2009 Volume 2 CADERNODOALUNO GEOGRAFIA EnsinoMedio 3aserie Caderno Do Aluno
Geografia 10º - Manual do Aluno
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Repblica Democrtica de Timor-LesteMinistrio da Educao
Manual do AlunoGEOGRAFIA10.o ano de escolaridade
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Manual do AlunoGEOGRAFIA10.o ano de escolaridade
Projeto - Reestruturao Curricular do Ensino Secundrio Geral em Timor-Leste
Cooperao entre o Ministrio da Educao de Timor-Leste, o Instituto Portugus de Apoio ao Desenvolvimento, a Fundao Calouste Gulbenkian e a Universidade de AveiroFinanciamento do Fundo da Lngua Portuguesa
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Os stios da Internet referidos ao longo deste livro encontram-se ativos data de publicao. Considerando a existncia de alguma volatilidade na Internet, o seu contedo e acessibilidade podero sofrer eventuais alteraes.
TtuloGeografia - Manual do Aluno
Ano de escolaridade10.o Ano
AutorasConceio GomesMargarida MorgadoCeleste Coelho
Coordenadora de disciplinaCeleste Coelho
Consultor cientficoAntnio Andrade
Colaborao das equipas tcnicas timorenses da disciplina Este manual foi elaborado com a colaborao de equipas tcnicas timorenses da disciplina, sob a superviso do Ministrio da Educao de Timor-Leste.
IlustraoJoana SantosCelso AssunoRui Pereira
Design e PaginaoEsfera Crtica Unipessoal, Lda.Plural Design
Impresso e AcabamentoInnova Star U. Lda
ISBN978 - 989 - 8547 - 24 - 8
1 Edio
Conceo e elaboraoUniversidade de Aveiro
Coordenao geral do ProjetoIsabel P. Martinsngelo Ferreira
Ministrio da Educao de Timor-Leste
2012
Este manual do aluno propriedade do Ministrio da Educao da Repblica Democrtica de Timor-Leste, estando proibida a sua utilizao para fins comerciais.
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ndice
Unidade Temtica
Timor-Leste, na sia e no Mundo
1 Localizao geogrfica de Timor-Leste, na sia e no mundo1.1 Localizao geogrfica de Timor-Leste1.2 Relaes de Timor-Leste com o mundo
2 Situao geopoltica de Timor-Leste2.1 Constituio territorial 2.2 Constituio Administrativa de Timor-Leste
11112
1414
3
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Unidade Temtica
As Paisagens de Timor-Leste
1 Principais caractersticas das paisagens mundiais e de Timor-Leste1.1 Principais caractersticas das paisagens mundiais1.2 Principais caractersticas das paisagens de Timor-Leste
2 Processos internos de modelao das paisagens2.1 Estrutura e composio interna de Terra 2.2 Magmatismo e rochas magmticas
2.2.1 Rochas vulcnicas ou extrusivas2.2.2 Rochas plutnicas ou intrusivas
2.3 Metamorfismo e rochas metamrficas2.3.1 Fatores de metamorfismo2.3.2 Rochas metamrficas
2.4 Rochas sedimentares2.4.1 A origem dos sedimentos2.4.2 Do sedimento rocha sedimentar2.4.3 Classificao das rochas sedimentares
2.5 Ciclo das rochas2.6 Rochas timorenses2.7 A tectnica de placas e a sua importncia no territrio timorense
3 Processos externos de modelao das paisagens3.1 Agentes de modelao das paisagens
3.1.1 Variao da temperatura3.1.2 gua das chuvas3.1.3 Ao dos rios3.1.4 Ao dos glaciares3.1.5 Ao do vento3.1.6 Ao do mar3.1.7 Ao dos seres vivos
22325
3032333435353738383939404243
4949495052535456
4
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Unidade Temtica
Os Recursos de Timor-Leste
1 Os recursos naturais no renovveis1.1 Recursos minerais caractersticas, potencialidades e ameaas
1.1.1 Caractersticas dos recursos minerais metlicos e no metlicos1.1.2 Principais recursos minerais do territrio timorense
identificao, localizao e formas de extrao1.1.3 As potencialidades e as ameaas dos recursos minerais timorenses
1.2 Recursos energticos caractersticas, potencialidades e ameaas1.2.1 Principais caractersticas1.2.2 Combustveis fsseis1.2.3 Explorao de recursos energticos e problemas ambientais
associados1.2.4 As potencialidades e ameaas dos recursos energticos
timorenses
2 Os recursos naturais renovveis2.1 O sol caractersticas e potencialidades
2.1.1 O papel da radiao solar na variao de temperatura2.1.2 A temperatura em Timor-Leste2.1.3 Aproveitamento energtico da radiao solar
2.2 A precipitao gnese e distribuio2.2.1 A precipitao2.2.2 A precipitao no territrio timorense
2.3 A gua explorao e contaminao das guas superficiais e subterrneas2.3.1 Distribuio de gua na Terra2.3.2 Principais etapas do ciclo de gua2.3.3 Tipos particulares de guas2.3.4 Gesto da gua2.3.5 A hidrografia timorense 2.3.6 Explorao das guas superficiais e subterrneas2.3.7 Causas de contaminao das guas superficiais e subterrneas2.3.8 Potencializao dos recursos hdricos em Timor-Leste
2.4 O solo caractersticas, potencialidades e ameaas2.4.1 Formao de um solo2.4.2 Perfil de um solo2.4.3 Principais tipos de solo2.4.4 Caractersticas dos solos timorenses2.4.5 As potencialdades e ameaas dos solos em Timor-Leste
2.5 As florestas caractersticas, potencialidades e ameaas2.5.1 Importncia das florestas2.5.2 Caractersticas das florestas tropicais2.5.3 A floresta em Timor-Leste: caractersticas e localizao2.5.4 A ao do homem nas florestas de Timor-Leste ameaas e
preservao
3606163
6468697073
75
798092939697
110113114116118118121122122123125126128129132133138139139141142
5
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6
GlossrioBibliografia
157159
32.6 O mar caractersticas, potencialidades e ameaas
2.6.1 O mar e a cadeia alimentar2.6.2 A morfologia marinha2.6.3 As correntes martimas e as gua continentais na biodiversidade
marinha2.6.4 O Homem e a sustentabilidade dos sistemas marinhos
147148149150
153
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7A disciplina de Geografia do 10 ano de escolaridade convida-te a conhecer Timor-Leste, a
sua localizao na regio sia-Pacfico, as suas paisagens e os seus recursos, renovveis e
no renovveis, para que melhor possas contribuir para o desenvolvimento da tua terra.
O manual de Geografia organiza-se em volta de trs grandes unidades temticas:
Unidade temtica 1: Timor -Leste, na sia e no mundo;
Unidade temtica 2: As paisagens de Timor-Leste;
Unidade temtica 3: Os recursos de Timor-Leste: Caractersticas, potencialidades e ameaas.
Cada unidade temtica procura responder a uma questo orientadora, como por exemplo:
Qual o enquadramento geogrfico de Timor-Leste, na sia e no mundo? (Unidade temtica
1); Que caractersticas apresentam as paisagens de Timor-Leste? (Unidade temtica 2);
Qual o futuro dos recursos naturais de Timor-Leste? (Unidade temtica 3). No incio de cada
unidade temtica apresentado um sumrio dos temas que vo ser tratados, as finalidades
dos mesmos, as metas de aprendizagem que deves atingir no fim do estudo de cada tema,
bem como os conceitos-chave que deves reter.
O manual apresenta as temticas numa linguagem simples, com o recurso a muitos
esquemas e fotografias, para que possas aprofundar os teus conhecimentos. Sugere-te
a realizao de vrias atividades prticas, que podes fazer na aula ou em casa, para que
possas aplicar e aprofundar o que aprendeste. No final de cada temtica apresentada uma
sntese dos aspectos mais importantes e propomos-te a realizao de algumas atividades
complementares.
Esperamos que o manual de Geografia te ajude a compreender que Timor-Leste um pas
com inmeras potencialidades em termos de recursos naturais e humanos que, usados de
forma racional, podem contribuir para o desenvolvimento equilibrado e harmonioso, em
busca de um futuro sustentvel. Cabe-te, tambm a ti, seres um cidado ativo na sociedade
timorense, conhecendo o teu pas, de modo a poderes proteg-lo e projet-lo no mundo.
As autoras
APRESENTAO DO MANUAL DO ALUNO
-
O b j e t i v O s
efetuar a localizao relativa e absoluta do territrio timorense, no contexto asitico e no contexto mundial.
Analisar as relaes que timor-Leste tem estabelecido com o exterior, em particular com a Comunidade de Pases de Lngua Portuguesa (CPLP).
Caracterizar as divises administrativas existentes em timor-Leste e refletir acerca da sua importncia no contexto timorense.
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Unidade temtica 1timor-Leste, na sia e no mundo
SUBTEMA 1
Localizao geogrfica de timor-Leste, na sia e no mundo
SUBTEMA 2
situao geopoltica de timor-Leste
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Unidade temtica 1 | timor Leste, na sia e no mundo
10
SUB-TEMA 1
LOCALIZAO GEOGRFICA DE TIMOR-LESTE,
NA SIA E NO MUNDO
QUESTO ORIENTADORAQual o enquadramento geogrfico de Timor-Leste, na sia e no Mundo?
Sumrio
Timor-Leste, na sia e no mundo
Localizao geogrfica de Timor-Leste, na sia e no Mundo
Localizao geogrfica de Timor-Leste
Relaes de Timor-Leste com o mundo
Situao geopoltica de Timor-Leste
Constituio territorial
Constituio administrativa
Finalidade
A abordagem da Unidade Temtica 1 Timor-Leste, na sia e no mundo
pretende aprofundar os teus conhecimentos sobre a localizao de Timor-
-Leste na sia e no mundo e sobre a situao geopoltica do territrio
timorense.
Metas de aprendizagem
Localiza o territrio timorense em termos relativos e absolutos.
Utiliza mapas de diferentes escalas.
Identifica as principais relaes que Timor-Leste tem estabelecido com
o exterior, em especial com a CPLP.
Indica a constituio territorial e administrativa de Timor-Leste.
Conceitos-chave
Localizao geogrfica
Localizao relativa
Localizao absoluta
Rosa dos ventos
Coordenadas geogrficas
Latitude
Longitude
Comunidade dos Pases de Lngua Portuguesa (CPLP)
Constituio territorial
Diviso administrativa
Distritos
Subdistritos
Sucos
-
1.1. LOCALIZAO GEOGRFICA DE TIMOR-LESTE
Para os timorenses, a Repblica Democrtica de Timor-Leste um espao de
pertena que importa conhecer nas suas vertentes fsica, econmica, social e
cultural. Na Figura 1 apresentam-se mapas que permitem fazer a localizao
geogrfica de Timor-Leste, no contexto asitico e no contexto mundial.
Figura 1 Localizao de Timor-Leste, no contexto asitico e no contexto mundial.
Uma das principais utilidades dos mapas apresentados a de permitirem
fazer a localizao de Timor-Leste, que pode ser:
uma localizao relativa posio de Timor-Leste em relao a outros
locais ou a diferentes sistemas de referncia;
uma localizao absoluta localizao de Timor-Leste a partir das suas
coordenadas geogrficas.
Para efetuar a localizao relativa de Timor-Leste preciso conhecer os
principais rumos da rosa dos ventos. Sobrepondo, mentalmente, a rosa
dos ventos ao local que queremos localizar, podemos obter a localizao
de diferentes lugares ou espaos.
Localizao geogrfica de timor-Leste, na sia e no mundo | 11
Atividade 1
1. Tendo em conta as informaes partilhadas na Figura 1 responde s questes colocadas.
1.1. Qual a localizao relativa de Timor-Leste em relao sia? E em relao Austrlia?
1.2. Indica a localizao de Timor- -Leste relativamente ao Japo.
1.3. Por que importante efectuar a localizao relativa de Timor-Leste?
2. Apresenta as respostas que deste aos teus colegas da turma e ao() teu(tua) professor(a).
AtauroBaucau
Timor-Leste
Oecussi
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Localizao geogrfica de timor-Leste, na sia e no mundo | 13
A concertao poltico-diplomtica entre os Estados membros,
nomeadamente no reforo da sua presena no cenrio internacional;
A cooperao entre os Estados membros em todos os domnios
(ex.: educao, sade, cincia e tecnologia, defesa, agricultura,
administrao pblica, comunicaes, justia, segurana pblica,
cultura, desporto e comunicao social);
A materializao de projetos de promoo e de difuso da lngua portuguesa.
Na Tabela I apresentam-se as principais reas a potenciar entre os
membros da CPLP e as medidas de concretizao que foram definidas.
reas a potenciar Medidas de concretizao
Patrimnio lingustico e cultural
- Criao do Instituto Internacional da Lngua Portuguesa.
- Cooperao no domnio universitrio.
- Criao de um espao CPLP em meios radiofnicos e audiovisuais.
- Atribuio de prmios jornalsticos.
- Criao de bolsas de estudo.
Cooperao tcnico-econmica
- Cooperao no domnio da formao profissional.
- Constituio de grupos de trabalho por agentes econmicos.
- Formao de joint-ventures entre empresas dos estados membrospara investimentos em reas especficas.
Ajuda humanitria
- Promoo de medidas que permitam a melhoria efetiva das condies devida das populaes.
- Apoio a tratamento e conteno de epidemias.
- Colaborao na montagem de estruturas de melhoria do apoio sanitriodas populaes.
Concertao poltico-diplomtica
- Livre circulao dos cidados dos pases membros no espao da CPLP.
- Cooperao no domnio das polticas de emigrao.
- Garantia do reconhecimento formal da comunidade pelos pases terceirose pelas organizaes internacionais relevantes.
- Cooperarao com organizaes internacionais de carter regional.
- Estabelecimento de colaborao diplomtica em questes de relevo para os membrosda comunidade.
Cooperao jurdica e
tcnico-cientfica
- Cooperao nos diversos setores da Investigao Cientfico Tecnolgica.
- Cooperao no domnio judicial e de ordenamento jurdico de cada pas.
Cooperao tcnico-militar
- Criao de uma fora de interveno em operaes de manutenode paz no mbito da CPLP.
- Criao de uma estratgia concertada para a cooperao tcnico-militar,que visualize a CPLP como um todo.
- Alargamento de programas de formao, efetivando uma gesto integrada dessaforma de cooperao.
Erradicao do racismo e xenofobia - Erradicao do racismo e da xenofobia.
Tabela I Metas da Comunidade de Pases de Lngua Portuguesa (CPLP)
Figura 4 Pases que integram a Comunidade de Pases de Lngua
Portuguesa (CPLP).
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14 | timor-Leste, na sia e no mundo
SUB-TEMA 2
SITUAO GEOPOLTICA DE TIMOR-LESTE
2.1. CONSTITUIO TERRITORIAL DE TIMOR-LESTE
O territrio da Repblica Democrtica de Timor-Leste compreende a
superfcie terrestre, a zona martima e o espao areo delimitados pelas
fronteiras nacionais. Integra a parte oriental da ilha de Timor, a ilha de
Ataro, localizada 23 km a Norte de Dli, o ilhu de Jaco, no extremo
oriental, e o enclave de Oecussi Ambeno, situado na costa Norte da ilha
de Timor rodeado pela Indonsia (Figura 5).
A ilha de Timor mede cerca de 470 km de comprimento e 100 km de largura
mxima, sendo a rea total de 32 300 km2. banhada a Sul pelo mar de Timor,
que a separa da Austrlia, a Noroeste pelo mar de Sawu, que a separa das ilhas
de Sumba, Flores e Solor, e a Norte pelo mar de Wetar. O mximo comprimento
mdio do territrio timorense de cerca de 270 km e a largura mxima de 75
km, ocupando o territrio de Timor-Leste uma rea de cerca de 15 000 km2. A
fronteira terrestre com a Indonsia tem 202 km e possui uma costa com 638 km.
2.2. CONSTITUIO ADMINISTRATIVA DE TIMOR-LESTE
Timor-Leste encontra-se dividido em 13 distritos: Bobonaro, Liqui,
Dli, Baucau, Manatuto e Lautm, localizados na costa Norte; Cova-Lima,
Ainaro, Manufahi e Viqueque, situados na costa Sul; Ermera e Aileu,
situados no interior montanhoso; e Oecussi Ambeno, localizado num
enclave no territrio indonsio (Figura 6).
Figura 5 O territrio de Timor-Leste.
Atividade 3
1. Tendo em conta as informaes partilhadas anteriormente procura responder s questes que a seguir se colocam.
1.1. Na Figura 4 faz corresponder as bandeiras apresentadas ao respetivo pas que integra a CPLP.
1.2. Indica o nome dos continentes onde se localizam os pases que fazem parte da CPLP.
1.3. Quais os contributos que Timor--Leste pode dar para a concretizao das metas da CPLP?
1.4. Que vantagens pode ter Timor-Leste pelo facto de estar integrado na CPLP?
2. Apresenta as respostas que deste aos teus colegas da turma e ao() teu(tua) professor(a).
Oecussi
Atauro Baucau
Mar de Sawu
Mar de Timor
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situao geopoltica de timor-Leste | 15
Na Tabela II (pginas seguintes) apresenta-se a identificao dos treze
distritos de Timor-Leste, bem como algumas caractersticas dos mesmos.
Cada distrito possui uma cidade capital e formado, por sua vez, por
subdistritos, variando o nmero destes entre trs e sete, tal como
se encontra representado na Figura 7. Cada um dos 67 subdistritos,
inscritos nos 13 distritos, possui uma localidade capital e subdivises
administrativas, os sucos. O maior subdistrito o de Lospalos, em Lautm,
com 635 km, e o menor Neinfeto, em Dli, com 6 km. Fato Lulique,
sendo um dos subdistritos mais pequenos, o menos povoado, com
cerca de 2 mil habitantes. Os subdistritos que apresentam maiores valores
demogrficos so os que se encontram no distrito de Dli, sobretudo os
que englobam a cidade capital do pas.
A menor diviso administrativa de Timor-Leste o suco, que pode ser
composto por uma ou mais aldeias. Existem 498 sucos no territrio,
numa mdia de 7 por subdistrito. O distrito de Baucau o que tem um
maior nmero de sucos, 63, e o distrito de Ainaro o que apresenta menos
divises, 21 sucos. Aileu e Ermera possuem 11 sucos por distrito e Ainaro
e Oecussi Ambeno possuem 5 sucos por subdistrito. Os subdistritos mais
centrais e montanhosos apresentam um maior nmero de sucos: Aileu,
distrito de Aileu, e Bobonaro, distrito de Bobonaro, so compostos por 18
divises cada um. Os subdistritos de Hato Udo, em Ainaro, e Tutuala, em
Lautm, ambos perto da costa e com um relevo suave, possuem apenas
dois sucos cada um.
Figura 7 Subdistritos de Timor-Leste.
Atividade 4
1. Tendo em conta as informaes partilhadas procura responder s questes que a seguir se colocam.
1.1. Identifica:
a) o distrito onde vives e os distritos vizinhos do teu.
b) o distrito com maior superfcie e o distrito com menor superfcie.
c) os distritos localizados na parte Norte da ilha de Timor e os distritos localizados na parte Sul da ilha.
1.2. Indica o nmero de subdistritos que fazem parte do distrito onde vives.
2. Apresenta as respostas que deste aos teus colegas da turma e ao() teu(tua) professor(a).
Figura 6 Diviso administrativa distrital de Timor-Leste.
km 500
OecussiCova Lima
Aileu
Ainaro
Baucau
BobonaroErmera
Liqui Manatuto
Manufahi
Viqueque
Lautm
Oecussi
Atauro Baucau
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16 | timor-Leste, na sia e no mundo
Distrito Localizao geogrfica Principais caractersticas
Aileu Localizado a Sul de Dli, possui como capital a cidade de Aileu.
Ainaro
Localizado no Sudoeste do pas, tem como capital a cidade
de Ainaro. Possui uma grande abundncia de cursos de gua
e de terrenos frteis para a agricultura. Tem uma rea litoral,
na costa Sul do pas, e zonas montanhosas (incluindo o
ponto mais alto de Timor-Leste, Tata Mai Lau com 2963 m).
Baucau
Localizado na zona oriental do pas, a cerca de 122 km de
Dli, tem como capital a cidade de Baucau, que a segunda
maior cidade do pas. O distrito tem uma vasta zona de
litoral, com praias atraentes, ideais para nadar e para outras
atividades aquticas.
BobonaroLocalizado na zona ocidental do pas, junto fronteira com a
Indonsia. A sua capital a cidade de Maliana, localizada a
149 km para Sudoeste de Dli.
Cova LimaLocalizado na zona ocidental do pas, junto fronteira com a
Indonsia. A sua capital a cidade de Suai, localizada a 138 km
para Sudoeste de Dli.
Dli
Localizado na costa Norte da ilha de Timor confina, a
nascente, com o distrito de Manatuto, a Sul com Aileu, a
poente com Liqui e a Norte com o mar de Sawu. Integra,
tambm, a ilha de Ataro, localizada frente cidade de
Dli. o distrito mais pequeno do pas e alberga a capital, a
cidade de Dli.
Ermera
Localizado na zona central do pas. A sua capital a cidade
de Gleno, que fica 58 km a Sudoeste de Dli. Entre outras
culturas agrcolas, Ermera distingue-se como uma das zonas
de cafezais de excelncia do pas.
Tabela II Identificao dos treze distritos de Timor-Leste e algumas caractersticas dos mesmos
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situao geopoltica de timor-Leste | 17
Distrito Localizao geogrfica Principais caractersticas
LautmLocalizado na ponta oriental da ilha de Timor, inclui tambm
a ilha de Jaco. A sua capital a cidade de Lospalos, que fica
248 km a leste de Dli.
Liqui
Localizado na costa Norte do pas, a cerca de 32 km de Dli.
Tem fronteira com os distritos de Bobonaro e Ermera, a Sul;
Dli, a nascente; e o Mar de Sawu, a Norte e a poente. A sua
capital a cidade de Liqui. O extenso areal de areia preta
uma das principais atraes tursticas de Liqui.
Manatuto
Localizado na zona central do pas, abarca a costa Norte e
Sul da ilha. A Norte confina com o mar do Estreito de Wetar,
a nascente com os distritos de Baucau e Viqueque, a Sul com
o mar de Timor e a poente com os distritos de Manufahi,
Aileu e Dli. A sua capital a cidade de Manatuto. A ribeira
mais extensa de Timor-Leste, a ribeira de Lacl, desagua no
distrito de Manatuto, entre a ponta de Subaio e a baa de
Lanessana.
Manufahi
Localizado na costa Sul da ilha, confina a nascente com o
distrito de Manatuto, a Norte com Aileu, a poente com
Ainaro e a Sul com o mar de Timor. A sua capital a cidade
de Same.
Oecussi
Ambeno
Localizado na costa Norte da metade ocidental da ilha de
Timor, constitui um enclave de Timor-Leste, uma vez que
est separado do resto do pas pela provncia indonsia de
Timor Oeste. Esta provncia rodeia o pequeno enclave por
todas as direes, exceto a Norte, onde banhado pelo mar
de Sawu. A capital a cidade de Pante Macassar.
ViquequeLocalizado na costa Sul da ilha. A nascente confina com
Lautm, a Norte com Baucau, a poente com Manatuto e a Sul
com o mar de Timor. A sua capital a cidade de Viqueque.
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18 | timor-Leste, na sia e no mundo
No que se refere s dimenses, os maiores sucos encontram-se localizados
nos distritos mais orientais de Timor-Leste, com destaque para Laline,
no subdistrito de Lacluta, distrito de Viqueque, com 212 km. Os 15
sucos de menores dimenses encontram-se situados no distrito de Dli,
assemelhando-se a bairros, com reas compreendidas entre 2 km e 6 ha.
A populao no se distribui uniformemente pelos vrios sucos. Entre os
sucos com populao inferior a 500 habitantes, encontram-se dois dos
quatro que integram o subdistrito de Fato Lulique, em Cova-Lima, um dos
quais, com apenas 136 habitantes, e que considerado o suco menos
povoado de Timor-Leste. Como seria de esperar, de entre os sucos com
valores demogrficos superiores a 5 mil habitantes, vrios pertencem ao
distrito de Dli, maioritariamente ao subdistrito de Dom Aleixo. Contudo,
o suco com maior populao absoluta, quase 10 mil habitantes, Fuiloro,
em Lospalos, Lautm.
Atividade 5
O que ainda gostarias de saber mais sobre a Unidade Temtica 1?
1. Regista as dvidas/questes relacionadas com a localizao de Timor-Leste, na sia e no mundo, para as quais ainda no tens resposta.
2. Pesquisa, em fontes diversificadas (ex.: Internet, documentos fornecidos pelo professor,), informaes que te ajudem a clarificar as dvidas que sentes e a encontrar respostas para as questes que colocaste. Os sites que se seguem podem ajudar-te nessa pesquisa.
Sites teis: http://pt.wikipedia.org/wiki/Geografia_de_Timor-Leste
http://www.suapesquisa.com/paises/timor_leste/
3. Organiza a informao recolhida para, posteriormente, a poderes partilhar com os teus colegas de turma e/ou forneceres ao() teu(tua) professor(a).
SNTESE
Timor-Leste encontra-se localizado no Sudeste Asitico e integrado na ilha de Timor.
Timor-Leste possui uma intensa rede de relaes com outros pases, em especial com a Austrlia e a Indonsia, e com
numerosas organizaes no governamentais, entre as quais se destaca a Comunidade de Pases de Lngua Portuguesa (CPLP).
A Comunidade de Pases de Lngua Portuguesa (CPLP) foi criada a 17 de julho de 1996 e dela fazem parte oito pases: Portugal,
Brasil, Angola, Moambique, Cabo Verde, S. Tom e Prncipe, Guin-Bissau e Timor-Leste.
A CPLP foi criada com o objetivo de aprofundar a amizade e a cooperao entre os seus membros, estabelecer uma
concertao poltico-diplomtica entre os Estados membros, incrementar a cooperao em diversos domnios e materializar
projetos de promoo e de difuso da lngua portuguesa.
O territrio da Repblica Democrtica de Timor-Leste compreende a superfcie terrestre, a zona martima e o espao areo,
delimitados pelas fronteiras nacionais. Integra a parte oriental da ilha de Timor, a ilha de Ataro, o ilhu de Jaco e o enclave
de Oecussi Ambeno.
O mximo comprimento mdio do territrio timorense de cerca de 270 km, e a mxima largura de 75 km, ocupando o
territrio de Timor-Leste uma rea de cerca de 15 000 km2. A fronteira terrestre com a Indonsia tem 202 km e possui uma
costa com 638 km.
Em termos administrativos, Timor-Leste encontra-se dividido em 13 distritos. Cada distrito possui uma cidade capital e
formado por subdistritos.
A menor diviso administrativa de Timor-Leste o suco, que pode ser composto por uma ou mais aldeias.
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situao geopoltica de timor-Leste | 19
Atividades Complementares
1. Observa a Figura I.
A
Oecussi
AtauroBaucau
Timor-Leste
B
Oecussi
AtauroBaucau
1.1. Localiza Timor-Leste no contexto mundial e asitico.
1.2. Indica duas vantagens para o desenvolvimento de Timor-Leste que podem vir da sua localizao.
1.3. Identifica a diviso administrativa representada no mapa B da Figura I.
1.4. No mapa B da Figura I assinala a diviso administrativa que corresponde ao local onde a tua escola se localiza.
1.5. Indica outras divises administrativas que existam em Timor-Leste.
2. Timor-Leste encontra-se integrado na Comunidade de Pases de Lngua Portuguesa (CPLP).
2.1. Explica o que a CPLP e refere os pases que a constituem.
2.2. Indica duas vantagens da integrao de Timor-Leste na CPLP.
2.3. Comenta a seguinte afirmao: A rea de interveno da CPLP abrange os domnios poltico, cultural e econmico.
3. Observa, com ateno, a Figura II.
Figura II
Baucau
Marde Sawu
Mar
de
Timor
Manatuto
Suai
PanteMacassar
100 kms50 kms0 kms
124 126
124 126
10
8
10
8
Indonsia
Indonsia
3.1. Na ilha de Timor, indica a posio relativa de Timor-Leste em relao Indonsia.
3.2. Indica a localizao absoluta de Pante Macassar e de Manatuto, apresentando o valor aproximado das suas coordenadas geogrficas.
3.3. Utilizando a escala grfica dada, calcula a distncia aproximada (em linha reta) entre Dli e Suai.
3.4. Transforma a escala grfica da Figura II numa escala numrica.
3.5. Refere a importncia das escalas nos mapas geogrficos.
Figura I
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O b j e t i v O s
identificar as principais caractersticas das paisagens mundiais e de timor-Leste.
Caracterizar os principais processos internos responsveis pela modelao das paisagens.
Reconhecer a importncia da dinmica interna da terra na modelao das paisagens de timor- -Leste.
identificar os principais agentes externos de modelao das paisagens.
explicar a importncia da dinmica externa da terra na modelao das paisagens.
Refletir acerca do modo como o Homem interfere na construo das paisagens.
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Unidade temtica 2As Paisagens de timor-Leste
SUBTEMA 1
Principais caractersticas das paisagens mundiais e de timor-Leste
SUBTEMA 2
Processos internos de modelao das paisagens
SUBTEMA 3
Processos externos de modelao das paisagens
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Unidade temtica 2 | As Paisagens de timor-Leste
22
Conceitos-chave
Paisagem terrestre
Paisagem natural
Paisagem humanizada
Fatores modeladores das paisagens
Agentes internos
Agentes externos
Montanhas
Planaltos
Cabeos
Plancies
Vales
Preservao das paisagens
Paisagens timorenses
Potencialidades das paisagens
SUB-TEMA 1
PRINCIPAIS CARACTERSTICAS DAS PAISAGENS
MUNDIAIS E DE TIMOR-LESTE
QUESTO ORIENTADORAQue caractersticas apresentam as paisagens de Timor-Leste?
Sumrio
Principais caractersticas das paisagens mundiais e de Timor-Leste
Elementos constitutivos das paisagens
Principais tipos de paisagens
Caracterizao das paisagens de Timor-Leste
Finalidade
A abordagem do subtema Principais caractersticas das paisagens
mundiais e de Timor-Leste pretende aprofundar os teus conhecimentos
sobre as paisagens mundiais e as paisagens de Timor-Leste e ajudar-te a
refletir acerca da necessidade que h de preservar as paisagens naturais.
Metas de aprendizagem
Identifica os elementos constitutivos das paisagens.
Distingue os principais tipos de paisagens.
Indica as caractersticas das paisagens de Timor-Leste.
Localiza os principais tipos de paisagens timorenses.
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Principais caractersticas das paisagens mundias e de timor-Leste | 23
1.1. PRINCIPAIS CARACTERSTICAS DAS PAISAGENS MUNDIAIS
A observao do planeta Terra permite definir dois grandes domnios o
domnio terrestre e o domnio marinho separados pela linha de costa.
Nestes domnios podem identificar-se:
os aspetos fsicos (ex.: montanhas, planaltos, vales, plancies, desertos,
etc.);
os aspetos humanos (ex.: cidades, aldeias, edifcios, estradas, pontes,
fbricas, vias rodovirias e ferrovirias, campos, culturas, etc.).
Os aspetos fsicos e humanos formam as paisagens terrestres. Estas so
muito variadas, podendo conter sinais da presena humana. Se uma
paisagem no apresenta sinais da presena humana designa-se de paisagem
natural, como o caso das altas montanhas, das grandes florestas e dos
desertos (Figura 1A). Se uma paisagem sofreu alteraes mais ou menos
profundas provocadas pelo Homem designa-se de paisagem humanizada,
como o caso de todas as construes feitas pelo Homem (Figura 1B).
As paisagens terrestres resultam da ao de vrios fatores, tais como:
a natureza das rochas que constituem o subsolo;
as deformaes que alteram a crosta terrestre;
as erupes vulcnicas que formam as rochas magmticas e originam,
por vezes, zonas bastante montanhosas;
os agentes climticos (ex.: gua, vento, gelo) que desgastam,
transportam e depositam materiais existentes na superfcie terrestre;
a presena da atividade dos seres vivos, em particular da vegetao e
da vida existente no solo;
a ao do Homem, que interfere fazendo construes e criando
novas paisagens (ex.: cidades, campos agrcolas).
Uma paisagem nunca est acabada. Ela corresponde fotografia do
momento. O impacto de um meteorito pode, numa frao de segundo,
mudar o que levou centenas de milhares de anos a ser construdo. Uma
cheia, um sismo ou uma erupo vulcnica tm, tambm, impactos
imediatos sobre as paisagens.
A formao das paisagens naturais como as montanhas, os planaltos, os
cabeos, os vales, as plancies e as depresses resultou da ao conjunta
dos agentes internos (ex.: erupes vulcnicas, movimentos tectnicos)
que tendem a formar o relevo inicial, e dos agentes externos (ex.: chuva,
vento, gelo) que tendem a modific-lo ao longo do tempo.
Figura 1 Exemplo de uma paisagem natural (A) e de uma paisagem
humanizada (B).
A
B
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24 | As Paisagens de timor-Leste
As montanhas so relevos elevados e muito volumosos, geralmente de
vertentes com forte declive, que originam vales estreitos e profundos (Figura
2). Podem apresentar uma forma cnica ou uma forma alongada e muitas
vezes terminam em cumes aguados. A maior cadeia montanhosa do mundo
a dos Himalaias (na sia), onde se situa o Monte Evereste com 8 848 metros
de altitude e o mais alto da Terra. Seguem-se-lhe a cadeia dos Andes (Amrica
do Sul), as Montanhas Rochosas (Amrica do Norte) e os Alpes (Europa).
Os planaltos so superfcies elevadas, mais ou menos planas no cimo.
Apresentam vertentes de forte declive e vales estreitos e profundos
(Figura 3). Alguns planaltos na regio dos Himalaias, como o do Tibete,
atingem altitudes superiores a 5 000 metros.
Os cabeos so relevos de reduzida altitude, de vertentes com declives
suaves e de cumes mais ou menos arredondados (Figura 4). Resultam, na
maior parte dos casos, de relevos mais elevados que foram desgastados
ao longo de muitos milhes de anos.
As plancies so superfcies mais ou menos extensas e planas, de baixa
altitude (Figura 5). Podem resultar da acumulao de sedimentos
transportados pelos cursos de gua (ex.: rios, ribeiras) e designam-
-se plancies sedimentares, de acumulao ou plancies aluviais.
Se resultam do desgaste do relevo inicial chamam-se plancies de eroso
e apresentam ligeiras ondulaes.
As depresses so superfcies com altitudes inferiores s das reas
circundantes. Podem ter uma forma relativamente estreita e muito
alongada entre as montanhas e os planaltos e designam-se por vales
(Figura 6).
Atividade 1
1. Tendo em conta as informaes partilhadas responde s questes que so colocadas.
1.1. Distingue as paisagens naturais das paisagens humanizadas.
1.2. Indica dois fatores que influenciam a modelao das paisagens terrestres.
1.3. Quais so as principais diferenas existentes entre as montanhas e os planaltos?
1.4. Refere quais so as principais caractersticas das plancies.
2. Apresenta as respostas que deste aos teus colegas da turma e ao() teu(tua) professor(a).
Figura 6 Exemplo de um vale (Timor-Leste).
Figura 2 Exemplo de uma montanha (Timor-Leste).
Figura 5 Exemplo de uma plancie (Timor-Leste).
Figura 4 Exemplo de um cabeo (Timor-Leste).
Figura 3 Exemplo de um planalto.
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Principais caractersticas das paisagens mundias e de timor-Leste | 25
1.2. PRINCIPAIS CARACTERSTICAS DAS PAISAGENS DE
TIMOR-LESTE
A ilha de Timor apresenta uma cordilheira montanhosa com orientao
Este-Oeste, que divide o pas numa costa Norte, bastante irregular, e
numa costa Sul, que apresenta grandes plancies (Figura 7).
Oecussi
AtauroBaucau
AlorPantor
Mar de Sawu
Estreito de Ombai
Estreito de Wetar
Fossa de Timor
Manatuto
Ermera
Same
SuaiAtambua
Pante Macassar
1
7
24
35
6
Kupang
> 2500 m
[1500 m; 2500 m]
[1250 m; 1500 m]
[1000 m; 1250 m]
[300 m; 1000 m]
[0 m; 300 m]
[-1000 m; 0 m]
[-3000 m; -1000 m]
< -3000 m
1 Monte Tata Mai Lau (2963 m)
2 Monte Matebian (2373 m)
3 Monte Cailaco (1916 m)
4 Monte Mundo Perdido (1790 m)
5 Monte Taroman (1765 m)
6 Monte Sapo (1253 m)
7 Monte Manacoco (1029 m)
100 kms50 kms0 kms
Figura 7 O relevo de Timor-Leste (Durand, 2010).
O pico mais alto do pas o monte Tata Mai Lau, com 2963 metros.
Existem, ainda, outros quatro locais com mais de 2000 metros: o monte
Cablaque, localizado entre os distritos de Ermera e de Ainaro; os montes
Meriquen e Loelaco, junto fronteira; e o monte Matebian, situado entre
Baucau e Viqueque.
Timor-Leste, apesar de ser um pas tropical, tem um relevo que influencia
a temperatura e as chuvas registadas nas montanhas. A ilha de Timor est
sujeita ao regime de mones entre novembro e maio, perodo em que
chove mais e em que a temperatura e a humidade atingem os seus valores
mais altos. A estao seca ocorre entre junho e outubro. A heterogeneidade
da morfologia e do clima contribuem para a variedade de paisagens de
Timor-Leste, que vo desde as zonas de montanha s plancies e savanas,
da selva tropical s florestas de coqueiros e aos arrozais.
As temperaturas relativamente elevadas registadas no territrio timorense,
aliadas sua reduzida variao anual, possibilitam o uso, ao longo de todo o
ano das suas praias, que se estendem pelas costas Norte e Sul. So recantos
escondidos de areia dourada ou quilmetros e quilmetros de areia preta,
como a praia de Liqui, a uma hora de Dli, ou a praia de Betano, na costa do
mar de Timor.
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26 | As Paisagens de timor-Leste
Os praticantes de snorkelling e de mergulho recreativo podem faz-lo na
costa do enclave de Oecussi Ambeno, na ilha de Ataro e nos arredores de
Dli, em direo a Baucau. Ao lado da topografia montanhosa, Timor-Leste
conta com uma extensa plancie costeira, acomodada ao longo do litoral.
A parte meridional larga, com a presena de zonas de assoreamento,
de mangais e de pntanos na embocadura dos rios. Ao longo do litoral
registam-se bancos de areia e vrias formaes coralgenas de grande
beleza.
Os mangais aparecem nas margens das baas e das lagoas e constituem
um abrigo contra as fortes correntes. Estes ecossistemas, importantes
para a produtividade da pesca e para a proteco das praias e das zonas
costeiras, so encontrados, principalmente, no litoral Norte de Metinaro,
Tibar e Maubara. Na costa Sul surgem na embocadura das ribeiras ou em
terrenos pantanosos, em funo dos nveis de mar, tendo sido alguns
mangais substitudos por coqueirais.
No lado Norte da ilha aparecem terraos do litoral e, por exemplo,
em Baucau e Laga, surgem extensos planaltos de origem coralfera.
As formaes aluviais ocorrem entre Lautm e Baucau e nas regies
de Vemasse e Manatuto. Esta regio setentrional caracterizada por
encostas que terminam abruptamente no mar, deixando, no entanto,
alguns abrigos, j que as guas do litoral Norte so mais calmas. O melhor
ancoradouro da ilha localiza-se na baa de Dli e encontra-se protegido
por recifes de coral que deixam duas entradas. A Este os portos de Lifau e
Baucau fornecem ancoradouro para embarcaes.
A Norte de Dli, o mais fcil para descobrir as belezas geogrficas de Timor
percorrer os cerca de 140 km que levam cidade de Baucau, onde
surgem os arrozais e centenas de palmeiras (Figura 8A).
Uma paisagem de grande beleza encontra-se na praia de Lautm,
localizada no extremo mais oriental de Timor (distrito de Lautm).
Tutuala uma praia escondida na vegetao e possui um porto de abrigo,
de onde partem os barcos dos pescadores para o ilhu de Jaco, uma
reserva de tartarugas. Os timorenses acreditam que se trata de um lugar
mgico e, por isso, mantm a ilha preservada (Figura 8B).
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Principais caractersticas das paisagens mundias e de timor-Leste | 27
A costa Sul constituda quase inteiramente por uma vasta plancie, que
se estende desde a fronteira com Timor Ocidental, em Viqueque, at Lore.
A formao de bancos de areia, na foz dos rios, aliada ao facto desta costa
ser constantemente fustigada pelas ondas do mar de Timor, no permite
ancoragem fcil. Assim, a ancoragem para embarcaes de pequeno
porte possvel nos esturios de Suai, Alas e Luca. No enclave de Oecussi
Ambeno, Tulary Ican Bay permite a ancoragem de embarcaes, mas est
mal protegido contra as mones.
As paisagens de Timor-Leste so muito diversificadas e com enormes
potencialidades para a agricultura, a pastorcia, as atividades desportivas
e tursticas, entre outras. Torna-se, por isso, necessrio que as mesmas
sejam preservadas, de modo a promoverem o desenvolvimento
sustentvel do territrio timorense.
Figura 8 Arrozais a caminho de Baucau (A) e ilhu de Jaco (B), Timor-Leste.
A B
Atividade 2
1. Tendo em conta as informaes partilhadas responde s questes que so colocadas.
1.1. Indica dois fatores que contribuem para a variedade das paisagens de Timor-Leste.
1.2. Refere trs tipos de paisagens naturais que existem no territrio timorense.
1.3. Por que importante preservar as paisagens naturais de Timor-Leste?
1.4. Indica duas medidas que devem ser tomadas para preservar as paisagens naturais timorenses.
2. Apresenta as respostas que deste aos teus colegas da turma e ao() teu(tua) professor(a).
Atividade 3
O que ainda gostarias de saber mais sobre as paisagens mundiais e de Timor-Leste?
1. Regista as dvidas/questes relacionadas com as caractersticas das paisagens mundiais e de Timor-Leste, para as quais ainda no tens resposta.
2. Pesquisa, em fontes diversificadas (ex.: Internet, documentos fornecidos pelo professor,), informaes que te ajudem a clarificar as dvidas que sentes e a encontrar respostas para as questes que colocaste. Os sites que se seguem podem ajudar-te nessa pesquisa.
Sites teis: http://ultramar.terraweb.biz; http://timport.blogspot.com/2009/08timor-leste.html; http://timor-leste.gov.tl/?p=91&lang=pt
3. Organiza a informao recolhida para, posteriormente, a poderes partilhar com os teus colegas de turma e/ou forneceres ao() teu(tua) professor(a).
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28 | As Paisagens de timor-Leste
Figura I Exemplos de paisagens timorenses.
A B
SNTESE As paisagens terrestres so caracterizadas pelos aspetos fsicos e humanos.
Uma paisagem que no apresenta sinais da presena humana designa-se paisagem natural (ex.: montanhas, matas naturais
e desertos). Uma paisagem que sofreu alteraes mais ou menos profundas provocadas pelo Homem designa-se paisagem
humanizada (ex.: cidade).
As paisagens terrestres resultam da ao de agentes internos (ex.: movimentos tectnicos, erupes vulcnicas) e de agentes externos
(ex.: eroso, interveno humana).
As paisagens naturais podem ser montanhas, planaltos, cabeos, vales, plancies e depresses.
As paisagens timorenses so muito diversificadas. Encontram-se em Timor-Leste montanhas, planaltos, cabeos, vales,
plancies e depresses, distribudas um pouco por todo o territrio.
Muitas paisagens timorenses so utilizadas para a prtica da agricultura e da pastorcia. No entanto, as potencialidades das paisagens
timorenses so imensas. Se forem devidamente aproveitadas podem ser utilizadas para as atividades desportivas e tursticas.
Atividades Complementares
1. Distingue paisagens naturais de paisagens humanizadas, apresentando um exemplo de cada uma delas.
2. Dos agentes modeladores das paisagens abaixo indicados, assinala os agentes externos com as letras AE e os agentes internos com as letras AI:
(A) Erupes vulcnicas.
(B) Ao dos seres vivos sobre a paisagem.
(C) Movimentos tectnicos que elevam e enrugam a crosta terrestre.
(D) Rios.
(E) Glaciares.
3. Caracteriza uma montanha e uma plancie, apresentando um exemplo timorense de cada uma das referidas paisagens.
4. Observa, com ateno, a Figura I.
4.1. Qual das fotografias representa uma paisagem humanizada? Justifica a tua resposta.
4.2. Indica duas medidas que devem ser tomadas para preservar a paisagem B observada na Figura I.
4.3. Por que importante preservar a paisagem A observada na Figura I?
5. Refere a importncia que as paisagens naturais podem ter no desenvolvimento de Timor-Leste.
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Processos internos de modelao das paisagens | 29
Conceitos-chave
Estrutura interna da Terra
Composio interna da Terra
Modelo geoqumico
Modelo geofsico
Rocha
Mineral
Magmatismo
Rochas vulcnicas ou extrusivas
Rochas plutnicas ou intrusivas
Metamorfismo
Metamorfismo regional
Metamorfismo de contacto
Fatores de metamorfismo
Rochas metamrficas
Rochas sedimentares
Meteorizao, eroso, transporte, sedimentao e diagnese
Ciclo das rochas
Rochas timorenses
Deriva continental
Tectnica de placas
Limites divergentes, convergentes e conservativos
Dobras
Falhas
Preservao do patrimnio geolgico
SUB-TEMA 2
PROCESSOS INTERNOS DE MODELAO DAS PAISAGENS
QUESTO ORIENTADORAQue processos internos condicionam a modelao das paisagens de Timor-Leste?
Sumrio
Processos internos de modelao das paisagens
Estrutura e composio interna da Terra
Magmatismo e rochas magmticas
Metamorfismo e rochas metamrficas
Rochas sedimentares
Ciclo das rochas
Rochas timorenses
A tectnica de placas e sua importncia no territrio timorense
Finalidade
A abordagem do subtema Processos internos de modelao das paisagens
pretende aprofundar os teus conhecimentos sobre os processos internos
que condicionam, direta ou indiretamente, a formao e a evoluo das
paisagens em geral, e das paisagens de Timor-Leste, em particular.
Metas de aprendizagem
Identifica os principais constituintes da estrutura interna da Terra.
Explica os principais conceitos do magmatismo.
Caracteriza as rochas magmticas quanto sua origem.
Descreve os principais fatores de metamorfismo.
Caracteriza as rochas metamrficas quanto origem.
Identifica as principais etapas do processo de formao das rochas
sedimentares e caracteriza-as quanto origem.
Indica os principais tipos de rochas existentes no territrio timorense.
Relaciona o ciclo das rochas com a evoluo das paisagens timorenses.
Explica a Teoria da Tectnica de Placas.
Relaciona a tectnica de placas com os riscos de ocorrncia de sismos e
de vulces no territrio timorense.
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30 | As Paisagens de timor-Leste
Figura 10 Explorao mineira.
Figura 9 Exemplo de uma paisagem timorense.
Figura 11 Realizao de uma sondagem.
2.1. ESTRUTURA E COMPOSIO INTERNA DA TERRA
Desde a Antiguidade que o Homem tem procurado conhecer e compreender
a complexidade do planeta Terra. No entanto, apesar da tecnologia
que possui, o Homem s conhece uma parte superficial do planeta.
O conhecimento da estrutura interna da Terra foi construdo, com
o contributo de muitos cientistas, e com o recurso a tecnologias
diversificadas que foram surgindo ao longo do tempo. Para o conhecimento
da estrutura interna da Terra existem dois mtodos: os mtodos diretos
e os mtodos indiretos.
Os mtodos diretos so mtodos que recorrem a uma observao direta
do planeta Terra, entre os quais se incluem a:
observao da natureza das paisagens geolgicas (Figura 9);
exploraes de jazigos minerais (Figura 10);
sondagens (Figura 11).
No entanto, os mtodos diretos permitem conhecer apenas uma parte
superficial do planeta Terra.
Os mtodos indiretos so mtodos que recorrem a uma observao
indireta do planeta Terra e recaem, sobretudo, no estudo dos materiais
expelidos durante as atividades vulcnicas, no estudo da velocidade de
propagao das ondas ssmicas e nos dados fornecidos por satlites.
Atravs do estudo dos dados obtidos pela utilizao dos mtodos diretos
e indiretos, os cientistas elaboraram dois modelos da estrutura interna
da Terra: o modelo geoqumico que nos d a conhecer a composio
dos materiais e o modelo geofsico que nos ajuda a entender a dinmica
terrestre.
Modelo geoqumico da estrutura interna da Terra Este modelo
baseado nas caractersticas qumicas dos materiais que constituem o
interior da Terra (Figura 12). O planeta Terra encontra-se estruturado nas
seguintes camadas:
crosta, corresponde camada mais superficial do planeta Terra
e encontra-se dividida em crosta continental e crosta ocenica.
A crosta continental engloba os continentes e tem uma espessura mdia
de 30 km, mas pode ultrapassar os 100 km. Possui uma densidade que
varia entre 2,7 e 3 e formada por rochas magmticas, sedimentares
e metamrficas.
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Processos internos de modelao das paisagens | 31
A crosta ocenica, relativamente crosta continental, muito mais
fina (6-7 km), mais densa (3,0-3,2) e com uma composio basltica.
uma crosta muito mais jovem que a crosta continental, pois no se lhe
conhecem rochas com idades superiores a 220 milhes de anos.
manto, a camada a seguir crosta e vai at uma profundidade de 2883
km. , essencialmente, constitudo por ferro e magnsio. A densidade
varia com a profundidade, desde 3,5 at 5,5. Encontra-se dividido em
manto superior, que vai at aos 660 km, e em manto inferior, que vai
at aos 2883 km de profundidade.
ncleo, a camada que ocupa o centro da Terra, a partir dos 2883 km
de profundidade. , essencialmente, constitudo por ferro e algum
nquel e encontra-se a elevadas temperaturas. A densidade varia com a
profundidade, desde 9,9 at 13,0.
Modelo geofsico da estrutura interna da Terra Este modelo baseado
no estado fsico (rigidez) dos materiais que constituem o interior da Terra
(Figura 13). Em termos de rigidez dos materiais, a Terra continua a estar
estruturada em camadas, mas o nmero e a sua espessura so diferentes
das do modelo geoqumico. De acordo com este modelo, o planeta Terra
encontra-se estruturado nas seguintes camadas:
litosfera, uma camada rgida cuja espessura mdia varia de 50
km na crosta ocenica, at 150 km na crosta continental. A litosfera
corresponde crosta mais uma parte do manto superior e encontra-se
partida em placas, designadas placas litosfricas, que encaixam entre si
como se fossem as peas de um puzzle.
astenosfera, uma camada menos rgida do que a litosfera, talvez porque
se encontre num estado mais prximo da fuso parcial. sobre esta
camada que a litosfera se move e pode ir at aos 250 km de profundidade.
mesosfera, uma camada mais rgida que a astenosfera e vai desde o
final da astenosfera at aos 2883 km de profundidade.
endosfera, a camada mais profunda da Terra e localiza-se a partir dos
2883 km de profundidade. Do ponto de vista fsico encontra-se dividida
no ncleo externo, que se encontra no estado lquido, e no ncleo
interno, que se encontra no estado slido.
O modelo geofsico da estrutura interna da Terra vai ser utilizado no estudo
da mobilidade da superfcie terrestre, que abordamos mais frente neste
manual.
Figura 12 Modelo geoqumico da estrutura interna da Terra.
Figura 13 Modelo geofsico da estrutura interna da Terra.
3488 km
6371 km
2883 km
6371 km
0 km
75-1
00 k
m35
0 km
2883
km
5000
km
6371
km
Litosfera
Endosfera
MesosferaAstenosfera
0 km6-70 km660 km
2883 km
6371 km
CrostaNcleo
Manto
-
32 | As Paisagens de timor-Leste
O planeta Terra caracteriza-se pelos materiais que o constituem e por
numerosos processos que nele se desenvolvem, em consequncia do
seu dinamismo interno e externo. A interao destes processos leva
modificao dos materiais rochosos e modelao das paisagens. O
dinamismo interno conduz formao de um conjunto diversificado de
rochas (magmticas, metamrficas e sedimentares) e de deformaes
que vamos aprofundar de seguida.
2.2. MAGMATISMO E ROCHAS MAGMTICAS
As rochas so associaes naturais de minerais. Um mineral um
elemento ou um composto que foi formado naturalmente na Terra
e possui uma frmula qumica definida. De entre os minerais mais
frequentes podemos destacar o talco, o gesso, o quartzo, o feldspato, as
micas, o diamante, a pirite, o cobre, o ouro, a prata e o volfrmio. s vezes
as rochas so formadas por um s mineral (ex.: o quartzito formado por
quartzo). Na maioria das vezes, so formadas por vrios minerais (ex.: o
granito formado por quartzo, feldspato e micas).
As rochas magmticas ou rochas gneas, so as rochas mais abundantes na
Natureza, e constituem cerca de 95% dos materiais que constituem a crosta
terrestre. Estas rochas resultam da solidificao do magma (rocha fundida)
que se forma na crosta ou no manto superior, em locais onde o calor
suficiente para fundir as rochas, no todo ou em parte. O magmatismo o
conjunto dos fenmenos associados formao e solidificao dos magmas.
O magma, uma vez formado, tende a subir em direo superfcie.
medida que sobe, o magma vai arrefecendo e cristalizando e, por isso, vai
parando. Duas situaes podem ocorrer durante a ascenso do magma:
o magma consegue chegar superfcie suficientemente quente,
saindo pelos vulces na forma de lava, de gases e de piroclastos
(partculas slidas). A lava ao solidificar d origem s rochas vulcnicas
ou extrusivas;
o magma no consegue chegar superfcie e solidifica em profundidade.
Neste caso, o arrefecimento lento e permite que os minerais cresam
e sejam visveis vista desarmada, dando origem s rochas plutnicas
ou intrusivas.
Atividade 4
1. Observa, com ateno, os esquemas que se seguem, que apresentam os dois modelos da estrutura interna da Terra.
1.1. Identifica as camadas representadas pelas letras A, B, C e D.
1.2. Indica uma caracterstica comum entre a camada A e a mesosfera.
1.3. Refere as camadas do interior da Terra, de acordo com:
1.3.1. o modelo I;
1.3.2. o modelo II.
1.4. Caracteriza a endosfera.
1.5. Que semelhanas e que diferenas encontras entre os dois modelos representados?
2. Apresenta as respostas que deste aos teus colegas da turma e ao() teu(tua) professor(a).
Figura I Modelos da estrutura interna da Terra.
Endosfera
Mesosfera C
D
A
BCrosta
I II
-
Processos internos de modelao das paisagens | 33
2.2.1. Rochas vulcnicas ou extrusivas
Os vulces so dispositivos naturais que permitem a sada, superfcie
da Terra, do magma vindo do interior. Muitos vulces so montes em
forma de cone, mas h muitos vulces que no formam cones vulcnicos
elevados. Por outro lado, um vulco a expresso superficial de um
conjunto de fenmenos mais profundos, que incluem a formao do
magma em profundidade e a sua ascenso (subida) ao longo de fissuras.
Ao conjunto de fenmenos que vo desde a formao do magma em
profundidade at sua sada superfcie d-se o nome de magmatismo.
Ao atingir a superfcie, o magma transforma-se e expelido sob trs
formas: slida (piroclastos), lquida (lavas) e gasosa (gases vulcnicos).
As rochas vulcnicas ou extrusivas incluem os piroclastos e as lavas
arrefecidas.
Os piroclastos so materiais slidos projetados e depositados perto da
estrutura vulcnica e tm nomes diversos consoante o tamanho dos
fragmentos (ex.: cinzas, lapilli e calhaus) (Figura 14).
As lavas, umas so quentes e fluidas e, por isso, espalham-se a partir das
aberturas ou bocas vulcnicas: so os derrames ou escoadas (Figura 15).
Ao arrefecer, do origem a rochas escuras (ex.: basalto). Outras lavas so
viscosas e, por isso, tendem a solidificar perto das bocas, formando domas
ou curtas escoadas e dando origem ao riolito. Por vezes, as escoadas
espessas, ao arrefecerem, contraem-se e formam fraturas em forma de
prisma hexagonal.
Dos gases libertados numa erupo vulcnica, o principal o vapor de
gua, depois o dixido de carbono e o dixido de enxofre (Figura 16A).
H lavas to ricas em gases que quando estes se escapam durante a
solidificao deixam a rocha to esburacada que chega a flutuar na gua,
formando a pedra-pomes (Figura 16B).
A forma, as dimenses, a disposio dos minerais e o grau de cristalizao
definem a textura de uma rocha. O tamanho dos minerais depende da
velocidade de arrefecimento do magma (ou da lava) e, por isso, o tamanho
dos minerais d-nos indicaes sobre a origem da rocha.
Nas rochas vulcnicas ou extrusivas d-se o arrefecimento rpido do
magma superfcie, ou prximo dela, pelo que a cristalizao pode no ser
completa.
Figura 14 Exemplos de piroclatos: cinzas (A) e lapilli (B).
Figura 15 Exemplos de escoadas de lavas.
Figura 16 Gases com cinzas expelidos por um vulco (A) e pedra-pomes (B).
A
B
A
B
-
34 | As Paisagens de timor-Leste
No caso do basalto, os cristais so de pequena dimenso, pouco ou nada
visveis vista desarmada (Figura 17A). Um arrefecimento muito rpido
do magma superfcie no permite a individualizao, cristalizao e
desenvolvimento dos cristais, como acontece com a obsidiana (Figura
17B).
A rocha vulcnica mais frequente na Natureza o basalto, de cor negra.
Esta rocha resulta do arrefecimento rpido de um magma que solidificou,
a maior parte das vezes, superfcie. O basalto encontra-se em grande
parte da crosta ocenica e nos grandes planaltos de lava das erupes
continentais.
2.2.2. Rochas plutnicas ou intrusivas
As rochas plutnicas ou intrusivas cristalizam no interior da crosta, pelo
que no podemos assistir sua formao, mas apenas as podemos
observar quando a eroso as desenterrou.
H dois tipos principais de intruses: files e batlitos (Figura 18). Os
files formam-se quando o magma se introduziu e solidificou numa
fratura ou numa fissura. Na maioria dos casos, os files so verticais ou
quase, recebendo o nome de diques. Quando o magma se introduziu entre
camadas de rochas sedimentares os files designam-se files-camada
ou soleiras. Os batlitos so intruses muito volumosas que chegam a
ultrapassar a centena de km de comprimento e a dezena de km de largura.
As rochas plutnicas ou intrusivas formam-se em profundidade, pelo que
o magma arrefece lentamente, dando tempo para que os cristais cresam
e possam ser visveis vista desarmada (gro grosseiro a mdio) ou com a
ajuda de uma lupa (gro fino).
A rocha plutnica que forma grande parte da crosta continental o granito
(Figura 19). Esta rocha mostra que se ter formado a partir de um magma
que solidificou em profundidade. constituda por minerais como: quartzo,
feldspato e micas (moscovite e biotite), alm de outros minerais acessrios.
As cores do granito podem variar, desde as mais claras s mais escuras,
devido a diferenas de cristalizao, aos minerais que o constituem e ao
grau de alterao da rocha.
Figura 17 Basalto (A) e obsidiana (B).
A
B
Figura 18 Files e batlitos.
Figura 19 Amostras de granito.
BatlitoFalha
Filies
-
Processos internos de modelao das paisagens | 35
2.3. METAMORFISMO E ROCHAS METAMRFICAS
As rochas metamrficas formam-se no interior da crosta terrestre, a
partir de outras rochas pr-existentes (magmticas, metamrficas ou
sedimentares). Quando uma rocha sujeita, durante um longo perodo de
tempo, a condies de calor e/ou de presso e/ou de fluidos diferentes das
da sua formao, sofre um conjunto de transformaes na composio e
na textura, sem chegar a fundir. A nova rocha formada rocha metamrfica
adquire uma nova textura e, muitas vezes, uma composio mineralgica
diferente. O conjunto de fenmenos que contribui para a transformao dos
minerais e da textura de uma rocha pr-existente numa rocha metamrfica
chama-se metamorfismo.
Os gelogos consideram que existem dois tipos de metamorfismo:
metamorfismo regional (presso e temperatura atuam ao mesmo
tempo) e metamorfismo de contacto (a temperatura determinante).
O metamorfismo regional pressupe que uma grande extenso de
rochas seja metamorfizada a regio que se prolonga para Sul de Dli
um bom exemplo. Este tipo de metamorfismo ocorre, sobretudo, nas
partes profundas das cadeias montanhosas (Figura 20). Quando as rochas
afetadas pelo metamorfismo regional afloram (isto , esto visveis
superfcie do terreno, como o caso de Dli), isto significa que:
ou se trata de uma cadeia montanhosa antiga, onde a eroso teve
tempo de desgastar as rochas que se encontravam por cima e aplanar
o relevo;
ou se trata de cadeias muito jovens (como o caso de Timor), onde as
rochas profundas foram desenterradas ao longo de grandes fraturas.
O metamorfismo de contacto est associado atividade magmtica,
ocorrendo junto ao contacto de uma intruso (ex.: dique), na base de uma
escoada vulcnica, sobretudo basltica. O calor libertado pela intruso
como que assa (metamorfiza) as rochas encaixantes junto aos bordos
(Figura 21).
2.3.1. Fatores de metamorfismo
Ao observarmos as rochas metamrficas da regio de Dli, por exemplo,
surgem-nos questes do gnero: o que provocou o metamorfismo, qual a
sua intensidade e como que ele variou no espao e no tempo?
Figura 21 Condies de formao do metamorfismo de contacto.
Figura 20 Condies de formao do metamorfismo regional.
Alta presso
Rochaencaixante
Intruso
-
36 | As Paisagens de timor-Leste
Os fatores de metamorfismo so a temperatura, a presso, os fluidos
e o tempo. A temperatura e a presso provocam alteraes nas rochas,
nomeadamente na composio, na disposio e na orientao dos
minerais. Estas alteraes levam a que a textura das rochas se modifique.
Os fenmenos relacionados com o metamorfismo so muito lentos, pelo
que o tempo um fator que deve ser considerado.
Quando a presso exercida ocorre durante muito tempo, a rocha resultante
fica com faixas mais ou menos paralelas, como acontece no xisto e no
gnaisse. Este tipo de rochas forma-se, normalmente, no metamorfismo
regional. O xisto apresenta xistosidade, partindo facilmente segundo
superfcies lisas e paralelas (Figura 22A), como se fossem as folhas de
um livro, e o gnaisse apresenta faixas alternadas de minerais claros e de
minerais escuros (Figura 22B).
No metamorfismo de contacto, os principais fatores que provocam a
modificao das rochas preexistentes so o calor e os fluidos libertados
pelo magma, que vo originar modificaes na textura e na composio
da rocha inicial. Um exemplo de uma rocha que pode ser formada por
este processo o mrmore, formado a partir do calcrio.
Atividade 5
1. Observa, com ateno, as amostras que se seguem e responde s questes que sobre elas so colocadas.
1.1. Identifica as amostras A e B.
1.2. Indica qual das rochas se formou em profundidade. Justifica a tua resposta.
1.3. Comenta a seguinte afirmao: A rocha B uma rocha vulcnica.
1.4. Distingue a amostra A da amostra B quanto textura.
2. Apresenta as respostas que deste aos teus colegas da turma e ao() teu(tua) professor(a).
Figura I Amostras de rochas magmticas.
B
A
Figura 22 Amostra de xisto (A) e de gnaisse (B).
A B
-
Processos internos de modelao das paisagens | 37
2.3.2. Rochas metamrficas
Existe uma enorme diversidade de rochas metamrficas. Na Tabela I
apresentam-se alguns exemplos de rochas metamrficas e o seu modo
de formao.
Sequncia de transformao de algumas rochas metamrficas
Modo de formao
Quando um granito (A) sofre metamorfismo regional a rocha
resultante o gnaisse (B).
Quando um argilito (A) sofre metamorfismo regional a rocha
resultante o xisto (B).
Quando um calcrio (A) sofre metamorfismo de contacto
a rocha resultante o mrmore (B). Os calcrios puros
(contendo apenas o mineral de calcite) do origem aos
mrmores brancos. Os calcrios impuros (contendo
minerais argilosos) do origem a mrmores com manchas
ou faixas de cores variadas e minerais tpicos (ex.: clorites,
anfbolas, granadas).
Quando um arenito (A) sofre metamorfismo de contacto a
rocha resultante o quartzito (B).
Quando um xisto argiloso (A) sofre metamorfismo de
contacto a rocha resultante a corneana (B).
Por vezes, durante o metamorfismo, as rochas podem ser impregnadas por
fluidos, que esto na origem de muitos cristais. Estes quando so lapidados
do origem a pedras preciosas.
Tabela I Exemplos de rochas metamrficas e respetivo modo de formao
BA
BA
BA
BA
BA
-
38 | As Paisagens de timor-Leste
Atividade 6
1. Observa, com ateno, as amostras da Figura I e responde s questes que sobre elas so colocadas.
1.1. Identifica as amostras A e B.
1.2. Indica qual das rochas se formou por metamorfismo regional. Justifica a tua resposta.
1.3. Comenta a seguinte afirmao: A rocha B uma rocha que resultou do metamorfismo de contacto em que a rocha encaixante era o arenito.
2. Apresenta as respostas que deste aos teus colegas da turma e ao() teu(tua) professor(a).
Figura I Exemplos de rochas metamrficas.
2.4. ROCHAS SEDIMENTARES
As rochas sedimentares so as rochas mais abundantes em Timor-Leste.
So formadas pela deposio de materiais provenientes da eroso de
rochas mais antigas (magmticas, metamrficas ou sedimentares) que
se encontram expostas superfcie da Terra. A formao das rochas
sedimentares implica, geralmente, a ocorrncia dos seguintes processos:
meteorizao, eroso, transporte, sedimentao e diagnese (Figura 23).
Todas as rochas so desgastadas pela meteorizao (os materiais
permanecem no local) e pela eroso (os materiais saem do local).
Os materiais desgastados sofrem, mais cedo ou mais tarde, um transporte,
sobretudo provocado pela ao dos rios e do vento.
Os materiais sofrem transporte e acabam por ser depositados ou
sedimentados em camadas ou estratos, geralmente horizontais. Chamam-
-se ento sedimentos. Algumas camadas de sedimentos formam-se pela
acumulao de restos de seres vivos (ex.: areias calcrias conchas de
animais, leitos de carvo plantas apodrecidas). Os sedimentos, medida
que se vo acumulando e compactando passam por um processo chamado
diagnese, que leva formao das rochas sedimentares mais ou menos
endurecidas.
2.4.1. A origem dos sedimentos
A meteorizao ou alterao superficial decompe gradualmente as
rochas expostas na superfcie terrestre. um processo complexo, mas que
fundamental para a formao dos solos. costume distinguir dois tipos
de meteorizao: fsica e qumica. Elas atuam em simultneo, mas cada
uma dominante em funo do clima, do relevo e da natureza das rochas.
Meteorizao fsica A rocha desagrega-se em fragmentos mais
pequenos por ao de fenmenos de natureza fsica. Um caso extremo
a variao da temperatura em regies desrticas ou em alta montanha.
A humidade contida nas fissuras, gelando e descongelando, intensifica
o processo de desagregao das rochas. Tambm o mar pode exercer
uma meteorizao fsica sobre as rochas que se encontram na costa
(Figura 24).
Meteorizao qumica Os minerais das rochas decompem-se em
meio aquoso, devido a reaes qumicas que os transformam em
Figura 23 Etapas da formao das rochas sedimentares.
Meteorizao e eroso
Transporte
Sedimentao
Rochas sedimentares
Diagnese
Figura 24 Ao das ondas do mar sobre as rochas.
BA
-
Processos internos de modelao das paisagens | 39
produtos solveis. Um dos exemplos mais estudados a transformao
dos feldspatos em minerais de argila. A meteorizao qumica muito
intensa em climas quentes e hmidos. A meteorizao qumica
caracterstica das rochas calcrias, dando origem a um relevo crsico
(Figura 25).
As plantas e os animais podem intensificar, localmente, a meteorizao nos
seus aspetos fsicos (ex.: razes das rvores, minhocas, toupeiras) (Figura 26)
ou qumicos (ex.: bactrias).
2.4.2. Do sedimento rocha sedimentar
A sedimentao consiste na deposio dos materiais e difere conforme o
tipo de sedimentos e o agente de transporte. Na maior parte dos casos, os
sedimentos depositam-se formando uma sucesso de camadas, os estratos.
Os sedimentos, medida que vo sendo enterrados, vo ficando cada vez
mais consolidados. Esta consolidao pode fazer-se por compactao ou
por cimentao, dando-se o nome de diagnese quando forma rochas
sedimentares consolidadas. Na Figura 27 sintetizam-se as principais
etapas do processo de compactao, cimentao e diagnese.
2.4.3. Classificao das rochas sedimentares
Tendo em conta a origem dos sedimentos, as rochas sedimentares podem
classificar-se em: rochas detrticas, rochas quimiognicas e rochas
biognicas.
Rochas sedimentares detrticas
Estas rochas formam-se por acumulao de partculas slidas de
origem detrtica e de diferentes dimenses, resultantes da alterao e
desagregao de rochas pr-existentes, aps a diagnese. Na Figura 28
apresentam-se alguns exemplos de rochas sedimentares detrticas e das
partculas que lhes deram origem.
Os argilitos so rochas sedimentares detrticas, constitudos por partculas
de pequenssimas dimenses (gros de argila). A argila (conhecida por
barro) forma com a gua uma pasta moldvel, que muito utilizada
no fabrico de utenslios domsticos (ex.: panelas, jarros, pratos, etc.).
A argila quando branca chama-se caulino e muito utilizada no fabrico
de pratos, do papel, da cermica, de tintas, entre outros.
Figura 25 Gruta de calcrio (meteorizao qumica).
Figura 26 Desagregao mecnica por ao dos agentes biolgicos.
Figura 27 Principais etapas do processo de compactao,
cimentao e diagnese.
50 - 60% de gua
10 - 20% de gua
Compataco Cimentao
Diagnese
-
40 | As Paisagens de timor-Leste
Os arenitos so rochas sedimentares detrticas, constitudos por gros de
areia, unidos por um cimento natural. A cor e as propriedades dos arenitos
dependem da natureza dos gros e do cimento que os constituem.
Os conglomerados so rochas sedimentares detrticas, constitudos
por gros grosseiros, mais ou menos arredondados, unidos por um
cimento natural.
Rochas sedimentares quimiognicas
As rochas sedimentares quimiognicas resultam da precipitao de
substncias dissolvidas na gua. Deste tipo de rochas fazem parte o
sal-gema, o gesso e alguns calcrios.
O sal-gema e o gesso resultam da precipitao de sais dissolvidos, devido
evaporao da gua que os contm em soluo (Figura 29). O sal-gema
forma-se devido evaporao da gua que contm muito cloreto de sdio
e o gesso forma-se devido evaporao de gua que contm sulfato de
clcio hidratado. Do sal-gema obtem-se o sal da cozinha e, tambm,
pode ser utilizado no fabrico da borracha, do sabo, da cermica e de
medicamentos. O gesso utilizado na indstria de estuques, cimentos e
ornamentos de paredes.
Os calcrios so rochas sedimentares quimiognicas e apresentam
cores muito variadas (Figura 30). So rochas pouco duras que se riscam
facilmente com um canivete e fazem efervescncia com cidos, reao
em que se liberta dixido de carbono. So constitudos por um mineral
chamado calcite (carbonato de clcio).
Rochas sedimentares biognicas
As rochas sedimentares biognicas resultam da acumulao de materiais
provenientes de seres vivos e incluem os calcrios coralgenos, os calcrios
conquferos, os carves e o petrleo (Figura 31).
Os calcrios coralgenos resultam, sobretudo, da deposio de
estruturas provenientes de corais. Os calcrios conquferos resultam,
essencialmente, da acumulao de conchas de animais marinhos. Os
carves so constitudos por restos de vegetais e o petrleo resulta da
deposio de restos de seres vivos (ex.: plnton).
2.5. CICLO DAS ROCHAS
O planeta Terra possui rochas magmticas, sedimentares e metamrficas.
Estas encontram-se em constante transformao, sobretudo ao nvel dos
continentes, onde os agentes erosivos esto a atuar de forma constante.
Figura 28 Exemplos de rochas sedimentares detrticas.
Figura 29 Exemplos de sal-gema (A) e de gesso (B).
Figura 30 Amostra de calcrio.
A
B
Areia Arenito
ConglomeradoBalastros
-
Processos internos de modelao das paisagens | 41
Se observarmos as montanhas na estao das chuvas, a gua vai
empapando as rochas e amolecendo o terreno. Os minerais vo-se, pouco
a pouco, separando. Uns, como o quartzo, resistem chuva, ao vento e
ao gelo. Outros, como os feldspatos, vo-se decompondo e formando
minerais argilosos. Outros, ainda, como a calcite, entram mais facilmente
em soluo. Por vezes, o prprio material rochoso que desaba em bloco.
Tudo isto transportado pelos rios at ao mar, onde se deposita sob a
forma de sedimentos e, por compactao, forma rochas sedimentares.
No caso de o soterramento continuar ao longo de vrios quilmetros
de profundidade, a temperatura aumenta e vai modificando as rochas
sedimentares, que passam a rochas metamrficas.
Se as rochas metamrficas atingirem profundidades superiores a 10-12
km, a temperatura pode mesmo provocar uma fuso parcial das rochas e
conduzir formao de rochas magmticas. Tudo isto se passa no interior
da crosta continental, mas h muitas rochas magmticas que resultam,
tambm, da fuso parcial de materiais provenientes do manto.
Todas estas rochas (sedimentares, metamrficas e magmticas), se
ascenderem superfcie, em grande parte por eroso das que se
encontravam por cima, vo sofrer de novo a ao da chuva, do vento e do
gelo. E o ciclo continua (Figura 32).
Meteorizao eroso,transporte e sedimentao
Consolidao dossedimentos
Levantamento
Levantamento
Presso e temperatura
Rochassedimentares
Presso e temperatura
Presso e temperatura
Arrefecimentoe cristalizao
Fuso
Magma
Presso parcialno manto
Fuso
Figura 32 Principais etapas do ciclo das rochas.
Figura 31 Amostras de calcrio coralgeno (A), calcrio conqufero (B) e carves (C).
A
B
C
,
-
42 | As Paisagens de timor-Leste
2.6. ROCHAS TIMORENSES
Em consequncia da constante transformao das rochas (magmticas,
metamrficas e sedimentares), Timor-Leste possui uma grande diversidade
geolgica, tal como se pode constatar na Figura 33.
As rochas de Timor-Leste constituem dois domnios geolgicos distintos:
autctone, constitudo por rochas e sedimentos gerados no local;
alctone, composto por rochas formadas noutras reas mas que foram
transportadas para as regies onde atualmente se encontram.
O domnio autctone distribui-se por todo o pas, inclusive no enclave de
Oecussi Ambeno. predominante na metade leste do territrio timorense,
tendo presena expressiva no Sudoeste do territrio (zona de Bononaro e
Ainaro). Consiste numa sucesso de diferentes tipos de rochas, formadas
em diversos perodos geolgicos. So xistos, intercalados por calcrios e,
eventualmente, por arenitos, conglomerados e lavas bsicas. Integram-
-no, tambm, depsitos quaternrios recentes, nomeadamente os
sedimentos fluviais e marinhos e os calcrios coralgenos. Os sedimentos
marinhos correspondem s plancies costeiras, que dominam na costa Sul
do pas. Os calcrios coralgenos ocorrem nas reas de Baucau e Lospalos,
bem como no ilhu de Jaco.
O domnio alctone corresponde a um complexo carreado que aparece,
principalmente, no Noroeste do pas, na regio de Balibo, de Ermera, de Dli,
de Aileu, de Laclubar, ocorrendo, tambm, no enclave de Oecussi Ambeno.
constitudo por rochas metamrficas e magmticas de diferentes idades.
Atividade 7
1. Observa, com ateno, as amostras da Figura I e responde s questes que sobre elas so colocadas.
1.1. Identifica as amostras A, B e C.
1.2. Indica e justifica qual das rochas uma rocha sedimentar detrtica.
1.3. Comenta a seguinte afirmao: A amostra B uma rocha biognica.
1.4. Distingue a amostra B da amostra C quanto ao grau de consolidao.
2. Apresenta as respostas que deste aos teus colegas da turma e ao() teu(tua) professor(a).
Figura I Exemplos de rochas sedimentares.
Atividade 8
1. Observa, com ateno, o esquema da Figura I e responde s questes colocadas.
1.1. Identifica o tipo de rochas representado pelas letras A, B e C.
1.2. Indica os fenmenos representados pelos nmeros 1, 2, 3 e 4.
1.3. Com base nos dados do esquema justifica a designao de ciclo das rochas.
2. Apresenta as respostas que deste aos teus colegas da turma e ao() teu(tua) professor(a).
Figura I Ciclo das rochas.
Figura 33 Principais formaes geolgicas existentes em Timor-Leste.
Superfcie terrestre 1
11
2
3
4
A
BB
C
Magma
BA
C
-
Processos internos de modelao das paisagens | 43
Tratam-se de xistos, micaxistos, anfibolitos, mrmores, diversos tipos de
calcrio, margas, brechas vulcnicas e rochas eruptivas.
A diversidade geolgica existente no territrio timorense necessita de ser
preservada, pois fundamental para a compreenso da histria geolgica
da regio e fonte de inmeros recursos naturais.
2.7. A TECTNICA DE PLACAS E SUA IMPORTNCIA NO
TERRITRIO TIMORENSE
O planeta Terra mexe-se, tanto superfcie como no interior. superfcie,
tudo gira ao mesmo tempo e no mesmo sentido, o movimento de rotao
da Terra. A histria registada nas rochas tem revelado que o planeta mais
dinmico do que na realidade se supunha. No interior, ainda no sabemos
muito, mas as cincias que estudam a Terra evoluram muito desde os
finais do sculo XIX.
Em 1915, o alemo Alfred Wegener apresentou a Teoria da Deriva dos
Continentes, que considerava que os continentes se moviam lentamente
(alguns cm/ano) superfcie da Terra, como se fossem jangadas de pedra.
Mais tarde, veio a constatar-se que o fundo dos oceanos atravessado
por longas cadeias montanhosas (dorsais ou cristas ocenicas), onde h
numerosos vulces submarinos espalhados ao longo das cristas, que
emitem lavas baslticas nas zonas de rifte. As lavas baslticas arrefecem
rapidamente para formar nova crosta ocenica que empurra a j
existente para um e outro lado. A isto, o norte-americano Harry Hess
(1906-1969) chamou de expanso dos fundos ocenicos.
Tectnica de Placas
Tendo por base o modelo geofsico da estrutura interna da Terra, j
estudado anteriormente, os cientistas descobriram que a litosfera estava
partida em placas litosfricas. Estas placas so constitudas por rochas da
crosta terrestre e pela parte superior do manto superior e movimentam-
-se sobre a astenosfera, uma camada plstica. E este movimento das
placas de litosfera que faz com que os continentes se movam (Figura 34).
Os gelogos descobriram que a litosfera est dividida em sete grandes
placas (Euroasitica, Norte Americana, Sul Americana, Africana, Indo-
-Australiana, Pacfica, Antrtica) e em vrias placas mais pequenas
(Figura 35).
Atividade 9
1. Discute, com os colegas do teu grupo de trabalho, as questes que a seguir se colocam:
1.1. Por que importante preservar os recursos geolgicos de Timor-Leste?
1.2. Indica trs aes levadas a cabo pelos cidados timorenses que podem comprometer a sustentabilidade dos recursos geolgicos.
1.3. Que medidas devem ser tomadas pelos cidados timorenses para contriburem para a preservao dos recursos geolgicos de Timor-Leste?
1.4. Procede a uma avaliao crtica das medidas que implementas no teu dia a dia com vista a promoveres a preservao dos recursos geolgicos.
2. Apresenta turma as ideias principais que resultaram da discusso tida no teu grupo de trabalho relativamente s questes colocadas.
Figura 35 Localizao das placas litosfricas.
Dorsalocenica
Fundo da baciaocenica (plancie abissal)
Fossa
Figura 34 Modelo geral da tectnica de placas.
-
44 | As Paisagens de timor-Leste
As placas tectnicas formam-se ao longo das cristas submarinas, nas
chamadas dorsais mdio-ocenicas, que se formam a partir dos riftes
(Figura 36A), e deslocam-se ao longo de grandes fraturas, chamadas
falhas transformantes (Figura 36B). As placas tectnicas mergulham ao
longo de fossas, nas chamadas zonas de subduco (Figura 36C). Em
alguns locais pode haver coliso de placas, provocando enrugamentos e
formao de grandes cadeias montanhosas, como o caso dos Himalaias.
O movimento das placas de litosfera ocorre continuamente e deve-se
existncia de correntes de conveco no manto, que resultam do calor
interno da Terra.
De acordo com o movimento relativo das placas litosfricas, os gelogos
identificaram os seguintes limites: convergente (quando duas placas
convergem uma para a outra); divergente (quando duas placas se
afastam uma da outra); e conservativo (quando duas placas se deslocam
lateralmente) (Figura 36).
A Teoria da Tectnica de Placas apresenta uma explicao cientfica para
a mobilidade da litosfera. Permite, tambm, compreender muitos dos
fenmenos geolgicos que ocorrem no planeta Terra, tais como:
a formao das cadeias montanhosas, associadas aos limites
convergentes (continente/continente) (ex.: Himalaias);
os sismos, associados aos limites das placas litosfricas;
o vulcanismo, associado aos limites divergentes e convergentes
(continente/oceano).
A mobilidade das placas litosfricas permite, tambm, compreender a
distribuio de muitas espcies animais e vegetais pelo planeta Terra.
A Teoria da Tectnica de Placas permite, ainda, compreender alguns dos
fenmenos geolgicos existentes no territrio timorense (Figura 37).
Na anlise do mapa I da Figura 37 constatamos que Timor-Leste (com
exceo da ilha de Ataro) faz parte da mesma crosta continental
que engloba a Austrlia, o que equivale a dizer que Timor-Leste deve
ser includo na placa Indo-Australiana e no na placa Eurasitica.
O mapa II mostra a provvel delimitao das placas Indo-Australiana e
Eurasitica h 25 milhes de anos. Por uma questo de comodidade, nele
esto desenhados os contornos atuais da Austrlia e do SE Asitico (incluindo
a Insulndia). Na sua lenta aproximao do Arco de Banda, Timor-Leste est
perfeitamente integrado na placa Indo-Australiana, pelo que podemos
concluir que, do ponto de vista geolgico, Timor-Leste tem mais afinidades
com o continente australiano do que com o arquiplago indonsio.
Figura 36 Limites de placas tectnicas: limite divergente (A); limite conservativo
(B); e limite convergente (C).
A
B
C
C
Figura 37 Posio relativa de Timor-Leste, no contexto tectnico regional.
I
II
-
Processos internos de modelao das paisagens | 45
A proximidade de uma zona de subduco faz com que o territrio timorense
possa sentir alguma instabilidade, em termos de ocorrncia de sismos, e
podem surgir no mar algumas erupes vulcnicas, como consequncia do
afundamento da placa Indo-Australiana na placa Eurasitica.
Os sismos so libertaes de energia no interior da Terra, que se
manifestam superfcie com a chegada das ondas ssmicas. Os
sismos podem originar fendas no solo, falhas nas formas de relevo,
desnivelamentos verticais, deslizamentos horizontais, desprendimentos
de terras, avalanches de neve nas regies montanhosas, tsunamis.
Em termos econmicos e sociais, os sismos tm consequncias, por vezes
catastrficas, tais como: a destruio das construes; os incndios; a
ruptura nas condutas de gua, gs e saneamento; os acidentes em centrais
nucleares; a morte de seres humanos, entre outros.
Deformaes das rochas
Dependendo da intensidade dos fenmenos tectnicos existentes,
podem ocorrer deformaes nas rochas. As rochas deformadas a
temperaturas pouco elevadas partem ou fraturam. As fraturas podem
implicar o deslocamento de uma parte da rocha em relao outra parte,
dando origem s falhas.
As foras que provocam o falhamento das rochas (causa principal
dos sismos) podem ser distensivas ou compressivas. As distensivas
originam as falhas normais, as compressivas originam as falhas inversas.
Em ambos os casos podemos falar de movimentao para baixo ou
para cima ao longo do plano de falha. Mas h ainda um terceiro tipo de
falhas em que a movimentao se faz para o lado (na horizontal); so as
falhas de desligamento (Figura 38).
Durante a deformao das rochas pode no haver deslocamento dos blocos,
neste caso forma juntas ou diaclases. Estas formam-se por vrias razes:
algumas rochas sedimentares (ex.: grs, calcrios) abrem uma rede de
fissuras (diaclases) durante o dobramento.
uma intruso grantica forma-se em profundidade. Se a observarmos
superfcie, significa que a eroso removeu toda a enorme carga de
rochas que cobria aquela intruso. Aliviada desta carga, a parte superior
da intruso abre fissuras, so as chamadas diaclases.
uma escoada de lava ao arrefecer contrai-se, abrindo fissuras em forma
de prismas geralmente hexagonais.
Figura 38 Representao esquemtica de falhas.
Atividade 10
1. Observa, com ateno, a Figura I e responde s questes colocadas.
1.1. Identifica o tipo de limite que existe entre a placa Africana e a placa Indo-Australiana.
1.2. Indica o tipo de limite que existe entre a placa Indo-Australiana e a placa Eurasitica.
1.3. O que acontece litosfera ocenica junto fossa de Java?
1.4. Tendo em conta os dados da Figura I, explica por que razo a Terra no tem aumentado de tamanho ao longo do tempo.
2. Apresenta as respostas que deste aos teus colegas da turma e ao() teu(tua) professor(a).
Figura I
Placa Africana
PlacaIndo-Australiana
fr
ica
Fossa de JavaDorsalIndiana Indonsia
(Samatra)
Oceanondico
Astenosfera
Litosferaocenica
-
46 | As Paisagens de timor-Leste
Quando as rochas se encontram em profundidade (a temperaturas altas) e
so sujeitas a foras (distensivas ou compressivas) tendem a no partir mas
a dobrar, dando origem ao aparecimento de dobras. H muita variedade
de dobras, mas o padro bsico simples: todas exibem uma concavidade
e dois flancos (Figura 39). Se a concavidade aponta para baixo, chama-
se antiforma, se aponta para cima chama-se sinforma. Alm disso, se
a concav