Geografia de Lajes / RN

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Uma fazenda pertencente a Francisco Pedro de Gomes Melo, no idos de 1825,

representou os primeiros sinais de povoamento na localidade. A localidade de Lajes, por

estar estrategicamente situada nos caminhos do sertão, tornou-se um importante ponto

de encontro e descanso de boiadeiros e fazendeiros em viagens à procura de negócios,

que aproveitavam a parada obrigatória para refrescar o comboio e completar a carga

vendida. No ano de 1914, a estrada de ferro Sampaio Correia chegou à localidade,

trazendo com ela o progresso e impulsionando o desenvolvimento local. Em 25 de

novembro do mesmo ano, pela Lei n 360, foi criado o município de Lajes, que na

oportunidade incorporou a sede do município de Jardim de Angicos. O município

mudou de nome por força do Decreto n 268, de 30 de dezembro de 1943, passando a ser

chamado de Itaretama, que significa região de pedras. Dez anos depois, em 11 de

dezembro de 1953, pela Lei n 1.032, retornou ao antigo nome; voltou a ser Lajes.

1. IDENTIFICAÇÃO

Nome do Município: Lajes

Lei de Criação: nº 360 Data: 25/11/1914

Desmembrado de: ...

Microrregião do IBGE: Angicos

Zona Homogênea do Planejamento: Litoral Norte

2. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA

2.1 - Localização, Área, Altitude da Sede, Distância em Relação à Capital e Limites

dos Pontos Cardeais

Coordenadas Geográficas: latitude 05º 42’ 00” Sul

Longitude 36º 14’ 04” Oeste

Área: 668,6 km², equivalente a 1,25% da superfície estadual

Altitude da Sede: 199 metros

Distância em Relação à Capital: 125 km

Limites: Norte - Jandaíra, Pedra Preta e Pedro Avelino

Sul - São Tomé e Cerro Corá

Leste - Pedra Preta e Caiçara do Rio do Vento

Oeste - Pedro Avelino, Angicos e Fernando Pedroza

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2.2 – Clima

Tipo: Árido

Precipitação pluviométrica anual: média 414,7 mm

Máxima 1.287,7 mm

Mínima 47,0 mm

Período chuvoso: março a abril

Temperatura média anual: 27,2º C

Umidade relativa média anual: 70%.

2.3 - Formação Vegetal

2.4 - Solos

Solos predominantes e características principais:

Sistema de Manejo: baixo, médio e alto nível tecnológico. As práticas agrícolas

estão condicionadas tanto ao trabalho braçal e a tração animal, com implementos

agrícolas simples, com a motomecanização.

2.5 – Relevo

2.6 - Aspectos Geológicos

Caatinga Hipoxerófila - vegetação de clima semi-árido, apresenta arbustos e

árvores com espinhos e de aspecto menos agressivo do que a Caatinga Hiperxerófila.

Entre outras espécies destacam-se a catingueira, angico, braúna, juazeiro, marmeleiro,

mandacaru e aroeira. Caatinga Hiperxerófila - vegetação de caráter mais seco, com

abundância de cactácea e plantas de porte mais baixo e espalhadas. Entre outras

espécies destacam-se a jurema-preta, mufumbo, faveleiro, marmeleiro, xique-xique e

facheiro. Solos Litólicos Eutróficos - fertilidade natural alta, textura arenosa e/ou média,

fase pedregosa e rochosa, relevo suave ondulado e ondulado, bem a acentuadamente

drenados. Podzólico Vermelho Amarelo Equivalente Eutrófico abrúptico plíntico -

fertilidade natural alta, textura média, relevo plano, moderadamente e imperfeitamente

drenados, medianamente drenados. Uso: na área dos solos Litólicos a agricultura é

praticamente inexistente, cultivando-se apenas algodão arbóreo, feijão, milho e

pastagens em pequenas áreas. As limitações ao uso agrícola decorem da falta d´água,

susceptibilidade a erosão, além de restrições ao emprego de máquina agrícola devido a

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pequena espessura dos solos, de pedregosidade e rochosidade. As áreas de Podzólico

são utilizados com algodão arbóreo, milho, feijão, sisal, mandioca e alguma de palma

forrageira, em pequenas áreas. Em maior extensão são cultivadas com pastagem natural

para criação extensiva de gado. A principal limitação ao uso agrícola relaciona-se com a

falta d´água, decorrente do longo período de estiagem e da irregularidade na

distribuição das chuvas na região. Aptidão Agrícola: aptidão regular para lavouras.

Pequenas faixas de terra com aptidão restrita para lavouras. Aptidão regular e restrita

para pastagem natural. Terras aptas para culturas especiais de ciclo longo, tais como

algodão arbóreo, sisal, caju e coco. Terras indicadas para preservação da fauna e da

flora ou para recreação.

O município situa-se em terreno de domínio do Embasamento Cristalino,

predominantemente Grupo Caicó, de Idade Pré-Cambriana (1.100-2.500 milhões de

anos), que é caracterizado por rochas tipo magmatitos, ganaisses, anfibolitos, granitos e

xistos. No extremo norte da área do município é caracterizado pelos sedimentos da

Bacia Potiguar de Idade Cretácea (aproximadamente 80 milhões de anos), com a

Formação Açu, arenitos e Formação Jandaíra (calcários).

Ocorrências Minerais: Minerais metálicos - Tungstêncio e Ouro.

Tungstênio (schelita) - 4.200 toneladas, representando apenas 1% da reserva

estadual medida (1989). A mina Bonfim situada na Fazenda Bonfim encontra-se

desativada em decorrência do baixo preço do concentrado de tungstênio no mercado.

Este mineral é muito utilizado para fins industriais em aços para ferramenta de corte,

lâmina de motor a jato, produtos químicos e metálicos para aparelhos eletrônicos etc.

Merece destaque a atuação dos garimpeiros na descoberta e extração deste minério.

Ouro - Neste município as ocorrências auríferas têm sido pesquisadas através do

Projeto da CDM/RN. As áreas pesquisadas até o momento foram: Amarante, oriente,

Bonfim e Serra do Balanço. Como metal é utilizado na ourivessaria, indústria química,

odontológica, etc.

2.7 - Recursos Hídricos

Bacia Hidrográfica: Ceará-Mirim (90%)*, Litoral Norte (10)*

Rios: Ceará Mirim.

Riachos: Cachoeirinha, Meio, Trapiá, Picos, Pretos, Queiróz, Urubu, Porcos,

Juazeiro, Amarante, Arizona, Bonfim, do Arame, Maniçoba, Poço Preto, São Bento,

Tanque, Vídéo, Sá.

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2.8 - Área de Conservação Florestal

Parque Ecológico do Cabugi - criado pela Lei Estadual nº 5.823 de 07.12.1988 e a

Portaria nº 446 de 31.08.1889. Responsabilidade do Instituto de Terras do Rio Grande

do Norte - ITERN.

Com área de 2.164 ha o Parque foi criado para proteger os recursos ecológicos

representados pelo Pico do Cabugi.

Aqüífero Cristalino - engloba todas as rochas cristalinas, onde o armazenamento

de águas subterrâneas somente se torna possível quando a geologia local apresentar

fraturas associadas a uma cobertura de solos residuais significativa. Os poços perfurados

apresentam uma vazão média baixa de 3,05 m³/h e uma profundidade de até 60 m, com

água comumente apresentando alto teor salino de 480 a 1.400 mg/1 com restrições para

consumo humano e uso agrícola.

Aqüífero Aluvião - apresenta-se disperso, sendo constituído pelos sedimentos

depositados nos leitos e terraços dos rios e riachos de maior porte. Estes depósitos

caracterizam-se pela alta permeabilidade, boas condições de realimentação e uma

profundidade média em torno de 7 metros. A qualidade da água geralmente é boa e

pouco explorada.

Aqüífero Açu - ocorre numa faixa que acompanha a borda da Bacia Potiguar,

apresentando uma espessura média de 150 m na área de afloramento. O arenito Açu tem

suave mergulho para Norte, quando aumenta gradativamente de espessura, chegando a

atingir uma média de 500 m, em sub-superfície. Sobreposto a ele encontra-se os

calcários da Formação Jandaíra. Este aquífero é livre na sua faixa de afloramento,

apresentando uma vazão de 10 m3/h, enquanto que na área de sub-superfície sua vazão

pode atingir até 200 m3/h. As águas em geral são boas, podendo ser utilizadas para

consumo humano, animal, industrial e outros, não havendo portanto limitações quanto à

qualidade.

Aqüífero Jandaíra - É composto dominantemente por calcários, apresentando água

geralmente salobra e uma composição química favorável a pequena irrigação. É também

um aqüífero livre ou confinado com vazões que variam até 30m3/h, com média de 3

m3/h e poços com profundidade média em torno de 8m.

Açudes com Capacidade de Acumulação Superior a 100.000 m3:

Ameixa - 100.000

Caraúbas - 350.000

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Gavião - 100.000

Juazeiro - 1.266.000

O historiador Câmara Cascudo, no seu livro Nomes da Terra, diz que a região era

conhecida pela abundância de penedos e lajedos. Constituía, por todo lado, terra

excelente de pastoreia com pastagens, apensar das estiagens desoladas.

Segundo o folclorista e pesquisador, "a cidade era passagem para o sertão do

oeste, ida e vinda, rumo ao Ceará-Mirim e a cidade do Natal; algodão, carne seca,

bodes, miunças, gado em pé, tangido pelos vaqueiros aboiando nos tabuleiros de Açu e

Angicos. As Lages, forçosamente, tornaram-se ponto de encontro, parada para

descansar, milhar a burra baixeira, refrescar o comboio carregado."

De Lajes desmembraram-se os municípios de Caiçara do Rio do Vento, Pedra

Preta, Jandaíra, Jardim de Angicos, todos em 1963.