Genêros Literários - 3ª Aula

8/17/2019 Genêros Literários - 3ª Aula

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Professora Lívia Figueiredo

UNIFAL - MG


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O que nos interessa é entender a

literatura como uma das formas

possíveis de usar a linguagem e

interpretar o mundo que nos cerca…


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O QUE É TEXTO LITERÁRIO?

LINGUAGEM LITERÁRIA

XLINGUAGEM UTILITÁRIA


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Texto/Resumo do textoHomem livre e escravo, patrício eplebeu, barão e servo, mestres ecompanheiros, numa palavra,opressores e oprimidos, sempre

estiveram em constante oposiçãouns aos outros, envolvidos numaluta ininterrupta, ora disfarçada, oraaberta, uma luta que terminousempre com uma reconfiguraçãorevolucionária de toda a sociedadeou com o declínio comum dasclasses em luta.

(Karl Marx; Friedrich Engels.Manifesto Partido Comunista.)

A luta de classes, semprepresente na História,acabou tradicionalmente

ou com uma revolução oucom a decadência dessasclasses antagônicas.


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Texto/Resumo do texto(...) um mal, que mata e não se vê;

que dias há que n’alma me tem posto

um não sei quê, que nasce não sei onde, vem não sei como e dói não sei por quê.

(Luís de Camões)

O amor é uma força maléfica mortal,invisível, indefinível, de origemdesconhecida, cujo caminho é ignorado ecuja dor provocada é incompreensível.


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LINGUAGEM LITERÁRIA

XLINGUAGEM UTILITÁRIA

O TEXTO UTILITÁRIO É AQUELE QUE SE

PREOCUPA SOBRETUDO COM O QUE SE DIZ.

O TEXTO LITERÁRIO É AQUELE QUE SEPREOCUPA SOBRETUDO COM O MODO DE

DIZER.


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CONCEPÇÕES ARTÍSTICAS E

GÊNEROS LITERÁRIOS Quanto à forma, o texto literário pode aparecer em versoou em prosa.

EXISTEM DIVERSAS CONCEPÇÕES ARTÍSTICAS DENTRODA LITERATURA.

ESSA CONCEPÇÕES DE MANIFESTAM POR MEIO DOSGÊNEROS LITERÁRIOS.

De acordo com a tradição, que remonta à AntiguidadeClássica, existem TRÊS GÊNEROS LITERÁRIOSFUNDAMENTAIS: ÉPICO, LÍRICO E DRAMÁTICO.


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ÉPICO

Vem do grego “ épos” (verso) + “ poieô”

(faço), e faz referência à narrativa feita em forma

de versos. Geralmente conta histórias de fatosgrandiosos e heroicos sobre a história de um

povo. Tem como característica a presença de um

narrador que fala do passado, o que faz com que

os verbos apareçam no tempo pretérito.


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Exemplos:

- Ilíada e Odisseia de Homero (poeta grego da Antiguidade).

- Eneida escrita por Virgílio (poeta romano da Antiguidade) – retrata o mito de fundação de Roma.

- Os Lusíadas – obra poética escrita pelo escritorportuguês Luís de Camões no século XVI.


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Na realidade, o gênero épico foi perdendo

espaço após o Renascimento. Tanto queatualmente o chamamos também de gêneronarrativo.

GÊNERO NARRATIVO: Nasceu do gênero épico,mas foi separado deste por conta da estrutura.Neste caso, as narrativas não são apresentadas em

versos, e sim em prosa. As principais

manifestações literárias deste gênero são oromance, a novela e o conto.

Í

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LÍRICODa palavra “lira”, o instrumento musical utilizado pelos gregos para acompanhar seus

cantos. Por muito tempo as poesias eram cantadas, mas depois veio a ser produzida para

ser declamada, sem o acompanhamento do instrumento musical. Não perdeu, porém, a

musicalidade, e até hoje faz uso de recursos como rima, rítmica, métrica, estrofes e

versos, combinações de palavras, figuras de linguagem, dentre outros recursos que são

essencialmente musicais. A poesia moderna trouxe muitas novidades, desprendendo-se

destes recursos e abraçando o verso livre, sem rima, sem métrica, com estrofes

irregulares.

O gênero lírico caracteriza-se também por expressar emoções, sentimentos esensações, sendo um texto subjetivo. A grande maioria das poesias pertencem a este

gênero, mas podem também pertencer ao gênero épico, dramático ou narrativo.

Principais poesias pertencentes ao gênero lírico: Ode, hino, elegia, idílio, écloga,

epitalâmio, sátira.


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Exemplos:

- I Juca Pirama – poema de Gonçalves Dias.

- A máquina do mundo – poema de Carlos Drummond de

Andrade.

- Vou-me Embora pra Pasárgada – poema de Manuel Bandeira.

- Soneto da Fidelidade – poema de Vinícius de Moraes.


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DRAMÁTICOEtimologia: “drama” que, em grego, significa “ação” .

Compreende os textos feitos para serem representados

(encenados), pressupondo a existência de um público e de

atores que farão a representação do texto. De acordo com

Aristóteles, dentro do gênero dramático, encontramosdois subgêneros: a tragédia e a comédia.


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Exemplos:

- Édipo rei – tragédia escrita pelo dramaturgo gregoSófocles.

- Sete contra Tebas – tragédia escrita por Ésquilo,dramaturgo da Grécia Antiga.

- As vespas – comédia do escritor grego da antiguidade Aristófanes.

- O Misantropo – comédia do escritor ateniense Menandro.


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É IMPORTANTE RESSALTAR QUE...

Os três gêneros tradicionais da Literatura talveznão sejam capazes de abarcar, atualmente, todas asmanifestações literárias que conhecemos, já que muitasdelas se caracterizam pela fusão de gêneros diferentes.

De qualquer modo, conheceralgumas dessas concepções, bem como os

gêneros literários clássicos, aumentanossa competência de leitura.


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Luís Vaz de Camões (1524 - 1580) “Os Lusíadas” é uma epopeia do escritor

português Luís Vaz de Camões, que tem como assuntoa viagem de Vasco da Gama às Índias.

As armas e os barões assinaladosQue, da ocidental praia lusitana,Por mares nunca de antes navegadosPassaram ainda além da Taprobana,

Em perigos e guerras esforçados,Mais do que prometia a força humana,E entre gente remota edificaramNovo reino, que tanto sublimaram......Cantando espalharei por toda a parte,

Se a tanto me ajudar o engenho e arte — Os Lusíadas, Canto I


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Gonçalves Dias - 1823- 1864

Formou-se em direito em Coimbra, retornou pro RJ e se tornouprofessor, morreu em um náufrago.Escreveu algumas obras: Canção do ExílioI Juca Pirama - (Romantismo)

“Não chores, meu filho; Não chores, que a vidaÉ luta renhida: Viver é lutar,

A vida é combate,Que os fracos abate,Que os fortes, os bravosSó pode exaltar.” (Os Timbiras)


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ÉDIPO REI Tragédia clássica escrita por Sófocles em 427 a.C., a

peça Édipo Rei foi considerada pelo filósofo Aristóteles como o exemplo mais perfeito do gênero. Na grafia grega, o nome da obra é OΙΔΙΠΟΥΣ ΤΥΡΑΝΝΟΣ, que, quando feita a transliteração,significa Édipo Tirano. Resumidamente, a história daobra é sobre a tragédia de um homem que tem seu

destino traçado pelos deuses. Devido a esta maldição,ele mata o pai e se casa com a mãe.


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O t i d E


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Os autores que mais aparecem nas provas do Enem Ana Lourenço | 29/05/2015

Car los Drummond de Andrade, Machado de Ass is e Oswald d e Andrade

Quem já fez, sabe: o Enem é uma prova bastante única, que aborda os conteúdosde um jeito diferente dos vestibulares tradicionais. Para a prova de Linguagens,

por exemplo, não há lista de livros obrigatórios – mas isso não significa que a

prova tenha menos Literatura, pelo contrário. E também não significa que o

estudante não precisa ler nenhum livro! Ficar ligado nas obras dos autores que

mais caem no exame é requisito básico para se dar bem.

http://guiadoestudante.abril.com.br/blogs/estante/files/2015/05/drummond1.jpg


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PROSA X POESIAComeço declarando que mechamo Paulo Honório, pesooitenta e nove quilos e

completei cinquenta anospelo São Pedro. A idade, opeso, as sobrancelhascerradas e grisalhas, esterosto vermelho e cabeludo,

têm-me rendido muitaconsideração. Quando mefaltavam estas qualidades, aconsideração era menor.

“Não chores, meu filho; Não chores, que a vidaÉ luta renhida:

Viver é lutar, A vida é combate,Que os fracos abate,

Que os fortes, os bravosSó pode exaltar.” (Os Timbiras – Canção doTamoio)


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PROSA X POESIA

Gonçalves Dias Graciliano Ramos


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Ambos os textos – separados por quase 80 anos – sãoliterários, neles as palavras estão estruturadas de talforma, que tanto na sua escolha quanto o modo decombiná-las chamam a atenção sobre elas, o que

contribui para enriquecer o significado do texto. Noentanto, no fragmento de Gonçalves Dias, aestruturação das palavras parece ser mais planejada doque no texto de Graciliano.

Isso acontece porque a “Canção do tamoio” é umexemplo de texto poético.


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DISTINÇÃO A grande diferença entre os dois fragmentos é a maneira

de veicular o conteúdo do texto.

No texto em prosa, o conteúdo não está diretamente

ligado a questões RÍTMICAS. (As “linhas” do texto nãotem tamanho predeterminado.)

Na poesia, o conteúdo depende, claramente, dasquestões RÍTMICAS. (“linhas” com tamanho

predeterminado.)

Obs.: Essa “linha” do texto poético é chamada verso.

Num poema, um conjunto de versos forma uma estrofe.


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Apesar de muita gente entender a poesia e o poemacomo a mesma coisa, eles não são sinônimos, mesmoestando interligados.

De acordo com o dicionário Aurélio, poesia é a “Arte decriar imagens, de sugerir emoções por meio de umalinguagem em que se combinam sons, ritmos esignificados”, enquanto poema é “Obra em verso ounão em que há poesia”.

Poema e poesia – Qual a diferença?


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Do grego poiesis, poesia, no sentido

etimológico, significa “produção artística” ou ainda “produzir”. Essa,portanto, está presente não apenasem poemas, mas também emobjetos, paisagens e outras formasde expressão.

As poesias são caracterizadas pelautilização de recursos para expressara linguagem de forma especial ediferente do normal, e provocadiversos efeitos de sentido naquelesque recebem a mensagem. É esta

forma de escrita que éresponsável por dar sentimentoao conteúdo descrito pelaspalavras em obras. Graças à ela,os textos possuem emoções etranspassam aos leitores.

Os poemas são também poesias,

mas usam a palavra comomatéria prima. Trata-se de obrasem verso, composições poéticas,ou ainda refere-se à arte deretratar no papel a poesia.

Estruturados em versos eestrofes, os poemas existempor si mesmos.Estrofes e versos, são partes daestruturação dos poemas.


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Verso e metrificação

Quando dizemos que o verso é uma “linha” poética que possui um tamanho

predeterminado, pressupõe-se que há umamaneira de medir seu tamanho. De fato há,e essa mediação depende do número de

sílabas.Não significa que o poema/poesia tenha

forma fixa.


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Verso e metrificaçãoFazer a metrificação de um verso é

determina-lhe o tamanho, o que significa

contar seu número de sílabas poéticas.Podemos então definir o verso como:

“linha” de um texto poético, caracterizada

por um número predeterminado desílabas.


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É IMPORTANTE RESSALTAR QUE...

EXISTE UMA PEQUENA DIFERENÇA

ENTRE A CONTAGEM CONVENCIONALDE SÍLABAS E A CONTAGEM DE

SÍLABAS POÉTICAS.


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Na contagem de sílabas poéticas o que

interessa é a maneira como as palavras são pronunciadas. Além disso, convencionou-secontar até a última sílaba tónica do verso.

Além disso, na contagem de sílabas poéticas oque interessa é a pronuncia. Por esse motivo,quando uma palavra termina em vogal e aseguinte começa em vogal, se forem pronunciadas juntas, teremos apenas umasílaba poética.


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Questão 1Sobre as características do gênero textual poema, estão corretas as

seguintes proposições:

I. O poema deve ser construído sob forma fixa, sempre preservando

elementos como a métrica e a musicalidade dos versos.

II. O poema caracteriza-se por ser centrado em um trabalho peculiar com a

linguagem. Em geral, reflete o momento e o impacto dos fatos sobre ohomem.

III. O poema diferencia-se dos demais gêneros por ser escrito em versos e

por possuir um ritmo mais marcado que o ritmo da prosa.

IV. A poesia não é exclusividade do poema: ela é uma atitude subjetiva que

pode estar nas mais variadas manifestações artísticas.a) Todas estão corretas.

b) Apenas I está correta.

c) II, III e IV estão corretas.

d) I e III estão corretas.

e) I, III e IV estão corretas.


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Questão 2:Sobre a linguagem poética, é incorreto afirmar:

a) A linguagem poética faz uso de diversos recursos estilísticos, entre

eles, as figuras de linguagem.

b) As figuras de linguagem em um poema têm como objetivo despertar

sensações no leitor e impactá-lo, possibilitando que ele crie imagens a

partir desse impacto.

c) A linguagem poética é estritamente autobiográfica: é impossível

desvencilhar o poeta de sua criação.d) A linguagem poética não possui compromisso com a objetividade: ela

pode ser subjetiva e ambígua, oferecendo ao leitor diferentes

possibilidades de interpretação.


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Resposta Questão 2 Alternativa “c”. É preciso compreender a diferença entre

o poeta e o eu lírico. Não devemos confundir a pessoa real

com a entidade fictícia. Claro que o poema não está

isento da subjetividade de seu criador, mas no momento

da escrita uma nova entidade nasce, desprendida da

lógica e da compreensão de si mesmo, fatores que nunca

abandonam quem escreve os versos (autor/poeta).

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