Cartografia, Arqueologia e História das Minas Gerais (Séculos XVIII ...
Geografia, História e Arqueologia
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HISTÓRIA, GEOGRAFIA E ARQUEOLOGIA BÍBLICA
POR: DANIEL SOTELO
GOIANIA, MARÇO DE 2014
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INDICE
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INTRODUÇÃO
Na Bíblia temos um quadro pintado que não se limita ao território da Palestina. A
Bíblia começa falando da salvação e a chamada de Abraão em Gen. 12,1-3 que
ocorre em Haram no norte da Mesopotâmia (hoje Iraque) em Gen. 11,32 e 12,4 fora
da Palestina.A saída do Egito e a passagem pelo Mar dos Juncos é um outro fato da
salvação e da antiga aliança, fora também da Palestina. Em alguns livros da Bíblia
os acontecimentos com Israel Antigo acontecem fora de seu território - Ezequiel na
Babilônia, Tobias na Assíria e Média, Éster na Pérsia, em Susa.
Nas escavações recentes mostram com clareza a ligação dos povos da Bíblia com
os povos do Mar, neste caso Israel e Creta. Em I Mac 1,3, fala de Alexandre Magno,
e os gregos que passa com um exército indo para o Himalaia. Em I Mac 1,10 fala de
Roma e os autores identificam Tarsis citada muitas vezes no Antigo Testamento
como a Tarteso na Espanha. Assim o Antigo Testamento se estende do Indo, Tiber
até a África e o Novo Testamento no Mediterrâneo Oriental.
A geografia bíblica engloba todo o mundo conhecido nesta época. Abrange desde o
Crescente Fértil, Golfo Pérsico, o terreno aluvião entre os rios Tigre e Eufrates, e vai
para costa litoral da Síria e Palestina, chega até o deserto do Sinai pelo fértil vale do
rio Nilo.
Este cenário é o local da intervenção da salvação de Deus para com seu povo na
história da humanidade narrada nos textos da Bíblia. A Meia Lua ou Crescente Fértil
é uma denominação feita pelo orientalista dos EUA, J.H. Breasted (1865-1935).
Assim, em contato direto e pessoal com estas terras em que acontece nas narrativas
bíblicas não pode contentar-se com uma visita a Terra Santa. Sua viagem deve
estar precedida seguindo com uma excursão no Egito, Sinai, Transjordânia, Síria,
Mesopotâmia, Ásia Menor, Irã, Grécia, Creta, Turquia, Roma.
A geografia bíblica tem uma amplidão e o seu centro é a Palestina. Deus chama
Abraão e a tira da Mesopotâmia para levá-lo á Terra de Canaã em Gen 12, 5-7. Vai
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a Israel desde o Egito para Terra de Canaã em Ex 3,8. Os Israelitas desterrados na
Assíria, Média, Babilônia, Pérsia, acreditam, esperam e adoram a Deus que tem seu
Templo em Jerusalém. Daniel ora da Babilônia, e direciona seu rosto para
Jerusalém em Dn 6,11. O espaço de Dan a Berseba, desde a cidade setentrional á
mais meridional da Palestina Bíblica, é o território no que discorre a História de
Israel.
Lc 13,33 fala que “O profeta pereça fora de Jerusalém”. Esta declaração de Jesus
refere-se á sua morte eminente. De Jerusalém saíram os discípulos para pregar sua
mensagem no mundo. Por isto, Palestina, Filistina, Filistia é o local denominado
“país da Bíblia”. A este espaço territorial geográfico é denominado de Geografia
Bíblica.
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CAPÍTULO I GEOGRAFIA FÍSICA DO ANTIGO ISRAEL
1 – OS VÁRIOS NOMES DO PAÍS
Os antigos textos falam da Palestina denominando-a de diferentes formas. Os
Egípcios a chamavam de retschenu1 (RTNW), o que não sabemos o que significa.
Nos textos cuneiformes a Palestina era amurru 2 - o país do ocidente visto da
Mesopotâmia. Na bíblia fala várias vezes os povoadores pré-israelitas junto com os
Cananeus e Amorreus. Mas depois é só conhecido como Canaã.
Na bíblia aparece o local de assentamento das tribos de Israel, outros nome são –
Terra de Israel ( erets Israel em I Sam 13,19, II Rs 5,2-4, Ez 27-17, 40-2, 47-18, I
Cron 22-2, II Cron 2-16,30-25, 34-7, Mt 2-20 s), uma vez no plural (arzot Israel em I
Cron 13,2), ou como Terra de YHWH (Is 14-3, Os 9-3) .O nome Terra Santa (Admat
Hakodesh), que é também conhecido na época dos cristãos uma vês é citado em
Zac 2-16.O nome mais conhecido é Terra de Canaã (Erets Canaã) e também
amurru nos textos cuneiformes a partir do séc. XVIII a. C.
Nas escritas de Amarna fala de Canaã como mat kinahni, kisiahna, kinahihi. Nos
textos de Nuzi no séc. XV a. C. tem aparecido a voz kinalihm com o significado de
Púrpura Roxa, alguns autores pretendem interpretar a expressão como terra da
púrpura roxa. Nas costas fenícias existia um florescente comércio de telas de
púrpura. Também os gregos aplicaram aquela região um nome, Phoinike - Fenício
derivado de púrpura Phoenix3. Mas a denominação indica que a palavra Canaã não
é o primeiro termo para a Palestina, mas a parte meridional das costas do
mediterrâneo oriental e a Fenícia ou a parte setentrional da faixa costeira na
realidade os textos Acádicos como os Egípcios aplicam de Canaã para referir-se a
Fenícia.
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A Bíblia fala do conceito com a ampla margem de liberdade - para denominar toda
Cisjordânia4 (Palestina), só a Palestina Setentrional e Central (Gen 50,11), para a
Transjordânia5, mas para as faixas costeiras e mais as Fenícias ou a Zona
Setentrional.
O nome Canaã aparece na Bíblia, a Palestina tem origem extra bíblica. Deriva de
Filisteus, povo semita que já no Séc. XII a. C., ou antes, morava na planície costeira
ao sul do Monte Carmelo e cujas guerras com os Israelitas falam abundantemente o
Antigo Testamento. Na época dos Persas se aplica este nome aos habitantes da
franja costeira. É certo que os marinheiros e comerciantes gregos davam a todo
espaço da Ásia Menor, que corresponde ao território da atual Palestina, Síria,
Líbano e uma parte do Iraque (a 5a satrapia Persa) o nome Síria pois distinguia a
parte litoral em duas metades. Uma era a setentrional a Síria dos Fenícios e a
Meridional ou Síria dos Palestinos. Palestina é um termo grego do vocabulário
Filisteu. Esta palavra é citada por Herótodo no século V a. C. e outros escritores
gregos e romanos usam o mesmo termo como Plutarco.
A administração romana acertou esta forma e depois de 135 d. C. dá este nome a
província, incluídas as zonas interiores, o nome de Síria Palestina (substituiu a
anterior e então Judéia) e depois do século IV d. C. só se chama Palestina. Nas
costas da Palestina tem vários portos, o que distingue Cesárea, feitas pelos
romanos como capitais da província, de outras cidades do mesmo nome a
chamaram de Cesárea Palestina. Na administração romana o nome passou aos pais
da igreja, como Eusébio de Cesárea e Jerônimo com o erro linguístico da igreja
antiga.
Em nossos dias só se fala em Palestina. Este nome aparece na literatura científica
do século XIX, os ingleses a convertera em oficial, depois da I Guerra Mundial,
confiou o nome deste local. Os judeus evitam o nome Palestina e chamam a região
de Israel. Estes nomes agora tem o sentido de linguagem científica, política,
geográfica e cultural.
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2- TERRITÓRIO DA PALESTINA - EXTENSÃO E LIMITES DO PAÍS
A Palestina é uma parte da margem litoral montanhosa que separa o mar
mediterrâneo da península Arábica. Tem limites ocidentais e orientais, ao oeste com
o Mar Mediterrâneo, ao este com o Jordão e as águas que dão origem á este rio. Na
fronteira setentrional existem duas formas - o rio Leontes ou Litani (Nahr el-
Kasimiye) e a linha que limita o este até o meridiano do Monte Hermon (incluindo
estas fontes do rio Jordão), ou como a preciosa altura da escala de Tiro (Ras - em-
nakura ou ros-hannikra, hoje, fronteira de Israel com o Líbano) e para o este, a
margem setentrional do antigo lago Hule. As fronteiras políticas do mandato
“britânico” (o atual Estado de Israel) combinam estas variantes.
Também a fronteira do sul oferece duas leituras, no extremo meridional do Mar
Morto, passando por Berseba (wady Gaze) e Gaza até o Mar Mediterrâneo (esta
delimitação fronteiriça responde ao freqüente giro bíblico de Dan a Berseba). Ou
partindo do mesmo ponto, por Advat, Wady el-arich (torrente do Egito) até o mar. A
outra linha concorda com as passagens bíblicas que mencionam a “Torrente do
Egito” (Nahol Misraiymr) como a fronteira meridional do país (Nm 34,5; Jos 15,14-47,
I Rs 8,65; II Rs 24,7; Is 27,12; II Cron 7,8).
No outro traçado – o deserto meridional do Negev6, na fronteira entre Palestina e
Egito (igual modo que sucede entre o Egito7 e o Império Otomano) discorre quase na
linha reta desde Ráfia (em Árabe rafah), perto das costas do Mar Mediterrâneo, até
ras-es-masri, perto da ponta setentrional do Golfo de Acabe8. Esta foi a fronteira de
Israel e Egito em 1949, com a exceção da chamada margem de Gaza, na
administração do Egito.
Esta região tem 26.300 Km2. Dos quais 8.500 km correspondem ao Negev e 1800
km2 correspondem ao Negev e 18.000 km2 é da Palestina.
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Algumas destas dimensões dão a idéia do tamanho do país minúsculo. A distância
entre o Norte e o Sul (de Elat tem 430 km. Do Mediterrâneo ao Jordão é de 90 km,
de Dã a Berseba é de 240 km, de Jerusalém a Nazaré tem, 105 km e de Jerusalém
a Jericó 24 km.
O Antigo Testamento, fala muitas vezes que os domínios de Israel se estendem até
o Eufrates (Gen. 15,18, Dt 11,24, Jos 1,4). Indo isto que vimos refere-se ás
fronteiras físicas da Palestina.
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3- O SOLO DA PALESTINA – GEOLOGIA
A Palestina sempre teve a influência do mar, a costa do Mar Mediterrâneo9 é só um
resíduo. A distância do mar e a região do Mar Morto e rio Jordão. O Mar Morto10
diminuiu de tamanho, para o oeste retrocedeu e assim a terra da Palestina
aumentou. Outra época avançou e diminuiu na Transjordânia. O sul oriental da
Palestina esteve sempre a maior altitude do que o resto da região manteve sempre
ao nível do mar, como uma ilha e quando a água retrocedeu formou um tipo de ilha
maior. A região do Jordão ao oeste permaneceu sempre mais baixo que o mar, suas
rochas são sempre sedimentos marinhos. Se trata de pedras calcáreas, duras e
permeáveis a água (montanha de Judá, Carmelo, Garizim, Ebal), das que obtém
sempre bom material para as construções (templo de Salomão e Herodes). A rocha
é de erosão, permeável ás águas e assim se formou os vales na Palestina. Na
Transjordânia, aonde o mar chegou, as rochas arenosas chamadas Núbia formada
sobre o solo continental. Apresenta uma cor roxa e no extremo meridional da
Transjordânia, ao que a Bíblia chama de Edom é o país roxo.
Na última parte do Mesozóico, a Cretácea, o mar inundou de novo a Palestina, logo
a parte setentrional da Transjordânia e depois a parte meridional desta zona. Mais
tarde as águas retrocederam e numa fase temporã do terciário, no eoceno, em 50
milhões de anos, foi emergido pouco a pouco a Palestina sobre o mar.Existia
depressão –coberta pelo braço do mar –ao longo da linha em que mais tarde se
produziria a fratura da fossa do Jordão. A última fase do terciário, o phioceno, se
caracteriza por dois processos que contribuíram poderosamente á configuração da
atual Palestina. O primeiro se registra na época de grande atividade vulcânica a
ambos os lados da parte superior da fossa do Jordão, com sedimentos de rocha
basáltica. O outro foi o fundimento da fossa do Jordão, no fim do terciário (antes
milhões de anos), reproduzem a funda fratura tectônica, cujo curso pode seguir-se
desde o Oriente até a África Oriental que alcança a máxima profundidade na
Palestina. Houve um movimento geológico, ficou rasgada a cordilheira da Palestina
que cruza do norte ao sul de todo país Também se fundiu, ao mesmo tempo, a zona
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continental do extremo oeste da zona montanhosa, ainda que mais tarde voltasse a
emergir das águas, de modo que na atualidade só tem uma estreita margem entre o
mar e a montanha.
No meio do país reproduziu fundimentos secundários, cujo resultado mais
importante fora a planície de Jezreel.
O quaternário ou pleistoceno iniciou a mais de um milhão de anos, como sabemos,
esta se caracterizava Europa por quatro períodos glaciais separados por quatro
etapas interglaciais. Palestina não conheceu grandes glaciações, mas as fases com
abundantes chuvas, de modo que nestas regiões deve achar-se nas épocas pluviais
e interpluviais. Durante as fases pluviais ou diluviais os vales e planícies interiores
ficaram cobertos por grandes lagos. O nível do mar subia e baixava de acordo com
os períodos de fusões onde havia o crescimento das massas de gelo. Nas épocas
de alto nível a fossa do Jordão pode talvez converter-se na enseada do Mar
Mediterrâneo. Nos períodos do nível baixo se rompeu a comunicação com o mar de
modo que apareceu uma série de lagos separados entre si – O lago Hule, o lago ou
mar de Tiberíades (Galiléia) e o Mar Morto.Assim é como alcançou a Palestina, no
curso de 100 milhões de anos, sua multiforme e a amena forma atual.
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4- AS MONTANHAS E PLANÍCIES
Num breve olhar sobre a Palestina podemos notar a configuração física da mesma,
e vemos quatro zonas correrem paralelas em direção norte-sul.
A – A Planície Costeira
A parte da planície costeira que corresponde a Palestina começa no norte junto aos
montes de Tiro e fica dividida em seções, em longitude e latitude, por cima, no
Monte Carmelo. A parte setentrional recebe desta forma o nome de planície de Aço,
na cidade que desde o tempo antigo tem este nome. Na época do Antigo
Testamento. Se chamou de planície de Aser das doze tribos neste território.
Nos vales diferentes como os da Galiléia desembocam na planície que tem uma
fenda que vai de Safed a Aço e separa a zona montanhosa setentrional da
meridional. Tem o nome atual de Planície da Casa de Vinho. Sua situação, no cruzar
os caminhos do norte para o sul, e o fato de ser a única enseada natural da costa da
Palestina, fizera de Aço o mais importante porto desde os Fenícios até as cruzadas.
A margem costeira do golfo de Aço (chamada agora de Haifa, é uma grande cidade
e muito importante) se dá o nome de Planície de Zebulon. Compõem-se de
sedimentos de areia do Nilo. Na margem meridional do Golfo, desemboca no rio
Quisom (em árabe Nahr) que nasce na planície de Jezreel, e começa com a descida
da lateral do Monte Carmelo, desemboca no mar. A zona montanhosa do Carmelo
fecha a planície de Aser pelo sul. A seus pés se encontra, desde os tempos bíblicos,
a cidade de Haifa, atualmente a terceira em importância pelo número de habitantes,
o Estado de Israel.
Também na planície costeira do sul no cume do Monte Carmelo podem distinguir-se
várias zonas.Uma primeira está formada por uma estreita margem que desce entre
Haifa e o rio dos crocodilos, por ser assim denominada por causa das colinas
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calcáreas aluviais da costa, dificultava a livre passagem dos cursos das águas para
o mar, de modo que se formavam lagoas com pântanos de onde surgiram os
crocodilos.Ao parecer, na antiguidade este local esteve escasso em habitação,
salvo a cidade Fenícia de Dor que vivia de frente para o mar.Daí recebeu o nome de
Planície de Dor.
Parecida situação apresenta a seguinte zona. Na Bíblia se chama de Sarom (I Cron
5,16, 27,29; Cant 2,1; Is 33,9; 35,2; 65,10). Estende-se desde o rio dos crocodilos
até uma linha imaginários traçada desde Jafa até o Vale de Ascalon. Tem cerca de
80 km de longitude. A mais importante corrente de água da planície de Sarom que
tem seu nascimento na cidade bíblica de Aleq, e desemboca no mar junto aos
subúrbios setentrionais da moderna cidade de Tel-Aviv. Na parte norte da planície
de Sarom deve-se mencionar, entre os afluentes o rio Alexandre e o rio Hadera, que
descem dos montes de Samaria. Esta formosa planície, povoada por limoeiros, e na
época bíblica com bosques e pouco habitada. A Bíblia fala do esplendor de Sarom
em Is 35,2 e em Cant 2,15 os acompanhantes da amada a comparam aos narcisos
da silvestre Sarom. A cidade importante desta planície na época bíblica de Israel era
Jafer ou Jope, até a época de Herodes o Grande fundou a cidade de Cesárea, que
reduziu também a importância da antiga Dor. Na atual está a cidade de Tel-Aviv a
maior cidade da Palestina e a mais povoada.
A parte meridional da costa marítima da Palestina é formada pela região dos
Filisteus. Situada na última zona habitada da região antes de chegar ao deserto,
cuja influencias se deixa sentir, as chuvas são mais escassas, a terra mais seca não
tem mais pântanos. As plantações de trigo e cevada, vinho e azeitona, como estão
na bíblia na época dos patriarcas em Gen 26,12 e dos juizes em Jz 15,5 e nas
experiências de Israel atual. Nas cidades filisteias, Gaza, Ascalon, Asdode, Gate ou
Ecron e Acaron. Estas cidades eram fluorescentes no comercio e na cultura. As três
primeiras prolongaram suas atividades. Os portos de Ascalon e Asdode foram
cobertos pela areia e em pouco deserto. A margem de dunas que em alguns pontos
alcança os 5 km de Largura da costa Filistéia. A Planície marítima tem a largura
máxima no sul. Junto a Gaza tem 40 km, pois vai estreitando no que avança para o
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norte (30 km em Ascalon e 20 km em Tel-Aviv e 15 km em Cesareia e apenas 3 km
entre o mar e o Carmelo).
B - AS MONTANHAS NA PALESTINA
B -1 – A parte montanhosa da Galiléia e a Planície de Jezreel.
A parte montanhosa da Galiléia é uma continuação dos montes do Líbano. Mas que
estes têm mais de 3.083 m de altura, na área da Galiléia não tem mais que 1200 m.
A parte que se inicia no norte com os montes da Galiléia, que se divide por sua vez
em Galiléia Superior ou Setentrional e a Galiléia Inferior ou Meridional. Os montes
da Galiléia superior foram na época bíblica, o Líbano, frondosas florestas, poucas
habitações e desempenharam modesto papel na historia primitiva de Israel. No
cume mais alto da Jordânia ocidental, Har Meron de 1199 ou 1208m. Apenas 10 km
de distancia está a cidade de Safed com 800 a 900 m de altitude.
Ao sul do declive que se acha perto da altura de Aco começa a zona montanhosa da
Galiléia Meridional, cujos cumes de origem vulcânica têm apenas 500m de altitude.
Perto daí tem uma queda na planície de Jezreel encontra encostada na depressão a
cidade de Nazaré a altura entre 343-488m. No ponto mais elevado em direção ao
monte, os montes da Galiléia Setentrional e a estreita planície interior de 15 Km de
longitude e 3 km de largura que separa os montes setentrionais da Galiléia dos
Meridionais. Porém para o sul, descobre por cima da planície de Jezreel as
montanhas samaritanas.Ao este de Nazaré se levanta desde a planície de Jezreel, a
redonda parte de cima do monte Tabor com 588 m cujas laterais estão povoadas de
matos e cerrado, constitui um excelente ponto de orientação, visível a grande
distância.
Ao sul a planície de Jezreel limita com os montes samaritanos e se acha
enquadrada, para o noroeste, pelas estribaçöes destes montes, que são
prolongações do Carmelo e pelo monte de Gilboé para o noroeste. Entre o Tabor e o
Gilboé, o chamado pequeno Hebron (Jz 7,1) com 515m de altura, divide a parte
oriental de Jezreel em duas metades, cujas, águas desembocam no Jordão, a
setentrional desde o Wady es sarar, a meridional desde o Nahar11. O Quisom flui
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para o Mediterrâneo ao longo da cadeia do Carmelo. Tanto este rio como seus
afluentes dão a planície aluvial de Jezreel, já desde os tempos bíblicos com a
grande fertilidade como diz seu próprio nome “Deus Semeia”, na época dos gregos
teve o nome de Escrelon. Na época dos Árabes e Turcos ficou um marco pantanoso
e agora saneado com a nova tecnologia da colonização dos Judeus.
A planície de Jezreel tem cinco entradas – Duas pelo oeste, uma pelo norte, outra
pelo este outra pelo sul. Para o este as passagens pelo wady el-milh, e o wady ara
nas fortalezas de Yokneam e Megido, é caminho suave de subida para a planície
interior do norte se chega pela rodovia que leva de Aço a Yokneam e logo para
Megido, desde o este pelo vale do mencionado Nahr Djalud dominado pela fortaleza
de Betsami. Os acessos mais importantes estão nas fortalezas de Megido e Betsami
que contam com a passagem acidentada na história do local. Os exércitos vindos do
Sul avançavam pela costa do mar passava por Megido na planície de Jezreel e
deixavam em Betsami para ir para Damasco. Daí para Megido era o campo de
batalha (Ap 16,16), a vitória de Tutmósis III sobre os Sírios o de Josias e sua derrota
em 60 a C. Por Faraó Neco II.
B -2 Montanha de Samaria
Ao sul da planície de Jezreel tem a planície de Dotã e que se segue a depressão na
direção sul ocidental e meridional. Esta depressão divide a parte montanhosa de
Samaria em duas metades, uma setentrional e outra meridional, uma parte
montanhosa ocidental desce como ondas até a planície costeira e outro lado oriental
que se precipita para o rio Jordão. Esta linha é que está a via dos antigos. A
passagem tem algo que impressiona no desfiladeiro que separa o monte Ebal 938m
e do monte Garizim com 868m. Na Bíblia temos a fortaleza Cananéia de Siquém e a
atual Nablus a maior cidade árabe da Palestina. Aí passa a rota comercial para o
sul, e vai até se abrir para o este pela pequena planície de Sahl Askar e com o vale
com muitas águas, o wady facilita a passagem para o nordeste e depois para o
sudeste, com o vale do Jordão e com os wadis deste rio.
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B -3 Montanha de Judá
A montanha da Galiléia é separada pela planície de Jezreel da montanha de
Samaria e quase não aparece a separação para o Monte de Judá. Há um pequeno
corte pela planície de Luban e Wady12 Selun que na Bíblia é a cidade de Silo e que
cruza com a cidade bíblica Lebona (Jz 21,19) na rota comercial.
Uma rodovia moderna vem da montanha de Judá, cujos cumes são 700 a 1000m de
altura. A montanha faz uma garganta que utiliza a rodovia e divide a zona numa
metade oriental e ocidental. No vale estreito e apertado era arriscado passar no
local. Este local na Bíblia é chamado de vale dos Ladrões – Jesus fala sobre isto
-“Não andeis pelos caminhos dos ladrões”. A cadeia de monte é bem próxima Baal
Hazor em II Sam 13,23 e tem 1016m, ao sul nas terras de Benjamim a paisagem é
suave, os cumes são o do profeta Samuel com 895m, Gibeá. Na fenda da montanha
termina o monte das Oliveiras perto de Jerusalém.
Nas povoações tem Belém a 8 km ao sul da capital, a montanha estreita e se amplia
na costa com uma planície. A montanha de Judá tem 1028m onde começa o monte
Hebron, onde tem um clima bom, saudável e fresco (Nm 13,23-25) com muitos
vinhedos plantados. Para o oeste de Judá em direção ao Mar Mediterrâneo tem o
Monte Bete-Horom (Js 10,10), aonde tem a estrada de Jafa para Jerusalém. As
montanhas de Judá são calcáreas, onde na cidade Qiriat Jearim estão as arvores
em um reflorestamento.
A zona entre a montanha e a planície tem as Sefelás (depressões), e os vales com
300 a 400 m de altitude, e houve muitos assentamentos no Israel antigo (II Cron
28,18). A Sefelá13 junto com a montanha e a zona meridional Negev uma das
passagens clássicas da Bíblia onde tem muitos sicômoros14 (I Rs 10,27; I Cr 27,28; II
Cr 1,15; 9,27 e em I Cr 27,28) menciona as oliveiras.
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Para o este a montanha de Judá tem ondulação na depressão do Jordão e a
margem ocidental do Mar Morto, formam em muro de paredes verticais. Ali
encontramos o deserto de Judá onde Jesus, políticos, essênios se refugiaram Davi
foge de Saul (II Sam 23,26), João Batista (Lc 1,80) e Jesus (Mc 1,12 s) começam
suas atividades. A comunidade de Qumran, os essênios constroem o mosteiro. A
outra rota foi de Jericó, margem norte ocidental do Mar Morto, a Belém, na planície
de Qumran.Na margem oriental do deserto tem o manancial, o Oásis15 de vegetação
tropical, são célebres na Bíblia, o Oásis de Jericó e de Engadi.
B - 4 O Negev
Ao sul do Hebron tem um pequeno deserto e uma faixa de terreno produtivo e seu
nome é Negev. A cidade principal desde a época bíblica e Berseba, passavam por
ela as caravanas comerciais, tem regiões agrícolas e a mencionada no Antigo
Testamento como a cidade de Dã a Berseba (Jz 20,1, I Sam 3,20, II Sam 3,10,
17,11, 24,2, I Rs 5,5) ou o inverno de Berseba a Dã ( I Cron 21,2 , II Cron 30,5).
O deserto meridional vai até a península do Sinai. A parte da Palestina forma um
triangulo de 110 km e uma altura de 190m, em Berseba não chega a 240m e no
monte Sinai chega a 1035m, com pequenos montes de 710,540 e 1006m de altura.
C- A Depressão do Jordão
A depressão do Jordão é uma forma tectônica do terciário que vai do alto vale que
separa as cadeias montanhosas do Líbano e o Antilíbano. A parte desta depressão
que cai para a Palestina chega desde o Hermon até o Golfo de Acaba e divide em
duas pelo Mar Morto. A parte setentrional se caracteriza pelo curso do Jordão e o
Lago de Genesaré, formado pelo rio Jordão, e que esta meta de meridional é uma
depressão com deserto.
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O rio Jordão16 nasce de três fontes no Monte Hermon, cuja neve dá para ver de
longe na Galiléia. Em Jo 40,23 e Sal 42,7, fala do fluir as torrentes e o nome do rio
Rinen, fluir, correr. Jordão significa rio - Jarden. Este A parte setentrional tem três
fontes que formam o rio Jordão, o Nahr nasceria vertente ocidental do Hermon. Na
parte Jordão (Jos 4,22) e o Jordão de Jericó (Nm 26,3-63). O nome árabe é el-
urdum o lado meridional deste Monte se junta o Nahr Ledan e que nasce em tell El-
Kadina cidade de Dã. Ambos se unem a 43 m ao nível do mar, com o Nahr banyas
que vem da Síria. Então destes afluentes surge o rio Jordão.
Neste local os Fenícios adoravam o deus Baal17. Os gregos consagraram o lugar ao
deus da natureza Pan e o chamaram Paneion, e Paneas á cidade mais próxima.
Quando Augusto deu como presente toda aquela região a Herodes o Grande, o
monarca mandou construir sobre o cume do arrecife rochoso um templo de mármore
branco, para honra aos seus benfeitores. Seu filho Herodes Felipe fez da antiga
Paneas uma nova cidade, a que chamou, em honra a César e de si mesmo
Cesareia de Felipe. Os evangelhos sinóticos situam aqui a confissão de Pedro em
Mc 8,27-30, Mt 16,13-20.
Uma vez juntas as fontes, o rio passa por uma planície fértil de vegetação tropical,
situada quase ao nível do mar. Até algum tempo formava o rio Jordão, uma zona
açoitada pela malária, o pequeno lago Hule e depois da criação do Estado de Israel
1948, se fez várias drenagens. O lago Genesaré, salva o Jordão no correr de 16 km
um desnível de 210m (e 208 abaixo do nível do mar mediterrâneo). Do ponto da
antiga rota de Damasco cruza o Jordão vai parar num desfiladeiro rápido para o sul
e vai serpenteando em direção ao Mar Morto.
O lago de Genesaré se acha num quadrado, no lado ocidental pelos montes da
Galiléia e na parte oriental pelas alturas da antiplanicie da Transjordânia. As
margens do sul são mais escarpadas que as do Norte. No vale do Jordão tem a
planície de Genesaré na margem noroeste do lago, desde onde vários vales de
conexão levam-nos aos Montes da Galiléia, a planície da Galiléia e de Nazaré. O
lago tem uma longitude máximo norte-sul de 21 km, uma largura de este - oeste de
16 17
18
12 km e uma profundidade máxima de 44 km, Sua superfície é de 168 km
(quadrados) e o nível é de 208 m abaixo do mar mediterrâneo. A água é doce,
transparente e que nos tempos bíblicos tinha muita pesca. A situação logo explica
suas tempestades súbitas (Mt 8,23-27; 14,24-33). De dia tinha uma temperatura
enorme (50 graus no verão), ao anoitecer os ventos frios do mar através das
montanhas da Galiléia. O calor e o ar frio precipitam no lago e bate nas águas
fazendo muitas ondas.
O Jordão sai do lago de Genesaré no extremo sudoeste e avança em direção ao sul,
serpenteando para o Mar Morto. Ao longo de 110 km o rio desce de menos 208m a
menos 390 m.Nos 110Km é largo e fértil.A chuva e os afluentes dão muita água ao
rio, e o mais importante é Jarmuque que desemboca no lago e na margem oriental o
Nahr vem da planície de Jezreel. No trajeto o rio Jordão oferece fácil acesso já que
seu leito é da mesma altura que o vale. As colônias Judaicas plantam e assentam
neste local “rico em água, como o jardim do Senhor” (Gen 13,10). Tem tanques e
peixes.
Nos últimos 70 km o rio Jordão começa a descer num vale inferior. O vale vai
ficando mais estreito o fundo do oeste está às montanhas de Samaria e Galaael. A
zona se torna em estepe, o solo não tem cultivo e a vegetação é rala. Nos 70 km a
depressão se amplia de novo e recebe de ambos as margens, afluentes como o
Jaboque no este e noroeste wady Fará que deságüe no Jordão pelo histórico vale
de Adão (Jos 3,16). Na parte final é larga e funda de sorte que forma um círculo. A
expressão círculo (Kirkar) na bíblia (Gen 13,10 s; I Rs 7,46; II Cron 4,17; Gen 13,12;
19,17-25-28s, Dt 34,3; II Sam 18,23; Nm 3,22; 12,28). Vem agora um terreno
rochoso e quedas de águas, e as águas recebem um tom amarelo por causa da
argila, vegetação tropical, salitre na água deixa-a amargosa, tem plantas de
Tâmaras o que na época do profeta Jeremias tem leões (Jer 49,19; 50,44; 12,5) e
hoje tem javalis. No Antigo Testamento recebe o nome “esplendor do Jordão” (Zac
11,3) e os árabes o chamam de Ez-zor (monte-baixo).
Não longe do Jordão nas terras rochosas tem o Ghor abaixo do nível do mar
mediterrâneo (Betsam menos 130m, Jericó menos 250m). Os assentamentos são
19
antigos desde o século XII a. C. tinha muitos Oásis e Jericó é um Oásis com
frondosas palmeiras, laranjais e outras frutas que próximo depois tem um deserto
árido e sem vegetação que o rodeia.
A influencia do Mar Morto depois de alguns kms no mapa em mosaico de Mádaba
do séc. VI d. C. mostra a grande quantidade de peixes na desembocadura do Mar
Morto.O mar é o mais curioso que conhecemos, tem 78 Km de longitude e largura
de 17 Km e tem profundidade de 400m, sua superfície é de mil Km2. Este nome não
é bíblico, o nome no Antigo Testamento é Mar do Deserto, Mar Oriental, Mar
Salgado, (Gen 19,23-29).
O Mar Morto tem 25o/o de sal a mais que os outros mares ou 8 vezes mais, os sais
acumulados nas encostas, sem saída aumentou a salinidade deste local, e a grande
evaporação das águas, o excesso de potássio, bromo, magnésio. Este local serve
para os banhos medicinais. A bíblia nos fala que as margens do Mar Morto como
catástrofe – Sodoma, Gomorra, Adma, Zeboyim e Bela ou Zoar (Gen 14,2-8, 19,24-
28).
D - Transjordânia
Aqui tem uma antiplanicie de 800m de altura que desce em direção ao Jordão e que
do outro lado esta o deserto da Síria e Arábia. As chuvas são poucas e avança do
norte ao sul e do oeste para o este. Quatro vales dividem a região em cinco partes –
numa está o lago Hule e o lago de Genesaré, e que recebe o nome de Golam ou na
parte ocidental está Basã (Is 2,13, Ez 27,6; Zac 11,2) e os seus rebanhos (Dt 32,14;
Sal 22,13; Ez 39,18; Am 4,1). Tem uma paisagem de origem vulcânica de 1000 a
1200m de altura, e que para o este fica plano com 600m e tem o nome de (em
Nukra), para o este está Traconíte, ao sudeste as montanhas basálticas de Janram
( Ez 47,16-18) e o cume é de 1839m.
20
O Jarmuque divide o Golam do Adjlum e sua altura é 1261m e se vê o lago de
Genezaré, Galaael com passagens rudes, com bosques (Jer 22,6 ss) e de plantas
medicinais (Gen 37,25; Jer 8,22; 4,6-11). Aqui tem o povoado da cidade Gerasa que
fazia parte da Decápolis, foi a capital da região na época dos Gregos até a época de
Bizâncio.
Vem depois de Adjlin ao sul o Jaboque, este rio começa na antiga capital de Amon
de Rabat Amon, hoje Aman, e para o norte e noroeste, ao sul de Gerasa na direção
ao oeste e se encaminha logo, através de um leito fundo, o rio Jordão e o vale de
Ed-damge. No trajeto tem o desnível de 1100m de mais de 758 para menos de
350m em relação ao Mar Mediterrâneo. A terra do Sul o Jaboque se chama, belka
(terra sem árvores) com várias planícies e uma altura de 1096m, neste local
moraram os Amonitas. Desde o Monte Nebo de onde Moisés contemplou Canaã e
morreu (Dt 32,49; 34,1). O Nebo tem dois cumes, o Ebal com 835m e o Ras siyaga
com 710m que dá para ver o Mar Morto e todo o vale do Jordão.
A garganta do Arnon que separa o belka e de Moabe. O rio recebe vários afluentes
vindos da alta planície da estepe Sïria-Árabe com chuvas do inverno no Mar Morto.
O desnível entre o rio e o Mar Morto é de 1300m, para o sul a região de montanhas
de Moabe tem o rio Zerad (Nm 21,12; Dt2,13ss). O clima é de estepe e tem uma
planície de 1641m, para o este a montanha se dilui no deserto e que no oeste cai
para o Golfo do Arabá, a paisagem para o oeste está cada vez mais dominada pedra
roxa que nos lembra Edom – o país vermelho, as ruínas da cidade de Petra têm
convertido na atual região um importante interesse no turismo. Este local é
importante na narrativa bíblica - falo do regozijo de Esaú sobre os Edomitas em Gen
25,25 e o guisado de lentilhas que comeu (Gen 25,30).
5- O CLIMA DA PALESTINA
21
O clima da Palestina desde a época bíblica até hoje tem se mantido, não houve
alterações tremendas. De subtropical no Jordão, com verões curtos e dias de
inverno longos nas zonas temperadas.
A bíblia menciona este clima em (Gen 8, 22). Duas estações distintas - verão e
inverno. O Horef - inverno e o Kayis - verão são os nomes em Hebraico. A estação
das chuvas começa em outubro-novembro, as temporãs em Dt 11,14, Jer 5,24, Jl
2,23 e em março-abril com as chuvas tardias em Os 6,3. A semeadura ocorre no
inverno e a colheita no verão. Por isso o ano novo dos Judeus se dá no outono, com
a colheita em Ex 23, 16, 34,22, e o renascimento da vida com a chegada das
primeiras chuvas e assim começa tudo de novo. As maiores chuvas ocorrem em
dezembro e janeiro e este é o período do frio, inverno. A chuva é de 600 mm em
Jafa, 560 mm em Jerusalém, 700 mm em Nablus, 200 mm em Berseba e 1200mm
em Jericó. Neva poucas vezes no final de janeiro até 42 mm e de 10 mm na costa e
no vale do Jordão
Na época da chuva tem o florescimento das árvores, as flores em abundancia em Ct
2,11ss e em toda Palestina, inclusive nas estepes em Mt 6,30. O s ventos do oeste
sopra na tarde e anoitecer em Gen 3,8, fazem o clima ser melhor nos meses de
calor entre junho e setembro, inclusive nas montanhas. Neste período vem o vento
quente do deserto em Is 40,7, Os 13,15, Sal 103,16.
No verão a chuva é escassa em Gen 27, 28, Dt 33, 38, Os 14,6 que cai muito pouco.
Mas na costa do mar é com mais freqüência de junho a agosto e mais montanhas
em setembro. As temperaturas variam de 19-20O na costa, 16O em Jerusalém, 19O
em Nazaré, 22O em Tiberíades. As diferenças climáticas são enormes de uma região
para outra. No vale do Jordão colhe cevada em abril, e nas outras localidades em
maio. Em outros locais é a colheita do trigo e colhe de novo a cevada.
6 – SUBSOLO, FLORA E FAUNA DA PALESTINA
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a- Subsolo
Em Dt 8,9, fala da riqueza do subsolo da Palestina. No tempo de Salomão em I Rs
7,46 e em Jos 3,16 de minérios. Em Gen 4,22, fala dos quenitas e tem provas
arqueológicas das minas de cobre e de ferro, na Transjordânia e em Arabá. Em Nm
33,11, fala dos fornos de fundição de ferro. Em I Sam 13,19ss fala dos portos que
exportavam metais de Chipre e da Ásia Menor. No Mar Morto tem milhões de
toneladas de sal (cloreto de sódio), magnésio, potássio e bromo. No Negev possui
fosfato, cobre, manganês, silício, argila, caulim, asfalto, granito, gesso e petróleo em
Ascalon.
b- Flora
Os textos do Antigo Testamento e do Novo Testamento falam da flora. No livro de
Cantares as imagens de plantas e animais da Palestina aparecem com grande
freqüência. Cervos, gazelas, pombas, pássaros, raposas, leões, panteras, etc. As
maçãs, vinhas, figueiras, romãs, palmeiras, ciprestes, cedro, nozes, lírios e narcisos.
Os cereais, o vinho, azeite, figos, romãs e o mel (Nm 13,23; Dt 8,8), as amoreiras,
sicômoros, as amêndoas, maçãs, os bosques e florestas, terebintos, tâmaras, as
acácias, rosas, lírios, hissope, eucaliptos, as laranjas, mangas, goiaba, abacates,
melancias e melões, apricot, tabaco, linho, algodão, açúcar, cactos. Estes últimos
implantados depois do estabelecimento do Estado de Israel.
c- A Fauna
Os animais bíblicos são camelos, asno, boi, ovelha, cabra, cavalo, cachorro. Os
animais selvagens são os leões, pantera, urso, lobo, hiena, chacal, raposa, javali,
cervo, gazela, muitas aves e insetos, escorpiões e cobras e o famoso gafanhoto
temível por sua ação. Os peixes da Galiléia e dos rios, tem hoje uma faixa de
proteção aos animais em Engadi como lobos, leopardos, javalis, tem 400 espécies
de aves e a reserva natural do lago Hule.
23
24
CAPÍTULO II - O QUE É ARQUEOLOGIA?
A arqueologia de Israel está avançando cada vez mais. Os textos da
Bíblia não são e não devem ser comprovados pela arqueologia, mas sim, explicados
melhor, entendidos e interpretados cada vez com mais certeza. Os biblistas esperam
os resultados da arqueologia para trabalharem melhor a exegese. A pesquisa bíblica
não vive sem a arqueologia. Hoje encontramos centenas de revistas e milhares de
livros sobre o assunto. Existem revistas que publicam imediatamente os resultados
da arqueologia na Palestina e no mundo da Bíblia.
Esta ciência arqueológica se transformou numa das maiores
especialidades na pesquisa bíblica científica. A forma com que é feita esta ciência
cada vez mais aumenta as especializações e divulgações da pesquisa arqueológica.
Existe a divulgação e a mera especulação que devem ser descartadas da pesquisa
científica, seria e com muitas ciências auxiliares para a busca arqueológica. A
arqueologia no país da Bíblia, o moderno Israel transformou a busca num fascínio o
trabalho arqueológico.
A arqueologia aumentou o interesse pela pesquisa bíblica e melhorou as
confirmações históricas e literárias da Bíblia.
O que é arqueologia? A palavra arqueologia vem do grego arcaico
(antigo) e logos (estudo). A arqueologia é o aprendizado, ensino de coisas antigas.
Ela traz as informações e novidades de coisas antigas que estavam esquecidas ou
encobertas. No decorrer dos tempos a conceituação de arqueologia foi mudando.
No inicio ela se preocupava com a historia e seus acontecimentos.
O judeu Flavio Josefo na época de cristo chamou a historia do povo
judeu como a “arqueologia dos judeus”. Este conceito de Josefo permaneceu até o
séc. XIX ao XX. A arqueologia passou a ser a explicação das instituições e formas
de vida, (habitação, vestes, alimentos, pesos e medidas, comerciam, os meios de
comunicação, direito, guerras, sacrifícios e festas).
25
Hoje arqueologia passou a ter um sentido mais amplo. Ela é a ciência
que pesquisa o passado de onde tira os conhecimentos necessários dos locais e
os materiais retirados dos mesmos que permaneceram escondidos e que só
aparecem com as escavações. As escavações estão ligadas a arqueologia e são
interligadas. Mas a arqueologia também é feita na superfície não é só escavação,
achados de cerâmicas, cacos de jarros e vasos podem indicar um local soterrado
que deve ser escavado.
Esta forma de arqueologia é o inicio, o começo para a escavação. Neste
modo começou o inventário, o local é levantado através da pesquisa histórica, a
partir daí pode-se descobrir locais importantes de uma civilização antiga. Por outro
lado, a arqueologia bíblica é diferente. Esta arqueologia só é feita no mundo bíblico,
e seus vizinhos.
A arqueologia bíblica começou como comprovação de textos bíblicos.
Muitos ainda hoje fazem a arqueologia desta forma, mas isto já está mudando. O
local, de uma povoação, a prática agrícola, as cidades, as atividades pré-bíblicas
(Assíria, Babilônia, Persa, Grega, Romana) e pós - bíblica (época romana, bizantina,
árabe, cruzada e turca). O conceito e o nome de arqueologia bíblica têm sido
mudados com as descobertas. Um dos maiores especialistas da atualidade V. Fritz
publicou um manual de introdução à arqueologia bíblica (1985).
A pesquisa arqueológica abrange na atualidade um campo vastíssimo.
Como exemplos têm visto através das escavações descobrimentos de fatos e coisas
da vida de gerações ou civilizações passadas: pode-se fazer um desenho das
culturas primitivas, como exemplos, têm as pinturas nas cavernas, ferramentas de
pedra, cerâmica, pedaços de edifícios e construções, esculturas e moedas, selos,
letras, sinais de línguas antigas e materiais como: pedra, barro, metal, couro, papiro.
Estes sinais escritos propiciaram desde o momento inicial e o surgimento de novas
ciências: a filologia, a estratigrafia.
A decifração de textos, e outros trabalhos que levam dezenas de anos de
trabalhos com decepções e grandes surpresas. Como exemplo Champolion em
1822 decifrou os hieróglifos egípcios e que somente em 1952 chegou-se a um
26
denominador comum. Nesta data mais de 4 mil inscrições chegara ao publico nas
descobertas em Creta e Grécia que deu muito trabalho para decifrar até chegar um
acordo de ser uns caracteres em grego antigo. A data de sua redação pode ter sido
em 1450-1200 a. C. e pode ser importante para as historias bíblicas. Neste período
as descobertas de Amarna, período em que Israel esteve no Egito e período do
êxodo.
O pesquisador ou arqueólogo sempre procura iluminar de forma completa
todas as suas descobertas; procura entender e interpretar para chegar e checar as
conclusões. Ele precisa conhecer outras ciências e as técnicas de escavações,
historia do Oriente Antigo, línguas e escrituras dos povos da mesma época e incluir
o folclore e a pré-história. As relações entre a arqueologia e a Bíblia e a arqueologia
da Bíblia deve conhecer a fundo as línguas bíblicas e a própria bíblia. O arqueólogo
é um teólogo.
As ciências auxiliares da Bíblia mostram ao pesquisador que se não forem
aplicados corre-se o perigo de errar e concluir falsamente. Nas escavações na
cidade de Us dos Caldeus no sul da Mesopotâmia (entre 1922 a 1934), a cidade que
é citada no livro de Gênesis 11:28, de onde veio a família de Abraão. Foi um grande
trabalho de pesquisa. Grandes profissionais, diretores e escavadores sob a direção
de Leonard Woolley. Mas com as pesquisas e buscas, descobriram os vestígios de
uma grande inundação antes do milenium IV a.C. e que poderia ser o grande dilúvio
relatado em Gênesis no Antigo Testamento (Gen. 6-8). A divulgação na imprensa
mostrou que há uma distancia entre a ciência e a divulgação, Woolley observava
que à prova irrefutável da existência do dilúvio.
Porém, o grande arqueólogo e o grande pesquisador que é discreto e tem
cautela. As revistas e jornais sempre sensacionalistas, não mostrando a realidade
ao publico, todas as pesquisas, as hipóteses nem sempre “a Bíblia tem razão”.
27
CAPÍTULO III - CEM ANOS DE ESCAVAÇÕES NA PALESTINA
A ciência arqueológica é bem recente, o começo desta pesquisa começa
no meio do século XIX. A piedade, mística, sabedoria eram característica dos
primeiros pesquisadores. Uns foram apenas peregrinos e viajantes aproveitando
para conhecer mais do que pesquisar.
A mãe do imperador Constantino Helena no ano 324 d. C. fez uma
peregrinação na Palestina e a lenda diz que ela é a primeira arqueóloga, pois a
lenda mostra que ela escavou em Jerusalém até achar a cruz de Cristo. Depois disto
os peregrinos foram para Jerusalém pessoas estas que queriam conhecer ou saber
sobre a Palestina ou Oriente e começaram a escrever sobre os fatos buscados e
pesquisados. Assim mesmo não se pode dizer que isto seria uma arqueologia como
a possuímos hoje.
a) Os primeiros arqueólogos
A arqueologia começou no Egito, após as conquistas de Napoleão em
1798 e que um de seus membros tinha um sábio pesquisador e escritor. Estes
homens desempenharam com grande tarefa e quando Napoleão foi vencido em
1801, esta atividade acaba entre os anos de 1809 e 1822, os estudos e seus
resultados apareceu numa obra com 20 volumes com o titulo “Descrição do Egito”
relato tais fatos.
As escavações depois na Mesopotâmia pelo governo param e no ano de
1842, na cidade de Morsel, o cônsul francês P. Rotla faz algumas descobertas. A
arqueologia começa a se deslanchar no Oriente e várias descobertas são feitas.
Um norte americano Eduard Robinson faz varias descobertas. Estas
pesquisas têm um caráter mais cientifico na Palestina. Desta forma ele é
considerado o pai da arqueologia moderna. Robinson nasceu em 10/04/1794, ele
era filho de um pastor puritano, estudou na Alemanha e casou com uma filha de seu
professor em Halle.
28
Robinson era um individuo bem preparado, tinha vários conhecimentos
científicos. Ele sabia o Grego e o Hebraico. Ainda conhecia a poesia e grande
pesquisador da exegese do Novo Testamento de sua época. No ano de 1837 ele é
professor de Bíblia no Seminário União de Nova York, a forma que ele trabalhava,
deu a oportunidade de viajar muitas vezes para estudos na Palestina. A uma visita
foi exatamente de 12 de abril até 17 de junho de 1838. Ele estava como missionário
americano em Beirute com seu acompanhante o missionário E. Smith. Este já era
uma pessoa que conhecia o ambiente, conhecia os locais como os árabes. Em
1852, Robinson volta outra vez por 4 meses e permaneceu na Palestina por 7
meses.
Este autor aproveitava ao máximo o tempo e a sua obra com 3 volumes
são: Pesquisas Bíblicas na Palestina, Monte Sinai e Pedra Árabe, escritas em Berlim
depois de sua viagem e publicadas em Boston em 1841. Ele coletou muitos
materiais topográficos. Ele sempre procurou pesquisar os locais bíblicos.
A sua primeira e grande preocupação foi conferir os dados bíblicos com
os nomes das cidades referidos na mesma. Estes eram os topônimos. Robinson
observava que a toponímia da Bíblia não estava fundamentada naquilo que os
peregrinos da Terra Santa e sim nas tradições populares árabes. No seu livro
“Pesquisas Bíblicas” tem a primeira relação em um catalogo de nomes geográficos
árabes transcritos em Árabe e em Latim. Mas algumas vezes errou nas localizações
e transliterações. Ele acreditava que as ruínas de Cafarnaum se achavam em
Betsaida e buscou a Sião Bíblica na parte superior ocidental de Jerusalém, jamais a
acharia.
Este pesquisador era cauteloso, mas sempre era cético e às vezes a má
confirmação religiosa falava mais alto do que as tradições dos peregrinos. Ele
sempre viu na cena da tela da eucaristia um modelo de local de adoração islâmica e
de orações de um altar sobre qual celebrava a missa. Ele critica assim: “As duas
superstições permaneceram lado a lado numa justa posição singular”. Vangloriam-
se de não ter pisado nunca num convento católico e dos franciscanos na Terra
Santa e se gloriava de nunca ter falado com um monge.
29
E na sua época e tradição, quando chega à Cidade Santa, no Sábado de
Aleluia, a sua visita foi na Igreja da Ressurreição, no momento em que se celebrava
a missa da Páscoa. Ele achou aquilo um escândalo e decidiu nunca mais voltar
naquele local. Estes detalhes são importantes por que ele não pode negar que a
Igreja escavada se levantava exatamente no local do Gólgota.
Na realidade ele foi um pesquisador e não um escavador. As suas
observações são baseadas em livros e pesquisas e não em escavações. Ele jamais
teve no campo escavando. Ele só analisava as descobertas depois dos resultados
finais escritos. Os seus sucessores nem o mencionam por causa destes fatos. O
francês E. Saulcy nos anos 1850/1851 e 1863 fez varias explorações e escavações,
desenterrou em Jerusalém um cemitério que ele identificou como os sepulcros dos
grandes reis de Judá, que os datou de 600 a. C. Na realidade não era nada disto.
Era apenas um mausoléu de uma família rica e poderosa na época do século I d.C.
Este autor Saulcy se equivocou quase 500 anos. Assim começou a pesquisa
arqueológica na Palestina.
C. Warren não contribuiu mais que os outros. Este arqueólogo trabalhou
em Jerusalém, vindo da Inglaterra no ano da criação do ‘Fundo de Exploração na
Palestina’ em 1869. Esta foi a primeira visita fundada que mudou de nome em 1937,
“Semanário de Exploração da Palestina”. Warren foi o primeiro pesquisador enviado
por esta revista para trabalhar na Palestina.
A revista se frustrou com o envio deste pesquisador. Datou na época de
Salomão. O muro da explanada do Templo, construído sem qualquer duvida na
época de Herodes mil anos depois da época de Salomão. Ele disse que foram os
cruzados que destruiu a fortaleza Macabeia de Gibeá do século II a. C. mais de mil
anos antes. Esta revista depois ganhou o mérito. Estes fatos não diminuíram a sua
criação. Colhe muitos êxitos no campo da exploração da Terra Santa. Ele contribui a
forma para aumentar mito na arqueologia bíblica a obra em 7 volumes com o
pesquisador francês V. Guerin: “Descrição geográfica, histórica e arqueológica da
Palestina”, Paris 1868 / 1880. Esta obra é importante, descreve a geografia bíblica
e a geologia que para este autor eram importantes.
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Outro pesquisador que teve mais sorte e foi mais importante, o francês C.
Clermont, que era adjunto da embaixada francesa em Jerusalém e se dedicava à
arqueologia como forma secundaria. Em 1869 comprou a pedra do rei Mesa. Esta
Estela, escrita em Moabita, o rei Mesa de Moabe (840 a.C. no inicio o da divisão do
reino Judá e Israel) narra como matou o rei Acabe de Israel e se libertou desta
escravidão e retornou as partes que foram tomadas por este rei de Israel no norte do
Arnon.
Este pedaço de terra fora perdido pelos Moabitas para o rei Omri de
Israel. A Bíblia nos informa num relato destas conquistas de Omri, ainda que
mencione o pagamento de tributos a Moabe em II Reis 3.4 e a rebelião de Mesa à
morte o rei Acabe em II Reis 3.5 e a tentativa fracassada de Israel de dominar os
terrenos em Moabe em II Reis 3. 6-27. A Estela Mesa é um grande exemplo de
como a arqueologia bíblica confirma e completa as informações narradas no Antigo
Testamento.
Em 1871 Clermont encontrou uma parede de uma escola, não longe da
parte principal do templo de Jerusalém, uma prancha escrita em Grego, hoje ela se
encontra em Istambul, que procedia do templo de Herodes, em que se proibiam não
Gentios, debaixo da pena de morte, entra nos pátios da área do templo reservados
aos judeus (ver at. 21,28).
Depois foram fundadas as sociedades e escolas para a pesquisa na
Palestina. A sociedade Americana de Exploração da Palestina, em 1870, e a
Associação Alemã pareciam Explorações da Palestina em 1877.
Em 1878, esta ultima associação criou a revista até hoje editada como
órgão oficial (Zeitschrift des Deutschen Palestina - Vereins).
b) A Arqueologia de 1890 à 1ª Guerra Mundial
Este ano começa a etapa de consolidação da arqueologia da Palestina.
W. M. Petrie é o grande pesquisador americano desta época. Ele começa a sua
investigação depois do Egito por dez anos e depois vai para a Palestina. Em 1926
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trabalha muito nas escavações em locais importantes de Israel. Ele morreu com 90
anos, em 1942 e foi enterrado ali mesmo no cemitério inglês de Jerusalém, perto da
sala famosa da última ceia de Jesus.
Este autor em 1890 fazia parte do fundo de Exploração da Palestina, e
escava uma colina em ruínas. Esta colina era a Tell el-hesi, na Palestina meridional
a 25 km do oeste da cidade de Gaza. Petrie e sua arqueologia trouxeram varias
abordagens que são três modos para a futura arqueologia.
1 - As colinas ou vales, que em árabe é tell (plural tulel), são montes com
escombros que pode ter sido um local de um assentamento, vila, cidade ou
povoado.
2 - As escavações neste local e estas ruínas foram utilizadas para
recolher peças importantes para serem enviadas aos museus. Mas que devem ser
para acentuar que estes utensílios sejam tipos, condição para explicarem a historia e
o local ou cidade conforme a cronologia e dentro deste modo, uma certeza.
3- Os descobrimentos nestes locais, as cerâmicas encontradas são os
modos mais seguros para datarem estes lugares.
Este autor é o 1° arqueólogo que aplica uma metodologia da pesquisa na
Palestina, esta ciência aprendida no Egito por Petrie. Os fatos posteriores atestaram
a grande capacidade da metodologia para classificar, entender e explicar os
achados nas escavações. Deste modo, a pesquisa feita pelas cerâmicas de vasos,
fragmentos e cacos demonstra realmente a época que foi fabricada, o local e a
pratica usada para a forma da cultura de cada local escavado.
Esta forma de pesquisa seja ela de barro, argila, as superstições
escavadas, as formas dos vasos e nas pinturas e enfeites que eram usadas e
culturas diferentes podem dar as características e as épocas destas culturas (Idade
do Bronze, Idade do Ferro e as etapas, e subdivisões). Petrie começa esta
metodologia mostrando o caminho que foi traçado e que é seguido até hoje.
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No ano de 1890 começa a grande fase da arqueologia da Palestina.
Neste ano o dominicano francês fundou em Jerusalém a Escola Bíblica, e que
começa a investigação no solo da Palestina. M. J. Lagrange anos depois fundou a
Revista Bíblica. Ele criou dentro da Igreja Católica o método da critica histórica.
Numa de suas pesquisas de investiga alguns relatos bíblicos e que lança luz a critica
histórica e cultural e determina os gêneros literários de tais narrativas. Estas
abordagens não comuns na arqueologia. Lagrange não foi um arqueólogo, mas um
biblista. No ano de 1920 ele faz da Escola Bíblica de Jerusalém o modelo da
pesquisa arqueológica e Bíblica. O governo francês viu a seriedade da pesquisa e
oficializou a escola como do Governo da França, devido a sua importância na
pesquisa.
O grande pesquisador da Escola Bíblica de Jerusalém foi L. H. Vincent
(1876/1960). Ele não atua entre as duas grandes guerras mundiais e retorna depois
de 1945 até a sua morte em 1960. Este é um dos maiores pesquisadores que temos
noticias como grande conhecedor da Palestina. Escreveu vários livros: “Conheci
após a exploração recente” (Paris 1907) e recopila vários resultados das escavações
do Fundo de Exploração da Palestina e do Fundo Alemão de Pesquisa. Nesta obra é
vista toda a questão das cidades da Palestina, suas fortificações, locais, sítios,
objetos, praticas culturais, os túmulos e a pratica funerária.
As outras fundações criadas foram: Sociedade Alemã para o Oriente em
1898; Asor em 1900; a Basor 1919; a Bar 1938; Instituto Evangélico Alemão para a
ciência da Terra Santa em 1902 e o seu órgão em 1905-1941; Revista anual da
Palestina; a sociedade de Exploração Judaica da Palestina em 1913 e o órgão
Boletim. Os arqueólogos alemães escavaram locais muito importantes como:
Taanak (1901-1904 por E. Sellin), Megido (1903-1905 por Schumacher) e Jericó
(1907-1909 por E. Sellin / C. Watzinger).
As escavações em Jericó conseguiram já de uma forma especial
descobrir coisas até então não previstas como que: a datação correta dos muros e
as camadas de terra e cinza. A fundação de E. P. pesquisou a cidade de Gezer
(1902-1909 debaixo da tutela de RA Macalister). A escavação de maior importância
e completa foi a de Samaria pela Universidade de Harvard sob a direção do
33
pesquisador G. A. Reisner. Com o surgimento da 1ª Guerra Mundial acaba a fase da
pesquisa arqueológica.
c) A arqueologia entre a 1ª e 2ª Guerras Mundiais
Esta fase é mais complicada, pois começa o período das lutas árabes e
palestinas. Desta forma a arqueologia se torna mais importante e frutífera na
pesquisa de Terra Santa. Nesta época a Palestina tinha o domínio Turco e o ano de
1920 passa para as mãos dos aliados e em 1922 passa as Nações Unidas e a
Inglaterra assume o poder neste local. A Inglaterra administra a Palestina e isto
tornou muito beneficente para a pesquisa arqueológica.
A administração cria um comissariado e um departamento especial
para a antiguidade. A Inglaterra ajuda com a policia, vigiar e ainda por cima
promove a pesquisa arqueológica em todo país. Com a ajuda da fundação
Rockfeller, em 1921 foi criado um museu arqueológico da Palestina e em 1930
lançou a pedra fundamental do edifício que se encontra até hoje em Jerusalém.
Com as descobertas os materiais foram depositados as peças neste
museu. Antes levava as descobertas para os museus na Europa, Paris, Londres,
Nova York, etc.
Com o surgimento do automóvel e das estradas na Palestina facilitava a
locomoção deste material de um local para o outro; dos locais das escavações para
Jerusalém. Criaram-se novos Institutos de pesquisas como: POS (Sociedade
Oriental de Pesquisa em 1920, a Revista da POS); a Escola Britânica de
arqueologia em 1920; e a Universidade de Hebraica de Jerusalém; e a filial do PIP
(Pontifício Instituto Bíblico de Roma) em Jerusalém em 1927.
As escavações mais importantes deste período foram feitas na cidade de
Samaria por uma sociedade recém criada de judeus americanos (Joint Expedition -
Junta de Expedição, 1931- 1935 – J. Crowfoot), a cidade de Lakis (por britânicos em
1932-1938 – J. C. Starkey) e cidade de Bet Sam, (norte americano em 1921-1933-
C. S. Fischer, A Rowe G. M. Fitzgerald), a cidade de Megido (1925-1939- C.
34
Fischer, P. Guy, G. Lond) e a Tell-beit – Misrim (em 1926-1932 por W. F. Albright).
Este último pesquisador americano começou aplicar uma nova metodologia com as
datações das camadas da terra e as datações de cerâmicas.
As outras pesquisas arqueológicas que foram abundantes entre as duas
realizadas pelo Pontifício Instituto Bíblico no achado do período calcolítico de
Tuleilat Ghassinil ao norte do Mar Morto em 1929-1938 por A Mallon e R Koeppel e
a cidade de Ai pelos franceses em 1933-1934 por J. M. Krause.
Nestes locais da Palestina as escavações feitas por arqueólogos
franceses descobriram varias cidades de muita importância: Ugarit (Ras – Shamra)
na costa setentrional da Síria em 1929 por C. Schaeffer e a cidade de Mari, no rio
Eufrates em 1939 por André Parrot. Neste período, a técnica utilizada e as técnicas
das escavações registraram novos métodos e datações mais eficientes por
cerâmica e com maior segurança.
d) A arqueologia depois de 1945
Nos períodos anteriores ocorreram fatos importantes e muitas
descobertas no inicio destas escavações. Antes das Guerras, nos intervalos e agora
depois da Grande Guerra Mundial a arqueologia foi um pouco atrapalhada pelo
conflito Árabe – Judeu, que após o ano de 1947 com a organização do estado de
Israel, surge neste horizonte a batalha palestina e a divisão do país. A questão
fundamental da pesquisa e administração palestina passa para a administração de
Israel e a Jordânia. Porém Israel provocou uma grande busca, pesquisa e
investigação arqueológica e no campo árabe foram sós instituições européias e
norte-americanas; enquanto que, Israel desenvolveu a sua pesquisa em seu
território sem a ajuda estas instituições.
Nesta época surge a pesquisa de fotografia aérea. As escavações mais
importantes na parte da então Jordânia foram os pesquisadores ingleses como:
Kathleen M. Kenyon em Jericó (1952-1958), o francês Roland de Vaux em Tell el-
fara (Tirsa em 1946-1960) e Qirbeit Qumran em 1951-1956. As escavações
35
conjuntas destes estudiosos recém mencionados nas vertentes oriental da antiga
colina da cidade de Jerusalém em 1961-1967.
Os arqueólogos dos EUA: J. B. Pritchard em El-dib (Gabaon em 1956-
1962), J. Kelso em Betel (1954-1957) e G. E. Wright em Siquém (1956-1964 de
novo em 1972-1973). No território de Israel a arqueologia teve seu apogeu neste
período.
As escavações feitas por: Y. Yadin em Hazor (1955-1958) e em Massada
(1963-1965); Y. Aharoni e Ruth Amiram em Arad (1962-1967 e de novo no mesmo
local em 1971), deste local nas escavações apareceu um templo da época da
monarquia em Israel e por fim, Y. Aharoni em Beerseba (1969-1975) e Ruth Amiram
em Dã (1966-1984).
No Negev foram revelados muitos segredos de épocas antigas. Já no ano
de 1934-1938 a exploração dos locais onde viveram os Nabateus e Bizantinos de
Subeita (Sivtta), Nessana (Nuzzana), Eleisa (Holusa) e Oboda (Advat) com suas
preciosas igrejas, baixo a direção de H. Colt e depois completada em 1958 pelos
Judeus arqueólogos. Os Judeus se juntaram aos franciscanos e deram um impulso
maior na busca e pesquisa das antigas sinagogas da Galiléia, no Golan e na Judéia
Meridional, com os mosaicos e inscrições.
Porém nenhuma cidade bíblica era maior de idade interesse que
Jerusalém. As escavações nesta cidade sempre foram complicadas, os judeus
ortodoxos e a habitação dificultaram e ainda criam problemas. Somente os locais
não habitados e as licenças obtidas para escavar as cercanias da cidade. K.
Kenyon em 1961-1967 tornou evidente em seus trabalhos mostrando que o sistema
de construção de Jerusalém antes da monarquia e a cidade de Davi tinham um
sistema de defesa, as escavações então foram para estes locais que terminou após
a guerra dos seis dias em 1967, na parte antiga da Jerusalém atual pesquisada por:
Naum Avigad, Benjamim Mazar. Magen Broshi que concluíram os seus trabalhos e
deram a conhecer que Jerusalém após o século VIII cresceu mais para a parte
meridional da colina ocidental. O interesse pelas escavações feitas por Y. Shiloh
36
(1978-1985) focaliza a parte da cidade de Davi desde seus inícios na época dos
Jebuseus antes de 3000 a.C.
Na parte dos arqueólogos alemães as suas atividades foram
interessantes. As escavações alemãs-judaicas em Hirbet el-Massas, Negev (1972-
1975), com a direção de V. Fritz e A. Kempinski tiveram amplas conseqüências para
compreensão do processo da conquista Israelita. Desde 1982 as escavações feitas
V. Fritz em Tell el-oreme (Kinneret) junto ao lago de Genezaré teve progressos. V.
Lux pesquisou em 1976-1980 em Uninkes na Transjordânia a cidade de Gadara,
que era a parte antiga da Decápolis.
As grandes escavações e as grandes descobertas foram realizadas em
Qumran. Este é o maior achado da época moderna desde 1947. As descobertas do
mosteiro de Qumran, as bibliotecas e os locais de escritas mostram realmente que
tais achados são os mais vigorosos deste período. Inicia-se em 1958 a publicação
da Revista Cientifica de Qumran (Revue du Qumran) que sai sempre com todas as
contribuições possíveis.
37
CAPÍTULO IV - A IMPORTÂNCIA DA ARQUEOLOGIA
A ciência bíblica tem evoluído muito. Na Palestina a arqueologia tem
progredido e auxiliado muito a pesquisa da Bíblia. As escavações no oriente também
têm ajudado e em muito na pesquisa bíblica. Entre o Mediterrâneo e a Mesopotâmia
tem escavações que tem auxiliado esta pesquisa. A importância da arqueologia para
a compreensão da Bíblia tem sido não para confirmar, mas para ajudar apenas.
A confirmação de dados bíblicos é só uma parte menor desta importância.
O serviço que tem prestado à pesquisa bíblica completa e auxilia a explicitar os fatos
da Bíblia. As narrações da Bíblia nas questões do contexto e situações da historia e
cultura do oriente e interpreta o seu modo de vida, a mente oriental e a sua
linguagem. O descobrimento feito por uma escavação arqueológica pode ajudar a
Bíblia ou completar ou lançar luz nos aspectos históricos e culturais.
a) A arqueologia confirma alguns dados da Bíblia:
Exemplo disto é que a arqueologia confirma que Moisés não conheceu a
escrita hebraica e então ele não é o autor do Pentateuco, coisa que foi apenas
confirmado pelos Pais Apostólicos. Se ele não sabia escrever e que a escrita em
Israel surge apenas na época do Ferro e eles vivem no período de Bronze tardia em
1600-1200 a.C. Neste período só existia hieróglifo egípcio, a escrita silábica
cuneiforme babilônica e duas escritas alfabéticas: o alfabeto coniforme ugarítico e o
alfabeto linear Cananeu e Fenício.
A escrita hieroglífica egípcia aparece na Palestina em estrelas: pedras ou
em túmulos e em estátuas colocadas em cidades e fortalezas durante o domínio
egípcio naquelas áreas, no Bronze Médio e tardio. As três estrelas dos faraós e o
fragmento de uma quarta anterior na cidade militar de Bet Sam, ao sul do lago de
Tiberíades e outras estrelas privadas entre escritos hieroglíficos. Nestas estrelas
mencionadas em escaravelhos adornados com hieróglifos. São objetos de enfeites
no Egito na forma de um besouro e eram usadas como amuletos e selos. Estes têm
sido encontrados nas ruínas das cidades da Palestina e em túmulos. Sempre tinham
38
o nome do faraó da época, o que é de grande valor para indicar e fixar as datas dos
locais. A maioria de escaravelhos tem sido descoberta nas escavações nas cidades
meridionais da Palestina, como Tele El-Fara, Tel El-Addjul, Lakis e Gezer; nos locais
de maiores contatos com os egípcios. Mas também foram encontrados tais tesouros
em Siquém e na Palestina Central.
As escritas cuneiformes da Babilônia que foram descobertas na Palestina
ou que eram destes locais são muito grandes. As escavações descobriram tais
materiais em 20 (vinte) tabuinhas cuneiformes dos séculos XV e XIV a.C. Doze
tábuas são de Taanak ou Tell Ell-taanel, na margem meridional da planície de
Jizreel, e do arquivo do prefeito da cidade, e as outras foram encontrados em: Tell
Ell-Hesi, Gézer, Siquém Jericó e Megido. Mas devemos lembrar que nas de Tell Ell-
Amarna no Egito, em língua Babilônica e em escrita cuneiforme procedem de
princípios siro-Palestinense.
No início do II milênio a.C. se conhecia no território cananeu a escrita
silábica e poucas descobertas foram feitas. Estas são inscrições pictográficas (que é
apenas 10 as tabuinhas) descobertas em Biblos. As mesmas até agora não foram
decifradas devido a dificuldade, mas que é uma linguagem silábica. São 100 sinais
de escrita hieroglíficas, egípcia e cuneiforme babilônica, as inscrições de Biblos são
mais de 114 sinais diferentes e que se deve interpretar como um modo precursor
das escrituras posteriores.
A grande importância cultural de Canaã é do período antes da conquista
dos hebreus na Palestina. Esta foi a escritura alfabética e que acontece entre 1500 e
1000 a.C. e se dá de várias formas diferentes. O alfabeto cuneiforme de Ugarit
também denominado de Rãs El-Schamra e o alfabeto linear cananeu-fenício, do
qual deriva paleo-hebreu, o hebraico depois, o grego e o latim.
A escritura cuneiforme ugarítica é uma adaptação da escritura cuneiforme
Babilônica ao sistema alfabético. Porém, que a escrita cuneiforme babilônica como
escrita silábica tinha que ter vários sinais com mais de 100, o Ugarítico tinha apenas
29 e podia ser reduzido a formas mais simples. Os 100 caracteres anteriores de
ugarítico estão no Museu de Louvre, em paris e o Código de Alepo em Paris e em
39
Damasco na Síria. Na Palestina se tem descoberto só em pequenos textos com a
escrita cuneiforme em Ugarítico, mas não são suficientes para ser um tipo de escrita
conhecido nestas localidades no século XIV a. C.
O alfabeto linear cananeu-fenício foi se desenvolvendo através de vários
séculos. Os testemunhos mais antigos são denominados de inscrições do Sinai.
Trata-se de breves frases gravadas nas rochas das montanhas do Sinai por semitas
antigos que eram condenados a trabalhos forçados e que os faraós os enviaram
para explorar as minas de cobres e de malakitas nestas montanhas do Sinai.
Descobriram mais de 26 inscrições, a maioria delas em Serabit El-Kadim. A sua
origem pode ter sido no começo do Novo Império Egípcio, na época da mudança do
bronze médio para o bronze tardio, ou seja, no século XVI a.C. Os exemplos
encontrados recentemente este alfabeto escrito em vários lugares da Palestina, por
exemplo, em Siquém, Gézer e Lakis.
Este alfabeto cananeu-fenício tinha alcançado já uma plenitude e a forma
desenvolvida plena encontrada no sarcófago do rei Aiham de Biblos (século X a. C.
e está agora no Museu de Beirute, no Líbano), a época de Davi e Salomão. Este
alfabeto escreveu Davi a Carta trazida ao chefe de seu exército, Joabe,
encomendando-lhe que matasse na batalha a Urias, marido de Bate Seba em II
Sam. 11.14ss e que o ordenou a assinar os Salmos dos quais é o autor. Com ele
escreveram os historiadores da corte real os anais sobre os que fundamentaram os
livros de Samuel e dos Reis.
Com estas descobertas arqueológicas pode rastrear-se, através da
história de Israel até aos tempos de Jesus, a posterior evolução dos escritos usados
pelos cananeus, fenícios e os hebreus. A inscrição de Siloé no desaguar do tanque
para levar água, construído pelo rei Ezequias em 700 a. C., e as cartas de Lakis em
588 a.C. são exemplos do tipo de escrita de que se serviram os profetas Isaias e
Jeremias. Os textos dos manuscritos do Mar Morto têm um alfabeto em que se
escreviam na época de Jesus e na Palestina os textos Hebraicos e Aramaicos.
Em todos os materiais encontrados, a história da escrita nos resulta o
amplo campo da literatura cujo serviço se coloca os diferentes sistemas e modelos
40
de escrita. A arqueologia ajudou e trouxe luzes novas mudando uma situação
enigmática. Ela tem dado uma imagem diferente das primeiras etapas da atividade
literária no antigo Oriente. Conhecemos o nível maior e elevado e que inicia a
historiografia dos Hititas na segunda metade do II milênio antes de Cristo, ou seja,
mil anos antes que em Israel surgisse a escrita.
Neste novo período encontramos em Ugarit uma poesia religiosa que é
uma comparação com os Salmos de Davi no Antigo Testamento e também de outros
escritos da Bíblia Hebraica. Assim, podemos entender o pensamento religioso do
mundo ao redor de Israel através de uma forma de mitologia. A narração na Bíblia
do dilúvio deixa de ser um enigma após as descobertas dos escritos da Epopéia de
Gilgamesh, uma descrição da Babilônia sobre o dilúvio. Quanto às leis que
encontramos no A.T., como seis códigos legais do Antigo Oriente, todos eles
anteriores à Lei de Moisés: a Lei do rei Urnami (na Suméria em 2.500a.C.); a Lei do
rei amorreu Bilalama de Esliminna (Babilônia em 1925a.C); a Lei de Hamurabi da
Babilônia (Babilônia em 1700a.C); a Lei Hitita (em 1450 a.C) e a Lei Assíria (em
1350 a.C). Assim podemos ver que estas leis antes das leis Israelitas têm seus
paralelos mais antigos do que a pretensa lei de Moisés.
Se Moisés freqüentou escolas no Egito, estas escolas eram da corte dos
príncipes e que ele estudou os códigos de leis dos grandes povos do Antigo Oriente
e que estes conhecimentos dificilmente deixariam de influir em sua própria lei. A lei
de Moises é muito equilibrada e branda e às vezes dá a impressão de que seu autor
elegeu e com uma intenção das clausulas mais severas e as mais suaves dos
códigos orientais mais antigos. A lei de Moises mostra o que ferir um indivíduo e que
este fique sem trabalhar, de cama, o agressor deve recompensar ao ferido pelo
trabalho perdido e deve dar correlato. Aos gastos até ser curado totalmente (Ex. 21.
18ss). No código de Hamurabi tinha que pagar os salários do médico. No direito
Hitita (I, 10), o agressor não só devia correr com os gastos dos trabalhos perdidos e
o salário do médico, mas que ainda deveria entregar ao paciente uma soma em
compensação pela dor causada.
Os textos orientais antigos dão a luz nas escavações arqueológicas não
só têm levado a um novo valor da literatura bíblica e que são muitos casos que tem
41
confirmado umas grandes documentações com escritas dadas concretos da Bíblia.
Os modos não estáveis e elementos errantes do segundo milênio a.C que aparecem
debaixo do nome de Hab/piru nos textos cuneiformes e de ‘PRW (apiru) nos textos
egípcios lançam luzes sobre os hebreus (‘ibrim) da Bíblia levados pela conquista da
liberdade.
Ou como exemplo. O Cântico de Vitória do Faraó Merneptá (em 1220 a.C)
gravado em hieróglifos numa estrela comemorativa descoberta em Tebas, se
menciona a aniquilação de Israel na Palestina por obra do faraó, é claro que, deve
ter tido nesta época e nestas terras um grupo de povoação chamado Israel. As
fortalezas egípcias de Pitom e Sukaf citados em Ex 1.11; 12.37; 13.20 estão
mencionadas na narração de um funcionário de aduaneira como estações de
passagem dos beduínos asiáticos. Quando os filhos de Jacó entraram nesta região
de pastagem em Gósen para seus rebanhos comerem o pasto num período de
estiagem.
As informações que possuímos sobre o período da monarquia e que de
certa maneira confirmam e completam os relatos bíblicos estão nos escritos
cuneiformes. Os anais Assírios mencionam a anexação de amplos territórios do
Reino do Norte (Israel) feita por Tiglet Pileser da Assíria, um século antes da morte
do rei Peca, Ozias (II Rs 15.2 a 5). E o que ocorre com a conquista de Samaria por
Salmanasar em 722 a.C (II Rs 17), estes concordam com os relatos bíblicos e
assírios da campanha de Senaqueribe contra Judá em 701 a.C. no detalhe de que o
rei da Assíria cercou Jerusalém e a submeteu em tributos ao rei Ezequias, mas não
chegou a conquistar a cidade (II Rs 18ss; II Cr 32; Is 36ss).
Os fragmentos de argila e barro com inscrições óstracas de Laquis, com
informações dos postos avançados aos comandantes da cidade, dão luz ao fulgor
de um relâmpago sobre tal situação que se encontrava em desespero. Judá em
conseqüência da invasão de Nabucodonosor em 588 a.C. Estes óstracas confirmam
a notícia de Jeremias 34.7, conforme estes versos, em Jerusalém só resistiam
Laquis e Azeca e mencionam as pessoas da cidade de Jerusalém que pararam com
as mãos do país e da cidade (Jr. 38.4).
42
No ano de 456 veio à luz uma crônica Babilônica depositada no Museu
Britânica que confirma o relato bíblico de que Nabucodonosor tomou pela primeira
vez Jerusalém no ano 597 a.C. (II Rs 24), senão que dá o dia exato da conquista: 16
de março deste ano. A notícia bíblica de que Ciro ordenou no ano 538 a.C. a
reconstrução do templo de Jerusalém (Es 6.3-5; 1.1-4) tem sido confirmada pela
inscrição num cilindro de argila no que Ciro declara que tem devolvido a sua pátria
aos deuses que tinham sido levados à Babilônia.
Os outros achados de materiais arqueológicos têm confirmado em
numerosos casos os acontecimentos da história bíblica. Os teores do testemunho
das escavações de várias cidades da Palestina sofreram na metade do século XII
a.C. uma grande destruição e a continuação pela cultura bem primitiva comparada
com a anterior: Ascalon, Gibea, Bet Sam, Kiriat Sefer, Mizpá, Betesemes, Megido,
Lakis, Hazor. E em casos concretos pode discutir-se o significado destas destruições
é sem dúvida aquele modo destruidor estava relacionado com o processo da
conquista israelita de Canaã.
O fato de que a cidade de Silo florescente no século XII a.C. como
testifica os descobrimentos arqueológicos – de que fora destruído pelo fogo no
século XI, se explica pelos acontecimentos das guerras filisteias descritas em I Sm
4. Assim a destruição de Dã aclama o relato de Jz 18, na qual os danitas
conquistaram a cidade de Lakis quando estavam buscando um novo assentamento.
Conforme I sm 13. 19-22, na época dos juizes e durante os primeiros tempos da
monarquia, oi filisteus detinham o monopólio do ferro.
A maior contribuição para a prova de todos os materiais de ferro e de
seus usos tem mostrado que os primeiros que usaram o ferro nos séculos X e XI
foram cabalmente os filisteus. As escavações dos locais dos filisteus se têm achado
grande quantidade de inusitada de jarras de vinhos e cervejas, o que indica que
estes povos já apreciavam vários tipos de bebidas.
“Também debaixo deste aspecto concordo com a arqueologia e com a
tradição bíblica, como vemos pela história de Sansão, na que se mencionam com
43
freqüência de banquetes e bebedeiras; por outra parte se insinua claramente que
Sansão não bebia vinho nem cerveja”.
A fortaleza construída por Saul em Gibea (Tell el-ful), onde Davi tocava
harpa e Saul jogou uma lança (I Sm 16-19). Nestas ruínas mostra a imperícia
arquitetônica dos israelitas nesta época. Conhecemos também todo o sistema de
abastecimento de água em Jerusalém e o túnel em passagem que descia da cidade
até a fonte de Gijom e pela forma que os homens de Davi subiram pelo interior deste
recinto murado (II Sm 6-9), como os dispositivos que levavam a água desde a fonte
que estavam dentro dos muros da cidade: o Canal de Acabe a céu aberto (Is 7.3), o
túnel que mandou escavar na rocha, pelo rei Ezequias (II Rs 20.20; I Cr 32. 2ss, 30)
e o Tanque de Siloé alimentado pelos vários canais (Js 9.7).
O dado bíblico de que Salomão fortificou solidamente as cidades de
Hazor, Megido e Gezer (I Rs 9.15) têm sido expressamente confirmados pelas
poderosas muralhas circulares e as quatro portas em forma de tesoura que vieram à
luz nas ruínas desses lugares. Os grandes muros de casamatas, de 10 metros de
espessura que rodeavam Samaria, israelitas dão testemunhos do esplendor da
cidade de Omri e Acabe (I Rs 16.24). As numerosas placas de marfim desenterradas
nas escavações do palácio de Acabe explicam porque chama a Bíblia a este palácio
“casa de marfim” (I Rs 22, 39).
Depois de cem anos de escavações arqueológicas em Jerusalém pode
descobrir-se em 1962 um pedaço do muro da cidade reconstruída por Neemias. Às
vezes os achados nas escavações arqueológicas confirmam as informações bíblicas
em Neemias 3, na qual Neemias se limita a reparar as antigas fortificações, na parte
oriental e a menores dimensões da cidade, reduz o perímetro e levanta os muros da
nova construção. Os fundamentos deste muro da explanada do templo de Herodes
nestes dias percebem-se como os discípulos de Jesus: “Mestre, olha que pedras e
que construção!” (Mc 13.1).
As escavações arqueológicas feitas nestes locais e no interior da Igreja do
Santo Sepulcro e em sua volta têm mostrado ao contrário da situação atual – nos
tempos de Jesus o Gólgota ficava fora da cidade, caiu está no N.T. (Jo 19.20; Heb
44
13.12). No bairro oriental, fora de Jerusalém, em Gibeá se descobriram em 1968, um
tumulo judeus, os restos de um jovem crucificado, da época de Jesus. Em 16/06/61
a escavação realizada em Cesaréia junto ao mar, se descobriu o primeiro
testemunho epigráfico do procurador Pilatos. Trata-se de uma pedra com a
inscrição:
“Pontius Pilatos Praefectus Iudae”
b) A Arqueologia confirma, retifica os relatos da Bíblia
Alguns acontecimentos bíblicos foram realmente comprovados por textos
extras bíblicos. Na inscrição do rei assírio Salmanasar III, do ano 854 a. C. sabemos
que o rei Acabe rei de Israel, que se colocou junto com o rei Ben-Hadade I de
Damasco, na frente de uma coalizão Sírio-Palestina que foi derrotado pelo rei dos
assírios em Carquemis, junto do rio Oronte. A Bíblia se limita a mencionar o clima de
beligerância entre Israel e Damasco (I Rs 20.22). Nesta inscrição o mesmo rei
Assírio, os quais sabem que Jeú rei de Israel pagou-lhe tributo no ano 842a.C. A
Estela comemorativa do rei Mesa de Moabe mostra a informação sobre o relato
bíblico de II Rs 3.4-27.
Na arqueologia não se limita apenas coisa da Bíblia, mas que permite
entender melhor os textos da Bíblia, as escavações da Mesopotâmia nos dão as
informações sobre as torres escalonadas babilônicas (Ziggurates), sobre sua função
de símbolo e santuário de uma cidade. No período bíblico da torre de Babel (Gn
11.1-11) podemos notar que é uma narração popular, motivada por estas torres,
destinada a prevenir contra as idolatrias israelitas, dados a se influenciar e se
seduzir pelos modos culturais dos povos pagãos vizinhos e leva-los a glorificar
famosa paz e segurança da fé em YHWH.
Em 1929 os textos de Ugarit Ras es Schamra vieram à luz e mostra em
seus escritos a religião em Ugarit. Com mais epopéias, festas da natureza e os
rituais de fertilidade, dominadas pela presença do deus Baal, senhor da vida e da
natureza, que fertiliza os campos, os gados e as mulheres, compreendemos assim
45
que o culto a Baal exerceu influência e sedução sobre o povo de Israel em várias
épocas.
As escavações dos sinais que podemos notar que este material cultural
dos vizinhos de Israel da época bíblica é visto importante para os estudos. Temos a
idéia destas construções e fortificações, muros e muralhas, torres das cidades, de
suas casas e palácios, cerâmicas, dinheiros, os moinhos, a prensa de vinhos e
azeite, os enfeites e adornos e amuletos. Em 1955 na reconstrução da Igreja da
Anunciação de Nazaré se descobriu como era a forma de vida moral onde cresceu
Jesus, como poços e cisternas, armazéns e moinhos para cereais, os lugares de
azeite e vinho e que estes locais ainda estavam intactos as construções.
Estas descobertas arqueológicas retificam ou relativizam as condições
históricas de algumas descrições bíblicas. A Bíblia não é um manual de Historia
infalível. As escavações de Jericó têm revelado que a cidade não foi conquistada e
destruída pelas tribos de Israel, como afirma o relato de Juizes 6. A conquista do sul
da Palestina foi muito mais aprazível que o que dão o entender a descrição de Jz 1.
c) A arqueologia corrige a Bíblia na História e Cultura do Oriente Antigo
A arqueologia é hoje a maior ciência auxiliar da ciência bíblica. Ela
complementa o conhecimento do mundo material e espiritual dos autores bíblicos, a
vida cotidiana dos períodos em que eles viveram. Os profetas quando denunciavam
os castigos de YHWH (Ez 4.16 e Sal 105.16), esta imagem só é entendida que no
Antigo Oriente, os pães redondos colocavam um bastão que os vendedores
ofereciam nas ruas (romperá o bastão do pão). O simbolismo anunciado na
Palestina Cananéia com a serpente não identificará já a serpente do relato bíblico do
pecado com o demônio em nossos dias.
Na leitura da Bíblia podemos notar que a vida cotidiana da época da
Bíblia como fala L. Kohler (O Homem Hebreu): “descrever aos homens hebreus em
toda a ampla diversidade de sua vida cotidiana, tanto no interior como exterior” e
que os mesmos textos bíblicos e a comparação com a vida popular do povo de
Israel em relação com os cananeus.
46
No ano de 1890 comprovou-se o alto nível da cultura Cananéia na Idade
do bronze pré-israelita. E o que se imaginava na Palestina Cananéia um estágio
primitivo tiveram que revirar a fundo seus conceitos. A Palestina imaginada como
primitiva comprovou-se que os israelitas não levaram a Canaã sua cultura – língua –
de que tomaram as pessoas destas terras. Somente podemos entender a cultura e o
material cultural da Palestina pré-israelita por estas descobertas.
A arqueologia da Palestina aumentou o nosso conhecimento: O leão de
Hazor, talhado em basalto (do século XIV a.C. no Museu de Israel, em Jerusalém)
que mostra a influência Hitita ou a placa com os leões de Bete Sam (em 1400 a.C.
no Museu da Palestina em Jerusalém) nos dá a idéia da arte Cananéia e Israel
antes da conquista. Mas o adiado do selo com um “bailarino de Dã” tangendo um
alaúde (na placa de barro dos séculos XIV-XIII, talvez com influências Hititas). Estes
descobrimentos dão uma idéia da história da cultura da Palestina.
A cultura primitiva Cananéia pré-israelita não é, pois, senão a de Israel na
época anterior à conquista e entrar lá em Canaã bem simples. Um dos maiores
arqueólogos W. F. Albright mostra este período como: “Quando passamos pela
arqueologia deste período dos juizes nos surpreende a extremada simplicidade e o
primitivismo cultural que achamos no século XII e os primeiros anos do século XI.
Apenas pode-se exagerar com o contraste diferente entre os fundamentos dos
edifícios e os sistemas de canalização, cananeus do século XIII, assim
completamente construídos e os montes de pedras sem canalizações que
substituíram o século XII em Betel”.
Até Salomão não torna alcançar as grandes construções Hititas e fenícias
que são maiores no reino do Norte com Omri e Acabe. Mas pela arqueologia
detectou-se a pobreza das pequenas comunidades de repatriados da época persa, e
que, como surgimento do helenismo, se desenvolve em todo o seu esplendor nas
cidades gregas ou helenizadas, a cultura greco-romana.
A arqueologia não se limita a nos transmitir um grande conhecimento das
condicionantes espirituais e culturais da Palestina. A possibilidade de inserir a
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historia bíblica no marco da História Mundial. Sem a arqueologia muitas coisas
seriam esquecidas e não saberíamos de acontecimentos sociais, políticos,
econômicos, étnicos e técnicos com suas mudanças no Mediterrâneo desde 1200 a.
C. Entre 1400 e 1200 mudaram o panorama sócio-político, várias vezes: os Hititas
no norte, os egípcios no sul, os aqueus no oeste. Nenhuns destes povos eram
semitas. Dias após 1200 as tribos de Israel fizeram a sua unidade e que o bloco
semita nas escavações feitas na Anatólia Central em Bogazkoy (1906-1912)
descobre que os Hititas eram indo-germânicos como os aqueus e os gigarseus eram
canitas.
A partir disto sabemos que as relações extra-biblicas aconteceram e isto
pode ser visto em Gen 23 e II Sm 11, nas menções sobre os Hititas sobre as
alianças que são encontradas em Ex 20.23; Lev 16.27 e Dt 12.26.
As relações culturais entre os semitas e os gregos e Ugarit e sua
literatura, os alfabetos depois conhecidos por Israel. Os achados na Ilha de Creta, os
semitas ocidentais dominaram o mar Egeu. Assim podemos associar vários
exemplos de acontecimentos mundiais com os fatos e narrativas bíblicas. Sabemos
que em 1200 o império hitita desapareceu das histórias, os portos foram destruídos:
Ugarit, Dã e Ascalon que são evidenciadas pelas escavações, inclusive Tiro e
Sidom. Assim surgem nas costas da Palestina, os filisteus.
São os filisteus que protagonizam a história de Israel: Saul e Davi.
Estes filisteus são vistos nas inscrições de Creta e na Bíblia a cidade de
Kaftor é o local de onde surgem os filisteus (Am 9.7; Dt 2.23; Jer 47.4), topônimos
que pode ser Creta e que podem ter sido gregos primitivos. Que filisteus e Israelitas
conviveram sem muitos problemas.
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QUMRAN
Não sabemos ao certo se eram os essênios que fizeram parte desta comunidade
que fora fundada no século II a. C. Estes judeus com certeza fugiram das impurezas
e dos pecados do povo da cidade de Jerusalém. Foram para o deserto, fizeram suas
casas e templos, fortificações, locais de banhos de purificação, e viviam como
ascéticos.
Ao lado do Mar Morto, eles construíram vários reservatórios, desvios de águas,
captação de água, cisternas porque as rochas eram porosas. Escreveram tudo
sobre as regras de vida da comunidade, livros e comentários aos textos bíblicos,
regras de pureza e a esperança no Messias.
Durante este período até a nossa era estiveram em atividades, mas com a violência
entre romanos e alguns grupos de judeus começaram uma luta brava de
sobrevivência. No ano 68 a 70 d. C., o governo romano intensifica as lutas contra os
grupos de judeus, e a décima legião romana destrói tudo que tinha pela frente e as
últimas resistências dos judeus termina com a sua própria destruição. Mesmo ainda
quando Bar Kochba (o filho da estrela) no ano resiste bravamente em 132 d.C.
quando ocorre a batalha final e o início da dispersão dos judeus por todo o mundo
então conhecido da época
. Esses judeus lutam bravamente até o suicídio coletivo em Massada e a destruição
posterior desta última fortaleza ocorre a fuga para os esconderijos e onde eles
escondem os pergaminhos e os rolos de couro contendo os livros da lei, das regras
e os comentários bíblicos (Midrash, Talmude, Mishnah, Pesher, etc.). Estes tratados
foram encontramos muitos séculos depois.
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No ano de 1947, dois anos depois da fundação do Estado de Israel, quando este
local era comandado por tropas britânicas e da Jordânia, dois homens nômades
encontraram alguns manuscritos pensando ter encontrado relíquias ou tesouros.
Eles eram da tribo Taamira do deserto. Eles descobriram alguns manuscritos e uma
era do profeta Isaias, e era enorme o texto encontrado, haviam outras cavernas
onde foram encontrados outros textos em hebraico e aramaico.
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JERICÓ
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Jericó é uma cidade que está situada acima do nível do Mar Mediterrâneo mais ou
menos 250 metros. Parece um pequeno oásis que vai do rio Jordão em todo o seu
vale. O seu solo é muito rico para a plantação, pois este vale é irrigado pelas águas
deste vale: possui muitas tamareiras, muitas flores no inverno, e é conhecida como a
cidade das palmeiras.
Por este motivo era uma cidade muito procurada e desejada, desde a época dos
patriarcas e do período de Josué e dos juízes.
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CAPÍTULO V– OS LIMITES DA ARQUEOLOGIA
Alguns arqueólogos não são cientistas e sim apologitas e querem
comprovar coisas literalmente pelas escavações algumas narrativas bíblicas. Assim
estão limitando suas pesquisas e as descobertas arqueológicas. Nem tudo pode ser
comprovado pela Bíblia ou pela arqueologia. A Bíblia não é um manual de História,
como entendemos hoje a ciência da História.
Como exemplo citamos a cidade de Ai e Jericó, que estas cidades foram
destruídas antes dos israelitas chegarem na Palestina (Js 6 e 8). Estes textos são
mais teológicos do que históricos. Hoje dependemos das escavações e das
interpretações exegéticas e hermenêuticas dos gêneros literários da Bíblia. As
literaturas são mais conceitos de fé do que história realmente.
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REFERÊNCIAS
FINKELSTEIN, I. A bíblia não tinha razão. Girafa, São Paulo, 2004.
LANCE, H.D. Arqueologie, Labor et Fides, Geneva, 1990.
MAZAR, A. Arqueologia na terra da Bíblia, Paulinas, São Paulo, 2003.
MURPHY, J. Tierra Santa, Acento, Madrid, 2000.
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