Gazeta7

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Página 1 Gazeta, edição 6 Série IV Série IV Série IV Série IV Série IV Edição 7 Edição 7 Edição 7 Edição 7 Edição 7 Março Março Março Março Março 2010 2010 2010 2010 2010 Especial Teatro Gazeta da Biblioteca Cursos profissionais e a arte de representar: Muda de Canal! , pág. 10 Em visita de estudo: Memorial do Convento e Frei Luís de Sousa, pág. 6 Notícias da Biblio, p. 3 A palavra à poesia, p. 7 Temas da ciên- cia, pp. 8-9 As obras completas de William Shakespeare, p. 11 Visitas guiadas: Casa Fernando Pessoa, p. 6 Extermínio 2029, p. 12 Escola Secundária Severim de Faria A Palavra às vozes da rádio, p. 7 Outras peças: 16 e O Fim, pp. 10-11 Opiniões cinema, pp. 4-5

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Série IVSérie IVSérie IVSérie IVSérie IV

Edição 7Edição 7Edição 7Edição 7Edição 7

MarçoMarçoMarçoMarçoMarço

20102010201020102010

Especial Teatro

Gazetada Biblioteca

Cursos profissionais e aarte de representar: Muda

de Canal! , pág. 10

Em visita de estudo:Memorial do Convento e

Frei Luís de Sousa, pág. 6

Notícias daBiblio, p. 3

A palavra àpoesia, p. 7

Temas da ciên-cia, pp. 8-9

As obras completas de WilliamShakespeare, p. 11

Visitas guiadas:

Casa FernandoPessoa, p. 6

Extermínio2029, p. 12

Escola Secundária Severim deFaria

A Palavra

às vozes

da rádio,

p. 7

Outras peças:16 e O Fim,

pp. 10-11

Opiniõescinema,pp. 4-5

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Editorial

Arranjo, concepção gráfica erevisãoPaula Vidigal

Ficha Técnica

Com o apoio de:

Agradecimentos

Direcção da ESSFariaAnabela UrbanoAna Paula FadigasAna Paula VidigalAntónio CravoHortense CarreiroSónia Butes

Colaboradores deste número:1º ASCAna MarcãoAna L.Ana Paula FerrãoCatarina RoquesCátia MorgadoCidália GilCristina BrejoDiana AlvarengaDiogo FortunatoDiogo WeigelFrancisca RamalhoInês AlmeidaJoana Machado

Luís CamachoMagda FialhoOlívia AmadorPaula PereiraPaula VidigalRita MartinsSofia Aires

O teatro está na raiz, no cerne, nos ramos e nas folhas que respiram e oxigenizam a nossa civilização e que rejuvenescemem cada Primavera. Nasce ou começa a engrandecer na Grécia como quase tudo, como a Filosofia, a Matemática, aFísica, a Poesia… e a Democracia.A sua génese está relacionada com as festas em honra do Deus Dionísio e com a prática cívica dos atenienses. Cedo selibertou das práticas religiosas e tomaram forma a comédia e a tragédia. Gregos e romanos construíram teatrostendo como cenários as paisagens naturais, os rios, as montanhas, o mar, os primeiros; os segundos as estátuas dedeuses e imperadores, que caíam de vez em quando. Os grandes temas da tragédia foram reinterpretados até aosnossos dias e mantêm-se actuais, de tal modo que até a Psicanálise adoptou temas como Édipo. Escritores relativamenterecentes, como Camus, utilizaram As Troianas, adaptadas na luta contra o colonialismo francês na Argélia, tal comoNatália Correia e José Afonso com Fuenteovejuna, de Lope de Veja. A comédia utilizou o humor e o riso na crítica aospoderosos e arrogantes, tanto nas civilizações clássicas, como com Shakespeare que criou personagens tão ridículascomo reais, Falstaff, por exemplo. Rejuvenesceu o teatro em várias épocas. Em Portugal tivemos também autoresimportantes, como Gil Vicente, que aliás estreou peças em Évora, ou Almeida Garrett que, como outros liberais, lutoupela mudança de mentalidades e contribuiu para a Regeneração do país, como escritor e criador do Conservatório eTeatro Nacional (o D. Maria, em Lisboa).Mas o teatro é subversivo, não apenas a tragédia na qual aparecem os grandes dilemas da humanidade, como tambéma comédia. Já Umberto Eco no romance O Nome da Rosa demonstra a perigosidade do riso que mete medo àqueles quepensam que o mundo ordenado por si tem que ser imutável. Também por aqui Gil Vicente foi censurado e António Joséda Silva, “o judeu”, foi parar aos cárceres da Inquisição.Mais recentemente, tantos tiveram dificuldades em escrever e fazer teatro. Recorde-se a presença constante desociedades recreativas como a Joaquim António de Aguiar, em Évora, que ao longo de um século e até à actualidadetêm conseguido manter uma presença incessante. Recorde-se também, que foi em Évora que se fez, logo com o 25 deAbril, uma grande escola de teatro, o “Centro Cultural de Évora”, hoje CENDREV, com o grande Mário Barradas,recentemente falecido. E além disso, os pequenos e grandes grupos de amadores (no sentido em que amam) quecontinuam aqui e ali e que são quem mantém a chama viva.É isto só divertimento, uma passagem do tempo? Pode até ser, mas não só. A prática do teatro leva a pensar, adiscutir, a investigar, a arte de falar e expor ideias, a mudar a personalidade de cada um. Cria também angústias, massem essas angústias e a consciência e a força para as ultrapassar, ainda estaríamos na Idade da Pedra Lascada. Muitasuniversidades por esse mundo fora consideram como importante no curriculum dos seus candidatos terem praticadoteatro, tal como muitas empresas, porque sabem que quem o faz, desenvolve competências fundamentais.No ano em que se comemora a República, por que não homenagear o teatro, fazendo-o, dentro do espírito que “osnossos egrégios avós” tentaram levar a cabo, promovendo a cidadania?

João Simas

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Notícias da Biblio

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Opiniões: cinema

O Lado Selvagem (Into the Wild)A sociedade, tal como a conhecemos, assenta em valores e pré-conceitos dos quais no geral raramente nos apercebemos e deixamo-nos reger por eles sem os questionar. “Alex” era um rapazperfeitamente normal que gostava de tratar as coisas pelos nomese foram essas pequenas coisas e valores da sociedade que oinfluenciaram a seguir uma jornada, que para nós, seria um tantoradical.Educado numa família semelhante a tantas outras, onde a hipocrisiae mentira faziam parte de um jogo de aparências, os anos forampassando e “Alex” e a sua irmã Carine aprenderam a lidar com essejogo, endurecendo episódios de violência e abuso, ultrapassandotodas as pequenas e grandes dificuldades que os seus pais lhescolocavam, tendo sido Carine a mais forte. “Alex” ficara para trás,escondendo-se nas personagens dos seus autores favoritos,desejando ser como eles e absorvendo a sua filosofia de vida aoínfimo pormenor.

Durante quatro anos “Alex” sujeitou-se aos padrões de vida que qualquer sujeito espera do próximo,tirou o Secundário e não deixou que o peso da opinião dos seus pais o deixassem perder a crença najornada que iria iniciar. Nesses quatro anos, mais do que nunca, conviveu com a importante questãodo dinheiro, de uma carreira e do peso que as aparências causavam nas pessoas. Uma carreira davaorigem à entrada de dinheiro para os bolsos, dinheiro esse que iria contribuir para o consumismo.A “Alex” isso pouco lhe interessava, dinheiro, carros novos, consumir e exageros, tudo isso lhecausava um certo desprezo e desagrado. “O dinheiro torna as pessoas cautelosas” e “Alex” era umespírito livre.Livre dos dogmas da sociedade, embarcou numa jornada que iria mudar radicalmente a sua vida.Lançou-se à estrada com duas motivações base, que o acompanharam e lhe regeram o pensamento.Queria provar que conseguiria sobreviver e constituir vida longe da sociedade, que o dinheiro eradispensável e que a felicidade não se baseava em relações humanas.Na sua jornada cruzou-se com as mais variadas pessoas. Contrariamente ao que pretendia, acaboupor em cada uma delas encontrar respostas para as suas perguntas e aprendizagens que sozinhojamais teria aprendido. Cruzou-se com pessoas desde o casal hippie Jan e Rainey, que representama perspectiva familiar de uma mãe abandonada pelo filho e marido e consequentes efeitostraumáticos. E aida Rainey, o seu parceiro, que apenas quer ver a mulher que ama feliz.Outro homem que conheceu foi Wayne, o qual geria uma companhia de distribuição de cereais e queilegalmente traficava caixas negras de satélite. Wayne era para “Alex” a experiência e a loucura,e curiosamente, sem o dinheiro que recebia deste, muitos dos seus primeiros passos na sua jornadateriam sido impossíveis. Mas como a lei é algo que mantém as sociedades dentro de certos padrões,nem mesmo Wayne se escapou dela.Seguindo a sua viagem, sem nunca olhar para trás, em direcção ao Alasca, “Alex” volta mais tardea reencontrar Jan e Rainey, aprofundando o seu laço com eles. Sendo o jovem que é, nem mesmo os

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Ano: 2007País: EUA

Género: Drama, Aventura

Realização: Sean Penn

Intérpretes: Emile Hisrsch, Marcia GayHarden, William Hurt,Jena Malone, Catherine

Keener, Vince Vaughn, Kristen Stewart

Duração: 140 min.

seus ideais afastaram o inevitável encontro com a jovem Tracy. Mas a sua missão e sentido de vidaeram muito mais fortes que a necessidade de descobrir os seus instintos e sentimentos, por isso,“Alex” deixa Tracy para trás, assim como Jan e Rainey, deixando a paixão e a sua nova família paratrás.O climax do seu comportamento contraditório é atingido quando conhece Ron, um velho que perderaa família e que vivia fechado na sua pequena casa. Ron era o oposto de “Alex”. Ron era um homemque morrera por dentro, cujo dia-a-dia se resumia a uma rotina muito básica e pouco emocionante.Tudo o que fazia tinha muito pouco sentimento e “Alex” era um rapaz energético, cheio de vida ede ideias e de desejos prontos a serem satisfeitos. A sua filosofia chocava com a vida pacata deRon e sem família, “Alex” acabara por se tornar, no curto espaço de tempo que passara com ele, nasua única família.“Quando perdoas, amas. E quando amas, a luz de Deus ilumina-te”, dissera-lhe Ron. E “Alex” guardarapara si essas palavras queridas e profundas.Quando finalmente chegou ao Alasca, a verdadeira jornada de “Alex” começou. O que ao iníciopareceu simples, a longo prazo revelou-se complicado. A ausência de comunicação, de contactosocial, a dificuldade em arranjar alimento e os dias gélidos do Alasca, a longo prazo fizeram “Alex”repensar na história que queria contar.Nos seus últimos dias de vida, “Alex” agora não mais “Alex” mas sim Christopher, reflectiu noverdadeiro significado da sua jornada. Tudo aquilo em que acreditara estava errado e não existiammilagres ou verdades absolutas. Era verdade que nos tornamos dependentes do dinheiro e que elenos faz pessoas cautelosas e consumistas. Exageros são cometidos todos os dias e sem nosapercebermos, desvalorizamos os pequenos pormenores da vida, assim como as mais pequenas ebelas coisas como a natureza. Sem se aperceber, tudo o que alcançara tinha sido conseguido apartir das pessoas que conhecera. Tudo aquilo que queria provar perdera o seu significado, poisnão havia forma de provar algo que não podia ser negado. As sociedades tinham evoluído numsentido e um único homem não lhes poderia fazer frente.“A felicidade só é verdadeira/real quando é partilhada”, e na ausência de outras pessoas perdemosa nossa humanidade. Christopher precisou de todas aquelas pessoas não só para atingir os seusobjectivos como para se “humanizar”. Ninguém consegue viver sozinho, mesmo que o deseje, pois asolidão torna-nos amargos e, no caso da felicidade, toda aquela de que Christopher se pôde orgulhar,foi vivida na companhia daqueles que se cruzaram na sua jornada. Sozinho achou que estava feliz,mas a longo prazo se apercebeu que o que sentira era diferente.“Society, I hope you’re not lonely without me...” (Sociedade, espero que não sintas a minha falta) –no fim, Christopher não marcara a diferença e a sociedade não sofreu alterações com a sua morte,mas sim, quem sentira falta da sociedade, ou maisconcretamente das pessoas que dela faziamparte, foi o próprio Christopher. Nos últimosmomentos da sua vida, Christopher lembrou-sedos traumas que os seus pais lhe deixaram, e aspalavras de Ron iluminaram-no. Se Christophertivesse perdoado os seus pais e, se tivesseregressado para os seus braços, teriam eles“visto” o mesmo que ele viu?

Paula Pereira, 11º LH2

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Visitas guiadas com drama

Memorial do Convento e Frei Luís de Sousa

No dia 14 de Janeiro de 2010, os alunos do 12º ano,acompanhados das professoras Adelaide Vaz, AnaPaula Ferrão, Ana Paula Vidigal, Cidália Gil, CristinaBrejo e Paula Carvalho, realizaram uma visita deestudo a Mafra, no âmbito do estudo da obra deleitura obrigatória Memorial do Convento, de JoséSaramago.Da parte da manhã, decorreu uma visita guiada aoConvento e Palácio de Mafra; enquanto da parte datarde teve lugar a representação de uma peça deteatro, baseada no romance histórico homónimo.Esta actividade teve como objectivo motivar osalunos para o estudo da obra referida.No dia 2 de Fevereiro,pelas 15.00 horas, foi a vezde os alunos de Português de 11º e os alunos deLiteratura de 10º ano assistirem à representaçãodo drama romântico Frei Luís de Sousa, de ALmeidaGarrett.Tratou-se de uma adaptação original dessa obragarrettiana, pela Companhia do Teatro Itineranteda Casa dos Afectos. Com esta actividade,

Casa Fernando Pessoa:um local emblemático a descobrir

Pessoa e as suas pessoas continuam a apaixonarestudiosos nacionais e estrangeiros, na ânsia deconhecerem mais sobre aquele que definiu o poetacomo «um fingidor».Numa altura em que é consensual a importância daprotecção e valorização do seu espólio documental,em parte ainda inédito, recentemente considerado,por decreto-lei, «tesouro nacional», impõe-se umavisita a um espaço onde se sente a presença deescritor. Situada na Rua Coelho da Rocha, nº 16, nobairro onde o poeta passou os últimos quinze anosda sua vida – Campo de Ourique –, em Lisboa, a CasaFernando Pessoa foi inaugurada em Novembro de1993, sendo Inês Pedrosa a sua actual directora.Dotada de diversas valências distribuídas por trêspisos, conta por exemplo, com um auditório, salasde exposições, uma biblioteca consagrada à poesia,e ainda com algum mobiliário e objectos quepertenceram a Pessoa, entre os quais se contam aprópria cama e uma das suas máquinas de escrever.Aqui se realizam conferências, encontros de

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escritores, ateliers, exposições, numaprogramação aliciante e variada.Como curiosidade, é de referir que o local é,também, desde meados de Setembro, Casa-Poema, albergando a sua fachada, inúmerasversões de uma só ode de Ricardo Reis.De acrescentar que este espaço dispõe devisitas guiadas mediante marcação prévia,estando a 2ª feira à tarde reservada para osestabelecimentos de ensino distantes deLisboa. As entradas são gratuitas, tal comoquaisquer actividades realizadas in loco.É, sem dúvida, um lugar a conhecer. Até porque«Tudo vale a pena, se a alma não é pequena».

Ana Paula Ferrão

pretendeu-se consolidar o estudo do texto dramáticoe facultar aos alunos a sua recepção, possibilitando-lhes, assim, a apreensão de todos os seus elementosparalinguísticos.

Ana Paula FerrãoCidália Gil

Cristina BrejoFrancisca Ramalho

Olívia Amador

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A palavra às vozes da rádio

A palavra à poesia

OOs alunos de AcçãoSocial já estão ligadosao seu estágio profis-sional nas mais diver-

sas instituições deÉvora. Neste caso, a

Magda, Cátia e Inês jáestão on, no IPJ.

Se queres saber mais,liga-te!

Desespero? Solidão?O que será que eu fiz?Trago todos no coraçãoE sem eles vivo infeliz.

Que destino tão cruelDestino esse que eu escolhiSem sofrer não sou fielDo caminho que pedi.

Deus fez-me assimDona de toda a tristezaO que será de mimCom todas estas certezas?

Um caminho a percorrerAlgo para cumprirCantar até morrerE assim vou conseguir.

Guardo tristezas no coraçãoCarrego a dor e a agoniaNo meio desta imensidãoSem qualquer alegria.

O amor carrega a dorA alegria e as tristezasSempre com a mesma corNo meio de todas estas riquezas.

A tristeza fez-me diferenteMais madura e confiantePois não me é indiferenteViver neste mundo errante.

Ó meu triste coraçãoTantas as penas que trago comigoCanto a voz do coraçãoPara nunca estares perdido.

Ana L. , 11º ano

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Temas da Ciência: filosoficamente falando

“A quem pertencem os nossos genes?”

Esta é uma questão bastante polémica e actual, quemerece sem dúvida, que seja opinada de vários pontosde vista.Primeiramente, os testes ou rastreios genéticos sãoum ponto de partida desta questão. Eles permitem aanálise do DNA, a partir de uma amostra de sangue.Eles apresentam uma enorme abrangência, podendoprever doenças que se manifestam ou desenvolvemfuturamente em pacientes sem sintomas, ou empacientes que já apresentam sintomas, permitemconfirmar o diagnóstico. Porém, não existe “bela semsenão”; realmente estes testes são óptimos no que dizrespeito à detecção atempada de doenças, mas o queacontece quando estas doenças ainda são poucoconhecidas e a hipótese de tratamento é muitoreduzida? Será que vale a pena tomar conhecimentodestas doenças e posteriormente viver em estado deculpa, ansiedade e diminuição de auto-estima? Estasquestões assombram a realização dos testes genéticos,por uns considerados a salvação das suas vidas, para

outros o peso que têm de suportar até ao fim dosseus dias. Muitos preferem o silêncio e a ignorância,com medo do que possam enfrentar, outros colocamem causa o sigilo médico e os seus interesses,nomeadamente para fins de investigação e pesquisa.Outras razões surgem, como a possíveldescriminação social e no trabalho; os elevadospreços destes testes, etc.Quer por uns motivos ou por outros, a polémica e oimpasse dos testes genéticos andam no ar e só ofuturo responderá a todos estes dilemas.O património genético pertence a cada um de nós,agora a questão de que possa ou não ser divulgado,só a nós no compete.

Diana Alvarenga,12º CT2

Neste momento, não temos certezas acerca desteassunto. Há muitas especulações acerca da existênciade extraterrestres mas, com base em dadoscientíficos, não há existência de vida extraterrestreprovada cientificamente.Há contudo, planetas que possam suportar a vida, comopor exemplo Marte, algumas luas de Júpiter, comoCalisto, ou luas de Saturno como Titã e até mesmo emVénus, é possível estabelecerem-se formas de vida.Mas não as formas de vida como vemos diariamente,muito menos seres com inteligência, ou parecidos anós, seres humanos. Os organismos vivos que talvezexistam nestes locais tão remotos são chamadosextremófilos porque vivem em ambientes duros, commuito poucas condições para o suporte da vida.

Há mundos com vida extraterrestre?

À semelhança dos extremófilos terrestres, estesseres são provavelmente bactérias microscópicasou seres um pouco maiores que conseguiramdesenvolver-se de uma maneira diferente.Quando se fala em condições extremas fala-se emfrio, 250º graus negativos em Calisto por exemplo,ou então a temperaturas superiores a 400º C quese fazem sentir em Vénus, que é o planeta maisquente do sistema solar. Também a ausência deatmosfera, ou a presença de uma atmosfera muitodensa. A inexistência de água à superfície, os raiossolares e todos estes factores impedem aexistência de vida à superfície de alguns planetas.O que não quer dizer que ela não possa existir umpouco mais em profundidade, como acontece emalguns locais da Terra. Todos os dias, osAstrobiólogos estudam novas possibilidades deencaixar vida de acordo com a que temos aqui, naTerra. Mas, e se existirem seres comcaracterísticas completamente diferentes das queconhecemos? E onde estarão? Provavelmente, nuncasaberemos a respostas a essas questões…

Diogo Fortunato, 10ºCT1

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Existem diversas espécies de animais hermafroditas, isto é, queapresentam órgãos sexuais masculinos e femininos, produzindo osdois tipos de gâmetas.Estes seres vivos, como todos os outros, têm a necessidade de sereproduzirem e para isso utilizam estratégias de reproduçãoespecíficas para assegurarem o prolongamento da espécie.A ténia é um ser hermafrodita simultâneo e utiliza comoestratégia de reprodução a auto-fecundação. Na espécie da ténianão há machos ou fêmeas, e cada proglótide (cada segmento docorpo das ténias; contém os órgãos reprodutores de ambos os

sexos) colabora com óvulos e com espermatozóides, ocorrendo então a fecundação no interiorde cada proglótide. Ocorre um fenómeno interessante em cada proglótide: o aparelhoreprodutor masculino forma-se antes do feminino. Após a fecundação, o aparelho desaparecepor completo, deixando todo o espaço no interior do proglótide para a formação e maturação dosovos.A minhoca é um ser hermafrodita simultâneo e utiliza como estratégia de reprodução afecundação cruzada. Durante o acasalamento das minhocas, os poros masculinos de uma ficamencostados nos receptáculos seminais da outra, permitindo a fecundação dos óvulos pelosespermatozóides. No final as duas minhocas trocam os gâmetas masculinos e ambas ficamfecundadas, ou seja, “grávidas”.Os sargos são seres hermafroditas sequenciais incluídos no grupo dos protândricos (ausência defecundação, isto é, o novo indivíduo é gerado a partir de gâmetas sem existir fecundação). Ossargos, quanto à reprodução, reúnem dentro si os órgãos reprodutores de ambos os sexos.Os pargos são seres hermafroditas sequenciais incluídos no grupo dos protogínicos, ou seja, asfêmeas mudam de sexo tornando-se machos. Este processo de hermafroditismo é mais comumnos peixes, é usado para manter um número elevado de machos na população da espécie.

Joana Machado, 11ºCT2

Sabias que...

O Buraco Negro

Como se forma um Buraco Negro?Quando uma estrela com a massa dez vezessuperior à do sol está no fim da vida, passa pelasseguintes fases:

1. Gasta todo o Combustível (Hélio e Carbono)na fusão Nuclear.

2. Implode devido à falta de energia porque ocombustível esgotou.

3. Devido à rapidez da implosão a estrelaconcentra a energia até explodir numaSupernova.

4. Quando a estrela gastar a energia toda naexplosão implode de novo, mas como jágastou o combustível todo continua aimplodir formando um Buraco Negro.

O que é um Buraco Negro?Um Buraco Negro é um lugar no Universocom uma gravidade tão forte que tudo o queentra já não sai. O Buraco Negro é, na maiorparte, vazio pois a massa dele concentra-senum ponto infinitamente denso – umasingularidade.

Diogo Weigel,

7ºA

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Cursos profissionais e a arte de representarMuda de canal!

Foi já no ano que passou, a 16 de Dezembro, mas nunca éde mais recordar e escrever umas linhas sobre o assunto.Referimo-nos à performance efectuada pelo 2º ASC,intitulada Muda de Canal, criada e concebida comotrabalho final do módulo “Corpo e Gesto”, da disciplinaÁrea de Expressões.Para muitos daqueles alunos, este trabalho representoua estreia no mundo dos palcos ( o palco em questão foi oda Escola dos Salesianos, numa simpática colaboraçãoda Direcção daquela escola, uma vez que a nossa escolase vê a braços com as mudanças e as obras, aguardandopor melhores dias), perante um público muito especial(pais, familiares, professores e colegas).A peça, explorando essencialmente o gesto, a mímica e omovimento, abordou temas como: a violência doméstica,a crise, as desigualdades sociais.Os colegas do 1º ASC, convidados especiais ecolaboradores na organização do evento, registaram assuas opiniões na aula de Português:“-… por vezes não podia deixar de me rir, com o que elesfaziam e diziam”, Vera Acácio“… aquela peça era um relato do dia-a-dia.”, Susana Paulo“Todo o trabalho que os nossos colegas tiveram, deu bonsfrutos.”, Catarina“… no final via-se que os alunos estavam com uma alegriaimensa de ter corrido tudo bem.”, Cátia Barros

“A peça era criativa, porque juntava a dança àrepresentação.”, Sónia Butes“Gostei porque souberam mostrar e transmitir osproblemas sociais de hoje em dia.”, Sara Patrício“A violência doméstica foi representada por umadança entre as vítimas e os agressores e a partedas classes sociais foi numa paragem deautocarros.”, Raquel Marcão“A peça estava gira e interessante, porque mesmofalando pouco, os alunos conseguiram mostrar asdiferentes classes sociais e as suas diferenças”.,Cátia Pãozinho

16, pela Companhia Baal 17Para além do Cendrev, outros grupos alentejanosanimam os palcos, aldeias, vilas e cidades deste nossoAlentejo. “Baal 17”, Companhia Teatral de Serpa, éum deles.Deslocou-se a Évora, no dia 24 de Janeiro, para levara palco o espectáculo “16”, um texto que nasceu deum trabalho realizado com adolescentes e sobreadolescentes.Depois da peça, o grupo dialogou de uma formaoriginal com o jovem público, levando-o a alterar ofim, representando e pisando, claro, as velhas tábuasda sala estúdio, no sotão do Garcia de Resende.E para terminar em cheio, a estrela que contracenoucom o protagonista da peça foi a nossa RaquelMarcão, do 1º ASC.Houve quem dissessse que dominou bem a cena.

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O Fim, de António Patrício

No passado dia 29 de Janeiro, o 2º ASC dirigiu-se ao TeatroGarcia de Resende, em Évora, para assistir à peça O Fim.Esta peça retrata o fim da monarquia e o regicídio. A rainha,personagem principal da peça, apresenta uma grave demênciainsolúvel. A acção decorre no espaço interior do Paço velho, asiloda louca Rainha, com o universo exterior das ruas de uma Lisboaem guerra.O texto dramático O Fim foi publicado em 1909, um ano antesda queda da Monarquia e é fortemente marcado pelo Simbolismoe Expressionismo.Este espectáculo do Cendrev foi encenado pelo actor VitorZambujo. O espaço cénico revelou-se um elemento curioso, porqueleva os espectadores a imaginarem o espaço, uma vez que setrata de um teatro simbolista.A peça foi interpretada por Rui Nuno, Jorge Baião, MariaMarrafa, Rosário Gonzaga e Álvaro Corte-Real, uma fascinantegaleria de actores com muito talento.No final do espectáculo, o encenador deu-nos uma palavrinha,esclarecendo-nos sobre a peça, as personagens e pudemos colocaras questões que nos ocorreram. A peça e a conversa ajudaram-nos a compreender melhor o que está por detrás de uma peça deteatro.

Rita Matins, Ana Marcão, Catarina Roques, Sofia Aires

As obras completas de William Shakespeare em 97 minutosCom o pretexto de visitar a obra do grandedramaturgo inglês, William Shakespeare, e deconhecer um pouco mais da arte da representação,os alunos do 1º e 2º ASC foram até Lisboa, nopassado dia 24 de Fevereiro. Esta visita ocorreuno âmbito das disciplinas de Área de Expressõese Animação Sócio-cultural e teve como fim ovisionamento da peça “As obras completas deWiliam Shakespeare em 97m.”, na sala estúdioMário Viegas, situada no S. Luís.Esta peça está em cena há 14 anos (!) e aborda 37peças do Grande dramaturgo, de uma forma originale com um humor muito ao estilo britânico e doteatro de rua, sendo a interacção com o públicouma constante do espectáculo. Os alunos e osprofessores acompanhantes que o digam, poischegaram a apanhar com um banho de água, o quefará com que certamente o professor Cravo

institua a moda dos guarda-chuvas dentro dosrecintos de espectáculo.Esta visita proporcionou ainda a oportunidadede uma espreitadela por dois dos monumentosteatrais da capital, o D. Maria II e o S. Carlos,que, a par com o nosso Garcia de Resende,constituem belos exemplares do chamadoteatro à italiana.As fotos ilustram a boa disposição do grupo,nota dominante em toda a viagem e visita.

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Extermínio 2029, por Luís Camacho

(continua...)