GEISE CRISTINA DE JESUS - Sistema de...

61
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA GEISE CRISTINA DE JESUS ALIMENTOS PROBIÓTICOS Efeitos Benéficos Lorena 2014

Transcript of GEISE CRISTINA DE JESUS - Sistema de...

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

GEISE CRISTINA DE JESUS

ALIMENTOS PROBIÓTICOS

Efeitos Benéficos

Lorena

2014

GEISE CRISTINA DE JESUS

ALIMENTOS PROBIÓTICOS

Efeitos Benéficos

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação

apresentado à Escola de Engenharia de Lorena

da Universidade de São Paulo como requisito

parcial para conclusão do curso de Engenharia

Bioquímica.

Orientador: Prof. Dr. Ismael Maciel de Mancilha

Lorena

2014

Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por

qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa,

desde que citada a fonte.

CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO

Chefia Técnica de Serviço de Biblioteca

Escola de Engenharia de Lorena

Jesus, Geise Cristina

Alimentos probióticos: efeitos benéficos / Geise Cristina de Jesus.– Lorena: 2014.

61p.

Monografia apresentada como requisito parcial para a conclusão de Graduação do Curso de

Engenharia Bioquímica. Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo.

Orientador: Ismael Maciel de Mancilha

1. Probióticos. 2. Lactobacillus. 3.Intestino. 4. Alimentos funcionais. I. Mancilha, Ismael

Maciel de, oriente.

Aos meus pais, Maria e Vital, pelo amor,

incentivo, apoio incondicional e por toda

dedicação.

Agradecimentos

À Deus, por estar sempre me guiando, e pela graça recebida de encerrar

mais uma etapa na minha vida, renovando os meus caminhos para um novo

amanhecer.

Aos meus pais, Maria e Vital, por todo seu amor, incentivos e apoio nesses

anos de caminhada.

Aos meus irmãos, Gisele e Fábio (in memorian), pelo amor sincero e amizade

eterna.

Aos meu sobrinhos, por me reavivarem com suas alegrias e fazendo com que

eu deseje ser exemplo de dedicação.

Ao meu namorado Silas, por ser tão prestativo, compreensivo e amoroso.

Á toda minha família, que nos momentos de minha ausência dedicados aos

estudos, sempre entenderam que o futuro é feito a partir da constante dedicação no

presente.

Às amigas de república: Amanda, Helena, Marina, Renata S. e Renata T.;

Isabela e Paula; pela oportunidade de convívio com a diferença, e torcida a cada

passo dado.

Aos meus amigos de infância por todo apoio e cumplicidade, pois mesmo

quando distantes estavam presentes.

Ao Prof. Ismael Maciel de Mancilha pela orientação, paciência e confiança

neste trabalho.

À Mônica Akemi e aos colegas de trabalho da Yakult, pela compreensão,

confiança e oportunidade de aprendizado contínuo.

Á todos que fizeram parte da minha formação pessoal e profissional, seja

levando um pouquinho de mim ou deixando um pouco de si, meu muito obrigada.

“A educação é a arma mais

poderosa que você pode usar

para mudar o mundo”.

Nelson Mandela

Resumo

JESUS, G. C. Alimentos probióticos: efeitos benéficos. 2014. 61f. Monografia –

Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2014.

A preocupação com a manutenção da saúde vem aumentando ao longo dos anos,

sendo que um de seus pilares é a presença de uma microbiota do trato

gastrointestinal (TGI) equilibrada. Um dos elementos importantes na alimentação

que conferem benefícios perceptíveis à saúde são os alimentos funcionais com

destaque para os probióticos. Segundo a Organização Mundial da Saúde produtos

probióticos são aqueles constituídos de microrganismos vivos que quando ingeridos

em quantidades adequadas conferem efeitos benéficos ao organismo do

hospedeiro. Desta forma, o presente trabalho teve por objetivo reportar dados da

literatura abrangendo aspectos relevantes sobre alimentos funcionais focando nas

espécies de microrganismos probióticos e seus respectivos mecanismos de ação,

além de seus efeitos benéficos no tocante a modulação da microbiota do TGI do

hospedeiro.

Palavras-chave: Probióticos, Lactobacillus, Intestinos e Alimentos funcionais

Abstract

JESUS, G. C. Foods Probiotics: beneficial effects, 2014. 61f. Monograph - Escola

de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2014.

Concern for health maintenance has been increasing over the years, and one of its

pillars is the presence of a balanced microbiota of the gastrointestinal tract. One of

the important elements in food that confer health benefits are noticeable functional

foods, especially probiotics. According to the World Health Organization, probiotics

products are those consisting of live microorganisms that when ingested in adequate

amounts confer beneficial effects to the host organism. Thus, the present study

aimed to report data covering relevant aspects of the literature on functional foods

focusing on species of probiotic microorganisms and their mechanisms of action, in

addition to its beneficial effects on the modulation of the host microbiota of the TGI.

Keywords: Probiotics, Lactobacillus, Intestine and Functional Foods

Lista de Figuras

Figura 1 Proteção da microflora intestinal contra patógenos .................................... 17

Figura 2 Distribuição microbiana ao longo do TGI .................................................... 23

Figura 3 Distinção dos microrganismos da Microbiota Intestinal .............................. 24

Figura 4 Estrutura molecular da Inulina .................................................................... 27

Figura 5 Produtos da fermentação de prebióticos .................................................... 28

Figura 6 Reações dos probióticos e prebióticos e aos seus efeitos sobre a saúde .. 29

Figura 7 Parede celular de bactérias Gram positivas ............................................... 31

Figura 8 Bactérias do gênero Bifidobacterium .......................................................... 32

Figura 9 Bactérias do gênero Lactobacillus .............................................................. 32

Figura 10 Vias do metabolismo homofermentativo e heterofermentativo de

carboidratos ...................................................................................................... 36

Figura 11 Quiralidade molecular do Ácido Lático ..................................................... 37

Figura 12 Efeitos benéficos resultantes de associação simbiótica ........................... 41

Figura 13 Microrganismos patogênicos .................................................................... 44

Figura 14 Microrganismos probióticos ...................................................................... 44

Figura 15 Níveis de Indican na urina ........................................................................ 45

Figura 16 Níveis de P-Cresol na urina ..................................................................... 45

Lista de Siglas

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

DNA Ácido Desoxirribonucleico

FOS Frutoligossacarídeos

IgA Imunoglobulina A

IgM Imunoglobulina M

mL Mililitros

MOS Mananoligossacarídeos

MS Ministério da Saúde

nLDH Desidrogenase Lática

rDNA Ácido Desoxirribonucleico Ribossômico

TGI Trato gastrointestinal

UFC Unidades Formadoras de Colônias

USP Universidade de São Paulo

Sumário

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 12

2. METODOLOGIA ............................................................................................... 13

3. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................ 14

3.1. Microbiota Intestinal .................................................................................... 14

3.1.1. Desenvolvimento e Atuação da Microbiota Intestinal ........................... 15

3.1.2. Mecanismos de Ação da Microbiota Intestinal ...................................... 17

3.1.3. Diferenciação da Microbiota do TGI ....................................................... 21

3.1.4. A modulação da microbiota intestinal e alteração do metabolismo

microbiano .......................................................................................................... 24

3.2. Prebióticos ................................................................................................... 26

3.3. Probióticos................................................................................................... 29

3.3.1. Definição................................................................................................... 30

3.3.2. Espécies de microrganismos com propriedades probióticas .............. 31

3.3.3. Metabolismo de Carboidratos por Bactérias Lácticas .......................... 34

3.3.4. Ácido Láctico ........................................................................................... 36

3.3.5. Mercado de Alimentos Probióticos ........................................................ 38

3.4. Simbióticos .................................................................................................. 40

3.5. Benefícios da ingestão de alimentos probióticos ..................................... 42

4. CONCLUSÃO ................................................................................................... 46

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 47

ANEXO. ................................................................................................................... 61

12

1. INTRODUÇÃO

A procura incessante por uma alimentação mais saudável, equilibrada e que

confira efeitos benéficos para a manutenção da saúde da população, vem

aumentando com o passar dos anos. Os consumidores almejam produtos e

alimentos que enriqueçam a dieta, mantendo assim, a boa saúde.

Os alimentos funcionais, com destaque para aqueles que contêm

microrganismos vivos que apresentam propriedades que conferem efeitos benéficos

ao hospedeiro são definidos como alimentos probióticos. De acordo com dados

reportados na literatura, para que estes efeitos possam ser observados estes devem

ser consumidos em níveis adequados e em intervalos regulares.

A influência da microbiota intestinal sobre o funcionamento do organismo é

notável, visto que influencia nas reações bioquímicas do hospedeiro. Quando a

microbiota intestinal se encontra equilibrada, esta apresenta a capacidade de

impedir os efeitos desfavoráveis das espécies patogênicas presentes no TGI. Assim

sendo, a proliferação de microrganismos patogênicos no TGI revela o desequilíbrio

da microbiota, levando a ocorrência de enfermidades

As espécies de microrganismos que apresentam propriedades probióticas mais

utilizadas pertencem aos grupos das bactérias do ácido Láctico (BAL), com

destaque para espécies de Lactobacillus e Bifidobacterium. Dentre os benefícios

causados por estas espécies incluem o seu valor terapêutico dos alimentos devido

ao aumento dos níveis de vitaminas do complexo B e aminoácidos, absorção de

cálcio, ferro e magnésio, além da melhora significativa dos mecanismos naturais de

defesa do organismo.

Diante do exposto, o presente trabalho teve por objetivo reportar dados da

literatura procurando ressaltar os benefícios da ingestão de alimentos probióticos,

como suplementação da dieta, bem como os mecanismos de ação destas espécies

com vistas tendo como a modular e manter equilibrada a microbiota do TGI tendo

como consequência a manutenção da saúde.

13

2. METODOLOGIA

A pesquisa que sustentou esta monografia consistiu de uma revisão bibliográfica

sobre o tema proposto com ênfase em artigos científicos previamente publicados,

livros e internet.

Ruiz (1976) afirmou que a pesquisa bibliográfica tem função de justificar o

objetivo da revisão literária, colaborando na mesma. O autor enuncia que ”a

pesquisa bibliográfica consiste no exame desse manancial, para levantamento e

analise do que já produziu sobre determinado assunto”.

Já Marconi e Lakatos (2008) afirmaram que a exploração da bibliografia e de

fontes complementares de certo assunto, se dá por busca de variadas bibliografias

mais analisadas e especialmente destacadas pelo seu conteúdo, sendo no modo de

literatura, arquivo acadêmico, publicação em revistas, consulta na Internet. Ao

colocar o pesquisador em contato direto com essas fontes de estudo possibilita-se a

análise e manipulação destas informações com outras bibliografias que já foram

publicadas.

Desta forma, o presente estudo foi elaborado através do levantamento de

informações encontradas na literatura pertinente. Para tanto, foram realizadas

pesquisas por meio de consultas de arquivos originais e de revisão em bases de

dados acadêmicas virtuais. Além disso, foram realizadas consultas em revistas

eletrônicas e na base de dados tradicional, utilizando as palavras-chave: Alimentos

funcionais, Lactobacilos, Probióticos e Intestino.

14

3. REVISÃO DA LITERATURA

3.1. Microbiota Intestinal

Isolauri e Salminen (2006) definem a microbiota humana como um ecossistema

complexo e de grande importância para o hospedeiro, pois permite a ocorrência de

várias reações metabólicas além da defesa de infecções bacterianas. Estimulada

por várias condições de saúde do hospedeiro, a composição deste ecossistema

microbiano possui grande dinamismo. Laparra e Sanz (2010) afirmam que os

integrantes da microbiota intestinal podem resultar em efeitos prejudiciais ou em

benéficos.

Marques et al. (2010) afirma que nos primeiros dias de vida, o neonato tem seu

TGI colonizado por bactérias oriundas especialmente do leite materno. O recém-

nascido apresenta uma microbiota inicial com pouca variabilidade e baixa

estabilidade. Durante os dois primeiros anos de vida, a microbiota do hospedeiro

amplia para atingir à semelhança com o adulto. (LAPARRA, SANZ; 2010)

Segundo O’hara e Shanahan (2007), no intestino de um indivíduo adulto habitam

cerca de 15 espécies preponderantes de microrganismos e a alteração dos hábitos

alimentares, do cotidiano e avanço da idade podem alterar a composição da

microbiota.

Quando agentes antimicrobianos são administrados, pode ocorrer o rompimento

da microbiota habitual resultando na redução da colonização de resistência e na

alteração da atividade metabólica dos microrganismos do cólon. Por isso, distúrbios

do trato gastrointestinal e a eliminação total ou parcial de lactobacilos são

consequências da terapia antimicrobiana. (HÄNNINEN & SEN, 2008).

A ingestão de alimentos que incluem culturas de bactérias probióticas ou até

mesmo os alimentos prebióticos, que estimulam o crescimento da microbiota

benéfica do cólon, é muito importante, pois reduz consideravelmente a proliferação

de bactérias maléficas e por consequência, revigora o mecanismo natural de defesa

do hospedeiro (PUUPPONEN-PIMIÄ et al., 2002).

15

Hänninen e Sen (2008) valorizam o consumo dos alimentos pré e probióticos

uma vez que diversos estudos comprovam os resultados positivos quando se

relaciona a ação defensora dos lactobacilos contra os microrganismos patógenos no

TGI. Além disso, alguns indícios apontam que a alteração da microbiota intestinal

pode causar a geração de efeitos favoráveis e preventivos de enfermidades (REID,

2008).

3.1.1. Desenvolvimento e Atuação da Microbiota Intestinal

A conservação e melhora no bem-estar, assim como o não comparecimento de

doenças ocorrem devido à presença e atuação de uma microflora intestinal

saudável. Os mecanismos de defesa contra os microrganismos patógenos são

acentuados e favorecem “a imunidade intestinal pela aderência à mucosa e

estimulam as respostas imunes locais”. Este fenômeno ocorre por causa da barreira

formada pela microbiota benfeitora. (SANTOS, 2010)

Quando seres humanos ainda habitam o útero materno, eles são livres me

microrganismos, ou seja, seu TGI ainda é estéril. No momento do nascimento, as

superfícies e mucosas são colonizadas rapidamente por populações microbianas

naturais e características. (BORBA, 2003; STAINKI, 2012).

No parto, o neonato entra em contato com os microrganismos no momento em

que passa pelo trato vaginal da genitora que, por sua vez, teve um crescimento

exponencial de lactobacilos no momento anterior à concepção. Assim sendo, o

recém-nascido apresenta predominância destes microrganismos em seu cólon.

(STAINKI, 2012). Já Adlerberth (1998) afirma que durante o parto normal transmite-

se a microbiota materna para o neonato, fato que não se concretiza em uma

cesariana e, isto pode limitar a instauração de bactérias anaeróbias.

Diferentes espécies de microrganismos entram em contato com o organismo do

bebê devido à respiração e o início da alimentação. Este processo de povoamento

microbiano dura de seis meses a um ano, à medida que ocorre a instalação de uma

microflora análoga a de um indivíduo adulto. (BORBA, 2003; STAINKI, 2012).

16

Carvalho (2002) detalha que o colostro e o leite humano são os responsáveis

pela carga microbiana secundária viável que os neonatos recebem e são originários

dos mamilos, ductos lactíferos, pele e mãos. Além disso, o aumento de bactérias

aeróbias ou aeróbias facultativas tais como Enterobactérias, Enterococos e

Stafilococos ocorrem devido à alta taxa de oxigênio disponível no cólon do recém-

nascido.

A utilização de oxigênio por estas espécies transforma o meio, que fica reduzido

e apropriado para o desenvolvimento da população de bactérias anaeróbias

obrigatórias e, consequente proliferação de bactérias exemplificadas por

Bacteróides, Bifidobactérias e Clostridium. (ADLERBERTH, 1998)

A digestão de alimentos e a fermentação de carboidratos mal digeridos são

auxiliadas pela microbiota benéfica, pois assistem na conversão de fibras da dieta

alimentar e produzem proteínas e ácidos graxos de cadeia curta, tais como butirato,

propionato, acetato e lactato. Os colonócitos consomem preferencialmente butirato,

resultado da fermentação das fibras. (COPPINI, 2001)

As substâncias butirato, propionato, acetato e lactato apresentam papel essencial

no funcionamento adequado do cólon, sendo que desempenham uma importante

função de fonte de energia para a população de enterócitos e colonócitos. Além

disso, incita o crescimento celular epitelial, “fluxo sanguíneo visceral e intensificam a

absorção de sódio e água, ajudando a reduzir a carga osmótica de carboidrato

acumulado”. (MATHAI, 2002).

Beyer (2002) citado por Santos (2010) enumera algumas funções do

metabolismo e também nutricionais, que incluem “hidrólise de ésteres de colesterol,

de andrógenos, estrógenos e de sais biliares e a utilização dos carboidratos,

proteínas e lipídeos”.

Diversos outros nutrientes são formados por síntese bacteriana e

disponibilizados para a assimilação, cooperam para o suplemento de vitaminas tais

como “K, B12, tiamina e riboflavina”. (KLEIN et al., 2003)

17

3.1.2. Mecanismos de Ação da Microbiota Intestinal

A razão da utilização de probióticos na dieta alimentar é a alteração da

microbiota intestinal, fator essencial para a melhora da saúde do hospedeiro. É

conservada a probiose do animal, ou seja, a capacidade de resistência dos

microrganismos benéficos contra o desenvolvimento de espécies patogênicas.

(GHADBAN, 2002).

Responsáveis por efeitos favoráveis ao organismo, os probióticos podem ser

utilizados de diversas formas. Bactérias como Bifidobactérias e Lactobacilos tem

capacidade de elevar o valor nutricional e terapêutico dos alimentos devido ao

crescimento dos níveis de “vitaminas de vitaminas do complexo B e aminoácidos,

além da absorção acrescida de cálcio, ferro e magnésio.” (COUDRAY et al., 2005;

SNELLING, 2005 apud ROCHA, 2011)

A proteção da microflora intestinal contra populações patogênicas ocorre pelos

microrganismos que constituem os probióticos suplementares da dieta, demonstrado

pela figura 1. Assim sendo, os probióticos possuem mecanismos de ação baseados

nas mesmas razões que a microbiota intestinal faz uso no crescimento de suas

funções Os modos de ação principais são e “exclusão competitiva, estímulo ao

sistema imune, efeito nutricional, produção de substâncias antibacterianas e

enzimas”. (UTIYAMA, 2004; SHIM, 2005)

Figura 1 Proteção da microflora intestinal contra patógenos

Fonte: (Adaptado) http://www.maisqualidadedevida.com.br/disbiose-intestinal-3/

18

a) Competição por Sítios de Ligação ou Exclusão Competitiva

Ao adicionar culturas de microrganismos probióticos em nossa dieta alimentar

ocorre o predomínio destes no organismo e consequente adesão na mucosa

intestinal, o que impossibilita a adesão de patogênicos. Cepas probióticas possuem

maiores habilidades de captura e metabolização de nutrientes do lúmen ao contrário

dos microrganismos patogênicos que não estão aderidos ao epitélio intestinal.

(ROTH, 2000)

De acordo com Utiyama (2004), a ingestão de bactérias protetoras como

Lactobacillus Enterococcus e Bifidobacterium bloqueia a possível colonização de

patógenos, com manutenção do equilíbrio da microflora do cólon. Exclusão

competitiva é a designação deste modo de ação e pode ser aplicado para bactérias

láticas, visto que competem por nutrientes e pontos de ligação na mucosa intestinal,

gerando compostos capazes de coibir o crescimento de microrganismos

patogênicos.

Lavermicocca et al. (2005) afirma que a presença de microrganismos probióticos

no interior do cólon exclui os invasores patogênicos por meio da competição por

sítios de ligação no epitélio intestinal. As bactérias patogênicas não conseguem

efetuar a ligação com os receptores e assim, são expulsas da disputa.

Macari e Furlan (2005) destacam que os probióticos possuem capacidade de

construção de barreira física contra as bactérias patógenas, disputando os nutrientes

e receptores celulares do meio. A competição entre bactérias do gênero

Bifidobacterium com Escherichia coli enteropatogênicas é um exemplo comum de

exclusão competitiva.

Ao evitar o preenchimento dos sítios de aderência nas vilosidades intestinais por

patógenos, os microrganismos benéficos protegem a mucosa e a superfície de

absorção de toxinas produzidas por bactérias patogênicas. (NICOLI; VIEIRA, 2000).

19

b) Estímulo ao Sistema Imune

O crescimento dos níveis de anticorpos, ativação de macrófagos, multiplicação

de células T e formação de interferon são modos de ação de microrganismos

probióticos por meio de estímulos ao sistema imune. Bactérias do gênero

Lactobacillus e Bifidobacterium podem ser relacionas a este tipo de mecanismo.

(ISOLAURI et al., 2001; MATSUMOTO et al., 2005)

Responsável por variadas reações imunológicas devido a presença de

anticorpos, o intestino do ser humano é o maior órgão linfóide do corpo. Diversas

células imunocompetentes e a imunoglobulina A secretora têm papéis essenciais na

manifestação do antígeno e construção da resposta imune a proteínas da dieta

alimentar. Enfermos que possuem “aumento da secreção de interferon- com

dermatite atópica e com alergia ao leite de vaca”, apresentam os efeitos

imunológicos dos probióticos. Devido a isso, ocorre um desenvolvimento de resposta

de tolerância positiva quando probióticos estão presentes no TGI. (POHJAVUORI et

al., 2011)

A capacidade de modulação de respostas imunes sistêmicas das bactérias

probióticas cresce com o número e atividade de células fagocíticas do organismo

hospedeiro. (FERREIRA; ASTOLFI-FERRERA, 2006)

Por outro lado, a capacidade dos probióticos de manterem uma interação com as

placas de Peyer e o epitélio intestinal está relacionada com o efeito no estímulo ao

sistema imune, incitando o estímulo das “células B produtoras de Imunoglobulina A e

a migração de células T do intestino.” (PERDIGÓN; HOLGADO, 2000)

Cross (2002) afirma que a atividade fagocítica inespecífica dos macrófagos

alveolares é beneficiada por microrganismos probióticos e implicam em uma ação do

sistema por secreção dos mediadores, estimulando assim, o sistema imune. Já

Menten (2001) mencionou que as bactérias do gênero Lactobacillus e as

Bifidobacterium estão associadas à estimulação da resposta imune, através do

crescimento produtivo de anticorpos e interferon, multiplicação das células T e

estímulo dos macrófagos.

20

A modulação da resposta imune intestinal pode ser realizada pelos lactobacilos

por meio das células epiteliais que secretam citocinas. (DELCENSERIE et al., 2008).

Por isso, a ingestão de bactérias lácticas leva ao aumento da resistência a infecções

por patogênicos devido ao acréscimo da ativação de linfócitos e produção de

anticorpos. (CARLOS et al., 2003)

c) Disputa por nutrientes

A competição entre bactérias da microbiota intestinal por nutrientes específicos

ocorre no cólon. De acordo com Silva e Alves Filho (2000) o que limita a

manutenção das bactérias patogênicas é a escassez de nutrientes disponíveis,

reduzindo significativamente a população microbiana. Assim sendo, o metabolismo

da microbiota é alterado por consequência da elevação ou diminuição da atividade

enzimática. (ROCHA, 2011)

Roth (2000) enuncia que os microrganismos probióticos possuem influência na

permeabilidade das células epiteliais intestinais, resultando assim, uma maior

eficácia na digestão e assimilação de nutrientes. Como complemento, os probióticos

realizam a proteção da mucosa intestinal e impossibilitam que microrganismos

invasores façam uso de nutrientes tais como aminoácidos, minerais e carboidratos

presentes para a fermentação, além da formação de toxinas. (Guillot, 2000)

Junqueira et al. (2009) enunciaram que o consumo de pré e probióticos coopera

na melhoria da digestão e absorção de compostos nutritivos, agindo favoravelmente

no TGI.

d) Produção de compostos antibacterianos

Petri (2000) afirma que bactérias probióticas são capazes de produzir e liberar

substâncias como bacteriocinas, ácidos orgânicos e peróxido de hidrogênio. Estes

compostos apresentam ação bacteriana contra patógenos.

21

No grupo dos ácidos orgânicos, definidos como ácidos graxos voláteis de cadeia

curta, pode- se ressaltar os ácidos propriônico, acético, butírico e lático como

produtos oriundos de bactérias láticas. Os compostos como acetaldeído, peróxido de

hidrogênio, diacetil, dióxido de carbono e aminas possuem ação bacteriostática e

são os que beneficiam os probióticos na disputa pelos sítios de ligação na mucosa

intestinal, atuando assim, como inibidores do crescimento de microrganismos

invasores. (FLEMMING, 2005b; VÉLEZ et al., 2007)

Compostos proteicos que possuem atuação de inibição ou destruição de uma

cepa são denominados de bacteriocinas, pois apresentam ação antibiótica local.

(UTYIAMA, 2004; SILVA, 2006)

As bactérias do gênero Lactobacillus e Bificobacterium manifestam a capacidade

de produção de bacteriocinas, exemplificadas por nicina,diplococcina, lactocidina e

reuterina. (FERREIRA; ASTOLFI-FERREIRA, 2006). Fooks e Gibson (2002)

reconhecem a reuterina como um composto que apresenta baixo peso molecular e é

sintetizada pela cepa de L. reuteri.

Além do impedimento físico e biológico, as bactérias probióticas podem originar

um efeito químico, devido a produção de ácidos orgânicos e consequente redução

de pH do cólon, o que interdita a atuação de patógenos. (PETRI, 2000; LAUGHTON

et al., 2006)

3.1.3. Diferenciação da Microbiota do TGI

De acordo com Teshima (2003), pode-se distinguir a microbiota do TGI, pois em

cada região distinta tem-se a ocorrência de microrganismos específicos. Estes

possuem capacidade de produção de uma diversidade de substâncias, causando

efeitos distintos na fisiologia e influenciando na nutrição, eficiência de drogas,

envelhecimento além da resistência contra enfermidades.

Quando colonizado, o TGI engloba uma população de bactérias estáveis. A

multiplicação de bactérias nativas do organismo não é aleatória e por isso, algumas

22

cepas de bactérias somente são encontradas em regiões características e

concentrações específicas. (BORBA, 2003)

A presença de variados grupos que se estabelecem, resultam na regulagem do

meio conforme as condições apresentadas. Estas devem ser favoráveis quando

relacionadas com as interações microbianas e compostos relativos ao metabolismo,

“aos fatores fisiológicos do hospedeiro, como estado clínico; idade; o transito e o pH

intestinal; suscetibilidade a infecções; estado imunológico e nutrientes provenientes

da dieta alimentar.” (CASTILHO, 2006 apud SANTOS, 2010)

Uma diversidade de microrganismos está presente na cavidade bucal, sendo que

as principais populações são de bactérias anaeróbicas e estão concentradas de 106

- 109 UFC/mL. As espécies de microrganismos característicos da cavidade oral são

Bifidobactéria, Propionibactéria, Bacterióides, Fusobactéria, Leptotrichia,

Peptostreptococci, Estreptocci, Veillonella e Treponema. (SANTOS, 2010)

A atuação bacteriana no estômago é muito baixa, pois o ácido clorídrico

apresenta capacidade germicida. Quando ocorre um declínio da liberação de ácido

gástrico, a resistência do estômago contra a ação bacteriana também cai, resultando

em uma possível inflamação da mucosa gástrica e aumento das chances de

superpovoamento do intestino delgado, que geralmente é estéril. (MCFARLAND,

2000).

O intestino delgado é povoado por microbiota com dimensão em 103 - 104

UFC/mL do íleo proximal, onde as bactérias gram-positivas aeróbicas são a maioria

e, no íleo distal a predominância é de bactérias gram-negativas, cuja concentração

corresponde a 1011 - 1012 UFC/mL. Não ocorre um desenvolvimento bacteriano

maior devido ao pequeno tamanho da passagem do intestino delgado. O Trato

gastrointestinal humano engloba cerca de 1014 bactérias, sendo que mais de 500

cepas são distintas, o que é explicitado na figura 3.

O tempo de deslocamento é mais demorado no cólon, estabelecendo assim, uma

população microbiana diversificada e influente. Já o intestino grosso pode ser

dividido em três níveis diferentes: população microbiana dominante, subdominante e

residual. (MCFARLAND, 2000).

23

Composto por bactérias anaeróbias estritas tais como Bacteróides, Eubacterium,

Fusobacterium, Peptostreptococcus e Bifidobacterium, a microbiota predominante

possui uma população de (109 - 1011 UFC/mL de conteúdo). Já na microbiota

subdominante há o predomínio de bactérias anaeróbias facultativas, englobando

(107 - 108 UFC/mL de conteúdo), sendo a Escherichia coli e Enterococcus faecalis

as mais comuns e, periodicamente, algumas cepas de Lactobacilos. (NICOLI et al.,

2003).

Por fim, a microbiota residual é constituída por (< 107 UFC/mL de conteúdo), e

possui alta diversidade de microrganismos procarióticos tais como

Enterobacteriaceae, Pseudomonas, Veillonella, e também os eucarióticos,

exemplificados por leveduras e protozoários (NICOLI et al., 2003).

Figura 2 Distribuição microbiana ao longo do TGI

Fonte: Adaptado de AFMCP, 2007

24

Figura 3 Distinção dos microrganismos da Microbiota Intestinal

Fonte: Adaptado de http://www.customprobiotics.com/about_probiotics_continued.htm

3.1.4. A modulação da microbiota intestinal e alteração do metabolismo

microbiano

De acordo com Puupponen-Pimiä et al. (2002), a característica essencial para

que desenvolvam probióticos de alta eficácia é a ampliação da resistência contra

patógenos. A utilização de produtos probióticos elimina populações patogênicas e

outros microrganismos com potencialidade maléfica, vigorando assim, os

mecanismos de defesa naturais do organismo do hospedeiro.

Os microrganismos probióticos modulam a microbiota intestinal por meio do

mecanismo chamado de “exclusão competitiva”, impossibilitando a colonização da

mucosa intestinal por microrganismos com potencial patogênico seja por disputa por

sítio de adesão e por nutrientes, ou seja pela produção de compostos

antimicrobianos. (KAUR et al., 2002; GUARNER; MALAGELADA, 2003).

A recomposição da microbiota intestinal é realizada através da adesão e

colonização do epitélio intestinal com o amparo dos probióticos. A proliferação de

microrganismos evita a adesão dos mesmos na mucosa e assim, pode ocorrer

produção de substâncias tóxicas ou até mesmo infestação das células por bactérias

patogênicas. A competição pelos nutrientes acessíveis no meio acontece entre os

25

probióticos e as bactérias invasoras. As atividades da microbiota intestinal se iniciam

com a quantia de nutrientes disponibilizados pelo organismo hospedeiro. Este

mecanismo simbiótico evita que os nutrientes sejam produzidos excessivamente,

favorecendo assim, o crescimento de microrganismos patogênicos que disputem

pelo substrato. Deve-se ressaltar também que microrganismos benéficos ao

organismo têm a capacidade de bloquear a proliferação de competidores por meio

da produção de compostos antimicrobianos, tais como as bacteriocinas. (KOPP-

HOOLIHAN, 2001; CALDER; KEW, 2002)

O desequilíbrio da microbiota intestinal pode causar enfermidades como diarréia

combinada a infecções ou a utilização de antibióticos, “a alergia alimentar, o eczema

atópico, doenças inflamatórias intestinais e artrite”. Por isso, o reparo nas

propriedades da microbiota natural se dá pela ingestão de alimentos probióticos.

(ISOLAURI et al., 2004 apud SAAD, 2006)

Evidências mostram que a microbiota intestinal de indivíduos que sofrem da

síndrome do intestino irritável é transformada, resultando em uma fermentação

atípica no cólon. Os benefícios podem ser obtidos através da ingestão de

probióticos, equilibrando a microbiota que sofreu distúrbios intestinais. (VERDU;

COLLINS, 2004)

Morotomi (1997) afirma que as bactérias da microbiota intestinal estão envolvidas

na maioria das atividades metabólicas, pois sofreram alterações na dieta alimentar.

Estudos evidenciam que as bactérias probióticas podem ajudar na degradação de

compostos carcinogênicos, sintetizados por atividades do metabolismo.

O metabolismo microbiano é transformado pelos probióticos através do

acréscimo ou diminuição da atividade enzimática. As bactérias láticas da microbiota

intestinal têm como função principal de produzir a enzima β-D-galactosidase,

catalisando a reação de quebra da lactose no intestino; fator essencial para

indivíduos com intolerância à lactose. Alguns indivíduos não possuem a capacidade

de metabolizar a lactose, e resultando assim, em desconforto abdominal em grau

variável (LOURENS-HATTINGH, VILJOEN, 2002).

Kopp-Hoolihan (2001) evidencia que a ingestão de porções adequadas de certas

espécies de bactérias láticas alivia os sintomas de alergia à lactose. Com isso, pode-

26

se incluir estes produtos lácteos e os nutrientes que os compõem, de volta na dieta

dos intolerantes à lactose. Descreveu-se outros efeitos tais como “a redução ou

supressão da atividade de enzimas fecais, como a β-glicuronidase, a nitrorredutase

e a azorredutase.” (SAAD, 2006)

3.2. Prebióticos

Gibson e Roberfroid (1995) descreveram prebióticos como “ingredientes

nutricionais não digeríveis que afetam beneficamente o hospedeiro e estimulam

seletivamente o crescimento e atividade de uma ou mais bactérias benéficas do

cólon, melhorando a saúde do seu hospedeiro”.

Por não serem assimilados pelo sistema digestivo, os prebióticos chegam

prontos para serem aproveitados pela população benéfica de microrganismos da

microbiota intestinal. (KAMIMURA, 2006).

De acordo com Gibson (1998), dentro da classificação de prebióticos estão

fibras, álcoois derivados de açúcares, oligossacarídeos e alguns açúcares

absorvíveis ou não.

Segundo Santos (2007), certos polissacarídeos, peptídeos, proteínas, alguns

lipídeos e diversas fibras estão inclusas no conceito de prebióticos caso não sofram

hidrólise ao longo do trato gastrointestinal e por fim, sejam utilizadas como substrato

para os microrganismos; causando efeitos positivos, locais e sistêmicos.

Gibson e Fuller (2000) afirmam que os oligossacarídeos tais como

galactoligossacarídeo, oligofrutose, polidextrose e inulina podem ser classificadas

como fibras prebióticas ou carboidratos complexos. As fibras alimentares inulina e

oligofrutose podem ser encontradas nos vegetais e; a polidextrose, polímero de

glicose com diversas ramificações, tem a eficiência e o benefício fisiológico da fibra.

Os fundamentais efeitos das fibras alimentares são diminuição da absorção da

glicose e acréscimo da velocidade do trânsito intestinal.

27

Flemming (2005a) salienta que os exemplares de prebióticos tais como

frutoligossacarídeos (FOS) e mananoligossacarídeos (MOS), são os mais

comumente usados.

FOS são polímeros de açúcar ricos em frutose. Com semelhanças na estrutura e

distintas no tamanho, destaca-se a inulina, que é uma macromolécula encontrada

nos vegetais. O crescimento de populações microbianas benéficas no intestino

ocorre devido à fermentação destes componentes, especialmente por bactérias do

gênero Bifidobacterium e Lactobacillus. Estas bactérias produzem ácido lático,

resultando na acidificação do meio e por consequência, a redução da população

patogênica. (FLEMMING, 2005a).

Pertencentes aos frutanos, classe dos carboidratos, a inulina e o FOS são

avaliados como alimentos funcionais, pois influenciam os processos fisiológicos e

bioquímicos no organismo implicando na melhoria da saúde do hospedeiro. (KAUR;

GUPTA, 2002).

Figura 4 Estrutura molecular da Inulina

Fonte: http://www.iqb.es/cbasicas/farma/farma06/plantas/pa03sm.htm#fotos

Contendo manose na sua composição, têm-se os MOS. Isolados através do

processamento da parede celular da levedura Saccharomyces, não é fermentado

pela microbiota intestinal. Sua atuação é influenciada pela presença da manose, que

oferta sítios de ligação para bactérias patogênicas. Assim sendo, a colonização no

trato intestinal é dificultada, pois estes microrganismos ligam-se ao sítio ativo dos

MOS e são transportados pelos movimentos peristálticos. (FLEMMING, 2005a).

28

O metabolismo da microflora intestinal sobre o prebiótico resulta em produtos da

fermentação tais como gás carbônico, hidrogênio e outros compostos diversos, que

estão ressaltados na figura 5. Alguns compostos resultantes são absorvidos pela

mucosa intestinal e pode ser reutilizado depois. Já outras substâncias são

excretadas, como os gases hidrogênio e metano. (RENTERÍA, 2011).

Figura 5 Produtos da fermentação de prebióticos

Fonte: Adaptado de RENTERÍA, 2011

Névoa et al. (2013) diferenciou os prebióticos naturais dos obtidos através de

processamento. Derivados de plantas, os prebióticos naturais são oligossacarídeos

encontrados em “trigo, centeio, cevada, frutas e vegetais, principalmente na cebola,

chicória, alho, alcachofras, batata yacon, aspargos, beterraba, banana e tomate”.

Já os prebióticos sintéticos são resultados da polimerização direta de certos

dissacarídeos, não só através da lise da parede celular de leveduras, como também

da fermentação de polissacarídeos. (NÉVOA et al., 2013)

29

A principal função dos prebióticos é o estímulo do crescimento de grupos de

bactérias benéficas do trato intestinal além da ativação de seu metabolismo.

(Schrezenmeir; DeVrese, 2001; MANDERSON et al., 2005; BOUHNIK et al., 2006).

Para complementar a sua ação de seletividade de bactérias benéficas, o

prebiótico inibe o crescimento de bactérias patogênicas e por isso, confirmam-se os

benefícios adicionais para a saúde. A atuação destes componentes é comumente no

intestino grosso apesar de que também podem agir sobre a microbiota do intestino

delgado. (Gibson, Roberfroid, 1995; Roberfroid, 2001; Gilliland, 2001; Mattila-

Sandholm et al., 2002 apud SAAD, 2006)

Figura 6 Reações dos probióticos e prebióticos e aos seus efeitos sobre a saúde

Fonte: (FOOD INGREDIENTS BRASIL, 2011)

3.3. Probióticos

No começo do século XX, o bacteriologista Eli Metchnikoff (Instituto Pasteur,

França) foi o pioneiro em conceituar probióticos e explicar cientificamente, os efeitos

favoráveis das bactérias lácticas. (SHAH, 2007).

30

A associação entre saúde e longevidade da população da Bulgária é resultado da

ingestão de produtos com propriedades probióticas. Assim, construiu a “Teoria da

Longevidade” que traz como linha base a ação de inibição do crescimento das

bactérias patogênicas e produtoras de toxinas no intestino, devido à presença de

microrganismos probióticos e assim, melhorando a qualidade de vida e elevando o

tempo de vida da população. (LOURENS-HATTINGH; VILJEON, 2001).

3.3.1. Definição

Segundo Santos (2010) citando Lilly & Stillwel (1965), antigamente era

empregado “o termo probiótico para denominar substâncias secretadas por um

protozoário que estimula o crescimento de outros” e, em contrapartida, Parker

(1974) utilizou o termo para denominar suplementos destinados à alimentação dos

animais, que incluem microrganismos e substâncias que influenciam a microbiota

intestinal.

Fuller (1989) descreveu os probióticos como suplementos alimentares à base de

microrganismos vivos, que interferiam beneficamente na saúde do hospedeiro,

promovendo o balanço de sua microbiota intestinal enquanto Havenaar & Huis In’t

Veld (1992) consideraram que a produção de efeitos benéficos no hospedeiro é

resultado de culturas únicas ou mistas de microrganismos que, ingeridos por animais

ou humanos, podem incrementar as propriedades da microbiota nativa.

De acordo com a Resolução RDC Nº 2 da ANVISA-MS, de 7 de Janeiro de 2002,

probióticos são “microrganismos vivos capazes de melhorar o equilíbrio microbiano

intestinal produzindo efeitos benéficos à saúde do indivíduo” (ANVISA, 2002).

Existem muitas definições para os probióticos e seguramente, serão todas

parecidas. Por isso, Collins & Gibson (1999) formularam uma proposta adicional que

o probiótico eficaz deve: ser livre de patogenicidade e toxicidade; conter quantidade

adequada de células viáveis; resistir ao metabolismo intestinal; continuar viável

durante sua estocagem; estar isolado ou ser detectado no hospedeiro e empregar

efeito benéfico ao hospedeiro.

31

Antigamente, era recomendado pela ANVISA (2001) que a concentração mínima

necessária era de 106 UFC/g até o prazo de validade, para que um fosse

considerado um alimento funcional probiótico.

Chan e Zhang (2005) aconselham que os produtos probióticos incluam no

mínimo 107 UFC/g (mL).

Atualmente, a recomendação é baseada na dose diária de microrganismos

viáveis que devem estar incorporados na alimentação para que resultem em efeitos

favoráveis, determinado no mínimo de 108 a 109 UFC/dia. Valores inferiores a estes

são aceitos somente se o fabricante atestar sua eficiência. (ANVISA, 2008).

3.3.2. Espécies de microrganismos com propriedades probióticas

Segundo Mortazavian (2007), geralmente os microrganismos probióticos são

bactérias gram-positivas e incluídas basicamente em dois gêneros: Lactobacillus e

Bifidobacterium.

Figura 7 Parede celular de bactérias Gram positivas

Fonte: (Adaptado de Madigan et al., Brock Biology of Microorganisms, 2003)

32

Figura 8 Bactérias do gênero Bifidobacterium

Fonte: http://www.mondotechblog.com

Figura 9 Bactérias do gênero Lactobacillus

Fonte: http://www.microbiologybytes.com

As cepas de bactérias produtoras de ácido lático são as mais empregadas como

probióticos. As do gênero Lactobacillus são bactérias anaeróbias facultativas e

prevalecem no intestino delgado. Já as do gênero Bifidobacterium são aeróbias

facultativas ou anaeróbicas, predominantes no cólon. (LEE, 1999).

Tabela 1 Estirpes microbianas com propriedades probióticas

Fonte: http://www.milkpoint.com.br

Pertencentes ao gênero Bifidobacterium, podemos ressaltar as bactérias B.

bifidum, B. breve, B. infantis, B. lactis, B. animalis, B. longum e B. thermophilum.

As destaques inclusas no gênero Lactobacillus são as bactérias láticas Lb.

acidophilus, Lb. helveticus, Lb. casei - subsp. paracasei e subsp. tolerans, Lb.

33

paracasei, Lb. fermentum, Lb. reuteri, Lb. johnsonii, Lb. plantarum, Lb. rhamnosus e

Lb. salivarius (COLLINS; THORNTON; SULLIVAN, 1998 apud SANTOS, 2010)

Amplamente distribuídas na natureza, as espécies de Lactobacillus são

estimadas pela importância na indústria alimentícia, e também como agentes

probióticos, pois atuam de forma favorável em seus hospedeiros. (MAGALHÃES et

al., 2008).

Foram descritas até hoje, aproximadamente 56 cepas de lactobacilos. Difundidas

em diversos nichos ecológicos, constituem uma fração significativa da microbiota de

humanos e animais, sendo encontradas no TGI e geniturinário.

Fatores ambientais tais como pH, disponibilidade de oxigênio, quantidade de

substrato especifico, presença de secreções e interações bacterianas afetam

diretamente a sua disseminação. (SOZZI; SMILEY, 1980; GOMES, 1999).

Segundo Gonçalves (2009) a espécie é mencionada desde 1921 por causa da

sua influência na regulação de distúrbios do sistema digestório por intermédio da

ingestão de leites fermentados contendo grande população destas bactérias. Tem

capacidade de redução dos “níveis de colesterol no intestino por sua co-precipitação

com sais biliares e controle preventivo de infecções intestinais”. Pode ser melhorada

a durabilidade de L. acidofilus pela seletividade de estirpes resistentes ao pH do

estômago e a bile, uso de reservatórios impermeáveis ao oxigênio e incorporação de

peptídeos e aminoácidos. A espécie possui baixa tolerância à salinidade e seu

crescimento é beneficiado em meios sólidos. Dispõe de alta capacidade de adesão

ao epitélio intestinal, e por isso, apresenta melhoria na digestão de produtos lácteos.

(GONÇALVES, 2009)

Integrantes do gênero Streptococos, as bactérias S. thermophilus são

anaeróbicas facultativas e podem alterar beneficamente à saúde, sendo amplamente

usadas na fabricação de iogurtes bem como o L.bulgaricus.

De acordo com Henker et al. (2007), estudos foram iniciados por uma equipe de

pesquisadores para encontrar a viabilidade de utilização de uma cepa de E. coli com

propriedades probióticas, mesmo com a reputação de ser causadora de diversas

infecções no organismo.

34

Segundo Quamar et al. (2001), o fungo Saccharomyces boulardii também é

constantemente empregado como probiótico. Salminen et al. (1998) afirma que esta

levedura não patogênica pode ser encontrada em uma fruta chinesa.

Geralmente reconhecidos como seguros, os integrantes dos gêneros

Lactobacillus e Lactococcus são conhecidos como “generallyrecognised-as-safe

(GRAS)”, enquanto que os gêneros Streptococcus e Enterococcus podem conter

alguns patógenos oportunistas. (SALMINEN et al., 1998).

Vastamente estudadas, as bactérias láticas estão entre os microrganismos mais

caracterizados quando consideramos aspectos genéticos, fisiológicos além de

possíveis utilidades.

Ao desvendar seus genomas, teremos uma melhor compreensão da fisiologia

das bactérias do ácido láctico, especialmente por intermédio da “aplicação de

ferramentas como genômica, proteômica, análise global de transcrição e genômica

comparativa” (RENAULT, 2002 apud FLORESTA, 2008).

Makarova et al. (2006) afirmou que diversas bactérias lácticas tiveram seus

genomas sequenciados tais como “Lactococcus lactis, Lactobacillus johnsonii,

Lactobacillus plantarum, Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus sakei, Lactobacillus

bulgaricus, Lactobacillus salivarius e Streptococcus thermophilus”.

Dentro de um dos maiores e diversificados gêneros bacterianos, o Lactobacilos

apresenta uma alta variedade no conteúdo Guanina e Citosina entre as espécies.

Compreendem 135 espécies e 27 subespécies (BERNARDEAU et al., 2007).

3.3.3. Metabolismo de Carboidratos por Bactérias Lácticas

Segundo Klein et al. (1998), pode-se decompor os Lactobacillus em três

categorias, de acordo com o modo de degradação do carboidrato. Semelhantes pelo

fato de degradarem apenas hexoses, no entanto, diferentes pelo modo como o

esqueleto carbono de tais compostos são metabolizados. (KANDLER, 1983)

35

Kandler (1983) afirma que no primeiro grupo, as bactérias láticas convertem

açúcares hexoses por meio de glicólise produzindo principalmente ácido láctico pela

via Embdem-Meyerhof e são denominadas de homofermentativas obrigatórias.

Nesse grupo, um mol de hexose é transformada em dois moles de ácido lático e dois

moles de ATP, exemplificado na figura 6. Este metabolismo é caracterizado pela

quebra de frutose 1,6-bifosfato em duas trioses fosfato (3C), as quais são

posteriormente convertidas em lactato.

Já no grupo formado pelos lactobacilos heterofermentativos obrigatórios, as

bactérias utilizam a via 6-fosfogluconato/fosfocetolase para a fermentação das

hexoses. Em condições anaeróbias, as hexoses são convertidas em quantidades

equimolares de gás carbônico, etanol e ATP; além de ácido láctico. Estes

microrganismos efetuam a oxidação de glicose-6-fosfato a gluconato-6-fosfato, o

sofrendo descarboxilação e posterior quebra da pentose resultante (xilulose-5-

fosfato) em duas moléculas de três (gliceraldeído-3-fosfato) e dois (acetilfosfato)

átomos de carbono. O lactato origina-se do gliceraldeído-3-fosfato enquanto que o

acetil-fosfato pode seguir dois caminhos distintos. Pode-se produzir um mol de ATP

adicional quando o acetil-fosfato é transformado em acetato ao invés de etanol. Por

fim, o último grupo abrange os heterofermentativos facultativos que fermentam

hexoses via glicólise de maneira análoga ao grupo homofermentativo, e em

pentoses via 6-fosfogluconato/fosfocetolase quando condicionadas a limitação de

glicose. (Kandler, 1983; KLEIN et al.,1998)

Gavini (1998) afirma que a classificação baseia-se nas características do fenótipo

e, em diversos casos, ela é autenticada por análises do genótipo como comparação

DNA ou rDNA.

36

Figura 10 Vias do metabolismo homofermentativo e heterofermentativo de carboidratos

Fonte: COSTA, 2006

3.3.4. Ácido Láctico

Espécies distintas de bactérias lácticas produzem variadas quantias de ácidos D-

lático e L-lático, enquanto ocorre o processo de fermentação.

Bactérias da espécie “S. thermophilus produzem L (+) lactato; L. bulgaricus e L.

lactis produzem ácido lático D (-); e L.helveticus, uma mistura de ambas as formas

dos isômeros do ácido lático”. (EARLY, 1998; apud COSTA, 2006)

Garvie (1980) e Scheifer (1986) mencionam que existem espécies de bactérias

láticas que produzem frações iguais de ácido D e L-lático enquanto em outras se

nota a preponderante produção de um ou outro isômero, este que pode estar em

menores níveis. A divergência ocorre por causa da atividade da enzima

desidrogenase lática (nLDH), que atua conjuntamente com o NAD+. Com quantias

equimolares de enzimas D-nLDH e L-nLDH, se apresentam frações também

equimolares dos ácidos D e L-lático.

37

Figura 11 Quiralidade molecular do Ácido Lático

Fonte: http://www.reocities.com/Vienna/choir/9201/isomeria_optica.htm

Determinadas espécies de bactérias tem a capacidade de produzir a enzima

racemase, que é responsável pela conversão de L-lático em D-lático. A produção

desta enzima é provocada pelo ácido L-lático, absorvidos do meio de cultivo.

(GARVIE, 1980).

Kandler (1983) afirma que as bactérias láticas podem gerar tanto o isômero L(+)

quanto o D(-) lactato, ou até mesmo uma mistura deles. Em contrapartida, animais e

plantas superiores produzem somente o L(+)- lactato.

Devido a este fato, a Organização Mundial da Saúde considera o D(-) lactato

como uma substância não fisiológica na alimentação humana e por isso, sugere que

o consumo diário deste isômero seja no máximo de 100mg/Kg de peso corporal para

que a produção do isômero L (+) seja favorecida. (KANDLER, 1983).

Como já explicitado, microrganismos para a fermentação lática podem gerar o

isômero L(+) quanto o D(-) ou até mesmo uma mistura racêmica dos isômeros em

frações alteráveis. Este fator decorre devido a presença de enzimas desidrogenases

láticas que são estereoespecíficas, e agem produzindo os isômeros D e L,

isoladamente. (MANOME et al.., 1998).

A quantificação do isômero L(+), com o auxílio de “kits enzimáticos” é realizada

para verificar o grau de contaminação bacteriana. (ALVES, 1994)

38

3.3.5. Mercado de Alimentos Probióticos

Atualmente, a inserção de substâncias com efeitos benéficos à saúde é uma

tendência alta e notória. Neste quesito os probióticos podem ser incluídos, pois já

estão sendo utilizados em bebidas lácteas e/ou fermentadas, formulações de

alimentos infantis, “produtos fermentados à base de soja, sucos de frutas, sorvetes e

barras de cereais” (BEJDER, 2004 apud MACEDO, 2005).

Segundo Stanton et al. (2001), a definição de alimentos funcionais é aquele que

promove a nutrição essencial além de apresentar melhora na saúde e redução dos

riscos de doenças quando ingeridos em proporções adequadas.

De acordo com Ishibashi (2002) o termo teve surgimento no Japão no final da

década de 80. Em consequência do número de ocorrência de doenças crônico-

degenerativas em pessoas da terceira idade da sociedade japonesa, o governo

japonês recorreu às indústrias alimentícias para que elaborassem uma linha de

produtos alimentícios, que por sua vez, foram regulamentados em julho de 1991.

Denominados de Foods for Specified Health Use – FOSHU, os alimentos

funcionais foram estabelecidos como “produtos alimentícios ou componentes do

alimento e suas participações cientificamente reconhecidas na manutenção da

saúde, redução dos riscos de doenças crônicas e modificação das funções

fisiológicas”.

O mercado mundial de produtos com funcionalidade probiótica movimentou U$

6,6 bilhões no ano de 1994 e teve o Japão com o líder de mercado, com valor

superior a U$ 3,3 bilhões. Já no ano 2000, a comercialização de alimentos

funcionais excedeu a marca de U$ 17 bilhões devido à significativa participação dos

Estados Unidos da América, localidade que a “legislação para esse tipo de produto

tornou-se mais favorável do que na Europa e Japão”.

Nos últimos anos houve um crescimento significativo no mercado de alimentos

probióticos no Reino Unido, país onde aproximadamente 85% das bebidas lácteas

fermentadas possuem característica probiótica e funcional (BEJDER, 2004).

39

Ferreira (2003) afirma que a movimentação do mercado mundial de produtos

probióticos extrapola o valor de U$ 20 bilhões. A indústria de alimentos probióticos

no Japão oferece diversos produtos lácteos com tipos distintos de microrganismos

viáveis. A disposição do mercado global apresenta-se mais de uma centena de

diversos produtos que contém bactérias bífidas e lactobacilos em sua composição,

comprovando a direção do emprego conjunto de culturas mistas ou com mais de

uma espécie de bactéria láctica na elaboração do mesmo produto.

De acordo com Tharmaraj e Shah (2001), as cepas de Lactobacillus acidophilus

e Bifidobacterium ssp estão presentes na maioria de produtos probióticos fabricados

no Brasil e Estados Unidos. Além disso, pode-se citar que há o aumento de produtos

com outras estirpes de Lactobacillus, tais como L. casei, L. rhamnosus e também

cepas do gênero Propionibacterium.

Santos et al. (2003) afirmam que entre todos os produtos funcionais

comercializados no mundo, 65% é representada pelos alimentos funcionais

carreadores de bactérias probióticas.

Stanton et al. (2001) analisou o público consumidor de alimentos funcionais e o

maior parcela é constituída por indivíduos do sexo feminino, com grau de

escolaridade elevado, idade entre 35 e 55 anos e com forte preocupação com a

saúde e bem-estar. A conscientização da população em geral cresceu, com base

nas informações e estudos sobre os alimentos probióticos e os resultados benéficos

que os mesmos ocasionam na saúde.

Kandler et al. (1986) afirmou que as bactérias lácticas inclusas no gênero

Lactobacillus representam uma grande parcela da indústria alimentícia,

apresentando alta importância. Isto se deve à utilização das mesmas tanto como

culturas starter em processos fermentativos, quanto na produção de leites

fermentados ou iogurtes na qualidade de probiótico.

40

3.4. Simbióticos

Collins e Gibson (1999) empregaram o termo simbiótico para designar a

combinação entre prebióticos e probióticos, utilizados conjuntamente como

alternativa na manutenção da microbiota intestinal. O uso desta simbiose tem como

objetivo a melhoria na sobrevivência de microrganismos probióticos devido à

presença de substratos singulares, influenciando positivamente o hospedeiro.

Roberfroid (2001) insinuou que a ingestão de produtos simbióticos tem como

objetivo melhorar a subsistência das bactérias durante a passagem pela parte

superior do TGI, produzindo assim, efeitos favoráveis ao intestino grosso. Contudo,

a relação entre o probiótico e o prebiótico in vivo pode ser influenciada

favoravelmente caso haja adequação do probiótico ao substrato prebiótico,

previamente ao consumo. Hipoteticamente, se forem ingeridos no mesmo momento,

haverá uma “vantagem competitiva para o probiótico”.

Schrezenmeir e Vrese (2001) afirmaram que “O sinergismo pode ser obtido in

vivo pela ingestão dos probióticos e também pelo estímulo das bifidobactérias

endógenas”. Portanto, não só um produto com oligofrutose combinado com

bifidobactérias, mas também outro que contenha oligofrutose e lactobacilos estão

inclusos no conceito de alimentos simbióticos.

Arranjos simbióticos podem ser exemplificados por combinações entre

bifidobactérias com FOS ou GOS, e também por lactobacilos com lactitol. (COLLINS;

GIBSON, 1999).

41

Figura 12 Efeitos benéficos resultantes de associação simbiótica

Fonte: SAAD, 2006

Bielecka et al. (2002) relata estudos in vitro e in vivo com diversas cepas de

Bifidobacterium e FOS, em associações simbióticas que comprovam a alta eficiência

da oligofrutose na qualidade de bifidogênico usada como prebiótico, e que em

combinações de bifidobactérias com a oligofrutose em produtos simbióticos mantêm

a alta efetividade.

42

3.5. Benefícios da ingestão de alimentos probióticos

Na formulação de produtos probióticos são utilizadas diversas bactérias ácido

lácticas, sendo dos gêneros Lactobacillus, Bifidobacterium, Lactococcus, além de

espécies de Bacillus, Enterococcus e Streptococcus. Também são utilizadas

leveduras como Saccharomyces boulardii e Saccharomyces cerevisiae. (SAAD,

2006; AMORES et al., 2004)

Diversos benefícios relativos à saúde são proporcionados ao indivíduo

hospedeiro por estes microrganismos, destacando a manutenção do equilíbrio da

microflora intestinal que por sua vez, é resultado da exclusão competitiva entre

linhagens probióticas e enteropatogênicas. A redução de ocorrências de agentes

patogênicos no TGI se deve à produção de substâncias antimicrobianas tais como

bacteriocinas e peróxido de hidrogênio. A queda do pH intestinal acontece por causa

da produção de ácidos lático e orgânico de cadeia curta pelas bactérias lácticas,

acarretando na redução da população patogênica. (FONSECA, 2010; ANURADHA;

RAJESHWARI, 2005)

Dos benefícios relacionados aos produtos probióticos podemos ressaltar a

melhoria na digestibilidade e na absorção de nutrientes, como a lactose. Os agentes

probióticos cooperam na digestão da lactose intestinal resultando em ácido láctico e

acréscimo da disponibilidade da lactase endógena, através da produção da β-D-

galactosidase. (MARTEAU et al 2001; DE VRESE et al, 2001)

De acordo com Kopp-Hoolihan (2001), uma mobilidade intestinal regulada

também é um efeito benéfico causado pelos probióticos. A regulação do trânsito

intestinal é baseada no auxílio da digestão por meio da liberação de variadas

enzimas no lúmen intestinal, executando efeitos de união e aumenta a

biodisponibilidade de proteínas e gorduras. Com o crescimento de aminoácidos

livres, ameniza-se a incapacidade de absorção de nutrientes.

Segundo Rafter (2007), os microrganismos benéficos produzem vitaminas do

complexo B, D e K, além de enzimas e ácidos orgânicos de cadeia curta tais como

ácido lático, propiônico e butírico. Quando esses ácidos são absorvidos, colaboram

com a energia do indivíduo e mantém o pH no nível adequado para que as enzimas

43

bacterianas ajam sobre os antígenos e o metabolismo de compostos carcinogênicos,

no lúmen e intestino, respectivamente.

Bactérias láticas podem proteger neoplasias através de diversos mecanismos,

porém o principal neste caso é a imunomodulação. (KARKOW et al., 2007)

Drakes et al. (2004) apud Coutinho (2012) observou que certas espécies de

bactérias probióticas podem causar interferência nas “reações de hipersensibilidade

retardada, produção de anticorpos, ativação dos macrófagos e alteração na

produção de algumas citocinas como interferon gama, interleucina 12 e interleucina

10”. Além disso, acarretam em uma grande melhora da resposta do sistema

imunológico a microrganismos com potencial patogênico e os processos de

inflamação que provocam.

De acordo com Isolauri (2001) foram realizados testes com os probióticos com a

finalidade de ampliar as distintas barreiras do TGI, provocando a defesa o indivíduo

hospedeiro contra os microrganismos maléficos e assim, causando sua

exterminação.

O epitélio intestinal pode ser afetado pelos probióticos com a modulação de

imunidade secretória, sintetizando assim, as principais imunoglobulinas tais como

IgA e IgM; além de modificar a formação de muco localizado. (BORCHERS, 2009;

WEHKAMP et al, 2004).

Galdeano et al (2009) observou um crescimento de células intestinais, in vivo,

que podem ser associadas à “barreira imunológica inespecífica”, da mesma maneira

que as células imunológicas possuem relação com o intestino. O aumento

populacional de células distintas do sistema imune tais como linfócitos T e linfócitos

B, secretores de IgA, e pela expressão de marcadores celulares associados tanto

com a resposta natural quanto a adaptativa.

De forma complementar, Ogawa et al (2006) demonstraram que a ingestão de L.

casei impulsiona a síntese de interleucina-12 nas células mononucleares do sangue

periférico, que está relacionada com a “atividade de células T e Natural Killer (NK)”.

Microrganismos probióticos tem capacidade de estimular a atividade fagocítica

dos leucócitos, causando a proliferação de linfócitos T e a “atividade dos

44

macrófagos, aumentando a atividade das células NK, e ativando as células T-helper

CD4+. A produção de anticorpos e de secreção biológicas de intermediários

químicos, exemplificados por citocinas, interferon, fatores de necrose tumoral,

interleucina 1 e 2, e pelos quais estimulam o sistema imunológico. (ANDRADE,

2014)

Pesquisas realizadas pela Yakult, indústria de alimentos, comprovam os

benefícios da ingestão do leite fermentado, cuja formulação contém o microrganismo

probiótico L. casei Shirota. Foram realizados estudos randomizados e estes

confirmaram os efeitos do leite fermentado, e não somente a nível intestinal.

(YAKULT, 2014)

De acordo com Tanaka (1996), a ingestão de leite fermentado contendo L. casei

Shirota inibe o crescimento de bactérias nocivas, exemplificadas na figura 13 pelos

coliformes, em detrimento do crescimento favorável de microrganismos benéficos

tais como as bifidobactérias, figura 14. Isto ocorre devido a produção de ácido láctico

no organismo pelas bactérias lácticas, causando leve acidificação do ambiente

intestinal. Anteriormente a ingestão, a contagem de células foi no valor de 5 milhões

porém após a ingestão do probiótico, a contagem foi mais que

dobrada.(TANAKA,1996)

Figura 13 Microrganismos patogênicos

Fonte: www.yakult.com.br

Figura 14 Microrganismos probióticos

Fonte: www.yakult.com.br

45

Na figura 13, evidencia-se que ao iniciar o consumo de probióticos, o nível de

microrganismos patogênicos passa de 50 para 10 milhões de células. Ao deixar

de ingerir, a população patógena vai aumentando gradativamente. (TANAKA,

1996)

Em outro estudo realizado, os probióticos ingeridos resultam em redução da

concentração de compostos tóxicos no organismo do hospedeiro, representado

pela queda dos níveis de Indican e P-cresol. Estes são metabólitos indicadores da

presença de Indol, que é a toxina produzida pelas bactérias nocivas através da

degradação de proteínas, podendo originar substâncias cancerígenas no

organismo do indivíduo. Realizado em humanos, esta pesquisa comprova que

voluntários que incorporaram probióticos a dieta, apresentaram níveis de Indican

30% menor quando comparado com voluntários que não consumiram o

probiótico, destacado na figura 15; e os índices de P-cresol chegaram a cair 1/3

dos valores normais, evidenciado na figura 16. (TOKYAMA, 1981)

Figura 15 Níveis de Indican na urina

Fonte: www.yakult.com.br

Figura 16 Níveis de P-Cresol na urina

Fonte: www.yakult.com.br

46

4. CONCLUSÃO

A microbiota intestinal é composta por microrganismos que contribuem para

várias funções essenciais, que influenciam na qualidade de vida do hospedeiro..

Uma microbiota intestinal estável é primordial para o funcionamento do sistema

imunológico e outras funções do metabolismo. Diversos fatores podem interferir

negativamente na composição da microbiota, tais como alimentação incorreta e

estresse. Os alimentos funcionais, com destaque para os produtos probióticos,

quando consumidos em quantidades adequadas e com frequência conferem

benefícios ao hospedeiro, tendo em vista os diferentes mecanismos de ação das

espécies que fazem parte da sua constituição.

Em busca de constante melhora na qualidade de vida, o interesse da

população se intensifica e, consequentemente, de pesquisadores e indústrias.

Em constante desenvolvimento, estudos científicos tem investigado os efeitos

benéficos dos probióticos à saúde do hospedeiro. A inclusão de alimentos

prebióticos, probióticos ou simbióticos na dieta alimentar pode favorecer a

proliferação da microbiota benéfica e consequente inibir o crescimento de

espécies patogênicas resultando em um equilíbrio adequado da microbiota do

trato gastrointestinal.

Este equilíbrio resulta em um bom funcionamento do sistema imunológico com

consequente melhora nas funções metabólicas e prevenção de doenças.

Esta pesquisa bibliográfica permitiu uma melhor compreensão sobre a

interação entre microbiota do trato gastrointestinal, microrganismos probióticos e

compostos prebióticos e o organismo do hospedeiro. Permitiu também evidenciar

os benefícios da suplementação da dieta com produtos probióticos, com ênfase

nos diferentes mecanismos de ação contribuindo, para que ocorra a modulação e

equilíbrio da microbiota intestinal com consequente melhoria da qualidade da vida

do hospedeiro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADLERBERTH, I. Estabelecimento da microflora intestinal normal do recém nascido. In: Probióticos, outros fatores nutricionais e a microflora intestinal. Vevey. Suíça: Nestlé Nutrition Services; 1998. p.7-10.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC n.12, de 02 de janeiro de 2001. A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprova o regulamento técnico sobre padrões microbiológicos para alimentos. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/12_01rdc.htm> Acesso em: 01/05/2014

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Resolução RDC N.º 2, 7 de janeiro de 2002. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/bdac5c80474597399f7ddf3fbc4c6735/rdc_02.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em 23/04/2014

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Alimentos com alegações de propriedades funcionais e ou de saúde, novos alimentos/ingredientes, substâncias bioativas e probióticos: lista de alegações de propriedade funcional aprovadas. 2008. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/alimentos/comissoes/tecno_lista_alega.htm> Acesso em: 01/05/2014.

ALVES, D.M.G. Fatores que afetam a formação de ácidos orgânicos, bem como outros parâmetros da fermentação alcoólica. 1994. 251p. Dissertação (Mestrado em Fisiologia e Bioquímica de Plantas) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba. 1994.

AMORES, R.; CALVO, A.; MAESTRE, J.R.; MARTINEZ-HERNANDEZ, D. Probióticos. Rev. Esp. Quimioterap., v. 17, p. 131 – 139, 2004.

ANURADHA, S.; RAJESHWARI, K. Probiotics in Health and Disease. Journal Indian Academy of Clinical Medicine, v. 6, n.1, 2005

BEJDER, H. C. Probiotics: today dairy, tomorrow the world. Danish Dairy & Food Industry, v. 14, p. 42-43, set. 2004

BERNARDEAU, M.; VERNOUX, J. P.; HENRI-DUBERNET, S.; GUÉGUEN, M.

The Lactobacillus genus. International Journal of Food Microbiology, 2007.

BEYER, P. L. Digestão, absorção, transporte e excreção de nutrientes. In: MAHAN, L. K. Escott-Stump S, editores. Krause – alimentos, nutrição e dietoterapia. 10ª ed. São Paulo: Roca; 2002. p.3-17).

BIELECKA, M.; BIEDRZYCKA, E.; MAJKOWSKA, A. Selection of probiotics and prebiotics for symbiotic and confirmation of their in vivo effectiveness. Food Research International, v.35, n.2/3, p.125-131, 2002.

BORBA LM. FERREIRA CLLF. Probióticos em bancos de leite humano. In: Ferreira CLLF. Prebióticos e Probióticos: atualização e prospecção. Viçosa: UFV; 2003. p.103-22.2.

BORCHERS, A. T. et al. Probiotics and immunity. J. Gastroenterol., v. 44, p. 26 – 46, 2009.

BOUHNIK, Y.; RASKINE, L.; SIMONEAU, G.; PAINEAU, D.; FRANCIS BORNET, F. The capacity of short-chain fructo-oligosaccharides to stimulate faecal bifidobacteria: a dose-response relationship study in healthy humans. Nutrition Journal, London, v. 5, n. 8, p. 1-6, 2006.

CALDER, P.C.; KEW, S. The immune system: a target for functional foods. Br. J. Nutr., Wallingford, v.88, suppl.1, p.S165-S176, 2002.

CARLOS, I.Z., VENDRAMINI, A.P., VENDRAMINI, R.C, et al. Influência de nutrientes no sistema imune: papel das citocinas, peróxido de hidrogênio e óxido nítrico. In: Prebióticos e probiótico: atualização e prospecção, 2003, Viçosa. Anais…UFV, p. 135-154, 2003.

CARVALHO, G. Nutrição, probióticos e disbiose. Disponível em: <http://www.nutconsult.com/artigos.htm> Acesso em 18 mai. 2014.

CASTILHO, A. C. Cukier C, MAGNONI D. Probióticos no câncer. IMEN – Instituto de Metabolismo e Nutrição; 2006. Disponível em:

<http://www.nutricaoclinica.com.br/index.php?searchword=disbiose+intentinal&option=com_search&Itemid=23>. Acesso em 20 mai. 2014.

CHAN, E.S.; ZHANG, Z., Bioencapsulation by compression coating of probiotic bacteria for their protection in an acidic medium. Process Biochemistry, Volume 40, p. 3346–3351, 2005.

COLLINS, J.K., THORNTON, G., SULLIVAN, G.O. Selection of probiotic strains for human applications. Int. Dairy J., Amsterdam, v.8, p.487-490, 1998.

COLLINS, M.D.; GIBSON, G.R. Probiotics, prebiotics and symbiotic: approaches for modulating the microbial ecology of the gut. American Journal of Clinical Nutrition, v.69, suppl. 1, p.1052S- 1057S, 1999.

COPPINI, L. Z. Fibras alimentares e ácidos graxos de cadeia curta. In: WAITZBERG, D.L., editor. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. 3ª ed. São Paulo: Atheneu; 2001. p.79-94.

COSTA, V. M. Perfil de metabólitos excretados por Lactobacillus isolados de processos industriais de produção de etanol, com ênfase nos isômeros óticos D(-) e L(+) do ácido lático. Dissertação de Mestrado. Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2006

COUDRAY, C.; RAMBEAU, M.; FEILLET-COUDRAY, C.; TRESSOL, J. C.; DEMIGNE, C.; GUEUX, E.; MAZUR, A.; RAYSSIGUIER, Y. Dietary inulin intake and age can significantly affect intestinal absorption of calcium and magnesium in rats: a stable isotope approach. Nutrition Journal. London, v. 4, n. 29, p. 117-122, 2005. Disponível em: <http://www.nutritionj.com/content/4/1/29> Acesso em 19/05/2014

COUTINHO, T. S. Avaliação do efeito de microrganismos probióticos sobre a sanidade de bezerros desmamados e bezerras em fase de aleitamento. 2012. 138p. Tese (Doutorado em Ciências) – Escola de Engenharia de Lorena. Universidade de São Paulo, Lorena, 2012.

CROSS, M.L. Microbes versus microbes: immune signals generated by probiotic lactobacilli and their role in protection against microbial pathogens. FEMS Immunology & Medical Microbiology, v.34, n.4, p.245-253, 2002.

ANDRADE, F.S. Manual de Terapêutica Veterinária. São Paulo: Roca, 2008.

DELCENSERIE, V.; MARTEL, D.; LAMOUREUX, M.; AMIOT,J.; BOUTIN,Y.; ROY,D. Immunomodulatory effects of probiotics in the intestinal tract. Current Issues in Molecular Biology, v.10, p.37–54, 2008.

DRAKES, M.; BLANCHARD, T.; CZINN, S. Bacterial Probiotic Modulation of Dendritic Cells. Infection and immunity, v. 72, n. 6, p. 3299 – 3309, 2004.

EARLY, R. Tecnología de los productos lácteos. Zaragoza: Acríbia, 459p. 1998.

FERREIRA, A.P.; ASTOLFI-FERREIRA, C.S. Medidas inespecíficas para o controle bacteriano. In: SIMPÓSIO BRASIL SUL DE AVICULTURA, Chapecó, 2006, Anais... Chapecó, p.56-66, 2006.

FLEMMING, J. S. Utilização de Leveduras, Probióticos e Mananoligossacarídeos (MOS) na Alimentação de Frangos de Corte. Tese (Doutorado), Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2005. 109p. (a)

FLEMMING, J.S.; FREITAS, R.J.S. Avaliação de efeito de prebiótico (MOS), probióticos (Bacillus lecheniformes e Bacillus subtilis) e promotor de crescimento na alimentação de frangos de corte. Archives of Veterinary Science, Curitiba, v.10, n.2, p.41-47, 2005. (b)

FLORESTA, F. A., D.Sc; Características de superfície de Lactobacillus delbrueckii UFV H2b20 probiótico. Universidade Federal de Viçosa, fevereiro de 2008.

FONSECA, B.B. et al Microbiota of the cecum, ileum morphometry, pH of the rop and performande of broiler chickens suplemmented with probiotics. Revista Brasileira de zootecnia, v. 39, n. 08, p. 1756 - 1760, 2010.

FOOD INGREDIENTS BRASIL. Probióticos, prebióticos e simbióticos. Revista Food Ingredients Brasil. São Paulo, n.17, p. 58-65, 2011. Disponível em: http://www.revista-fi.com/materias/47.pdf. Acesso em 01/05/2014

FOOKS, L. J.; GIBSON, G. R. Probiotics as modulators of the gut flora. Br J Nutr. 2002; 88:S39-S49.

FULLER, R. Probiotics in man and animals. J. Appl. Bacteriol., Oxford, v.66, p.365-378, 1989.

GALDEANO, C. M. et al Mechanisms involved in the immunostimulation by probiotic fermented milk. J. Dairy Res., v. 76, n. 4, p. 446 – 454, 2009.

GARVIE, E.I. Bacterial lactate dehydrogenases. Microbiology Reviews, Amsterdam, v.44, p.106-139, 1980.

GAVINI, F. et al. Phenotypic differentiation of bifidobacteria of human and animal origin. International Journal of Systematic Bacteriology, v. 41, p. 548-557, 1991.

GHADBAN, G.S. Probiotics in Broiler production- a review. Arch.Geflugelk, v.66, n.2, p.49-58, 2002.

GIBSON, G. Oligosacharides and probiotics. In: Pet Food Forum 96 Production Symposium and Trade Show. Chicago, [s.n.], 1998, p. 42-62.

GIBSON, G. R.; ROBERFROID, M. B. Dietary modulation of the human colonic microbiota: introducing the concept of Probiotic. Journal of Nutrition, Bethesda, v. 125, n. 6, p. 1401-1412, 1995.

GIBSON, G.R.; FULLER, R. Aspects of in vitro and in vivo research approaches directed toward identifying probiotics and prebiotics for human use. Journal of Nutrition, v.130, p.391-395, 2000.

GILLILAND, S.E. Probiotics and prebiotics. In: MARTH, E.H., STEELE, J.L., eds. Applied Dairy Microbiology. New York: Marcel Dekker, 2001. p.327-343.

GOMES, P. M. A., MALCATA, X. F. Agentes probióticos em alimentos, aspectos fisiológicos e terapêuticos e aplicação tecnológica. Boletim de Biotecnologia, Lisboa, n. 64, p.12-22, dez. 1999.

GONÇALVES, M. M., Desenvolvimento e caracterização de queijo tipo quark simbiótico, Dissertação de mestrado, Viçosa, 2009.

GUARNER, F.; MALAGELADA, J.R. Gut flora in health and disease. Lancet, London, v.360, p.512-518, 2003.

GUILLOT, J.F. The pros and cons of probiotics – make probiotics work poultry. Feed Mix, v.23, n.8, p.28-30, 2000.

HAVENAAR, R.; HUIS IN’T VELD, M.J.H. Probiotics: a general view. In: WOOD, B.J.B. Lactic acid bacteria in health and disease 1. Amsterdam: Elsevier Applied Science, 1992. p.151-170.

HÄNNINEN, O.; SEN, C.K. Nutritional supplements and functional foods: functional significance and global regulations. In: BAGCHI, D., ed. Nutraceutical and functional food regulations in the United States and around the world. London: Elsevier, Academic Press, 2008. p.11-35. (Food science and technology. International series).

HENKER, et al., The probiotic Escherichia coli strain Nissle 1917 (EcN) stops acutediarrhoea in infants and toddlers. European Journal of Pediatrics, Berlin, v. 166, n. 4, p. 311– 318, 2007.

ISHIBASHI, N. Safety of probiotics. The World of Food Ingredients, p. 28-32, Oct. /Nov. 2002.

ISOLAURI, E.; SALMINEN, S.; OUWEHAND, A.C. Probiotics. Best Pract. Res. Clin. Gastroenterol., London, v.18, n.2, p.299-313, 2004.

ISOLAURI, E.; SALMINEN, S. Intestinal colonization, microbiota, and probiotics. Journal of Pediatrics, v.149, p.S115-S120, 2006.

JUNQUEIRA, O.M.; BARBOSA, L.C.G.S.; PEREIRA, A.A.; ARAÚJO, L.F.; NETO, M.G.; PINTO, M.F. Uso de aditivos em rações para suínos nas fases de creche, crescimento e terminação. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.38, n.12, p.2394-2400, 2009.

KAMIMURA, R. Manoligossacarídeo e colistina na dieta de leitões desmamados. Dissertação (Mestrado em Ciências Veterinárias). Universidade Federal de Uberlândia, Minas Gerais. 2006. 70p. Disponível em http://www.bdtd.ufu.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3042 Acesso em: 28 de abril de 2014

KANDLER, O. Carbohydrate metabolism in lactic acid bacteria. Antonie van Leeuwenhoek, Amsterdam, v.49, p.209-224, 1983.

KANDLER, O.;WEISS, N. Lactobacillus. In: SNEATH, P.H.A.; MAIR, N.S.; SHARPE, M.E.; HOLT, J.G. Bergey’s Manual of Systematic Bacteriology. Baltimore: Williams and Wilkins, 1986. 2, p. 1209-1234, 1986.

KARKOW, F.J.A.; FAINTUCH, J.; KARKOW, A.G.M. Probióticos: perspectivas médicas. Rev AMRIGS. v. 51, p. 38 – 48, 2007.

KAUR, I.P.; CHOPRA, K.; SAINI, A. Probiotics: potential pharmaceutical applications. Eur. J. Pharm. Sci., Amsterdam, v.15, p.1-9, 2002.

KAUR, N.; GUPTA, A.K. Applications of inulin and oligofructose in health and nutrition. J. Biosci., Bangalore, v.27, p.703-714, 2002.

KLEIN, G.; PACK, A.; BONAPARTE, C.; REUTER, G. Taxonomy and physiology of lactic acid bacteria. International Journal of Food Microbiology, v. 41, p. 103-125, 1998.

KLEIN, S.; COHN, S. M.; ALPERS, D.H. O Trato Alimentar em Nutrição: Um Guia. In: Shills ME, editor. Tratado de nutrição e dietoterapia. 9ª ed. São Paulo: Manole; 2003. p.647-72.

KOPP-HOOLIHAN, L. Prophylactic and therapeutic uses of probiotics: a review. J. Am. Diet. Assoc., Chicago, v.101, p.229-241, 2001.

LAPARRA, J.M.; SANZ, Y. Interactions of gut microbiota with functional food components and nutraceuticals. Pharmacological Research, v.61, p.219–225, 2010.

LAUGHTON, J. M.; DEVILLARD, E.; HEINRICHS, D. E.; REID, G.; MCCORMICK, J.K. Inhibition of expression of a staphylococcal superantigen-like protein by a soluble factor from Lactobacillus reuteri. Microbiology, Reading, v. 152, n. 4, p.1155-1167, 2006.

LAVERMICOCCA, P.; VALERIO, F.; LONIGRO, S. L.; ANGELIS, M.; MORELLI, M.; CALLEGARI, M. L.; RIZZELLO, C. G.; VISCONTI, A. Study of adhesion and survival of lactobacilli and bifidobacteria on table olives with the aim of formulating a new probiotic food. Applied and Environmental Microbiology, Washington, v. 71, n. 8, p. 4233–4240, 2005.

LEE, Y. K. Handbook of probiotics. New York: Wiley, 1999

LILLY DM, STILLWELL RH. Probiotics. Growth promoting factors produced by microorganisms. Science 1965; 147:747–8

LOURENS-HATTINGH, A.; VILJOEN, B.C. Yogurt as probiotic carrier food. Int. Dairy J., Amsterdam, v.11, p.1-17, 2001.

MACARI, M.; FURLAN, R.L. Probióticos. In: CONFERÊNCIA APINCO, Santos, 2005. Anais... Santos: FACTA, p 53-68, 2005.

MACEDO, R. F. Utilização de culturas lácticas probióticas no processamento de produto cárneo fermentado. Tese de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos, 2005.

MAGALHÃES, J. T., UETANABARO, A. P. T.; MORAES, C. A. Identification of Lactobacillus UFV H2B20 (Probiotic Strain) using DNA-DNA hybridization. Brazilian Journal of Microbiology, Volume 39, p. 524-546, 2008.

MAKAROVA, K. et al. Comparative genomics of the lactic acid bacteria. Proceedings of the National Academy of Science, v. 103, p. 15611-15616, 2006.

MANDERSON, K.; PINART, M.; TUOHY, K. M.; GRACE, W. E.; HOTCHKISS, A. T.; WIDMER, W.; YADHAV, M. P.; GIBSON, G. R.; RASTALL, R. A. In vitro determination of prebiotic properties of oligosaccharides derived from an

orange juice manufacturing by-product stream. Applied and Environmental Microbiology, Washington, v. 71, n. 12, p. 8383–8389, 2005.

MANOME, A.; OKADA, S.; UCHIMURA, T.; KOMAGATA, K. The ratio of L-form to D-form of lactic acid as a criteria for the identification of lactic acid bacteria. Journal of General and Applied Microbiology, Curitiba, v. 44, p.371–374, 1998.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. V. Fundamentos da metodologia científica. 6ª Ed. São Paulo: Atlas, 2008.

MARQUES, T.M.; WALL, R.; ROSS, R.P.; FITZGERALD, G.F.; RYAN, C.A.; STANTON, C. Programming infant gut microbiota: influence of dietary and environmental factors. Current Opinion in Biotechnology, v.21, p.149–156, 2010.

MARTEAU, P. R. et al Protection from gastrointestinal diseases with the use of Probiotics. Am. J. Clin. Nutr., v. 73, p. 430 – 436, 2001.

MATHAI, K. Nutrição na idade adulta. In: Mahan LK, editor. Escott Stump S. Krause – alimentos, nutrição e dietoterapia. 10ª ed. São Paulo: Roca; 2002. p.261-75.

MATSUMOTO, S.; HARA, T.; HORI, T.; MITSUYAMA, K.; NAGAOKA, M.; TOMIYASU, N.; SUZUKI, A.; SATA, M. Probiotic Lactobacillus-induced improvement in murine chronic inflammatory bowel disease is associated with the down-regulation of pro-inflammatory cytokines in lamina propria mononuclear cells. Clinical and Experimental Immunology, Oxford, v. 140, n. 3, p.417–426, 2005.

MATTILA-SANDHOLM, T.; MYLLÄRINEN, P.; CRITTENDEN, R.; MOGENSEN, G., FONDÉN, R.; SAARELA, M. Technological challenges for future probiotic foods. Int. Dairy J., Amsterdam, v.12, p.173-182, 2002.

MCFARLAND, L. V. Normal flora: diversity and functions. Microbial Ecology in Health and Disease. 2000; 12:193-207.

MORTAZAVIAN, A. M. et al. Effect of refrigerated storage temperature on the viability of probiotic micro-organisms in yogurt. International Journal of Dairy Technology, v. 60, n. 2, p. 123-127, 2007

NÉVOA, M. L. et al. Antimicrobianos e prebióticos nas dietas de animais não ruminantes. Scientia Agraria Paranaensis – SAP, Mal. Cdo. Rondon, v. 12, n. 2, abr./jun., p.85-95, 2013.

NICOLI, J.R.; VIEIRA L. Q. Probióticos, prebióticos e simbióticos. Rev. Ciência Hoje. 2000;163:34-8.

NICOLI, J. R. et al., Probióticos: moduladores do ecossistema digestivo. In: Mendoça RCS, editor. Microbiologia de alimentos: qualidade e segurança na produção e consumo. Viçosa: UFV; 2003. 209p.

OGAWA T. et al Natural killer cell activities of symbiotic Lactobacillus casei ssp. casei in conjunction with dextran. Clin. Exp. Immunol. v. 143, p. 103 – 109, 2006.

O’HARA, A.M.; SHANAHAN, F. Gut microbiota: mining for therapeutic potential. Clinical Gastroenterology and Hepatology, v.5, p.274–284, 2007.

PERDIGÓN, G., HOLGADO, A.P.R. Mechanisms involved in the immunostimulation by lactic acid bacteria. In: Fuller, R., Perdigón, G. Probiotics 3: Immunodulation by the Gut Microflora and Probiotics. Dordrecht: Kluwer Academic, 2000, 213-233p, 2000.

PETRI, R. Uso de exclusão competitiva na avicultura no Brasil. II Simpósio De Sanidade Avícola, 2000, Santa Maria-RS, Anais... 2000.

POHJAVUORI, E.; VILJANEN, M.; KORPELA, R.; KUITUNEN, M.; TIITTANEN, VAARALA, O., et al. Lactobacillus GG effect in increasing IFN gamma production in infants with cows milk allergy. American Society For Microbiology. Disponível em: <http://iai.asm.org/content/75/4/1730.full > Acesso em 20 de maio/2014. http://iai.asm.org/content/75/4/1730.full

PUUPPONEN-PIMIÄ, R.; AURA, A.M.; OKSMAN-CALDENTEY, K.M.; MYLLÄRINEN, P.; SAARELA, M.; MATTILA-SANHOLM, T.; POUTANEN, K. Development of functional ingredients for gut health. Trends in Food Science &Technology, v.13, p.3-11, 2002.

QAMAR, A.; ABOUDOLA, S.; WARNY, M.; MICHETTI, P.; POTHOULAKIS, C.; LAMONT, J. T.; KELLY, C. n. P. Saccharomyces boulardii stimulates intestinal immunoglobulin an immune response to Clostridium difficile toxin a in mice. Infection and Immunity, Washington, v. 69, n. 4, p. 2762–2765, 2001.

RAFTER J. et al. Dietary symbiotics reduce cancer risk factors in polypectomized and colon cancer patients. Am J Clin Nutr. v. 85, p.488 – 496, 2007.

REID, G. Probiotics and prebiotics: progress and challenges. International Dairy Journal, v.18, p.969–975, 2008.

RENAULT, P. Genetically modified lactic acid bacteria: applications to food or health and risk assessment. Biochimie, v. 84, p. 1073-1087, 2002.

RENTERÍA, N. P. Compuestos prebióticos: de las moléculas al ser humano. Revista de La Sociedad Venezolana de Microbiología. v. 31 n.1. 2011

ROBERFROID, M.B. Defining functional foods. In: GIBSON, G.R.; WILLIAMS, C.M. Functional foods: concept to product. Cambridge: Woodhead Publishing, 2000. cap.1, p.9-27

ROBERFROID, M.B. Prebiotics: preferential substrates forspecific germs. Am. J. Clin. Nutr., Bethesda, v.73 (suppl.), p.406-409, 2001.

ROCHA, L. P. Benefícios dos Probióticos à Saúde Humana. Tese de Graduação. UNIJUÍ. Departamento de Ciências da Vida Curso de Nutrição, 2011

ROTH, L. The battle of the bugs the direct fed microbial concept. Pig Progress, v.16, p 12-15, 2000.

RUIZ, J. A . Metodologia Científica: guia para a eficiência nos estudos. São Paulo, Atlas, 1976

SAAD, S. M. Probióticos e prebióticos: o estado da arte. Rev. Bras. Cienc. Farm. [online]. 2006, Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, vol. 42, n. 1, jan./mar., 2006.

SALMINEN, S.; WRIGHT, A.; MORELLI, L.; MARTEAU, P.; BRASSART, D.; VOS, W.M.; FONDÍN, R.; SAXELIN, M.; COLLINS, K.; MOGENSEN, G.; BIRKELAND, S.E.; MATTILA-SANDHOLM, T. Demonstration of safety of probiotics: a review. Int. J. Food Microbiol., Oxford, v.48, p.93-106, 1998

SANTOS, A. L. Uso de Probióticos na recuperação da flora intestinal. Tese de Pós Graduação. Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Instituto de Nutrição, 2010.

SANTOS, F. L.; FERREIRA, C. L. L. F.; COSTA, N. M. B. Modulação da colesterolemia por meio de prebióticos e probióticos. In: Prebióticos e Probióticos: Atualização e Prospecção. Viçosa: Célia L. L. F. Ferreira, 2003.

SCHLEIFER, K.H. Gram-positive cocci. In: SNEATH, P.H.A.; MAIR, N.S.; SHARPE, M.E.; HOLT, J.G. Bergey’s Manual of Systematic Bacteriology. Baltimore: Williams and Wilkins, v.2, p. 999-1103, 1986.

SCHREZENMEIR, J.; DE VRESE, M. Probiotics, prebiotics and symbiotics: approaching a definition. American Journal of Clinical Nutrition, Bethesda, v. 73, n. 2, p. 361-364, 2001.

SHAH, N. P. Functional cultures and health benefits. International Dairy Journal, v. 17, n. 11, p. 1262-1277, 2007.

SILVA, E.N.; ALVES FILHO, R.L. Probióticos e prebióticos na avicultura. In: II Simpósio De Sanidade Avícola, 2000, Santa Maria, Rs. Anais... 2000.

SILVA, C.A.; HOSHI, E.H.; PACHECO, G.D.; BRIGANÓ, M.V. Avaliação de probiótico (Pediococcus acidilactici e Bacillus subtilis) após o desmame e

efeitos no desempenho de leitões. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v.27, n.1, p 133-140, 2006.

SNELLING, A. M. Effects of probiotics on the gastrointestinal tract. Current Opinions in Infectious Diseases, Philadelphia, v. 18, n. 5, p. 420-426, 2005.

SOZZI, T.; SMILEY M. B. Antibiotic resistences of yogurt starter cultures Streptococcus thermophilus and Lactobacillus bulgaricus. Applied and Environmental Microbiology, Washington, v. 40, n. 5, p. 862-865, 1980.

STAINKI, D. R.; Microbiota ou Flora Normal. Universidade Federal de Santa Maria, Departamento de Microbiologia e Parasitologia, 2012

STANTON, C.; GARDINER, G.; MEEHAN, H.; COLLINS, K.; FITZGERALD, G.; LYNCH, P. B.; ROSS, R. P. Market potential for probiotics. American Journal of Clinical Nutrition, v. 73, n. 2, p. 476s-483s, 2001.

TANAKA, R. - The effects of the ingestion of fermented milk with Lactobacillus casei Shirota on the gastrointestinal microbial ecology in healthy volunteers. International Congress and Symposium Series nº 219 published by Royal Society of Medicine Press Ltd, 37 - 45, 1996.

THARMARAJ, N.; SHAH, N. P. Selective enumeration of Lactobacillus delbrueckii ssp. Bulgaricus, Streptococcus thermophilus, Lactobacillus acidophilus, Bifidobacteria, Lactobacillus casei, Lactobacillus rhamnosus, and Propionibacteria. Journal of Dairy Science, v. 86, p. 2288-2296, 2003.

UMESAKI, Y., TOKYAMA, K., MUTAI, M., SUZUKI, A., KASAMA, T. AND YAMAKAWA, T. (1981) in: Glycoconjugates (Yamakawa, T. et al. eds) pp. 61-62, Japan Sci. Sot. Press, Tokyo.

UTIYAMA, C.E. Utilização de agentes antimicrobianos, probióticos, prebióticos e extratos vegetais como promotores de leitões recém-desmamados. 2004. 110f. Tese (Doutorado). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba-SP, 2004.

VÉLEZ, M. P.; VERHOEVEN, T. L. A.; DRAING, C.; AULOCK, S. V.;PFITZENMAIER, M.; GEYER, A.; LAMBRICHTS, I.; GRANGETTE, C.; POT, B.;VANDERLEYDEN, J.; KEERSMAECKER, S. C. J. Functional analysis of Dalanylation of lipoteichoic acid in the probiotic strain Lactobacillus rhamnosus GG. Applied and Environmental Microbiology, Washington, v. 73, n. 11, p. 3595– 3604, 2007.

VERDU, E.F.; COLLINS, S.M. Irritable bowel syndrome. Best Prac. Res. Clin. Gastroent., London, v.18, n.2, p.315-321, 2004.

WEHKAMP, J. et al. NF-kB- and AP-1-mediated induction of human beta defensin-2 in intestinal epithelial cells by Escherichia coli Nissle 1917: a novel effect of a probiotic bacterium. Infect. Immun. v. 72, n. 10, p. 5750 - 5758, 2004.

YAKULT. Disponível em <http://www.yakult.com.br>. Acesso em: 26 mai 2014.

ZIEMER C.J., GIBSON G.R. An overview of probiotics, prebiotics and symbiotics in the functional food concept: perspectives and future strategies. Int. Dairy J. Amsterdam, v.8, p.473-479, 1998.

ANEXO. Probióticos da Lista de alegações de propriedade funcional aprovadas