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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado Relatório e Contas Anual 2012

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Fundo de Pensões Aberto

Optimize Capital Pensões Equilibrado

Relatório e Contas Anual

2012

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Índice 1 Enquadramento Macroeconómico ................................................................................................ 3

1.1 Conjuntura Internacional ...................................................................................................... 3 1.2 Evolução das principais economias ........................................................................................ 5 1.3 Política Monetária ................................................................................................................ 7 1.4 União Bancária .................................................................................................................... 8 1.5 Conjuntura Nacional ............................................................................................................ 8

1.5.1 Evolução dos Preços ...................................................................................................... 14 1.5.2 Mercado de Trabalho ..................................................................................................... 15 1.5.3 Balança de Pagamentos e Financiamento da Economia .................................................... 16 1.5.4 Política Orçamental ........................................................................................................ 17

1.6 Sistema Financeiro ............................................................................................................. 18 1.6.1 Taxas de Juro Activas e Passivas .................................................................................... 18 1.6.2 Mercados Monetário e Cambial ....................................................................................... 19 1.6.3 Mercados de Obrigações ................................................................................................ 20 1.6.4 Mercado de Acções ........................................................................................................ 20 1.6.5 Commodities ................................................................................................................. 22

2 Relatório de Gestão .................................................................................................................. 23 2.1 Composição da carteira a 31/12/2012 ................................................................................. 23 2.2 Alterações com impacto na gestão do fundo de pensões ...................................................... 23 2.3 Política de investimento: objectivos e princípios ................................................................... 37 2.4 Cumprimento dos princípios e regras prudenciais ................................................................. 38 2.5 Comparação dos limites de exposição e da alocação estratégica com a alocação actual ......... 39 2.6 Evolução da estrutura da carteira de investimentos ............................................................. 40 2.7 Rendibilidade e níveis de risco do fundo de pensões ............................................................ 44 2.8 Benchmarks de performance e resultados ........................................................................... 46 2.9 Gestão dos riscos materiais a que o fundo se encontra exposto ............................................ 48 2.10 Utilização de produtos derivados ..................................................................................... 52 2.11 Valor actual das responsabilidades passadas obtidas pelo cenário de financiamento ........... 53 2.12 Nível de cobertura das responsabilidades passadas obtidas pelo cenário de financiamento . 53

3 Demonstrações Financeiras ....................................................................................................... 55 3.1 Demonstração da Posição Financeira .................................................................................. 55 3.2 Demonstração de Resultados ............................................................................................. 56 3.3 Demonstração de Fluxos de Caixa ...................................................................................... 57 3.4 Notas às Demonstrações Financeiras .................................................................................. 58

1 Identificação do fundo de pensões, planos de pensões, associado e entidade gestora ....... 58 2 Alterações aos planos de pensões ocorridas no exercício .................................................. 58 3 Bases de apresentação e principais políticas contabilísticas............................................... 59 4 Regime fiscal aplicável ao fundo de pensões ................................................................... 61 5 Riscos associados à carteira de investimentos ................................................................. 62 6 Inventário dos investimentos a 31/12/2012 com indicação do justo valor .......................... 63 7 Investimentos ............................................................................................................... 63 8 Devedores e Credores .................................................................................................... 63 9 Acréscimos e Diferimentos ............................................................................................. 63 10 Contribuições ................................................................................................................ 64 11 Benefícios pagos ............................................................................................................ 65 12 Ganhos líquidos dos investimentos.................................................................................. 66 13 Rendimentos líquidos dos investimentos ......................................................................... 66 14 Outros rendimentos e ganhos ......................................................................................... 67 15 Outras despesas ............................................................................................................ 67 16 Transacções envolvendo o fundo e o associado ou empresas com este relacionadas.......... 67 17 Garantias por parte da entidade gestora ......................................................................... 68

4 Certificação do Revisor Oficial de Contas do Fundo de Pensões ................................................... 69 5 Anexos .................................................................................................................................... 70

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1 Enquadramento Macroeconómico

1.1 Conjuntura Internacional

A economia mundial registou um abrandamento da actividade em 2012, confirmando que o processo de

recuperação da crise económica e financeira se está a processar de forma muito gradual e desigual entre

os vários blocos económicos. De acordo com o FMI, a economia mundial terá crescido 3,2% em 2012,

abaixo do crescimento de 3,9% registado em 2011. Este abrandamento foi comum para conjunto das

economias desenvolvidas, que terão crescido 1,3% em 2012 face a 1,6% em 2011, e para as economias

dos mercados emergentes e em desenvolvimento, cujo crescimento se terá cifrado em 5,1% em 2012,

face a 6,3% registado em 2011. Apesar do abrandamento geral, a economia global continua a apresentar

um padrão muito desigual, com as economias dos mercados emergentes e em desenvolvimento a serem

o motor do crescimento, onde a margem de manobra dos instrumentos de política monetária e

orçamental terão permitido ultrapassar o impacto negativo da forte redução do crescimento das

economias desenvolvidas, em particular na Zona euro, que no seu conjunto terá registado um

crescimento negativo em 2012 (-0,5%) e no Japão e no Reino Unido, economias que terão terminado o

ano em recessão.

Taxas de crescimento dos principais blocos económicos

-4

-2

0

2

4

6

8

10

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Economia Mundial

Economias Avançadas

Economias Emergentes e em Desevolvimento

Fonte: FMI, World Economic Outlook Update, Janeiro de 2013

Ao longo de 2012, no entanto, o desempenho económico foi muito afectado por períodos de elevado

aumento da incerteza e instabilidade financeira. No início do ano, em resultado da estabilização das

condições financeiras na zona euro, na sequência das duas operações de refinanciamento a longo prazo

do sector bancário levadas a cabo pelo BCE, o crescimento da economia global surpreendeu pela

positiva, tendo ascendido, de acordo com o FMI , a 3,6%. Durante este período, o comércio internacional

recuperou em paralelo com a produção industrial, o que beneficiou as nações exportadoras, sobretudo na

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Ásia. Neste continente, assistiu-se igualmente a uma recuperação da queda temporária de actividade

provocada pelas interrupções na cadeia de produção na sequência das cheias na Tailândia, no final de

2011, e por uma recuperação mais forte que o antecipado da procura interna no Japão.

No 2º trimestre, no entanto, a situação económica agravou-se, sobretudo em consequência da escalada

das tensões nos mercados financeiros, desencadeada por incertezas políticas e financeiras na Grécia, que

resultaram de um processo eleitoral incapaz de clarificar a situação daquele país face ao cumprimento

dos compromissos internacionais, pelos problemas no sector bancário em Espanha e por dúvidas

crescentes sobre a capacidade dos vários governos na zona euro serem capazes de obter os resultados

necessários em matéria de consolidação orçamental e de reformas estruturais, assim como a instalação

de dúvidas crescentes sobre a disponibilidade de ajuda por parte dos países credores.

A escalada das tensões manifestou-se de forma similar a episódios anteriores, envolvendo a saída de

capitais dos países afectados, em particular Grécia, Espanha e Itália (através da venda de dívida em

mercado e da saída de depósitos) e do consequente aumento das taxas de juro da dívida e das

responsabilidades dos respectivos bancos centrais junto do sistema Target 2. Registou-se durante este

período um aumento generalizado das volatilidades implícitas nos diferentes segmentos de mercado e

uma subida dos diferenciais entre as taxas de rendibilidade das obrigações de dívida pública dentro da

área do euro. Verificou-se igualmente uma queda dos principais índices accionistas, em particular do

sector bancário, e uma depreciação do euro em termos nominais efectivos.

A necessidade de estancar estes episódios de extrema aversão ao risco, provocada pela relação estreita

entre risco soberano e o sector bancário na área do euro, reforçou a ideia de que a saída para a crise

passaria por um aprofundamento da integração europeia, nomeadamente com a criação da União

Bancária. Neste sentido, o Conselho Europeu decidiu, no final de Junho, iniciar o processo tendente à

criação de uma União Bancária proposta no relatório dos 4 presidentes (do Conselho Europeu, da

Comissão europeia, do Eurogrupo e do BCE), com o objectivo de restaurar a confiança no sector

financeiro em geral e, dessa forma, promover uma maior integração financeira e assegurar um fluxo

adequado de crédito à economia real.

Já no final do Verão, o presidente do BCE reforçou a ideia de que a solução para a crise do euro passaria

por um maior grau de integração europeia e afirmou que a área do euro é irreversível. Neste contexto, o

presidente garantiu que o BCE fará o que for necessário para salvaguardar a estabilidade do euro, ao que

se seguiu o anúncio de um novo programa de compra de dívida soberana em mercado secundário

(programa TMD – Transacções Monetárias Definitivas), após a reunião do Conselho do BCE no início de

Agosto. Os mercados financeiros reagiram positivamente a este anúncio, assistindo-se a uma redução

das taxas de rendibilidade da dívida pública dos países sob pressão e a uma subida dos principais índices

accionistas no derradeiro trimestre do ano, em especial dos bancos. Esta melhoria do sentimento

também impactou sobre o valor externo do euro, que inverteu a tendência de depreciação nominal

efectiva registada desde o início do ano.

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Esta remoção da incerteza em torno da viabilidade do euro, proporcionada pela intervenção do BCE,

provocou uma melhoria nos mercados financeiros internacionais, patente na evolução positiva da

generalidade dos indicadores de risco, na valorização dos principais índices accionistas e na redução das

yields da dívida pública e privada.

1.2 Evolução das principais economias

A actividade económica na Zona Euro sofreu uma forte deterioração em 2012, tendo registado um

crescimento negativo de -0,5%, que compara com um crescimento de 1,5% em 2011. O crescimento em

2012 foi muito penalizado pela queda no último trimestre, de -0,6%, que afectou as economias da

Alemanha (-0,6%), França (-0,3%) e Itália (-0,9%). Esta evolução resultou da combinação de um

conjunto de factores, de entre os quais a persistência de condições financeiras desfavoráveis, o processo

de consolidação orçamental em curso em vários países europeus e a deterioração vincada do sentimento

económico. A instabilidade financeira que se instalou a partir do final do primeiro trimestre nos países

periféricos, na sequência das tensões nos mercados de dívida soberana, a par dos elevados níveis de

incerteza, propagaram-se às restantes economias da Zona Euro através da diminuição da confiança das

famílias e das empresas.

No entanto, para o conjunto do ano, o desempenho económico dos países da Zona Euro foi muito

heterogéneo, com os piores desempenhos a terem como proveniência os países periféricos, como Grécia

(-6,5%), Portugal (-3,2%), Itália (-2,2%) e Espanha (-1,3%), enquanto a Holanda e a Bélgica também

terão registado um crescimento negativo, de -0,9% e -0,2%, respectivamente. A França terá registado

uma variação nula e a Alemanha um crescimento de 0,7%, enquanto a Irlanda já terá crescido 0,5%. Em

linha com a contracção da actividade económica, as condições do mercado de trabalho agravaram-se

significativamente, tendo-se registado um forte aumento do desemprego, em particular nas economias

periféricas.

Nos EUA, após um primeiro trimestre favorável, influenciado por condições climatéricas anormalmente

amenas que provocaram uma forte recuperação do emprego, o segundo trimestre mostrou um

abrandamento da actividade, motivado pela instabilidade financeira global e pela correcção técnica dos

efeitos positivos sobre o emprego no trimestre anterior. Do lado positivo, vários indicadores apontaram

para a recuperação gradual do sector residencial, apesar de partir de níveis muito baixos. Este sector

está a ser ajudado pelos efeitos favoráveis da queda das taxas de juro de longo prazo, que beneficiaram

do efeito de procura de refúgio por parte dos investidores, para além das medidas de política não

convencionais adoptadas pela Reserva Federal. De acordo com o FMI, a economia norte-americana

deverá ter registado um crescimento de 2,3% em 2012, ainda assim acima do registado em 2011

(1,8%), mas negativamente afectada, no último trimestre do ano, pelas incertezas políticas resultantes

das eleições para a presidência e das negociações políticas necessárias para impedir a entrada

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automática em vigor de cortes de despesa e aumentos de impostos para o ano fiscal de 2013, com

impacto potencial de até 5% do PIB (“fiscal cliff”). Neste sentido, a economia terá mesmo registado um

crescimento negativo no último trimestre do ano. De referir que, em contraste com a Zona Euro, o

processo de consolidação orçamental nos EUA prosseguiu, em 2012, de forma mais lenta, sendo

necessário um esforço superior nos próximos anos para atingir os objectivos de redução do défice para

níveis consistentes com o equilíbrio das finanças públicas. De acordo com o FMI, o défice orçamental nos

EUA ter-se-á situado em 8,7% do PIB em 2012, o que compara com 3,3% no conjunto da Zona Euro.

De acordo com o FMI, o PIB no Japão terá registado um crescimento de 2% em 2012, recuperando da

queda de 0,6% registada em 2011, muito por força da actividade de reconstrução e uma reanimação da

actividade da indústria transformadora na primeira metade do ano, na sequência das disrupções na

cadeia de produção associadas ao terremoto e maremoto de Março de 2011 e às inundações da

Tailândia, em Outubro desse ano.

Em termos intra-anuais, a actividade económica surpreendeu pela positiva no primeiro trimestre, com o

PIB a registar uma subida de 1,2% naquele período, impulsionado pelo consumo privado e investimento.

No entanto, a actividade começou a abrandar no segundo trimestre, sobretudo na indústria

transformadora, devido à perda de dinâmica exportadora, em resultado do abrandamento global e da

força relativa do iene.

As economias emergentes, por seu turno, continuam a crescer a um ritmo muito mais acentuado,

apresentando desta forma um maior contributo para o crescimento global. No entanto, não ficaram

imunes ao sentimento global, tendo também verificado um abrandamento em 2012, em particular o

Brasil, mas também a Índia e a China, reflectindo por um lado os efeitos desfasados da contracção de

políticas em 2011 e o impacto da menor procura global. Nestas economias, o nível elevado de emprego e

o consumo forte continuam a suportar a procura o que, em conjunto com políticas monetárias mais

acomodatícias, impulsionaram o investimento produtivo e o crescimento.

Na China, após o abrandamento da actividade económica no primeiro semestre, visível na produção

industrial (que se mantém ainda em nível elevado) e nas vendas a retalho, o sentimento recuperou na

segunda metade do ano, na sequência da aprovação de projectos públicos de infra-estruturas e dos

efeitos favoráveis do alívio da política monetária. O sector residencial apresenta sinais de estabilização,

visíveis tanto na construção como nos preços do imobiliário.

No Brasil, o desempenho económico tem sido muito modesto, com um recuo da procura externa mas

também da procura interna, apesar de esta continuar a ser o maior contribuidor para o crescimento. De

acordo com o FMI, a economia brasileira terá registado um crescimento de 1% em 2012, com o

investimento a permanecer num patamar reduzido. Também o consumo privado apresenta uma

estagnação, com as vendas de automóveis ligeiros, que representam cerca de 30% das vendas a retalho,

sem crescer desde finais de 2010. As autoridades brasileiras têm levado a cabo uma forte política

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estímulos monetários e fiscais, incluindo 500 pontos base (pb) de cortes nas taxas de juro de referência

desde Agosto de 2011, mas a recente subida da inflação e os problemas na oferta de energia eléctrica

limitaram a margem de manobra das autoridades.

1.3 Política Monetária

Quanto à política monetária, a persistência do fraco nível de utilização da capacidade produtiva nas

economias avançadas, que contribuiu para a moderação das pressões inflacionistas, permitiu a adopção

de políticas expansionistas por parte dos Bancos Centrais daquele grupo de países (nomeadamente,

Reino Unido, EUA, Japão e Zona Euro). Com efeito, o Banco de Inglaterra, a Fed e o Banco do Japão

mantiveram as taxas de juro directoras em 2012 ao nível de final de 2010, ou seja, próximas de zero. Na

Zona Euro, o BCE decidiu em Julho reduzir as taxas de juro oficiais em 25 pb, passando a taxa das

operações principais de refinanciamento para 0,75%.

Para além das decisões sobre taxas de juro, os principais Bancos Centrais continuaram a tomar medidas

não convencionais de política monetária. Neste particular, tanto a Fed, como o Banco de Inglaterra e o

Banco do Japão levaram a cabo políticas de quantitative easing, através das quais se procedeu à

expansão do balanço das autoridades monetárias por intermédio de aquisição de dívida em mercado

secundário. O Banco Central Europeu (BCE) continuou, ao longo do 1.º semestre de 2012, a utilizar

instrumentos de política monetária não convencionais, tendo encetado, no final de Dezembro 2011 e no

final de Fevereiro de 2012, operações de refinanciamento de longo prazo para o sistema bancário e ao

mesmo tempo que flexibilizou as regras de elegibilidade de colateral, de forma a aliviar as tensões no

mercado de financiamento por grosso dos bancos. Estas operações, por retirarem do mercado uma

enorme incerteza relativamente à capacidade de refinanciamento dos bancos na zona euro, tiveram o

efeito de acalmar as tensões financeiras, ao mesmo tempo que aliviaram a pressão sobre os Estados

soberanos. No entanto, a partir de 2º trimestre, novas pressões emergiram, ligadas à situação política na

Grécia e à situação difícil do sistema bancário espanhol, que provocaram o recrudescer da pressão sobre

os Estados soberanos da Zona Euro. Neste contexto, o BCE sinalizou a continuação de utilização de

instrumentos não convencionais, com o objectivo de repor o funcionamento dos mecanismos de

transmissão da política monetária, tendo anunciado em Setembro o programa de Transacções Monetárias

Definitivas (TMD), que consiste na compra de dívida pública em mercado secundário nos prazos de 1 a 3

anos. Estas aquisições estão sujeitas à adesão de um programa com condicionalidade estrita por parte do

país alvo das aquisições.

As autoridades monetárias das economias de mercado emergentes também adoptaram ao longo de 2012

políticas monetárias acomodatícias, que se caracterizaram por descidas das taxas de juro e redução do

coeficiente de reservas obrigatórias, casos do Brasil e da China.

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1.4 União Bancária

A percepção de insustentabilidade das trajectórias das finanças públicas por parte dos países periféricos

da Zona Euro traduziu-se na incapacidade de financiamento dos Estados nos mercados de dívida

soberana e a incapacidade de financiamento dos bancos dessas economias. De facto, a estreita ligação

entre os emitentes soberanos e os respectivos sistemas bancários implicou uma crescente fragmentação

dos mercados de crédito da área do euro. A fragmentação dos mercados impede a eficácia da política

monetária, dado que a transmissão das medidas de política para a economia das empresas e das famílias

fica interrompida. Essa interrupção compromete definitivamente a unidade e integridade do mercado

único europeu de serviços financeiros, não permitindo a criação de condições de financiamento

semelhantes entre empresas que concorrem no mercado único e que estão localizadas em países

diferentes.

Neste contexto, o Conselho Europeu, no final de Junho, avançou com a proposta de reforçar a

arquitectura institucional da Zona Euro e acelerar o processo de integração europeia, através da criação

de uma União Bancária que permita restaurar a confiança no sector financeiro e permitir libertar o fluxo

de crédito à economia.

A União Bancária compreende 3 aspectos fundamentais:

- Uma supervisão única, com poderes de controlo sobre todos os bancos da Zona Euro, e um livro de

regras único;

- Um fundo europeu de resolução de bancos, que permita a sua reestruturação sem afectar a

estabilidade sistémica e a situação financeira dos países onde operam;

- Um sistema comum de protecção de depósitos.

Para quebrar a ligação entre o risco soberano e o sistema bancário é fundamental avançar

simultaneamente nos 3 pilares. No entanto, o primeiro passo passa por estabelecer um mecanismo único

de supervisão, tendo a Comissão Europeia proposto em Setembro que tal responsabilidade fosse

atribuída ao BCE. No entanto, numa primeira fase, a supervisão única irá apenas recair sobre os bancos

com actividades pan-europeias e os bancos que beneficiaram de ajudas públicas.

1.5 Conjuntura Nacional

A economia nacional continua enquadrada e condicionada pelo cumprimento das metas acordadas no

plano de financiamento com a União Europeia, os países da Zona Euro e o FMI, o qual pressupõe um

processo de ajustamento que se deverá caracterizar, em traços gerais, pela conjugação dos processos de

consolidação orçamental e de desalavancagem do sector privado. A sua concretização está a ser

particularmente exigente, não só porque decorre num enquadramento económico e financeiro

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internacional adverso, mas também pela persistência de um conjunto de fragilidades estruturais que

contribuem para um baixo crescimento da produtividade tendencial em Portugal.

De acordo com o INE, o PIB em Portugal registou uma queda de 3,2% em 2012, após uma diminuição

de 1,7% no ano anterior, resultado de um contributo muito negativo da procura interna, apesar de um

assinalável contributo positivo das exportações. Esta evolução negativa, que se verifica desde 2010,

acentua o diferencial negativo entre as taxas de crescimento do PIB de Portugal e da Zona Euro,

continuando a observar-se um processo de divergência real face aos níveis de rendimento per capita

médios da UE.

Evolução do PIB (variação homóloga, em %)

-5,0

-4,0

-3,0

-2,0

-1,0

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

1ºT02

3ºT02

1ºT03

3ºT03

1ºT04

3ºT04

1ºT05

3ºT05

1ºT06

3ºT06

1ºT07

3ºT07

1ºT08

3ºT08

1ºT09

3ºT09

1ºT10

3ºT10

1ºT11

3ºT11

1ºT12

3ºT12

PIB (VH %)

Fonte: INE

O contributo negativo da procura interna deveu-se à forte contracção do consumo privado e do

investimento empresarial. O consumo privado tem sido afectado pela deterioração do sentimento e das

expectativas dos agentes económicos e pelas dificuldades de financiamento externo da economia, no

quadro da crise da dívida soberana na Zona Euro.

De acordo com o Banco de Portugal, o consumo privado, depois de ter registado uma queda de 4,0% em

2011, deverá apresentar uma diminuição ainda mais significativa em 2012 (5,8%), visível tanto na

componente de bens duradouros como na componente de bens correntes. No que respeita aos bens

duradouros, estes deverão voltar a registar uma queda muito pronunciada em 2012 (-22,9% o que eleva

para 38% a diminuição acumulada desde 2011), enquanto o consumo corrente de bens e serviços deverá

registar uma queda significativamente superior à observada no ano anterior (-4,2% face a -2,2% em

2011), sendo particularmente vincada na componente não alimentar.

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A forte redução do consumo privado resulta de um processo de correcção de uma trajectória

insustentável de crescimento deste agregado desde finais da década de 90 e é essencialmente estrutural,

reflectindo a ocorrência simultânea de 3 factores:

i) a redução real do rendimento disponível, factor primordial nas decisões de consumo das famílias,

que foi entendida em grande medida como permanente. A significativa diminuição do

rendimento disponível em termos reais resulta do impacto das medidas de consolidação

orçamental, em particular a suspensão parcial dos subsídios de férias e de natal dos

funcionários públicos, afectando igualmente o sector público empresarial, o agravamento da

tributação directa e indirecta e o aumento do preço de alguns bens e serviços sujeitos a

regulação;

ii) a incerteza quanto ao rendimento futuro, motivada pela contínua deterioração estrutural da

situação no mercado de trabalho e das expectativas quanto à evolução da situação

económica, o que conduziu ao aumento da poupança por motivos de precaução por parte

das famílias;

iii) o aumento na restritividade no acesso a novo crédito, que aumenta as restrições de liquidez das

famílias.

Em consequência destes factores, a queda do consumo privado nominal em 2012 deverá ter sido de

dimensão superior à do rendimento disponível das famílias, pelo que se deverá ter registado um aumento

da taxa de poupança das famílias em 2012.

No que respeita ao consumo público, o comportamento foi muito similar ao do consumo privado, dada a

natureza pró-cíclica da política orçamental. No quadro da consolidação orçamental, o consumo público

em termos reais terá registado uma redução em 2012 (-3,9% em 2012 após -3,8% em 2011). Esta

redução é extensível às despesas em bens e serviços, traduzindo em particular a evolução do consumo

intermédio, às prestações sociais em espécie, bem como à diminuição das despesas com pessoal. Os

efeitos da queda do consumo público sobre a actividade económica são significativos, já que a redução

das despesas com pessoal tem como resultado a redução do rendimento dos funcionários públicos, o que

contribui para a queda do consumo privado, enquanto a redução das prestações sociais em espécie

implica uma quebra do rendimento que as famílias dispõem para consumir em bens privados. A redução

do consumo de bens e serviços por parte das administrações públicas tem também impacto sobre o

universo das empresas que operam nesses mercados, acentuando a contracção da actividade.

No que respeita ao investimento, a FBCF deverá voltar a registar uma evolução muito negativa em 2012,

em particular o investimento empresarial. A FBCF deverá apresentar em 2012 uma queda pelo quinto ano

consecutivo, acumulando uma diminuição de cerca de 35% neste período. De acordo com o Banco de

Portugal, a queda da FBCF deverá ter-se situado em 14,9% em 2012, acima da queda verificada no ano

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anterior. À semelhança do observado em 2011, a contracção em 2012 é partilhada tanto pela

componente pública, associada ao processo de consolidação orçamental, como pela componente privada.

Quanto ao investimento público, o processo de consolidação em curso originou uma contração

acumulada superior a 45% desde 2011 e é previsível que continue a condicionar a evolução desta

componente nos próximos anos.

O investimento em habitação deverá ter registado uma queda de quase 20% em 2012, acumulando uma

redução superior a 60% desde o início da década de 2000, após o significativo dinamismo registado na

segunda metade da década de 90.

Por sua vez, a FBCF empresarial deverá registar uma diminuição de cerca de 12% em 2012, após quedas

em torno de 9% nos anos anteriores (em termos acumulados, regista-se uma redução superior a 30%

desde 2009). A evolução do investimento empresarial está a ser condicionada por fatores de natureza

cíclica e estrutural, de entre os quais:

i) a deterioração das expectativas quanto à evolução da procura interna e a redução da confiança

dos empresários, num ambiente de elevada incerteza e de baixa utilização da capacidade

produtiva na indústria;

ii) o acesso ao financiamento por parte das empresas, cujo impacto poderá vir a revelar-se mais

importante à medida que a subutilização dos fatores produtivos se reduzir, podendo

condicionar a recuperação do investimento;

iii) a previsibilidade do sistema fiscal e o nível de qualificação da mão-de-obra, pela sua

complementaridade com o investimento em capital físico, e o quadro institucional existente,

em particular ao nível da flexibilidade dos mercados.

A queda do investimento nos últimos anos tem consequências gravosas para a recuperação económica

dado o papel essencial do investimento para o crescimento potencial da economia. Sem aumento do

investimento não será possível repor a degenerescência do stock de capital, não permitindo aumentos

sustentados no nível de produtividade e, consequentemente, no nível de vida dos portugueses.

Índice de clima Económico (Vh%)

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 12

-5,0

-4,0

-3,0

-2,0

-1,0

0,0

1,0

2,0

Jan-07

Mai-07

Set-07

Jan-08

Mai-08

Set-08

Jan-09

Mai-09

Set-09

Jan-10

Mai-10

Set-10

Jan-11

Mai-11

Set-11

Jan-12

Mai-12

Set-12

Indice de Clima Económico

Fonte: INE

As exportações de bens e serviços deverão registar um abrandamento em 2012, num contexto de

deterioração da actividade económica global, nomeadamente nos principais parceiros comerciais de

Portugal, em particular a Zona Euro.

A estimativa do BdP aponta para um aumento em volume das exportações de bens e serviços de 6,3%,

após um crescimento de 7,5% no ano anterior, o que se encontra consideravelmente acima do esperado

para a área do euro. Não obstante esta desaceleração, as exportações de bens e serviços deverão

continuar a crescer substancialmente acima da procura externa dirigida à economia portuguesa o que

reflecte um aumento da quota de mercado das exportações portuguesas.

O aumento expressivo da quota de mercado das exportações portuguesas (de 6% em 2012 e cerca de

4% em 2011) reflecte o esforço de procura de novos mercados por parte das empresas portuguesas de

bens transaccionáveis e também a continuada diminuição dos custos unitários do trabalho relativos, que

já corrigiram a apreciação real acumulada desde o início da participação na Zona Euro.

O crescimento em volume das exportações em 2012 deverá reflectir, em grande medida, o aumento das

exportações de bens que registaram, de acordo com o INE, uma taxa de variação ligeiramente inferior à

observada no ano anterior (5,8% em 2012 face a 8,0% em 2011). Esta evolução determinou um

desagravamento do défice da balança comercial no montante de 533,7 milhões de euros. A taxa de

cobertura situou-se em 81,2%, o que corresponde a uma melhoria de 3,2 p.p. face à taxa registada no

mesmo período do ano anterior. As exportações de serviços, por seu turno, deverão registar uma forte

desaceleração em 2012, em parte devido ao comportamento da componente outros serviços.

A trajectória de desaceleração das exportações nominais de bens iniciada no final do ano passado foi

visível na generalidade dos produtos, com excepção dos produtos de média-baixa tecnologia. Neste

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 13

último caso, assistiu-se a crescimentos muito acentuados no final de 2011 e início de 2012, reflectindo

em particular as exportações de combustíveis, nomeadamente para os Estados Unidos e Espanha.

Por áreas geográficas, de salientar a manutenção do processo de diversificação geográfica das

exportações. Ao nível intracomunitário, as exportações prosseguiram a tendência de abrandamento

observada ao longo de 2011 e que se intensificou no início de 2012, tendo as expedições aumentado 1%

em termos homólogos acumulados, em Dezembro. Esta desaceleração foi particularmente marcada nos

principais parceiros comerciais de Portugal pertencentes à Zona Euro, com destaque para Espanha, que

regista taxas de variação negativas, e a Alemanha, reflectindo sobretudo a evolução muito desfavorável

das exportações de “Veículos e outro material de transporte”. Ao nível extracomunitário, as exportações

de bens mantiveram o ritmo de crescimento muito forte, que se tem traduzido num aumento da sua

importância nas exportações portuguesas. Em 2012 as exportações para os países terceiros aumentaram

19,8% face a 2011, em resultado das subidas registadas em “Metais comuns” e em “Máquinas e

aparelhos”. De entre os países de destino extracomunitários, saliente-se a aceleração das exportações

para os PALOP, nomeadamente para Angola, e referentes a produtos de média-alta tecnologia, bem

como o aumento expressivo das exportações para os Estados Unidos, em resultado da evolução das

exportações de combustíveis. Destaque-se também o comportamento das exportações para a China, em

particular de “Veículos e outro material de transporte”, com crescimentos muito significativos desde o

final de 2011, o que se tem traduzido num aumento assinalável do respectivo contributo para o

crescimento das exportações.

No que respeita ao turismo, o enquadramento externo mais desfavorável motivou um abrandamento em

2012 (crescimento em volume inferior a 6% após um aumento de 7,3% em 2011). No conjunto dos

primeiros oito meses do ano, as dormidas de não residentes em estabelecimentos hoteleiros em Portugal

registaram um aumento de 3,8%, após um crescimento de 10,1% no conjunto do ano de 2011. Esta

desaceleração reflecte em grande medida a evolução desfavorável dos fluxos de turistas provenientes de

Espanha e Reino Unido, apenas parcialmente mitigada por um acréscimo de turistas da Alemanha e

Dinamarca. Relativamente às exportações de outros serviços, é projectada uma pronunciada

desaceleração em 2012 (após uma taxa de variação de 5,6%, em termos reais, em 2011), em linha com

o observado na primeira metade do ano. Este comportamento é relativamente transversal em termos de

tipo de serviço e de país de destino.

As importações de bens e serviços tiveram a sua evolução condicionada pelo desempenho das várias

componentes da procura interna. De acordo com INE, o volume de importações de bens registou em

2012 uma queda de 5,4%, após uma redução de 5,3% em 2011. Esta evolução está em linha com a

queda da procura global ponderada, em particular de algumas componentes da procura com elevado

conteúdo importado, como o consumo de bens duradouros e a FBCF em máquinas e material de

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 14

transporte. Por blocos regionais, verificou-se uma queda das importações intra-EU (-7,9%), enquanto as

importações extra-EU registaram uma ligeira subida de 1,4%.

Em relação aos serviços, as importações nominais registaram uma diminuição, em termos homólogos, de

8,0% nos primeiros oito meses do ano, após um aumento de 5,0% em 2011. À semelhança do

observado no ano anterior, deverá registar-se uma redução da taxa de penetração das importações na

procura global em 2012, em linha com a evolução habitual em períodos de contracção da actividade

económica.

1.5.1 Evolução dos Preços

A evolução dos preços em Portugal encontra-se enquadrada por dois factores de sinal contrário. Por um

lado, o elevado hiato de produto que se verifica na economia portuguesa, com um nível de produto

substancialmente abaixo do nível potencial, manifesta-se na subutilização dos factores produtivos,

introduzindo pressões descendentes nos preços dos bens e nos custos do trabalho. Por outro lado o

processo de consolidação orçamental impôs uma realocação dos recursos públicos, tendo-se reduzido a

subsidiação de preços de bens e serviços públicos, e a subida dos impostos indirectos, o que se traduziu

no aumento das taxas do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) aplicáveis a alguns produtos, o

agravamento do imposto sobre o tabaco e o aumento do preço de alguns bens e serviços sujeitos a

regulação.

Em 2012, a taxa de inflação em Portugal, medida pela variação média do Índice Harmonizado de Preços

no Consumidor (IHPC), situou-se em 2,8%, representando um decréscimo de 0,8 pontos percentuais

(p.p.) em relação ao valor observado em 2011. A taxa de variação do IPC total situou-se em 2,77%

(3,65% em 2011).

No que respeita aos custos unitários do trabalho, estes deverão apresentar, de acordo com as

estimativas do BdP, uma queda de 4,0% em 2012, depois da redução de 0,7% observada em 2011. Esta

evolução traduz em larga medida a diminuição significativa das remunerações por trabalhador no total da

economia, em particular no sector público administrativo, após uma redução média de 0,9% em 2011. A

evolução das remunerações por trabalhador no conjunto da economia reflecte as medidas relativas aos

salários no sector público, nomeadamente o congelamento das remunerações e a suspensão parcial dos

subsídios de férias e de natal dos funcionários públicos. Por seu turno, num quadro de deterioração das

condições no mercado de trabalho, com a taxa de desemprego a atingir níveis historicamente elevados,

estima-se que, no conjunto do sector privado, o crescimento das remunerações apresente igualmente

uma redução (0,6%, após um aumento de 0,9% em 2011).

Ao contrário do registado em Portugal, na área do euro deverá observar-se um aumento dos custos

unitários do trabalho em 2012, de acordo com as projecções da Comissão Europeia. Deste modo, o

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 15

diferencial entre o crescimento dos custos unitários do trabalho em Portugal e na área do euro, para

além de se manter negativo, tal como nos quatro anos anteriores, atingirá em 2012 um valor

historicamente baixo.

1.5.2 Mercado de Trabalho

Em 2012 prosseguiu a dinâmica de forte deterioração das condições do mercado de trabalho em

Portugal, que se traduz numa forte quebra do nível de emprego, num aumento da taxa de desemprego e

do desemprego estrutural e redução da população activa. De acordo com o INE, a população empregada

registou um decréscimo de 4,2% em 2012 (menos 202,3 mil pessoas), enquanto a taxa de desemprego

atingiu um máximo histórico de 16,9% no último trimestre do ano, um valor superior em 2,9 p.p. ao

trimestre homólogo de 2011.

De acordo com os dados do Inquérito ao Emprego, a população activa registou em 2012 um decréscimo

de 0,9%, tendo a taxa de actividade da população em idade activa ascendido a 60,5% no último

trimestre de 2012, uma redução de 0,4 p.p. em relação ao trimestre homólogo do ano anterior. Esta

redução da população activa em Portugal está relacionada com as fortes quedas de emprego, dado que

muitos dos trabalhadores que perderam o emprego terão passado directamente à inactividade ou terão

mesmo deixado o país. Esta contracção da população activa pode colocar sérios riscos à capacidade de

crescimento da economia a médio prazo, sobretudo se afectar trabalhadores com qualificações mais

elevadas.

O crescimento do desemprego estrutural é uma das características da evolução da economia portuguesa

na última década e resulta em grande parte do deficiente funcionamento das instituições do mercado de

trabalho português e do baixo nível do capital humano da população activa. De acordo com o BdP, a taxa

de natural de desemprego passou de 6,4% em 2000 para 11,5% em 2012.

Evolução da taxa de desemprego em Portugal

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 16

4

6

8

10

12

14

16

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4ºT 2

00

7

1ºT 2

00

8

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3ºT 2

00

8

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8

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9

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9

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9

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00

9

1ºT 2

01

0

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01

0

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0

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0

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01

1

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01

1

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01

2

2ºT 2

01

2

3ºT 2

01

2

4ºT 2

01

2

Taxa de desemprego

Fonte: INE

1.5.3 Balança de Pagamentos e Financiamento da Economia

Nos últimos anos, mas com maior incidência a partir de 2011, assistiu-se a uma redução significativa das

necessidades de financiamento externo da economia portuguesa. Após ter atingido 11,4% do PIB em

2008, o défice da balança corrente e de capital tem vindo a reduzir-se de forma assinalável, tendo a

economia portuguesa registado em 2012 uma capacidade líquida de financiamento externo, medida pelo

saldo conjunto das balanças corrente e de capital, de 1,3 mil milhões de euros, correspondente a 0,8%

do PIB.

A evolução registada reflecte a conjugação da posição cíclica da economia com uma alteração estrutural

na relação entre poupança e investimento, ou seja, uma nova redução do investimento e um aumento

significativo da poupança interna. Esta evolução é também muito influenciada pela evolução do comércio

internacional de bens. Dado o elevado nível da posição devedora de investimento internacional, este

ajustamento deverá manter-se ao longo de vários anos.

A capacidade de financiamento externo em 2012 resultará em larga medida de uma melhoria significativa

da balança de bens e serviços, que registou um excedente de 111 milhões de euros, o que compara com

um défice de -6,5 mil milhões de euros em 2011.

Apesar da progressiva melhoria da percepção de risco dos investidores internacionais, os agentes

económicos continuaram a ter elevadas dificuldades no financiamento nos mercados internacionais.

Neste contexto, o financiamento da economia portuguesa foi assegurado em parte pelo recurso dos

bancos portugueses às operações de política monetária do BCE, que do ponto de vista do registo na

balança financeira se tem traduzido num aumento significativo do passivo do outro investimento das

autoridades monetárias associado à posição no sistema Target2.

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 17

Registou-se igualmente uma forte entrada líquida de fundos nas administrações públicas associada aos

desembolsos do empréstimo obtido ao abrigo do PAEF. De referir, também, a entrada líquida de fundos

associada às operações de privatização (reflectida na rubrica de investimento directo do exterior).

Em 2012, a posição de investimento internacional de Portugal, medida pela diferença entre o stock de

activos e de passivos de natureza financeira, agravou-se em 11,2 pontos percentuais (p.p.) relativamente

à posição observada em final de 2011, ascendendo a -192,8 mil milhões de euros, ou seja, -116,1% do

PIB. A justificar esta evolução destaca-se sobretudo uma variação de preços negativa, reflexo da

valorização de títulos emitidos pelo Estado Português e detidos por não residentes, não compensada pelo

aumento de activos líquidos de Portugal face ao exterior registado na balança financeira.

No final de 2012 a dívida externa líquida situou-se em 164,6 mil milhões de euros, equivalente a 99,1%

do PIB, ou seja, 12,8 p.p. acima do observado no final de 2011.

1.5.4 Política Orçamental

A política orçamental em 2012 reflectiu os compromissos assumidos e a estratégia de consolidação

acordada no Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF), que é avaliado trimestralmente. No

âmbito da quinta avaliação do Programa de Assistência Económica e Financeira, e na sequência das

conclusões do Eurogrupo de Julho, o objectivo para o défice das administrações públicas para 2012 foi

revisto de 4,5 para 5,0% do PIB. Esta medida justificou-se, de acordo com a declaração conjunta das

três instituições internacionais, para permitir o funcionamento parcial dos estabilizadores orçamentais

automáticos, num contexto de agravamento da contracção económica. De acordo com o Relatório do

Orçamento do Estado para 2013 (OE2013), o novo objectivo para o défice em 2012 terá sido cumprido e

o rácio da dívida pública em relação ao PIB ter-se-á situado em 122,5% no final do ano.

De acordo com o BdP, o atingimento do objectivo para o défice em 2012 vai traduzir-se numa variação

do saldo primário estrutural corrigido de factores especiais de 3,3 p.p. do PIB (após um ajustamento de

3,5 p.p. em 2011). Assim, nos dois primeiros anos de vigência do PAEF deverá ter-se registado um

ajustamento estrutural orçamental sem precedentes, de magnitude próxima de 6,5 p.p. do PIB.

A consolidação orçamental esperada para 2012 decorre sobretudo da diminuição estimada para a

despesa primária e, numa menor medida, de desenvolvimentos do lado da receita estrutural. De acordo

com o Ministério das Finanças, o peso das medidas pontuais no défice deverá diminuir de 3,0% do PIB,

em 2011, para 1,0% do PIB em 2012, traduzindo uma redução do défice de 7,4% do PIB em 2011 para

6,0% em 2012 excluindo o seu efeito. Do lado da receita essas medidas pontuais deverão ter um

impacto de 0,2%, reflectindo a receita proveniente do fundo de pensões do BPN e a receita adicional da

sobretaxa de IRS introduzida em 2011. Do lado da despesa, estima-se que as medidas deverão ter um

impacto de -0,8% do PIB e correspondem à concessão do serviço público aeroportuário e do leilão de

frequências 4G, que abatem à despesa de capital, e à regularização dos pagamentos devidos à UE.

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 18

De referir que a redução da despesa primária estrutural reflecte essencialmente o impacto nas despesas

com pessoal e com o pagamento de prestações sociais em dinheiro da medida de suspensão dos

subsídios de férias e de Natal aos trabalhadores do sector público e pensionistas. Esta medida, cujo efeito

líquido explica aproximadamente 1,3 p.p. do ajustamento estrutural em 2012, deverá ser parcialmente

revertida em 2013, na sequência da declaração da sua inconstitucionalidade pelo Tribunal Constitucional.

1.6 Sistema Financeiro

1.6.1 Taxas de Juro Activas e Passivas

De acordo com os dados do BdP, as taxas de juro de novas operações de empréstimos registaram uma

tendência de descida em 2012, invertendo, deste modo, a trajectória de subida registada nos dois anos

precedentes. Em Dezembro de 2012, as taxas de juro médias de novos empréstimos concedidos a

particulares e a sociedades não financeiras fixaram-se, respectivamente, em 6,17% e 5,69%,

representando descidas de 60 e 81 pb face a Dezembro de 2011. Estas descidas foram, no entanto,

inferiores às dos dois indexantes mais comuns – Euribor a 3 meses e a 6 meses –, que apresentaram

reduções nos valores médios mensais de 124 pb e 135 pb, respectivamente.

Em 2012, o volume médio mensal de novos empréstimos a particulares seguiu a tendência de redução

que já se tinha verificado em 2011, situando-se em 626 milhões de euros, o que representa um

decréscimo superior a 30% face a 2011, atingindo o nível mínimo em Junho de 2012, com um montante

de 481 milhões de euros. Em Março, o volume de novas operações foi mais elevado e a taxa de juro mais

baixa, dado que foram realizadas operações de empréstimos, com valores significativos e taxas de juro

reduzidas, a instituições sem fins lucrativos ao serviço das famílias, incluídas no sector dos particulares. O

volume de novas operações de empréstimos a sociedades não financeiras atingiu o nível mínimo histórico

em Agosto de 2012, com um montante de 2 676 milhões de euros. O montante médio mensal de novas

operações de empréstimos a sociedades não financeiras manteve-se praticamente inalterado

relativamente a 2011.

No que respeita às remunerações dos novos depósitos, assistiu-se em 2012 à inversão da tendência de

subida registada nos últimos anos. Em Dezembro de 2012, as taxas de juro dos novos depósitos de

particulares e sociedades não financeiras fixaram-se em 2,40% e 1,34%, respectivamente,

representando reduções de 125 e 160 p.b. face a Dezembro de 2011. Na sequência da redução das taxas

de juro, o volume médio mensal de novos depósitos contraiu-se 6,3% relativamente a 2011. Esta

tendência de redução ocorreu tanto nos depósitos das sociedades não financeiras como dos particulares,

mas foi mais expressiva no caso destes últimos. O volume médio mensal de novos depósitos de

particulares foi 8 521 milhões de euros, menos 12,5% do que em 2011. O diferencial de taxas de juro

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 19

entre depósitos de particulares e de sociedades não financeiras, positivo desde Outubro de 2011,

aumentou em 2012.

1.6.2 Mercados Monetário e Cambial

O ano de 2012 registou momentos de elevada aversão ao risco e incerteza, sobretudo durante a primeira

metade do ano, que depois se foram dissipando sobretudo em consequência da actuação decisiva do

BCE, cortando as taxas de juro de referência em 25 pb em Julho, e criando um mecanismo de compra de

dívida soberana em mercado secundário, o programa TMD em Setembro. O funcionamento dos mercados

interbancários continuou limitado, com consequências negativas nos fluxos de financiamento intra-

comunitários. As taxas euribor começaram o ano em queda na sequência das operações de cedência de

liquidez a 3 anos por parte do BCE e acentuaram a queda no início do segundo semestre, com a

antecipação do corte de taxas de juro e a estabilização dos níveis de aversão ao risco. A queda das taxas

Euribor ao longo do ano foi mais acentuada no prazo a 12 meses (134 pb) do que nos prazos mais curtos

(a Euribor a 1 mês caiu 82 pb), tendo as taxas chegado ao final do ano em níveis mínimos históricos.

Evolução das taxas Euribor

0

0,5

1

1,5

2

2,5

Mai-

11

Jun

-11

Jul-

11

Ago

-11

Se

t-1

1

Ou

t-1

1

No

v-1

1

De

z-1

1

Jan

-12

Fe

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2

Mar-

12

Ab

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2

Mai-

12

Jun

-12

Jul-

12

Ago

-12

Se

t-1

2

Ou

t-1

2

No

v-1

2

De

z-1

2

EURIBOR 1M EURIBOR 3M EURIBOR 6M EURIBOR 12M

Fonte: Reuters

Em 2012, os mercados cambiais voltaram a mostrar uma elevada volatilidade, com as moedas que

habitualmente são procuradas pelos investidores por motivo de refúgio a terem desempenhos muito

fortes, sobretudo face ao euro, na sequência da agudização da crise da dívida soberana, na primeira

metade do ano. De facto, os receios de uma eventual desagregação da Zona Euro, assim como

expectativas de corte de taxas por parte do BCE tiveram impacto negativo no euro, que passou de cerca

de 1,34 face ao dólar, em Março, para cerca de 1,21, em Agosto. A redução da aversão ao risco na

segunda metade do ano, sobretudo a partir de Setembro, motivou uma forte recuperação do euro face

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 20

ao dólar, que terminou o ano com uma apreciação de 1,8%. Relativamente ao iene, o euro registou uma

depreciação de 12,9%, muito por força da forte depreciação do iene no 4º trimestre do ano.

1.6.3 Mercados de Obrigações

Os mercados obrigacionistas foram condicionados, na primeira metade de 2012, pelo agudizar da crise

das dívidas soberanas na Zona Euro, o que provocou variações muito diferenciadas no desempenho das

dívidas dos vários países. Neste contexto, a forte valorização da dívida alemã deveu-se ao aumento de

procura por activos de refúgio, enquanto a dívida de países sob planos de assistência financeira, como

Grécia e Portugal, ou ainda de outros países periféricos, como Espanha e Itália, apresentaram

desvalorizações muito significativas. A melhoria do sentimento provocado pelo anúncio da criação do

programa TMD por parte do BCE, assim como a aprovação final do Mecanismo Europeu de Estabilidade

(MEE), na sequência da autorização por parte do tribunal constitucional alemão, concorreram para o

aumento do apetite dos investidores por dívida de países sob stress financeiro, o que contribuiu para

reverter os movimentos anteriores de “flight-to quality”. Em Portugal, as taxas de rendibilidade implícita

da dívida pública atingiram no final do ano valores mínimos desde o pedido de ajuda externo.

No mercado de crédito, o ano de 2012 foi positivo para a generalidade dos segmentos, com particular

destaque para os segmentos de dívida financeira, que terminaram o ano com valorizações expressivas,

tanto na categoria da dívida subordinada (o índice iTraxx Sub Fin valorizou 54%), como na categoria de

dívida sénior (o índice iTraxx Sr Fin valorizou 49,3%).

Evolução das taxas de rendibilidade das Obrigações do Tesouro

0

5

10

15

20

25

Jun

-11

Jul-

11

Ago

-11

Se

t-1

1

Ou

t-1

1

No

v-1

1

De

z-1

1

Jan

-12

Fe

v-1

2

Mar-

12

Ab

r-1

2

Mai-

12

Jun

-12

Jul-

12

Ago

-12

Se

t-1

2

Ou

t-1

2

No

v-1

2

De

z-1

2

2 Anos 5 Anos 10 Anos

Fonte: Reuters

1.6.4 Mercado de Acções

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 21

Os mercados accionistas globais tiveram um comportamento favorável em 2012. No entanto, o

desempenho ao longo do ano variou, em função de momentos de extrema aversão ao risco causados

principalmente pela incerteza em torno dos desenvolvimentos na Zona Euro. Assim, no primeiro trimestre

do ano, os mercados globais registaram um forte desempenho, beneficiando da redução da aversão ao

risco proporcionada pelas operações de cedência de liquidez a longo prazo por parte do BCE. Os

mercados norte-americanos atingiram do ainda no final do 1º trimestre os valores mais elevados desde

Maio de 2008 e os mercados europeus máximos desde Fevereiro de 2011. No entanto, assistiu-se a uma

forte correcção no 2º trimestre que, no caso europeu, levou os mercados a anular os ganhos desde o

início de ano. No caso dos países da periferia europeia, excepção feita à Irlanda, os índices accionistas

encerraram o semestre a acumular fortes perdas, inclusive próximas dos 20% no caso de Espanha.

No entanto, no final do Verão, com as declarações do presidente do BCE e as decisões do Conselho

Europeu, eliminou-se o principal risco que estava a afectar o sentimento dos mercados, o risco de

colapso do euro, o que conduziu a uma forte apreciação dos mercados accionistas, em particular na

Europa. O índice MSCI World encerrou o ano a valorizar 13,1%, uma valorização muito semelhante à

registada nos mercados emergentes (com o índice MSCI EM a valorizar 13,9%), nos EUA (com o índice

S&P500 a valorizar 13,4%) e na Europa (com o índice Euro Stoxx a valorizar 13,8%). De entre os

mercados desenvolvidos, os melhores desempenhos situaram-se na Alemanha (29,1% do índice DAX) e

no Japão (22,9% do índice Nikkei).

Em Portugal, o índice PSI-20 encerrou o ano de 2012 nos 5.655,15 pontos, mais 2,9% do que no final de

2011. A Jerónimo Martins (17,2%), a EDP (17%) e a Portugal Telecom (15,8%) foram os títulos com

maior representatividade no índice. O valor das transacções efectuadas no mercado secundário a contado

totalizou, em 2012, o total de 33.036,3 milhões de euros, menos 22% do que em 2011. Nos mercados

regulamentados, o volume de transacções desceu 16,8% face a Novembro e subiu 8,4% face a

Dezembro do ano anterior, para 2.226,6 milhões de euros. Na Euronext Lisbon registou-se uma subida

de 12,6%, enquanto que no mercado de dívida MEDIP o volume transaccionado caiu 57%.

A capitalização bolsista da Euronext Lisbon totalizou 210.546,9 milhões de euros, mais 10.368 milhões

(5,2%) do que no mês anterior e mais 23,5% do que em igual período de 2011. Desde o início do ano, o

valor bolsista da Euronext Lisbon subiu 23,5%. Os segmentos accionista e obrigacionista foram os

principais responsáveis pelo aumento da capitalização bolsista do mercado regulamentado da Euronext

Lisbon com uma subida mensal de, respectivamente, 6,6% e 3,4%. Comparativamente com o período

homólogo, estes segmentos registaram um aumento de 39,6% e 14,3%, respectivamente. Na indústria

de organismos de investimento colectivo em valores mobiliários e dos fundos especiais de investimento,

o valor sob gestão cresceu 1,6% em Novembro face ao mês anterior, para 11.954,4 milhões de euros.

Nos fundos de investimento imobiliário o montante sob gestão subiu 0,4% em relação a Outubro para

12.080,1 milhões de euros.

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 22

1.6.5 Commodities

No que respeita às matérias-primas, o desempenho em 2012 foi afectado pelas preocupações em torno

das perspectivas sobre a economia global, resultantes da crise das dívidas soberanas na zona euro e do

abrandamento mais pronunciado das economias emergentes. Os metais preciosos e as commodities

agrícolas registaram em 2012 uma valorização superior, com 6,2% e 6,5%, respectivamente, enquanto

as commodities energéticas registaram uma queda de 1,4%. No que respeita às commodites com pior

desempenho, destaca-se o café (-36,6%), algodão (-18,1%), carvão (-16,8%) e açúcar (-16,3%).

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 23

2 Relatório de Gestão

2.1 Composição da carteira a 31/12/2012

Valor Global do Fundo 665.050 €

Número de UP's 117.820

Valor UP 5,6446 €

Informação Geral

Evolução Valor UP

4,4000

4,6000

4,8000

5,0000

5,2000

5,4000

5,6000

31- Dez -10

31- Mar -11

30 -J un- 11

30 -Se t- 11

31- Dez -11

31 -Mar -12

30- Jun- 12

30- Set -1 2

31- Dez -12

Asset Allocation

Acções

34%

Obrigações

61%

Liquidez

4%

2.2 Alterações com impacto na gestão do fundo de pensões

Janeiro

Janeiro foi claramente um mês positivo para activos de risco, como acções, crédito e commodities, com

os segmentos mais penalizados em 2011 a apresentarem as melhores performances. Os principais

suportes vieram da liquidez cedida pelo BCE na operação de refinanciamento (LTRO) a 3 anos realizada

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 24

em Dezembro e da melhoria das perspectivas económicas, não apenas nos EUA, mas também na zona

Euro, onde os sinais de estabilização, mesmo que não invalidem a actual recessão, se intensificaram. Os

países emergentes contribuíram adicionalmente, com o suporte dado pelas medidas de estímulo

monetário da China, Brasil e Índia.

A dívida periférica registou fortes ganhos em Janeiro, os quais não se limitaram aos prazos curtos.

Segundo os índices EFFAS >1Y Total Return, a dívida pública de Itália recuperou 5,8% e basicamente

eliminou as perdas registadas em todo o ano de 2011. Em Espanha, o desempenho foi menos

impressionante (+2,4%), uma vez que o movimento de estreitamento de spreads tivera sido já mais

agressivo em Dezembro.

A dívida portuguesa constituiu a grande excepção: o mesmo índice caiu mais de 13,5%, com os yields

nos vários prazos a baterem novos máximos. Para além das vendas forçadas pela saída das OT dos

índices soberanos no seguimento do downgrade para junk pela Standard&Poors, os investidores

descontaram uma probabilidade crescente de Portugal ser obrigado a reestruturar a sua dívida pública, à

medida que o plano de envolvimento privado na Grécia não avança e ameaça ser cada vez mais

agressivo.

Nos mercados de acções, as valorizações foram sólidas, com reduzida volatilidade e concentradas nos

sectores mais penalizados durante o ano passado. Na Europa, o EuroStoxx50 recuperou 4,3% mesmo

com um início de época de resultados muito marcado pelas revisões em baixa dos guidances para 2012.

Sectorialmente, a banca liderou os ganhos: o índice Stoxx600 Bank subiu quase 10% em Janeiro, após

uma queda de 30% em 2011. Nos EUA, apesar de mais de metade das empresas que reportaram terem

surpreendido pela positiva, os ganhos foram similares (S&P subiu 4,4% no mês). Já nos Mercados

Emergentes, o MSCI Emerging Markets valorizou 10,2% (em dólares), recuperando algum do terreno

perdido para os mercados desenvolvidos.

Dentro dos activos de risco, o crédito foi o sector que mais beneficiou da liquidez do BCE. As melhores

performances, mais uma vez, residiram nos sectores mais penalizados nos últimos meses,

nomeadamente dívida financeira subordinada e High Yield. O diferencial de desempenho entre

financeiros e não financeiros intensificou-se: o índice de preços iBoxx Euro Financials subiu 4%, enquanto

o correspondente para o sector de empresas subiu apenas 1,3%. No segmento de dívida perpétua, a

subida de 11,1% do iBoxx Tier 1 (em preço) foi a maior desde Julho de 2009.

Fevereiro

O sentimento positivo dos investidores manteve-se durante o mês de Fevereiro, com os ganhos dos

activos de risco a serem acompanhados por uma redução generalizada da volatilidade nas várias classes.

A aplicação sincronizada de políticas de expansão monetária (Quantitative Easing) no G-3, enquanto os

países emergentes progressivamente adoptam políticas monetárias menos restritivas, tem contribuído

para a melhoria das perspectivas económicas globais.

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 25

Na maior operação de financiamento da sua história, o BCE cedeu € 529.500 milhões a 3 anos a cerca de

800 bancos. Juntamente com o LTRO de Dezembro, o BCE criou cerca de mais de €500.000 milhões de

liquidez adicional no sistema, o equivalente a um aumento de 20% no balanço do BCE. Em Inglaterra,

por seu turno, o Banco central anunciou o incremento do programa de QE em £ 50.000 milhões, a juntar

aos £ 275.000 já aplicados.

Em termos de dados macroeconómicos, os índices ISM e PMI relativos a Janeiro, a nível global,

revelaram uma clara tendência de melhoria pelo 3º mês consecutivo. Nos EUA, a melhoria do mercado

de trabalho e indicadores de actividade foi particularmente encorajadora, em linha com um ritmo forte de

crescimento no 4ºT de 3,0%. Na Zona Euro, os dados revelados confirmaram o cenário de recessão

moderada no 4ºT, pese embora o crescimento em França ter surpreendido pela positiva.

Entretanto, a finalizar um longo processo negocial, a UE aprovou um novo pacote de financiamento à

Grécia no montante de € 130.000 milhões e o plano de envolvimento privado, o qual irá impor um corte

de 53,5% na dívida detida por credores privados. Embora subsistam alguns riscos, o acordo contribuiu

para reduzir o risco sistémico atribuído à questão grega.

Este contexto revelou-se positivo para o mercado accionista. Nos EUA, o S&P subiu 4,1% e ultrapassou

os máximos de 2011, encerrando em níveis anteriores à falência da Lehman em 2008. Na Zona Euro, a

subida do Eurostoxx50 foi similar (+3,9%), embora o índice se mantenha a níveis de Agosto de 2011.

Sectorialmente, os sectores cíclicos lideraram os ganhos, com destaque para o sector tecnológico. Nos

mercados emergentes, o MSCI Emerging Markets voltou a bater os desenvolvidos com um ganho (em

usd) de 5,9%.

Apesar do entorno mais favorável, os Bunds mantiveram-se surpreendentemente suportados. Alguns

receios inflacionistas com a nova escalada (desta feita mais lenta) do preço do petróleo também não

levaram a uma subida mais pronunciada dos yields dos Bunds a 10 anos (+3 pb para 1,82%). O efeito de

escassez de activos de rating AAA, num contexto ainda de incerteza, constituirá a principal explicação.

A dívida periférica manteve a tendência, continuando a beneficiar da abundância de liquidez oferecida

pelo BCE. O impacto alargou-se aos prazos mais longos. Destaque para a performance da dívida italiana,

cujo respectivo índice EFFAS All Govt >1Y recuperou 5,2% em Fevereiro. Por outro lado, a dívida

portuguesa corrigiu as fortes perdas de Janeiro e o spread a 10 anos encerrou o mês abaixo dos níveis

anteriores ao downgrade da S&P no início do ano.

O crédito manteve igualmente a tendência de estreitamento, embora tenha abrandado o ritmo. O índice

de preços iBoxx Euro Corporates valorizou 1,8%, com uma performance similar entre o sector financeiro

e o não financeiro. O segmento subordinado manteve a tendência, com o iBoxx e Tier 1 em preço a subir

4,2% para 63,67%. A redução generalizada dos spreads permitiu a abertura do mercado primário para

alguns emitentes financeiros (em formato sénior) na periferia.

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 26

Março

Após uma forte performance dos activos de risco nos dois meses anteriores, Março ficou marcado por

uma tendência generalizada, embora moderada, de correcção. Receios de abrandamento económico e

um possível ressurgimento da crise soberana relacionado com a economia espanhola levaram os

investidores a um posicionamento mais cauteloso. Vários factores contribuíram para os receios de

abrandamento económico. Em primeiro lugar, a generalidade dos indicadores macroeconómicos, apesar

da melhoria, deixou de surpreender pela positiva no mesmo grau que nos meses anteriores. Na Zona

Euro, os índices PMI caíram pelo segundo mês consecutivo. Em segundo lugar, na China, o governo

cortou o target de crescimento em 2012 para 7,5%, sendo a 1ª vez que o objectivo fixado é inferior a

8% desde 2004. Por fim, a subida do preço do petróleo, o qual se mantém em máximos desde o Verão

de 2008, poderá começar a impactar o crescimento económico global;

Por outro lado, a resolução dos problemas estruturais em Espanha voltou para o centro dos receios dos

investidores. O desvio orçamental em 2011 (deficit de 8,5%) levou o novo governo a rever o objectivo de

deficit para 2012 de 4,4% para 5,3%. Num contexto de uma recessão mais profunda (o governo estima

agora um decréscimo do PIB de 1,7%), de correcção do mercado imobiliário, a qual ainda não terminou,

e reestruturação do sistema financeiro, a execução orçamental de 2012 será bastante exigente. Ainda

assim, a correcção dos activos de risco foi moderada e deve ser considerada normal, tendo presente que

o 1ºT de 2012 foi o mais forte para várias classes de activos de risco desde 1998, mesmo com a fraqueza

do mês de Março. A suportar o sentimento estão a melhoria das perspectivas económicas, sobretudo nos

EUA onde o crescimento do emprego nos últimos 6 meses foi o mais forte desde 2006, e a resolução do

plano de envolvimento privado no Grécia, o qual contribuiu para reduzir o risco de eventos extremos

como seja a desagregação do euro;

Neste contexto, enquanto os mercados accionistas nos EUA conservaram os ganhos (S&P subiu 3,1%

para máximos desde Maio de 2008 e o Nasdaq valorizou 4,2%), os mercados europeus foram

penalizados pelas piores perspectivas económicas e receios com Espanha. O Eurostoxx50 perdeu 1,4%,

destacando-se uma maior dispersão geográfica entre os ganhos na Alemanha (DAX +1,3%) e a queda

em Espanha (IBEX -5,4%). Nos mercados emergentes, onde se acumulavam os maiores ganhos no ano,

os sinais de abrandamento na Ásia contribuíram para a correcção de 3,5% (em usd) do MSCI Emerging

Markets. Na dívida pública, os yields dos Bunds nos vários prazos mantiveram-se praticamente

inalterados. Se no início do mês a sinalização pelo Fed de que novas medidas de estímulo monetário não

estariam iminentes levou a uma subida dos yields, no final do mês o clima de incerteza e declarações de

Ben Bernanke a abrir novamente a possibilidade de novas medidas caso necessárias vieram suportar

mais uma vez os preços de Bunds e Treasuries. Na dívida periférica, a pior performance pertenceu à

dívida espanhola, cujo respectivo índice EFFAS All Govt >1Y perdeu 2,0% em Março. Na dívida italiana,

embora o spread a 10 anos tenha estreitado 5pb, as perdas nos prazos mais curtos levaram a um forte

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flattening da curva italiana, com o yield a 2 anos de Itália a subir 78pb para 2,92%. Por outro lado, a

dívida portuguesa manteve a tendência de recuperação, a beneficiar da conclusão da reestruturação da

dívida grega. O crédito consolidou os ganhos dos meses anteriores, com o esgotamento do impacto dos

leilões a 3 anos do BCE. O índice de preços iBoxx Euro Corporates em preço ainda assim valorizou 0,6%,

suportado pela performance do sector financeiro. O segmento subordinado, contudo, registou uma ligeira

correcção, com o iBoxx € Tier 1 em preço a descer 0,8% para 63,2%.

Abril

Após uma forte performance dos activos de risco no primeiro trimestre, o mês de Abril ficou marcado por

uma tendência de correcção, dada a fragilidade da recuperação económica global. A deterioração dos

indicadores macroeconómicos, sobretudo na Zona Euro, e os receios com a crise soberana mantiveram a

incerteza elevada e penalizaram os activos de risco.

Na Zona Euro, os índices de actividade (PMI) caíram pelo terceiro mês consecutivo. A descida do índice

compósito para 47.4, um mínimo desde Novembro, não resulta apenas da degradação económica na

periferia, mas igualmente de um recuo significativo do sector industrial na Alemanha e dos serviços em

França. Nos EUA, por seu turno, embora a generalidade dos indicadores permaneça saudável, é notório

um abrandamento da recuperação. Sinal disso mesmo foi a queda para metade da criação de novos

postos de trabalho em Março para o nível mais baixo de Outubro último.

Por outro lado, a crise soberana parece estar a alargar-se para os países do centro da Europa. Enquanto

os investidores continuam a questionar-se sobre as necessidades de recapitalização da banca espanhola,

novos receios foram despoletados com os processos eleitorais em França e na Holanda. Se no primeiro

caso, as eleições sublinharam a necessidade de redução da despesa pública em França, no segundo, a

queda do governo, depois de não conseguir aprovar medidas de consolidação orçamental, relançou o

debate sobre o equilíbrio entre austeridade e crescimento.

Neste contexto, enquanto os mercados accionistas nos EUA limitaram as perdas (S&P desceu apenas

0,8%) suportados pelo forte arranque da época de resultados do 1ºtrimestre, os mercados europeus

foram penalizados pelas piores perspectivas económicas e receios com os soberanos. O Eurostoxx50 caiu

6,9%, destacando-se a queda em Espanha (IBEX -12,5%). Nos mercado emergentes, onde se

acumulavam os maiores ganhos no ano, o sentimento mais negativo contribuiu para a correcção de 1,5%

(em dólares) do MSCI Emerging Markets.

Na dívida pública, os yields dos Bunds registaram novos mínimos nos vários prazos. Enquanto os yields a

10 anos baixaram 13pb para 1,66%, nos 2 anos a queda similar para 0,08% constitui a primeira vez que

esta taxa se encontra abaixo do mesmo prazo no Japão. Na dívida periférica, Espanha e Itália voltaram a

ser pressionados com o esgotamento do efeito da liquidez atribuída nos leilões a 3 anos do BCE, com os

respectivos spreads a 10 anos a alargarem cerca de 50pb para 410pb e 385pb, respectivamente. Por

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 28

outro lado, a dívida portuguesa manteve-se indiferente ao sentimento mais negativo e vincou a tendência

de recuperação, com o índice EFFAS Portugal Govt All >1Y a valorizar 6,1%;

No crédito, a aversão ao risco revelou-se exclusivamente no sector financeiro e nas geografias afectadas

pela crise soberana. O índice de preços iBoxx Euro Corporates em preço valorizou 0,2%, suportado pela

procura de crédito não financeiro do core europeu. O segmento subordinado, acentuou a tendência de

ligeira correcção, com o iBoxx € Tier 1 em preço a descer 1,4% para 62,3%.

Maio

O mês de Maio foi negativo para os activos de risco, marcado pelos receios sobre um eventual abandono

da Grécia da Zona Euro, no seguimento das eleições legislativas de dia 6 não terem garantido uma

solução governativa e das sondagens para novas eleições darem vantagem a um partido anti-troika. Num

contexto de fuga de depósitos no sistema bancário grego, a discussão sobre uma saída da UEM tornou-

se mais aberta e alargada, inclusivamente pelo BCE e FMI.

Em Espanha, a reforma da banca visando o aumento do provisionamento e a criação de um veículo (bad

bank) que permita retirar os activos ditos tóxicos dos balanços dos bancos após uma avaliação

independente, apesar da maior transparência, não afastou as dúvidas quanto aos impactos da contínua

deterioração da qualidade dos activos. Os anúncios de nova revisão em alta do défice público de 2011

(para 8,9%) e, sobretudo do plano de recapitalização da Bankia pelo Estado em cerca de €19.000

milhões intensificaram estes receios.

Simultaneamente, os indicadores económicos globais continuaram a evidenciar genericamente uma maior

fraqueza, saindo abaixo das estimativas. Na zona Euro, apesar do crescimento trimestral forte do PIB no

1ºT na Alemanha (+0,5%), os índices PMI mantiveram a tendência de deterioração, com o índice

Compósito a baixar para o mínimo desde Junho de 2009. Nos EUA, a melhoria do mercado de trabalho

parece ter sido interrompida, com fraco crescimento do emprego (o mais baixo dos últimos 6 meses) e

da remuneração do trabalho.

Neste contexto, o Eurostoxx50 caiu 8,1%, aproximando-se dos mínimos do ano passado, com as

telecoms e a banca como os sectores mais penalizados. Em termos geográficos, o mercado espanhol

voltou a destacar-se pela negativa: o IBEX caiu 13,1% e regista já uma queda acumulada de 29% no

ano. Fora da Europa, enquanto o movimento nos EUA foi mais limitado (S&P caiu 6,3%), nos

Emergentes, a queda de 11,7% do MSCI Emerging Markets denota a maior penalização pela ausência de

medidas de estímulo na China dado os sinais de abrandamento económico.

Na dívida pública, os yields dos Bunds registaram novos mínimos históricos nos vários prazos: enquanto

os yields a 2 anos estão virtualmente a 0,00%, os 10 anos caíram 46pb para 1,20%. Este efeito de

procura de refúgio para a qualidade estendeu-se igualmente à restante dívida soberana core,

nomeadamente França e Holanda.

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 29

Na dívida periférica, Espanha voltou a ser muito pressionada com a escalada dos receios com o sistema

financeiro, sentimento que contagiou também a restante dívida periférica. O spread a 10 anos alargou

cerca de 126pb para 536pb, com o respectivo yield a ultrapassar os 6,56%.

No crédito, os índices revelaram a aversão ao risco dominante, embora o segmento não financeiro tenha

resistido. O índice de preços iBoxx Euro Corporates em preço desvalorizou 0,2%, penalizado pela descida

de 0,7% do respectivo índice de financeiros. No segmento subordinado, a tendência de correcção

acelerou, com o iBoxx € Tier 1 em preço a descer 6,8% para 58,8%.

Junho

O mês de Junho ficou marcado por vários avanços na crise da zona Euro, como o desfecho favorável das

eleições gregas, o financiamento da capitalização dos bancos espanhóis e as decisões da cimeira de 27 e

28, que permitiram, juntamente com o impacto de estímulos dos bancos centrais, uma recuperação dos

activos de risco. No início do mês, a Espanha e o Eurogrupo acordaram uma linha de crédito até

€100.000 milhões para recapitalizar o sistema bancário espanhol, através do Estado. Contudo, no final do

mês, os estados da zona Euro acordaram conceder esse financiamento directamente aos bancos, num

primeiro passo na mutualização das dívidas da região. A cimeira estabeleceu igualmente uma etapa inicial

na união bancária, através da centralização dos poderes de supervisão no BCE. Simultaneamente, as

perspectivas de crescimento global continuaram a deteriorar-se ao longo do mês, com a generalidade

dos indicadores económicos a surpreenderam pela negativa. Este quadro levou os bancos centrais dos

principais blocos a intervir: na China, o corte de 25pb respondeu à contínua desaceleração e recuo da

inflação; nos EUA, a Reserva Federal prolongou a “Operação Twist” por 6 meses adicionais; na Europa,

foi apresentado um plano de cedência de liquidez mais abrangente em Inglaterra e o Banco Central

Europeu adoptou regras menos exigentes na aceitação de colateral nas operações de repos.

Neste contexto, o Eurostoxx50 liderou a recuperação dos mercados accionistas, com uma subida de

6,9%, com destaque para os mercados periféricos e, sectorialmente, para a banca e sectores defensivos.

Fora da Europa, os movimentos nos EUA e Emergentes (S&P subiu 4,0% enquanto o MSCI Emerging

Markets registou um ganho de 3,4%), foram sobretudo suportados pelas intervenções dos bancos

centrais.

Na dívida pública, os yields a 10 anos na Alemanha corrigiram de forma significativa, após alcançar novos

mínimos históricos no mês anterior: enquanto os yields a 2 anos subiram 12pb de 0,00%, os 10 anos

subiram 38pb para 1,58%, reflexo da menor aversão ao risco.

Na dívida periférica, o processo de recapitalização do sistema bancário espanhol não foi suficiente para

afastar os yields de Itália e sobretudo os de Espanha de níveis considerados insustentáveis. Em Espanha,

os yields a 10 anos ultrapassaram pela primeira vez a barreira dos 7%, mas acabariam por encerrar o

mês a cair 23pb para 6,33% após forte reacção às decisões da cimeira europeia no sentido de uma maior

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 30

integração europeia. Destaque igualmente para a forte recuperação, de níveis deprimidos, da dívida dos

países intervencionados (Portugal, Irlanda).

No crédito, a recuperação dos activos de risco beneficiou sobretudo o segmento financeiro. O spread o

índice iTraxx Europe estreitou 14 pontos base (para 165,9bp) enquanto que o índice de dívida senior de

bancos caiu 36bp, para 260,8bp. Destaca-se também as emissões de empresas portuguesas que, à

semelhança da dívida pública portuguesa, registaram excelentes retornos em Junho.

Julho

O mês de Julho permitiu aos activos de risco um desempenho moderadamente favorável, suportado por

expectativas de intervenções pelos bancos centrais dos principais blocos. Contudo, a melhoria do

sentimento e redução da volatilidade foram limitadas pela incerteza contínua sobre a crise dos soberanos

da zona euro, com Espanha a manter-se no centro das preocupações. Os indicadores económicos na

generalidade continuam a apontar para a tendência de recessão na zona euro (a qual não se limita

apenas às geografias periféricas) e de abrandamento nos EUA e economias emergentes. Esta

deterioração levou os investidores a descontar uma maior probabilidade de intervenção por parte dos

bancos centrais: nos EUA, o Fed poderá apresentar em breve um novo programa do chamado

quantitative easing; na zona euro, o BCE poderá estar próximo de comprar dívida pública dos países mais

endividados no mercado secundário, depois de Mario Draghi ter cortado taxas directoras em 25pb e, mais

tarde, ter garantido que tudo fará para preservar a moeda única; e nas principais economias emergentes,

o recuo da inflação abre espaço para novos estímulos monetários.

Em Espanha, a situação deteriorou-se de novo, após a região autonómica de Valência ter sido a primeira

a pedir financiamento ao governo central, por incapacidade em aceder ao mercado de capitais.

Pressionado para pedir um resgate formal, o governo espanhol apresentou um novo plano de

austeridade, equivalente a 6% do PIB, e negociou o Memorando de Entendimento a assinar com o

Eurogrupo no âmbito do empréstimo de €100.000 milhões para a recapitalização da banca espanhola, o

qual deverá incluir a possibilidade de impor perdas, de forma coerciva, aos credores subordinados de

bancos alvo de ajuda com recurso a fundos públicos.

Neste contexto, o Eurostoxx50 liderou a recuperação dos mercados accionistas, com uma subida de

2,7%, suportada pelas geografias centrais. Nos EUA, a época de resultados acima das expectativas e a

possibilidade de mais estímulos pelo Fed levaram o S&P a subir 1,3%, enquanto nos Emergentes o MSCI

Emerging Markets registou um ganho de 1,6%. Paralelamente, o petróleo e as commodities alimentares

apresentaram fortes valorizações.

Na dívida pública, os yields dos Bunds voltaram a cair: enquanto os yields a 2 anos transaccionaram a

taxas negativas, os 10 anos desceram 30pb para 1,28%. Esta evolução, motivada pela crise dos

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 31

soberanos, contrariou a tendência favorável à generalidade dos activos de risco e o corte do outlook da

Moody’s para negativo da dívida alemã, juntamente com outros AAA.

Os problemas de liquidez de Espanha penalizaram a dívida periférica, incluindo a dívida italiana a qual foi

alvo de mais um downgrade da Moody’s, para Baa2. Apesar de uma recuperação na sequência das

declarações de Mario Draghi no final do mês, os yields de Itália e Espanha acabaram a subir, sobretudo

nos prazos mais curtos: nos 2 anos, subidas de 52pb e 100pb. No mercado cambial, o euro reflectiu esta

deterioração e caiu 2,9% face ao usd.

Os prémios de risco da dívida privada como um todo estreitaram, evidenciando o suporte dado pelas

taxas de juro na Europa core cada vez mais baixas (BCE cortou taxas no início do mês). Apesar da

deterioração nos spreads da dívida pública espanhola e italiana, sectores com muita presença de

emitentes oriundos de países periféricos, como é o caso dos sectores de telecomunicações e de utilities

registaram melhor comportamento que em momentos passados. A dívida financeira, embora tenha

igualmente evidenciado uma performance globalmente positiva, esteve condicionada pelo Memorando de

Entendimento que servirá de base à recapitalização da banca espanhola, já que uma das

condicionalidades deste pacote é a possibilidade da dívida subordinada dos bancos intervencionados

acomodar perdas. O BCE, inclusive, abriu a porta para que os credores seniores das intuições que sejam

liquidadas também partilhem perdas.

Agosto

O mês de Agosto ficou marcado pela reunião do Banco Central Europeu, na qual Mario Draghi revelou

estar a preparar uma intervenção no mercado secundário de dívida soberana da zona euro. Os activos de

risco beneficiaram da interpretação favorável do suporte que o BCE pretende disponibilizar, sobretudo no

início do mês, dado que nas semanas seguintes a volatilidade e liquidez foram bastante reduzidas. Numa

altura em que o governo espanhol parece estar mais perto de um pedido formal de resgate, os

investidores incorporaram maiores expectativas do plano de compra de obrigações do BCE se concretizar,

com os sinais de apoio do governo de Angela Merkel e com notícias de alguns jornais europeus que

referiram a hipótese, sob estudo, do plano do BCE passar por estabelecer yields ou limites nos spreads

da dívida espanhola. Os dados económicos mantiveram-se fracos na Zona Euro, reflexo da deterioração

da crise da dívida e a contracção da política fiscal. Nos Estados Unidos, apesar de alguns sinais de

estabilização, sobretudo no sector imobiliário, as expectativas de um novo estímulo monetário pelo Fed

(o chamado QE3) continuaram a suportar o sentimento. Nas economias emergentes, destacou-se o maior

abrandamento da actividade na China, o qual questiona o objectivo oficial para o crescimento do PIB em

2012 de 7,5%.

Este contexto favoreceu os mercados desenvolvidos de acções, sobretudo na Zona Euro. O Eurostoxx50

subiu 4,9%, suportado pelo sector bancário (+15,2%). Destaque para os mercados espanhol e italiano

(+10,1% e 8,7%). Nos EUA, a subida do S&P500 de 2,0% permitiu ultrapassar o máximo dos últimos 4

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 32

anos. Paralelamente, o petróleo e as commodities alimentares mantiveram a tendência e apresentaram

as maiores valorizações. Pelo contrário, nos emergentes, o desapontamento com os dados económicos

levou o índice MSCI Emerging Markets a um ligeiro recuo de -0,5%. Na dívida pública, a menor aversão

ao risco não se reflectiu na dívida alemã de forma significativa. A curva de rendimentos dos Bunds

corrigiu ligeiramente, com uma subida entre 3pb e 6pb nos vários prazos.

Na dívida periférica, o destaque vai para o desempenho dos prazos curtos, depois de Mario Draghi ter

revelado que a intervenção do BCE se irá focar nessa zona da curva de rendimentos. Enquanto os yields

longos em Espanha e Itália se mantiveram em níveis muito elevados, os 2 anos registaram fortes quedas

(162pb e 122pb, respectivamente). A dívida portuguesa destacou-se com a maior valorização dentro da

Zona Euro (exceptuando a grega). A descida dos yields (os 2 anos caíram 246pb para 5,59%) reflecte

expectativas que o plano do BCE irá incluir as Obrigações do Tesouro, dado Portugal estar já sob

condicionalidade. No mercado cambial, o euro reflectiu esta melhoria e recuperou 2,2% face ao dólar.

No crédito, a performance voltou a ser determinada pelo factor geográfico. Em termos agregados, o

sector registou um desempenho moderadamente positivo, sendo que os principais ganhos se

concentraram na periferia. O índice iBoxx Euro Corporates em preço valorizou 0,8%, com um ligeiro

outperformance do segmento financeiro. A tendência positiva alargou-se ao segmento de dívida

subordinada, com o iBoxx € Tier 1 em preço a recuperar 1,2% para 62,4.

Setembro

O mês de Setembro foi positivo para os activos de risco, devido às acções concertadas dos principais

bancos centrais a nível global, num esforço para contrariar a deterioração das perspectivas de

crescimento e o sentimento de aversão ao risco nos mercados financeiros. Na Zona Euro, o BCE anunciou

um plano ilimitado de compra de obrigações soberanas de países que solicitem ajuda às instituições

europeias. O novo programa, chamado OMT (Outright Monetary Transactions) irá distinguir-se do

anterior (SMP) na medida em que terá condicionalidade definida, não terá o estatuto de credor

preferencial e irá disponibilizar maior informação. Nos EUA, a Reserva Federal adoptou uma postura mais

agressiva do que se antecipava, num período pré-eleitoral, com o anúncio de um novo programa de

compras de Mortgage Backed Securities, apelidado QE3 (Quantitative Easing), o qual não terá limite

temporal e poderá ser aumentado caso a taxa de desemprego não desça de forma substancial. Por fim, o

Banco do Japão aumentou o seu programa de compra de activos até final de 2013, num estímulo

monetário adicional de aproximadamente €98.000 milhões e que coloca a totalidade do plano em perto

de €542.000 milhões. Embora o sentimento dos investidores relativamente à crise soberana tenha

melhorado, as atenções continuaram centradas em Espanha. Enquanto o Governo central, agora menos

pressionado, mantém a incerteza sobre o timing de um pedido formal de auxílio, na Catalunha debate-se

a independência, a qual será na prática referendada em eleições antecipadas para 25 de Novembro. O

Governo apresentou ainda o Orçamento de 2013 e um conjunto de medidas estruturais que visam

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 33

responder às exigências europeias. Para além disso, foram divulgados os resultados dos testes de stress

à banca, com necessidades de capital €53.700 milhões, um valor dentro das expectativas.

Os dados macroeconómicos na Zona Euro confirmam que a economia se mantém em contracção. O

índice preliminar compósito de Setembro caiu para 45.9, um mínimo dos últimos 39 meses, sobretudo

devido ao sector industrial em França. Na Alemanha, embora os índices PMI tenham subido, o IFO caiu

pelo 5º mês consecutivo, penalizado pelas expectativas mais deprimidas. Nos EUA, a tendência continua

a ser de crescimento bastante modesto, com uma melhoria do sector imobiliário, embora de níveis ainda

muito deprimidos, e dados de actividade sem um padrão definido, os quais poderão ser penalizados pela

incerteza com a discussão sobre a política fiscal. Na China, a retracção do consumo privado foi de novo

patente no abrandamento das vendas a retalho e produção industrial e no recuo das importações e da

inflação para 2,0%.

Este contexto favoreceu os mercados de acções. Na zona Euro, a performance inicial esbateu-se após o

Eurostoxx50 se aproximar do máximo do ano e do ruído político ressurgir em Espanha, pelo que o índice

fechou o mês com um ganho ligeiro de 0,6%. Nos EUA, a subida do S&P de 2,4% permitiu-lhe atingir o

máximo desde finais de 2007. Paralelamente, os emergentes corrigiram o underperformance face aos

desenvolvidos, com o índice MSCI Emerging Markets a recuperar 5,8%. Na dívida pública, a menor

aversão ao risco reflectiu-se na dívida alemã de forma pouco significativa. A curva de rendimentos dos

Bunds corrigiu ligeiramente, com uma subida entre 11pb e 18pb nos vários prazos. Os prazos mais curtos

deixaram de transaccionar em yields negativos. A dívida periférica registou um desempenho muito forte,

a beneficiar da garantia dada pelo BCE através do plano OMT, mas também dos desfechos favoráveis da

eleição legislativa na Holanda e do veredicto do tribunal constitucional alemão sobre a legalidade do ESM,

ou ainda da atitude mais construtiva do governo alemão sobre o processo de integração europeia ou o

financiamento da Grécia. O retorno absoluto no mês, segundo os índices EFFAS para a dívida pública com

maturidade superior a 1 ano, atingiu os 4,5% e 3,9% em Espanha e Itália, com a descida dos yields a ser

mais pronunciada nos prazos longos. Em Portugal, os yields das OTs estão já a níveis inferiores a Abril de

2011, data do pedido de auxílio, depois de ter sido concedido um ano de adiamento, para 2014, do

objectivo de défice público inferior a 3%. No mercado cambial, o euro reflectiu esta melhoria assim como

o QE3 do Fed e recuperou 2,2% face ao usd. No contexto global de taxas reduzidas, a classe de crédito

manteve-se bem suportada, destacando-se a reabertura do mercado primário para emitentes periféricos,

incluindo portugueses (EDP e Brisa). O índice iBoxx Euro Corporates valorizou 0,7%, com o sector

financeiro a justificar a performance, uma vez que o não financeiro se manteve inalterado. A tendência

positiva alargou-se ao segmento de dívida subordinada, com o iBoxx € Tier 1 em preço a recuperar 1,2%

para 62,4%. Na mesma linha, o segmento High Yield beneficiou deste contexto e o benchmark JP

Morgan HY valorizou 2,3%.

Outubro

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 34

O mês de Outubro ficou marcado por uma maior estabilidade nos mercados financeiros. Os investidores,

face a alguns desenvolvimentos menos positivos, retiraram algum conforto do plano do BCE de

intervenção na dívida pública da Zona Euro e de sinais de melhoria económica nos EUA. Os investidores

atribuíram menor relevância à crise soberana da Zona Euro, mesmo após o downgrade da S&P à dívida

espanhola para BBB- e o adiamento da implementação integral da supervisão centralizada no BCE para

início de 2014. O pedido oficial de resgate de Espanha é entendido como inevitável e estará a ser adiado

por vontade do governo alemão, de forma a que o resgate do Chipre e aumento de verbas na Grécia

venham a ser aprovados no parlamento alemão num único pacote, juntamente com o espanhol.

Embora a tendência ainda não seja absolutamente clara e tenha sido recebida com algum cepticismo, os

indicadores económicos nos EUA mostraram uma melhoria em Outubro. A taxa de desemprego desceu

para 7,8%, a mais baixa desde início de 2009, as vendas a retalho dos últimos 2 meses foram as maiores

nos últimos 2 anos e o crescimento de 2,0% do PIB no 3º Trimestre foi superior ao esperado. Ainda

assim, vários dados de segunda linha não confirmaram esta tendência. Na Zona Euro, os indicadores de

actividade (PMI) preliminares de Outubro mostraram uma deterioração no centro da Europa, em linha

com a sexta queda consecutiva do índice de confiança da indústria (IFO) na Alemanha, enquanto a

periferia registou uma ligeira melhoria de níveis muito deprimidos.

Este contexto manteve a dívida pública alemã praticamente inalterada. Os yields a 2 e 10 anos subiram

marginalmente em cerca de 2pb para 0,04% e 1,46%. A dívida periférica beneficiou de uma redução

significativa da volatilidade. O retorno absoluto no mês, segundo os índices EFFAS para a dívida pública

com maturidade superior a 1 ano, atingiu os 2,8% e 1,7% em Espanha e Itália, com os yields a

descerem para perto dos mínimos do ano. Em Portugal, os yields das OTs voltaram a descer após o

Tesouro ter conduzido com sucesso uma oferta de troca de dívida que matura em 2013 por 2015. O

mercado de acções registou uma correcção do forte desempenho dos dois meses anteriores. O arranque

da época de resultados do 3º trimestre foi fraco: embora os lucros tenham saído acima das expectativas,

as receitas desapontaram e as estimativas para final do ano foram cortadas, sobretudo nos EUA, onde o

S&P500 caiu 2,0%. Na Zona Euro, esta tendência foi menos marcada e o sentimento foi suportado pela

promessa de intervenção do BCE. O Eurostoxx50 fechou o mês com um ganho de 2,0%, enquanto o

índice MSCI Emerging Markets desceu 0,7%;

A classe de crédito permaneceu bem suportada no contexto global de taxas reduzidas. O mercado

primário para emitentes periféricos manteve o dinamismo e contribuiu para a descida dos prémios de

risco. O índice de retorno total iBoxx Euro Corporates valorizou 1,1%. A tendência positiva alargou-se ao

segmento de dívida subordinada, com o iBoxx € Tier 1 em preço a recuperar 0,8% para 64,4%. Na

mesma linha, o segmento High Yield beneficiou deste contexto e o spread do benchmark JP Morgan HY

estreitou 49pb para 615pb, mínimo dos últimos 14 meses.

Novembro

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 35

O mês de Novembro manteve-se favorável para os activos de risco, sobretudo na Zona Euro, face aos

sinais políticos de suporte à integração europeia. No entanto, as perspectivas económicas deprimidas e a

incerteza sobre a política fiscal nos EUA limitaram ganhos.

Na zona euro, as autoridades deram vários passos no sentido de flexibilizar e apoiar o processo de

integração europeia. A Comissão Europeia, tendo em conta as propostas de reformas estruturais

apresentadas por Espanha nos últimos meses, assegurou não serem necessárias medidas de austeridade

adicionais em 2012 e 2013. Mais tarde, após o parlamento grego ter aprovado um duro orçamento e a

concluir um longo processo negocial, o Eurogrupo e o FMI acordaram desbloquear o desembolso de

€43,7 mil milhões à Grécia. Na condição do país recomprar até €10 mil milhões de dívida detida por

privados, o sector oficial aceitou a reestruturação do pacote de financiamento grego, o que incluirá

redução das taxas cobradas, alargamento de maturidades e diferimento de pagamento de juros. Para

além disso, os dados macro no core da Europa registaram uma melhoria: o IFO subiu pela primeira vez

nos últimos 8 meses e os PMI preliminares do sector industrial, embora se mantenham ainda deprimidos,

subiram na Alemanha e França.

Nos EUA, a resolução das eleições presidenciais veio recentrar as preocupações dos mercados financeiros

sobre a necessidade de consolidação fiscal. Neste sentido, a vitória do presidente Obama não veio

favorecer as difíceis negociações entre republicanos e democratas, as quais pouco ou nada avançaram ao

longo do mês, mas que terão de ser finalizadas até ao final do ano para evitar o “fiscal cliff”. Esta

incerteza poderá estar já a impactar o clima económico, visível em vários indicadores que desapontaram

as expectativas.

Este contexto revelou-se positivo para mercado de acções, sobretudo na Europa, onde a época de

resultados terá sido menos desapontante relativamente aos EUA. As decisões políticas deram suporte à

subida de 2,9% do Eurostoxx50, enquanto o MSCI Emerging Markets valorizou 1,2% e o S&P500

manteve-se praticamente inalterado (0,3%).

Apesar do sentimento mais favorável para os activos de risco na Zona Euro, a dívida pública alemã

manteve-se suportada pelo contexto deprimido de crescimento e inflação. Os yields a 10 anos desceram

em cerca de 8pb para 1,39%. A dívida periférica, por outro lado, beneficiou de uma redução significativa

dos prémios de risco. Enquanto a dívida grega ajustou aos termos relativamente generosos da oferta de

recompra anunciada no final do mês, em Itália e Portugal o retorno absoluto no mês chegou perto dos

3%, com os yields longos a baixarem para mínimos do ano. Em Espanha, a incerteza com as eleições na

Catalunha limitaram os ganhos.

A classe de crédito permaneceu bem suportada no contexto global de taxas reduzidas e de procura por

rendimentos. O mercado primário manteve-se dinâmico, destacando-se as primeiras emissões de bancos

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portugueses (BES e CGD) desde o início de 2010. O índice genérico de retorno total iBoxx Euro

Corporates Overall valorizou 0,9%, com os segmentos financeiro e de maior risco a apresentarem os

maiores retornos. A tendência positiva alargou-se ao segmento de dívida subordinada, com o iBoxx € Tier

1 em preço a recuperar 2,2% para 65,8%. Na mesma linha, o segmento High Yield manteve a tendência,

com o spread do benchmark JP Morgan HY a estreitar 30pb para 585pb.

Dezembro

O mês de Dezembro manteve a tendência positiva, dominante ao longo do 2º semestre, para os activos

de risco, mesmo com toda a incerteza que envolveu as negociações sobre política fiscal nos Estados

Unidos. A melhoria das perspectivas económicas globais e a evolução no processo de integração da zona

euro suportaram o desempenho das várias classes de risco.

Nos EUA, a generalidade dos indicadores confirmaram melhores perspectivas económicas. A criação de

emprego superou as expectativas, o indicador de actividade do sector dos serviços subiu, as vendas a

retalho beneficiaram de uma forte subida das vendas automóveis e a produção industrial registou a maior

subida em 2 anos. Paralelamente, a Reserva Federal, por um lado apresentou um novo pacote de

estímulos monetários (QE3) conforme se aguardava e, por outro, surpreendeu os investidores com a

decisão de ligar a condução das taxas directoras a um objectivo de desemprego, algo inédito na sua

história. A promessa de manter as taxas excepcionalmente baixas passou a ser válida enquanto a taxa de

desemprego se mantiver superior a 6,5% e as expectativas de inflação a 1 a 2 anos se mantenham

inferiores a 2,5%.

Na zona euro, a operação de recompra de dívida pública grega foi concluída com sucesso e o desembolso

de mais uma tranche do resgate desbloqueado. Deu-se, assim, mais um passo na resolução da crise

soberana que contribuiu para um sentimento mais tranquilo. Prova disso mesmo foi a reacção à

instabilidade (rapidamente dissipada) com a reentrada de Sílvio Berlusconi na cena política italiana. Em

termos macroeconómicos, apesar do BCE ter cortado as estimativas de crescimento para 2013 de +0,5%

para -0,3%, as perspectivas também melhoraram, algo visível na recuperação do índice de confiança da

indústria na Alemanha (IFO) e nos indicadores de actividade (PMI) da zona euro.

Este contexto revelou-se positivo para mercado de acções, sobretudo nos Emergentes, onde os

indicadores económicos sinalizaram uma melhoria generalizada. O MSCI Emerging Markets subiu 4,8% e

compensou o desempenho mais fraco no resto do ano, enquanto o Eurostoxx50 ganhou 2,4%. Nos EUA,

os ganhos no S&P500 foram limitados (+0,7%) pelo adiamento de um acordo que evitasse o fiscal cliff.

Apesar do sentimento favorável para os activos de risco na zona euro, a dívida pública alemã manteve-se

suportada pelo contexto deprimido de crescimento e inflação. Os yields a 10 anos desceram em cerca de

7pb para 1,32%, enquanto os yields mais curtos voltaram para terreno negativo. Na dívida periférica, o

forte ajustamento da dívida grega à perspectiva de que a dívida privada remanescente não irá sofrer

mais cortes de capital suportou ganhos, sobretudo no caso da dívida portuguesa. As dívidas de Itália e

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 37

Espanha apresentaram valorizações modestas. A classe de crédito permaneceu bem suportada no

contexto global de taxas reduzidas e de procura por rendimentos. Os segmentos de maior risco

registaram os melhores desempenhos. O índice genérico de retorno total iBoxx Euro Corporates Overall

valorizou 1,0%, com o segmento financeiro a apresentar um retorno de 1,2%. A tendência positiva foi

mais vincada no segmento de dívida subordinada, com o iBoxx € Tier 1 em preço a recuperar 2,0% para

67,2%. Na mesma linha, o segmento High Yield manteve a tendência, com o spread do benchmark JP

Morgan HY a estreitar 46pb para 539pb.

2.3 Política de investimento: objectivos e princípios

Na composição do património do Fundo, a Entidade Gestora teve em conta os objectivos e as finalidades

a atingir pelo Plano de Pensões, no que diz respeito aos níveis adequados de segurança, de rendibilidade

e de liquidez das respectivas aplicações financeiras, tendo em conta a natureza e a exigibilidade dos

benefícios prometidos ou em pagamento, assegurando, nomeadamente:

a) a adequada diversificação e dispersão de riscos, evitando a dependência excessiva de um determinado

activo ou emitente e a limitação do risco de liquidez especialmente no curto e médio prazos;

b) a selecção criteriosa das aplicações em função do seu risco intrínseco e do risco de mercado, tendo

em consideração as informações credíveis disponíveis, designadamente as notações de risco de crédito

atribuídas pelas agências de rating;

c) a aplicação prudente em activos que, pela sua natureza ou qualidade do emitente, apresentem um

elevado grau de risco;

d) o cumprimento do Regulamento de Gestão e das disposições legais aplicáveis.

O património do Fundo só é constituído por valores mobiliários, participações em instituições de

investimento colectivo, instrumentos representativos de dívida de curto prazo, depósitos bancários,

outros activos de natureza monetária.

A Entidade Gestora recorreu à utilização de técnicas e instrumentos adequados à gestão do Fundo tais

como os instrumentos financeiros derivados e as operações de reporte e de empréstimo de valores, nas

condições e limites definidos por norma do Instituto de Seguros de Portugal. A utilização de instrumentos

derivados teve como objectivo exclusivo a cobertura de riscos.

As aplicações em caixa e em disponibilidades à vista representam um valor residual, salvo em situações

efectivas de força maior que conduzam, temporariamente, ao incumprimento deste princípio,

nomeadamente em casos de entrega de contribuições, de necessidades de tesouraria ou de elevada

instabilidade dos mercados financeiros.

À Entidade Gestora fica vedado:

a) Adquirir acções próprias para o Fundo;

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 38

b) Oferecer a terceiros os activos do Fundo para garantia, qualquer que seja a forma jurídica a assumir

por essa garantia, excepto no âmbito de contratos de reporte ou de empréstimo de valores ou outros

com o objectivo de uma gestão eficaz de carteira, nos termos da legislação aplicável;

c) Assumir responsabilidades de que possa resultar a necessidade de provisionar o Fundo com verbas

adicionais, quer por recurso a empréstimos, quer por acordos ou contratos cujo cumprimento possa

onerar o Fundo;

d) Conceder crédito, por conta do Fundo, nomeadamente crédito hipotecário ou crédito aos Participantes.

Não podem ser adquiridos nem entregues como contribuição para o Fundo:

a) Valores mobiliários emitidos ou detidos pela Entidade Gestora;

b) Valores mobiliários emitidos ou detidos por sociedades que sejam membros dos órgãos de gestão da

Entidade Gestora, ou que com esta estejam em relação de domínio ou de grupo, ou que possuam,

directa ou indirectamente, mais do que 10% do capital social ou dos direitos de voto desta, salvo se os

títulos se encontrarem admitidos à negociação numa bolsa de valores ou em outro mercado

regulamentado de Estado membro da União Europeia ou em mercado análogo de país da OCDE;

c) Valores mobiliários emitidos ou detidos pelo Associado do Fundo ou por sociedades que estejam em

relação de domínio ou de grupo com esse Associado, salvo se os títulos se encontrarem admitidos à

negociação numa bolsa de valores ou em outro mercado regulamentado de Estado membro da União

Europeia ou em mercado análogo de país da OCDE;

d) Valores mobiliários emitidos ou detidos por sociedades cujo capital social ou direitos de voto

pertençam, directa ou indirectamente, em mais do que 10% a um ou mais administradores da Entidade

Gestora, em nome próprio ou em representação de outrem, e aos seus cônjuges e parentes ou afins no

1.º grau;

e) Valores mobiliários emitidos ou detidos por sociedades de cujos órgãos de gestão ou de fiscalização

façam parte um ou mais administradores da Entidade Gestora, em nome próprio ou em representação de

outrem, seus cônjuges e parentes ou afins no 1.º grau, salvo se os títulos se encontrarem admitidos à

negociação numa bolsa de valores ou em outro mercado regulamentado de Estado membro da União

Europeia ou em mercado análogo de país da OCDE.

2.4 Cumprimento dos princípios e regras prudenciais

Não existem quaisquer situações de incumprimento dos limites regulamentares de diversificação e

dispersão prudenciais estipulados no Regulamento de Gestão, nomeadamente:

a) o investimento em valores mobiliários que não se encontrem admitidos à negociação num mercado

regulamentado não pode representar mais do que 15%;

b) o investimento em UP’s de organismos de investimento colectivo não harmonizados não pode

representar mais do que 10%;

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 39

c) o investimento em activos expressos em moedas distintas daquela em que estão expressas as

responsabilidades do fundo de pensões não pode representar mais do que 30%;

d) o valor de mercado dos activos cedidos em operações de empréstimo não pode exceder os 40%;

e) o investimento numa mesma sociedade não pode representar mais do que 10%, e 5% caso se tratem

de investimentos em associados do fundo de pensões ou em sociedades em relação de domínio ou de

grupo com esses associados;

f) o investimento relativamente a sociedades em relação de domínio ou de grupo entre si ou com a

entidade gestora não pode representar mais do que 20%, e 10% caso se tratem de investimentos

efectuados no conjunto dos associados do fundo de pensões e das sociedades que se encontrem em

relação de domínio ou de grupo com esses associados;

g) o investimento em UP’s de um único organismo de investimento colectivo não harmonizado não pode

representar mais do que 2%;

h) caso os organismos de investimento colectivo não harmonizado invistam em outros organismos de

investimento colectivo não harmonizado, é considerado o investimento em UP’s de cada um destes

outros organismos, o qual não pode representar mais do que 2%.

2.5 Comparação dos limites de exposição e da alocação estratégica com a alocação actual

O Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado contempla uma carteira de

investimento, com um perfil agressivo, e cuja composição, sem prejuízo das regras estabelecidas na

Política de Investimento constante do Regulamento de Gestão, é a seguinte:

10% a 35% de Activos do Tipo I, 45% a 85% de Activos do Tipo II, máximo de 15% de Activos do Tipo

III, máximo de 15% de Activos do Tipo IV, e máximo de 10% de Activos do Tipo V.

Considera-se:

a) Activos do Tipo I, acções, obrigações convertíveis ou que confiram direito à subscrição de acções ou,

ainda, por quaisquer outros instrumentos que confiram o direito à sua subscrição ou que permitam uma

exposição aos mercados accionistas, designadamente warrants e participações em instituições de

investimento colectivo cuja política de investimento seja constituída maioritariamente por acções;

b) Activos do Tipo II, os activos financeiros que integram a categoria de obrigações e títulos

representativos de dívida similares não incluídas na alínea anterior, fundos mobiliários de obrigações ou

maioritariamente de obrigações, títulos representativos de dívida da mesma natureza e títulos de dívida

pública;

c) Activos do Tipo III, aplicações em terrenos e edifícios, acções de sociedades imobiliárias e unidades de

participação em fundos de investimento imobiliário;

d) Activos do Tipo IV, os activos financeiros que integram a categoria de dívida de curto prazo, depósitos

bancários e outros instrumentos monetários;

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e) Activos do Tipo V, o investimento em unidades de participação de organismos de investimento

colectivo não harmonizados.

Alocação a 31/12/2012

OCPE Activos Tipo I Activos Tipo II Activos Tipo III Activos Tipo IV Activos Tipo V

ISP 415 Limites Min - Max 10% - 35% 45% - 85% 0% - 15% 0% - 15% 0% - 10%

Exp Ref.ª 25% 65% 5% 5% -

Exposição Directa 34,82% 61,99% 0,00% 4,30% 0,00%

2.6 Evolução da estrutura da carteira de investimentos

Jan

Jan

Jan

Jan

Fev

Fev

Fev

Fev

Fev

Mar

Mar

Mar

Mar Mar

Abr

Abr

Abr

Abr Abr

Mai

Mai

Mai

Mai

Mai

Jun

Jun

Jun

Jun Ju

n

Jul

Jul

Jul Jul

Jul

Ago

Ago

Ago

Ago Ago

Set

Set

Set

Set

Set

Out

Out

Out

Out

Out

Nov

Nov

Nov

Nov

Nov

Dez

Dez

Dez

Dez

Dez

Jan

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Acções Obrigações Hedge Funds Imobiliário Outros Liquidez

Janeiro

Durante o mês de Janeiro de 2012, os três fundos da gama Optimize Capital Pensões obtiveram

rentabilidades excepcionais que começaram a compensar, parcialmente, os resultados do ano de 2011.

Tal deveu-se não só à subida dos mercados accionistas, neste início do ano, como à recuperação das

obrigações do Tesouro Português fortemente penalizadas em 2011 pelos problemas relacionados com a

Grécia. Tal é visível na recuperação do fundo Optimize Capital Pensões Moderado, essencialmente

composto por Obrigações.

Confirma-se assim que as apostas nas empresas multinacionais com forte implantação nos mercados

emergentes, e na recuperação da situação financeira de Portugal, poderão proporcionar as rentabilidades

que todos esperamos em 2012.

Fevereiro

Dentro de uma opção de gestão a longo prazo que consideramos a única adequada a Fundos de

Pensões, orientamos as suas carteiras em dois vectores fundamentais:

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 41

• O investimento obrigacionista na subscrição de Obrigações do Tesouro Português de curto prazo (2

a 5 anos) de modo a beneficiar das suas elevadas rentabilidades, e, igualmente, a subscrição de

fundos internacionais dos melhores gestores;

• O investimento accionista na elevada diversificação internacional da gestão, nomeadamente fora

da Europa e em zonas e sectores que muito deverão beneficiar da profunda mutação em curso no

desenvolvimento económico mundial;

• Tal concretizou-se pela elevada performance no início de 2012 (proveniente dos dois aspectos

acima focados) que permitem algum optimismo para 2012.

Março

Dentro de uma opção de gestão a longo prazo que consideramos a única adequada a Fundos de

Pensões, orientamos as suas carteiras em dois vectores fundamentais:

• O investimento obrigacionista na subscrição de Obrigações do Tesouro Português de curto prazo (2

a 5 anos) de modo a beneficiar das suas elevadas rentabilidades, e, igualmente, a subscrição de

fundos internacionais dos melhores gestores;

• O investimento accionista na elevada diversificação internacional da gestão, nomeadamente fora

da Europa e em zonas e sectores que muito deverão beneficiar da profunda mutação em curso no

desenvolvimento económico mundial;

• Tal concretizou-se pela elevada performance no início de 2012 (proveniente dos dois aspectos

acima focados) que permitem algum optimismo para 2012.

Abril

Dentro de uma opção de gestão a longo prazo que consideramos a única adequada a Fundos de

Pensões, orientamos as suas carteiras em dois vectores fundamentais:

• O investimento obrigacionista na subscrição de Obrigações do Tesouro Português de curto prazo (2

a 5 anos) de modo a beneficiar das suas elevadas rentabilidades, e, igualmente, a subscrição de

fundos internacionais dos melhores gestores;

• O investimento accionista na elevada diversificação internacional da gestão, nomeadamente fora

da Europa e em zonas e sectores que muito deverão beneficiar da profunda mutação em curso no

desenvolvimento económico mundial;

• Tal concretizou-se pela elevada performance no início de 2012 (proveniente dos dois aspectos

acima focados) que permitem algum optimismo para 2012.

Maio

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 42

No mês de Maio, os mercados financeiros foram amplamente afectados pelas dúvidas inerentes à

situação financeira das economias do Sul da Europa, nomeadamente através da “abertura de duas

frentes” constituídas pela Espanha e pela Itália.

Todavia o impacto nas rentabilidades não foi excessivo, apresentando os três fundos rentabilidades

superiores a 7% desde o início do ano. Tal facto deve-se à procura permanente de uma diversificação

intencional e ao “stock-picking” exercido com algum êxito.

Junho

Em Junho, ou seja depois da Cimeira de 27 e 28 deste mês, os mercados acreditaram na vontade dos

governantes Europeus em implantarem as políticas fiscais, monetárias, bancárias e de crescimento

económico necessárias, não só para o reequilíbrio das Finanças Públicas dos países do Sul da Europa,

mas sobretudo para a retoma do crescimento económico não só Europeu como extra-Europeu (Ásia,

Estados-Unidos).

As rentabilidades de cerca de 3% obtidas no mês revelam não só a recuperação do valor das obrigações

de Dívida soberana, entre outras, como a recuperação generalizada dos mercados accionistas. Com uma

rentabilidade em 6 meses acima de 10% em todos os Fundos, consideramos ter recuperado num

contexto difícil, uma boa parte da insuficiente rentabilidade de 2011. Consideramos que o segundo

semestre permitirá confirmar as performances animadoras do primeiro semestre.

Julho

Contrariamente ao verão negro de 2011, no mês de Julho 2012, verificou-se uma melhoria sensível das

carteiras, nomeadamente das que comportam uma maior percentagem de acções.

Assim, e corrigindo largamente os efeitos da crise em 2011, todos os fundos da gama Optimize Capital

Pensões apresentam uma elevada rentabilidade, da ordem de 14%, desde o início do ano, sendo a nossa

previsão para o final do ano largamente positiva, tendo em conta a política de diversificação internacional

das carteiras e algumas apostas de êxito como a do investimento em dívida pública Portuguesa com

valorização de 30% desde o início do ano.

Agosto

No mês de Agosto, os mercados de Obrigações e de Acções continuaram a evoluir positivamente, o que

permitiu aos 3 fundos da gama Optimize Capital Pensões uma valorização ligeiramente acima de 2% no

mês, a que corresponde uma valorização desde o início do ano superior a 16% e nos últimos 12 meses

superior a 20%.

As apostas quer nas Obrigações do Tesouro Português, quer nos melhores fundos de Acções Europeias,

Americanas e Emergentes, revelaram-se assim como acertadas.

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 43

As recentes medidas de facilitação do crédito quer por parte do BCE, quer da FED devem permitir manter

estas performances nos 3 fundos, nos próximos meses.

Setembro

O ano de 2012 tem permitido uma excepcional recuperação das performances dos três fundos da gama

Optimize Capital Pensões, expressas em rentabilidades superiores a 20% nos últimos doze meses. Com

rentabilidades de 1,2% no mês de Setembro de 2012 a tendência manteve-se, sobretudo devido à

política de aplicações nas Obrigações do Tesouro Portuguesas, Espanholas e Italianas que beneficiaram

da melhoria das expectativas quanto à evolução destas economias e das suas Finanças Públicas.

Até ao final de 2012, procuraremos manter esta política que, como pode verificar tem demonstrado sua

eficiência nas carteiras mais agressivas (Acções), como nas que se limitaram a investir 5% em acções

(Moderado).

Outubro

Durante o mês de Outubro, as incertezas ligadas às eleições Americanas com incidência sobre o nível do

défice orçamental Americano, logo da sua divida pública, juntaram-se às dificuldades de reembolso da

dívida Grega e mesmo Portuguesa.

Assim, e apesar do comportamento positivo mensal dos três fundos da gama Optimize Capital Pensões,

registamos uma pequena baixa da rentabilidade anual, abaixo dos 20%, a qual nos permite uma

perspectiva positiva bastante positiva para o final do ano.

Novembro e Dezembro

Neste final do ano não podemos deixar de assinalar que, ao colocar os seus três Fundos de Pensões

Abertos nos três primeiros lugares do ranking de performances, quer em 2012 quer nos últimos 2 anos

(2012-2013), a Optimize consegui provar que é possível, em período de crise, recorrer à capitalização

como suporte às dificuldades crescentes dos regimes de repartição da Segurança Social.

Se tal se deve à longa aprendizagem da gestão de activos numa óptica de longo prazo dos seus gestores,

no seio de Seguradoras Vida Internacionais (França, Suíça e Luxemburgo) para estas performances

contribuíram duas ideias de base, que se revelaram positivas:

• O sentimento de que apesar da crise económica Europeia e da situação da economia Americana, a

recuperação estava em curso, além de que as grandes empresas multinacionais, operando

mundialmente, ultrapassaram estas crises alargando os seus mercados ou seja aproveitando as enormes

potencialidades da mundialização.

• A forte convicção que Portugal, apesar de todo o esforço e perda de nível de vida, resultante da

austeridade, acabaria por «regressar aos mercados da dívida» permitindo que as Obrigações do Tesouro

registassem fortes valorizações ao longo do exercício, mesmo sem assumir riscos de durações demasiado

longas.

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 44

2.7 Rendibilidade e níveis de risco do fundo de pensões

Rendibilidade

efectiva

Valores

Anualizados

Rendibilidade

mediana

Valores

Anualizados

YTD 22,07% - 10,50% -

1 Ano 22,07% - 10,50% -

2 Anos 13,57% 6,57% 4,40% 2,18%

3 Anos - - 3,80% 1,25%

Medidas de Rendibilidade

Fundo Mercado*

* As rendibilidades de mercado foram estimadas com base nos dados fornecidos pela Mercer Investment Consulting

Análise de Risco a 31/12/2012

YTD 1 Ano

Desvio Padrão Anualizado 5,92% 5,92%

Annualised Downside Deviation 0,09% 0,09%Gain/Loss Ratio 3,33 3,33Índice de Sharpe Anualizado 3,70 3,70

Medidas de Volatilidade e Risco

Risco Total (Desvio Padrão anualizado) 6,86%

C/Derivados S/Derivados

Value-At-Risk em Euros 17.092 17.092

Value-At-Risk (%) 3,89% 3,89%

Tabela Resumo

A análise do Fundo foi realizada à data de 31-Dez-2011. De entre as principais variáveis analisadas,

destaque-se o desvio padrão da carteira de 6,86%. É importante referir que o desvio-padrão da carteira

(aqui calculado) é diferente do desvio-padrão do fundo (no quadro mais acima), já que o desvio-padrão

do fundo mede apenas volatilidade da UP (ex-post), e o desvio-padrão da carteira tem em conta a

volatilidade “forward looking” de cada classe de activos.

A análise do “Value-at-Risk” mostra que a perda máxima expectável é de €17.092 o que corresponde a

3,89% da carteira. De momento a estratégia seguida não inclui a utilização de derivados. Na tabela do

“Breakdown do risco do portfolio” verifica-se que o risco estimado do Fundo deriva principalmente da

escolha dos títulos em termos de Curva de Rendimentos, sendo menor o risco proveniente de Spread e

de Indústria e de Estilo. Existe ainda risco moeda, que leva em consideração a exposição directa à moeda

em que os activos estão denominados e a exposição implícita a outras moedas. Neste caso, a correlação

moeda/mercado é negativa, o que significa que pelo facto de o Fundo estar exposto a moedas diferentes

do Euro está a aumentar a diversificação do Fundo.

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 45

VaR % Risco Desvio Padrão

Risco de Mercado 16.708 95,56% 6,71%Indústria 667 0,15% 0,27%

Estilo 60 0,00% 0,02%Curva de Rendimentos 14.049 67,56% 5,64%

Spread 9.930 33,75% 3,99%

Mercados Emergentes 0 0,00% 0,00%Commodity 0 0,00% 0,00%

Hedge Fund 0 0,00% 0,00%

Correlação 0 -8,08% 0,00%Risco Específico 2.520 2,17% 1,01%

Risco Moeda 6.132 12,87% 2,46%Correlação Moeda/Mercado 0 -8,43% 0,00%

17.092 100% 6,86%

Breakdown do Risco do Portfolio

Breakdown do risco por região geográfica

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

Correlação

Portugal

Euro

E.U.A.

Breakdown do risco por moeda

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 46

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

% em carteira % Risco Total

EUR USD

Activos que mais contribuem para o Risco Total

Peso Efectivo Desvio padrão % Contribuição

OT 4.35% 10/16/17 18,62% 26,91% 54,54%

INVESCO EURO CORP 11,19% 9,47% 8,74%

Amundi Eur High BND 10,42% 10,22% 8,73%

PICTET Eur High Yiel 10,23% 8,32% 8,43%

Morgan St-Euro Corp 9,24% 8,11% 6,14%

Peso Efectivo Desvio padrão % Contribuição

Schroder Int BRIC AC 1,56% 20,79% 1,52%

Peso Efectivo Desvio padrão % Contribuição

OT 4.35% 10/16/17 18,62% 26,91% 54,54%

INVESCO EURO CORP 11,19% 9,47% 8,74%

Amundi Eur High BND 10,42% 10,22% 8,73%

PICTET Eur High Yiel 10,23% 8,32% 8,43%

Morgan St-Euro Corp 9,24% 8,11% 6,14%

Obrigações

Acções

Carteira

2.8 Benchmarks de performance e resultados

O benchmark definido para a avaliação da performance das carteiras do Fundo é um compósito

determinado por:

• 25% dos índices ‘DJ Euro Stoxx 50’ e ‘MSCI World Eur Hedged’, em proporção idêntica;

• 65% dos índices ‘EFFAS Bond Euro govt all > 1Yr Total Return’ e ‘FTSE Euro Corporate Bond All

Maturities’, em proporção idêntica;

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 47

• 10% dos índices ‘Euro MTS Eonia Index’ e ‘Índice Imobiliário APFIPP’, em proporção idêntica.

No exercício de 2012, o índice de referência fixou-se nos 8,88%, ao passo que a rendibilidade apurada

do Fundo foi de 22,07%.

Peso Médio (1) TWR (2) Contribuição

Acções 31,79% 17,60% 5,49%

Inv. Directo 9,12% 98,56% 2,16%

Inv. Indirecto 22,67% 16,80% 3,33%

Futuros 0,00%

Obrigações 65,03% 28,90% 17,36%

Inv. Directo 31,15% 40,95% 11,34%

Taxa Fixa 31,15% 40,95% 11,34%

Taxa Variável 0,00% 0,00% 0,00%

Estruturas 0,00% 0,00% 0,00%

Inv. Indirecto 33,88% 17,83% 6,02%

Futuros 0,00%

Imobiliário

Inv. Directo

Inv. Indirecto

Outros Fundos

Instr Mercado Monetário 3,59% -9,31% 0,16%

Outros (3) -0,40% -0,95%

100% 22,07%Total (1) - O Peso Médio é calculado usando o critério de média aritmética simples(2) - O método de cálculo da performance segundo a TWR é distinto do utilizado para o cálculo da rendibilidade do

fundo YTD que se encontra no n.º 2.7(3) - A componente "Outros" refere-se a ganhos/perdas cambiais, comissões, impostos e ganho não atribuível

A performance do Fundo até 31 de Dezembro, medida de acordo com a TWR, foi de 22,07% pb. Os

impactos positivos derivam da performance da classe de Obrigações, com uma contribuição para a

performance total de 1736pb e Acções, com uma contribuição para a performance total de 549pb.

Nenhuma das classes apresentou resultado negativo. A categoria de Inv. Indirecto foi a que teve mais

preponderância para o desempenho positivo por parte das acções.

Ot 4.35% 10/16/17 OBR 5,29% Vivendi Company ACC -0,14%

Ot 4.375% Junho 2014 OBR 2,66% Caterpillar Inc ACC -0,09%

Bespl 5.625% 06/14 OBR 2,46% Novartis Ag ACC -0,03%

Invesco Euro Corp OBR 1,53% Lyxor Etf Brazil ACC -0,01%

Gs - Us Growth Equit ACC 1,13% Axa ACC -0,01%

Breakdown da Performance da Carteira

Activos com maior

contribuição positiva Contribuição

Activos com maior

contribuição negativaContribuição

Breakdown da Performance por região geográfica

O impacto proveniente da componente accionista pode ser desagregado por região geográfica,

destacando-se o impacto do investimento na Europa, com uma contribuição para a performance total de

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 48

303pb e o investimento nos Estados Unidos da América, com uma contribuição para a performance total

de 214pb. O impacto proveniente da componente obrigacionista também pode ser desagregado por

região geográfica, destacando-se o impacto do investimento na Europa, com uma contribuição para a

performance total de 1486pb e o investimento em fundos que não investem numa região específica -

Global, com uma contribuição para a performance total de 124pb.

Peso Médio

Acções 31,79% 5,49%

Europa 21,13% 3,03%

Global 1,07% 0,14%

EUA 7,87% 2,14%

Reino Unido 0,11% 0,01%

Japão 0,62% 0,03%

Mercados Emergentes 0,45% 0,16%

Brasil 0,53% -0,01%

Obrigacções 65,03% 17,36%

Global 5,88% 1,24%

Europa 49,62% 14,86%

EUA 0,76% 0,10%

Mercados Emergentes 8,77% 1,16%

Contribuição

Breakdown da Performance por região geográfica

GS - US Growth Equit US 1,13% OT 4.35% 10/16/17 Europa 5,29%

Apple Computer Inc US 1,05% OT 4.375% Junho 2014 Europa 2,66%

Optimize Inv. Activo Europa 0,76% BESPL 5.625% 06/14 Europa 2,46%

Schroder Int OP EUR Europa 0,47% INVESCO EURO CORP Europa 1,53%

Invesco Euro Growth Europa 0,26% PICTET Eur High Yiel Global 0,96%

Breakdown da Performance por região geográfica

Contribuição ContribuiçãoActivos com maior contribuição para a

performance das Acções

Activos com maior contribuição para a

performance das Obrigacções

2.9 Gestão dos riscos materiais a que o fundo se encontra exposto

A estratégia de gestão de riscos da entidade gestora contempla a identificação dos riscos a que os fundos

de pensões por si geridos se encontram expostos e respectivo enquadramento no âmbito das suas

principais orientações estratégicas e políticas de negócio globais assim como a definição de

procedimentos para a monitorização frequente e detalhada dos riscos identificados.

Todas as fragilidades identificadas no âmbito de controlos internos são classificadas por tipo e por grau

(elevado, médio e baixo) de risco e resumidas numa matriz de Risk Appetite Statement.

Riscos específicos do plano de pensões

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 49

Consistem nos riscos inerentes aos benefícios estabelecidos no plano de pensões, associados

nomeadamente à mortalidade ou longevidade das populações abrangidas, à ocorrência de situações de

invalidez, à rotação da população de participantes, à passagem às situações de reforma antecipada ou

pré-reforma e ao grau de dependência dos benefícios dos regimes de segurança social.

Estes riscos podem conduzir a perdas resultantes da insuficiência ou incumprimento de contribuições, de

subestimação do valor das responsabilidades subjacentes aos compromissos assumidos nos planos de

pensões, do seu deficiente desenho ou da falha na prestação de informação aos participantes,

beneficiários e associados.

No caso dos planos BD (Benefício Definido) e mistos, tais perdas podem derivar do processo de desenho

do plano de pensões e de falhas na prestação de informação, mas estão essencialmente ligadas aos

processos de cálculo das responsabilidades e de financiamento do plano de pensões (incluindo a

determinação das correspondentes contribuições a cargo dos associados), podendo ter origem numa

multiplicidade de factores, tais como:

• Fiabilidade dos dados utilizados para o cálculo das responsabilidades;

• Desvios significativos entre a realidade e os pressupostos utilizados, não só ao nível demográfico

(mortalidade, morbilidade, acesso à situação de reforma antecipada ou pré-reforma e rotação da

população) como também financeiro (crescimento dos salários e das pensões);

• Subestimação dos valores das pensões a pagar nas situações de dependência dos benefícios dos

regimes de segurança social.

No que diz respeito aos planos CD (Contribuição Definida) e mistos, as perdas estão particularmente

ligadas ao processo de desenho do plano de pensões e de falhas na prestação de informação, podendo

no entanto estarem também ligadas ao incumprimento das contribuições previstas.

A entidade gestora faz uma gestão prudente e sólida dos riscos específicos do plano de pensões BD ou

mistos, realizando uma revisão actuarial contínua, assim como análises específicas aos riscos

materialmente mais relevantes, tomando em consideração os relatórios dos actuários responsáveis e

assegurando a monitorização do cumprimento das respectivas recomendações. Adicionalmente, são

realizados estudos de stress testing ou de análises de cenários pela Direcção de Risco e Reporting (DRR).

Os actuários responsáveis procedem regularmente à avaliação actuarial e financeira dos planos de

pensões, a partir de informação validada pela Direcção Técnica e Comercial (DTC) que revê o relatório e

controla e monitoriza o risco específico dos fundos pensões, garantindo o necessário financiamento das

responsabilidades e informando o associado da necessidade de fazer dotações, quando necessário.

Trimestralmente, são efectuadas análises de activos e passivos (estudos ALM), onde são determinadas as

responsabilidades e os custos decorrentes dos respectivos planos de pensões, e avaliadas as

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 50

composições das carteiras de activos financeiros que integram o património dos respectivos fundos de

pensões. As conclusões das referidas análises assentam no conceito de valor esperado, numa perspectiva

probabilística, sendo as mais prováveis nos cenários de evolução de carteira de activos estudados (base,

optimista e pessimista).

Com o objectivo de acompanhar a solvência dos planos a médio e longo prazo são analisadas e testadas

a adequação das carteiras de activos, tendo em conta o cumprimento das exigibilidades dos passivos dos

respectivos fundos.

Risco de mercado

Define-se como o risco de movimentos adversos no valor de activos do fundo de pensões, relacionados

com variações dos mercados de capitais e cambiais, nomeadamente flutuações em taxas de juro, taxas

de câmbio, cotações de acções, preços de mercadorias, e do valor do imobiliário, e ainda os riscos

associados ao uso de instrumentos financeiros derivados, ou de produtos substantivamente equiparáveis

Nos Fundos de Pensões, o risco de mercado decorre essencialmente das exposições em títulos, incluindo

unidades de participação de fundos de investimento, derivados e imóveis detidos em carteira.

As metodologias e modelos utilizados pela entidade gestora na gestão de risco de mercado encontram-se

em linha com as boas práticas internacionais. As técnicas utilizadas para medir e controlar o risco de

mercado incluem o Value-at-Risk (VaR), Duration e PV01, stress testing e testes de cenários.

Considerando que o risco de incumprimento (ou de default) não é capturado pelo VaR, relativamente ao

risco de crédito intrínseco à carteira de negociação, são conduzidos casuisticamente análises de impactos

sobre variações sobre factores de risco específicos desta perspectiva, como sejam, sensibilidade a

variações de spread de crédito, jump-to-default, concentrações por nível de rating.

Risco de crédito

Consiste no risco de incumprimento ou de alteração na qualidade creditícia dos emitentes de valores

mobiliários aos quais o fundo de pensões está exposto, bem como dos devedores, prestatários,

mediadores, participantes, beneficiários e resseguradores que com ele se relacionam

A avaliação do risco de crédito dos fundos de pensões é realizada tendo por base o modelo de análise

utilizado pela DRR, assente na ferramenta BarraOne, permitindo a decomposição do risco dos activos por

diversos factores, nomeadamente o factor Spread – analisa a diferença entre a curva swap e a curva de

dívida pública, e eventos de crédito, calculando a respectiva alocação em termos de risco. Adicionalmente

é monitorizado o rating de cada instrumento e a sua evolução.

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 51

A DRR possui uma área especializada em risco de crédito, pelo que, sempre que se considere necessário,

são realizadas análises de risco de crédito específicas para devedores, participantes ou outros.

Risco de concentração

Define-se como o risco que resulta de uma elevada exposição do fundo a determinadas fontes de risco,

tais como categorias de activos ou tipos de benefícios, com potencial de perda suficientemente elevado

para afectar de forma material a situação financeira ou de solvência do fundo. Consiste na probabilidade

de ocorrência de perdas devido a uma concentração excessiva em termos de exposição a determinados

riscos, tais como categoria de activos ou tipos de benefícios, tendo como principais fontes:

• Área geográfica – através do sistema BarraOne é feita a desagregação do Risco Total e do VAR por

país, permitindo monitorizar a evolução do mesmo;

• Por moeda – através do sistema BarraOne é feita a desagregação do Risco Total e do VAR por

moeda, permitindo monitorizar a evolução do mesmo;

• Sectores económicos – através do sistema BarraOne é feita a desagregação do Risco Total e do

VAR por sector económico, permitindo monitorizar a evolução do mesmo;

• Contrapartes – é analisado o risco de crédito por contraparte (repos e derivados), considerando

um nível de tolerância pré-definido e em linha com as disposições regulamentares.

Conforme referido, o sistema BarraOne permite analisar o risco das carteiras desagregado pelos vários

factores explicativos do risco, nomeadamente entre as componentes de risco específico e risco global (ou

de mercado), o qual por sua vez é desagregado em diversos constituintes. Esta característica permite

analisar a concentração por exemplo ao risco da curva de rendimento, ou aos spreads. Os relatórios

mensais incluem uma análise das cinco maiores exposições em termos de risco, quer em termos

absolutos, quer em termos de VaR, incluindo o diagrama de intersecção de risco.

Risco de Liquidez e de ALM

Consiste no risco que advém da possibilidade do fundo de pensões não deter activos com liquidez

suficiente para fazer face aos requisitos de fluxos monetários necessários ao cumprimento das

responsabilidades assumidas para com os beneficiários à medida que se vencem. O risco de liquidez

define-se como a probabilidade de ocorrência de perdas devido à incapacidade de uma instituição dispor

de fundos líquidos para cumprir com as suas obrigações, e se tal é efectuado em condições razoáveis. O

risco de liquidez está associado aos custos adicionais para obter liquidez ao alienar investimentos ou

outros activos de forma não programada em virtude dos fundos de pensões não deterem activos com

liquidez suficiente para fazer face às suas responsabilidades à medida que elas se vencem.

Nos fundos de pensões, a adequação dos recursos financeiros face às responsabilidades é analisada em

função dos montantes e prazos dos compromissos assumidos e dos recursos obtidos, em função da

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 52

identificação de gaps. A DRR acautela mensalmente as necessidades de liquidez, tendo em consideração

as responsabilidades assumidas pelos fundos e as condições actuais do mercado.

Em termos de avaliação do risco de taxa de juro dos fundos de pensões, na componente dos activos,

esta é feita com o recurso ao sistema BarraOne. O modelo de análise utilizado pela DRR procede à

decomposição do risco de mercado nas várias componentes, entre os quais, a componente de risco de

taxa de juro embutida na variação de preço (decomposição do VaR nas várias componentes, incluindo

risco de taxa de juro).

Mensalmente são produzidos mapas de controlo de exposições, onde são apuradas os activos e passivos

por prazos de maturidade em termos globais. É feita uma avaliação detalhada do risco de taxa de juro,

analisando a estrutura de activos por prazo para maturidade, duração, duração por país e dos prazos de

refixação de taxa dos activos e passivos.

Em paralelo, a análise do risco cambial dos activos fundos de pensões é realizada tendo por base a

ferramenta BarraOne, que procede à decomposição das carteiras nas várias componentes, entre os

quais, a componente de risco de moeda e a sua correlação com os restantes factores de risco.

2.10 Utilização de produtos derivados

A utilização de derivados pela Banif Açor Pensões, em 2012, no âmbito da estratégia de investimento do

Fundos de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado, foi realizada no quadro da política de

investimento.

Durante o exercício de 2012, a Banif Açor Pensões utilizou, no âmbito da gestão eficaz da carteira,

instrumentos derivados, designadamente para a cobertura do risco cambial e do risco de variação de

preço dos instrumentos financeiros detidos pelas carteiras de investimento do Fundo.

A cobertura do risco cambial, à data de 31 de Dezembro de 2012, decorria da exposição a fundos cujos

activos subjacentes estavam denominados em moedas diferentes do Euro, designadamente em USD, e

foi realizada com recurso a forwards cambiais:

• FIDELITY EMER MKTS

• Amundi Global Aggreg

• NEUBER BERMAN H/Y

• Morgan ST Inv F-EM

Na mesma data e no âmbito da cobertura do risco de variação de preço dos instrumentos financeiros

detidos, não havia posições em aberto relativas à utilização de futuros.

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 53

2.11 Valor actual das responsabilidades passadas obtidas pelo cenário de financiamento

Banco L. J. Carregosa, S.A. (Adesão Colectiva nº 1)

O método de cálculo utilizado nesta avaliação actuarial para o apuramento das responsabilidades foi o

“Projected Unit Credit”. Este método consiste em mensurar o valor das responsabilidades para cada

participante de acordo com o tempo de serviço prestado durante a sua vida activa. Por cada ano de

serviço prestado é-lhe atribuída uma unidade de crédito. Essa unidade de crédito é quantificada em cada

ano pelo custo normal do plano. A responsabilidade total para cada participante consiste na

determinação do valor actual dos benefícios acumulados de reforma, reportado à data de avaliação.

O método de cálculo utilizado nesta avaliação actuarial para o apuramento das responsabilidades quer

para as pensões de velhice, invalidez e sobrevivência consistiu no cálculo do valor actual das pensões em

pagamento.

31-12-2012 31-12-2011

110.978,76 102.211,00

Velhice 0,00 0,00

Invalidez 0,00 0,00

Sobrevivência 110.978,76 102.211,00

1.824.284,39 1.501.750,11

1.935.263,15 1.603.961,11Responsabilidades efectivas

Responsabilidades

Valor Actual das Pensões em Pagamento

Valor Actual das Responsabilidades com Serviços Passados

2.12 Nível de cobertura das responsabilidades passadas obtidas pelo cenário de financiamento

Banco L. J. Carregosa, S.A. (Adesão Colectiva nº 1)

31-12-2012 31-12-2011

1.935.263,15 1.603.961,11

2.000.302,68 1.668.232,80

0,00 0,00

103,36% 104,01%Nível de Financiamento Global

Nível de Financiamento

Responsabilidades efectivas

Valor do Fundo (Total da Adesão Colectiva)

Responsabilidades não financiadas

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 54

A situação de solvência alterou-se desde o final do ano anterior. As responsabilidades aumentaram

20,66%, diminuindo o nível de financiamento para 103,36% no exercício.

Os resultados da avaliação actuarial do plano de pensões a 31 de Dezembro de 2012 e respectivas

recomendações do Actuário Responsável, encontram-se pormenorizados no respectivo Relatório.

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 55

3 Demonstrações Financeiras

3.1 Demonstração da Posição Financeira

(valores em euros)

NOTAS DEMONSTRAÇÃO DA POSIÇÃO FINANCEIRA 2012 2011

ACTIVO

7 Investimentos

Terrenos e Edifícios

Instrumentos de capital e unidades de participação 556.322 345.718

Títulos de dívida Pública 82.535 89.167

Outros títulos de dívida 79.800

Empréstimos concedidos

Numerário, depósitos em instituições de crédito e aplicações MMI 28.593 38.433

Outras aplicações

Outros activos

8 Devedores

Entidade gestora

Estado e outros entes públicos

Depositários

Associados

Participantes e beneficiários

Outras entidades

9 Acréscimos e diferimentos 5.044 4.799

TOTAL ACTIVOS 672.494 557.916

PASSIVO8 Credores

Entidade gestora 2.079 1.695

Estado e outros entes públicos 4.537 23

Depositários 248 201

Associados

Participantes e Beneficiários

Outras entidades

9 Acréscimos e diferimentos 580 580

TOTAL PASSIVO 7.444 2.499

VALOR DO FUNDO 665.050 555.417

VALOR DA UNIDADE DE PARTICIPAÇÃO 5,6446 4,6242

DEMONSTRAÇÃO DA POSIÇÃO FINANCEIRA DO FUNDO DE PENSÕES OPTIMIZE CAPITAL PENSÕES EQUILIBRADO

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 56

3.2 Demonstração de Resultados

(valores em euros)

NOTAS DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS 2012 2011

10 Contribuições 8.974 56.324

11 Pensões, capitais e prémios únicos vencidos 20.833 10.291

12 Ganhos Líquidos dos investimentos 113.974 -38.675

13 Rendimentos Liquidos dos investimentos 12.066 10.824

14 Outros rendimentos e ganhos 5.071 1.183

15 Outras despesas 9.619 13.400

Variação Líquida do Fundo do Exercício 109.633 5.964

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO FUNDO DE PENSÕES OPTIMIZE CAPITAL PENSÕES EQUILIBRADO

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 57

3.3 Demonstração de Fluxos de Caixa

(valores em euros)

DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA 2012 2011Fluxos de caixa das actividades operacionais

Contribuições

Contribuições dos associados 12.000

Contribuições dos participantes

Contribuições dos beneficiários

Transferências - De fundos de Pensões 44.324

Transferências - De Seguros

Transferências - De fundos de investimento PPR/E

Outras Entradas 8.974

Pensões, capitais e prémios únicos vencidos

Pensões pagas -6.703 -4.224

Prémios únicos para aquisição de rendas vitalícias

Capitais vencidos - Remições

Capitais vencidos - Vencimentos

Transferências - Para fundos de Pensões

Transferências - Para Seguros

Transferências - Para fundos de investimento PPR/E

Despesas de Adesão -3.585

Encargos inerentes ao pagamento das pensões e subsídios por morte

Prémios de seguros de risco de invalidez ou morte -5.473 -6.052

Indemnizações resultantes de seguros contratados pelo fundo

Participação nos resultados dos contratos de seguros emitidos em nome do fundo

Reembolso fora das situações legalmente previstas

Devolução por excesso de financiamento

Remunerações

Remunerações de gestão -7.370 -5.806

Remunerações de depósito e guarda de títulos -884 -763

Outros rendimentos e ganhos 1.216

Outras despesas -615 -5.137

Fluxo de caixa líquido das actividades operacionais -15.657 35.558

Fluxos de caixa das actividades de investimento

Recebimentos

A lienação / reembolso dos investimentos 564.949 109.184

Rendimentos dos investimentos 21.278 14.820

Operações cambias 60.306 206.601

Operações de futuros

Pagamentos

Aquisição dos investimentos -580.788 -675.472

Operações cambias -59.862 -204.456

Operações de futuros

Comissões de transacção e mediação -64 -5

Outros gastos com investimentos

Fluxo de caixa líquido das actividades de investimento 5.818 -549.328

Variação de caixa e seus equivalentes -9.838 -513.770Efeitos de alterações da taxa de câmbio -2

Caixa no ínicio do período de reporte 38.433 552.203Caixa no fim do período de reporte 28.593 38.433

DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA DO FUNDO DE PENSÕES OPTIMIZE CAPITAL PENSÕES EQUILIBRADO

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 58

3.4 Notas às Demonstrações Financeiras

1 Identificação do fundo de pensões, planos de pensões, associado e entidade gestora

Fundo de Pensões

O Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado, foi constituído em 22 de Novembro de

2010. À Banif Açor Pensões – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A., como entidade gestora,

compete-lhe a sua administração e gestão nos termos do normativo em vigor e nas condições

estabelecidas no respectivo regulamento de gestão.

O Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado, é um fundo de pensões aberto de

adesão colectiva ou individual. Contempla uma carteira de investimento, com um perfil equilibrado.

Planos de Pensões

O Fundo possui, a 31 de Dezembro de 2012, 3 adesões colectivas, 2 com planos de contribuição definida,

1 de benefício definido e 2 adesões individuais.

Associados

O Banco L. J. Carregosa, S.A. (Adesão Colectiva nº 1);

A Ribeiro Moreira – Gestão e Serviços, Lda. (Adesão Colectiva nº 2);

A PROGIFER – Promoção Imobiliária, S.A. (Adesão Colectiva nº 3);

Todos os Associados são entidades promotoras e contribuintes.

Entidade Gestora

A Banif Açor Pensões – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A.

2 Alterações aos planos de pensões ocorridas no exercício

Durante o exercício de 2012, não ocorreu nenhuma alteração aos Planos de Pensões do Fundo. Os

activos, responsabilidades e/ou riscos do Fundo não foram afectados por quaisquer factos ou

reestruturações ocorridas nos Associados.

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 59

3 Bases de apresentação e principais políticas contabilísticas

As demonstrações financeiras anexas foram preparadas segundo a convenção dos custos históricos

(modificada pela adopção do justo valor na mensuração dos investimentos em terrenos, edifícios e

instrumentos financeiros) e na base da continuidade das operações, a partir dos registos contabilísticos

reconhecidos em contas extrapatrimoniais da entidade gestora, mantidos de acordo com as normas

emanadas pelo Instituto de Seguros de Portugal.

A estrutura conceptual e de relato financeiro definida na Norma regulamentar nº 7/2010 – R, de 4 de

Junho estabelece que a entidade gestora deve elaborar demonstrações financeiras anuais do Fundo que

reflictam de forma verdadeira e apropriada o activo, as responsabilidades e a situação financeira do

Fundo, não contemplando a avaliação actuarial do Fundo nessa data expressa no respectivo Relatório

Actuarial.

A norma anteriormente mencionada estabelece que devem ser adoptados os princípios de mensuração

aplicáveis aos activos que compõem o património do Fundo estabelecidos na Norma Regulamentar n.º

9/2007-R, de 28 de Junho e que, sempre que não expressamente nela regulados, adoptar-se-á, quando

aplicável, os princípios de reconhecimento e de mensuração previstos nas Normas Internacionais de

Contabilidade.

As principais políticas contabilísticas adoptadas na preparação das demonstrações financeiras anexas são

as seguintes:

(a) Especialização dos exercícios

O Fundo respeita, na preparação das suas contas, o princípio contabilístico da especialização das receitas

e das despesas. Assim, as receitas e as despesas são registadas no exercício a que dizem respeito,

independentemente da data do seu pagamento ou recebimento.

(b) Investimentos financeiros

Os investimentos financeiros em carteira à data da preparação das demonstrações financeiras

encontram-se valorizados ao justo valor, em conformidade com a norma n.º 9/2007, de 28 de Junho, do

Instituto de Seguros de Portugal, a qual estipula a adopção de políticas e procedimentos de avaliação

adequados e pressupostos de avaliação uniformes, devendo os activos que se encontrem admitidos à

negociação em mercados regulamentados ser avaliados tendo por base o respectivo preço de mercado, o

qual não deverá ser utilizado para efeito da determinação do seu justo valor sempre que esse preço não

tenha sido obtido através de transacções normais de mercado.

Estes activos e aqueles que não se encontrem admitidos à negociação em mercados regulamentados,

devem ser avaliados tendo por base o seu presumível valor de realização, devendo-se para este efeito

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 60

considerar-se toda a informação relevante disponível sobre o emitente, nomeadamente a sua situação

patrimonial, bem como as condições de mercado vigentes no momento de referência da avaliação.

Os activos que se encontrem admitidos à negociação em mercados regulamentados, cujo valor de

cotação raramente se encontre disponível ou cujas quantidades transaccionadas nesses mercados sejam

insignificantes face à quantidade de transacções efectuadas em sistemas de negociação especializados e

internacionalmente reconhecidos, são avaliados, em alternativa ao preço de mercado, com base nos

preços praticados nesses sistemas.

As mais e menos – valias potenciais ou realizadas, reconhecidas na rubrica de Ganhos líquidos dos

investimentos no período em que ocorre a avaliação ou a alienação, são determinadas com base na

diferença entre o montante da avaliação e da alienação e a quantia escriturada do activo, a qual

corresponde ao valor do balanço no início do ano dos investimentos que transitaram de anos anteriores

ou custo de aquisição dos investimentos adquiridos durante o exercício.

Os depósitos bancários e outros activos de natureza monetária que compõem o património do fundo são

registados ao seu valor nominal, tomando-se em consideração às respectivas características intrínsecas.

(c) Unidades de participação

O valor patrimonial líquido do Fundo é dividido em unidades de participação inteiras ou fraccionadas até

à quarta casa decimal que conferem aos seus titulares o direito de propriedade.

O valor unitário corresponde ao quociente do valor patrimonial líquido da carteira à data do cálculo pelo

número das respectivas Unidades de Participação em circulação., o qual serve de base às subscrições e

aos resgates que são reconhecidos nas rubricas de Contribuições e Pensões, capitais e prémios únicos

vencidos.

(d) Contribuições e subscrições

As contribuições e subscrições do associado, participantes e dos beneficiários são registadas quando

efectivamente recebidas na rubrica de Contribuições.

(e) Pensões, capitais e prémios únicos vencidos

Os participantes e beneficiários poderão optar por qualquer modalidade de pagamento regulamentar

prevista, sendo os respectivos dispêndios reconhecidos no período a que dizem respeito.

(f) Ganhos e rendimentos

Os ganhos e rendimentos líquidos de investimento relacionados com activos financeiros e imobiliários

(rendas de imóveis) são registados no período a que respeitam.

(g) Comissões e outros encargos

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 61

As comissões registadas na demonstração dos resultados na rubrica de Outras despesas no período a

que dizem respeito compreendem (i) uma comissão anual fixa máxima de 1,25%, calculada diariamente,

que incide sobre o sobre o valor líquido do fundo, cobrada trimestralmente; acrescida de uma comissão

de performance de 20% sobre o excedente da rendibilidade líquida anual do Fundo acima do índice de

referência definido, apurada e cobrada no termo do exercício; (ii) uma comissão de 0,80% sobre o valor

das pensões processadas aos pensionistas das adesões colectivas com planos de benefício definido; (iii)

comissões pelo exercício das funções de instituição depositária, calculada diariamente e cobrada

mensalmente, através da aplicação de uma comissão máxima de 0,15% sobre o valor patrimonial médio

do Fundo; (iv) uma comissão sobre as contribuições efectuadas cujo valor máximo é de 2,00%,

destinada a remunerar exclusivamente os serviços prestados pelas entidades comercializadoras e (v)

comissões de mediação e outros encargos decorrentes da transacção de valores imobiliários, taxas de

supervisão e outros realizados no cumprimento das obrigações legais e regulamentares.

(h) Transacções e saldos em moeda estrangeira

Os activos e passivos expressos em moeda diferente são convertidos para euros, com base nas taxas de

câmbio indicativas publicadas diariamente pelo Banco de Portugal ou das cotações fornecidas pelas

agências de informação internacionalmente reconhecidas. As variações positivas e negativas resultantes

da actualização cambial são registadas em ganhos e perdas cambiais.

(i) Produtos derivados

São utilizados alguns instrumentos financeiros derivados com objectivo de redução de risco de

investimento ou de gestão eficaz da carteira. Os produtos derivados são avaliados ao justo valor ou,

sempre que não seja possível determinar, o preço tido como necessário para liquidar esses contratos,

tendo em conta quaisquer esquemas de compensação com a contraparte.

4 Regime fiscal aplicável ao fundo de pensões

I – Fundo de Pensões

IRC

Os rendimentos do Fundo de Pensões estão isentos de IRC nos termos do art.º 16º, n.º 1 do Estatuto

dos Benefícios Fiscais, excepto os dividendos das acções não detidas por um período superior a um ano.

IMI e IMT

O Fundo de Pensões está isento de pagamento de IMI e IMT nos termos dos art.º 16, n.º 2 e art.º 49,

n.º 1, ambos do EBF.

Imposto do Selo

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 62

O Fundo de Pensões está sujeito a Imposto do Selo nos termos gerais previstos na TGIS (Tabela Geral de

Imposto de Selo) designadamente, aquisição e arrendamento de imóveis, celebração de contratos de

seguros, constituição de garantias e operações financeiras.

A transmissão gratuita de valores aplicados em Fundos de Pensões, nos termos da alínea b do n.º 5 do

art.º 1 do Código de Imposto de Selo, está isenta de Imposto do Selo.

II – Contribuições, pensões e reembolsos

Planos de Pensões de Benefício Definido

O recebimento mensal do complemento de pensão é tributado em sede de IRS, categoria H, ao abrigo

dos artigos 11º e 53º do CIRS.

Planos de Pensões de Contribuição Definida

Contribuições

As contribuições facultativas efectuadas pelos Participantes têm enquadramento PPR nos termos dos

artigos 16º e 21º do EBF. São dedutíveis à colecta de IRS nos termos do artigo 78º do CIRS.

Benefícios

O recebimento das contribuições do Associado sob a forma de pensão/renda é tributado em sede de IRS,

categoria H, ao abrigo dos artigos 11º e 53º do CIRS. No caso das contribuições dos Participantes, a

pensão/renda é, ainda, tributada ao abrigo do artigo 54º do CIRS (dedução de capital).

O recebimento das contribuições do Associado sob a forma de capital é tributado em sede de IRS,

categoria A, ao abrigo do artigo 100º do CIRS, aplicando-se a isenção específica do nº 3 do artigo 18º do

EBF. Os rendimentos de capital são tributados em sede de IRS, categoria E, nos termos dos artigos 16º e

21º do EBF, tal como sucede no caso das contribuições dos Participantes.

5 Riscos associados à carteira de investimentos

As carteiras dos Fundos de Pensões estão expostas aos diversos tipos de risco existentes,

nomeadamente:

• Riscos específicos do plano de pensões;

• Risco de mercado;

• Risco de crédito;

• Risco de concentração;

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 63

• Risco de Liquidez e ALM

A estratégia de gestão dos riscos associados à carteira de investimentos é detalhada no ponto 2.9 do

presente relatório.

A avaliação do risco de investimento tem sempre subjacente o grau de exposição do Fundo a cada classe

de activos face à sua exposição central de referência e à avaliação das condições de mercado realizada

regularmente em ‘comité de investimento’. É efectuada de forma sistemática através de diversos

instrumentos e métodos utilizados e aceites nos mercados financeiros, designadamente o controlo de

bandas de variação de preços, o grau de exposição a títulos, sectores, países e rating, bem como a

utilização de medidas estatísticas tais como o VAR (‘Value at Risk’), a Volatilidade e o ‘backtesting’, entre

outros.

A informação dos níveis de risco do fundo de pensões e os resultados das medidas de risco utilizadas

encontram-se detalhadas no ponto 2.7 do presente relatório.

6 Inventário dos investimentos a 31/12/2012 com indicação do justo valor

Ver Anexo 1

7 Investimentos

2012 2011

Investimentos

Instrumentos de capital e unidades de participação 556.322 345.718

Títulos de dívida pública 82.535 89.167

Outros títulos de dívida 79.800

Numerário, depósitos em instituições de crédito e aplicações MMI 28.593 38.433

667.449 553.117

8 Devedores e Credores

2012 2011

Credores

Ent idade gestora 2.079 1.695

Estado e outros entes públicos 4.537 23

Depositários 248 201

6.864 1.919

9 Acréscimos e Diferimentos

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 64

2012 2011

Act ivo

Rendimentos a receber 5.044 4.799

5.044 4.799

A rubrica de ‘Rendimentos a receber’, diz respeito a rendimentos da carteira de títulos imputáveis ao

respectivo exercício cuja receita ocorrerá no futuro, nomeadamente, juros a receber.

2012 2011

Passivo

ROC 580 580

580 580

10 Contribuições

As contribuições efectuadas durante o exercício de 2012, resumem-se de acordo com o quadro abaixo:

2012 2011

dos associados 12.0000 12.000

de fundos de pensões 44.3240 44.324

devolução de comissões 5.477participação nos resultados (seguros) 3.497

8.974 08.974 56.324

Contribuições/subscrições

Transferências

Outros acréscimos

A comissão de gestão anual fixa é cobrada ao fundo pelo valor máximo definido no respectivo

Regulamento de Gestão, sendo trimestralmente efectuado o acerto para a comissão devida por cada

Adesão Colectiva do fundo, com a devolução de comissões aos respectivos participantes e respectiva

aquisição de Unidades de Participação.

Adesão Colectiva nº 1

As contribuições efectuadas durante o exercício de 2012, resumem-se de acordo com o quadro abaixo:

2012 2011

devolução de comissões 5.477

participação nos resultados (seguros) 3.497

8.974 0

8.974 0

Outros acréscimos

Adesão Colectiva nº 2

Não foram efectuadas contribuições durante o exercício de 2012.

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 65

2012 2011

de fundos de pensões 10.274

0 10.274

TransferênciasContribuições/subscrições

Adesão Colectiva nº 3

Não foram efectuadas contribuições durante o exercício de 2012.

2012 2011

dos associados 12.000

0 12.000

de fundos de pensões 29.737

0 29.737

0 41.737

Transferências

Contribuições/subscrições

Adesões Individuais

Não foram efectuadas contribuições durante o exercício de 2012.

2012 2011

de fundos de pensões 4.313

0 4.313

Transferências

11 Benefícios pagos

Os benefícios pagos durante o exercício de 2012, resumem-se de acordo com o quadro abaixo:

2012 2011

Pensões, capitais e prémios únicos vencidosPensões

Pensões pagas 6.703 4.2396.703 4.239

Outros encargosCapitais de cobertura (seguros) 5.473 6.052Honorários actuário 8.656

14.129 6.05220.833 10.291

Os custos com honorários dos Actuários Responsáveis das Adesões Colectivas, foram exclusivamente

afectos às Adesões Colectivas com planos de pensões de Benefício Definido, ocorrendo a alienação das

respectivas Unidades de Participação.

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Fundo de Pensões Aberto Optimize Capital Pensões Equilibrado – Relatório e Contas Anual 2012 66

Adesão Colectiva nº 1

Os benefícios pagos durante o exercício de 2012, resumem-se de acordo com o quadro abaixo:

2012 2011

Pensões, capitais e prémios únicos vencidosPensões

Pensões pagas 6.703 4.2396.703 4.239

Outros encargosCapitais de cobertura (seguros) 5.473 6.052Honorários actuário 8.656

14.129 6.05220.833 10.291

Adesão Colectiva nº 2

Não foram pagos benefícios durante o exercício de 2012.

Adesão Colectiva nº 3

Não foram pagos benefícios durante o exercício de 2012.

Adesões Individuais

Não foram pagos benefícios durante o exercício de 2012.

12 Ganhos líquidos dos investimentos

Os ganhos resultantes da avaliação ou da alienação de investimentos em 31/12/2012 eram provenientes de:

2012 2011

Instrumentos de capital 10.069 -7.957

Títulos de dívida do Estado ou de Outros Emissores Públicos 40.100 -9.224

Títulos de dívida de Emissores Privados 12.360 -6.337

Unidades de Participação em FIM (Harmonizados) maioritariamente de instrumentos de capital 17.998 -14.816

Unidades de Participação em FIM (Harmonizados) maioritariamente de títulos de dívida 35.228 -2.264

Unidades de Participação em FIM (Não Harmonizados) maioritariamente de instrumentos de capital 290 -65

Instrumentos Financeiros Derivados -2.071 1.987

Total 113.974 -38.675

13 Rendimentos líquidos dos investimentos

Os rendimentos líquidos de investimentos em 31/12/2012 resultam de: 2012 2011

Instrumentos de capital 1.135 1.132

Títulos de dívida do Estado ou de Outros Emissores Públicos 5.418 3.624

Títulos de dívida de Emissores Privados 4.550 3.791

Unidades de Participação em FIM (Harmonizados) maioritariamente de instrumentos de capital 240 434

Unidades de Participação em FIM (Não Harmonizados) maioritariamente de instrumentos de capital 30 100

Numerário, Depósitos em Instituições de Crédito e Aplicações no MMI 693 1.743

Total 12.066 10.824

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14 Outros rendimentos e ganhos

2012 2011

Acerto Actuários 5.071

Reembolso despesas 1.183

Total 5.071 1.183

O saldo de 5.071 euros na rubrica ‘Acertos Actuários’ diz respeito à anulação da provisão efectuada em

2011 para custos com honorários de Actuários Responsáveis, cujos encargos, passaram a ser, desde

2012, exclusivamente afectos às Adesões Colectivas com planos de pensões de Benefício Definido,

ocorrendo a alienação das respectivas Unidades de Participação, ao invés de ser contabilizados em

‘Outras Despesas’ do Fundo (ver Notas 11 e 15).

15 Outras despesas

2012 2011

Comissão Gestão fixa 7.754 6.875

Comissão de Depósito 931 825

Actuários 5.071

Revisores Oficiais Contas 580 580

Juros Devedores de D.O. 6

Imposto dividendos 260 23

Comissões de mediação 82 5

Taxa de Supervisão 6 18

Imposto selo 3

Outros 0

Total 9.619 13.400

Detalhe das comissões cobradas

2012 2011

ComissõesComissão Gestão

Comissao gestão fixa 7.754 6.8757.754 6.875

Comissão DepósitoComissão Depósito 931 825

8.684 7.700

16 Transacções envolvendo o fundo e o associado ou empresas com este relacionadas

Durante o exercício de 2012 não se efectuaram transacções envolvendo o fundo e o associado ou

empresas com este relacionados.

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17 Garantias por parte da entidade gestora

A Banif Açor Pensões não garante aos participantes do Fundo a preservação do capital investido nem

qualquer rendimento mínimo. Os riscos financeiros são os próprios dos activos que o compõem o Fundo,

quer individualmente, quer no conjunto da carteira de investimento que constituem.

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4 Certificação do Revisor Oficial de Contas do Fundo de Pensões

Ver Anexo 2

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5 Anexos

Anexo 1: Inventário dos investimentos a 31/12/2012 com indicação do justo valor

Anexo 2: Certificação do Revisor Oficial de Contas do Fundo de Pensões

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ISP - Norma Regulamentar N.º 6/2003-R

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Entidade Gestora: Banif Açor Pensões

Sede: Largo da Matriz, nº45, 9500-118, PONTA DELGADA

Fundo: FP Optimize Capital Pensões EquilibData: 2012-12-31

Designação Quantidade Cotação Cotação

(EUR)

Montante Juros

(EUR)

Montante Global

(EUR)

PARTE I - VALORES PATRIMONIAIS1. Valores Mobiliários Cotados

1.1. Mercado de Cot.Oficiais de Bolsa V.Port

1.1.1. Títulos de Dívida Pública

OT 4.35% 10/16/17 8 500 000.00 0.01 0.01 769.89 83 304.89

3. Unidades Particip. Inst.Invest.Colectivo

3.1. Fundos Harmonizados

Optimize Inv. Activo 8 042.25 11.78 11.78 392.74 95 105.56

Optimize Eur. Valor 125.66 1 001.09 1 001.09 3 784.17 129 583.11

SCHRODER INT € Corp 1 862.00 18.81 18.81 35 024.22

Schroder Int BRIC AC 46.00 149.09 149.09 6 858.14

PICTET Eur High Yiel 226.31 198.51 198.51 44 924.20

FIDELITY EMER MKTS 2 666.20 18.84 14.28 38 071.29

Amundi Eur High BND 2 641.34 17.32 17.32 45 747.94

Amundi Global Aggreg 238.49 192.66 146.02 34 823.99

INVESCO EURO CORP 3 101.00 15.84 15.84 49 123.87

NEUBER BERMAN H/Y 344.00 18.60 14.10 4 849.48

Morgan St-Euro Corp 912.20 44.37 44.37 40 474.51

Morgan ST Inv F-EM 1 219.00 38.87 29.46 35 912.18

560 498.48Sub-total:

5. Liquidez

5.1. A Vista

5.1.2. Depósitos à Ordem

28 592.78Depositos a Ordem

9. Outros Valores a Regularizar

9.1. Devedores e Credores

-7 346.27Outros

-7 346.27Sub-total:

665 049.88TOTAL DOS VALORES EM CARTEIRA

117 820.10

5.64

Unidades de Participação em circulação:

Valor Unitário de Unidades de Participação:

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