Geografia Do Maranhão

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GEOGRAFIA DO MARANHÃO BASE GEOGRÁFICA, ASTRONÔMICA E POLÍTICA. O Maranhão no ponto de vista global encontra-se localizado astronomicamente, segundo os três referenciais básicos: A linha do Equador que divide o globo terrestre nos hemisférios Norte e Sul, onde o Maranhão encontra-se totalmente na parte meridional, ou seja, ao sul do Equador. O meridiano de Greenwich, que também divide o planeta Terra em dois hemisférios, Leste e Oeste, sendo que o espaço maranhense encontra-se na parte ocidental, ou seja, a oeste desta linha. Na divisão do globo em zonas térmicas ou climáticas, o Maranhão é considerado espaço tropical, pois se encontra totalmente na zona intertropical, na porção sul entre o Equador e o Trópico de Capricórnio. SITUAÇÃO GEOGRÁFICA Quanto à situação geográfica do Maranhão, consideram-se as seguintes referências. No âmbito nacional, o Maranhão, embora possua em seu território parte do domínio amazônico, pertence a macrorregião Nordeste. No âmbito regional, intra-Nordeste, o Maranhão é o estado menos nordestino, formando com a porção centro-ocidental do Piauí, a sub- região nordestina do Meio-Norte ou Nordeste Ocidental. O Meio-Norte corresponde a uma zona de transição do espaço brasileiro, sendo contornado por diferentes domínios naturais e geoeconômicos: o Sertão, a Amazônia e o Cerrado. O estado tem uma área de aproximadamente 333.365,6 km2, sendo habitável em qualquer parte do seu território. Com esta extensão o Maranhão ocupa uma posição de destaque quantitativamente em área territorial, sendo o 8º mais extenso do Brasil e o 2º da região Nordeste, ocupando 3,9% e 21,3% das terras brasileira e nordestina respectivamente. O espaço maranhense não dispõe somente de um extenso território, mas também de um rico potencial geoeconômico (encalhado diante dos obstáculos humanos), pois se trata de um espaço aproveitável entre os quatro extremos, haja vista que não há montanhas, geleiras, desertos, abalos sísmicos, vulcões, etc..

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Thaís Miranda

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GEOGRAFIA DO MARANHÃO

BASE GEOGRÁFICA, ASTRONÔMICA E POLÍTICA.

O Maranhão no ponto de vista global encontra-se localizado astronomicamente, segundo os três referenciais básicos:A linha do Equador que divide o globo terrestre nos hemisférios Norte e Sul, onde o Maranhão encontra-se totalmente na parte meridional, ou seja, ao sul do Equador.O meridiano de Greenwich, que também divide o planeta Terra em dois hemisférios, Leste e Oeste, sendo que o espaço maranhense encontra-se na parte ocidental, ou seja, a oeste desta linha.Na divisão do globo em zonas térmicas ou climáticas, o Maranhão é considerado espaço tropical, pois se encontra totalmente na zona intertropical, na porção sul entre o Equador e o Trópico de Capricórnio.

SITUAÇÃO GEOGRÁFICA

Quanto à situação geográfica do Maranhão, consideram-se as seguintes referências. No âmbito nacional, o Maranhão, embora possua em seu território parte do domínio amazônico, pertence a macrorregião Nordeste. No âmbito regional, intra-Nordeste, o Maranhão é o estado menos nordestino, formando com a porção centro-ocidental do Piauí, a sub-região nordestina do Meio-Norte ou Nordeste Ocidental.O Meio-Norte corresponde a uma zona de transição do espaço brasileiro, sendo contornado por diferentes domínios naturais e geoeconômicos: o Sertão, a Amazônia e o Cerrado.O estado tem uma área de aproximadamente 333.365,6 km2, sendo habitável em qualquer parte do seu território. Com esta extensão o Maranhão ocupa uma posição de destaque quantitativamente em área territorial, sendo o 8º mais extenso do Brasil e o 2º da região Nordeste, ocupando 3,9% e 21,3% das terras brasileira e nordestina respectivamente.O espaço maranhense não dispõe somente de um extenso território, mas também de um rico potencial geoeconômico (encalhado diante dos obstáculos humanos), pois se trata de um espaço aproveitável entre os quatro extremos, haja vista que não há montanhas, geleiras, desertos, abalos sísmicos, vulcões, etc.. O Maranhão limita-se ao norte com o Oceano Atlântico; ao sul com os estados do Tocantins e Piauí; ao leste, nordeste e sudeste com o estado do Piauí; sudoeste com o estado do Tocantins; e ao oeste e noroeste com o estado do Pará.

Os pontos extremos do Maranhão são ao norte foz do rio Gurupi, ao sul Chapada das Mangabeiras, ao oeste confluência dos rios Tocantins e Araguaia, e a leste foz do rio Parnaíba.

ÁGUAS POR QUASE TODOS OS LADOS

Contornando o Maranhão encontram-se três tipos de divisas:Divisas fluviais: são determinadas pelos rios Parnaíba em toda a porção oriental (separando o Maranhão do estado do Piauí), Tocantins – Manuel Alves Grande ao sul e sudoeste (separando o Maranhão do estado do Tocantins), e Gurupi no lado ocidental (separando o Maranhão do estado do Pará).Divisas marítimas: considera-se o litoral ocupando toda porção setentrional do estado.

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Divisas terrestres: impedem o Maranhão de ser uma grande ilha flúvio-marinha, sendo trechos da Chapada das Mangabeiras (com denominações locais como Serra do Gado Bravo, Serra do Penitente e Serra da Tabatinga nos municípios de Balsas e Alto Parnaíba no sul do estado) e da Serra do Gurupi (nos municípios de Açailândia e são Pedro da Água Branca no oeste do estado).

HORA MARANHENSE

Localizado no fuso 45º Le W, o Maranhão encontra-se no terceiro fuso em relação a Greenwich e no 2º fuso brasileiro, estando, portanto, atrasado 3 horas em relação à Londres e com a mesma hora de Brasília, que corresponde à hora oficial do Brasil. Por apresentar baixas latitudes, não há praticamente desigualdades entre os dias e as noites por ocasião dos solstícios, não havendo assim, necessidade da implantação do horário de verão.

DIVISÃO REGIONAL E POLÍTICA

Após o estudo da variedade no panorama natural e visando a análise do potencial econômico e o melhor atendimento das particularidades naturais, culturais e sócio-econômicas inerentes ao Maranhão, os municípios maranhenses foram agrupados pelo IBGE conforme a evolução a seguir:

Zonas fisiográficas: vigorou até 1969, período em que os municípios maranhenses eram agrupados em 13 regiões como mostra o mapa acima.

Microrregiões homogêneas: substituíram as zonas fisiográficas até 1992. Os municípios maranhenses com características semelhantes foram agrupados em 16 pequenas regiões, destacando a principal cidade como centro polarizador geoeconômico.

Mesorregiões: atualmente apresenta a seguinte divisão política: 5 mesorregiões, 21 microrregiões, 217 municípios.Em janeiro de 1997 foram implantados 81 municípios alterando de 136 para 217 municípios.

CRIAÇÃO DE NOVOS MUNICÍPIOS

Na história do Maranhão, em nenhum outro período houve uma estratificação tão exagerada como no início da década de 90, quando 81 povoados foram transformados em municípios, provocando uma verdadeira “explosão municipal”, superando inclusive as duas décadas (30 e 60) juntas que até então, tinham os maiores números de municípios criados. Temos dúvidas em relação à criação dos novos municípios, que foram instalados no início de 1997, pois os critérios, na maioria, estão voltados para fins eleitoreiros, deixando no horizonte o potencial sócio-econômico e político do povoado que seria o fundamental para o desenvolvimento da região, e conseqüentemente do Maranhão. Inicialmente, no processo de criação e implantação dos novos municípios, há de se refletir sobre toda a questão financeira arcada pelo poder público, o fato da realização de plebiscito, eleições, constituição de prefeituras, câmaras, salários de vereadores e prefeitos, etc., considera-se que a especulação pela administração e legislação municipal foi grande antes mesmo da aprovação da criação do município.

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GERÊNCIAS REGIONAIS

O governo estadual, no novo momento político-administrativo, escolheu 18 municípios dotados de melhor infra-estrutura capazes de contribuir para o desenvolvimento regional, atuando como centros polarizadores dos recursos e serviços da área de abrangência.Sem desmerecer a especulação política, esta descentralização administrativa, influenciará no desenvolvimento dos municípios de menor poder sócio econômico e estrutural ou aumentará a dependência dos mesmos em relação às suas respectivas sedes gerenciais.As gerências regionais são: São Luís, Rosário, Itapecuru, Chapadinha, Codó, Pinheiro, Viana, Santa Inês, Zé Doca, Açailândia, Imperatriz, Balsas, São João dos Patos, Presidente Dutra, Pedreiras, Barra do Corda, Bacabal e Caxias.ASPECTOS FÍSICOS

1. ESTRUTURA GEOLÓGICA

Forma a estrutura geológica de um espaço os diferentes tipos de rochas e minerais que compõem o solo e o subsolo. Seu estudo é importante, pois está intimamente relacionada aos recursos naturais, principalmente os minerais, a estabilidade tectônica, a formação dos solos, a ocupação humana, o traçado viário, etc.O terreno maranhense é oriundo de diferentes eras e períodos geológicos, apresentando o domínio do sedimentar, que ocupa quase a totalidade interrompida por pequenas manchas de núcleos cristalinos, estando ausentes os dobramentos modernos, o que implica na estabilidade tectônica.

Os núcleos cristalinosOcupando aproximadamente 10% do espaço maranhense, o terreno cristalino, que data das primeiras eras geológicas (Pré-Cambriano), apresenta pequenas ramificações entre o Baixo Munim e o Baixo Itapecuru através do núcleo de Perizes e, principalmente, no noroeste, onde há a maior ocorrência, através do núcleo do Gurupi, destacando-se a extração de ouro.

As bacias sedimentaresA sedimentação no Maranhão vem ocorrendo ao longo das três últimas eras geológicas: a parte sedimentar mais antiga é representada pelas maiores altitudes do centro-sul do estado, sendo de maior resistência à atividade erosiva; em contradição, ao centro-norte é constituído por bacias em processo de formação, de menores altitudes e maior fragilidade. 2. RELEVO MARANHENSE

A plataforma sedimentar maranhense caracteriza-se, basicamente, por apresentar altitudes modestas em relação ao relevo brasileiro. Com um declive em direção sul-norte, o relevo maranhense é pouco acidentado, embora apresente uma série de morros, colinas e chapadas altas no sul, identificando esta parte como mais alta, no entanto, cerca de 70% de suas terras têm altitudes inferiores à 200m, principalmente no norte, onde está a parte mais rebaixada.Com ausência de áreas montanhosas, o terreno maranhense é formado por duas grandes unidades morfológicas: planaltos e planícies de acordo com Aziz Nacib Ab´Saber, e

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composta por três unidades: depressão, planalto e planície, segundo Jurandyr Ross. 2.1. Unidades do relevo maranhenseNa configuração geomorfológica, as planícies ocupam a maior parte do terreno maranhense, onde dominam o centro-norte, apresentando-se de diferentes formas como:

Planície Costeira: Ocupa a área litorânea formada por sedimentação quaternária e economicamente tem seu espaço ocupado pela atividade pesqueira, turismo, extração de sal marinho e atividades portuárias. Este segmento geomorfológico subdividi-se em:Costa de rias: costas baixas que dominam a porção do litoral ocidental com a paisagem de pontas, ilhas, reentrâncias, baías e manguezais resultantes da ação flúvio-marinha.Costa de dunas: ocupa o litoral sob a forma de grandes acumulações de areia, é característico do litoral oriental (lençóis maranhenses), resultante, principalmente, do trabalho eólico.

Planície Flúvio-marinha ou Baixada Maranhense: depressão preenchida por sedimentos quaternários, ainda em formação, sujeita a inundações dos rios Pericumã, Mearim e Pindaré, assim como os transbordamentos dos lagos. Destaca-se economicamente na pecuária extensiva e a pesca flúvio-lacustre.

Planície sub-litorânea ou fluvial: formação do cretáceo, constituindo a faixa de transição entre a Baixada Maranhense e os níveis mais elevados do planalto central do Maranhão, formada por um conjunto de colinas suaves, modeladas em rochas sedimentares e algumas altitudes isoladas, abrangendo os vales médios dos rios Itapecuru, Mearim, Pindaré e Grajaú. Marcado economicamente pela prática da rizicultura em maior proporção dada a condição natural da fertilidade do solo.O centro-sul do estado, parte mais elevada, apresenta 3 versões quanta a sua classificação ou denominação: o professor Aroldo de Azevedo na década de 40 classificou essa unidade como sendo o prolongamento final do planalto central brasileiro; para o professor Aziz Ab´Saber, na década de 60, essa parte do estado forma uma área de baixos planaltos sedimentares complementados por cuestas denominado planalto do Maranhão-Piauí ou Meio-Norte; finalmente, o professor Jurandyr Ross, na década de 90, divulgou seu trabalho A nova divisão do relevo brasileiro, onde o centro-sul do Maranhão, foi incluído no planalto e chapadas da bacia do Parnaíba.

3. HIDROGRAFIA

No geral, caracteriza-se a rede hidrográfica maranhense pelo domínio dos rios perenes, com exceção de alguns afluentes do Balsas, Itapecuru e Parnaíba, que desaparecem no período da estiagem, de regime pluvial do tipo tropical, pertencem a bacia do Meio-Norte, condicionados à disposição topográfica. Geralmente, os altos cursos são de planaltos e os médios e baixos cursos banham extensas planícies do norte, desaguando direta ou indiretamente no oceano Atlântico, sob forma de estuário, nas baías localizadas ao longo do litoral.

3.1. Bacias hidrográficas no MaranhãoOs rios que banham o espaço maranhense, desempenham uma grande influência sobre a população, principalmente na distribuição, em função da importância econômica nas áreas banhadas, como: o abastecimento de água, fonte de alimentos, lazer, comunicação, transporte, etc.

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As bacias que cortam o Maranhão são de dois tipos:Bacias Limítrofes: aquelas que servem de divisa do Maranhão com outros estados. São elas: Rio Parnaíba, Tocantins e Gurupi.Bacias dos rios genuinamente maranhenses: aquelas que nascem e deságuam em território maranhense. São elas dentre outras: Rios Munim, Itapecuru, Mearim, Pindaré, etc.

3.2- Os rios que banham o Maranhãoa) Rio Parnaíba: nasce na Serra da Tabatinga, ramificação natural da Chapada das Mangabeiras, através da junção dos igarapés Boi Pintado, Surubim e Águas Quentes, e deságua, sob forma de delta, na Baía de Canárias após separar em toda sua extensão, por mais de 1.700 km, os estados do Maranhão e Piauí.O rio Parnaíba é o principal do Meio-Norte, considerado uma fonte vital para um grande percentual da população maranhense e principalmente piauiense. Do ponto de vista econômico, a particularidade fica por conta do fornecimento de energia elétrica através da hidrelétrica de Boa Esperança (Presidente Castelo Branco).O delta do Parnaíba, considerado o maior das Américas, é um dos mais extensos do mundo, sendo formado por aproximadamente 70 ilhas com destaque para a Ilha das Canárias e Ilha Grande, e mais 5 braços: Rio Iguaraçú (o único que penetra no Piauí), Rio Canárias, Rio de Melancieiras, Rio do Caju e Rio Tutóia. Ainda está relacionado a 7 municípios: Araioses, Água Doce do Maranhão, Paulino Neves, Santana do Maranhão, Tutóia, Parnaíba e Luis Correia, estas duas últimas no estado do Piauí.A bacia inda apresenta os afluentes que deságuam no Parnaíba: pela margem direita (lado piauiense), Rios Urucu Vermelho, Urucu Preto, Gurgéia, Itaueiras, Piauí, Poti (banha Teresina) e Longa. Pela margem esquerda (lado maranhense) Rios Parnaibinha, Medonho, Babilônia, Limpeza, Balsas e Bacuri.O Rio Balsas nasce na Chapada das Mangabeiras e deságua no Parnaíba, onde banha as cidades de Balsas, Sambaíba, Loreto, São Félix de Balsas e Benedito Leite. Seu vale é marcado pela sojicultura comercial.Em toda sua trajetória o Rio Parnaíba é o que mais banha cidades maranhenses. Da nascente à foz temos: Alto Parnaíba (na outra margem Filomena), Tasso Fragoso, Benedito Leite, Nova Iorque, Barão de Grajaú (na outra margem Floriano), São Francisco do Maranhão (na outra margem Amarante), Parnarama, Timon (na outra margem Teresina), Coelho Neto, Duque Bacelar, Santa Quitéria do Maranhão, Milagres do Maranhão, Magalhães de Almeida, Araioses e Água Doce do Maranhão.

b) Rio Tocantins: Nasce na Serra Dourada (GO), e deságua na Baía do Marajó, no Golfão Amazônico, com o nome de Rio Pará, após um curso de 2.500 km, dos quais 400 km em terras maranhenses. Sua bacia não pertence ao grupo das secundárias do Meio-Norte, e seu grande destaque é a U.H.E. de Tucuruí em terras paraenses, responsável pelo fornecimento de energia para os projetos econômicos da Amazônia Oriental, incluindo o Maranhão.Seus afluentes pela margem direita (lado maranhense) são: Rios Manuel Alves Grande, Sereno, Farinha, Lajeado e na margem esquerda está o principal afluente: o Rio Araguaia, onde está a Ilha do Bananal, a mais extensa ilha fluvial do mundo.As cidades maranhenses banhadas pelo Rio Tocantins são Carolina (na outra margem Filadélfia), Estreito, Porto franco (na outra margem Tocantinópolis), Imperatriz, Campestre do Maranhão, Ribamar Fiquene, e Governador Edson Lobão.c) Rio Gurupi: nasce na Serra do Gurupi e deságua na Baía do Gurupi, separando em

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todas a sua extensão o Maranhão do estado do Pará.Seu curso banha a floresta do noroeste maranhense, sendo importante na extração do ouro sob forma de garimpagem. Banha Boa Vista do Gurupi, Centro Novo do Maranhão e Amapá do Maranhão. Um dos seus afluentes, o Rio Itinga separa uma parte do Maranhão com o Pará e banha a cidade do mesmo nome.

d) Rio Mearim: nasce nas proximidades da Serra Negra e deságua na Baía de São Marcos, do Golfão Maranhense, formando com o Pindaré o maior estuário do estado, onde ocorre o fenômeno da pororoca.Seus afluentes pela margem direita são: Rio Corda ou Capim (Barra do Corda) e o Rio das Flores. Na margem esquerda o Rio Grajaú (que banha Grajaú, Itaipava do Grajaú e Formosa da Serra Negra). No seu curso banha as cidades: Barra do Corda, Esperantinópolis, Pedreiras, São Luís Gonzaga, Bacabal, Vitória do Mearim, Arari, Trizidela do Vale e São Raimundo do Doca Bezerra.

e) Rio Pindaré: nasce na Serra da Cinta e deságua junto do Mearim na Baía de São Marcos, após banhar as cidades de Pindaré Mirim, Monção, Turilândia, Alto Alegre do Pindaré e passar próximo de Santa Inês. Seus afluentes pela margem direita são: os Rios Zutiuia e Buriticupu, e pela margem esquerda o Rio Caru.

f) Rio Itapecuru: nasce na Serra do Itapecuru e deságua na Baía de São José, do Golfão Maranhense, após um curso superior a 1.600 km, sendo o mais extenso e mais navegável rio maranhense.Seus afluentes pela margem direita são: Rios Corrente, Itapecuruzinho e Pirapemas, e pela margem esquerda os Rios Alpercatas, Codozinho e Peritoró.Banha as seguintes cidades: Mirador, Colinas, Caxias, Codó, Timbiras, Coroatá, Pirapemas, Cantanhede, Itapecuru-Mirim e Rosário.

g) Rio Munim: nasce no município de Aldeias Altos e deságua na Baía de São José, do Golfão Maranhense, após banhar as cidades de Nina Rodrigues, Presidente Juscelino, Morros, Axixá, Cachoeira Grande e Icatú na sua foz. Seus afluentes são na margem direita o Rio Preto (São Benedito do Rio Preto) e na margem esquerda o Rio Iguará (Nina Rodrigues).

h) Rio Periá: é o limite oeste dos Lençóis Maranhenses e banha Humberto de Campos e Primeira Cruz na sua foz.

i) Rio Preguiças: é o limite leste dos Lençóis Maranhenses e banha Barreirinhas.

j) Rio Pericumã: está relacionado diretamente com a Baixada Maranhense, banha Pinheiro e deságua na Baía de Cumã onde está Guimarães.

k) Rio Cururupu: banha a cidade de mesmo nome e deságua na Baía do cabelo da Velha.

l) Rio Turiaçú: nasce na Serra da Desordem e deságua na Baía de Turiaçú junto a cidade de mesmo nome e banha Santa Helena e Turilândia. Na sua foz ocorre o fenômeno da Pororoca.

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m) Rio Maracaçumé: nasce na Serra do Tiracambu e desemboca na Baía de Curará ou Maracaçumé, após banhar Cândido Mendes e Maracaçumé.

3.3. Bacias lacustres do MaranhãoA hidrografia maranhense é complementada por uma concentração de lagoas, sendo algumas consideradas lagos por serem de maiores extensões, geralmente de origem fluvial. Localizam-se, principalmente, na Baixada, onde desempenhando grande importância local, pois além do reservatório de água na período da estiagem, são também grandes fontes de alimentos pela sua psicosidade.Os lagos da Baixada são: Lago Acará (Monção), Lago-Açú destacam-se na produção de pescado (Conceição do Lago Açu), Lagos de Apuí, Aquari, Aquiri, Cajari ou Cajarana, e Viana (Viana), Lagos de Canfundoca, Faveiro, Laguinho, Grande e Bujiritiva (Pinheiro), Formoso, Ilha de Formosa (Penalva), Lago de Itaus (matinha), Lago Tarupau (Pindaré-Mirim) e os Lagos Laguinho e da Morte (Arari).Outros lagos. Lago de Bacuri (Magalhães de Almeida), Lagoa Grande (Pastos Bons e Nova Iorque), Lagoa da Mata (Codó), Lagoa Pirambo (Balsas), Lago de Tabuá (Tutóia e Barreirinhas) e as lagoas do Tacho e Santo Anastácio (Mirador).Além dos lagos e lagoas citadas, é muito comum nas pequenas depressões, o preenchimento de água no período chuvoso que chegam a sangrar nos igarapés ou rios, proporcionando a fartura de peixe para a população local, quando reduz o índice de chuvas na região.

3.4. Aproveitamento dos recursos hídricos. O aproveitamento dos recursos oferecidos pela rede fluvial maranhense está relacionado: ao extrativismo, através dos centros urbanos, como é o caso do Projeto Italuís, que conduz água do rio Itapecuru para São Luís; a pesca é um complemento na renda ou no padrão alimentar da população ribeirinha.Quanto ao uso das águas para a navegação, o Maranhão oferece mais de 5.000 km de rios navegáveis, embora a navegabilidade seja pouco expressiva, pois essas hidrovias encontram-se em áreas muito pobres e desvinculadas dos grandes mercados. Os pequenos entraves a navegação nos rios são encontrados no alto curso onde aparecem corredeiras, pedras, meandros, etc.A irrigação, embora pouco expressiva para o seu potencial, é praticada nos vales das principais bacias. Tal atividade é realizada, principalmente, onde há ocorrência de solos de tipo aluvião, facilitando as atividades agrárias do pequeno produtor rural.Por serem predominantemente de planície, os rios maranhenses possuem baixo potencial hidrelétrico, no entanto, o lazer passa a ser boa opção, favorecendo as cidades ribeirinhas no setor turístico.

3.5. O litoral maranhense O Maranhão possui aproximadamente 640 km de costas na sua porção setentrional, estendendo-se do estuário do Gurupi até o delta do Parnaíba, constituindo-se no segundo mais extenso do Brasil. Caracteriza-se por ser bastante recortado, em relação ao restante do país, com inúmeras baías, ilhas pontas, foz de rios responsáveis pelos sedimentos aluviais, cuja afloração proporciona a proliferação de manguezais. Destaca-se também o domínio de costas baixas, resultantes da ação conjunta de atividades marinha, fluvial, pluvial, eólica e antrópica.Considerando a sua estrutura geomorfológica, podemos dividir o litoral maranhense em 3 partes:

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a) O Litoral Ocidental: limitado pela baía do Gurupi e a baía de Cumã, caracterizando-se, basicamente, pelas costas de rias com grande deposição flúvio-marinha, avançando em direção ao mar, onde há maior desenvolvimento do mangue. É a parte mais acidentada devido à grande quantidade de ilhas, baías e foz de rios que são invadidos pelas marés.Destacam-se os seguintes acidentes geográficos: baías do Gurupi, Tromai, Mutuoca, Turiaçú, Capim, Cabelo da Velha e Cumã; ilhas Magunça, Mirinzal, Mutuoca, Trauina, Joãozinho e inúmeras ilhotas. Fazem parte do litoral ocidental os municípios de Carutapera, Luis Domingues, Godofredo Viana, Cândido Mendes, Turiaçú, Bacuri, Cururupu, Cedral, Bequimão, Apicun-Açú e Porto Rico.

b) O Litoral Oriental: limitado pela Baía do Tubarão e o delta do Parnaíba, sendo menos recortado em função do domínio do trabalho conjunto do mar e principalmente dos ventos alísios.Destacam-se como principais acidentes geográficos: baías de Tubarão, Tutóia e Caju; arquipélagos de Santana e Canárias. Abrange os municípios de: Humberto de Campos, Primeira Cruz, Barreirinhas, Tutóia, Araioses, Santo Amaro, Paulino Neves e Água Doce do Maranhão, que são marcados pelos Lençóis Maranhenses.

c) Golfão Maranhense: porção central do litoral, limitado pelos municípios de Icatú e Alcântara, sendo a principal reentrância do litoral maranhense e o grande coletor dos principais cursos fluviais do estado. Entre os acidentes geográficos destacam-se: baía de São Marcos, foz dos rios Mearim e Pindaré, onde ocorrem as maiores amplitudes de marés do Brasil, chegando a mais de 8 m nas marés de sizígia; baía de São José, foz dos rios Munim e Itapecuru, sendo denominada também de baía do Arraial; ilhas do Maranhão ou São Luís (Upaon-Açú), Caranguejos, Cajual, Tauá-Mirim, Curupu e outras ilhotas; estreito dos Mosquitos, canal que liga as Baías de São Marcos e São José, e separa a ilha de São Luís do continente; os municípios de Icatú, Axixá, Cajapió, Alcântara, São Luís, Paço do Lumiar, São José de Ribamar, Bacabeira, Bacurituba e Raposa.

4. CLIMA

Considerando a localização geográfica próxima do Equador, os climas que se manifestam no Maranhão, caracterizam-se por apresentar elevadas temperaturas com pequenas variações anuais e chuvas satisfatórias distribuídas, principalmente, no período do verão, estendendo-se até o outono, ou seja, de dezembro a julho, com destaque para os meses de março e abril.

A presença de massas quentes e úmidas, a grande extensão do litoral e os ventos são alguns elementos que determinam uma grande umidade no estado, que é reduzida em direção ao sudeste, pela proximidade com o Sertão semi-árido, apresentando, portanto, menor índice de chuvas.Entre os domínios climáticos, o clima equatorial manifesta-se no oeste e noroeste, onde se caracteriza pelas maiores médias térmicas, em torno de 27ºC, menores amplitudes térmicas, não chegando a 2ºC, e o maior índice pluviométrico, que chega a ser superior a 2.000 mm, com até nove meses de chuvas.Ocupando a maior faixa do estado, que se estende pelo litoral, nordeste, centro e sudoeste, está o clima tropical úmido com temperatura em torno de 21ºC, também com baixa amplitude térmica e índice de chuvas que varia em torno de 1.700 mm distribuída,

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principalmente, de dezembro a junho, diminuindo do litoral para o interior.No extremo sul e sudeste, encontra-se uma ramificação do clima tropical semi-úmido, quente com chuvas nos primeiros 5 meses do ano, ultrapassando 1.200 mm anuais.No clima maranhense a variação térmica é insignificante, no entanto, a distribuição das chuvas é bem notada.As cidades maranhenses do interior apresentam maior variação térmica por influência da continentalidade e a altitude associadas à latitude. 4.1. Estações do ano no MaranhãoQuantas e quais as estações do ano se manifestam no Maranhão?E como resposta para esta pergunta: Inverno e verão.Por falta de conhecimento conceitual caracteriza-se o período chuvoso como inverno e o período de estiagem como verão.Concepção errada, pois na realidade prática o Maranhão apresenta somente o verão, dada a maior aproximação de suas características (elevadas temperaturas), embora quase não haja diferença de duração entre o dia e a noite. Quanto ao inverno, que se caracteriza por apresentar baixas temperaturas e noites com duração superior ao dia, não há período no Maranhão com estas características, portanto, na pratica não há inverno. O período chuvoso está condicionado a dinâmica das massas de ar associadas a grande evapotranspiração.Por outro lado, analisando no âmbito teórico (calendário astronômico), o espaço maranhense, por estar no hemisfério sul, teria as quatro estações do ano no ponto máximo: 21 de junho (inverno), 23 de setembro (primavera), 21 de dezembro (verão), 21 de março (outono), as quais não se manifestam devido sua proximidade com a Linha do Equador, onde as variações de estações do ano são quase despercebidas.

5. VEGETAÇÃO

Condicionada ao tipo de clima, através da temperatura e umidade e a variedade pedológica, o Maranhão apresenta uma rica paisagem fitogeográfica, apresentando 3 níveis de porte. Tal diversidade vegetal é atribuída também a sua condição de estado-transição, assim, é comum a variação de paisagens antes do panorama uniforme.

a) Cerrado: A paisagem dos cerrados cobre a porção centro meridional, onde é característico de savana, pois é formado por arbustos de casca grossa, galhos retorcidos, associado a vegetação rasteira, avançando em direção ao nordeste, onde há maior umidade no domínio, o cerrado apresenta arbustos com porte mais desenvolvido e mais denso, associado a gramíneas e palmáceas, como a carnaúba nas áreas mais altas e buriti e babaçu nas áreas mais úmidas, caracterizando a paisagem do cerradão. Por outro lado, o sudeste do estado, área de menor umidade, o cerrado manifesta-se com arbustos de menor porte e mais distantes uns dos outros, sendo superados pela paisagem herbácea, são os campos do cerradinho.Poucas espécies de arbustos e árvores contribuem para o comercio madeireiro, todavia, são usados para transformação em carvão vegetal, e construção de cercas através dos moirões; pouco utilizados para fins alimentares. Nos campos dos cerrados vem sendo implantada a nova fronteira agrícola com técnicas mais avançadas, onde essa paisagem vem sendo substituída pela plantação com as culturas de arroz, milho, e principalmente, soja, superando a tradicional atividade da região: a pecuária extensiva. b) Floresta Amazônica: as condições de transição entre o clima superúmido da região

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norte e o clima semi-árido do Sertão nordestino, refletem em grande parte, na cobertura florestal do Maranhão, subdividida em duas partes:

b.1) Floresta Mesófila: contorna a Pré-Amazônia nos domínios dos climas quentes e úmidos, com chuvas torrenciais num período e outro seco. Apresenta grandes árvores associadas a um degrau inferior.b.2) Floresta Hidrófila: manifesta-se na Pré-Amazônia nos domínios do clima equatorial quente superúmido, com acentuada redução das chuvas em algumas épocas do ano. Apresenta árvores com grande densidade, grande variedade de espécies, algumas consideradas autóctones, apresentando certos obstáculos para a ação antrópica. Ainda assim, é menos densa que a Hiléia Amazônica, pois está situada na periferia desta última.

A extração de madeira é bastante expressiva na região (Pau Dárco, Ipê, Maçaranduba, Cumaru, Mogno, Angelim-Pedra), destinadas para a construção civil ou movelarias. Outras de valor comercial insignificante, são destinadas as caieiras, onde são transformadas em carvão vegetal, bastante utilizado na região como fonte de energia.

c) Mata dos Cocais: a paisagem característica do Maranhão é a Mata dos Cocais, considerada de transição entre vários domínios fitogeográficos, apresentando-se, portanto, associada em direção ao norte com os campos, ao sul e leste com o cerrado e, em direção oeste, junta-se gradativamente com a floresta, no entanto seu foco é na zona central nos vales dos rios Grajaú, Mearim, Itapecuru, Munim e Pindaré, com o domínio do babaçu (Orbygnia Spciosa) e a carnaúba (Copernícia Cerifera).

d) Campos: acompanhando a curvatura do Golfão Maranhense, a vegetação herbácea, representada pelos campos, cobre uma boa parte da Baixada, interrompidos por pequenas ondulações denominadas de “tesos”, onde a vegetação é de maior porte. Nas áreas mais baixas os campos são inundáveis pelas águas dos rios ou dos lagos da região.Os campos recebem denominações locais como: Campo de Perizes, Viana, Pindaré, Mearim, Anajatuba, Pombinhas e Pericumã.

e) Outras vegetações: Acompanhando a faixada costeira, desenvolveu-se a vegetação litorânea, apresentando duas paisagens características, uma do litoral ocidental onde há o predomínio do mangue da orla marítima, com o mangue vermelho em, direção ao interior, a partir daí, vem cedendo espaço para os campos ou na porção mais ocidental para a floresta; no litoral oriental é predominante a restinga, que recobre a paisagem de dunas, sendo substituída em direção do interior pelo cerrado, encontramos também a presença de mangues.Acompanhando os leitos fluviais, encontra-se em todo o território maranhense, embora seja mais notada no domínio dos cerrados, a mata galeria ou ciliar, que resulta de um complexo condicionado a maior umidade do terreno, chegando em alguns casos a ser considerada hidrófila, e em outros invadidos periodicamente nas cheias dos rios.No nordeste do estado, é comum a ocorrência de vegetação complexa, sob forma de matas isoladas, que popularmente recebem o nome de “Carrasco”, confundido com caatinga.Na fixa de transição da vegetação litorânea, principalmente o manguezal, para as demais paisagens, temos o chamado Apicum de influencia halófica.Outra paisagem muito comum no Maranhão é a Capoeira, constituída por uma vegetação secundaria, que se desenvolve nas antigas roças logo após as colheitas. Tal

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vegetação pode chegar ao estágio de Capoeirão, quando a paisagem assume aspectos originais.

Regiões ecológicasDada a heterogeneidade do quadro natural maranhense, condicionado a situação de transição, dividi-se em 7 regiões ecológicas com características particulares:

1. Litoral: é uma região de fraca cobertura vegetal. A vegetação aí existente é variada, existindo presença de mangues, coqueirais e vegetação de dunas. Nos vales aparecem matas onde florescem algumas variedades de espécies.O pescado e o sal constituem as principais riquezas da região. Das regiões ecológicas é a mais desenvolvida, a que soma maior número de habitantes. A maior concentração populacional verifica-se na Ilha de Upaon-Açú, e junto aos vales dos rios.

2. Baixada: é a região de menor superfície. Corresponde a uma região plana, de estrutura geológica recente, com presença dominante de terrenos terciários e quaternários. Está sujeita a inundações durante a estação chuvosa, devido as enchentes dos rios Mearim, Itapecuru e seus afluentes, além de outros rios aí existentes, somados à presença de muitos lagos que ponteiam a região. Sofre em alguns trechos, o influxo da água marinha. Na sua cobertura vegetal observa-se o predomínio dos campos que ao lado dos tesos cobertos de matas e dos vales com presença de arvores, constituem a paisagem vegetal dominante. É grande a variedade da fauna dessa região, com inúmeras variedades de peixes, répteis e aves aquáticas.A pecuária é a atividade largamente praticada nessa região, onde o gado tem como suporte alimentar as gramíneas nela existentes. A pecuária de suínos e de bovinos e, principalmente, o rebanho bubalino, que tem sido alvo de discussões devido sua condição de predador ambiental.

3. Cerrado: é a região de cobertura vegetal tipo savanas, que se apresenta mais rala nas proximidades do Itapecuru, onde ocorre a presença do babaçu.

4. Cocais: é uma região de relevo modesto, cobertura vegetal predominantemente de palmeiras, onde o domínio é do babaçu.É a área de maior adensamento do babaçu. É uma região de destacada produção agrícola, onde os produtos mais cultivados são o arroz, o milho, o algodão, o feijão e a mandioca.

5. Pré-Amazônia: é a maior das regiões ecológicas e superfície, e a segunda mais populosa. Se estende desde os manguezais do litoral noroeste às matas próximas da região do Planalto, coberta pela floresta Amazônica. É uma região de grande expansão agropastoril. Juntamente com a região dos cocais, é a maior produtora de arroz do estado, destacando-se também na produção de milho, feijão, mandioca e mamona.

6. Chapadões: corresponde a uma faixa intermediária entre a região dos cerrados e do planalto. Com altitude de 200 a 300 metros. Sua paisagem varia com a presença de vales baixos e terras férteis, que se interligam às chapadas de altitudes variadas. Sua vegetação é do tipo cerrado, o que favorece a pecuária que tem nessa região uma das atividades mais antigas. É a região que apresenta mais baixa taxa de crescimento populacional.

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7. Região do planalto: ocupa a parte meridional do Maranhão, área de relevo pito planalto, coberto por cerrados. Seu relevo pode ser caracterizado como borda do Planalto Central Brasileiro. É a região de menor concentração populacional.

A degradação do ambiente maranhenseO estado do Maranhão possui o maior grau de diversidade natural do país, sobretudo no que se refere a cobertura vegetal e disponibilidade hidrográfica.A implantação de grandes projetos geoeconômicos, o aumento do contingente demográfico urbano, empreendimentos agropastoris e as técnicas de uso do solo, entre outros, têm impulsionado a mudança do perfil natural maranhense.As áreas do cerrado são ocupadas por extensas plantações de soja, a Pré-Amazônia, já enormemente devastada, assiste a chegada de floresta de eucalipto, os manguezais e dunas no litoral continuam submetidos à invasão e exploração predatória, os campos são descaracterizados com pecuária extensiva, o babaçual resiste, a bravura do trabalhador braçal e os rios agonizam, persistem e insistem diante das atividades agropastoris, extrativas e industriais. Tudo em nome de um “desenvolvimento econômico” que, a rigor ainda não trouxe benefícios significativos à economia maranhense e no geral ao seu povo.No espaço maranhense todos os ecossistemas apresentam degradação ambiental resultante das atividades antrópicas, entre os quais pode-se destacar:

Litoral: a ocupação desordenada na periferia das cidades litorâneas, tem proporcionado a invasão e devastação dos manguezais, que já eram alvo em décadas passadas, como fonte de energia para padarias e hoje vem sendo substituídos por aterros, cedendo espaço para moradias em forma de palafitas. Como conseqüência temos, o assoreamento dos igarapés e rios, desaparecimento de algumas espécies de crustáceos que serviriam de alimento para o trabalhador de baixa renda, aumento do nível do mar em áreas vizinhas. Ainda no litoral, a Baía de São Marcos no Golfão Maranhense tem sido bastante afetada, em conseqüência do fluxo de embarcações direcionadas para os portos dos projetos econômicos. Entre as principais causas de degradação do sistema litorâneo estão: afundamento de embarcações sobrecarregados de produtos estranhos ao ambiente (óleo e minérios), principalmente na baía de São Marcos, cuja responsabilidade é desviada a quem não tem voz de defesa como: correntes marinhas, bancos de areia, máquinas sucateadas, e quando não há saída, às falhas humanas. Assim, o mar de lama preta invade as praias e rios, os minérios vão assoreando os canais, a Baía vai se tornando cemitério de embarcações.Destruição dos manguezais: o manguezal constitui-se um dos mais típicos ecossistemas do mundo tropical, correspondendo a transição entre o ambiente marinho e o fluvial. Serve de abrigo natural para diversas espécies marinhas, assim como aves. O mangue tem sido alvo da extração de madeira, tanino, lenha para padarias, troncos para construção civil, aterros para ocupação desordenada pela população pertencente as camadas sociais mais baixas, sob forma de palafitas. Tal utilização de forma irracional afeta a cadeia alimentar do sistema e, conseqüentemente, a redução ou desaparecimento de algumas espécies.As dunas: a sua destruição é mais comum em áreas consideradas nobres, onde as mesmas vem sendo substituídas por moradias de pessoas que possuem um certo poder aquisitivo (grilo chique), ou bares e pousadas junto as praias. As dunas funcionam como reservas e filtros naturais de água que abastecem rios, riachos, lagos e lençóis freáticos,

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servem também como abrigo para muitas espécies animais, alem de compor aspectos paisagísticos e turísticos.

Desmatamento na margem dos riosOs rios são os grandes alvos da ação antrópica sob vários aspectos, como: o coletor dos esgotos das cidades instaladas ao longo dos vales formados pela população atraída pelas vantagens oferecidas pelo rio.O grande problema nos rios maranhenses, principalmente no rio Itapecuru, são as práticas agrícolas do pequeno agricultor, como a vazante e a roça.A vazante é praticada no período em que o rio encontra-se no leito normal, no período seco, e consiste no seguinte: 1º Retira-se a mata galeria que foi invadida pela água das enchentes; 2º Planta-se verduras e leguminosas que apresentam um ciclo vital bastante curto; 3º Após a colheita a plantação morre e o solo ribeirinho fica exposto a erosão nas próximas chuvas e enchentes; 4º Com a atividade erosiva, o material e conduzido naturalmente para o leito dos rios, provocando o assoreamento, dificultando a navegação e reduzindo a pisicosidade.A roça é uma outra prática que pode afetar direta ou indiretamente os rios, isso ocorre da seguinte forma: 1º O caboclo geralmente busca os vales dos igarapés, devido o solo ser mais fértil, principalmente, para o cultivo do arroz;2º Após devastar a vegetação que retém a umidade do solo que forma os igarapés que alimentam, a área é queimada;3º Com a queimada, há uma redução ou extinção do igarapé, que vai influenciar no volume de água dos rios, que em conseqüência da vazante já estão sendo assoreados, aí há um desequilíbrio agudo.A pesca no período de piracema é um outro problema. Os peixes deslocam-se em cardumes, facilitando a pesca, por outro lado, esta prática reduz o potencial pesqueiro dos rios, pois sem a piracema não há reprodução.O assoreamento que se expande até os ecossistemas lacustres, já causou o desaparecimento de diversos riachos na Ilha Grande do Maranhão, onde a ação antrópica é mais ativa, seja pela ocupação, infra-estrutura ou pela especulação imobiliária.

Degradação do soloA agressão ao meio ambiente maranhense está ligada a uma série de fatores: incentivos fiscais que estimulam a implantação de gigantescos projetos agropecuários, sem respeito à aptidão pedológica. As florestas estão cedendo espaço para a pecuária, expondo o solo ao intemperismo, chuvas pesadas e ao manejo inadequado. A mecanização pesada, emprego de defensivos e fertilizantes químicos, queimadas, etc. A estrutura fundiária também contribui para tal situação, uma vez que grande parte do solo encontra-se nas mãos de poucos, em contraposição a pequenas áreas de forte pressão demográfica. A principal ferramenta do lavrador, a queimada, avança nas matas virgens e capoeiras, comprometendo a fertilidade natural do solo, pois o mesmo fica exposto a lixiviação e ao intemperismo em geral. Outro fator é o super manejo dos fracos solos do centro-sul do estado, adquiridos por preços baixos por agricultores do centro-sul do país.

Degradação da vegetaçãoOs biomas no Maranhão tem sido presas fáceis nas mãos do homem, face a uma série de

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atividades por ele desenvolvidas.A paisagem vem passando por uma redução em seu quadro natural, em conseqüência de uma série de atividades humanas como a utilização de madeira para fins industriais ou como fonte de energia, ampliação da paisagem agropecuária e as queimadas. Estas últimas, por trazer conseqüências mais sérias como o empobrecimento dos solos, matança de macro e micro organismos, erosão, etc. O IBAMA tem intensificado a fiscalização e orientado com técnicas modernas aqueles trabalhadores que não dispõem de recursos nas queimadas planejadas, com menos danos à natureza. Os campos apresentam a atividade tradicional da pecuária extensiva de bovinos e com maior aceitação, dadas as condições naturais a bubalina, que com seu instinto selvagem tem se constituído no grande predador do referido ecossistema.O cerrado que tradicionalmente é utilizado para a pecuária extensiva, vem sendo degradado para outros fins geoeconômicos como: exploração da madeira para a transformação em carvão vegetal, atendendo a siderurgia; substituição por culturas agrícolas recentes como a soja, que em algumas áreas quando a produtividade não é desejada, a área desmatada é abandonada provocando situações semelhantes ao processo de desertificação em alguns municípios do Centro-Sul do estado que integram a zona do cerrado setentrional. Em certos trechos do cerrado do Vale do Munin, está ocorrendo a introdução da plantação de eucalipto, elemento estranho ao ambiente local, que pode futuramente comprometer o ecossistema local.No domínio florestal pertencente a parte oriental da Hiléia Amazônica, onde se expandem as frentes pioneiras de colonização e agropecuária, assim como, projetos geoeconômicos como o Grande Carajás, cuja ferrovia atravessa o oeste maranhense, apresenta elevadas taxas de desmatamento onde o Maranhão já desponta como uma das áreas mais devastadas do Brasil, seja apela ocupação humana, agricultura, pecuária, extração de madeira para indústrias imobiliárias ou construção civil, ou ainda para a fabricação de carvão vegetal visando o abastecimento energético das siderurgias implantadas na região. Um dos pontos críticos são os acordos entre carvoeiros e fazendeiros, onde o primeiro recebe a área para devastar e transformar a madeira em carvão, e o segundo fica na espera da área devastada limpa para a realização de plantio de pastagens, visando a transformação numa área de criação.A mata de cocais embora seja responsável por uma boa parte da renda do lavrador situado nos principais vales fluviais, vem passando por uma devastação em função da expansão da agropecuária, onde pindovas, palmeiras em formação, são destruídas e as palmeiras adultas são derrubadas cedendo espaço para outras atividades ligadas ao setor primário. Através das queimadas o pequeno agricultor deixa a sua marca registrada nos cocais, que ainda sofre com a extração predadora do palmito e dos cachos com amêndoas ainda verdes, reduzindo a produtividade de forma ambiciosa ou na luta pela sobrevivência.