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    de Elio Eugenio Mller, 1993Reservados todos os direitos ao autor.

    Apoio na Pesquisa:Yoshichi Kanno.

    Foto da Capa:Rodrigo Sounis Saporiti

    Reviso:Doris Bobsin Mller

    Impresso:Italprint Grfica e Editora Ltda.

    Desktop:Fonte Publicidade S/C Ltda.

    CAPAApresentando uma Nihon Ninguiy "Silhueta Japonesa, de Kmono"

    (protegida em redoma de vidro) oferecida ao autor e esposa (no dia docasamento, em 19.12.1970) pelos integrantes da Colnia Japonesa de Itati.

    EUO EUGENIO MLLERRua Guilherme Pugsley 2512, Ap 1003

    80600-310 - Curitiba - PR

    Fone: (041) [email protected]

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    SUMRIO

    I - TRS DATAS COMEMORATIVAS .- 85 anos da Imigrao Japonesa no Brasil- 25 anos da Colnia Japonesa de Itati- 20 anos da Congregao Japonesa (IECLB)

    II - A IMIGRAO JAPONESA EM ITATI .- Vencendo obstculos- A mentalidade japonesa- A miscigenao .- A naturalizao e a integrao no Brasil

    IIl - GENTE DE DOIS MUNDOS .

    - O suave perfume das flores .- A arte milenar do Ikebana .- O fenmeno "Dekasegui" .

    IV - FAMLIAS JAPONESAS DE ITAtI... .- A Famlia Aso- A Famlia Ouchi- A Famlia Takimoto- A Famlia Kanno

    - A Famlia Sato- A Famlia Abe- A Famlia Miyazaki- A Famlia Shimomura- A Famlia Cho

    V - A FORMAO DA CONGREGAO JAPONESA .- A amabilidade japonesa- O casamento de Ayako Ouchi com J. P. Brehm- A criao da Congregao Japonesa- Os primeiros batismos- A primeira Diretoria (Presbitrio)- O crescimento da Congregao

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    I - TRS DATAS COMEMORATIVAS

    - 85 anos de imigrao japonesa no Brasil.

    No dia 18 de junho de 1908, 781 imigrantes japoneses, embarcados noKasato-Maru, aportaram em Santos.

    Vieram vestidos a europia: os homens com chapus ou bons, botinasou sapatos, meias e gravatas; as mulheres de saias e luvas brancas.

    Entraram trazendo bandeiras do Brasil, confeccionadas de sedafinssima. Foi uma atitude, que bem mostra uma caracterstica do imigrantejapons, de ser amvel com os outros. E, assim eles so vistos at os nossos

    dias, como gente educada, de delicadeza fina e com respeito a todos.

    - 25 anos da Colnia Japonesa de Itati.

    No dia 3 de janeiro de 1968, o Sr. Masaharu Aso chegou ao vale do rioTrs Forquilhas, trazendo a sua famlia e a sua mudana. Ele j estivera nalocalidade entre 26 a 28 de dezembro de 1967 quando adquiriu terras(originrias do antigo "Stio da Figueira").

    O que ocorrera em So Paulo em 1908, era agora vivenciado pelo povode Vila Itati, no ento municpio de Osrio. Teve incio uma saga de trabalho,sacrifcios e coragem.

    Masaharu Aso e famlia seriam logo seguidos por outros: RioheyShimomura, Tadao Ouchi, Hiroshi Takimoto, Ichiro Abe, Otozo Sato, YoshichiKanno, Yushin Miyazaki. No primeiro ano entraram 7 famlias (ao todoperfazendo 34 pessoas). Mais tarde viriam ainda as famlias Kiyoshi Aso,Mitsugi Ezaki e Shigehisa Cho.

    - 20 anos de Congregao Japonesa (IECLB).

    No dia 2 de novembro de 1973 era criada a Congregao Japonesa deItati, vinculada Igreja Evanglica de Confisso Luterana no Brasil (IECLB). Oato ocorreu na residncia do Sr. Masaharu Aso, junto ao "Stio da Figueira",durante um culto de orao memorial oficiado pelo P. MIler, para lembrar ame do dono da casa, que falecera no Japo. Assim a lembrana da me, asaudade do lar paterno e a hora do culto divino foram os aspectos motivadorespara estabelecer esta Comunidade de Cristo. Ela que viria transformar-se em

    processo de acelerao para a integrao dos imigrantes japoneses, nacomunidade local.

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    II - A IMIGRAO JAPONESA EM ITATI

    - Vencendo obstculos.

    A imigrao japonesa no vale do rio Trs Forquilhas no chocou apopulao local. Pelo contrrio, foram recebidos com muito carinho.Evidentemente que eles chamaram a ateno pela feio, olhos e cor, pelacultura oriental e alimentao tpica que os distinguiam.

    Enquanto se pensava que o imigrante japons seria inassimilvel, aprtica revelou serem possuidores de uma grande capacidade para suportardificuldades e enfrentar novos desafios, assimilando com naturalidade no shbitos e costumes do povo do vale do rio Trs Forquilhas como tambm se

    adaptando muito bem ao clima, solo e gente diferente, ao que at entoconheciam.

    Um dos grandes obstculos previstos, era a lngua. Entretanto, DonaYasue Aso, esposa de Aso-san, relata: "Cheguei em ltati, falando bem poucaspalavras em portugus. Naquele dia (3.1.1968) eu estava preocupada com aalimentao para minhas crianas. Fiquei surpresa, quando vi chegando minhavizinha, Celina. Ela trazia leite de vaca, po caseiro e doce. Ela adivinhou asminhas dificuldades, nesta hora de correria, para instalar nossa mudana.

    Acreditei ento de que seriamos muito felizes neste lugar, no meio dessa genteatenciosa e to hospitaleira. Vi que o problema da lngua j no me deixariamais preocupada".

    - A mentalidade japonesa.

    O que distingue o imigrante japons o seu interesse pela educaodos filhos.

    Logo na chegada, quiseram saber onde, nas proximidades, funcionavauma boa escola e como poderiam matricular os filhos.

    Certamente explica-se isto pela histria do Japo, em particular com aRestaurao Meiji (ocorrida em 1871, naquele pas), quando fora promulgada aobrigatoriedade do ensino escolar. Por isto, todo o japons alfabetizado. Elescriam-se com esta mentalidade, de que a instruo escolar necessria eprimordial. Assim. o imigrante japons procura dar o mximo de si, visando umstatus de prosperidade para a sua famlia, vendo a educao como meio mais

    prprio na consecuo deste objetivo.

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    - A miscigenao.

    Como acontece entre as diferentes raas os japoneses tambmpreferem que os seus filhos mantenham seus traos e razes, no caso,

    orientais. Entretanto, em uma colnia com apenas uma dezena de famlias, istotoma-se bem mais difcil. Por isto, bem cedo ocorreram casamentosintertnicos. Lembro bem do primeiro casamento do meio japons que realizei,em 07.10.1973, dos jovens Jos Paulo Brehm e Ayako Ouchi.

    Eu e Doris at havamos ido a So Paulo, contatar o pastor HisashiShiobara para vir ajudar nesse ofcio religioso, visando oferecer uma maisadequada comunicao com os japoneses.

    - A naturalizao e a integrao ao Brasil.

    Na poca em que para c vieram, os imigrantes japoneses encontraramum municpio na situao de "Area de Segurana Nacional".

    Na condio de estrangeiros eles no podiam ser proprietrios de terrasna regio. Era imprescindvel a integrao dos mesmos, com seus filhos enetos (nisseis e sanseis) na realidade social e poltica brasileira.

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    Com o apoio da Igreja Evanglica de Confisso Luterana no Brasil(IECLB) o processo de naturalizao teve um rpido encaminhamento.Passaram assim condio de cidados brasileiros com todos os direitos edeveres dos mesmos.

    A partir de ento os lderes de origem japonesa passaram a marcarimportante presena no cenrio local com um efetivo trabalho em favor dodesenvolvimento.

    Participaram na Associao para o Desenvolvimento de ltati (ADIT A) enas atividades do Centro de Assistncia Rural de Itati (CARI).

    Os integrantes da Colonia Japonesa criaram uma Cooperativa deFloricultores e anos mais tarde a Associao Cultural e Esportiva de Itati.

    Hoje, estes imigrantes japoneses no s participam de urna histria de25 anos, de presena em Itati, bem como so reconhecidos como gente quefaz histria, pela efetiva contribuio para o desenvolvimento no s regional,porm, por um Brasil melhor para todos, sem distino.

    TADAO OUCHI e OTOZO SATO, expositores premiados na 2a ExposioAgro-Industrial promovida pela Comunidade Evanglica de Trs Forquilhas, vendo-seatrs deles o interventor municipal Coronel Carlos Fernando Dornelles de Azambuja, oSr. Olcio Bobsin e o Sr. Ady Brehm, em 15.07.1973.

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    Dia da inaugurao do Monumento ao Imigrante, em Itati, 1974.Hasteamento das Bandeiras do Brasil, Rio Grande do Sul, Alemanha e Japo

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    III - GENTE DE DOIS MUNDOS.

    - O suave perfume das flores.

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    A grande novidade que os imigrantes japoneses trouxeram ao vale do rioTrs Forquilhas foi a introduo do cultivo de flores, mais particularmenterosas, crisntemos e cravos.

    Atualmente so 12 os produtores de flores, em ltati. O volume decomercializao atinge anualmente cerca de 300.000 unidades de cravos,450.000 de rosas e 150.000 de crisntemos.

    Foi de grande importncia a criao da cooperativa de floricultores.Tomaram possvel a instalao de uma cmara fria que permite a conservaode flores por maior tempo. Desta forma podem ser comercializadas em pocasmais favorveis, como por exemplo, em finados, no dia das mes ou outrasdatas especiais.

    Muito importante para o progresso da Colnia Japonesa de ltati foi aeliminao dos intermedirios. Eles negociam diretamente com o comrcio dePorto Alegre atravs de um espao na Central de Abastecimento (CEASA).

    - A arte milenar do Ikebana.

    Ligada produo de flores os japoneses cultivam uma de suas maisantigas tradies: a arte milenar do ikebana, ou a arte de fazer arranjos de

    flores.

    Conforme a tradio japonesa em um arranjo de ikebana soobservados trs elementos: o sol (o pai), a lua (a me) e a terra (os filhos).

    lkebana tambm tida como uma espcie de terapia, pois teria afaculdade de harmonizar a casa, a famlia e o trabalho.

    Por isto, quem oferece um arranjo de ikebana para algum na verdade

    deseja o que h de melhor para o bem e a felicidade daquele que recebe omimo.

    Ensinam que ikebana transmite a energia da flor para dentro da casa eda vida das pessoas.

    Podemos assim observar que os japoneses trouxeram ao vale do rioTrs Forquilhas muitos novos ensinamentos de grande valor cultural e humano.

    No s aprimoraram o setor agrcola como tambm a vida social e uma

    nova viso poltica.

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    Dona Yasue Aso enyendida em IKEBANA.

    Os japoneses so "gente de dois mundos" (Futatsu no secaini ikiruHitobito), que conhecem o oriente e o ocidente.

    Esperamos por isto que os imigrantes japoneses e seus descendentesconquistem mais espaos na vida pblica local, para poderem contribuir aindamais efetivamente no desenvolvimento scio-cultural e poltico da nossa gente.

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    - O fenmeno Dekasegui.

    Diante da situao econmica adversa que a economia brasileira vemenfrentando nestes ltimos anos, surgiu entre os imigrantes japoneses e seus

    descendentes um fenmeno designado "Dekasegui". A traduo "aquele queviaja para trabalhar".

    Dezesseis pessoas de Itati foram ao Japo, em busca de trabalho edlares. As famlias Kanno, Ouchi, Abe, Takimoto, Sato e Miyazaki esto comfamiliares fora do lar. Esta situao levou inclusive a desmotivar uma condignacomemorao dos 25 anos da Colnia Japonesa de Itati.

    As informaes recebidas dos "Dekasegui de Itati", falam de uma vidamuito difcil e dura, no Japo. Sentem o choque cultural pois esto

    ocidentalizados e abrasileirados. A saudade do Brasil muito grande. Almdisso sofrem de discriminao e muitas vezes at rejeio da parte dasociedade japonesa. O que os faz perseverar unicamente a idia de umapoupana razovel em dlares e que possa ser aplicada em Itati, para amelhoria de seus empreendimentos agrcolas.

    Os Dekasegui tambm do conta das grandes transformaes queocorreram no Japo, nos ltimos anos. Fato marcante foi a mudana da "EraShowa"(Era da paz Iluminada) que durou 62 anos. Essa Era terminou com o

    falecimento do Imperador Hirohito, em 7 de janeiro de 1989. Iniciou ento a EraHeisei"(Era da paz e Concrdia).

    Ascendeu ao "Trono do Crisntemo" o novo imperador Akihito (125monarca da dinastia), investido no dia 12 de novembro de1990.

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    IV - FAMLIAS JAPONESAS, DE ITATI.

    - Famlia Aso.

    O Sr. MASAHARU ASO, nasceu em 1923 em Hukuoka-Ken, no Japo,filho de Jiroku Aso e Misao Aso. Formou-se tcnico agrcola, atuando no ramodo cooperativismo. Incorporado ao Exrcito Nipnico, lutou na Birmnia,durante a II Guerra Mundial. Casou em 14.12.1952, diante do pastor Matake,com YASUE ASO, nascida na cidade de Hukuoka-ken, filha de Kaizo e SetsuWatanabe. Formou-se professora de Ikebana. Vieram ao Brasil em 11.09.1958atravs do Porto de Santos. Filhos do casal: MICHIYO ASO, nasceu emHukuoka-ken, JOJI ASO, nasceu em Hukuoka-ken, LUIZ YUSO ASO, nasceuem Cachoeirinha-RS, RICARDO HIROTOSHI ASO, nasceu em Cachoeirinha-RS e ADRIANA SAYURI ASO, nasceu em Itat - RS).

    O Sr. KIYOSHI ASO, irmo de Masaharu, nasceu em1932 em Kukuoka-ken, no Japo, filho de Jiroku e Misao Aso. Casou com MIEKO YASUMI,nascida em 1941, no Japo, filha de Ioshimi e Chieko Yasumi. O casal teveduas filhas e trs filhos: FLORENCE HIROMI ASO, nascida em Cachoeirinha-RS, PAULO HIDEO ASO, nascido em So Francisco de Paula-RS, EMLIAHISAMI ASO, nascida em So Francisco de Paula-RS, MRIO YOHINO ASO,nascido em So Francisco de Paula-RS, MARCELO A TSUHIKO ASO, nascidoem Itati e AUGUSTO ISAMO ASO, nascido tambm em Itati-RS.

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    - Famlia Shimomura.

    O Sr. RYOHEI SHIMOMURA nasceu em 1935 em Nagano-ken, noJapo, filho de Yoichi e Toyo Shimomura, Foi batizado pelo pastor Aiji Kishida,em 23.05.1958, na cidade de Kanagawa, aos 23 anos de idade. Formou-secomo tcnico agrcola e fez a Faculdade de Agronomia.

    Em 1958, ainda solteiro, veio ao Brasil, em companhia da Famlia Aso.Por um ano permaneceu prximo aos Aso em Porto Alegre. Depois tentou asorte em Rivera (Uruguai). Convidado pelo Sr. Masaharu Aso, veio a Itati em1969. Ali casou com Kazuko Obika, em 1970, nascida em 1938 em Batonko

    Mandchria, China), filha de Hissakiti e Kiyoko Obika. Ela veio formada comoenfermeira, tendo, por diversos anos, atuado no Hospital Universitrio deTquio.

    O casal uniu-se pelos sagrados laos do matrimnio religioso somenteem 10.08.1974, diante do pastor Mller (acompanhado no procedimento peloscasais Kiyoshi e Mieko Asa e Yuzuke e Ai Miyazaki).

    Ryohei e Kazuko tiveram um casal de filhos em Itati: ELISABETHE

    SHIMOMURA e MARCIO SATOSHI SHIMOMURA.

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    - Famlia Ouchi.

    O Sr. TADAO OUCHI nasceu em 1929 em Fukushima-ken, no Japo, filho deHyioji e Fuyo Sato. Formou-se no 20 grau e depois incorporado ao Exrcito Nipnico,foi at a China, na II Guerra Mundial. O Sr. Tadao casou em 1951 com SHISENOOUCHI, filha de Seiji e Kane Ouchi, tatnbm nascida em Fukushima. Veio ao Brasil em1961 aportando em Rio Grande-RS, em companhia da esposa, dois filhos e duasfilhas. Trabalhou em Porto Alegre e Gravata. Veio a Itati em 1968. No Brasil, o casalteve mais trs filhas e dois filhos.

    A turma nipobrasileira dos Ouchi, vendo-se Carlos Sarate, Akemi Ouchie seus trs filhos.

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    - Famlia Takimoto.

    O Sr. HIROSHI TAKIMOTO nasceu em 1935 em Fukushima-ken, filhode Hideo e Ume Takimoto. Formou-se no Colgio Agrcola de Fukushima,tomando-se ajudante de professor. Fez estgio em agricultura, na Califmia(EUA). Veio ao Brasil em 1958. Casou com YOSHIKO TAKIMOTO, filha deUnokichi e Roku Sakuma. Foi batizada pelo pastor Koshiro Motomiya, da IEUJ- Igreja Evanglica Unida, do Japo. Filhos do casal: MAGDA TAKIMOTO,nascida no Jaguaro-RS e JORGE TAKIMOTO, nascido em Gravata-RS.

    O casal esteve durante dois anos em Jaguaro e cinco anos em

    Gravata, chegando em Itati em fevereiro de 1968.

    Famlia Kanno.

    O Sr. YOSHICHI KANNO nasceu nem 1936 em Fukushirna-ken, noJapo, filho de Masae e Hideyo Kanno. Formou-se no 20 grau em 1952.Trabalhou com o pai em atividade agrcola. Aps a guerra foi chamado paraparticipar do plano de reconstruo do Japo, recebendo misses em obrasdas mais diferentes, como por exemplo em usinas eltricas, barragens, usinasde tratamento de gua, esgotos, canais de irrigao e finalmente em prdios narea metropolitana do Japo. Colheu assim muitos ensinamentos e experincia

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    administrativa. Em 1957 recebeu uma bolsa de estudos para realizar estgiosagrcolas nos Estados Unidos da Amrica do Norte. Sua principal atuao foina "The Oxnard Plains Labor Association", na Califrnia-USA. Regressou aoJapo em agosto de 1960. Em 13.05.1961 aportou em Rio Grande-RS.Trabalhou junto a Tadao Ouchi e depois com Hiroshi Takimoto em Porto Alegree Gravata. Finalmente em 1968, realizou o seu grande sonho, adquirindoterras no rico vale do rio Trs Forquilhas, na Vila Itati. Teve destacada atuaona formao e na direo da Cooperativa de Floricultores e na AssociaoCultural e Esportiva de Itati. Foi candidato a vereador do municpio de Terra deAreia, dando assim os primeiros passos para a presena do imigrante japons,em ltati, na atividade poltico-partidria. O Sr. Yoshichi Kanno casado comHISAKO SAKUMA, nascida em Fukushima, no Japo, filha de Unokichi e RokuSakuma. formada em enfermagem e serviu no Hospital Okubo, de Tkio,atuando nas reas de clnica geral, cirurgia, ginecologia e obstetrcia. Como

    parteira experiente que , pode atender o nascimento decinco bebs nisseis,em ltati, alm da atuao na sade geral, na Colnia Japonesa de Itati. O casalbatizou dois filhos em Itati, em 1976: MIKA KANNO e MINORU KANNO. Ocasal teve trs filhos.

    Minoru Kanno.Na falta de uma foto da

    famlia Kanno, inserimos esta de um dos filhos.Fonte: Arquivo do autor.

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    - Famlia Sato.

    O Sr. OTOZO SATO nasceu em 1930 em Fukushima, no Japo, filho de

    Terukichi Suzuki e Koyo Suzuki. Trabalhou como funcionrio de umaCooperativa. Veio ao Brasil em 1958, apertando em Rio Grande-RS. Casou em1959, em Gravata-RS com HIDEKO SATO, nascida em Fukushirna. filha deHisashi e Aki Sato. Em 1961 nasceu a filha nica do casal MARISA. Viveramdois anos em Passo Fundo e sete anos em Gravata. Em fevereiro de 1968entraram em Itati. Hoje, com trs netos, juntamente com seu genro JURIJITANAKA, dedica-se ao cultivo de rosas e crisntemos.

    - Famlia Abe.O Sr. ICHIRO ABE nasceu em 1930 em Fukushima, no Japo. Filho de

    Ichinosuk e Riyo Abe. Casou em I953 com SATSU ABE nascida emFukushirna, filha de Heiji e Hatsu Sato.

    Vieram ao Brasil em 01.04.1958. Filhos do casal: KAZUO ABE, nascidoem Fukushima, FUMIO ABE, nascida em Fukushima, JOO PAULO ABE,nascido em Passo Fundo-RS, ERICA ABE, nascida em Gravata-RS,LEONILDO TOSHIO ABE, nascido em Itati. A famlia esteve durante quatroanos em Passo Fundo e cinco anos em Gravata. Vieram a Itati em 1968.

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    Foto antiga da famlia Abe.

    - Famlia Miyazaki.

    O Sr. YUSHIM MIY AZAKI nasceu no dia 13.05.1905 em AsogumKitaogunimati Kurnamoto, no Japo, filho de Katzuo Miyazaki e Jose Miyazaki.Casou em 1940 com MIE MIY AZAKI, nascida no dia 15.04.1914, emKurnarnoto, no Japo. No mesmo ano em que casou, Yushim foi incorporado

    ao Exrcito Imperial e enviado ao norte da China. A esposa pde acompanha-Io. L eles tiveram que permanecer durante 5 anos. Terminada a guerra, em1945, foram repatriados no dia do Natal (25 de dezembro). Conseguiramadquirir um moinho. Tiveram 4 filhos e I filha: YUSUKE, SHINSUKE, KA TSUHIKO, a filha MIYUKl e KENJlRO. Emigraram ao Brasil em julho de 1959,atravs do navio Argentina-Maru. Aportaram em Santos-SP. Aps umasemana, conseguiram seguir rumo ao Rio Grande do Sul, radicando-se noPasso do Lami. Mudaram aps dois anos para Viarno, tentaram melhor sorteem Cricirna e Sombrio (Santa Catarina). Finalmente em 1969, vieram paraItati, conseguindo realizar a sonhada compra de terra prpria. O venerandopatriarca Yushim Miyazaki faleceu em 28.08.1976, sendo o primeiro imigrante

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    japons sepultado no Cemitrio Evanglico de ltati.

    Yuzuke Miyazaki no centro.Na falta de uma foto da famlia Miyazaki, inserimos

    Yuzuke, em companhia do autor esquerda,e os pastores Kunert e Gottschald direita.

    Fonte: Arquivo fotogrfico do autor.

    - Famlia Cho,

    O Sr. SHIGEHISA CHO, nascido no dia 12.05.1922 em Fukuoka-ken. noJapo, filho de Bunzo e Tami Cho. Em 1943 foi incorporado Fora AreaJaponesa. Seguiu para a frente de combate, na Indonsia. Regressou aoJapo somente em 1946.

    Em 1948 casou com FUSANO CHO, nascida no dia 17.02.1924 emFukuoka-ken, no Japo, filha de Renzi e Kane Cho.

    Em 1959 aportou em Rio Grande-RS, acompanhado de um casal de

    filhos. Tentou fixar-se com produo agrcola nas cidades de Porto Alegre,Viamo e. Alvorada.

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    Finalmente. em 1974, encontrou um lugar que lhe agradasse. Adquiriuterras em Itati, contando com a intermediao do pastor Mller. O casal tevemais trs filhos no Brasil.

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    Foto abaixo mostrando danos da enchente,

    Sr. Yushim Miyazaki mostrando, em sua moradia, a altura alcanada pelaenchente de 1974.

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    V A FORMAO DA CONGREGAOJAPONESA DE ITATI (IECLB).

    - A amabilidade japonesa.

    Doris, minha esposa, era vizinha da Fanlia Aso. Alis, continuamosvizinhos, pois herdamos a propriedade. Isto certamente nos aproximou muitocom eles.

    Quando Doris e eu casamos em 19.12.1970 os integrantes da ColniaJaponesa nos ofereceram uma linda lembrana. Era uma Nihon Ninguiy(silhueta japonesa, de kimono), guardada em uma redoma de vidro (vide capa).

    Com essa amabilidade fomos cativados por eles.

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    Procuramos conhec-Ios os melhor, visitando as suas propriedades econvidando-os para as nossas programaes comunitrias.

    Eles passaram a colaborar com a Comunidade, particularmenterevelando interesse pela Festa da Colheita e a Exposio Agro-Industrial bemcomo outras atividades de apoio ao pequeno agricultor.

    - Casamento de Ayako Ouchi com J. P. Brehm.

    O convite para oficiarmos o casamento da japonesinha Ayako com JosPaulo Brehm, nos motivou a dar uma demonstrao de especial ateno aosjaponeses.

    A Doris e eu fomos a So Paulo, contatando o pastor Hisashi Shiobara,para nos auxiliar neste servio.

    Pastor Shiobara aceitou o convite e, em 07.10.1973 ele fez a suaprimeira visita a Itati.

    Acreditamos que esta participao na beno matrimonial ajudou adespertar um maior interesse da Colnia, pela mensagem da Igreja, pois

    ouviam o anncio da Palavra de Deus em sua prpria lngua.

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    Pastores Elio Mller e Hisashi Shiobara, oficiando o casamento da Ayako Ouchie J. Paulo Brehm

    - A criao da Congregao Japonesa.

    Ainda em 1973 falecia no Japo a Sra. Misao Aso, me de Masaharu eKiyoshi Aso. O Sr. Masaharu solicitou que realizssemos um culto, com oraomemorial pela falecida, em sua residncia. A data escolhida foi a noite definados (02.11.73). Organizamos um culto bastante simples. Perguntamos se afamlia possua uma Bblia. Aso-san no s trouxe a sua Bblia (em lngua

    japonesa) bem como o seu hinrio.

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    Masaharu Aso participou diretamente da liturgia e pregao, lendo todasas passagens bblicas em sua prpria lngua. Perguntamos tambm se eleconhecia algum hino do seu hinrio. Para surpresa nossa, ele cantou dois dosseus hinos prediletos, com voz firme e clara. Uma das melodias inclusiveconsta do hinrio atual da IECLB (HPD, no. 206 - "Quo bondoso amigo Cristo"). Algumas lgrimas apareceram tmidas nos cantos dos olhos de Aso-san. Ele se emocionara um pouco, talvez pela lembrana da terra natal e do larpaterno. Estiveram presentes ao culto as famlias de Kiyoshi Aso, RyoheiShimomura e do dono da casa (eram sete adultos e treze jovens e crianas).

    Verifiquei se eles tinham interesse por uma assistncia mais regular danossa parte ou, quem sabe, a formao de um ncleo comunitrio da nossaIgreja. Prontamente aceitaram a idia. Redigimos ento uma ata, lanada sob ono. 24/73, no Livro de Atas da Comunidade Evanglica de Trs Forquilhas,

    sediada em Itati.

    - Os primeiros batismos na Congregao.

    No dia 2 de fevereiro de 1974, j foi possvel realizar o primeiro culto debatismo.

    Para nos auxiliar, convidamos o ento estudante de teologia RenatoAugusto Khne, encarregado de servios de assistncia aos veranistas,naquele perodo. Foram batizados oito adultos e onze jovens e crianas.

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    A partir deste evento foi possvel motivar os novos membros daComunidade Evanglica a manterem uma participao regular nos cultosdominicais, no templo.

    Programamos um culto mensal, especial, no horrio regular do culto daComunidade, incluindo leituras bblicas bilinges (portugus e japons).

    O Coral da Congregao passou a se apresentar, sempre com doiscnticos, tambm em lngua japonesa.

    O Pai Nosso ou o Credo Apostlico passaram a ser realizados em lnguajaponesa, altemadamente. Nessas ocasies a Comunidade era convidada aacompanhar os japoneses, nas oraes, em voz baixa, em portugus.

    Aproveitamos datas comemorativas, como a Festa da Colheita e outrasocasies, incluindo a participao da Congregao Japonesa, vestindo os seustrajes tpicos.

    - A Primeira Diretoria (Presbitrio).

    Em 02.11.1973 foi eleita a primeira diretoria da Congregao Japonesa

    de Itati, assim constituda:

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    Presidente: Masaharu AsoVice-Presidente: Kiyoshi AsoSecretrio: Ryohei ShimomuraTesoureiro: Yuzuke Miyazaki

    - O crescimento da Congregao.

    Na dcada dos anos 70, a Congregao Japonesa cresceu rapidamente,reunindo quase todas as famlias da Colnia Japonesa de Itati.

    Para motiv-los em sua caminhada de f, colocamos o texto da carta doapstolo Paulo aos Efsios 2,19: "Assim j no sois estrangeiros e peregrinos,mas concidados dos santos, e sois da famlia de Deus".

    O Sr. Masaharu Aso. presidente da Congregao Japonesa em visita ao. Pastor Elioe Dona Doris, acompanhado da cunhada Mieko Aso e da filha Michiyo.

    Em 15.11.1975, o pastor Hisashi Shiobara pode realizar outro cultosignificativo, de batismo, integrando os casais Yushim e Mie Miyazaki, Otozo eHideko Sato e Yoshichi e Hisako Kanno, alm de filhos destes casais.

    Desta forma a Congregao Japonesa de Itati se consolidou, inclusiveestabelecendo relaes com os japoneses evanglicos de Porto Alegre e Ivoti,

    integrados na vida e ao da Igreja Evanglica de Confisso Luterana no Brasil(IECLB). Curitiba-PR, 02 de novembro de 1993. Elio E. Mller

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    DANA DO BOM ODORI.

    O autor tambm foi convidado e participou do evento.

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    Michiyo, no incio serviu de intrprete, nos contatos do autor com os integrantesda Colnia Japonesa de Itati.

    Momento significativo do aniversrio dos 88 anos do Sr Masaharu Aso.

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    Luiz Yuso Aso e esposa Marione Pelisser Aso vivem as tradies gachas e cultivamo momento do chimarro e as festas com churrasco, Sem descuidar de seus costumes

    nipnicos..

    Foto: O casal nipobrasileiro sombra da figueira, no Stio da Figueira,do qual so vizinhos.

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    Sobre o autor:(Estas informaes foram atualizadas em 1999).

    ELIO EUGENIO MLLER

    Dados biogrficosNasceu em Panambl - RS no dia 12/11/1944,filho de Arthur Theodoro Mller e Hilda Mllerirmo de Armindo, Arry, Dulce e Waldemar..

    Casado com Doris (Voges) Bobsin Mller.Tiveram os filhos Carlos Augusto e Cristiane.

    Possui morada no histrico "Stio da Figueira,em Itati - RS.

    Dados profissionais:Pastor Luterano da lECLB,

    Coronel Capelo R/1 doExrcito Brasileiro,

    e escritor.

    Atividade literria:Membro da Academia Virtual Brasileira

    de Letras AVBL.

    Ocupa a cadeira 211 da Academia de Letras dosMunicpios do Rio Grande do Sul ALMURS.

    Scio dos Instituto Histrico e Geogrficodo Paran IHGP.

    Scio do Instituto Genealgicodo Rio Grande do Sul INGERS.

    Membro do Centro de Letras do Paran,em Curitiba PR.

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    Foto de1969

    Foto de 1980.

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