se de uma embalagem altamente poluente, que está na corrente oposta (produção industrial)

do conceito que os produtos querem passar (produção artesanal)”, explica.Durante as pesquisas para a concretização do projeto, os estudantes levaram em conta a ne-

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cessidade do produto ter uma embalagem. “Num primeiro momento foi estudado o que pode ser reduzido em termos de matéria-prima. Num se-gundo momento vários alunos escolheram de-senvolver as embalagens em cartão kraft que é produzido com polpa de fibras de madeira que não sofreram branqueamento químico, proces-so altamente poluente na fabricação de papel”, exemplifica. Na impressão da embalagem evita-ram também o uso exagerado de cores e de áreas coloridas que prejudicam a reciclagem póstuma do material.

Algumas embalagens receberam apenas eti-quetas com impressões localizadas para que o cartão kraft ficasse isento de impressão. “Em al-guns casos o uso do plástico é importante para a conservação dos alimentos e também para não encarecer tanto o produto. Então optou-se pela criação de etiquetas impressas em papel que possam ser retiradas na separação do lixo reci-clável”, conta.

Sieglinde ressalta que o design é uma área que reúne múltiplos fatores (mercadológicos, tec-nológicos, ambientais, sociais, culturais), assim, todas as estratégias utilizadas têm que equilibrar esses fatores. “É necessário avaliar cada ideia desenvolvida levando em conta esses fatores. De nada adianta também tirar a embalagem se o produto deixa de aparecer na gôndola e o consu-midor deixa de visualizá-lo”, enfatiza.

Plástico: envolto em benefícios e males • Vale lembrar que entre as matérias-primas das embalagens, o plástico está presente na maioria delas. Sua decomposição leva cerca de cem anos. O produto já surgiu como resíduo, pois é o exce-dente do petróleo. Relativamente novo – se com-parado ao vidro e ao papel – o plástico registrou um desenvolvimento acelerado a partir de 1920.

O Brasil produz cerca de 3 milhões de tone-ladas de plástico, segundo dados de 2009 do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). Desse total, apenas 10% são reci-clados anualmente (cerca de 300 mil toneladas). O consumo per capita de plásticos no Brasil é de 21 quilos, por habitante, ao ano. Nos Estados Uni-dos, este índice quase quadruplica.

O agravante é que, em geral, os materiais plásticos ocupam muito espaço nos aterros devi-do a dificuldades de compactação e por sua bai-xa degradabilidade. Além disso, as embalagens plásticas lançadas indevidamente no ambiente contribuem para entupimentos, propiciam con-dições de proliferação de vetores, prejudicam a navegação marítima e agridem a fauna aquática, além de causarem poluição visual.

No Brasil, eles já representam cerca de 20% dos resíduos. Basta verificar que alguns produtos têm excesso de embalagens plásticas. A atitude do consumidor, neste sentido, é fundamental para a mudança de hábito. No caso das embala-

“Não basta apenas o designer criar embalagens ditas

‘ecológicas’, um termo aliás, bastante inadequado. É

importante que o designer tenha um papel mais estratégico

no planejamento do sistema, atuando junto com outros

profissionais no planejamento”, Cláudio Pereira

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gens desenvolvidas pelos alunos do 6º período de Design da UniBrasil, em 2008, o plástico não foi totalmente substituído, mas seu uso foi mini-mizado.

Naotake fukushima, que é mestre em Design, com aperfeiçoamento em Design de Embalagem e Graduação em Design Gráfico, lembra que, no momento, há um abuso no uso do plástico.

fukushima preside a Associação Profissional de Design do Paraná (Pro Design) e atua como diretor do Centro de Design do Paraná, que está organizando a Bienal de Design 2010, em Curiti-ba. Ele é pesquisador do Núcleo de Design e Sus-tentabilidade da Universidade federal do Paraná (UfPR), onde é professor. O designer pondera sobre a substituição do plástico. Para ele, existe uma lenda que trocar é bom por si só. “De fato, substituir o plástico atende a diretriz da susten-tabilidade no requisito da conservação e biocom-patibilidade mas, muitas vezes, entra em conflito com outras diretrizes, como minimização do con-sumo e do transporte ou otimização da vida do sistema”, sublinha.

O designer destaca que na atualidade não existe um material que ofereça, ao mesmo tem-po, resistência, durabilidade, estrutura, proteção e custo. “Ao se realizar uma avaliação mais crite-riosa utilizando a análise de ciclo de vida, o plás-tico tem seu valor. Assim, por exemplo, consumir menos produtos que utilizam plástico é bem me-lhor que trocar o plástico por um outro material e continuar consumindo tanto”, salienta.

Alternativas • A professora Alice Maria Ri-beiro da Silva, mestre em Design, com especia-lização em Design de Embalagens e graduação em Desenho Industrial, pesquisou sobre o uso do grés (material obtido da argila) no design ce-râmico de embalagens para cosméticos. Ela atua como docente no curso de Design da UniBrasil.

Alice ressalta que há um polo cerâmico em Campo Largo, região próxima a Curitiba, onde es-tão instaladas diversas empresas produtoras de louça de mesa e objetos de adorno. Além disso, o Paraná tem uma grande concentração de in-dústrias produtoras de cosméticos e perfumaria e está situado entre o terceiro e quarto lugar em números de indústrias no Brasil neste segmento. Estes foram os motivos que originaram sua pes-quisa sobre a cerâmica do tipo grés como alterna-tiva ao plástico e ao vidro, amplamente utilizados para a área de cosméticos.

Em seu experimento, Alice fez um estudo comparativo de uma embalagem existente em vi-dro com a sua reprodução em material cerâmico.

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“O resultado foi satisfatório, pois, de acordo com as avaliações realizadas, laboratorial, mercadoló-gica e industrial, os resultados apontaram para a possibilidade de utilização no setor de perfuma-ria e cosméticos desde que atenda às especifica-ções de normatização de mercado e adaptações técnicas para produção industrial”, conta.

Para ela, a indústria de embalagens deve estar preocupada com a sustentabilidade. “Os aspectos ambientais devem ser considerados, pois a preocupação com o descarte de material e seu reaproveitamento é cada vez maior”. Em seu projeto de mestrado esta questão foi abordada com a possibilidade de utilização de refil para re-aproveitamento do mesmo pote cerâmico ou sua reutilização com outra função depois de conter e embalar o produto inicial. Desta forma, a embala-gem terá um maior valor agragado, além de con-tribuir para o prolongamento do seu uso.

No caso da pesquisa de Alice, o uso do mate-rial cerâmico como alternativa ao vidro é viável, pois o processo produtivo da cerâmica, ao contrá-rio do vidro, permite que se produzam pequenas quantidades, com custo acessível. “Mostrando-se adequado para séries especiais, datas come-morativas, funcionando como chamariz da em-presa e contribuindo para seu posicionamento estratégico”, ressalta.

Planejamento: o “papel” das embala-gens • O designer Cláudio Pereira, mestre em Design, professor do curso de Design Gráfico da Universidade Estadual de Londrina (UEL), coorde-

nador do curso de especialização em Ecodesign da Universidade Positivo, e também pesquisador do Núcleo de Design e Sustentabilidade da UfPR, pesquisou sobre diretrizes para o design de em-balagens em papelão ondulado.

“Nos últimos cinco anos de pesquisa em design e sustentabilidade, tem ficado cada vez mais evidente, para mim, que já não basta pes-quisarmos novas soluções tecnológicas para os problemas ambientais e sociais. Antes disso, é preciso um questionamento sobre como consu-mimos produtos e serviços, pois é extremamen-te necessária a necessidade de atendermos as nossas necessidades utilizando uma proporção de recursos muito menor do que se utilizou até agora”, comenta. Ele sustenta que só assim as gerações futuras conseguirão também atender às necessidades delas.

Por isso, sua pesquisa consiste em definir di-retrizes que orientem os designers e projetistas de embalagens, entre outros profisisonais envol-vidos em sistemas logísticos B2B (business to business), no planejamento de sistemas de pro-teção e transporte mais eficientes utilizando o pa-pelão ondulado como matéria-prima principal das embalagens. Segundo ele, apesar desse recorte, várias das diretrizes, notadamente aquelas com foco no sistema, são aplicáveis a sistemas que utilizem embalagens feitas com outros materiais.

Pereira esclarece que as diretrizes são orga-nizadas em dois grupos: o primeiro com foco na embalagem, que traz recomendações para o pro-jeto das embalagens de papelão em si, incluindo,

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“Geramos muito lixo e as embalagens formam um montante considerável nesta pilha. A sociedade como um todo precisa

questionar a forma e a validade do volume de seu consumo e juntos buscarmos

saídas para satisfazermos nossas necessidades sem desequilibrarmos o tripé

da sustentabilidade”, Dulce Maria Paiva Fernandes

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por exemplo, a seleção de materiais, o uso de energia e água, a forma de desmontagem e descarte, etc; e o segundo com foco no siste-ma, que traz recomendações para o planeja-mento do ciclo de vida do sistema, incluindo por exemplo, o tipo de transporte, armazena-mento e controle logístico, entre outros aspec-tos.

“As conclusões foram surpreendentes, pois constatamos, no caso estudado, que o grande impacto das embalagens B2B (ou seja, voltadas à logistica entre empresas, e não ao consumidor final) está no transporte, e não na embalagem em si”, conta. Por meio da análise do ciclo de vida, percebeu-se que mais de 60% do impacto ambiental relacionava-se ao trans-porte com caminhão a diesel por um trecho de cerca de 500 quilômetros, enquanto que a em-balagem em si, incluindo os resíduos gerados, representava apenas 30% do impacto. “Com isso, notamos que não basta apenas o designer criar embalagens ditas ‘ecológicas’, um termo aliás, bastante inadequado. É importante que o designer tenha um papel mais estratégico no planejamento do sistema, atuando junto com outros profissionais no planejamento”.

Para Pereira, o mercado de embalagens funciona como um termômetro do mercado em geral, pois quando há uma tendência recessi-va este é um dos primeiros mercados a sofrer. Com isso, a busca por abordagens inovadoras de negócios é muito importante para o setor.

O designer destaca que o mercado de em-balagens ainda está focado no paradigma de produção-consumo-descarte, ou seja, uma abordagem industrial linear, incompatível com os graves problemas ambientais enfrentados hoje. “Esse modelo vê apenas a produção de bens tangíveis (no caso as embalagens) como unidade rentável de negócio. No entanto, para conciliar as necessidades de sobreviência eco-nômica das empresas com a necessidade de reduzir drasticamente o consumo de recursos (materiais, água, energia, etc) faz-se necessá-ria a busca por novos paradigmas de negócio, que foquem, por exemplo, os benefícios finais para o consumidor como unidade de valor, e não a posse do bem em si”.

Isso vale para diversos produtos que não precisam necessariamente ser “possuídos” pelo usuário. Pereira acredita que as emba-lagens podem entrar nessa abordagem, bem como automóveis, ferramentas, máquinas de lavar, roupas e outros produtos.

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Descarte de embalagens • O professor Cláudio Pereira esclarece que há uma oportu-nidade de aliar inovação e sustentabilidade no mercado de embalagens, mas as empresas de-vem estar preparadas para novas abordagens de negócios, mais desmaterializadas, focadas nas necessidades dos consumidores e usuários em vez da posse dos produtos.

Ele lembra que no setor de embalagens B2B, por exemplo, as empresas já utilizam embala-gens retornáveis há bastante tempo, mas não necessariamente com foco ambiental, e sim de redução de custos e otimização logística. “Se é mais interessante economicamente o uso de uma embalagem retornável em vez de descartável, a empresa a utiliza, sem levar em conta se será me-nos impactante ambientalmente ou não. No setor B2B, o uso de materiais mais avançados tecno-logicamente, notadamente os plásticos, também tem aumentado”, adverte.

De acordo com o professor, a redução do im-pacto ambiental causado pelo descarte inadequa-do de embalagens é hoje um dos problemas am-bientais mais graves. Ele acredita que se houvesse um sistema de recolhimento e destinação adequa-da destas embalagens, o problema ambiental cau-sado seria bastante reduzido. “No Brasil, muitas cidades ainda sequer têm um sistema de gestão de resíduos sólidos, e as embalagens plásticas acabam sendo descartadas de forma irresponsá-vel. E mesmo nas que têm esses sistemas, a po-pulação ainda não está suficientemente educada para colaborar com a destinação correta”.

Entretanto, o Congresso Nacional aprovou, depois de muitos anos de discussão, a Lei Nacio-nal de Resíduos, que traz para os fabricantes um novo nível de responsabilidade pelos resíduos que geram, entre eles os de embalagens.

Atenta a esta necessidade, a professora Dul-ce Maria Paiva fernandes sempre se envolveu em projetos na área de embalagens. Graduada em Desenho Industrial, ela possui mestrado em Estruturas Ambientais Urbanas e doutorado em Engenharia de Produção.

Um de seus principais projetos é o Caixa Eco-lógico. Tudo começou com suas pesquisas sobre recicladoras de embalagens, pois estava pre-parando para atuar no processo de reciclagem. “Nesta pesquisa pude observar que o problema já acontecia anteriormente à recicladora, na for-ma como os resíduos são separados e descarta-dos.foi aí que surgiu a ideia de atuar na forma de descarte. O supermercado foi escolhido por ser um lugar de grande concentração de embalagens e que saem para o local de consumo (casas, em-

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presas, etc) e assim o consumidor fica o respon-sável pelo descarte”, conta.

Então teve que escolher o supermercado. “O festval já chamava minha atenção por ter um programa social de contratação de pessoas sur-das ou com deficiências mentais leves. E assim, imaginou-se que talvez também pudessem estar interessados em ter um programa na área de sus-tentabilidade ambiental. E foi o que aconteceu. Quando fizemos o contato com eles, estavam construindo uma nova loja - o festval Barigui (em Curitiba) - e desta forma, o Caixa Ecológico foi in-cluído no projeto e inaugurado no momento de sua abertura, 10 de outubro de 2006”, conta.

A professora Dulce – que também integra o Núcleo de Design e Sustentabilidade da UfPR – explica que o Caixa Ecológico é um check-out (lo-cal onde se paga as compras) diferenciado dos demais pela cor verde e identificação própria, onde os consumidores podem fazer um descar-te antecipado de embalagens que, segundo seu próprio critério, não precisam ser levadas embora. “Por exemplo, uma pasta de dente. O consumidor leva o tubo e descarta a caixinha; ou um congela-do o qual não há mais necessidade de ler as ins-truções; ou embalagens que embalam outras”.

Estas embalagens são descartadas em contei-ners apropriados ao lado do caixa e são encami-nhadas para a reciclagem. A cada quatro meses, o valor obtido com esta reciclagem é revertido para uma instituição filantrópica. “Juntamente com a proposta, sugere-se que os consumidores utilizem sacolas próprias retornáveis para suas compras, reduzindo desta forma o uso excessivo de sacolas plásticas”, completa.

A rede de supermercados Pão de Açúcar tam-bém se interessou pelo projeto e o implantou. “No Pão de Açúcar chama-se Caixa Verde e quem se responsabiliza pela destinação são cooperati-vas de catadores cadastradas pela rede. Teve iní-cio em uma loja em São Paulo e agora já se esten-de para toda a rede, inclusive em todas as lojas de Curitiba”. Segundo Dulce, o que pude concluir até o momento é que o Caixa Ecológico é um pas-so importante na discussão do grave problema que envolve os resíduos sólidos caracterizados por embalagens (neste caso de uso doméstico), no entanto há necessidade de mais divulgação e conscientização do cenário atual e das formas e atitudes que podem ser tomadas visando a mi-nimização de impactos ambientais negativos. “E isto envolvendo toda a sociedade desde os pró-prios pontos de venda, seus funcionários, forne-cedores e os consumidores. É um trabalho lento e que requer muita persistência”, considera.

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Atores envolvidos • Quando se trata de minimizar o impacto ambiental das embalagens, é preciso lembrar de todos os atores envolvidos durante o ciclo de vida do material, pois cada um tem a sua responsabilidade. O projeto do Caixa Ecológico, por exemplo, identifica três importan-tes personagens em seu contexto: o fabricante, o ponto de venda e o consumidor. No entanto, o formato aplicado até o momento se destina ape-nas ao ponto de venda a ao consumidor. “Para que este ciclo seja mais abrangente, tenho a intenção de (provavelmente em um doutorado) explorar as questões que envolvem o fabrican-te. Da mesma forma que fiz um caminho inverso quando visitei as recicladoras e acabei chegando ao descarte, agora ‘retornari’ mais ainda, tentan-do chegar na ‘primeira’ fonte: o fabricante”, re-vela Dulce.

Ela ressalta que o imenso universo de emba-lagens com o qual convivemos merece discussão, atenção e análises aprofundadas no campo da sustentabilidade. “Os fabricantes têm uma grande responsabilidade e o desafio de encontrar saídas susten-táveis para materiais e processos de fabricação e embalamento ecologicamente sustentáveis em associação à viabilidade econômica. Porém, acredi-

to que muito deste esforço envolve mudanças de hábitos de consumo, e neste caso uma relação mútua entre consumidores e fabricantes, onde ambos têm que estar dispostos e se preparar para estas mudanças”, defende.

A pesquisadora observa alguns casos onde empresas tentam abordar a questão de embala-gens sustentáveis, utilizando o princípio da troca apenas de refil, por exemplo. Outras investem em materiais classificados como sustentáveis. “Infelizmente, em alguns casos, empresas estão se apoiando nesta onda e utilizando selos que identificam o produto como ‘sustentável’, mas, no entanto, estes selos são criados pela própria empresa, sem reconhecimento de algum órgão competente para tal. Neste caso, até o consumi-dor bem intencionado acaba sendo enganado”, adverte.

Dulce lembra de uma dura realidade: a socie-dade atual gera muito lixo e as embalagens for-mam um montante considerável nesta pilha. “A

sociedade como um todo precisa questionar a forma e a validade do volume de seu consumo

e juntos buscarmos saídas para satisfazer-mos nossas necessidades sem desequi-

librarmos o tripé da sustentabilidade: socialmente justo, ambientalmen-

te correto e economicamente viável”, defende.

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Investimentos em mudanças sustentáveis

Corretora de seguros investe na mudança de posicionamento estratégico para atender ao conceito sustentável

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Visão Sustentável

lyane Martinelli

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esde o início de sua carreira no mundo corporativo, o corretor de seguros Pau-lo de Mello e Silva Grillo se interessava pela natureza e pelas questões ambien-

tais. Vivenciando mudanças em favor do meio am-biente desde muito cedo e com experiência den-tro de organizações responsáveis com a questão da ambiental, Paulo decidiu investir na susten-tabilidade no espaço de trabalho. Sócio de uma corretora de seguros que tem mais de 30 anos de atuação e tradição no mercado paranaense, Grillo e seus sócios decidiram investir na integração en-tre o segmento e o respeito ao meio ambiente.

Para promover essa nova ideia, o empresário procurou delinear estratégias para desenvolver com consistência essa nova ideologia. “Sempre pensei que a empresa poderia fazer a diferença, mesmo que com pequenos gestos. Sabemos que dentro da cadeia produtiva o impacto ambiental da nossa atividade é baixo, mas acreditava na possibilidade de poder contribuir de forma mais concreta através da prestação de serviços”, afir-ma Grillo. No início de 2010, a direção da empre-sa tomou a decisão de tornar a Previsão Corretora de Seguros uma empresa sustentável. Para de-senvolver seu projeto, Grillo contratou um con-sultor em sustentabilidade empresarial para levar adiante seu projeto. “Ao iniciar o projeto, a ideia não era mudar por mudar, e sim fazer um proje-to consistente, que pudesse ser levado adiante e que envolvesse a todos, os colaboradores em

primeiro lugar, mas que abrisse a possibilidade de expandir isso para os clientes, fornecedores e para todos aqueles que fazem parte do ciclo da corretora”, explica Evandro Razzoto, consultor em sustentabilidade empresarial escolhido por Grillo e sua equipe para levar em frente o projeto junto com a corretora de seguros.

O primeiro passo foi envolver a comunidade interna na nova ideologia da empresa. “A mu-dança começou pela diretoria. Mudamos alguns hábitos para dar o exemplo a cada um dos cola-boradores”, afirma. Dentro do desenvolvimento do plano, o primeiro passo foi trabalhar com o choque cultural do público interno. “Não seria possível implementar mudanças sem conscien-tizar nosso primeiro público, os colaboradores. A primeira estratégia foi realizar um treinamen-to com os funcionários. Todo o quadro de cola-boradores foi dividido em grupos menores, que passaram por um processo detalhado de treina-mento durante um período expressivo de tempo, com o intuito de informá-los das mudanças na empresa, mas também incentivar e conscientizar quanto à importância do comportamento susten-tável”, comenta Razzoto.

Implementando ações de sustentabili-dade • Buscando usar ações emblemáticas no processo de mudança e que estivessem de acor-do com a nova ideologia, a empresa mudou de nome, passando a atender por Ecoverde Corre-

D

“uma das ações práticas é acabar com

o uso do papel na relação corretora de seguros e cliente. o

objetivo é tornar todo o arquivo digital e

promover os contatos e correspondências

com os clientes apenas no meio eletrônico” ,Paulo Grillo diretor da Ecoverde Corretora de

Seguros

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tora de Seguros, e procurou então informar aos seus clientes o novo conceito de trabalho. “Uma das ações práticas para implementar a susten-tabilidade dentro da empresa é acabar com o uso do papel na relação corretora de seguros e cliente. O objetivo é tornar todo o arquivo digital e promover os contatos e correspondências com os clientes apenas no meio eletrônico”, explica Grillo. A partir dessa primeira ação com a carteira de clientes, a corretora pode mensurar resulta-dos expressivos dentro do seu plano de atuação. “foi encaminhada uma última correspondência em papel aos clientes, avisando que a empresa estava mudando de nome em função da nova ideologia e que também as formas de atuação sofreriam mudanças. Por isso, aquela seria a última correspondência em papel e solicitamos

que os clientes atualizassem seus cadastros no site. Tivemos um grande retorno das cartas en-viadas e agora muitos dos contatos já estão sen-do feitos digitalmente”, afirma Grillo. O objetivo da agora Ecoverde Corretora de Seguros é abolir o uso do papel com o cliente, mesmo que o seg-mento de seguros ainda gere muito consumo de papel.

Para demonstrar o compromisso com a ques-tão ambiental, a Ecoverde decidiu implantar uma planilha de descontos para clientes que de-monstrem preocupação com o assunto. “Clientes pessoa física, por exemplo, que forem fazer um seguro residencial e tenham sistema para reapro-veitamento de água da chuva ou placas de cap-tação de energia solar nas residências terão um desconto no valor total do seguro”, afirma Grillo.

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Visão Sustentável

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“Clientes que forem fazer um seguro residencial

e tenham sistema para reaproveitamento de

água da chuva ou placas de captação de energia

solar nas residências terão um desconto no

valor total do seguro”,Paulo Grillo diretor da Ecoverde Corretora de

Seguros

A princípio, a empresa está tomando essa atitude dentro da sua margem de lucro, mas já tem possi-bilidades de negociação com seus fornecedores para conseguir ampliar essas questões. “Acredi-tamos que com essas negociações será possível identificar as melhores empresas para trabalhar dentro desse ramo e quem sabe, em um médio prazo, poderemos escolher trabalhar apenas com fornecedores que também seguem essa linha de pensamento”, acredita o diretor da corretora de seguros.

Dentre as ações com o grupo de colabora-dores que ainda serão implementadas, Grillo destaca dois projetos: o “funcionário verde” e a flexibilização de horários em função ao meio de transporte do colaborador. “Vamos instituir o “funcionário verde” como uma forma de premiar e estimular os funcionários a aderir a pequenas práticas como separação do lixo, economia de papel e luz e uso de transportes alternativos, por exemplo. Vamos elaborar uma forma de mensu-rar isso e premiá-los pelo envolvimento direto. Outra ideia é a flexibilização de horários, que funcionaria da seguinte forma: às sextas-feiras, o funcionário que deixar o carro em casa e vier de bicicleta ou a pé poderá entrar mais tarde e sair mais cedo, para compensar seu esforço”, garante Grillo.

O consultor em sustentabilidade empresarial explica, ainda, que o plano implantado na Ecover-de tem um objetivo maior. “Além de resultados dentro da companhia, o trabalho de conscienti-zação e incentivo à sustentabilidade tem como objetivo que esses conceitos sejam levados para fora do espaço de trabalho e que os colaborado-

res, clientes e fornecedores passem a colocar as práticas de sustentabilidade dentro do seu dia a dia, incentivando outras pessoas a aderir às prá-ticas sustentáveis” afirma Razzoto.

Os clientes “verdes” • A Ecoverde está in-vestindo também na ampliação da carteira de clientes, com foco no reforço à questão da sus-tentabilidade e a importância de cuidados com o meio ambiente. “Queremos conquistar quem tem essa preocupação. O objetivo é unir quem procu-ra ser responsável com o ambiente e tornar essa questão primordial no segmento de seguros. O objetivo é sair na frente, pois o futuro das empre-sas de seguro caminha para essa direção que es-tamos tomando antes de todos. Quando isso for uma exigência, já teremos uma vasta experiência na sustentabilidade”, garante Grillo.

A expectativa da empresa também é se tornar uma referência no segmento de seguros contra danos ambientais. Grandes empresas multina-cionais exigem das empresas brasileiras que sejam feitos seguros nessa área, com o objetivo de ressarcimento em caso de danos ambientais. “Além disso, vamos nos especializar em atender as questões de seguros relacionados ao meio ambiente, os chamados seguros de proteção ao meio ambiente. Esse é um mercado ainda pouco explorado no Brasil para pequenas empresas e prestadores de serviços”. A expectativa de Grillo é fortalecer esse mercado no Brasil, entendendo as necessidades das empresas que usam esse serviço e fazer da Ecoverde uma empresa espe-cializada em atender a demanda por seguros na questão ambiental.

- No Brasil são gastos cerca de 96 bilhões em seguros ao ano;- A Federação Nacional de Corretores de Seguro (Fenacor) estima que, em 10 anos, 7% do PIB do Brasil seja referente à comercialização de seguros. Essa é a média de valores gastos em países desenvolvidos com o mesmo segmento de serviços;- 80% das empresas brasileiras possuem o Seguro de Responsabilidade Civil Geral com cobertura adicional para Poluição Súbita, de acordo com dados do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil);- 200 mil reais anuais foi o investimento inicial da Michelin no Brasil para um seguro com cobertura para danos ambientais que levam semanas, meses ou anos para aparecer.

Mercado de seguros no Brasil

29 GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

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té a década de 1940, o Brasil era pra-ticamente uma sociedade rural. Na-quela época, a população girava em torno de 40 milhões de habitantes

e sete, em cada dez brasileiros, moravam ou estavam relacionados, de alguma maneira, com atividades ditas agrícolas.

Sessenta anos depois, o Censo Demográ-fico de 2000 demonstrou que a relação se in-verteu, ou seja, cerca de 80% dos 170 milhões de brasileiros viviam em cidades. Desse total, 70 milhões aglomeravam-se em 22 regiões metropolitanas, sujeitos a todas as causas e consequências negativas proporcionadas pelo êxtase demográfico.

O acesso precário aos serviços de saúde, a ausência de vagas nas escolas, a falta de moradias, a precariedade do sistema de sane-amento básico, a poluição, o trânsito pesado, o desemprego, a violência e a hostilidade da vizinhança passaram a fazer parte de quem trocou a pacata e monótona vida no campo por uma remota chance de prosperidade em meio ao caos das grandes cidades.

Essa cultura de insatisfação, o advento das novas tecnologias, o acirramento da com-petição no mercado de trabalho e a mudança no cenário político brasileiro no início do novo século são suficientes para explicar algumas mudanças representativas no fluxo de pesso-as de norte a sul do Brasil.

A primeira diz respeito à classe média que, pressionada pela concorrência desajus-tada do inchaço urbano, ressuscitou a pos-sibilidade de conseguir empregos tão bem remunerados quanto os disponíveis nas gran-des capitais e, aparentemente, com melhor qualidade de vida.

Cidades do interior paulista com popula-ção entre 100 mil a 500 mil habitantes são ótimos exemplos a serem citados. Campi-nas, Piracicaba, Ribeirão Preto, São José dos Campos e São José do Rio Preto não param de atrair famílias inteiras dos grandes centros urbanos em busca de novas oportunidades.

De acordo com estudo divulgado pelo Ins-

tituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em 2008, a fuga das capitais é apontada como um fenômeno nacional. Entre 2000 e 2007, as cidades médias do Sudeste, do Centro-Oeste e do Norte cresceram bem mais que as peque-nas – com menos de 100 mil habitantes – e as grandes – com mais de 500 mil. Isso demons-tra o fato de que, quando a economia de uma cidade cresce, o fluxo de pessoas em busca de oportunidades também.

A segunda mudança diz respeito ao fim do fluxo de nordestinos para as demais regiões, com predomínio para a Região Sudeste, agra-vado pela falta de oportunidades de trabalho para a mão-de-obra menos qualificada e tam-bém pelo elevado custo de vida nas grandes cidades. A ideia fixa de que o sul é uma terra farta já não é mais consenso entre os nordes-tinos, razão pela os migrantes já começam a fazer o caminho de volta.

O fato é que, desde 2000, a economia nor-destina vem crescendo acima da média na-cional, beneficiado pelo aumento do salário mínimo, das aposentadorias e por programas sociais de transferência de renda, tais como o Bolsa família. Some-se a isso o aparelha-mento tecnológico das grandes cidades do interior goiano, paranaense e paulista que proporciona recordes seguidos de produtivi-dade na agricultura.

O maior desafio do Estado é permitir que o cidadão se desenvolva e prospere onde quer que ele viva. Segundo o IPEA, o Brasil possui em torno de 240 cidades médias, com popu-lação entre 100 mil e 500 mil habitantes, um universo econômico considerável a ser apro-veitado.

Assim sendo, as cidades médias se cons-tituem locais privilegiados pela oferta de ser-viços qualificados e bem-estar, pois desem-penham um papel de núcleo estratégico da rede urbana no país. Além do mais, elas re-presentam elos importantes de ligação entre os espaços urbano e regional. Para felicidade geral da nação, o futuro do Brasil passa pelo interior.

A

O maior desafio do Estado é permitir que ocidadão se desenvolva e prospere onde quer que ele viva

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jerÔnimo mendesAdministrador de

Empresas, Consultor,Escritor e Mestre em

Organizações eDesenvolvimento

De volta ao interior

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HJuliana Sartori

Responsabilidade Ambiental

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

Conheça exemplos de empresas que fazem programas ambientais conscientes da sua responsabilidade

Projetos ambientais na busca dos multiplicadores da transformação

oje está cada vez mais fácil encontrar no mercado empresas que afirmam ser sustentáveis, ou favoráveis às causas verdes. Para isso, organizam algumas

ações anuais, distribuem mudas de plantas du-rante eventos ou apenas investem quantias em projetos já existentes. Claro que toda e qualquer iniciativa para o meio ambiente é válida.

No entanto, há empresas que vão muito mais além quando o assunto é transformação para o

bem comum. Além de divulgarem suas ativida-des, seja por meio de publicidade ou relatórios de sustentabilidade, trabalham para contaminar o meio onde atuam com novas ideias de respeito e benefícios para todos.

A fabricante de cosméticos Natura, por exem-plo, lançou no ano passado o projeto Água de Vi-ver, em parceria com a ONG SOS Mata Atlântica. Por meio dele, as próprias consultoras de vendas da Natura são envolvidas em atividades de pre-

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“nossa intenção, com isso, é que possam ser cidadãos mais

ativos dentro de suas comunidades. Por

isso, os integrantes do água de viver são

chamados de guardiões das águas”, gerente de

Marketing da Natura, Susy Yoshimura

servação dos rios e riachos na localidade onde vivem, participando do monitoramento da quali-dade da água. Para isso, realizam um treinamen-to para fazer coletas periódicas e manipular ex-periências químicas simples com a finalidade de acompanhar como anda a qualidade dos recur-sos hídricos presentes em suas regiões. Assim, elas acabam tornando-se verdadeiras “guardiãs das águas”. O projeto foi lançado como piloto no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, com

a intenção de criar uma rede de cidadania em torno da temática da preservação da água. Hoje, já são 900 pontos monitorados em todo o país.

“ Escolhemos envolver nossa força de vendas nesse projeto porque acreditamos que nossas consultoras e consultores, por meio de sua rede de relações que impulsiona o negócio, podem ser também agentes de transformação social. Nossa intenção, com isso, é que possam ser cidadãos mais ativos dentro de suas comunida-des. Por isso, os integrantes do Água de Viver são chamados de guardiões das águas. Mas, na prática, essa conscientização atinge toda a rede de pessoas com as quais esses consultores se relacionam, como seus familiares, vizinhos, ami-gos. Através do exemplo dessas guardiãs, eles acabam também se envolvendo com a causa e mudando hábitos cotidianos e racionalizando o uso da água”, explica a Gerente de Marketing da Natura, Susy Yoshimura.

De acordo com Susy, a mobilização das con-sultoras acontece através da formação de grupos que são preparados para monitorar a qualidade dos rios e riachos das cidades onde moram. As gerentes de relacionamento e consultoras envol-vidas no projeto são estimuladas a convidar ou-tras pessoas da comunidade a participar desse momento, sobretudo as crianças. Após os mo-nitoramentos, os grupos registram os resultados das coletas junto ao banco de dados do Núcleo Rede das Águas, da SOS Mata Atlântica, parceira do projeto. Essas informações se tornam públi-cas e podem ser conhecidas no portal do Água de Viver, criando uma grande rede de vigilância dos nossos recursos hídricos. “Esse efeito multi-plicador também acontece no dia a dia. Ao terem a oportunidade de perceber, na prática, como está a qualidade da água do riacho que fica na sua cidade, por exemplo, eles se sentem respon-sáveis por conscientizar as pessoas a sua volta sobre a questão, a compartilhar esse conheci-mento”, lembra.

No Paraná, há atualmente 13 pontos de mo-nitoramento, distribuídos em diversas regiões do Estado. Na grande maioria dos pontos monitora-dos no Paraná, os resultados vêm apontando uma situação aceitável. A metodologia de análise de qualidade da água utilizada no projeto incluiu si-tuação ótima, boa, aceitável, ruim e péssima.

A gerente de relacionamento da Natura em Ma-ringá, Monica Andreazzi , é uma das pessoas que ajuda a organizar e participa dos monitoramentos junto às consultoras da região. Ela e um grupo de cerca de 20 consultoras, além de seus filhos e familiares, monitoram a água de um córrego de

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Maringá, que é a nascente ribeirinha do Jardim Batel – um afluente do rio Morangueira. “É muito gratificante ver o envolvimento de todos na hora de fazer a análise. Todos reagem como se fosse uma grande descoberta e o encontro sempre aca-ba com cada um dando opinião sobre o que pode fazer para melhorar a qualidade da água do córre-go”, conta. Até então, a água no local vem sendo considerada aceitável nos testes realizados pelas consultoras. “O bacana é que a maioria das mu-lheres consultoras são donas de casa e acabam refletindo no que elas fazem dentro do próprio lar e que pode refletir no meio ambiente. Um lixo que vai fora do lugar pode acabar parando lá dentro desse nosso córrego”, explica Monica.

Mais do que plantar mudas • Outra iniciati-va ambiental que se preocupa com os resultados e envolve a sociedade é realizada pela empresa ale-mã com sede no Brasil, a Bayer CropSciense - uma das líderes mundiais no segmento de ciências agrícolas, que conta as áreas de proteção de cul-tivos, sementes e biotecnologia vegetal, além de soluções para o segmento de saúde ambiental.

Apesar do serviço realizado pela empresa já ter englobado a preocupação ambiental como foco do negócio, a Bayer também resolveu inves-tir em projetos paralelos. Um deles é o projeto Nossa Água - um exemplo bem-sucedido de res-ponsabilidade social, ambiental e educacional e que segundo o engenheiro agrônomo Renato Arantes, gerente regional da Bayer CropScience, em Londrina, veio ao encontro desta filosofia

Responsabilidade Ambiental

“Ao conscientizarmos as pessoas sobre a importância de preservar o meio ambiente, com o desenvolvimento sustentável da agricultura, mudamos a realidade atual e o futuro de muitos, que acabam se tornando multiplicadores desta informação”, Renato Arantes, gerente regional da Bayer CropScience, em Londrina

Guardiãs da água em ação monitorando a

qualidade de córrego em Maringá

da empresa. Afinal, o projeto procura incentivar a preservação ambiental entre os agricultores, para que eles entendam que para explorar a terra para plantar, em primeiro lugar, é preciso respeitá-la. Os agricultores que participam do projeto aprendem a identificar e diagnosticar as áreas de risco e preservar as nascentes dos rios das regiões onde trabalham.

Realizado em parceria com a Cooperativa Inte-grada, em 2005, o Nossa Água tem como base o Projeto Águas da Bayer CropScience, que incenti-va a agricultura sustentável, oferecendo a produ-tores rurais informações sobre a preservação e recuperação de áreas próximas a nascentes, cór-regos, rios, açudes e represas. Este trabalho de orientação visa alcançar a recuperação de áreas degradadas, por meio do plantio de espécies na-tivas e frutíferas, assim como conservar as áreas de preservação permanente.

“Ao conscientizarmos as pessoas sobre a im-portância de preservar o meio ambiente, com o desenvolvimento sustentável da agricultura, mu-damos a realidade atual e o futuro de muitos, que acabam se tornando multiplicadores desta infor-mação. O Nossa Água vai muito além do plantio de mudas; é realizado um trabalho educacional que contribui na redução dos níveis de compro-metimento da biodiversidade e do ecossistema, utilizando-se de monitoramento, identificação e diagnóstico de áreas de risco e de nascentes que compõem as microbacias da região”, explica Re-nato Arantes.

Segundo o gerente, somente no ano passado 2009 foram distribuídas 123 mil mudas para 83 associa-dos da Integrada que, juntos, recuperaram 77 hectares de mata, além dos aproximada-mente 200 mil peixes soltos nos rios locais. “Sem con-tar o fato de conscientizar e mobilizar a população para a causa ambiental”, adicio-na Arantes. “Não vemos o Nossa Água como um pro-cesso com início, meio e fim. Trata-se de uma atividade contínua e acreditamos que é uma oportunidade ímpar de cumprirmos nosso papel junto à sociedade de contri-buir para o desenvolvimento sustentável da agricultura”, analisa.

34 GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

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antenordemeterco netoAdvogado, doutorando

em Direito Econômico e Socioambiental e Mestre

em Organizações e Desenvolvimento

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O regime de partilha de produção no pré-sal

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GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

ste artigo objetiva apresentar em li-nhas gerais alguns aspectos do mo-delo de regime de partilha de pro-dução de petróleo, de gás natural e

de outros hidrocarbonetos fluídos no pré-sal e em áreas estratégicas, proposto pelo Poder Executivo no Projeto de Lei de n.º 5.938/2009, que desde setembro de 2009 está em trâmite no Congresso Nacional.

O projeto de lei define a partilha de pro-dução como sendo “o regime de exploração e produção de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluídos no qual o con-tratado exerce, por sua conta e risco, as ativi-dades de exploração, avaliação, desenvolvi-mento e produção e, em caso de descoberta comercial, adquire o direito à restituição do custo em óleo, bem como a parcela do exce-dente em óleo, na proporção, condições e prazos estabelecidos em contrato”.

De acordo com a proposição do Poder Executivo, o regime de partilha de produção passa a ser obrigatório nas áreas do pré-sal e em áreas estratégicas. Sendo que a defini-ção do que venha a ser áreas estratégicas fi-cará a cargo do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Presidência da República, enquanto que a definição da área do pré-sal já se encontra no próprio texto do projeto de lei.

A Petrobras será a operadora exclusiva dos contratos de partilha, ou seja, será a única res-ponsável pela condução e execução, direta ou indireta, das atividades, devendo ter participa-ção mínima de 30% no consórcio de empresas que atuará sobre o bloco objeto do contrato.

O custo com a exploração, avaliação, de-senvolvimento e produção, será suportado exclusivamente pelo contratado, com exceção da hipótese em que a União optar em assumir parcela dos riscos, o que só poderá acontecer com a aplicação de recursos provenientes de um fundo específico para esse fim e criado por lei. Apenas em caso de descoberta com viabilidade comercial, o contratado terá direi-to ao reembolso do seu custo, o que será feito

com o próprio óleo in natura que será prospec-tado.

A União, por meio do MME, só poderá cele-brar os contratos de partilha de produção com a Petrobrás, sendo neste caso dispensada a licitação, ou com o consórcio da Petrobrás com a empresa vencedora de licitação na modali-dade leilão, cuja realização será de atribuição da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). E a gestão dos contra-tos de partilha de produção com o MME e dos contratos de comercialização da União serão de atribuição da empresa pública Pré-Sal Petró-leo S.A. (PPSA), criada pela Lei 12.304/2010.

O que se pode notar num primeiro mo-mento é que a eficiência ou não do regime de partilha de produção só poderá ser veri-ficada no futuro. No entanto, a exclusividade da Petrobrás na operação das atividades e a sua participação privilegiada na exploração, avaliação, desenvolvimento e produção, bem como nos riscos inerentes a esta posição, re-velam uma excessiva interferência direta do Estado na esfera econômica, interferência esta que não se revelou benéfica ao país num passado recente. Se não bastasse, a criação de uma empresa pública atrelada ao MME para gerir os contratos de partilha de produ-ção, com o claro objetivo de esvaziar o órgão regulador do setor, a ANP, cuja minúscula in-dependência técnica tanto incomoda os polí-ticos, poderá futuramente trazer sérios entra-ves ao desempenho do setor.

Todas essas questões do Projeto de Lei de n.º 5.938/2009 aqui levantadas, além das que não foram tratadas nesta oportunidade, tais como as formas de participação governa-mental nos contratos de partilha de produção, a divisão dos royalties, a definição de área es-tratégica, o conflito de atribuições entre a ANP e a PPSA, entre outras, deverão suscitar mui-tas discussões e críticas em virtude dos diver-sos interesses envolvidos, mas o importante é que o debate se dê de forma democrática e participativa para que os anseios socioeconô-micos da sociedade sejam atendidos.

a exclusividade da Petrobrás e a sua participação privilegiada revelam uma excessiva interferência direta do estado na esfera econômica, interferência esta que não se revelou benéfica ao país num passado recente

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Gestão de Resíduos

primeira fase da campanha eleitoral deste ano passou e os resultados, após o primeiro turno - além daquilo que já se sabe das urnas - foram ruas

poluídas e o desperdício de papel. Somente em Curitiba, por exemplo, foram recolhidas cerca de 20 toneladas de lixo eleitoral das ruas da cida-de. foram necessárias mais de 700 pessoas para limpar as ruas de santinhos e retirar também a

grande novidade da propaganda eleitoral deste ano - os cavaletes com as fotos dos candidatos impressas em plásticos espalhados pelos cantei-ros das ruas. No Distrito federal a quantidade de rejeitos de campanhas eleitorais chegou a mais de 200 toneladas; em São Paulo Capital, foram cerca de 170 toneladas; e em Belo Horizonte, pelo menos 210 toneladas. Ou seja, o que não faltou foi desperdício.

APolíticos que sujam ruas com material de campanha continuam sendo os mais votados

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

Juliana Sartori

Candidatos e eleitores ainda muito distantes da preocupação ambiental

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De acordo com informações da assessoria do Departamento de Limpeza Pública de Curitiba, o mais triste dessa campanha é que boa parte do material recolhido da cidade sequer pôde ser aproveitado pela reciclagem, no programa muni-cipal que funciona na Usina de Valorização de Re-jeitos, localizada no município de Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba. Tudo por causa da chuva que atingiu a capital no dia de vo-tação e que praticamente “derreteu” a papelada nas ruas, impossibilitando o uso do material para a reciclagem. Ou seja, grande parte dessas 20 to-neladas foi parar no aterro sanitário – pra lá de lotado – da Caximba. De acordo com a assesso-ria, foi possível aproveitar apenas o material im-permeável da campanha, que eram os santinhos plastificados, ou o papel que de alguma forma ficou protegido da chuva.

Para o cientista político e professor da Univer-sidade federal do Paraná (UfPR), Ricardo Costa de Oliveira, a avaliação que se pode fazer do primeiro turno das eleições 2010 é que a preocu-pação ambiental tanto dos candidatos como dos eleitores ainda está muito longe das urnas. “Os candidatos que mais sujaram as cidades, com santinhos e esses cavaletes, foram aqueles que mais ganharam votos. Infelizmente essa ainda é a tendência, quanto mais dinheiro tem o candi-dato, mais ele polui e ganha mais votos”, avalia. Para ele, por mais que o tema sustentabilidade esteja ganhando a cada dia novos adeptos, a questão ambiental ainda está muito longe da preocupação política.

Para Oliveira, a solução mais rápida, enquan-to o próprio eleitor ainda não se torna o grande carrasco do candidato poluidor, é a mudança na legislação eleitoral. “Quem deve ter essa primeira iniciativa é a própria legislação, a única capaz de proibir a distribuição dos santinhos, incentivando a discussão e divulgação das ideias dos candida-tos por meios não poluidores”, afirma. Além disso, a lei deveria obrigar cada candidato a garantir a re-ciclagem do seu próprio material de campanha.

“os candidatos que mais sujaram as

cidades, comsantinhos e esses cavaletes, foram

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votos. Infelizmente essa ainda é

a tendência, quanto mais dinheiro tem o

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ganha mais votos”, Ricardo Costa de

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Atualmente, a lei permite a distribuição de material gráfico, fazendo a festa dos santinhos bancada pelos candidatos mais endinheirados e, portanto, poluidores. O que é proibido, mas que acontece todos os anos, é a sujeira maciça nas ruas, a qual ocorre geralmente na madruga-da anterior às eleições. Na virada do dia 02 para 03 de outubro, por exemplo, quem trabalhava na campanha de candidatos a deputados, senador, governador e presidente simplesmente repetiu a prática que há tantos anos acontece: jogar o ma-terial gráfico que sobrou da campanha em todos os cantos, na esperança de conseguir um eleitor desinformado de última hora. Aquele que não sabe em quem votar e opta pelo nome e número encontrado no primeiro pedaço de papel no ca-minho para a sua zona eleitoral.

De acordo com a assessoria do Tribunal Re-gional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), essa prática é proibida e gera multa e punições ao candidato ou cabo eleitoral que for pego em flagrante fa-zendo a sujeira na rua. “A grande dificuldade é conseguir o flagrante dos poluidores”, afirma a assessoria. Durante os dias de eleições, a justiça eleitoral e a Policia Militar trabalham juntas para coibir as propagandas de boca-de-urna e garantir um processo eleitoral justo e democrático. No en-tanto, eles admitem que ainda é difícil conseguir garantir um processo limpo. “É impossível conter as manifestações que acontecem em todos os cantos na calada da noite. E sem o flagrante não é possível responsabilizar aquele que comete as infrações”, afirma a assessoria.

Responsabilidade ambiental fora das campanhas • De acordo com o professor Ricar-do Oliveira, ao contrário do que muito se falou, o número de votos (mais de 19,6 milhões) para a candidata do Partido Verde (PV) para a presi-dência da República, Marina da Silva, ainda não significa que o brasileiro levou em consideração as questões ambientais na hora de decidir o seu voto.

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Gestão de Resíduos

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

“Um dos temas centrais da campanha da Marina pode ter sido o desenvolvimento sustentável. No entanto, muitos eleitores se encantaram com a candidata por outras razões. Pesaram muito mais para os eleito-res as questões religiosas e a insatisfação com os outros dois candidatos que con-seguiram ir para o segundo turno”, avalia. “Tanto é que na campanha do segundo turno, as propostas ambientais são apenas citadas nas campanhas de Dilma Roussef (PT) e José Serra (PSDB), mas pouco debati-das. Já a religião e os temas que envolvem ética e crença foram muito mais explora-dos”, lembra.

Segundo Ricardo Oliveira, os votos que Marina da Silva conquistou, por exemplo, sequer foram transferidos para o próprio PV. “No resultado da votação para o Legislativo, o partido que levantou em suas campanhas a bandeira ambiental não teve o mesmo bom resultado proporcional”, avalia.

Apesar dos porcalhões terem dominado as eleições, algumas boas iniciativas ganharam destaque na tentativa de acabar com o problema do lixo gerado durante as eleições de 2010.

A prefeitura da capital de Pernambuco, Recife, resolveu dar um bom exemplo para outras cidades do país, com o projeto “Não Jogue Sua Campanha no Lixo. Re-cicle”. O projeto era uma parceria da Secretaria de Meio Ambiente do Recife, da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) e do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

A proposta era que o material usado nas campanhas eleitorais, como lonas, pa-pelão, metais, madeiras, plásticos, entre outros fossem todos encaminhados para entidades de reciclagem, transformando todo este material em novos objetos.

Outra iniciativa foi a do candidato a deputado estadual pelo Rio de Janeiro, Alcio-ne Duarte, que também resolveu dar o exemplo. O sanitarista e técnico da Compa-nhia Estadual de Águas e Esgoto do Rio de Janeiro (Cedae) acabou não sendo eleito. Mas ele marcou as eleições 2010 no Estado chamando a atenção para a responsabi-lidade de cada candidato em relação a sua própria campanha. Todo o material usa-do como bandeirolas, faixas e cartazes foi recolhido e encaminhada à ONG Nascente Pequena em Guapimirim, localizada na região serrana do Rio de Janeiro.

O resíduo será utilizado nos programas da ONG para a geração de uma linha de bolsas, entre outras peças, no curso profissional em máquinas industriais. Na ONG funcionam oficinas interativas que aproveitam retalhos para a confecção de bolsas, almofadas, cortinas, colchas e edredons, visando à geração de trabalho e renda para a comunidade carente local.

De acordo com o Duarte, calcula-se que em geral cada candidato gere cerca de 200 quilos de lixo em sua campanha.

Iniciativas positivas

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Sustentabilidade Empresarial

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Buscar a competitividade ao mesmo tempoa sustentabilidade empresarial tornou-se umimportante desafio para os gestores que almejamo sucesso no mercado atual

42 GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

evandro razzoto

Professor e Consultor em Sustentabilidade

Empresarial

Mundo em que vivemos hoje é mar-cado pela industrialização acelerada, o rápido crescimento populacional e o aumento do consumo e produção

de bens, resultando em desequilíbrios sociais, econômicos e ambientais.

O resultado dos anos de exploração dos recursos ambientais sem cuidado ou plane-jamento pode ser observado nas catástrofes ambientais, no efeito estufa e nas mudanças climáticas, na degradação do meio ambiente e nas desigualdades sociais. Diante deste alar-mante quadro, surge a ideia do desenvolvimen-to sustentável na busca pelo equilíbrio perdido. Ouvimos e lemos sobre sustentabilidade nos diversos meios de comunicação, discutimos o assunto em escolas, universidades e empresas. Não se trata apenas de vantagem competitiva, mas de questão de sobrevivência.

A sustentabilidade tem influenciado as es-colhas dos consumidores levando-os a optar por produtos e empresas que têm a sustenta-bilidade inserida em sua gestão. O mundo dos negócios, assim como os diversos setores da economia, tem passado por diversas transfor-mações nas últimas décadas: a competitividade vem aumentando, proliferam-se os avanços tec-nológicos, os consumidores de bens e serviços se tornam cada vez mais exigentes e utilizando-se da consciência e seletividade para a escolha das empresas das quais adquirem os bens ou utilizam os serviços de que necessitam.

Buscar a competitividade ao mesmo tempo a sustentabilidade empresarial tornou-se um importante desafio para os gestores que alme-jam o sucesso no mercado atual. Incluir ques-tão social e ambiental como temas relevantes a serem desenvolvidos na gestão estratégica con-tribui para a empresa ocupar lugar de destaque no mercado. Segundo Vilhena (2009), dentre os benefícios que podem surgir, citam-se: a) maior valor agregado à imagem da empresa, à marca e aos produtos e serviços; b) maior motivação de seus funcionários; e c) maior capacidade de obter recursos necessários e conhecimento.

A sustentabilidade está apoiada em três

pilares principais que precisam estar alinha-dos para manter-se em equilíbrio e tornar pos-sível atingir os objetivos e metas propostos no planejamento estratégico. Esses pilares da sustentabilidade são: crescimento econômico, responsabilidade social e preservação ambien-tal. Percebe-se, então, que a sustentabilidade envolve tanto a integridade ambiental quanto a prosperidade econômica e a responsabilidade social, conforme pode ser observado na figura abaixo, a qual representa um modelo de susten-tabilidade empresarial fundamentado nos três pilares citados.

A sustentabilidade requer planejamento para equilibrar todos os aspectos que este pro-jeto deve impactar. Deverão ser considerados neste plano inicial, o desenvolvimento da sus-tentabilidade ambiental, social e econômica de sua organização.

A importância da sustentabilidade empre-sarial é inegável, bem como os benefícios que trazem para a própria empresa fortalecendo sua imagem e tornando-a mais competitiva; junto aos trabalhadores, resultando em motivação e comprometimento com a missão e os objetivos organizacionais; junto aos acionistas e inves-tidores e à comunidade como um todo contri-buindo para a melhoria da qualidade de vida.

Assim, inserir as ações sustentáveis agindo em prol da responsabilidade social e ambiental pode ser considerado estratégico para as empre-sas, devendo, essas ações serem devidamente planejadas e gerenciadas. As empresas que desejam ser bem sucedidas precisam não só atender às regulamentações governamentais e respeitar os aspectos legislativos referentes ao ambiente e à sociedade. Precisam incluir a res-ponsabilidade social e ambiental em sua filoso-fia e adotá-las como questão estratégica para a manutenção e crescimento de seus negócios.

Cientes de que o sucesso empresarial está diretamente ligado ao desempenho social e ambiental é significativo adotar um sistema de gestão estratégico que inclua a sustentabilida-de, atrelando o produto ao meio ambiente e a sociedade.

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cidadão&ação

E m Curitiba há uma geladeira velha cheia de livros. Você gostaria de saborear um café e aproveitar para ler um livro? Aliás, escolher um livro para colocar sua leitu-

ra em dia e poder devolvê-lo quando quiser? A Biblioteca Pote de Mel oferece essas possibilida-des. O nome – que faz referência à comida – não é à toa, pois a Biblioteca Pote de Mel funciona dentro de uma panificadora com o mesmo nome. O idealizador, Alessandro Martins, transformou a dúvida em resposta.

O jornalista, que vive de seus trabalhos em cer-

ca de quinze blogs, criou a Bibliopote, como costu-ma chamar, em setembro de 2008. O ano, que ter-minou com uma ação cidadã, não tinha sido fácil para ele. No primeiro semestre, saiu do emprego onde atuou dez anos na função de editor e perdeu o pai. A dúvida: o que fazer com os livros que o pai deixou? A resposta: livros devem circular.

Ele havia lido um post sobre uma biblioteca que funcionava de forma semelhante no Japão, onde o senso de responsabilidade não era es-timulado com a cobrança de multas e outras formalidades, mas com a naturalidade de ser

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Criselli Montipó

Para que os livros circulem e transformem

Alessandro Martins criou uma biblioteca em um espaço alternativo. Afinal, os seres humanos precisam de pães e palavras para viverem

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responsável: apenas devolver aquilo que você tomou emprestado. Um comentário que leu no mesmo post também o deixou intrigado, alguém dizia que no Brasil a ideia não daria certo.

Assim, a escolha do local para fazer os livros de seu pai circularem foi tomada num instante. Nasceu de sua experiência cotidiana. Todos os dias, acompanhava sua namorada, Júlia Rodri-gues, até o local onde ela tomava o ônibus para o trabalho. Depois, saboreava seu café na Pani-ficadora Pote de Mel, onde sempre lia um livro. foi só juntar uma ideia à outra. Ele achou bonito pensar que as pessoas poderiam encontrar livros no mesmo lugar onde encontram o pão. “Os li-vros deixados pelo meu pai eram bons, mas não eram obras raras, você poderia encontrá-los em qualquer lugar. Então, não havia motivo para eles ficarem parados na prateleira”, conta.

Como frequentava a panificadora há bastante tempo e conhecia o proprietário, lançou a ideia que foi acatada de imediato. No dia seguinte eles já tinham o espaço com os livros, todos já carim-

bados com as “normas” de funcionamento da Bi-blioteca Pote de Mel: “1. Leve este livro para onde quiser durante o tempo necessário; 2. Cuide dele. Depois de ler, devolva; 3. Este livro não deve per-tencer a ninguém; 4. Se ele estiver em prateleira particular, leve-o, leia-o, passe-o adiante ou de-volva à Biblioteca Pote de Mel. ‘Livros devem cir-cular, um livro fechado está adormecido. Se um livro acorda, uma pessoa acorda’”.

Cerca de cem títulos fizeram parte da criação da Biblioteca Pote de Mel. Como não existe ne-nhum tipo de cadastro, não há como saber quan-tas pessoas já leram os livros do acervo. Inclu-sive, Martins já estava preparado para o fato de que muitos desses livros poderiam desaparecer da prateleira, mas no lugar deles, chegaram ou-tros títulos por doação. Por isso, atualmente a Bibliopote tem cerca de 500 exemplares.

Além disso, a escolha do local tem outras razões. A Panificadora Pote de Mel está situada próxima à Reitoria da Universidade federal do Paraná (UfPR) e do Hospital de Clínicas (HC). Há, também, inúmeros

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outros estabelecimentos comerciais e educacionais perto dali. Inclusive, pacientes e acompanhantes de todo o Brasil que vêm ao HC em busca tratamento, têm encontrado a companhia para vencer as horas de espera no hospital: os livros. “É bom sentir que o que você faz é útil. São as pequenezas que juntas, tornam-se grandes”, comenta.

Páginas de cidadania • Para Martins, uma das principais contribuições da Biblioteca Pote de Mel é o desenvolvimento da consciência éti-ca, em que a pessoa é compelida a fazer o bem, a ser correto, sem ser obrigado, já que não há co-brança pelo livro, portanto, como ninguém sabe-rá se você o devolveu, ou não, dependerá apenas de sua consciência.

Além do bem material, que é o livro, há ou-tros valores incutidos na prática: o bem imate-rial, que é valor cultural e o bem ético, resultante do gesto de devolver o exemplar emprestado. “Nada pertence a você neste mundo, nem mes-mo o nosso corpo. Por isso, acredito que deve-mos desfrutar as coisas de forma melhor”, suge-re. Para ele, nada melhor que desfrutar o mundo compartilhando as coisas que gosta. “Se você faz o que gosta, vive bem humorado e deixa o mundo menos carrancudo”, diz.

Martins conta que a biblioteca é a manifesta-ção física do blog livroseafins.com em que publica artigos sobre os livros que lê. “As bibliotecas não estão onde as pessoas vão naturalmente, por isso

pensei em inserir o livro no cotidiano das pesso-as”, ressalta, explicando que o foco de uma biblio-teca comunitária é a circulação e não a manuten-ção do acervo, como nas bibliotecas tradicionais.

Ele se coloca à disposição para ajudar pesso-as que pretendam montar outras bibliotecas em espaços alternativos. “Você só precisa de livros, de um pequeno espaço e de um carimbo com as normas. Tenho o porta-malas cheio de livros para doação”, salienta.

O livro, este divertido companheiro • O pai de Alessandro Martins foi um grande leitor e foi com ele que aprendeu a gostar de ler. Quan-do era criança, adorava ir para o centro de Curi-tiba, acompanhado dos pais, porque sabia que ganharia brinquedos e livros. “Por isso sempre associei a ideia de livro, de ler, com diversão, brinquedo”, explica.

O gosto pela leitura também foi determinante na escolha da faculdade de Jornalismo, afinal, os escritores de que mais gosta, atuaram também como jornalistas, como é o caso de Gabriel García Márquez, Nelson Rodrigues, Vinícius de Moraes, fernando Sabino, entre outros. “Gosto de pensar no livro como uma máquina do tempo, quase mági-ca, em que se ouve as vozes de homens e mulheres que viveram há milhares de anos atrás”, conta.

Martins acredita que os livros podem mudar a vida das pessoas de forma gradativa. “Mes-mo com os escritores contemporâneos, quando você lê um livro está longe deles, mas ao mesmo tempo, perto. Compartilha as mesmas ideias ou acrescenta coisas novas. O livro te transforma quando confirma, quando gera identificação, mas também quando dá uma rasteira, gera estra-nhamento, diz coisas que você não pensava, por isso, o livro te encanta”.

Para ele, a literatura possibilita entender o outro, compreender o imaginário das pessoas. “A literatura oportuniza vivenciar a situação pe-los olhos de outras pessoas, causa empatia e compaixão. Você acaba convivendo melhor no mundo, pois conhecendo o outro, conhece você também”, acredita. Trata-se de uma experiência individual, que exige a colaboração do leitor, seu imaginário, seu conhecimento prévio, o que tor-na o livro uma nobre companhia.

Serviço: A Biblioteca Pote de Mel fica dentro da Panificadora Pote de Mel na Rua Conselheiro Araújo, 168, Curitiba, Paraná, CEP 80060-230. Para doar um livro, basta entregar na panificado-ra ou entrar em contato com Alessandro Martins, [email protected], twitter.com/alessandro_m. Acesse livroseafins.com.

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“as bibliotecas não estão onde as pessoas vão naturalmente, por isso pensei em inserir o livro no cotidiano das pessoas”, Alessandro Martins

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História é a ironia em marcha, a gargalhada do Espírito através dos homens e dos acontecimentos”. Nesses termos, Cioran (1989) ini-

cia análise sobre as idas e vindas dos valores, princípios e crenças do humano em sua traje-tória pela Terra.

O credo de hoje (pretensamente ditado pe-los deuses, ou resultante de alguma conjun-tura de poder), amanhã é tido e havido como superado, inválido e até maldito, não poucas vezes levando à fogueira seus mentores. Neste eterno (des)construir, instala-se uma trajetória pendular de “verdades” que não representam um avanço do pensamento, como imaginavam os crédulos de época, mas apenas evidenciam que a imutabilidade do pensamento, é que não existe, na ótica de Cioran.

Em outra perspectiva, Chomsky (2002), crendo numa natureza humana fundamental que implicaria no que denomina instinto de li-berdade, nos aponta para uma possibilidade de evolução a revelar-se de diferentes formas, seja no uso da linguagem, ou na luta contra a depressão. Para ele, o curso da História se move em direção a um (lento) progresso civi-lizatório que ele chama de decente.

Há quase quatro décadas, durante a Con-ferência Mundial sobre o Meio Ambiente Hu-mano (Estocolmo, 1972), deu-se o confronto entre dois blocos de países, então enten-didos como “ricos” e “pobres”, com os últi-mos, incluindo o Brasil, dizendo-se no direito de pagar o preço do desenvolvimento (fosse qual fosse), mesmo que em detrimento dos ambientes. Então houve alguma mudança de postura, uma vez que as idéias sobre “ricos” e “pobres” sofreram reinterpretações – as crises da bolsa de valores de NY (1929) e do petróleo (1956; 1973; 1979; 1991 e 2008), evi-denciaram que os “ricos” são dependentes e os “pobres”, ricos em recursos que alimen-tam o consumismo dos primeiros. Além disso, hoje em ambos proliferam as máximas de que há sim limites ao crescimento, de que temos

O pêndulo e as “certezas”

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no momento em que os “debates”sobre os destinos do País se dão ao sabor de trocas de acusações pessoais, em detrimentode Programas de Governo, enfaticamente sobreeducação e Política Socioambiental, a ausênciado uso da Razão tem um custo elevado

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GastÃo octÁvioFranco da LUz

Biólogo, Doutor emMeio Ambiente e

Desenvolvimento eConsultor em

Sustentabilidade

uma só casa cósmica e de que o preço dos abusos implica em entropias.

Observados os fatos históricos, nos limi-tes do rigor científico-documental e isentos de glamurizações de época (nacionalistas, ideo-lógicas, oportunistas e/oi indecentes), tem-se o reforço da hipótese de que a Educação ain-da é a ponta do processo de superação dos óbices e dos vieses determinados tanto pelos impostores, quanto pelos entusiastas inocen-tes – os primeiros causando danos por suas astúcias e, os segundos, por seus ardores. E, para tanto, o pessimismo de Cioran pode ser a têmpera para que o sujeito educado intér-prete os argumentos otimistas de Chomsky. Inclua-se nesta sinergia dos opostos, a pró-pria premissa da Educação, uma vez que po-demos também educar para impostura, ou para a alienação. Na temática do “desenvol-vimento sustentável” os exemplos abundam e o recado encontra ressonância.

Em obra que, dadas as suas instigantes “heresias”, vem gerando protestos à direita e à esquerda, junto a devastadores e conserva-cionistas, Leandro Narloch (2009) presta um bom serviço ao ato educativo na medida em que, rompendo com a camisa-de-força do “po-liticamente correto” e com sólida pesquisa do-cumental, deixa claro que somente na liberda-de de pensamento compreende-se que muito do que aconteceu não estava combinado, pois não foi de fato o que poderia, ou dese-jávamos que houvesse acontecido. Isso tudo, tanto nas relações humanas, quanto nas co-nexões sociedade-natureza no Brasil, nestes 500 anos. No momento em que os “debates” sobre os destinos do País se dão ao sabor de trocas de acusações pessoais, em detrimento de Programas de Governo, enfaticamente so-bre Educação e Política Socioambiental, a au-sência do uso da Razão tem um custo elevado. Mas, é a vida como ela é e aí, que se passe a palavra a Nelson Rodrigues, pois, só tem “cer-tezas” quem nada aprofundou.

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A Feira Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade abre um leque importante de opções na área ambiental e possibilita o contato com os mais importantes especialistas e empresários atuantes no Brasil.

Considerada a mais importante feira do setor de Meio Ambiente Industrial na América Latina, a FIMAI apresenta-se como excelente opção para mostrar o que há de melhor e mais avançado em nível mundial, sendo um grande atrativo para investidores e empresários nacionais e internacionais que desejam estreitar contatos com empresas do setor, fazer negócios e expandir sua rede de relaciona-mentos comerciais.

Data: 09, 10 e 11 de novembro de 2010 - 14 às 21 horasLocal: Expo Center Norte - Pavilhão Azul - São Paulo/SPAcesse e confira: http://www.fimai.com.br

RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL E EMPRESA SUSTENTÁVELJosé Carlos BarBieri e Jorge emanuel reis CaJazeiraeditora saraiVa

MANUAL DO EMPREENDEDORComo construir um empreendimento de sucessoJerônimo mendeseditora atlas

AqUECIMENTO gLOBAL ECRéDITOS DE CARBONOrafael pereira de souza (org.)editora quartier latin

ORgANIZAÇÕES INOVADORAS SUSTENTÁVEISJOSé CARLOS BARBIERIMOySéS ALBERTO SIMANTOBUma reflexão sobre o futuro das organizaçõesJosé Carlos BarBierimoysés alBerto simantoBeditora atlas

AUDITORIA AMBIENTAL fLORESTALJulis oráCio felipeeditora CluBe dos autores

gESTãO PARA A SUSTENTABILIDADEJulis oráCio felipeeditora CluBe dos autoreseditora atlas

O 3° Simpósio Brasileiro de Construção SustentávelEssa edição está sendo realizado em conjunto

com a conferência internacional Sustainable Building 2010 Brazil (SB10Brazil), organizada por uma coalizão de universidades brasileiras líderes no tema: Universidade de Campinas - Unicamp, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES e Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. O evento contará também com 04 painéis temá-ticos: Sustentabilidade nos Negócios, Edifício do Futuro: Projeto e Inovação, Sustentabilidade Habitacional Urbana e Mensuração, Verificação e Divulgação de Impactos. Além das sessões plenárias, também serão realizadas sessões de trabalhos científicos, Workshops Técnicos que proporcionarão aos participantes um conheci-mento mais profundo sobre temas que estão nas pautas de discussões do setor para as melhores práticas nos negócios.

Data: 08 e 09 de novembro de 2010Local: AMCHAM São Paulo/SPAcesse e confira: www.cbcs.org.br

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Publicações e Eventos

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Vitrine Sustentável

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Divulgue aqui a sua marca:[email protected]

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O melhor plano de saúde é viver.

O segundo melhor é Unimed.

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TEMA: O desafio da sustentabilidade do

Sistema de Saúde frente à atual

tendência do aumento progressivo

e custos assistenciais

Inscrições Prorrogadas

a té 09 de novembro

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