Geografia - CEESVO - Apostila - Módulo 06

17
Módulo 6 Industrialização 1 MÓDULO 06 MÓDULO 06 MÓDULO 06 MÓDULO 06 A A A A INDUSTRIALIZAÇÃO INDUSTRIALIZAÇÃO INDUSTRIALIZAÇÃO INDUSTRIALIZAÇÃO GERAL GERAL GERAL GERAL

Transcript of Geografia - CEESVO - Apostila - Módulo 06

Page 1: Geografia - CEESVO - Apostila - Módulo 06

Módulo 6 Industrialização �

1

MÓDULO 06MÓDULO 06MÓDULO 06MÓDULO 06

A A A A INDUSTRIALIZAÇÃO INDUSTRIALIZAÇÃO INDUSTRIALIZAÇÃO INDUSTRIALIZAÇÃO

GERAL GERAL GERAL GERAL

������������������������������������

Page 2: Geografia - CEESVO - Apostila - Módulo 06

Módulo 6 Industrialização �

2

Roteiro 1. As etapas da industrialização. 2. O desenvolvimento industrial e sua importância. 3. A concentração industrial em determinadas regiões do globo terrestre. 4. Tipos de indústria. 5. Revolução técnico - científica.

Objetivos • Perceber a importância da indústria e a transformação que ela provoca; • Entender as etapas da industrialização: artesanato, manufatura e indústria

moderna; • Compreender o surgimento da burguesia e as causas que os levou a se

tornarem donos dos meios de produção e o surgimento das duas classes sociais dentro do capitalismo;

• Analisar os principais fatores da concentração industrial; • Perceber as mudanças ocorridas pela terceira revolução industrial e como essas

mudanças afetam a sua vida; • Entender a importância da Pesquisa & Desenvolvimento e as possibilidades de

investimentos; • Compreender porque a robotização é importante para as indústrias e porque ela

tem substituído o homem.

Page 3: Geografia - CEESVO - Apostila - Módulo 06

Módulo 6 Industrialização �

3

INTRODUÇÃO

O que seria da humanidade sem indústrias? Será que hoje, a indústria atingiu o seu estágio máximo? e você fizer uma retrospectiva histórica vai esclarecer estes questionamentos e

perceber as transformações no mundo neste final de milênio. A indústria, isto é, a transformação da matéria-prima em produtos elaborados, mudou radicalmente a economia e a política mundial. Podemos dizer que a máquina a vapor foi a base da Revolução Industrial, que deu início à sociedade urbano- industrial e ao mesmo tempo modificou a natureza, a partir do século XVIII. Atualmente a reestruturação produtiva está constantemente alterando a posição relativa das regiões e dos países, fazendo com que

aqueles que têm um complexo e diversificado parque industrial percam a posição para novas áreas, onde novas formas de produzir estão sendo implantadas. Você já pensou no que seria de cada um de nós, se tivéssemos que fabricar nossas próprias roupas, sapatos, talheres, móveis, enfim tudo o que usamos no nosso dia-a-dia?

Hoje, a atividade industrial é básica para qualquer sociedade moderna. Para você ter uma idéia, existe até a expressão sociedade industrial, que é usada para definir as nações que entraram no processo de evolução tecnológica de intensa urbanização, de sofisticada mecanização do trabalho e de desenvolvimento dos transportes.

Se a industrialização modificou toda a sociedade moderna como foi o processo de seu desenvolvimento?

Page 4: Geografia - CEESVO - Apostila - Módulo 06

Módulo 6 Industrialização �

4

EXISTE DIVISÃO EXISTE DIVISÃO EXISTE DIVISÃO EXISTE DIVISÃO DE TRABALHO NA DE TRABALHO NA DE TRABALHO NA DE TRABALHO NA

SUA CASA ?SUA CASA ?SUA CASA ?SUA CASA ? COMO SÃO ESSAS COMO SÃO ESSAS COMO SÃO ESSAS COMO SÃO ESSAS

TAREFASTAREFASTAREFASTAREFAS ? ? ? ?

Indústria é o conjunto das atividades realizadas na transformação das chamadas matérias-primas em estado bruto ou não – em bens de produção e consumo.

Antes da indústria moderna, a produção passou por dois estágios: o

artesanato e a manufatura. É o que nós vamos ver agora.

O artesão e sua família, com o uso de ferramentas simples, realizavam todas as etapas do trabalho, desde a preparação da matéria-prima até o produto final, por isso não havia divisão de trabalho. O produto dependia basicamente da capacidade de trabalho do artesão e de suas qualidades ou habilidades. Exemplo: para a produção artesanal de sapatos o artesão sozinho realiza todas as etapas para a elaboração desse artigo (curte o couro, corta-o, faz a sola e o salto, prega, pinta, costura etc.)

MAS, A PRODUÇÃO ERA PEQUENA E LENTA. No século XIV e XV alguns artesãos passaram a comercializar seus produtos e outros se associar aos grandes comerciantes. Desenvolvia-se a economia de mercado – o capitalismo mercantil, propriamente dito. Para defender seus interesses, organizaram-se nas chamadas corporações de ofício. Estas estabeleciam limites para o volume da produção e o número de trabalhadores, além de controlar o preço dos produtos. Com este sistema foi formada uma nova classe social, a burguesia que se tornava cada vez mais

poderosa, porque era composta em sua maioria, por comerciantes que se tornaram ricos.

A partir do século XVI, os trabalhadores começaram a se organizar em grupos para executar tarefas. Estava nascendo a Divisão Social do Trabalho . Todas as tarefas eram complementares da produção. Passaram a utilizar máquinas simples. É

a fase da manufatura.

O artesanato é a fase inicial da indústria

Page 5: Geografia - CEESVO - Apostila - Módulo 06

Módulo 6 Industrialização �

5

Nessa fase o trabalho dependia essencialmente da habilidade do homem e não da máquina. Exemplo: Um trabalhador curte o couro, outros fazem a sola, outros pintam o calçado, etc. Essa é a divisão do trabalho, cada trabalhador se especializa em uma parte do produto, mesmo sendo empregado o trabalho manual e o emprego de poucas máquinas. No final do século XVII e início do século XVIII os trabalhadores das manufaturas e os artesãos viram-se obrigados a vender sua mão-de-obra por estarem desprovidos dos instrumentos necessários para seu trabalho, porque eles haviam encarecido de tal forma que os trabalhadores ficaram impossibilitados de adquiri-los. É nesta fase que surge o proletariado (trabalhador que vende sua força de trabalho por salário).

Os burgueses tornaram-se proprietários dos instrumentos de produção e se fortaleceram com o trabalho alheio. “O capitalista, indiretamente, começou a controlar o saber técnico do trabalhador, passou a ter controle sobre a sua produtividade. O desenvolvimento do comércio e das cidades, o aumento da população, a modificação das relações de trabalho, a expansão marítimo-comercial européia e a colonização do continente americano criaram condições favoráveis para a eclosão da Revolução Industrial na segunda metade do século XVIII, na Inglaterra, dando origem à indústria moderna.

MAS, O QUE É INDÚSTRIA MODERNA?

A indústria moderna caracteriza-se por uma intensa e complexa divisão do

trabalho, isto é, uma especialização do trabalhador em determinada atividade. Há uso de máquinas movidas por modernas formas de energia, produção em série e em grande escala.

Em vista disso o trabalhador acaba perdendo a idéia de como se faz todo o produto. O fato mais característico da indústria moderna é o grande emprego de máquinas. A habilidade humana torna-se apenas um complemento da máquina, resumindo-se apenas em saber fazê-la funcionar. Exemplo: No caso da fábrica de sapatos, há uma máquina para pregar, outra para pintar e assim por diante; os trabalhadores fazem-nas funcionar, isso chama-se robotização.

Page 6: Geografia - CEESVO - Apostila - Módulo 06

Módulo 6 Industrialização �

6

Você sabe o que é ROBOTIZAÇÃO ?

É a industrialização nas quais os trabalhadores apenas cronometram tempo, controlam qualidade, colocando as peças no lugar adequado das máquinas, mas são as máquinas que fazem o trabalho com um ritmo muito intenso que não depende mais da vontade dos trabalhadores, mas sim da possibilidade das máquinas. Isso faz com que haja uma redução acentuada do número de trabalhadores

causando o desemprego.

A indústria moderna foi responsável pelas grandes tranformações urbanas: multiplicação de diversos ramos de serviços que caracterizam as cidades

modernas; desenvolvimento dos meios de transporte e comunicação, que nacional ou mundialmente, interligam as regiões, criação de novas profissões... Também foi responsável pelo aumento de produtividade agrícola e pelo êxodo rural, pela introdução de um novo modo de vida e de novos hábitos, pelo estabelecimento de uma relação entre a sociedade e a natureza. Modificou também as relações sociais e territoriais, aprofundou a competição entre povos, dinamizou a economia e intensificou os intercâmbios comercias, culturais e étnicos.

Você já observou que o desenvolvimento industrial se processou e se processa de forma bastante desigual. Muita gente, no interior do Brasil e em áreas mais atrasadas no mundo, nunca viu uma fábrica, embora consuma algum tipo de produto industrializado, já que a indústria, apesar de restrita a poucos lugares do planeta, estabeleceu uma série de relação em âmbito local, regional e mundial.

No mapa abaixo, você poderá observar a distribuição das áreas indústrias no planeta.

Page 7: Geografia - CEESVO - Apostila - Módulo 06

Módulo 6 Industrialização �

7

Imperialista – Política de

expansão e

dominação

territorial e ou

econômico de

uma nação

sobre a outra.

Por que as indústrias se distribuem de forma desigual?

Ao analisar o mapa-múndi podemos notar que as indústrias se concentram

em poucos lugares, principalmente nos países do norte.

Essa concentração se deve a fatores: � A difusão do sistema fabril; � A acumulação de capitais decorrentes da expansão

comercial; � A expansão do mercado consumidor e de matéria-prima,

derivada da dominação imperialista�; � A criação de infra-estrutura básica, como a rede de

transporte e comunicação. Para entender melhor o processo industrial vamos analisar, do ponto de vista histórico e social, os fatores acima citados que caracterizavam as diferentes fases da Revolução Industrial.

PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Por volta de 1790, o escocês James Watt inventou a primeira máquina a vapor e mudou todo o curso da história.

Vale lembrar que a ciência e a tecnologia da época passaram a produzir

máquinas movidas pela energia retirada do meio ambiente. “ A criação Watt acionou a Revolução Industrial, que deu início à sociedade

moderna urbana, à era da energia da água, do vapor dos ventos ou de qualquer outro tipo de energia que pudesse mover máquinas. A partir daí, começou um processo de poluição cada vez maior da atmosfera pela multiplicação de chaminés e motores industriais.

A ciência então voltou-se para a natureza não mais para examiná-la, mas para extrair-lhe a energia, tomando emprestada a força de seus elementos.”

HELENE, M. Elisa M. Ciências e Tecnologia de mãos dadas como poder.

Durante a primeira Revolução Industrial, isto é, no final do século XVIII até a metade do século XIX, a principal fonte de energia foi o carvão mineral... Por essa razão houve grande desenvolvimento industrial em torno das principais bacias carboníferas do Reino Unido, particularmente, da Inglaterra, que na época era a grande potência econômica.

Já as riquezas acumuladas durante a expansão marítima (1453 – 1789), as imensas reservas de carvão mineral e do minério de ferro, favoreceram o desenvolvimento das siderúrgicas, e conseqüentemente : indústria naval, ferroviária, metalúrgica.

Page 8: Geografia - CEESVO - Apostila - Módulo 06

Módulo 6 Industrialização �

8

Assim, a Inglaterra pôde acumular ainda mais capitais e dispor de matérias-

primas, energia, avanços técnicos. Observe no mapa a seguir as principais indústrias do Reino Unido, em especial as inglesas.

A Inglaterra por muito tempo foi indiscutivelmente a grande potência

industrial, mas as bases técnicas da indústria eram simples. Predominavam : a máquina a vapor, as indústrias têxteis. A grande fonte de energia era o carvão mineral.

Aos poucos, a indústria moderna foi se expandindo para outros países, como

França, Estados Unidos, Alemanha, Japão, Austrália, Itália, Canadá, Ex - União Soviética (CEI), etc.

Já nos meados do século XIX, com a descoberta de novas fontes de energia como petróleo e eletricidade, inicia-se uma nova fase.

Responda em seu caderno!!! 1- Você estudou que toda mudança tem custos elevados. Identifique esses

custos, no caso do desenvolvimento industrial. 2- As fábricas do século XVIII substituíram as antigas oficinas artesanais.

Explique o que eram essas oficinas e as diferenças entre elas e o sistema de fábricas.

3- Escreva, quais os fatores que contribuíram para que se originasse a indústria moderna?

4- Ao analisar o mapa-múndi, você observa que os países de primeiro mundo se localizam no Hemisfério Norte. Por quê?

5- A indústria moderna foi responsável pelas grandes transformações urbanas. Explique quais são essas transformações.

SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Com o passar do tempo a liderança inglesa foi sendo substituída por outras economias mais dinâmicas, principalmente pelos Estados Unidos, Alemanha e Japão. Ocorreram grandes inovações técnicas proporcionadas pela descoberta da eletricidade e dos motores elétricos.

O carvão como combustível, foi substituído pelo petróleo que se tornou a

principal fonte de energia mas continuava sendo importante para as indústrias siderúrgicas, por assegurar temperaturas elevadas aos altos fornos e também servir de matéria–prima juntamente com o minério de ferro, para a obtenção do aço. Perdeu a importância locacional na indústria, uma vez que, o petróleo e a eletricidade são facilmente transportados. Esse fator permitiu a dispersão na distribuição geográfica das fábricas. Inicia-se a nova fase da indústria moderna.

No lugar das indústrias têxteis, as mais importantes passaram a ser siderúrgicas, metalúrgicas e, notadamente a petroquímica e automobilística.

Page 9: Geografia - CEESVO - Apostila - Módulo 06

Módulo 6 Industrialização �

9

Também houve uma acelerada modernização do sistema de transporte e de comunicação que permitiu a dispersão locacional das indústrias.

á a disponibilidade de mão-de-obra e o mercado consumidor, foram e continuam sendo fundamentais na localização das indústrias, o que justifica que o

fenômeno industrial sempre esteve e está ligado às grandes cidades, como : Londres, Paris, Nova Yorque, Tóquio, São Paulo, Cidade do México, etc. Muitas dessas cidades foram e continuam sendo entroncamento de rodovias, ferrovias e aerovias que facilitam o fluxo de matérias-primas e de produtos industrializados. São essa cidades que abrigam as sedes de bancos e escritórios de grandes empresas.

Veja que as cidades industriais atraíram e atraem cada

vez mais pessoas, aumentando ainda mais a concentração demográfica. O fenômeno urbano e o fenômeno industrial se constróem mutuamente ao longo da história, pois as cidades crescem e desenvolvem sua infra-estrutura e o espaço torna-se cada vez mais socializado e organizado para atender às demandas do capital e das necessidades da população. Assim surgiram inúmeras indústrias que podemos classificá-las de

acordo com a produção e o destino das mesmas.

Resumindo você tem:

∀ Indústrias de bens de produção, também chamadas de base ou pesada tendem a se localizar próximo das fontes fornecedoras, portos ou ferrovias, por exemplo: siderúrgicas, petroquímicas, de cimento;

∀ Indústrias de bens de

capital ou intermediárias têm a finalidade de equipar outras indústrias por isso, tendem a se localizar próximo das regiões industriais;

∀ Indústrias de bens de

consumo não duráveis (bebidas, alimentos, calçados) ou duráveis (móveis, automóveis, eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos), localizadas nas regiões industriais, destinam-se ao mercado consumidor.

J

Page 10: Geografia - CEESVO - Apostila - Módulo 06

Módulo 6 Industrialização �

10

A LUTA CONTINUA...

Na Segunda Revolução Industrial ainda continua a grande jornada de trabalho

e baixos salários. A industrialização moderna caracteriza-se por uma intensa e complexa divisão do trabalho. Nesse período que se iniciou o processo da expansão capitalista, a lei da mais valia, objetivando o lucro. O chamado mais valia consiste em produzir mais que o valor pago pelo trabalho a fim de obter mais lucro.

Só após uma longa história de lutas e conquistas é que a classe trabalhadora consegue reduzir a jornada para oito horas diárias, o trabalhador torna-se mais especializado e o trabalho mais técnico. Conquista principalmente direitos individuais e alguns benefícios sociais.

Note que a partir da segunda metade do século XX a mão-de-obra tornou-se

tão cara nos países industrializados que os empresários passaram a procurar novos espaços onde pudessem aplicar os capitais acumulados. Com a mão-de-obra barata que lhes permitissem continuar crescendo. E, assim começa a expansão das multinacionais, estas são responsáveis pela internacionalização das atividades industriais, comerciais e culturais.

Entretanto, ainda existem muitos lugares com atividades industriais rudimentares, que praticamente estão na fase do artesanato. A maioria das nações subdesenvolvidas estão de passagem da Primeira para Segunda Revolução Industrial, enquanto que os países emergentes como o Brasil, a China, o México e muitos outros lutam para atingir um estágio mais avançado, possuindo já algumas ilhas prósperas tecnologicamente e, os países ricos que estão em plena Terceira Revolução Industrial, que será o nosso próximo assunto.

Responda em seu caderno!!! 1- Relacione o uso do petróleo como combustível com a dispersão na

distribuição geográfico das fábricas. 2- Cite exemplos de indústrias de base que se desenvolveram próximo ao

local onde existiam as matérias-primas que usavam. 3- Explique porque o fenômeno industrial está sempre ligado às grandes

cidades. 4- Escreva porque surgiram as multinacionais.

Page 11: Geografia - CEESVO - Apostila - Módulo 06

Módulo 6 Industrialização �

11

TERCEIRA REVOLUÇÃO OU

REVOLUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA

Após a Segunda Guerra Mundial a ciência e a tecnologia estão estreitamente ligadas à atividade industrial e às outras atividades econômicas: agricultura, pecuária, comércio e serviços (idéias, técnicas, novas formas de utilização de recursos).

A microeletrônica, o microcomputador, o software, a telemática, a robótica, a engenharia genética, os semicondutores são alguns símbolos dessa “nova era”.

OS NOVOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO “ O trabalho repetitivo tem sido substituído pelo trabalho criativo que

atende às constantes variações do cotidiano da linha de produção . Começam a surgir os CÍRCULOS DE CONTROLE DE QUALIDADE, CCQ, nos quais grupos de trabalhadores reúnem-se discutem a melhoria da qualidade do produto e o aumento da produtividade. Antes como você já viu a responsabilidade e a habilidade de cada trabalhador ficavam restritas a uma única tarefa, nos círculos de controle de qualidade implantados nas empresas mais modernas, o trabalhador passa a ter conhecimento de todo o processo produtivo e a nele intervir. É provável que em pouco tempo o trabalho repetitivo, característico da indústria até recentemente, fique restrito à ação de máquinas

. O Japão tem sido pioneiro na criação dos novos métodos de produção, mais

ágeis e flexíveis que estão sendo adaptados às indústrias em quase todo o mundo.

Por meio desses novos métodos, várias características da mercadoria podem ser modificadas em pouco tempo. Alterações no design, introdução ou substituição de componentes e até a produção de uma outra mercadoria totalmente diferente podem ser feitas a partir de pequenas reestruturações no interior da mesma fábrica, utilizando-se os mesmos equipamentos. Os recursos da microeletrônica e da informática viabilizam essas freqüentes mudanças.

Tal flexibilidade da atividade industrial tornou-se

necessária num mundo em que a evolução da tecnologia provoca uma diminuição freqüente da vida útil das mercadorias. A constante modificação e a criação de produtos são hoje exigências do próprio mercado de consumo.

Esse sistema de produção totalmente adaptado ao mercado ficou conhecido

pelo nome de just-in-time ( tempo justo). No interior da fábrica, as diferentes etapas

Page 12: Geografia - CEESVO - Apostila - Módulo 06

Módulo 6 Industrialização �

12

e produção desde a entrada das matérias- primas até a saída do produto, são realizadas de forma combinada entre os fornecedores, produtores e compradores.

A quantidade de matérias-primas que entram na fábrica corresponde exatamente à quantidade de produtos que serão produzidos. As mercadorias são feitas dentro do prazo estipulado e de acordo com a exigência dos compradores. Além da eficiência, o sistema just-in-time permite a diminuição do custo de estocagem e o volume da produção fica diretamente relacionado à capacidade de mercado, evitando-se perdas de estoque ou diminuição do preço, caso ocorra uma defasagem tecnológica.”

Lucci, Elian A. O homem no espaço global p.85.

Como pode acontecer essas disparidades?

As grandes metrópoles dos países desenvolvidos continuam sendo

importantes centros de indústria moderna, sedes de multinacionais que operam em quase todos os países e são os principais responsáveis pela integração econômica global, pela Revolução Técnico-científica e, também pela grande desigualdade social regional, nacional e internacional.

O grande símbolo da expansão das multinacionais a partir da década de 50

foi a indústria automobilística. Foi ela que, praticamente, delineou os processos de produção e de organização do espaço produtivo. No quadro as empresas automobilísticas espalhadas pelo mundo. A indústria automobilística dinamizou inúmeras outras indústrias, devido à quantidade e à variedade de matérias-primas consumidas em sua produção. Ela absorve desde a mais simples atividade artesanal até a robotização no processo de fabricação, na incorporação de novos produtos e no markenting� de venda.

partir da década de 70, após a crise do petróleo, os países industrializados reestruturaram os processos produtivos, fazendo altos investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento e passaram a desenvolver a chamada

Page 13: Geografia - CEESVO - Apostila - Módulo 06

Módulo 6 Industrialização �

13

Markenting - Estudo

programático do mercado.

Normalmente é um estudo do

mercado com vistas a lançar

um novo produto.

tecnologia de ponta, criando : Indústria de química fina, informática, biotecnologia e eletrônica. Você sabe o que é BIOTECNOLOGIA?

Biotecnologia é em particular a engenharia genética. Através de mapeamento e da manipulação dos genes é possível melhorar plantas e animais e produzir microorganismos para determinados usos. O uso da biotecnologia pode ser aplicada na indústria, na medicina, nas fontes de energia, na agricultura e na pecuária.

O avanço da ciência e a busca incessante de maior produtividade e qualidade na guerra pela concorrência constituem os impulsos básicos da aceleração tecnológica.

As tecnologias modernas detêm praticamente o monopólio de aplicação nas seguintes esferas de uma sociedade moderna: � processo de produção; � produtos; � novas formas de energia; � novos materiais; � novos sistemas de organização de trabalho; � mecanismo de controle nos mercados; � equipamentos de engenharia que permitem a transformação dos espaços

geográficos. É com esse domínio que o capitalismo conheceu um processo de aceleração sem precedentes e que passou a definir a nova ordem do mundo atual: a globalização da economia e, ao mesmo tempo, regionalização polarizada pela alta tecnologia dos Estados Unidos, Alemanha e Japão

Segundo Elian A. Lucci. – O homem no espaço global. “A maior parte dos investimentos alemães e japoneses em P & D (pesquisa e desenvolvimento) foi destinada à tecnologia do processo industrial. Em contrapartida, nos EUA, a maior parte dos investimentos em P & D foi aplicada no desenvolvimento de novos produtos. No entanto, a estratégia americana de desenvolvimento de novos produtos foi sendo aos poucos superada. Eles passaram a ser copiados rapidamente pelos japoneses que os colocavam no mercado a preços inferiores. Detentor de processos de produção mais eficientes e de menor custo, o Japão vende barato. Além disso com a automação de boa parte da linha de montagem a produção colocada nas prateleiras com melhor qualidade acaba ganhando a preferência do consumidor.

O primeiro robô industrial foi fabricado pelos EUA na década de 60 e hoje é líder na utilização de robôs industriais.

Muitos países utilizam robôs no processo produtivo, inclusive o Brasil. Que vem intensificando sua utilização. Esta é uma das razões do grande desemprego mundial...”

Page 14: Geografia - CEESVO - Apostila - Módulo 06

Módulo 6 Industrialização �

14

Conglomerados –

conjunto de empresas

pertencentes a uma

mesma organização

que atua em diferentes

ramos.

Zaibatsu –

Organização dos clãs

familiares.

As vantagens dos robôs para as empresas são óbvias : � Custo mais barato; � Produtos mais aperfeiçoados; � Não fazem greves; � Não tiram férias; � Podem trabalhar em ambientes insalubres. Tanto o Japão quanto a Alemanha tem destinados cerca de 3% do PIB ( produto interno bruto) em P&D, enquanto que os EUA destinam 2,7% sendo que a metade desse investimento é destinado à indústria bélica, mesmo depois da Guerra Fria. Em parte, essa é uma das razões de os alemães, japoneses e outros terem aos poucos, superados a produção norte-americana em indústria eletroeletrônica, química, automobilística e etc. Responda em seu caderno!!! 1. Conceitue, isto é, escreva o que você entendeu por Revolução Técnico-

Científica? 2. O trabalho repetitivo tem sido substituído pelo trabalho criativo. Explique essa

afirmação relacionando o perfil desse trabalhador nos dias de hoje. 3. Explique porque o Japão se desenvolveu muito tecnologicamente, superando até

mesmo os Estados Unidos. 4. Faça uma comparação da aplicação em tecnologia dos países desenvolvidos e subdesenvolvidos No capitalismo o Estado tem um papel estratégico e importante na promoção do desenvolvimento. O Estado procura compatibilizar o mercado, a livre iniciativa com planos estratégicos para a economia em conjunto. O Estado assume o controle da vida econômica sem se tornar empresário. Um exemplo a ser analisado e comparado coma a situação contraditória de muitos outros países é o caso do Japão. Com a ajuda financeira do exterior, após a derrota da Segunda Guerra Mundial e com a idéia dos japoneses de que o principal objetivo de seu trabalho era reerguer o país, a economia japonesa voltou a crescer rapidamente. Outros fatores que colaboraram para a “ rápida recuperação foi a disponibilidade de mão-de-obra, disciplinada e relativamente qualificada; maciços investimentos estatais em educação e, juntamente com a iniciativa em pesquisa e

Page 15: Geografia - CEESVO - Apostila - Módulo 06

Módulo 6 Industrialização �

15

desenvolvimento tecnológico; e finalmente, a reconstrução da infra-estrutura e dos conglomerados� (antigos zaibatsus) em base moderna”

A globalização e a tecnologia estão provocando um inevitável desemprego estrutural, resultando num planeta cada vez mais dividido entre minorias privilegiadas que têm tudo e maiorias desamparadas e excluídas. Em muitos países o Estado tem retomado a sua posição .

Veja um trecho do artigo da Revista Manchete de 10 de Janeiro/98. “...Agora mesmo, o que faz o primeiro ministro francês para enfrentar o desemprego? Contrata obras públicas, amplia o número de funcionários estatais e utiliza os recursos nacionais para a criação de empregos, limitando a prevalência das leis de mercado e a livre concorrência entre quantidades desiguais. Desprezou o paliativo, como os contratos provisórios e, não lavou as mãos diante da multidão de condenados à mendicância, à caridade ou à inevitável queda para o crime”

Por que é difícil esta prática no Brasil? A distância tecnológica e a produtiva que separa a América Latina dos países avançados ampliou-se. Acentuam-se a concentração de renda, o aumento das desigualdades, da pobreza e do desemprego. As considerações e propostas para uma nova estruturação desse quadro só se concretizam sob coordenação do Estado. Vejamos as principais: � defendem o fortalecimento do mercado mas sem excluir a planificação estatal; � consideram que os fatores políticos e sociais interferem nas questões

econômicas – daí a importância da educação; � entendem que a inflação não é apenas um fenômeno econômico, mas também

um fenômeno social, pois expressa conflitos sociais e comportamentos; � acham que é preciso fortalecer a base produtiva e as tecnológicas próprias o que

significa uma política estatal de investimentos em pesquisa científica. Deve haver uma reorganização do Estado, reforma essa que pode até incluir elementos de privatização. Mas o que aprovam são as fórmulas segundo eles, simplistas de diminuição do Estado sem critérios definidos, sem um projeto de recuperação nacional decidido socialmente. Tendo em conta os graves problemas sociais não aceitam que o Estado deixe de cumprir o seu papel regulador, de mediador dos conflitos e promotor da justiça social.

Page 16: Geografia - CEESVO - Apostila - Módulo 06

Módulo 6 Industrialização �

16

BIBLIOGRAFIA

ADAS, Melhem. Geografia. São Paulo. Editora Ática, 1994. ALMANAQUE ABRIL. CD ROM, 8ª Edição, 2000. BELTRAME, Zoraide Victoréllo. Geografia Ativa. São Paulo. Editora Ática,

1995. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO BRASIL, 1998.

DIAMANTINO, Alves C. Pereira e outros, Ciências dos Espaço. São Paulo. Editora Atual, 1994

DIMENSTEIN, Gilberto. Aprendiz do Futuro. São Paulo. Editora Ática, 2000. JORNAIS: Folha de São Paulo, Estado de São Paulo, Cruzeiro do Sul. LUCCI, Elian Alabi. Geografia. O homem no espaço global. São Paulo.

Editora Saraiva, 1997. MAGNOLI, Demétrio e. Projeto de Ensino de Geografia. São Paulo. Editora

Moderna, 2000. MÉDICI, Miriam de Cássia e. Coleção Nova Geração. São Paulo. Editora

Nova Geração, 1999. MOREIRA, Igor. O espaço geográfico. São Paulo, Editora Ática, 1998. NIDELCOFF, Maria Teresa. A escola e a compreensão da realidade. São

Paulo. Editora Brasiliense, 1990. OLIVA, Jaime. Espaço e Modernidade. Temas da Geografia Mundial. São

Paulo. Editora Atual, 1995. PROFESSOR PC, Geografia, CD ROM REVISTAS: Veja, Isto é, Super Interessante, Época, Globo Rural. RODRIGUES, Rosicler Martins. As cidades brasileiras. São Paulo, Editora

Moderna, 1995. SENE, Eustáquio de e. Espaço geográfico e globalização. São Paulo.

Editora Scipione, 1998. SIMIELLI, Maria Helena. Atlas Geográfico. São Paulo. Editora Ática, 2000. TELECURSO 2000, Geografia, Vol. 1 e 2 . VESENTINI, J. William. Sociedade e Espaço. São Paulo. Editora Ática,

1997.

Page 17: Geografia - CEESVO - Apostila - Módulo 06

Módulo 6 Industrialização �

17

EQUIPE DE GEOGRAFIA CEESVO 2004

Deise Quevedo Bertaco Jaime Aparecido da Silva

Maria de Fátima Pinto

COLABORAÇÃO

Luiz Gustavo Cerqueira Ferreira Júlia de Oliveira Rodrigues Vieira

Neiva Aparecida Ferraz Nunes

DIREÇÃO

Elisabete Marinoni Gomes

Maria Isabel R. de C. Kupper

APOIO.

Prefeitura Municipal de Votorantim.