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Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo XIII FÓRUM DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PIBIC/CNPq e INICIAÇÃO CIENTÍFICA – FCMSCSP 2018/2019

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Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho

Faculdade de Ciências Médicas da

Santa Casa de São Paulo

XXIIIIII FFÓÓRRUUMM DDEE

IINNIICCIIAAÇÇÃÃOO CCIIEENNTTÍÍFFIICCAA

PPIIBBIICC//CCNNPPqq ee IINNIICCIIAAÇÇÃÃOO CCIIEENNTTÍÍFFIICCAA –– FFCCMMSSCCSSPP

22001188//22001199

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APRESENTAÇÃO DOS TRABALHOS CONTEMPLADOS COM BOLSA PIBIC/CNPq e INICIAÇÃO CIENTÍFICA FCMSCSP

VIGÊNCIA – 2018/2019

COMISSÃO CIENTÍFICA DA FCMSCSP

Prof. Dr. Wagner Ricardo Montor - Presidente

Profa. Dra. Andrea Vieira - Membro Titular

Profa. Dra. Bianca Maria Liquidato - Membro Titular

Profa. Dra. Cristiane Kochi - Membro Titular

Profa. Dra. Giselle Burlamaqui Klautau - Membro Titular

Profa. Dra. Helizabet Salomão Abdalla Ayroza Ribeiro - Membro Titular

Prof. Dr. Homero José Farias e Melo - Membro Titular

Profa. Dra. Kátia de Almeida - Membro Titular

Profa. Dra. Lígia Andrade da Silva Telles Mathias - Membro Titular

Prof. Dra. Luciana Malavolta Quaglio - Membro Titular

Profa. Dra. Marcele Pescuma Capeletti Padula - Membro Titular

Prof. Dr. Marcelo Benedito Menezes - Membro Titular

Prof. Dr. Marcelo Jenné Mimica - Membro Titular

Profa. Dra. Maria Fernanda Silber Caffaro - Membro Titular

Prof. Dr. Pedro Paulo Chieffi - Membro Titular

Prof. Dr. Rita de Cássia Barradas Barata - Membro Titular

Profa. Dra. Rosane Lowenthal - Membro Titular

Profa. Dra. Tainá Mosca - Membro Titular

Profa. Dra. Vera Lúcia dos Santos Alves - Membro Titular

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O XIII Fórum de Iniciação Científica da FCMSCSP é o momento de coroamento do

trabalho de todo um ano, desempenhado por nossos alunos, pesquisadores, professores e

orientadores.

Agradecemos à Diretoria da FCMSCSP e aos orientadores pelo apoio recebido assim

como aos consultores do CNPq que participaram desde a seleção até a avaliação final dos

trabalhos.

A Comissão Científica espera que este seja o início de uma carreira de sucesso para

nossos jovens pesquisadores.

Comissão Científica da FCMSCSP

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PP RR OO GG RR AA MM AA ÇÇ ÃÃ OO

Dia: 23 de outubro de 2019.

Locais: Anfiteatro Cristiano Altenfelder Silva, Anfiteatro Emílio Athiê, Auditório Prof. Dr. Orlando J. Aidar e Anfiteatro Prof. Dr. Walter Scatolini

Horário: das 10:00 às 13:00 horas – Apresentação Oral dos Trabalhos Contemplados para a Comissão Externa de Avaliação do PIBIC/CNPq e IC-FCMSCSP – Vigência 2018/2019 e a Comissão Científica da Faculdade. O Comitê Externo de Avaliação do CNPq será constituído por:

Profa. Dra. Gabriela Arantes Wagner

Professora do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal de São Paulo

Prof. Dr. Sérgio Setsuo Maeda

Médico Assistente da Universidade Federal de São Paulo UNIFESP – Escola Paulista de Medicina

Profa. Dra. Fernanda Ortis

Professora do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo – USP

Prof. Dr. Fernando Abdulkader

Professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo - USP

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TRABALHOS

RELAÇÃO DOS TRABALHOS CONTEMPLADOS Bolsas PIBIC/CNPq e IC – FCMSCSP

Vigência - 2018/2019 Apresentação Oral

Comitê Externo: Profa. Dra. Fernanda Ortis

Nome do trabalho: Perfil dos casos de óbito por endocardite infecciosa no Hospital Central da Santa Casa de

Misericórdia de São Paulo no período de 2006 A 2016

Autor(a): William Zheng Yang Wu – 3º ano Medicina

Co-autor(a): Júlia Chaves Cabral – 3º ano Medicina

Orientador(a): Profa. Dra. Geanete Pozzan

Nome do trabalho: Experiência com a realização de traqueostomia no leito em um hospital de ensino

Autor(a): Pedro Di Francesco Veiga – 4º ano Medicina

Co-autor(a): Letícia de Melo Silva – 4º ano Medicina

Orientador(a): Prof. Dr. Marcelo Benedito Menezes

Nome do trabalho: Avaliação da qualidade de vida dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço

Autor(a): Júlia Vilas Boas Gonçalves de Carvalho – 4º ano Medicina

Co-autor(a): Lucas Porto Maurity Dias – 4º ano Medicina

Orientador(a): Prof. Dr. Marcelo Benedito Menezes

Nome do trabalho: Aquisição de voz esofágica pós laringectomia total

Autor(a): Leticia Midori Ikedo – 4º ano Medicina

Co-autor(a): Catarina Soares Bartasevicius – 4º ano Medicina

Orientador(a): Prof. Dr. Leonardo da Silva

Nome do trabalho: Diagnóstico rápido de bacteremia por staphylococcus aureus e de resistência a antimicrobianos em

crianças hospitalizadas através de reação em cadeia pela polimerase

Autor(a): Paula Ribeiro Libório – 4º ano Medicina

Co-autor(a): Vítor Doria Ricardo – 4º ano Medicina

Orientador(a): Prof. Dr. Marcelo Jenné Mimica

Nome do trabalho: Identificação e susceptibilidade do complexo burkholderia cepacia em secreção respiratória de

pacientes portadores de fibrose cística na Santa Casa de SP em 2017

Autor(a): Mariana Mota Kertzman – 5º ano Medicina

Orientador(a): Profa. Dra. Lycia Mara Jenné Mimica

Nome do trabalho: Avaliação do desenvolvimento motor em pacientes com TEA e sua correlação com comportamento

adaptativo

Autor(a): Paolo Kam Ticeu – 5º ano Medicina

Co-autor(a): Erica Satie Fukusawa – 4º ano Medicina

Orientador(a): Profa. Dra. Rosane Lowenthal

Nome do trabalho: Evolução da cirurgia conservadora de laringe de 1991 a 2015

Autor(a): Pedro Salem Molino – 4º ano Medicina

Orientador(a): Prof. Dr. Leonardo da Silva

Nome do trabalho: Frequência dos tipos histológicos de tumores no sistema nervoso central em um hospital

universitário quaternário: levantamento de casos entre 2012 e 2016

Autor(a): RAFAEL TUZINO LEITE NEVES MAFFEI – 4º ano Medicina

Orientador(a): Prof. Dr. Dino Martini Filho

Nome do trabalho: Inibição mitocondrial no neurodesenvolvimento: possível modelo de esquizofrenia ou espectro de

transtorno autista?

Autor(a): Thiago Garcia Varga – 1º ano Medicina

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Co-autor(a): Juan Guilherme de Toledo Simões – 1º ano Medicina

Orientador(a): Profa. Dra. Tatiana Rosado Rosenstock

Nome do trabalho: Desenvolvimento de ferramenta educacional em anatomia humana com a utilização de QR Codes

Autor(a): Edmur Carlos de Araújo Filho – 3º ano Medicina

Co-Autor(a): André da Cruz Barbosa Nazzaro – 3º ano Medicina

Orientador(a): Profa. Dra. Mirna Duarte Barros

Nome do trabalho: Comparação dos critérios diagnósticos RIFLE e KDIGO para estudo da incidência de injúria renal

aguda em pacientes submetidos a grandes cirurgias abdominais eletivas não vasculares.

Autor(a): Glaucia Riu – 5ª Semestre de Enfermagem

Orientador(a): Prof. Dr. Emmanuel A. Burdmann

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RELAÇÃO DOS TRABALHOS CONTEMPLADOS Bolsas PIBIC/CNPq e IC – FCMSCSP

Vigência - 2018/2019 Apresentação Oral

Comitê Externo: Prof. Dr. Fernando Abdulkader

Nome do trabalho: Ocorrências de evasão de pacientes de um hospital de ensino Autor(a): Simone Farias dos Santos – 6º Semestre Enfermagem Orientador(a): Profa. Dra. Maria Angela Reppetto Nome do trabalho: Uso da citologia aspirativa como método de obtenção de amostras de melanomas metastáticos para estudo molecular Autor(a): Felipe Falero Albano – 5º Semestre Enfermagem Co-Autor(a): Andre Giacomazzi Martins – 3º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Mauro Tadeu Ajaj Saieg Nome do trabalho: Avaliação de Il-17 E vitamina D séricas em pacientes com asma controlada e não controlada Autor(a): Gabriela Accetta Rojas – 2º ano Medicina Co-Autor(a): Jéssica Donato – 3º ano Medicina Orientador(a): Profa. Dra. Wilma Neves Forte Nome do trabalho: Avaliação clínica e perfil de suscetibilidade das enterobactérias produtoras de carbapenemases isoladas em casos pediátricos de infecção de corrente sanguínea na Santa Casa De Misericórdia De São Paulo: contribuição de novos aspectos clínicos e microbiológicos Autor(a): Julia Robaton Bertazzo – 2º ano Medicina Orientador(a): Profa. Dra. Marinês Dalla Valle Martino Nome do trabalho: Avaliação do metabolismo e dinâmica mitocondrial após superexpressão e inibição de genes relacionados à esclerose lateral amiotrófica Autor(a): Ariel Szterling – 3º ano Medicina Orientador(a): Profa. Dra. Tatiana Rosado Rosenstock Nome do trabalho: Adesão ao tratamento medicamentoso em idosos cardiopatas Autor(a): Larissa Corigliano Reis – 3º semestre Enfermagem Orientador(a): Profa. Dra. Rosimeire Angela de Queiroz Soares Nome do trabalho: Análise do comportamento dos cânceres do estômago operados em pacientes asiáticos e não asiáticos Autor(a): Pedro Henrique de Ferro Brito – 4º ano Medicina Co-autor(a): Eliane Portela Nogueira Lima – 4º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Paulo Kassab Nome do trabalho: Avaliação da incidência de depressão perinatal e seus fatores preditivos em mulheres durante ambulatório de puericultura Autor(a): Talita Di Santi – 5º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Ricardo Riyoiti Uchida Nome do trabalho: Estudo prospectivo da topografia do forame supraorbitário para inserção de microeletrodo neuroestimulador aplicado à neuromodulação Autor(a): Kassem Samir Saleh – 5º ano Medicina Co-autor(a): Marcela Santarelli Casella – 5º ano Medicina Orientador(a): Profa. Dra. Mirna Duarte Barros Nome do trabalho: Avaliação da expressão gênica de arginina-vasopressina na amigdala cerebral de Rattus Norvegicus experimentalmente infectados por duas cepas distintas de Toxoplasma Gondii (ME49 e VEG) Ator(a): Virgínia de Paula Barbosa – 4º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Sergio Vieira dos Santos Nome do trabalho: Qualidade de sono em pacientes portadores de esclerose múltipla Autor(a): Gregório Zalaf Caseiro – 4º ano Medicina Co-Autor(a): Juliana Lucena de Queiroz – 4º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Charles Peter Tilbery

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Nome do trabalho: Avaliação de eficiência de potenciais inibidores de agregação de peptídeos envolvidos em doenças amiloidogênicas Autor(a): Julia Magalhães Dorn de Carvalho – 2º ano Medicina Orientador(a): Profa. Dra. Luciana Malavolta Quaglio

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RELAÇÃO DOS TRABALHOS CONTEMPLADOS Bolsas PIBIC/CNPq e IC – FCMSCSP

Vigência - 2018/2019 Apresentação Oral

Comitê Externo: Prof. Dr. Sérgio Setsuo Maeda

Nome do trabalho: Hemorragias digestivas e suas diferentes etiologias: relação entre parâmetros clínicos, laboratoriais e terapêuticos Autor(a): Rodrigo Vasconcellos Gusmão – 5º ano Medicina Co-autor(a): Eduardo Hirata – 5º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Tércio de Campos Nome do trabalho: Tabagismo como preditor de gravidade em pacientes com pancreatite aguda Autor(a): Giovanna Zucchini Rondini – 5º ano Medicina Co-Autor(a): Aline Celeghini Rosa Vicente – 2º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Tércio De Campos Nome do trabalho: Comparação do perfil histológico dos cânceres de estômago entre 1997 e 2006 e entre 2007 e 2016 Autor(a): Eliane Portela Nogueira Lima – 4º ano Medicina Co-Autor(a): Pedro Henrique de Ferro Brito – 4º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Paulo Kassab Nome do trabalho: Oportunidades perdidas de vacinação de HPV em indivíduos saudáveis e com síndrome de imunodeficiência adquirida Autor(a): Carolina Palamin Buonafine – 4º ano Medicina Orientados(a): Profa. Dra. Flávia Jacqueline Almeida Nome do trabalho: Avaliação dos resultados da cirurgia transesfenoidal endoscópica no tratamento de adenomas não-funcionantes Autor(a): Gabriel José dos Santos – 5º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Américo Rubens Leite dos Santos Nome do trabalho: Análise de fatores prognósticos relacionados com imunohistoquímica de Erg-Pten em prostatectomias radicais Autor(a): Gustavo Hideki Orikasa – 4º ano Medicina Co-Autor(a): Victor Hideo Ohama – 4º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Luis Gustavo Morato de Toledo Nome do trabalho: Uso do retalho microcirúrgico em reconstruções de cabeça e pescoço – experiência inicial da Santa Casa De São Paulo Autor(a): Julia Nascimento Kawamukai – 4º ano Medicina Co-autor(a): Evelyn de Almeida Ramos Stofel – 4º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Antônio José Gonçalves Nome do trabalho: Traqueostomia percutânea guiada em ambiente de UTI Autor(a): Letícia de Melo Silva – 4º ano Medicina Co-autor(a): Guilherme Petry Martins Pereira – 4º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Antonio José Gonçalves Nome do trabalho: Retalho infra-hióideo em cirurgia de cabeça e pescoço Autor(a): Caio Cezar Toledo de Conti – 4º ano Medicina Co-Autor(a): Sofia Pannunzio Hajnal – 4º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Antônio José Gonçalves Nome do trabalho: Verificar a influência do desempenho em prosódia para a fluência e compreensão de leitura, em escolares do 6° ano do ensino fundamental Autor(a): Luise Vilela Teixeira – 2º ano Fonoaudiologia Co-autor(a): Mey Lin Valinhos Favoretto – 4º ano Medicina Orientador(a): Profa. Dra. Ana Luiza Gomes Pinto Navas Nome do trabalho: A influência do aprendizado da linguagem escrita no desempenho em habilidades fonológicas

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Autor(a): Bruna de Almeida Silva – 2º ano Fonoaudiologia Co-autor(a): Nathália Ribeiro de Brito – 4º ano Fonoaudiologia Orientador(a): Profa. Dra. Ana Luiza Gomes Pinto Navas Nome do trabalho: Albismo: Estudo sobre as alterações auditivas Autor(a): Bruna Pelegrini Santos – 4º ano Fonoaudiologia Co-Autor(a): Beatriz Moreira Rocha – 3º ano Fonoaudiologia Orientador(a): Profa. Dra. Byanka Cagnacci Buzo

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RELAÇÃO DOS TRABALHOS CONTEMPLADOS Bolsas PIBIC/CNPq e IC – FCMSCSP

Vigência - 2018/2019 Apresentação Oral

Comitê Externo: Profa. Dra. Gabriela Arantes Wagner

Nome do trabalho: Perfil sensorial de crianças e adolescentes com TEA Autor(a): Juliana Satomi de Souza Matsuo – 4º ano Medicina Co-autor(a): Erica Satie Fukusawa – 5º ano Medicina Orientador(a): Profa. Dra. Rosane Lowenthal Nome do trabalho: Perfil epidemilógico das intoxicações exógenas pediátricas em um serviço de emergência em hospital terciário de São Paulo Autor(a): Thais Silveira Santos – 4º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Ivan Pistelli Nome do trabalho: Análise do diário alimentar como instrumento de obtenção de informações nutricionais e de tratamento de adolescentes obesos: um estudo transversal Autor(a): Helena Machado Morad – 3º ano Medicina Orientador: Profa. Dra. Maria José Carvalho San'Anna Nome do trabalho: CASCATA DE CUIDADO DE HIV ENTRE HOMENS QUE FAZEM SEXO COM HOMENS DE SÃO PAULO Autor(a): Igor Prado Generoso – 4º ano Medicina Orientador(a): Profa. Dra. Maria Amélia de Sousa Mascena Veras Nome do trabalho: Acesso aos serviços de saúde pela população de mulheres transexuais: a baixa renda como fator de agravo à exclusão Autor(a): Luísa Nigri Barbanti – 3º ano Medicina Co-autor(a): Felipe Devitto da Silva – 3º ano Medicina Orientador(a): Profa. Dra. Maria Amélia de Sousa Mascena Veras Nome do trabalho: Cascata de cuidados contínuo de HIV em mulheres transexuais e travesti e fatores associados a utilização de tratamento antirretroviral Autor(a): Aline Borges Moreira da Rocha – 4º ano Medicina Orientador(a): Profa. Dra. Maria Amélia de Sousa M. Veras Nome do trabalho: A associação entre síndrome de Burnout e valores sobre a relação médico-paciente entre internos de medicina da Santa Casa Autor(a): Maria Carolina Pedro Fontana – 3º ano Medicina Co-autor(a): Igor Prado Generoso – 4º ano Medicina Orientador(a): Profa. Dra. Danielle Bivanco de Lima Nome do trabalho: Variações de peso no primeiro ano de graduação em universitários na área da saúde Autor(a): Mariá Spina Coyado – 5º semestre Enfermagem Orientador(a): Profa. Dra. Lívia Keismanas de Ávila Nome do trabalho: Aproximação epistemológicas de teoria do trabalho em saúde: Mendes-Gonçalves e Merhy Autor(a): Daniel Figueiredo de Almeida Alves – 5º ano Medicina Orientador(a): Profa. Dra. Patrícia Martins Montanari Nome do trabalho: Perfil de usuárias de dispositivos intrauterinos (DIU) na cidade de São Paulo Autor(a): Luana Pavoni Fernandes – 5º ano Medicina Orientador(a): Profa. Dra. Tania Di Giacomo do Lago Nome do trabalho: Perfil epidemiológico, clínico e desfecho de pacientes com traumatismo crânio encefálico Autor(a): Jeniffer Araujo Valentim da Silva – 6º semestre Enfermagem Orientador: Profa. Dra. Marcele Pescuma Capeletti Padula

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RESUMO DOS TRABALHOS Comitê Externo: Prof. Dr. Fernando Ortis

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Nome do trabalho: Perfil dos casos de óbito por endocardite infecciosa no Hospital Central da Santa Casa de Misericórdia de São

Paulo no período de 2007 a 2016

Autor:William Zheng Yang Wu

Co-autor: Júlia Chaves Cabral

Orientador: Geanete Pozzan

RESUMO

Introdução: A endocardite infecciosa (EI) é uma doença multissistêmica resultado de infecção endocárdica, com foco nas valvas

cardíacas. A infecção é principalmente causada por Staphylococcus e Streptococcus, principalmente S. aureus, estafilococo coagulase

negativa e estreptococo do grupo viridans. A partir da lesão endocárdica, microrganismos sanguíneos conseguem se instalar na lesão e

começam a proliferar. Desta colonização valvar, cria-se uma vegetação que pode se desprender e acometer outros sítios, ocasionando a sintomatologia e as complicações. Os indivíduos de maior risco são aqueles que usam cateteres intravasculares de longa

permanência, com doenças cardíacas prévias (febre reumática, valvas protéticas, marca-passos, cardiopatias congênitas), drogas

injetáveis e infecção pelo HIV. Num estudo anterior, de 1991, feito na mesma instituição que o atual, avaliou-se a EI, mas com foco

na análise clínica dos pacientes enfermos. Em contrapartida, avaliamos os casos de óbito relacionados com a EI e suas repercussões.

Objetivo:Caracterizar o perfil dos pacientes que morreram por endocardite infecciosa no Hospital Central da Santa Casa de

Misericórdia de São Paulo no período de 2007 a 2016 e comparar os pacientes com diagnóstico clínico com aqueles cujo diagnóstico

foi realizado apenas por necrópsia.

Método: Os casos obtidos por meio de atestados de óbito foram fornecidos pelo Departamento de Patologia da Santa Casa de São

Paulo. Levantaram-se casos referentes a endocardite infecciosa do período de 2006 a 2016, obtendo um valor final de 79 pacientes. Os prontuários foram avaliados conforme: sexo, idade, raça, fatores de risco, manifestações clínicas, exames complementares, área

cardíaca acometida e complicações. Nos casos submetidos à necropsia, foram avaliados os relatórios, quando disponíveis. As

informações obtidas no estudo foram submetidos à análise estatística pelo programa Statistical Package for the Social Sciences

(SPSS),versão 13.0. As comparações estatísticas foram feitas utilizados os testes T de student, Qui quadrado e Fischer e o nível de

significância adotado foi de 5%.

Resultado: Dos 79 casos levantados, o diagnóstico de EI foi feito em vida em 64 indivíduos (81%) e 15 na necrópsia (19%). A média

anual de EI foi de 0,37% dos óbitos. Sobre a distribuição demográfica, o sexo masculino foi prevalente (58,2%) e a idade média foi de

54,6 anos, sendo os homens em média 10,48 anos mais velhos que as mulheres. Os principais achados clínicos foram febre (78,5%),

dispneia (44,3%), dor abdominal (30,4%) e astenia (27,8%). Quanto aos achados de exame físico, houve em maior frequência palidez

cutâneo-mucosa (84,8%), seguido por edema (77,2%), sopro cardíaco (74,4%) e alterações neurológicas (62%). O sopro cardíaco foi

mais comum em pacientes com diagnóstico em vida quando comparados aos de necrópsia. Os principais fatores de risco foram uso de dispositivos intravasculares (62%), hemodiálise (46,8%) e doença cardíaca prévia (46,8%). As principais complicações foram:

insuficiência valvar (21,5%), insuficiência cardíaca (20,3%) e embolia sistêmica (35,4%). O principal agente etiológico foi

Staphylococcus sp (40,4%). O ecocardiograma detectou EI em 73,4% dos casos, sendo as valvas mais frequentemente acometidas a

Mitral (60,6%) e a Aórtica (42,4%).

Conclusão: A EI é uma doença pouco frequente no meio hospitalar e rara na população mundial. Ela acomete populações de idades

progressivamente maiores, principalmente nos homens. A febre e o sopro cardíaco foram os sintomas mais comuns e os exames de

hemocultura e ecocardiograma se mostraram importantes para o diagnóstico da doença. Notoriamente, observou-se um elevado

número de casos de infecções polimicrobianas neste estudo. Hipotetiza-se que este resultado possa estar relacionado com o uso de

cateteres venosos centrais, principalmente devido à hemodiálise. Adicionalmente, o presente estudo é um dos poucos em âmbito

nacional que foca na análise de EI na população que foi à óbito, sendo mais costumeiro a avaliação durante o curso clínico.

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Nome do trabalho: Experiência com a realização de traqueostomia no leito em um hospital de ensino.

Autor: Pedro Di Francesco Veiga

Co-autor: Letícia de Melo Silva

Orientador: Dr. Marcelo Benedito Menezes

RESUMO

Introdução: Traqueostomia é o procedimento cirúrgico que consiste na abertura da parede anterior da traqueia, comunicando-a com o

meio externo através de uma cânula, tornando a via aérea pérvia. A sua realização é frequente nas Unidades de Terapia Intensiva, pois

é usada para pacientes que necessitam de ventilação mecânica prolongada. As principais complicações relacionadas à traqueostomia

são: sangramento, infecção de ferida, fístula traqueo-esofágica e fístula tráqueo-inominada4. A traqueostomia à beira leito, com

anestesia local e sedação, é um procedimento seguro, com resultados semelhantes às realizadas em centro cirúrgico, evitando o transporte de paciente críticos ao centro cirúrgico, com custos menores e maiores benefícios ao doente.

Objetivo: Descrever a experiência do serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Santa Casa de São Paulo com traqueostomias

convencionais eletivas realizadas fora do ambiente de centro cirúrgico de 2013 a 2019. E avaliar a segurança e as complicações em

pacientes submetidos eletivamente à traqueostomia convencional realizada à beira do leito, em ambiente de terapia intensiva ou em

leitos de pronto-socorro.

Método: Trata-se de um estudo retrospectivo observacional juntamente com um estudo prospectivo. Serão analisados todos os

pacientes submetidos à traqueostomia convencional fora do centro cirúrgico no período de 2013 a 2019. O estudo foi realizado no

Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Irmandade da Santa Casa de São Paulo a partir da análise do banco de dados

próprio da disciplina para o procedimento cirúrgico (estudo retrospectivo observacional) e no Hospital de Ensino da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa a partir do preenchimento dos protocolos (estudo prospectivo). Os pacientes incluídos foram aqueles

submetidos à traqueostomia convencional eletiva, à beira do leito, em Unidade de Terapia Intensiva e em leitos de pronto-socorro no

período supracitado realizada por residentes de Cirurgia Geral e de Cirurgia de Cabeça e Pescoço sob a orientação de um cirurgião de

Cabeça e Pescoço formado e experiente no procedimento.

Resultado: No estudo retrospectivo envolvendo os anos de 2013 a 2016, foi obtida uma amostra de 598 pacientes. A média de idade

foi de 57 anos, com predomínio do gênero masculino (62,3%). A principal indicação de traqueostomia foi intubação orotraqueal

prolongada (99,6%). Obteve-se 8 complicações (1,3%), as quais foram: 6 sangramentos (2 com necessidade de intervenção cirúrgica),

1 decanulação acidental e 1 lesão de parede posterior traqueal. No estudo prospectivo envolvendo os meses de janeiro a junho de

2019, foi obtida uma amostra de 106 pacientes. A média de idade foi de 56,6 anos, com predomínio do gênero masculino (61,3%). A

principal indicação para a realização da traqueostomia foi a intubação orotraqueal (93,4%). Obteve-se 20 pacientes com complicações

(18,9%), sendo onze pacientes com complicações imediatas (10,4%) e nove com complicações pós-operatórias (8,5%). Em relação às complicações imediatas, tem-se um paciente com 3 complicações simultâneas, dois pacientes com 2 complicações e o restante com

apenas 1 complicação. Logo, têm-se, no total, 15 complicações imediatas (14,15%), entre as quais: 7 sangramentos (6,6%), 2 PCR

(1,9%), 2 pneumotórax (1,9%), 1 falso trajeto (0,94%), 1 dessaturação (0,94%), 1 escape aéreo (0,94%) e 1 série de picos

hipertensivos durante o procedimento (0,94%) (Tabela 4). Em relação às complicações pós-operatórias, tem-se, no total, 9

complicações (8,5%), entre as quais: 2 sangramentos (1,9%), 2 PCR (1,9%), 1 dessaturação (0,94%), 1 falso trajeto (0,94%), 1

pneumotórax (0,94%),1 fístula traqueo-esofágica (0,94%), 1 cuff desinsuflado (0,94%).

Conclusão: A taxa de complicações observada no estudo foi superior a de outros hospitais de ensino, onde as traqueostomias também

foram realizadas por médicos residentes sob a supervisão de especialistas, entretanto, boa parte dessas complicações tem uma

resolução simples e rápida. Os maiores benefícios da realização de traqueostomia no leito são menor custo e menores taxas de

complicações relacionadas ao transporte do paciente crítico ao centro cirúrgico. Assim, conclui-se que este estudo corrobora o conceito de que a traqueostomia convencional realizada à beira do leito é uma opção viável e segura, inclusive no ambiente de

Terapia Intensiva, desde que se respeite requisitos mínimos para materiais, segurança e padronização da técnica cirúrgica.

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Nome do trabalho: Avaliação da Qualidade de Vida de Pacientes com Câncer de Cabeça e Pescoço

Autor: Júlia Vilas Boas Gonçalves de Carvalho

Co-autor: Lucas Porto Maurity Dias

Orientador: Marcelo Benedito Menezes

RESUMO

Introdução: O câncer de cabeça e pescoço possui grande impacto na qualidade de vida dos pacientes. Prejudica funções importantes

como respiração, fonação e deglutição e geralmente estão em local visível levando a deformidades provocadas tanto pelo tumor,

quanto por seu tratamento. Sequelas na face, dificuldade de comunicação, traqueostomia, dificuldade de comer em público, uso de

sonda nasoenteral são fatores que levam esses pacientes ao isolamento social, diminuindo sua autoestima e aumentando o risco de

depressão. Além disso, na maioria das vezes os pacientes não compreendem o real impacto de seu tratamento até vivenciá-lo. Nos últimos anos, o interesse pelos aspectos psicossociais dos pacientes tem aumentado e a reabilitação funcional do doente tornou-se

fator importante no tratamento dos pacientes oncológicos. Não existe um consenso único e claro sobre quais são e como avaliar os

fatores que compõe a qualidade de vida como um todo, no entanto é aceito que no mínimo quatro aspectos devem ser considerados:

queixas físicas, efeitos do tratamento, interação social, estado psicológico e funcional.

Objetivo: Avaliar a qualidade de vida dos pacientes com CEC de cabeça e pescoço tratados e em seguimento pelo serviço Cirurgia de

Cabeça e Pescoço da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

Material e método: Estudo prospectivo descritivo transversal, constituída por 34 pacientes com carcinoma espinocelular (CEC) de

cabeça e pescoço tratados e em seguimento no serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

A qualidade de vida foi avaliada com a utilização do questionário autoaplicável desenvolvido pelo Grupo de Estudo de Qualidade de Vida da European Organization for Research and Therapy of Cancer - Protocolo QC-30 versão

3.0, além de 35 questões específicas relacionadas aos sintomas em cabeça e pescoço (HN – 35 versão 1.0). Foi projetado para avaliar

a função física, papel funcional, função cognitiva, função emocional, função social, dor, fadiga, êmese e qualidade de vida pela forma

de escalas de multi itens. Além disso, foi aplicada uma ficha sociodemográfica para obter dados sobre idade, gênero, escolaridade,

ocupação e informações relativas à doença e tratamento. Todos os pacientes incluídos no projeto foram convidados para participar de

uma entrevista particular, na qual foram aplicados os questionários mencionados, na presença de um dos pesquisadores. Os dados da

ficha sociodemográfica, do EORTC QLQ-C 30 e do HN35 foram codificados e inseridos no banco de dados criado no SPSS para

aplicação das provas estatísticas adequadas.

Resultados: Os dados do questionário sócio demográfico não apresentaram diferença estatística significativa entre os grupos. Em

relação à avaliação da qualidade de vida, os pacientes submetidos à laringectomia supracricóidea apresentaram uma média da qualidade de vida global significativamente superior que os submetidos à laringectomia total (p=0,013). A média do score funcional

dos pacientes que sofreram laringectomia supracricóidea foi estatisticamente maior que a dos pacientes submetidos à laringectomia

total (p=0,027), sendo que ao analisar individualmente cada campo funcional do protocolo EORTC QLQ-C30, obtemos um ganho

significativo na realização das atividades de lazer e atividades laborativas por parte destes pacientes (p=0,016). Os demais campos

funcionais mencionados no EORTC QLQ-C30 scoring manual não apresentaram diferença estatística. Na escala que avalia os

sintomas específicos e itens individuais, não houve diferença significativa entre os pacientes de ambos os grupos. No questionário

específico para avaliação de sintomas de cabeça e pescoço (H&N35), observamos que os pacientes submetidos à laringectomia total

apresentaram uma maior perda sensitiva (p=0,012) e apresentaram maiores dificuldades para estabelecer comunicação com outros

indivíduos (p=0,016). Diversos parâmetros encontram-se melhores em pacientes submetidos à laringectomia supracricóidea, contudo

sem valor estatístico.

Discussão e Conclusão: No questionário geral (QLQ C30) o grupo de LT obteve uma perda significativa no domínio funcional Geral

quando comparado ao grupo de LSC (p=0,019). Os pacientes submetidos à LT possuem uma pior qualidade de voz, em relação aos

pacientes submetidos à LSC, isso pode ter como consequência uma dificuldade de comunicação, o que dificulta a adaptação e

interação no meio de trabalho. Além disso, existe a questão estética: a laringectomia total deixa no paciente o estigma da

traqueostomia definitiva, o que pode gerar uma dificuldade de aceitação no meio de convívio tanto no trabalho como em locais

públicos. A autoimagem do paciente torna-se prejudicada por esses fatores o que acaba gerando um desestímulo na busca de

atividades prazerosas e de certa forma um conformismo com a situação estabelecida, o que pode justificar os valores baixos para a

qualidade de vida global e para o domínio funcional Geral no grupo de LT.

Assim, a partir desse estudo podemos concluir que a laringectomia parcial supra-cricóidea oferece ao paciente laringectomizado

qualidade de vida superior ao paciente submetido à laringectomia total, mesmo quando esse é reabilitado com sucesso. Por

consequência, concluímos que a laringectomia parcial supra-cricóidea deve ser indicada ao máximo que possível no tratamento

cirúrgico do câncer de laringe.

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Nome do trabalho: Aquisição de Voz Esofágica após Laringectomia Total

Autor: Letícia Midori Ikedo

Co-autor:Catarina Soares Bartasevicius

Orientador: Leonardo da Silva

RESUMO

Introdução: A laringe é um órgão de múltiplas funções, merecendo destaque a fonação, deglutição, respiração e proteção da via

aérea.As neoplasias avançadas de laringe (T3 e T4), têm como principal mecanismo terapêutico a laringectomia total. Esse

procedimento envolve a retirada completa da laringe, desde a base da língua até a traqueia, o que inclui o osso hióide e o espaço pré-

epiglótico.O fechamento faríngeo é um dos tempos finais do procedimento de laringectomia total e as complicações mais importantes

relacionadas a este tipo de cirurgia está associado a este tempo operatório. Existem diversas formas de fechamento da faringe. O grande estigma relacionado à laringectomia total é a voz. Ao longo dos anos foram desenvolvidas diversas formas para reabilitar a voz

do paciente. A voz esofágica ganha grande espaço no sistema de saúde pública, pois não exige grandes gastos além de material

humano. Esta forma de reabilitação envolve o aprisionamento do ar no segmento faringoesofágico com sua consequente vibração,

gerando uma voz rudimentar.

Método: Trata-se de um estudo transversal retrospectivo de analise de prontuarios e de avaliacao atual da voz esofagica em pacientes

vivos e livres de doenca. Serao selecionados pacientes submetidos a laringectomia total no Servico de Cirurgia de Cabeca e Pescoco

da ISCMSP entre 2013 e 2016. Na analise de prontuarios serao coletados dados sobre sexo, idade, cirurgia, tipo de fechamento, sitio

primario, complicacoes, terapia adjuvante, entre outros, e dados sobre a reabilitacao de fala do paciente com enfoque na voz esofagica

atraves da utilizacao de protocolo de pesquisa desenvolvido pelos autores. Serao convocados os mesmos pacientes que estiverem

vivos, livres de doenca e com reabilitacao de voz esofagica para, mediante consentimento assinado do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, aplicar o questionario de qualidade de vida autoaplicavel Indice de Desvantagem Vocal: 10 reduzido (IDV-10), aferir o

volume vocal pelo decibelimetro e realizar o exame de nasofibrolaringoscopia para a avaliacao da degluticao. Neste o paciente ira

ingerir sequencialmente 10ml de alimento liquido, 10ml de alimento pastoso e alimento solido na quantidade habitual do paciente

corados com corante alimenticio enquanto sua degluticao e observada pela nasofibrolaringoscopia. Os dados serao compilados e serao

avaliados os resultados de reabilitacao vocal nesta populacao heterogenea de pacientes, estratificando conforme o fechamento

faringeo, avaliando assim o impacto das diferentes tecnicas no sucesso da reabilitacao com voz esofagica apos laringectomia total.

Serao inclusos os pacientes que obedecerem os seguintes criterio: - Inclusao: pos operatorio minimo de 6 meses. - Exclusao:

reabilitacao de fala com outros metodos sem ser voz esofagica; recusa do paciente em realizar a fonoterapia para reabilitacao ou

qualquer outro motivo para nao realizacao de fonoterapia; deficiencia mental, visual ou auditiva que prejudique a compreensao do

paciente na reabilitacao; cirurgias ressectivas em outro sitio de cabeca e pescoco. Os dados obtidos serao codificados e inseridos na

base de dados do programa SPSS for Mac versao 21.0 (IBM Corp., Armonk, NY, USA). A diferenca entre os grupos sera avaliada

pelo teste nao parametrico de Mann Whitney (U) para as variaveis numericas e o teste exato de fisher para as variaveis categoricas. A associacao entre as variaveis sera avaliada por regressao logistica. Para a analise descritiva serao utilizados media, mediana e

prevalencia.

Resultado: Ao avaliar o fechamento faríngeo e a aquisição de voz esofágica nota-se que: entre os 16 pacientes submetidos a

fechamento manual, 11 (68,75%) adquiriram voz esofágica, enquanto entre os 6 pacientes submetidos a fechamento mecânico, este

número se apresenta menor de forma absoluta e percentual, com 3 pacientes (50%) com aquisição de voz esofágica . Avaliando os

casos que adquiriram voz esofágica por fechamento faringeo, percebemos que: entre os 9 pacientes com sutura manual transversa, 6

(66,6%) obtiveram sucesso e entre os 7 pacientes com sutura longitudinal, 5 (71,42%). Entre os 4 pacientes submetidos a

grampeamento transverso, 2 (50%) reabilitaram, e entre os 2 pacientes que apresentam grampeamento longitudinal, 1 caso (50%).

Conclusão: Na casuística estudada houve um elevado índice de reabilitação vocal com voz esofágica com melhores resultados encontrados nos pacientes submetidos a fechamento faríngeo longitudinal.

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Nome do trabalho: Diagnóstico rápido de bacteremia por Staphylococcus aureus e de resistência a antimicrobianos em crianças

hospitalizadas através de reação em cadeia pela polimerase

Autor: Paula Ribeiro Libório

Co-autor: Vitor Doria Ricardo

Orientador: Marcelo Jenné Mimica

RESUMO

Introdução: Os Staphylococcus aureus são cocos gram-positivos, catalase-positivos e coagulase-positivos, pertencentes à família

Micrococcaceae. São bactérias anaeróbias facultativas, imóveis, não-esporuladas e responsável por uma ampla gama de síndromes

infecciosas, tanto hospitalares como comunitárias variando desde infecções leves benignas até mais graves.

O tratamento dessas infecções, tanto comunitárias quanto hospitalares por essa bactéria tem sido complicado pela disseminação da resistência a diversos antimicrobianos. Nesse contexto, em várias das síndromes infecciosas causadas pelo S. aureus, sobretudo nas

invasivas, é comum a bacteremia, que pode levar inclusive ao surgimento de focos infecciosos metastáticos. Durante a bacteremia, é

possível fazer o diagnóstico e identificação do agente através da realização de hemoculturas, porém esse método exige um inóculo

(quantidade) mínimo de bactérias, e viabilidade das células bacterianas (precisam estar vivas, não mortas). Mesmo após o crescimento

e identificação, são necessárias pelo menos mais 24 horas, em geral, para obtenção dos resultados dos testes de susceptibilidade aos

antimicrobianos, podendo atrasar a introdução da terapêutica adequada. O uso de técnicas moleculares, sobretudo as baseadas na

reação em cadeia pela polimerase (PCR), para esse fim tem as grandes vantagens de requerer para positividade uma quantidade

significativamente menor de bactérias, além de não necessitar de bactérias viáveis.

Recentemente, uma plataforma específica (GeneXpert, Cepheid, EUA) foi desenvolvida para o diagnóstico de patógenos através

de PCR em tempo real. O método ainda permite a identificação da resistência à oxacilina (diferenciação entre MSSA e MRSA), e,

portanto, aos beta-lactâmicos em geral, o que é vital para guiar a terapia antimicrobiana adequada. O teste tem demonstrado de forma preliminar alta acurácia para diagnóstico das bacteremias por Staphylococcus e para a diferenciação de cepas resistentes à oxacilina,

mas ainda há raros estudos publicados.

Objetivo: Avaliar a acurácia, em comparação à cultura e aos testes de susceptibilidades convencionais, de um método baseado em

PCR para detecção de S. aureus e da resistência à oxacilina em amostras de sangue de pacientes internados.

Método: Em estudo prospectivo de acurácia diagnóstica, foram incluídas 100 amostras (quantidade disponível comercialmente pelo

fabricante, portanto amostra de conveniência) consecutivas. Atualmente, as amostras já coletadas de maneira rotineira (em pacientes

internados com quaisquer sinais e sintomas de infecção invasiva, a critério do médico assistente) para a realização de hemoculturas

são transportadas ao Laboratório Central da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e incubadas na plataforma

automatizada de hemoculturas.

Normalmente, quando há detecção de crescimento na plataforma de hemocultura, uma alíquota do caldo do frasco é semeada em meios de cultura sólidos e, quando há posterior crescimento bacteriano, os isolados são identificados e submetidos a testes de

susceptibilidade a antimicrobianos, conforme recomendações do Clinical and Laboratory Standards Institute14 e do European

Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing15.

Em seguida, os frascos de hemocultura são descartados. Nesse estudo, antes do descarte, nos casos em que a coloração de Gram

demonstrou cocos Gram-positivos, foi coleta uma alíquota de 50 microlitros do frasco para a realização de reação em cadeia pela

polimerase em tempo real, através do kit comercial Xpert® MRSA/SA BC (Cepheid, Estados Unidos) utilizado em uma plataforma já

disponível no Laboratório Central do Hospital da Santa Casa de São Paulo.

A positividade e o tempo para resultado da cultura e testes de susceptibilidade convencionais foram comparados com os do PCR.

Será calculada a concordância através do coeficiente Kappa, mesmo havendo limitações na interpretação desse coeficiente pela

ausência de um teste padrão.

Resultado: Desde fevereiro até julho de 2019, dos 100 kits disponíveis, um foi descartado da análise do estudo, pois foi utilizado para

padronização do produto e dois apresentaram erro de leitura, totalizando 97 amostras viáveis. Deste total, 11 amostras foram

pediátricas e as 86 demais foram procedentes de setores de internação adulto. Das 97 analisadas, 15 apresentaram resultado positivo

para Staphylococcus aureus, dentre elas 8 foram Staphylococcus aureus resistente à Oxacilina e 7 foram Staphylococcus aureus

sensível à Oxacilina. O tempo médio para análise das amostras e do teste de suscetibilidade pelo método da análise do PCR foi de 1

hora após detecção de coco gram positivo no caldo. A comparação dos tempos da análise de cultura pelo método tradicional e pelo

método do PCR está senda analisada no momento e o relato dessa análise será anexada posteriormente, assim como a comparação das

suscetibilidades.

Conclusão: O estudo presente visa comparar dois métodos diagnósticos e avaliação de sensibilidade microbiana de um agente

etiológico responsável por graves infecções invasivas, cuja terapêutica precoce e direcionada pode trazer benefícios para o paciente e

para a instituição. A análise estatística da comparação de tempo entre os métodos analisados e acurácia na detecção de suscetibilidade está sendo

realizada nesse momento e será apresentada em adendo posterior, antes do fórum científico.

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Nome do trabalho: Identificação e susceptibilidade da Acinetobacter spp., Stenotrophomonas maltophilia e complexo Burkholderia

cepacia em secreção respiratória de pacientes portadores de fibrose cística na Santa Casa de SP em 2017.

Autor: Mariana Mota Kertzman

Orientador: Prof. Dr. Lycia M. J. Mimica

Co-orientador: Prof. Amadeu A. F. Pereira Jr.

RESUMO

Introdução: A Fibrose Cística (FC) é a doença genética com padrão autossômico recessivo mais comum na população caucasiana. Ela

acomete principalmente o sistema respiratório e, devido a uma mutação nos canais CFTR transmembrana de transporte de sódio e

cloro na célula epitelial, ocorre um desequilíbrio eletrolítico que causa depleção do líquido na interface com a via aérea no epitélio

dos bronquíolos, gerando um muco denso e seco que dificulta a limpeza ciliar das partículas, promovendo, assim, um microambiente altamente propício para infecções crônicas.

Atualmente, o principal patógeno que infecta os pacientes com FC é a Pseudomonas aeruginosa, além do Staphylococcus aureus –

com menos casos atualmente devido ao advento da penicilina e seus derivados. O perfil de microrganismos que infectam esses

pacientes varia com a idade, sendo o S. aureus mais comum na infância, e a P. aeruginosa prevalecendo na adolescência.

Com a evolução do tratamento de tais infecções e o consequente aumento da expectativa de vida dos pacientes, novos patógenos

passaram a se estabelecer de forma oportunista, sendo o complexo Burkholderia cepacia, o Acinetobacter sp. e a Stenotrophomonas

maltophilia alguns dos principais. A identificação destes microrganismos nos pacientes fibrocísticos sinaliza um pior prognóstico,

sendo diretamente relacionada a maior mortalidade.

Objetivo: Atualização de um banco de dados de frequência de patógenos e sua susceptibilidade na microbiota respiratória dos

pacientes com fibrose cística (FC) no Ambulatório de Fibroses Cística da Irmandade da Santa Casa de São Paulo em 2017.

Método: Estudo descritivo de uma série não consecutiva de casos a partir de 466 culturas de secreção respiratória de 138 pacientes do

ambulatório de FC da Santa Casa de São Paulo em 2017.

Coleta espontânea de secreção (escarro) em coletor universal estéril, ou coleta auxiliada através de swab de orofaringe com ponta de

algodão e haste de plástico com meio semi-sólido (meio de transporte de Stuart), numa quantidade mínima de 0,5 ml.

Após a semeadura em meios: BCSA, agar sangue, agar chocolate, agar Mac Conkey e agar Sabouraud, as placas foram incubadas à

temperatura média de 36°C por um período de até 5 dias.

Após identificação do agente por provas recomendadas a cada grupo bacteriano, foram realizados os testes de susceptibilidade a

antimicrobianos, segundo as padronizadas pelo CSLI de 2017.

A prevalência foi calculada através das porcentagens de culturas bacterianas detectadas por participante. Duas ou mais ocorrências da

mesma bactéria no mesmo participante foram consideradas como um isolamento persistente.

Resultado: Dos 138 pacientes do ambulatório de Fibrose Cística da Santa Casa obtivemos 466 amostras, sendo que 415 foram

positivas (89%) e 51 negativas (11%). As seguintes bactérias foram encontradas encontradas nas amostras positivas: Staphylococcus

aureus (46%), Pseudomonas aeruginosa (18,5%), Klebsiella sp. (5,7%), Complexo Burkholderia cepacia.(4,5%), Enterobacter sp.

(3,5%), Acinetobacter spp. (3,3%), Pseudomonas spp. (2,1%), Escherichia coli (1,5%), Stenotrophomonas maltophilia (1,2%),

Streptococcus pneumoniae (1,1%), Enterococcus sp.(0,6%), Achromobacter spp.(0,6%), Outros Gram negativos (1,2%).

Os pacientes com maior prevalência das 3 bactérias estudadas estavam entre 11 e 17 anos (Cbc e Acinetobacter sp. eram 8% e

Stenotrophomonas 2,2 %). Além disso foi obtido o perfil de sensibilidade de cada uma para os principais antibióticos utilizados no

tratamento.

Conclusão: Na literatura mundial, a prevalência do CBc varia em torno de 3%; menor que a frequência de 4,5% encontrada neste

trabalho. Já a prevalência de Stenotrophomonas maltophilia permanece em torno de 7,1%, acima, portanto, da frequência de 1,2% encontrada neste trabalho de 2017.

Entendemos que a variação de prevalência dos agentes microbianos em diferentes grupos de atendimento ao paciente com fibrose

cística pode ser explicado, por exemplo, pela transmissão entre os próprios atendidos, que geralmente aguardam atendimento no

mesmo local. Outra razão para este fato são os diferentes protocolos de antibioticoterapia, que muitas vezes provocam oscilação da

microbiota presente.

O Ambulatório de Fibroses Cística da Santa Casa de São Paulo é um serviço de referência, mas carece de recursos para aperfeiçoar o

diagnóstico mais preciso, e um melhor estudo de fatores de resistência bacteriana.

Nosso objetivo é para a continuidade desta linha de pesquisa, analisar outros grupos bacterianos, fungos, e até micobactérias, atualizar

as ferramentas para diagnóstico e estudar a relação dos microbiomas destes pacientes com os patógenos isolados.

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Nome do trabalho: Avaliação do desenvolvimento motor em pacientes com TEA e sua correlação com comportamento adaptativo

Autor: Paolo Kam Ticeu

Co-autor: Erica Satie Fukusawa

Orientador: Rosane Lowenthal

RESUMO

Introdução: A conquista de determinados marcos do desenvolvimento motor funciona como um catalisador para mudanças na forma

de interação com o ambiente, assim conquistas como engatinhar e andar influenciam o aperfeiçoamento de funções perceptuais,

sociais, cognitivas e neurológicas. Assim, apesar dos critérios do DSM-5 de TEA não incluírem déficits no desenvolvimento motor,

muitos estudos consideram que atrasos nesse domínio podem ser marcos precoces de alterações no desenvolvimento neurológico e

precedem outros sintomas que se apresentam ao longo dos primeiros anos de vida. A aquisição progressiva de habilidades motoras possibilita oportunidades de aprendizagem e refinamento de outros domínios como linguagem e engajamento social, porém no TEA

existe uma desregulação desse sistema em cascata com consequente impacto nesses diferentes domínios.

Objetivo: Geral: Descrever o desenvolvimento motor dos pacientes com TEA que frequentam um serviço público especializado na

cidade de São Paulo

Específicos: Verificar se há diferença no desenvolvimento motor e no comportamento adaptativo entre sexo / Correlacionar o

desenvolvimento motor com comportamento adaptativo como comunicação, autonomia e habilidades motoras.

Método: estudo descritivo, transversal, retrospectivo. Utilizamos como instrumentos de avaliação a anamnese e a Escala de Vineland

de Comportamento Adaptativo são realizadas como rotina em todos os pacientes que fazem avaliação na Unidade.

Resultado: Este estudo contou com a participação de 104 crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista: 80 meninos e 24

meninas, com idade entre 4 e 14 anos (idade média =10.06 DP=2,48). A média de idade que as crianças e adolescentes sentaram

sozinhos foi de 8,9 meses (DP=1,40), em relação ao andar foi de 14,14 meses (DP= 4,17) e a média de falar as primeiras palavras se

deu aos 17,22 meses (DP=3,6). A maioria das crianças e adolescentes nasceu de cesárea (79,8%) e apenas 13,5% foram prematuros.

Além disso, 85,6% apresentaram boa sucção nos primeiros meses de vida. Com relação a média dos comportamentos adaptativos

Vineland, o comportamento que apresenta a melhor funcionalidade é o de autonomia (média = 63,95) e o pior comunicação (media=

52,51).

Conclusão: Nossos resultados são consistentes com os estudos anteriormente citados, mostrando uma relação entre desenvolvimento

motor e funcionamento social. As variações de comportamento encontradas no TEA são abordadas por diferentes especialidades,

como fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia e educadores físicos, que trabalham conjuntamente para minimizar os déficits

associados, maximizar a independência funcional e qualidade de vida e diminuir o estresse familiar. Por essas razões é essencial que o diagnóstico seja feito de forma precoce em crianças de alto risco e, para auxiliar nesse processo, os marcos de desenvolvimento motor

têm se mostrado como possível e importante ferramenta pelo fato de se manifestarem antes de outras alterações - como linguagem e

comportamento social - e serem observados facilmente de forma comparativa ao longo do tempo. Em estudos anteriores, existe uma

baixa performance em atividades motoras e uma justificativa para tais achados seria que as crianças com dificuldade de manter

estabilidade utilizam mais recursos físicos e mentais para manter a posição, deixando poucos recursos mentais disponíveis para

engajamento social. Esses atrasos no desenvolvimento motor evidenciados em outros estudos vão de encontro com as informações

encontradas neste trabalho - crianças e adolescentes sentaram sozinhos em média com 8,9 meses (DP=1,40), andaram com 14,14

meses (DP= 4,17) .

Apesar desse estudo apresenta algumas limitações, é relativamente pequeno e depende de um preenchimento adequado de prontuários

escritos a mão, porém seus resultados iniciais vão de acordo com estudos atuais. Assim são necessários estudos futuros que

identifiquem outros marcos motores importantes a serem analisados para diagnóstico precoce e que analisem os impactos de intervenções voltadas para melhorar os ganhos motores em indivíduos com TEA.

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Nome do trabalho: Título: EVOLUÇÃO DA CIRURGIA CONSERVADORA DE LARINGE DE 2002 A 2015

Autor: Pedro Salem Molino

Co-autor: Caroline da Silva Seidler, Jennifer Nakamura Ruas, Marcelo Benedito Menezes, Marianne Yumi Nakai

Orientador: Leonardo da Silva

RESUMO

Introdução: A laringectomia parcial supracricóide (LPSC) foi descrita por Piquet e cols, que se basearam numa técnica desenvolvida

por Majer e Reder em 1959. Mas apenas nos anos 90, Laccourreye e cols, difundiram seu uso para o tratamento do câncer glótico na

França e em toda a Europa. Contudo, a técnica somente se tornou popular nos Estados Unidos nos últimos anos4. Este tipo de cirurgia

foi idealizado para evitar laringectomias totais (LT) em pacientes com tumor nos quais estariam contraindicados os procedimentos

parciais tradicionais, evitando a presença definitiva da traqueostomia e a perda irreversível da voz laríngea5. Estudos demonstraram que a LPSC é uma alternativa oncologicamente viável em relação à LT e, também, uma opção válida de resgate cirúrgico nos casos de

pacientes submetidos a tratamento radioterápico sem sucesso4.

Objetivo: Avaliar a experiência do serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo em

laringectomias parciais supracricóides desde 2002. Objetivos específicos: Avaliar os resultados após cirurgia de

laringectomiasupracricóide; Avaliar a reabilitação fonoaudiológica dos pacientes submetidos à laringectomiasupracricóide; Avaliar a

qualidade de vida dos pacientes submetidos a laringectomiasupracricóide

Método: Todas as LPSC foram realizadas pelo serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

no Hospital Central. Os prontuários serão analisados para levantamento dos seguintes itens: tipo de cirurgia realizada e data do

procedimento, estadiamento clínico, subsítio do tumor, tempo de internação, resultados de anatomia patológica e estadiamento patológico, realização de terapia neoadjuvante/adjuvante, necessidade de novos procedimentos, acompanhamento fonoaudiológico e

complicações.

Resultado: Foram revisados, 34 prontuários de pacientes submetidos a laringectomia supracricóidea desde 2002. Dentre eles, a média

de idade foi 59,2 anos e a mediana 61 anos. Dos pacientes incluidos, 26 são homens (76,47%) e 8 são mulheres (23,52%). O tempo

médio de internação foi de 11,27 dias e a mediana de 9 dias. Em 5 dos prontuários o tempo de internação não estava disponível.

Todos os pacientes tinham o diagnóstico anatomopatológico de CEC; 25 deles (73,52%) localizados na glote, 6 (17,64%) na

supraglote, 2 (5,88%) na hipofaringe e 1 (2,94%) na laringe. Classificaram-se no modelo TNM da seguinte forma: 4 (11,76%) são T1;

12 (35,29%) são T2; 15 (44,11%) são T3; 2 (5,88%) são T4a; em 1 (2,94%) a informação não estava disponível. Em 29 (85,29%) das

cirurgias, foi preservada uma das aritenoides; em 4 (11,76%) das cirurgias, foram preservadas ambas aritenoides. Em 1 (2,94%)

prontuário, a informação não estava disponível. Em 24 (70,58%) dos pacientes, realizou-se a cricohioidoepiglotopexia (CHEP),

enquanto em 10 (29,41%) realizou-se a cricohioidoexia (CHP). Dos 34 pacientes, 17 (50%) realizaram radioterapia completa e destes, 10 (29,41%) realizaram também quimioterapia completa. 2 (5,88%) pacientes realizaram radioterapia incompleta e destes, 1 (2,94%)

também realizarou quimioterapia incompleta. 11 (32,35%) não realizaram nem radioterapia, nem quimioterapia; e em 4 (11,76%)

prontuários a informação não estava disponível.

Quanto a complicações, 14 (41,17%) dos pacientes apresentaram complicações, sendo 10 (29,41%) delas complicações maiores (2

estenose de neoglote, 1 desabamento de laringe, 1 broncopneumonia aspirativa, 3 hematoma cervical, 2 pneumonias, 1 TVP ilíaca); e

4 (11,76%) menores (1 mucosite actínia, 1 fístula faringocutanea, 2 fístula traqueocutanea).

Quanto a reabilitação, 24 (70,58%) dos pacientes foram capazes de retirar a sonda nasoenteral (SNE); 4 (11,76%) mantiveram a SNE

até hoje; 1 (2,94%) necessitou de gastrostomia; em 4 (11,76%) a informação não estava disponível. Com relação a traqueostomia, 16

(47,05%) dos pacientes decanularam; 13 (38,23%) mantiveram a traqueostomia; e em 5 (14,70%) a informação não estava disponível.

Desta forma, 15 (44,11%) dos pacientes foram totalmente reabilitados; 10 (29,41%) foram parcialmente reabilitados; 4 (11,76%) não

foram reabilitados; e em 5 (14,70%) a informação não estava disponível.

Conclusão: A LPSC e uma boa opção terapêutica conservadora no tratamento de CEC glótico ou supraglótico para pacientes

adequadamente selecionados; tem sobrevida maior que a LT. Em relação a literatura, encontramos uma casuística parecida tanto em

idade quanto em distribuição por sexo. No entanto, em nosso serviço atendemos tumores mais avançados na classificação TNM do

que nos serviços comparados, o que poderia explicar a nossa menor preservação de ambas aritenoides e maior incidência de

complicações em relação a literatura médica. Uma característica do nosso serviço e atender a uma população carente, com dificuldade

ao acesso a saúde - o que dificulta o diagnóstico e tratamento precoce. Tal característica populacional pode, por sua vez, explicar as

diferenças entre nosso serviço e a literatura médica.

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Nome do trabalho: Frequência dos tipos histológicos de tumores no sistema nervoso central em um hospital universitário

quaternário: levantamento de casos entre 2015 e 2018.

Autor: Rafael Tuzino Leite Neves Maffei

Orientador: Prof. Dr. Dino Martini Filho

Introdução: Anualmente, surgem cerca de 256.000 novos casos de câncer primários do SNC, o que representa aproximadamente 3%

de todos os novos casos. Apesar de ser uma porcentagem relativamente pequena, sua associação com uma alta morbidade e

mortalidade faz com que seja uma das formas mais temidas dessa doença.

É relevante o levantamento desse tipo de informação, a fim de disponibilizar dados mais abrangentes e precisos para a literatura,

proporcionando uma maior compreensão sobre essa doença, facilitando a visualização de seu perfil epidemiológico, e estabelecendo

bases para se realizar a proporção dos tipos diferentes de tratamentos e prognósticos, principalmente no que diz respeito à nossa

instituição. Sua importância consiste, além disso, em servir de base para novas pesquisas acerca dos tumores do SNC.

Objetivo: Desenvolver um banco de dados das neoplasias do sistema nervoso central, incluindo além dos cânceres primários do

sistema nervoso central os tumores benignos primários do SNC e as metástases, no nosso serviço.

Método: Estudo epidemiológico que tem os pacientes com tumores do sistema nervoso central como população. A amostra adotada

foi de pacientes com tumores do sistema nervoso central, ressecados ou biopsiados, e cujo material foi analisado no departamento de

anatomia patológica da Santa Casa de São Paulo entre os anos de 2015 e 2018.

Resultado: 381 diagnósticos foram incluídos no estudo, em concordância com os critérios de inclusão e exclusão (neoplasias benignas

e malignas do SNC).

A análise dos diagnósticos histológicos demonstrou um total de 212 pacientes do sexo feminino (55,64%) e 169 do sexo masculino

(44,36%). Do total de neoplasias, 307 foram primárias do SNC (80,58%) e 74 metástases (19,42%). A distribuição etária variou de 1 a

85 anos, com uma média de idade de 48,953 e a mediana de 52 anos. As características dos principais subtipos histológicos estão

resumidas na tabela I.

Conclusão: O presente trabalho documenta a frequência dos tipos histológicos das neoplasias do SNC no serviço de Anatomia

Patológica da Santa Casa de São Paulo entre os anos de 2015 e 2018. Esse grupo heterogêneo de tumores possui dados estatísticos

subnotificados, o que torna a documentação dessas informações mandatória nos serviços de grande porte, bem como a realização de

análises comparativas regionais e temporais.

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Nome do trabalho: Inibição mitocondrial no neurodesenvolvimento: um possível modelo de Esquizofrenia ou Transtorno do Espectro

Autista?

Autor: Thiago Garcia Varga

Co-autor: Juan Guilherme de Toledo Simões

Orientador: Profa. Dra. Tatiana Rosado Rosenstock

RESUMO

Introdução: O neurodesenvolvimento caracteriza-se pelo processo de criação e configuração do sistema nervoso em toda sua

complexidade. Esse processo, que se inicia na embriogênese e ocorre mais intensamente entre a terceira e quarta semana de gestação

(nos vertebrados), continua até o final da adolescência. De importância para este trabalho, temos o fato de que diferentes mecanismos

envolvidos no neurodesenvolvimento, como proliferação, migração e diferenciação neural, bem como a própria estruturação neuronal, são dependentes da disponibilidade de ATP e, portanto, do adequado metabolismo energético. Logo, qualquer alteração no

funcionamento das mitocôndrias pode implicar em alterações moleculares, morfológicas, anatômicas e/ou funcionais encefálicas.

Objetivo: O objetivo geral deste projeto foi verificar, através de uma abordagem comportamental, se os déficits de desempenho

apresentados por ratos adultos (2 meses) após administração neonatal de rotenona poderiam ser atenuados ou revertidos pelo

tratamento prévio com Haloperidol (antipsicótico) e Metilfenidato (bloqueador dos transportadores de dopamina e noradrenalina)

Método: Para alcançarmos nosso objetivo, utilizamos ratos Wistar que foram dividos inicialmente em três grupos, tratados

intraperitonealmente com salina, veículo ou rotenona (inibidor irreversível do complexo I da cadeia transportadora de elétrons) dos

dias 5 ao 11 de vida. Aos 2 meses de idade, os ratos foram subdivididos em grupos e tratados intraperitonealmente, 30 minutos antes

dos testes comportamentais, com Salina, Haloperidol ou Metilfenidato. Os testes comportamentais realizados foram Campo Aberto, Interação Social, Grooming e Medo Condicionado ao Contexto.

Resultado: Observamos que a administração neonatal de Rotenona foi capaz de promover alterações comportamentais nos ratos

adultos, mais especificamente hiperlocomoção, déficit de interação social, diminuição no medo condicionado ao contexto e alterações

no grooming. Além disso, o Haloperidol foi capaz de reverter a hiperlomoção e o déficit de interação social para o nível do controle,

porém não teve efeito no medo condicionado ao contexto nem no grooming. Por outro lado, o Metilfenidato reverteu apenas o déficit

de Interação social.

Conclusão: Conclui-se, portanto, que o modelo animal de alteração do neurodesenvolvimento do nosso grupo poderia ser utilizado

para o estudo da Esquizofrenia. Ele apresenta 1. validade aparente, uma vez que reproduz os sintomas positivos (hiperlocomoção),

negativos (déficit de interação social) e cognitivos (déficit na memória emocional) da doença; 2. está quase totalmente conforme a

validade preditiva, já que o Haloperidol, fármaco eficaz no tratamento da esquizofrenia, é capaz de reverter os sintomas positivos e negativos da esquizofrenia, apresentada pelo modelo; e 3. está de acordo com a validade de construto, na medida em que a doença foi

induzida por uma alteração no neurodesenvolvimento. Assim, a criação desse modelo é importante para preencher a necessidade que

existe de modelos para a experimentação e pesquisa crescente das doenças do neurodesenvolvimento, em especial a Esquizofrenia.

Isso é relevante, porque desenvolver modelos confiáveis e preditivos para doenças psiquiátricas é essencial para aumentar nosso

entendimento das bases neurobiológicas desses distúrbios e também para o desenvolvimento de novas drogas com eficácia terapêutica

melhorada.

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Nome do trabalho: Desenvolvimento de ferramenta educacional em anatomia humana com a utilização de QR codes

Autor: Edmur Carlos de Araujo Filho

Co-autor: André da Cruz Barbosa Nazzaro

Orientador: Profª Drª Mirna Duarte Barros

RESUMO

Introdução: O estudo da anatomia possui um papel fundamental nos cursos da área da saúde, entretanto, sua abordagem tem sido

inadequada em diversas ocasiões. A terminologia anatômica, muitas vezes desafiadora, e o manuseio das peças exigem

compatibilidade entre o método de ensino e o interesse dos alunos. Como verificado em diversos estudos, uma alta parcela dos

estudantes não está satisfeita com os métodos de ensino da anatomia e, por isso, não aprendem tanto quanto deveriam.

Objetivo: O estudo busca desenvolver uma ferramenta eficaz para o aprendizado da anatomia, utilizando QR codes vinculados a

informações sobre determinados músculos.

Método: Para o estudo, foram escolhidos os principais músculos do membro superior e inferior. Selecionaram-se peças anatômicas

dissecadas pelo Departamento de Morfologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, as quais se

apresentavam intactas e com ventres e anexos bem visíveis. Para cada músculo, desenvolveu-se um conteúdo digital com informações

sobre sua origem, inserção e ação. O site usado para produzir este conteúdo foi “Wix.com”, no qual cada link com informacoes de

determinado músculo estava associado a um QR code, produzido a partir da versão gratuita QR code generator pro® (https://br.qr-

code-generator.com). Os códigos foram impressos em alta resolução e presos em cada músculo. Além desses, outros QR codes foram

gerados, em uma outra configuração, no mesmo site, mas que possibilita uma qualidade melhor do material. Essa segunda gama de

QR codes, no entanto, foi criada a partir de um teste gratuito do site, que limitou o acesso aos códigos por apenas 30 dias. Sendo assim, o material em questão está inacessível temporariamente e há negociações em curso que permitirão a aquisição da versão paga

do site mencionado, permitindo que os QR codes já produzidos sejam reativados por completo.

Resultado: O trabalho foi apresentado nos dias 6 a 9 de abril no evento Experimental Biology, localizado no Orange Country

Convention Center, em Orlando – EUA. Tal projeto recebeu destaque por ser o único em sua área de estudo e sua publicação ocorreu

por meio do jornal “The Faseb jornal”, podendo ser acessada pelo seguinte link:

https://www.fasebj.org/doi/abs/10.1096/fasebj.2019.33.1_supplement.444.27.

Conclusão: O desenvolvimento de novas ferramentas e métodos de ensino é ação fundamental para que haja avanços no ensino da

anatomia. Com esse trabalho, esperamos que outros métodos informacionais e tecnológicos sejam estimulados, facilitando o acesso

dos alunos ao conteúdo de maneira mais rápida e efetiva.

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Nome do trabalho: Comparação dos critérios diagnósticos RIFLE e KDIGO para estudo da incidência de injúria renal aguda em

pacientes submetidos a grandes cirurgias abdominais eletivas não vasculares

Autora: Glaucia Riu

Orientadora: Profª. Mestre Graziela Ramos B. de Souza

Pesquisador responsável FAPESP: Prof. Dr. Emmanuel A. Burdmann

RESUMO

Introdução: A injúria renal aguda (IRA), complicação frequente em pacientes hospitalizados, é síndrome complexa que ocorre em

grande variedade de situações clínicas. As manifestações podem variar de pequenas elevações na creatinina sérica (CrS) à anúria.

Devido a diferentes definições para diagnosticar IRA, há dificuldades na comparação de diferentes estudos e generalização dos

resultados. Novas definições foram propostas: RIFLE e AKIN que definem IRA baseadas em aumentos pequenos e abruptos na CrS e diminuicao do volume urinario (VU). Em 2012, KDIGO propôs novas diretrizes para o diagnostico de IRA: aumento da CrS ≥ 0,3

mg/dL em 48 horas ou aumento ≥ 50% em relacao ao valor basal ocorrendo sabida ou presumidamente em sete dias, ou VU < 0,5

mL/kg/h por seis horas.

Objetivos: Os objetivos deste estudo são verificar a incidência de IRA em pacientes submetidos a grandes cirurgias abdominais

eletivas não vasculares (CAENV), comparar a incidência de IRA definida pelas classificações RIFLE e KDIGO em pacientes

submetidos a grandes CAENV e comparar os critérios de elevação da CrS e VU para diagnóstico de IRA na mesma população.

Método: Foi realizado estudo de coorte, prospectivo em duas Unidades de Terapias Intensivas (UTI) cirúrgicas de adultos de um

Hospital Universitário Terciário, na cidade de São Paulo - SP, Brasil. A amostra foi composta por 316 pacientes com idade ≥ 18 anos,

submetidos a grandes CAENV. Os pacientes foram estudados durante os primeiros sete dias de internação nas UTI. Foram utilizadas

as definições IRA RIFLE e KDIGO com os critérios CrS ou VU. A CrS foi analisada no pré-operatório, na admissão da UTI e diariamente até sete dias ou alta da UTI. O VU foi avaliado de hora em hora (mL/kg/h) e medido diariamente. Foram excluídos

pacientes com diagnóstico prévio de doença renal crônica estágios IV e V, transplantados renais, que fizeram ou faziam uso de drogas

nefrotóxicas, que foram submetidos a cirurgias vasculares e/ou pacientes que permaneceram por menos de 48 horas na UTI.

Resultados: As definições RIFLE e KDIGO foram semelhantes para o diagnóstico de IRA. RIFLE diagnosticou 218 pacientes (69%)

com IRA, enquanto KDIGO 220 (70%). Usando o critério VU, ambos diagnosticaram 214 indivíduos. Já pelo critério CrS, RIFLE

diagnosticou 45 pacientes (20,5%) e KDIGO 71 (32,3%). Com RIFLE, 41 pacientes (18,6%) apresentaram simultaneamente

alterações na CrS e no VU compatíveis com o diagnóstico de IRA, e com KDIGO foram 64 (29,1%) pacientes. Dez pacientes (3,2%)

necessitaram de terapia renal substitutiva - hemodiálise (TRS – HD). A mortalidade geral foi 7% - 22 pacientes (16 pacientes no

hospital, dois pacientes em 30 dias e quatro pacientes em 90 dias após a alta hospitalar). No grupo com IRA a mortalidade foi de 8,6%

e sem IRA 3,1%. Dessa maneira, dos pacientes que foram a óbito, 19 pacientes, 86,4% desenvolveram IRA.

Conclusão: A incidência de IRA nos pacientes submetidos a grandes CAENV foi elevada, 70%. As definições RIFLE e KDIGO

foram semelhantes para o diagnóstico de IRA (69% vs. 70%). A utilização do critério VU para o diagnóstico de IRA em pacientes

cirúrgicos identificou número significativamente maior. Se o critério CrS fosse utilizado isoladamente, 67,7% dos pacientes com IRA

não teriam sido diagnosticados. O critério VU parece ser superior para o reconhecimento da IRA nestes pacientes.

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RESUMO DOS TRABALHOS Comitê Externo: Prof. Dr. Fernando Abdulkader

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Nome do trabalho: Ocorrências de evasão em um hospital de ensino

Autor: Simone Farias dos Santos

Orientador: Prof.ª Dr.ª Maria Angela Reppetto

Resumo

Introdução: O estudo tem como tema central a evasão de pacientes de um hospital de ensino. Evasão pode ser definida como a saída

do hospital sem autorização médica e sem comunicação do setor ao qual estava internado, inclui-se também nesses casos a desistência

de tratamento em que o paciente sai sem autorização, porém comunicando o setor.

Há relatos que relacionam o tratamento recebido na assistência com a decisão do paciente de permanecer ou não no serviço.

Problemas financeiros, desatenção e comportamento inadequado dos profissionais são exemplos que corroboram para a evasão.

De acordo com a resolução COFEN Nº 0564/2017, os profissionais de enfermagem devem registrar todas as informações inerentes ao processo de cuidar, dessa forma os profissionais devem registrar em prontuário ou ficha de atendimento os casos de evasão. A

anotação tem como finalidade proteger o hospital e a equipe de saúde, o não preenchimento pode acarretar consequências legais por

negligência.

Os artigos que tratam desse tema são escassos na literatura, faltando informações sobre motivo e caracterização dos pacientes

evasores. Portanto o estudo promove a caracterização das evasões com uma intenção, também de fornecer dados relevantes para

criação de protocolos de prevenção.

Objetivos: O projeto tem como objetivo geral verificar as ocorrências de pacientes em um hospital de ensino; e de forma específica,

caracterizar os pacientes que evadiram de um hospital de ensino.

Método: O estudo foi documental e descritivo, com abordagem quantitativa. Foi realizado na Comissão de Ética de Enfermagem de um hospital de ensino na cidade de São Paulo, coletando os dados de 2030 fichas do protocolo de circunstâncias adversas com o

paciente. Foi elaborado uma ficha para a coleta de dados com as variáveis: idade, data do evento, setor, turno, motivo da evasão, entre

outras.

Resultado: Os principais resultados foram: local de internação com maior número de pacientes evadidos: PSC com 1634 casos

(80,50%); período com maior número de evasão: noturno com 680 casos (33,50%); momentos/motivos da evasão de maior incidência

foram “No processo de realizacao de exames e/ou recebimento de resultados”, foram 392 (19,31%) no PSC e 158 (7,78%) no PSI. Na

UGO a maior incidência foi do momento “Recusa de atendimento/ tratamento/ permanecer no servico” com 13 (0,64%); condutas de

enfermagem: 1847 (90,99%) não foram anotadas nos protocolos; sexo e a faixa etária, mais frequentes, entre os pacientes adultos

evadidos foram 123 (7,25%), sexo masculino na faixa etária de 31 a 35 anos. Entre as crianças e adolescentes, a faixa etária, em anos,

e o sexo mais frequente foram 54(16,24%), na faixa etária de 1 a 3 anos, de ambos os sexos. Dos 2030 pacientes, 1106 (54,48%) não

foram informados sobre os riscos da evasão.

Conclusão: A partir dessa pesquisa verificamos que muitos protocolos não foram preenchidos por completo. Esse fato demostra que é

necessária a orientação das equipes profissionais envolvidas na situação de evasão dos pacientes, para isso. A Comissão de Ética de

Enfermagem e a Educação Continuada de Enfermagem tem o compromisso de promoverem atividades educativas para a equipe de

enfermagem com objetivo de conscientizar sobre o preenchimento correto dos protocolos a fim de que as evasões possam ser

evitadas, mas se ocorrerem, que haja maior esclarecimento dos pacientes sobre isso.

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Nome do trabalho: Uso da citologia aspirativa como método de obtenção de amostras de melanomas

metastáticos para estudo molecular.

Autor: Felipe Falero Albano

Co-Autor: André Giacomazzi Martins

Orientador: Prof. Dr. Mauro Ajaj Saieg

RESUMO

Introdução e objetivos: O melanoma é um tipo de câncer muito agressivo e com alta capacidade metastática e alta letalidade.

Recentemente, drogas-alvo têm sido usadas com resultados promissores em pacientes com mutações no gene BRAF. Nesse contexto,

pesquisas sobre a viabilidade de métodos para detecção desses tipos de mutações se mostram muito importantes. O presente estudo

visa verificar a viabilidade dos esfregaços obtidos pela punção aspirativa por agulha fina (PAAF) para análise molecular das mutações do gene BRAF.

Método: Foram selecionadas trinta PAAF de linfonodos palpáveis positivos para metástase linfonodal de melanoma, de vinte e oito

pacientes diferentes. De cada PAAF foram feitas diversas lâminas de esfregaços e dessas lâminas de esfregaço, foram selecionadas

duas lâminas, preferencialmente um esfregaço corado por panóptico e outro corado pela coloração papanicolau, para terem o DNA

extraído e amplificado para a detecção das mutações frequentemente encontradas no gene BRAF. As lamínulas foram removidas pelo

Freezer Method, o material raspado manualmente foi colocado em microtubos de 1.5mL.

Resultado: Dos cinco casos testados até agora, quatro conseguiram ter a região do BRAF amplificada. O caso que falhou apresentava

uma quantidade baixa de DNA no espectrofotômetro. As quatro amostras amplificadas foram sequenciadas: uma das amostras

apresentou sequenciamento insatisfatório, uma amostra não apresentou mutação do gene BRAF, duas amostras apresentaram mutação do gene BRAF em heterozigose.

Conclusão: Três das cinco amostras (60%) submetidas ao processo todo tiveram resultados satisfatórios na detecção ou não de

mutações no gene BRAF, o que mostra ser possível a extração de DNA e sequwnciamento mesmo de amostras limitadas arquivadas

em nosso departamento. Seguiremos com o processo de extração, purificação, amplificação e sequenciamento das amostras

remanescentes.

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Nome do trabalho: Avaliação de IL-17 e de Vitamina D séricas em pacientes com asma controlada e não controlada

Autor: Gabriela Accetta Rojas

Coautor: Jéssica Antonio Donato

Orientador: Wilma Neves Forte Carvalho

RESUMO

Introdução: A asma é definida por processo inflamatório crônico de vias aéreas, com redução do volume expiratório forçado e hiper-

responsividade de vias aéreas. Pacientes com asma não controlada (ANC) apresentam baixa reposta clínica a corticosteroides

inalados. Está descrita a associação entre a atividade da interleucina-17 (IL-17) e aumento da expressão de CXCL-8 pelas células

epiteliais e musculares lisas respiratórias. A vitamina D tem sido aventada como substância imunorreguladora ativando células

secretoras de IL-17. Acredita-se que níveis séricos de IL-17 estejam aumentados em indivíduos com níveis séricos diminuídos de vitamina D.

Objetivos: Estudar a possível relação de IL-17 e de vitamina D séricas com asma não controlada.

Determinar os valores de IL-17 sérica em pacientes com asma controlada e não controlada.

Determinar os valores de vitamina D sérica em pacientes com asma controlada e não controlada.

Método: Estudo transversal prospectivo com amostra composta por 25 pacientes com asma não controlada, pareados por idade e

gênero com 25 pacientes com asma controlada e com 25 indivíduos saudáveis e sem asma.

Os critérios de inclusão consistem em: idade entre 18 e 60 anos e asma diagnosticada há pelo menos quatro meses. O controle da

asma é acessado por meio das escalas de controle GINA e ACT.

Os principais critérios de exclusão são: falta de controle por não aderência do paciente ao tratamento ou uso incorreto das medicações; mínimo de cinco anos de abstinência de cigarro; em vigência de suplementação de vitamina D; imunizações nas últimas quatro

semanas. A elegibilidade é acessada por meio de revisão de prontuários e entrevista do paciente. As análises séricas de vitamina D e

IL-17 serão realizadas por eletroquimioluminescência e ELISA, respectivamente.

A análise estatística será baseada no teste ANOVA para avaliar se existe diferença na proporção das variáveis independentes IL-17 e

vitamina D.

Resultado parcial: Foram abordados 98 pacientes com asma não controlada (ANC) dos quais 17 apresentaram elegibilidade e tiveram

amostra de sangue coletada. Após o encontro de pacientes com asma não controlada foi iniciada a procura de pacientes de asma

controlada (AC) e de indivíduos saudáveis (S), do mesmo gênero e idade, com desvio padrão de 2 anos, em relação ao indivíduo

índice do grupo de asma não controlada. Até o momento foram coletadas 14 amostras de sangue entre os 54 pacientes com asma

controlada e 12 amostras entre os 50 indivíduos saudáveis. O número de amostras colhidas no momento teve restrição devido à

imunização recente pela vacina MMR, que é um dos critérios de exclusão.

De acordo com análise descritiva parcial, os grupos apresentaram: medianas de idade próximas (44 pacientes com ANC, 39 com AC,

47 S); os índice de massa corporal (IMC) mostraram valores similares (25 ANC, 26 AC ,24 S) e pontuação na escala de pigmentação

de Fitzpatrick similar (moda igual a 2) .

Com relação às comorbidades relevantes no contexto da asma que tornaram os pacientes ANC inelegíveis observou-se maior

prevalência de doença do refluxo esofágico, diabetes e hipertensão em comparação com os pacientes AC e os indivíduos S. Por outro

lado, a prevalência de rinite alérgica de difícil controle foi maior no grupo de pacientes com asma:

20% (ANC) e 73% (AC). A maioria dos pacientes com AC (40%) encontra-se no step 2 de tratamento, enquanto que 56% dos

pacientes com ANC encontra-se no step 4 de tratamento, observação que representa o dobro da dose de corticoide inalado no grupo

ANC.

Conclusão: Acreditamos que, apesar do uso aumentado de corticoides inalados, o grupo ANC apresente maiores valores de IL-17 sérica em comparação aos grupos AC e S. Acreditamos que a vitamina D, como imunomoduladora, deva estar diminuída em

pacientes com ANC, quando em comparação aos outros dois grupos.

A asma é uma doença de espectro clínico altamente variável e a caracterização de possíveis fenótipos de responsividade aos

corticosteroides inalados e do perfil secretor de IL-17 é muito importante para melhor compreensão da doença e seu manejo.

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Nome do trabalho: Avaliação clínica e perfil de susceptibilidade das enterobactérias produtoras de carbapenemases isoladas em casos

pediátricos de infecção de corrente sanguínea na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo: contribuição de novos aspectos clínicos e

microbiológicos

Autor: Julia Robaton Bertazzo

Co-autor:

Orientador: Dra Marinês Dalla Valle Martino / Dra Mariana Volpe Arnoni

RESUMO

Introdução: A disseminação das enterobactérias produtoras de carbapanemases é uma peoblémática global, entretanto, existem poucos

estudos focados na população pediátrica.

Objetivo: O objetivo desse estudo foi determinar o perfil de susceptibilidade das cepas de enterobactérias produtoras de carbapenemases isoladas em hemoculturas de pacientes pediátricos e correlacionar o desfecho clínico com o tratamento realizado.

Método: Os critérios de inclusão foram: cepas viáveis de enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos isoladas em hemoculturas de

pacientes pediátricos e armazenadas no banco de cepas do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) a partir de janeiro de

2012, até dezembro de 2018. Para cada amostra foram avaliadas as variáveis: concentrações inibitórias mínimas (CIM) para

antimicrobianos polimixina, tigeciclina, meropenem, amicacina e ceftazidima – avibactam. Os casos incluídos no estudo tiveram os

registros do SCIH avaliados quanto aos dados: classificação da infecção da corrente sanguínea em primária ou secundária, relacionada

ou não a cateteres venosos centrais, uso prévio de antimicrobianos, tratamento antimicrobiano e desfecho.

Resultado: Durante o período estudado foram detectados 45 episódios de bacteremia por Enterobactérias resistentes aos

carbapenêmicos isolados em 95 amostras de hemocultura de 39 pacientes do Departamento de Pediatria. Os casos foram detectados principalmente em pacientes da UTI pediátrica e Retaguarda, sendo que os episódios foram classificados

como infecções primárias de corrente sanguínea e/ou a infecções associadas ao cateter venoso.

A média de internação para os casos observados foi de 43 dias, e a taxa de mortalidade avaliada em 30%. Com relação aos resultados

de cultura, em 94,8% dos casos as infecções foram causadas por Klebsiella spp. O fenótipo dos isolados foi de resistência ou

resistência intermediaria ao meropenem e/ou imipenem, ertapenem e tigeciclina. Já para o Ceftazedime-Avibactam revelou um padrão

maior de sensibilidade, com apenas 1 amostra resistente das 32 realizadas.

Conclusão: As infecções hospitalares por bactérias multirresistentes representam um grande desafio para as equipes

de saúde e sua incidência vem aumentando, inclusive em unidades de cuidados pediátricos. Além do aumento no número de casos,

também tem sido reportada a dificuldade no manejo terapêutico e as altas taxas de mortalidade e letalidade associadas.

Em nosso estudo observamos que as infecções por Enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos ocorreram em pacientes já

expostos ao uso de antibióticos de amplo espectro e que evoluíram com taxas elevadas de letalidade a despeito do uso de terapias combinadas com dois ou três antimicrobianos.

A análise molecular confirmou a presença do gene plasmidial blaKPC, de fácil disseminação no ambiente hospitalar, aumentando a

chance de ocorrência de surtos.

A análise microbiológica demonstrou MICs elevadas para todos os antimicrobianos comumente utilizados em esquemas terapêuticos.

Já para a droga Ceftazidima-Avibactam a análise microbiológica revelou MICs menores, quando comparado as outras drogas usuais

utilizadas no combate a Enterobacterias resistentes a carbapenêmicos.

Concluímos que as infecções por Enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos têm alto impacto no paciente pediátrico e são de

difícil manejo dadas as escassas opções terapêuticas. Sendo assim, as medidas de prevenção e controle continuam sendo a melhor

estratégia.

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Nome do trabalho: AVALIAÇÃO DO METABOLISMO E DINÂMICA MITOCONDRIAL APÓS SUPEREXPRESSÃO E

INIBIÇÃO DE GENES RELACIONADOS À ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA

Autor: Ariel Szterling

Co-autor:

Orientador: Tatiana Rosado Rosenstock

RESUMO

Introdução: A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa de caráter fatal caracterizada pela degeneração

progressiva de neurônios motores. Na maioria dos casos, a ELA é esporádica (90%), contudo, uma pequena porcentagem é de causa

genética (casos familiares; ELAf). Entretanto, a ELA é ainda considerada uma desordem multifatorial, visto que apresenta não apenas

alteração da expressão gênica, mas também outras características neuropatológicas como acúmulo de proteínas malformadas e estresse oxidativo, além da disfunção mitocondrial.

Objetivo: O objetivo desse projeto é verificar a função mitocondrial, por meio da análise do metabolismo e da dinâmica dessa

organela, em diferentes modelos da Esclerose Lateral Amiotrófica familiar (ELA).

1. Conferir a viabilidade celular dos diferentes grupos experimentais após modulação da Sod1, C9orf72 e p62, e na presença e

ausência de agentes indutores de estresse oxidativo;

2. Verificar a função mitocondrial após a expressão diferenciada dos genes de interesse;

3. Avaliar a dinâmica mitocondrial nos diferentes modelos propostos (após modulação da Sod1, C9orf72 e p62); Método: Através da cultura astrócitos com superexpressão e inibição de genes como Sod1, C9orf72 e p62, e após exposição aos indutores de estresse

oxidativo peróxido de hidrogênio (H2O2) e tert-Butil hidroperóxido (t-Butil) buscamos a criação de um modelo celular para a ELAf.

A partir de testes de viabilidade celular, com kit MTT, e de função mitocondrial, com diferentes indicadores de fluorescência, a saber,

TMRE, H2DCFDA, Fluo-4-AM e Mitosox, objetiva-se avaliar se as mutações comumente associadas à ELAf alteraram o

metabolismo mitocondrial dos astrócitos e sua capacidade de lidar com estresse oxidativo.

Resultado: Realizaram-se todas a padronizações dos testes com células não transfectadas, definindo, com sucesso, todos os

parâmetros ideais, experimentais e de resultado. Assim já foram produzidos dados para testes de viabilidade celular, metabolismo de

cálcio, potencial de membrana e níveis de estresse oxidativo (com Mitosox) para o tipo celular utilizado, o que permitirá a

comparação com os grupos transfectados, ainda em processso de produção, mas já atingidos também com sucesso. O único teste que

falhou no processo de padronização foi o de estresse oxidativo com H2DCFDA, o qual não produziu dados de fluorescência basal

satisfatórios e necessitará de testes adicionais.

Conclusão: O modelo se mostrou bem sucedido na medição dos parâmetros desejados para as células C6, permitindo agora, após o

processo de padronização, que os testes sejam feitos com grupos transfectados para produção de dados comparativos. Está provado

que já possuímos a capacidade de causar estresse oxidativo e injúria celular e quantificar corretamente a capacidade da célula de lidar

com estes. Resta agora a necessidade de realizar-se os mesmos processos, em continuidade, com os grupos contendo mutações.

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Nome do trabalho: Adesão ao tratamento medicamentoso em idosos cardiopatas

Autor: Larissa Corigliano Reis

Orientador: Rosimeire Angela de Queiroz Soares

Co-Orientador: Luciana Gonzaga dos Santos Cardoso

RESUMO

Introdução: As expectativas de envelhecimento populacional de acordo com a Organização Mundial de Saúde aumentará em quinze

vezes, alcançando em 2025, cerca de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais (Brasil, 2010). Com isto, aumenta-se o

aparecimento de doenças crônicas, dentre elas as doenças cardiovasculares, levando ao uso aumentado múltiplos medicamentos de

uso contínuo, denominado polifarmácia. A polifarmácia associada às características do envelhecimento, principalmente ao que se

refere às alterações cognitivas e funcionais no idoso, podem levar à falhas no uso correto das medicações. Sendo consideradas falhas, o uso incorreto ou irracional das medicações prescritas, alteração da dosagem e/ou tempo, entre outros fatores que resultam em uma

não adesão ao tratamento medicamentoso (Arruda et al, 2015).

Objetivo: Avaliar a adesão ao tratamento medicamentoso em idosos cardiopatas e identificar o nível de fragilidade apresentada nestes

pacientes.

Método: Pesquisa de campo, descritiva, prospectiva, transversal e de abordagem quantitativa dos dados. A amostra foi composta por

32 idosos atendidos no serviço de cardiologia de um hospital de ensino. Sendo este projeto, parte de um projeto maior, intitulado

“Perfil de pacientes atendidos em um servico de cardiologia de um hospital de ensino”. Os criterios de inclusao foram pacientes com

60 anos ou mais e todos os pacientes atendidos no ambulatório de cardiologia, com condições cognitivas e que consentiram em

participar da pesquisa conforme Resolução 466/2012(Brasil, 2012). A coleta de dados ocorreu no período de 01 de agosto a 30 de

novembro de 2018 por meio de entrevista, com auxílio de formulários. Após o preenchimento dos formulários, as informações foram inseridas em um banco de dados e submetidas à análise estatística.

Resultado: Quanto ao perfil de idosos: a faixa etária predominante foram de idosos entre 60 a 74 anos (13 ou 56.3%); a maioria 18

(56.3%) eram mulheres; 31 (96.9%) eram portadores de HAS, diagnosticada entre 40 a 60 anos; 12 deles ( 37.5%) portadores de DM,

8 (25%) referiram IAM prévio e 5 (15.6%) uso de MP cardíaco. Além disso, 20 (62.5%) idosos eram portadores de 3 ou mais doenças

crônicas. Com relação à adesão medicamentosa: 13 (40.6%) relataram dificuldade para ler a embalagem e 5 (16.1%) para abrir ou

fechar, no entanto 100% deles relataram que os medicamentos “funcionam bem”.

Conclusão: Quanto à adesão ao tratamento medicamento, foram identificadas barreiras de crença e recordação, sendo as mais

frequentes o esquema de múltiplas doses e a dificuldade para ler a embalagem. Quanto ao nível de fragilidade, predominaram idosos

frágeis e pré-frágeis.

Ressalta-se que a assistência ao idoso com cardiopatia requer um olhar ampliado, não somente às necessidades físicas, e baseadas em

tratamento, mas requer um olhar à sua multidimensionalidade em todas as esferas (físicas, mentais, sociais), para reconhecer e atuar sobre demandas reais, nesta população que indubitavelmente, será nosso maior público em todos os serviços de saúde.

As limitações do estudo foram a pequena amostra e a impossibilidade de identificar as barreiras de regime no escore de problemas

encontrados

Referências:

1 - Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Atenção à saúde

da pessoa idosa e envelhecimento / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas e

Estratégicas, Área Técnica Saúde do Idoso. – Brasília , 2010. 44 p

2-Brasil. Conselho Nacional de Saúde. Resolução 466/12. Trata de pesquisas em seres humanos e atualiza a resolução 196. [Internet].

Diário Oficial da União. 12 dez. 2012 (acesso 13 jun. 2013). Disponível: http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf

3 - Arruda DCJ, Eto FN, Velten APC, Morelato RL, Oliveira ERA. Fatores associados a não adesão medicamentosa entre os idosos

de um ambulatório filantrópico do Espírito Santo. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol [online] Rio de Janeiro, 2015; 18(2):327-337

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Nome do trabalho: Análise do comportamento dos adenocarcinomas do estômago em pacientes asiáticos e não asiáticos

Autor: Pedro Henrique Ferro de Brito

Co-autor: Eliane Portela Nogueira Lima

Orientador: Prof.Dr. Paulo Kassab

RESUMO

Introdução: O câncer do estômago é o quinto tipo de neoplasia em termos de incidência, mas o terceiro em letalidade, sendo que na

Ásia sua incidência é elevada. Os aspectos epidemiológicos e clínicos, não são uniformes entre as etnias, ao redor do mundo e as

disparidades que chamam a atenção estão entre pacientes de origem asiática e não asiática. Este fenômeno parece ter causa

multifatorial: molecular, imunológica, genética e ambiental.

Objetivo: Estudar quais as reais diferenças que se apresentam nos casos de adenocarcinoma gástrico em pacientes asiáticos e não

asiáticos.

Método: Coleta retrospectiva de dados adquiridos em protocolo de registro de coleta prospectiva de dados da Área 5 do Departamento

de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, comparando-se os dados clínicos e epidemiológicos de

pacientes de origem asiática e não asiática.

Resultado: Não houve diferença na distribuição por sexo predominando em ambas o sexo masculino, tampouco houve diferença nas

idades em que a doença se desenvolveu; o tempo de sobrevida foi maior entre os asiáticos; o padrão histológico difuso predominou

em ambas as etnias; a mortalidade global foi igual; houve mais inoperabilidade entre os não asiáticos; houve mais gastrectomias totais

entre os asiáticos; houve tendência, proporcionalmente, a mais casos de estádios menores entre os asiáticos e estádios mais avançados entre os não asiáticos.

Conclusão: Os pacientes asiáticos são diagnosticados em estádios mais precoces e foram mais submetidos a gastrectomias totais; nos

não asiáticos notou-se maior taxa de inoperabilidade e diagnóstico em estádios mais avançados.

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Nome do trabalho: Avaliação da Depressão perinatal e seus fatores preditivos em gestantes durante ambulatório de pré-natal

Autor: Talita Di Santi

Co-autor: Alice P. Sayeg

Orientador: Ricardo R. Uchida

RESUMO

Introdução: Esta pesquisa esta inserida no contexto de atencao a saúde da mulher, mais especificamente durante a gestação, um

periodo de vulnerabilidade emocional. A relacao familiar e fator relevante na correlação com depressao perinatal, uma vez que ela e

fundamental para o suporte psicologico materno. O conflito familiar tambem determina estresse, tristeza e insatisfacao, o que

compromete o desejo da gestacao e de se criar um filho. Isso tem relacao com a tradicao paternalista, a qual inferioriza a mulher e

acarreta violencia psicologica, fisica e sexual. A falta de empoderamento feminino e, principalmente falta de conhecimento sobre o tema, leva a uma condicao de vulnerabilidade e submissao na dinamica familiar, tornando-a resiliente a essa situacao.

Alguns aspectos deficitarios em termos de conhecimento sobre a Depressao perinatal podem levar a uma abordagem pública precaria

a saúde da mulher. O estudo se torna relevante para acolher a gestante para aprimorar a qualidade de vida dela e de seus filhos.

Objetivo: Geral: Avaliar a incidência de depressão perinatal em gestantes portadoras de diabetes ou hipertensão com gestantes sem

comorbidades clínicas. Específicos: Correlacionar a presença de depressão com presença de comorbidades clínicas (diabetes e

hipertensão); aspectos pessoais; aspectos sociodemográficos e planejamento familiar; condições obstétricas; relação com o

marido/companheiro; condições puerperais.

Método: Trata-se de um estudo quantitativo transversal com 66 gestantes acompanhadas em ambulatório de pré-natal pelo Programa

Saúde da Família, no Centro de Saúde e Escola Barra Funda de São Paulo (CSEBF), e pelo ambulatório de pré-natal de alto risco na Irmandade de Misericórdia da Santa Casa de São Paulo (ICMSCSP). Foram questionadas em relação a dados pessoais,

sociodemográficos, de planejamento e relação familiar e dados obstétricos prévios e atuais, bem como o questionário sobre Depressão

(Patient Health Questionnaire - PHQ-9). Foi realizada a inferência estatítica após.

Resultado: Das 66 gestantes incluídas na pesquisa, a idade média era de 31,76 anos e a mediana 32 anos. O número médio de

gestações por mulher era de 2,94, IC 95% (2,58 – 3,30) e cerca de 56,1% delas não foi planejada. A questão de renda per capita da

família dessas gestantes, a media é 858 reais, sendo IC 95% (672 – 1043 reais). Em relação a pontuação do PHQ-9, a média dessas

gestantes foi de 10,9. 39 gestantes obtiveram pontuação igual ou maior a 9. 36 gestantes apresentavam diabetes e/ou hipertensão

(54,5%) e 30 não possuíam comorbidades (45,5%). Após análise exploratória envolvendo todas as variáveis avaliadas, foi diferença

estatisticamente significante, com aumento da pontuação de PHQ-9 no grupo de mulheres que referiram terem sido vítimas de abuso

psicológico. (O Mann-Whitney U = 157, Z = -2,34, p = 0,019).

Conclusão: A incidência de depressão em gestantes entrevistadas é alta. Não houve correlação com a presença de diabetes ou

hipertensão. A pontuação elevada no PHQ-9 foi significativamente maior nas mulheres que referiram presença de abuso psicológico.

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Nome do trabalho: Estudo prospectivo da topografia do forame supraorbitário para inserção de microeletrodo neuroestimulador

aplicado à neuromodulação

Autor: Kassem Samir Saleh

Co-autor: Marcela Santarelli Casella

Orientador: Mirna Duarte Barros, Carlos Jose Lazzarini Mendes

Introdução: A busca de alternativas de tratamento, tais como as não invasivas de neuroestimulação, tem sido estudadas. Considerando

a topografia do nervo supraorbital, o posicionamento de eletrodos em doentes psiquiátricos irresponsivos ao tratamento clinico pode

oferecer uma opção de inserção apropriada dos eletrodos no emprego desta modalidade terapêutica.

Objetivo: delimitar, topograficamente, o posicionamento do forame supraorbital para a inserção apropriada dos eletrodos no emprego

da técnica não invasiva de neuromodulação.

Método: foram medidos sessenta (60) crânios secos, utilizando-se o paquímetro INOX DigitalLee TOOLS, com sistema de medição

linear. Foram excluídos aqueles com evidência de cirurgia, trauma e malformações. Dois observadores realizaram medidas da órbita

bilateralmente: distância, em milímetros, da borda lateral à borda medial da órbita e da borda medial da órbita até um plano

perpendicular traçado a partir do ponto central do forame ou fissura supraorbital, bilateralmente, de maneira cega, por 3 vezes

consecutivas. Com base nestas medidas como amostra piloto, foi realizado cálculo de amostra, seguido de medidas em tomografias

computadorizadas de crânio afim de demonstrar a média das medidas na população brasileira. Os resultados foram descritos por meio

de mediana para as variáveis quantitativas (medidas das distâncias foraminais) para as medidas radiológicas, ainda em andamento. As

variáveis categóricas foram comparadas através do teste exato de Fisher. As variáveis contínuas, não normais, foram comparadas

utilizando o teste de Mann-Whitney. As variáveis com distribuição normal foram comparadas utilizando o teste t de student. Análise

de concordância utilizando-se o Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI), medida essa apropriada quando os valores são numéricos, contínuos e medidos mais do que uma vez pelo mesmo observador. O Coeficiente de Variabilidade, tomando-se por base

doze indivíduos, sendo três de cada percentil, realizando-se as medidas das distâncias foraminais sete vezes, de maneira aleatória e

cega pelo mesmo observador, a fim de se analisar a confiabilidade das medidas. As análises foram realizadas utilizando o SPSS

versão 21 (SPSS Inc. Released 2009. PASW Statistics for Windows, Version 18.0. Chicago: SPSS Inc.).

Resultados: distância orbital de 42.8 mm e, a da borda medial do forame orbital até o plano perpendicular foi de 14,75 mm. O CCI se

mostrou positivo e forte (r > 0.831). O forame supraorbital está localizado no terço medial da distância orbital, sendo esse o local

adequado para se posicionar o eletrodo neuroestimulador na amostra de crânios secos. O cálculo de amostra demonstrou a necessidade

de medir 73 crânios, cujas medidas estão sendo realizadas de maneira digital, em reconstruções tridimensionais a partir de

tomografias computadorizadas de crânios normais.

Conclusão (parcial): as medidas antropométricas em crânios secos foram factíveis, permitindo o cálculo de amostra para se verificar as reais medidas da topografia do forame supraorbital na população de brasileiros. Esta topografia, aparentemente, encontra-se no

terço médio da distância orbital, carente ainda da confirmação, ou não, pelas medidas radiológicas.

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Nome do trabalho: Avaliação da expressão gênica de Arginina-Vasopressina na amígdala cerebral de Rattus norvegicus

experimentalmente infectados por duas cepas distintas de Toxoplasma gondii (ME49 e VEG) Autor: Virgínia de Paula Barbosa

autor: Virgínia de Paula Barbosa – 4º ano Medicina

Orientador: Sergio Vieira dos Santos

RESUMO

Introdução: A infecção experimental por Toxoplasma gondii em roedores pode gerar comprometimento da memória e aprendizado,

assim como atenuar a aversão inata de ratos para urina do predador, tornando-a um atrativo. Acredita-se que essas mudanças, que

ocorrem principalmente por alterações epigenéticas na região da amígdala, beneficiam o protozoário, facilitando a transmissão para o

hospedeiro definitivo, os felídeos. Estudos moleculares mostram que a infecção experimental de roedores por T. gondii modula

produção de Arginina-Vasopressina (AVP) na amígdala cerebral, região importante no comportamento aversivo e atração. Porém, não se sabe se cepas diferentes de T. gondii apresentam mecanismos idênticos de manipulação.

Objetivo: O objetivo do presente trabalho foi verificar possíveis diferenças na expressão gênica de AVP, por meio de RT-PCR em

tempo real, da amigdala cerebral de Rattus norvegicus experimentalmente infectados por cepas distintas de T. gondii (ME49 e VEG).

Método: Foram utilizados trinta ratos, divididos em três grupos com dez animais cada: Controle sem infecção, G-ME49 e G-VEG –

infectados com dez cistos de T. gondii das cepas ME-49 (tipo II) e VEG (tipo III), respectivamente. Após dois meses de infecção,

procedeu-se a eutanásia dos animais com imediata cerebrotomia; em seguida, as amostras foram seccionadas em Matriz de 0,5 mm

para cérebro de rato. A região da amígdala cerebral foi microdissecada utilizando pipetas Pasteur descartáveis e transferida para

microtubo contendo 250 µL de tampão de lise Tryzol. A extração do RNA foi feita utilizando kit de extração da QIAGEN. Após

extração, o RNA foi convertido em cDNA utilizando kit ImProm-II Reverse Transcription System da PROMEGA. A qPCR em tempo real foi feita utilizando Sybr Green (Applied).

Resultado: Os valores de ΔCt de AVP da regiao da amigdala cerebral dos ratos nao expostos a urina de gato nao apresentaram

diferença significante (Controle: -0,2050 ± 2,726 (n=5); ME49: -1,990 ± 2960 (n=5) e VEG: -2,186 ± 1,336 (n=5); p>0,05). O mesmo

foi evidenciado nos ratos expostos (Controle: -2,039 ± 3,285 (n=4); ME49: -2,036 ± 2,731 (n=5) e VEG: -1,181 ± 1,140 (n=4);

p>0,05). Resultados estatisticamente significante também não foram observados na expressão gênica de AVP no Núcleo

Paraventricular nos grupos não exposto à urina (Controle: -8,890 ± 1,629 (n=5); ME49: -4,528 ± 3,892 (n=5) e VEG: -5,506 ± 1,768

(n=5)), bem como no grupo exposto à urina do predador (Controle: -6,205 ± 2,657 (n=5); ME49: -3,545 ± 3,240 (n=4) e VEG: -6,048

± 1,361 (n=4)).

Conclusão: No presente estudo não foi observada diferença entre a expressão de AVP entre os grupos expostos e não expostos à urina

de gato. Um fator importante que pode ter influenciado nos resultados é a qualidade e quantidade de urina de gato utilizada. Além disso, há relatos na literatura sobre a transitoriedade nas alterações comportamentais de roedores parasitados. Um exemplo disso é o

trabalho feito por Chieffi et al. (2010) que analisando roedores infectados por Toxocara canis em dois tempos diferentes, relataram

alterações no comportamento dos animais com 40 dias após infecção e não com 70 dias. O mesmo foi observado por Hrdá et al.

(2000) em roedores infectados por T. gondii. Assim, nas condições deste experimento, conclui-se que não se observou influência da

infecção por cepas ME49 e VEG de T. gondii na expressão gênica de AVP em R. norvegicus.

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Nome do trabalho: QUALIDADE DE SONO EM PACIENTES PORTADORES DE ESCLEROSE MULTIPLA

Autor: Gregorio Zalaf Caseiro

Co-autor: Juliana Lucena de Queiroz

Orientador: Prof. Dr. Charles Peter Tilbery

RESUMO

Introdução: A Esclerose Múltipla é a doença autoimune, desmielinizante, inflamatória mais comum do sistema nervoso central, com

caráter crônico e progressivamente incapacitante que acomete principalmente adultos jovens em idade ativa. No Brasil, a prevalência

de EM é de 5 a 27/100.000 habitantes, acometendo 2 mulheres a cada homem. Os sinais e sintomas são decorrentes de lesões

desmielinizantes disseminadas no tempo e espaço na substância branca do SNC, sendo o quadro clínico marcado por estados de

exacerbações e remissões, e estado progressivo marcado por acúmulo de déficits. Nos pacientes portadores de EM há elevada prevalência de distúrbios do sono, fadiga, ansiedade e depressão, impactando diretamente na qualidade de vida destes pacientes.

Objetivo: O projeto previa um estudo de coorte longitudinal, observacional para avaliar qualitativamente como as drogas

modificadoras da história natural da doença afetavam a qualidade de sono dos portadores. No entanto, devido a limitações

incontornaveis, optamos por seguir um estudo em “cross-sectional”, que, apesar de não permitir inferir relações de causa e

consequência, nos permite avaliar se os grupos de primeira ou segunda linha de tratamento têm padrões diferentes de apresentação

dessas comorbidades, o que pode sugerir algum benefício na adoção de uma das linhas.

Método: aplicação de questionários traduzidos e validados que avaliam: qualidade do sono, fadiga, ansiedade e depressão

(Questionários: Pittsburgh Sleep Quality Index – BR, Fatigue Severity Scale – BR, Hospital Anxiety and Depression Scale -BR)

Resultado: Observarmos que pacientes com EM sao considerados “poor sleepers”, com media de 7,21 pontos no PSQI-BR. A

prevalência de distúrbios do sono demonstrou-se de 60,29%, valor próximo do encontrado na literatura (25-62%). Quando se

estratifica a análise por medicação, apesar dos valores de prevalência diferentes entre primeira e segunda linha de tratamento (70% e

56,25%, respectivamente), não se pode associar as alterações no sono com os grupos de tratamento (p=0,2910). Quanto à fadiga, os

dados obtidos nesta pesquisa corroboram que ela acomete de 75-90% dos pacientes com EM, mas o teste qui-quadrado aponta que

não há distinção entre os diferentes grupos de tratamento (p=0,5590). Para o componente ansiedade do HADS-BR há uma prevalência

de 47,06% na amostra, maior do que a observada na literatura para pacientes com EM (11-19%), mas seus valores não podem ser

diferenciados entre as linhas de tratamento (p =0,7538). Para testar a hipótese de que pacientes com menos de 5 anos de diagnóstico

teriam maior prevalência de ansiedade, foi utilizado o teste qui-quadrado, que indicou não haver diferença no tempo decorrido do

diagnóstico e a prevalência de ansiedade (p=0,9306). Quanto ao componente depressão, a prevalência foi de 32,35%, próxima da

encontrada na literatura (30%), sem haver diferenças significativas entre as linhas de tratamento (p=0,7889). Também não há

associação do tempo decorrido do diagnóstico com a prevalência de depressão (p=0,1213). A análise de acordo com o tempo decorrido do diagnóstico permite afirmar, no entanto, que os pacientes com mais de 5 anos de diagnóstico têm maior componente

ansioso do que depressivo (p= 0,0128). Tal observação está em desacordo com o descrito em literatura e pode significar que a

população de pacientes com EM da Santa Casa tem um perfil diferente do observado em outros estudos.

Conclusão: A hipótese inicial deste trabalho visava à investigação do padrão de apresentação dessas comorbidades de acordo com as

diferentes linhas de tratamento, porém observamos que a modalidade de tratamento não impactou de maneira diferente tais

comorbidades, sugerindo que ou o tipo de medicação não tem influência sobre os componentes descritos ou seu efeito é similar sobre

as comorbidades. Tanto a qualidade do sono quanto a fadiga foram observadas em proporções semelhantes às encontradas na

literatura. Em relação aos transtornos de humor, o componente depressão tem prevalência muito próxima da observada na literatura,

enquanto o componente ansiedade apresentou prevalência maior neste estudo do que na literatura. Além disso, a estratificação pelo

tempo de diagnóstico mostrou que os pacientes com mais de 5 anos de diagnóstico têm maior componente ansioso do que depressivo. Essas diferenças podem ser explicadas parcialmente pelo método empregado neste estudo, o questionário HADS-BR, que além de ser

autorreferido, capta apenas sintomas dos transtornos de humor, o que não significa que o diagnóstico se faz presente. Entretanto,

como o estudo considerou apenas pacientes sem diagnóstico prévio de transtorno de humor, e sabe-se que esses transtornos são até

65% sub diagnosticados nesse grupo de pacientes, torna-se imprescindível a busca ativa do diagnóstico de transtornos de humor na

prática clínica.

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Nome do trabalho: Avaliação da Eficiência de Potenciais Inibidores de Agregação de Peptídeos Envolvidos em Doenças

Amiloidogênicas.

Autor: Julia Magalhães Dorn de Carvalho

Orientador: Profª Drª Luciana Malavolta Quaglio

RESUMO

Introdução: A formação de fibrilas amiloidais está relacionada à conversão de peptídeos/proteínas solúveis em agregados fibrilares,

que podem ser depositados sistemicamente ou em determinados órgãos de forma insolúvel, estando associadas a muitas doenças como

Alzheimer, Parkinson e Diabetes mellitus tipo II. Este processo de agregação/formação de fibrilas induz disfunção orgânica do tecido

e, consequentemente, morte. Muitas estratégias estão sendo avaliadas para inibir a formação de oligômeros amiloidais, entre elas a

utilização de compostos capazes de dissociar esses agregados.

Objetivo: O presente trabalho teve como objetivo principal avaliar a eficiência de potenciais inibidores de agregação e/ou formação de

fibrilas amiloidais de fragmentos peptídicos envolvidos em doenças amiloidogênicas.

Método: Os peptídeos propostos foram sintetizados pelo método de síntese em fase sólida através da estratégia Fmoc/tBut e

caracterizados e purificados por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). A formação de fibrilas foi avaliada pela intensidade

de fluorescência utilizando a sonda Tioflavina T (20 µM), a qual interage com as fibrilas formadas pelos peptídeos (20 µM) a 37ºC e

em diferentes tempos de incubação (0h, 1h, 4h, 24h, 48h, 72h e 144h) na ausência e na presença de potenciais inibidores (I1 e I2) (100

µM). Para avaliarmos a formação/ruptura de agregados peptídicos, utilizamos a técnica de espalhamento de luz, empregando o mesmo

espectrofluorímetro e os mesmos parâmetros (temperatura e tempos de incubação) usados para a detecção de fluorescência, mas

utilizando o comprimento de onda tanto da excitação quanto da emissão de 320 nm onde os peptídeos não absorvem. Neste caso, a eficiência dos potenciais inibidores foi mensurada pela diminuição do espalhamento de luz.

Resultados: Os fragmentos peptídicos RLANFLVHSS (11-20) e ATQRLANFLVHSS (8-20) relacionados com o Diabetes tipo II e

denominados IAPP1 e IAPP2, respectivamente, foram sintetizados e o fragmento peptídico VHHQKLVFFAEDV (12-24) do peptídeo

β-amiloide envolvido na doença de Alzheimer e a sequência NAGDVAFV (FCSA) envolvido na amiloidose corneal, anteriormente

sintetizados, foram incluídos. O rendimento final da síntese foi de aproximadamente de 30% para todos os fragmentos. A intensidade

de fluorescência foi bem maior para o peptídeo denominado IAPP2 do que para os outros fragmentos, seguido do peptideo β-amiloide

e por fim o IAPP1 e FCSA. Ja com os inibidores, apos 1h o peptideo β-amiloide e o IAPP2 tiveram uma diminuição relevante do

número de fibrilas formadas (com I1 o primeiro diminuiu 50% e o segundo 72% e com I2 apenas o IAPP2 diminuiu 74%), mas para

os demais fragmentos essa diminuição não foi significativa. Em relação ao espalhamento de luz, o IAPP2 teve a maior intensidade e

na presença dos inibidores houve uma redução de no mínimo 83% após 1h e de 92% após 72h na intensidade de espalhamento de

todos os peptídeos.

Conclusão: Os resultados obtidos mostraram que a formação de fibrilas não está diretamente relacionada à formação de agregados.

Entretanto, em todos os experimentos realizados observamos uma eficiência dos compostos propostos em diminuir tanto a formação

de fibrilas amiloidais, demonstrada pelos estudos de fluorescência, quanto à formação de agregados, através da técnica de

espalhamento de luz.

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RESUMO DOS TRABALHOS Comitê Externo: Prof. Dr. Sérgio Setsuo Maeda

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Título: Tabagismo como preditor de gravidade em pacientes com Pancreatite Aguda

Autor(a): Giovanna Zucchini Rondini

Co-autor(a): Aline Celeghini Rosa Vicente

Orientador: Tercio De Campos

RESUMO

INTRODUÇÃO: A Pancreatite Aguda (PA) é uma inflamação pancreática que pode cursar com síndrome de resposta inflamatória

sistêmica acarretando significativa morbidade e mortalidade em até 20% dos pacientes, sendo que a origem biliar e o etilismo são suas

causas mais frequentes. No Brasil, a incidência da doença é de 15,9 casos por ano para cada 100.000 habitantes. Sua apresentação

pode variar bastante, podendo ser classificada em leve, moderadamente grave ou grave. Nos casos de PA grave as complicações

sistêmicas são mais frequentes podendo evoluir para falência de múltiplos órgãos. Sabe-se que muitos fatores de risco podem estar associados nesses casos, implementando maior gravidade no quadro.

OBJETIVO: Este trabalho tem como objetivo avaliar se o tabagismo pode ser considerado um desses fatores de risco que

implementam maior gravidade aos quadros de Pancreatite Aguda.

MÉTODOS: Para tanto, foi estudado um banco de dados do Serviço de Emergência da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de

São Paulo (ISCMSP), que contém informações acerca dos pacientes admitidos no Pronto Socorro Central. A partir desse banco de

dados, foram tabelados os pacientes que tiveram confirmação diagnóstica de Pancreatite Aguda, informações acerca da gravidade do

quadro e sobre histórico ou não de tabagismo. Os dados de pacientes transferidos de outros hospitais ou incompletos no banco, não

sendo possível confirmar o diagnóstico, estratificar a gravidade, ou sem historico de tabagismo, foram excluídos.

RESULTADOS: Dessa forma, com a análise retrospectiva dos dados acerca de 104 pacientes, encontrou-se correlação

estatisticamente significativa entre o histórico de tabagismo e a maior gravidade dos quadros de Pancreatite Aguda (p<0,0006). Ao

estratificar por etiologia, encontra-se relevância estatística apenas nos quadros biliares (p<0,03), enquanto nas Pancreatites induzidas

por álcool ou outras etiologias, há possíveis vises de seleção dos pacientes pelo método (p<0,12 e p<0,23, respectivamente).

CONCLUSÃO: A relevância da associação entre a etiologia biliar, que é a mais comumente indutora dos quadros de PA, e o

tabagismo, gerando maior gravidade dos quadros serve como alerta à equipe de saúde acerca de novos pacientes que adentrem o

serviço de saúde, impactando em maior atenção e manejo adequado destes.

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Nome do trabalho: Perfil Epidemiológico e Histológico dos adenocarcinomas de estômago entre 1997 e 2006 e entre 2007 e 2016

Autor: Eliane Portela Nogueira Lima

Co-autor: Pedro Henrique Ferro de Brito

Orientador: Paulo Kassab

RESUMO

Introdução: O câncer de estômago é o quarto tipo mais comum de câncer e a segunda maior causa de morte por câncer no mundo,

ficando atrás apenas do de pulmão. Tendo em vista o impacto desta doença na população mundial, com números tão significativos em

incidência e mortalidade, é fundamental que se mapeie os tipos histológicos mais frequentes do tumor e que se estude melhor as

mudanças epidemiológicas da doença nos últimos anos. Desta forma, será possível entender o que ocorre no Brasil e quais os

cuidados necessários, em relação à prevenção e tratamento do câncer gástrico, além de analisar as mudanças que ocorreram nos últimos anos, adequando-se ao novo perfil epidemiológico e histológico da doença.

Objetivo: Avaliar se houve mudança nas incidências de idade, sexo, tempo de sobrevida, dos tipos histológicos, sítio anatômico,

mortalidade global, tipos de ressecção e estadiamento nos portadores de adenocarcinoma de estômago em nosso meio, intestinal e

difuso, entre as décadas de 1997 a 2006 e de 2007 a 2016.

Método: coleta retrospectiva de dados adquiridos em protocolo de registro de coleta prospectiva de dados da Área 5 do Departamento

de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, comparando-se os dados epidemiológicos e histológicos

entre as décadas de 1997 a 2006 e de 2007 a 2016.

Resultado: não houve diferença na faixa etária dos pacientes nos períodos estudados, mantendo-se em uma média de 62 anos. Não houve também modificação na distribuição entre os sexos. Não observamos diferença no tempo de sobrevida global. Além disso, não

houve mudanças nos padrões histológicos. Parece ter havido discreta diminuição nos tumores mais distais, que invadem o duodeno

(LD diminuiu de 8,7% para 3%, no segundo período) e discreto aumento nos tumores proximais (U aumentou de 4,7% para 10,9%, na

segunda década). Podemos notar também que mortalidade foi menor nos períodos mais recentes, diminuindo de 68,7% para 52%. Não

houve diferença nos tipos/extensão de ressecção. Houve aumento nos tumores T3, de 2% para 12,9%. Além disso, observamos uma

diminuição das neoplasias que invadem serosa e órgão adjacentes, de 52,6% para 41,5%, na segunda década. Por fim, não houve

diferença no estadiamento final dos tumores.

Conclusão: com a diminuição da profundidade dos tumores no período entre 2007 e 2016, além de uma menor mortalidade nesta

década, podemos inferir que talvez estejamos conseguindo uma pequena melhora no diagnóstico, no período mais recente. Entretanto,

não houve uma melhora diagnóstica e terapêutica suficiente para que o a sobrevida dos pacientes tenha aumentado, para que as lesões

fossem menos extensas ou para que as taxas de acometimento linfonodal fossem menores na segunda década.

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Nome do trabalho: Oportunidades perdidas de vacinação de HPV em indivíduos saudáveis e com síndrome de imunodeficiência

adquirida

Autor: Carolina Palamin Buonafine

Orientador: Dra Flavia Jacqueline Almeida

RESUMO

Introdução: A vacina quadrivalente contra o HPV foi introduzida no Programa Nacional de Imunização (PNI) no Brasil em 2014,

tendo como alvo meninas de 9 a 13 anos de idade. Em 2017, o Ministério da Saúde (MS) ampliou a vacinação de HPV para as

meninas de nove a 14 anos e introduziu para os meninos de 11 a 14 anos de idade. Também foram contemplados como grupos

prioritários, a população feminina e masculina de nove a 26 anos de idade vivendo com HIV/AIDS, mantendo-se o mesmo público

para o ano de 2019³. A vacina oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é a principal forma de prevenção contra 4 tipos do HPV

(6,11,16,18), com esquema de 2 doses (0 e 6 meses). Já em pacientes soropositivos o esquema é composto por 3 doses (0,2 e 6

meses), englobando mulheres de 9 a 26 anos4 . A imunização ao HPV por meio de vacina auxilia a prevenir o aparecimento de lesões

precursoras e do câncer do colo de útero, a quarta maior causa de morte de mulheres por câncer no país5

Objetivo: Avaliar a cobertura vacinal para HPV em crianças e adolescentes saudáveis e com infecção pelo HIV e identificar os fatores

associados a cobertura da vacina HPV nestes dois grupos.

Método: Foi realizado um estudo retrospectivo no mês de julho de 2018, onde foram analisados dois grupos. Grupo 1: crianças e

adolescentes de 9 a 26 anos, vivendo com pelo HIV e com acompanhamento regular desde 2014 no Serviço de Infectologia

Pediátrica da Santa Casa de São Paulo. Foi feita uma avaliação através do prontuário médico, com a coleta dos seguintes dados: idade,

sexo, idade de diagnóstico de HIV, anos de tratamento antirretroviral (TARV), carga viral, classificação clínica, classificação de CD4,

adesão ao TARV, doses recebidas da vacina de HPV. Todos os prontuários contêm uma cópia da caderneta de vacinas, que é utilizada

em todas as consultas. A avaliação da cobertura vacinal foi feita através desta cópia. A adesão à TARV é realizada em todas as

consultas através de um breve questionário que inclui número de doses esquecidas nos últimos 3 dias, conhecimento do nome, cor e

horário da medicação, supervisão de um adulto, bem como correlação com a carga viral. Grupo 2: crianças e adolescentes de 9 a 17

anos de uma escola privada da cidade de São Paulo. Foram avaliadas as cadernetas de vacinas. Foi realizado um pedido através da

diretoria da escola que os pais autorizassem (através do preenchimento do TALE e TCLE) e levassem as cadernetas de vacinação de seus filhos para realização da coleta dos dados necessários. A partir das cadernetas de vacinação foram retirados os seguintes dados:

idade, sexo, doses recebidas da vacina de HPV. Foi considerado esquema vacinal completo presença de 3 doses da vacina HPV,

adequado quando vacinação em dia e inadequado se vacinação atrasada, para os pacientes com HIV. Consideramos esquema vacinal

completo a presença de 2 doses ou 3 doses (crianças com 15 anos receberam 3 doses, segundo o esquema vacinal anterior do MS) da

vacina HPV, adequado quando vacinação em dia, incompleto se vacinação atrasada, para as crianças e adolescentes saudáveis. O teste

do Chi-quadrado e a tabela de contingência foi utilizado para verificar associação entre as variáveis. O teste foi utilizado para

verificar associação entre valor de linfócitos T CD4+, carga viral indetectável, classificação clínica do HIV e adesão à TARV versus

cobertura vacinal. Além da associação entre o grupo de crianças e adolescentes vivendo com HIV e o grupo de crianças e

adolescentes saudáveis da escola e suas coberturas vacinais. Foi estabelecido um nível de significância de 5%. Foi utilizado o

programa SPSS versão 13.0.

Resultado:O ambulatório de infectologia pediátrica acompanha crianças e adolescentes vivendo com HIV desde 1987. Atualmente,

este ambulatório tem 114 pacientes em seguimento. No período do estudo, foram avaliados, 42 prontuários de crianças e

adolescentes infectados com HIV, sendo 31 meninas e 11 meninos. A média da idade desses pacientes foi de 17 anos, a idade de

diagnóstico de 5 anos e de tempo de terapia antirretroviral (TARV) de 11 anos. 69% possuíam Carga Viral Indetectável. Na

classificação clínica, 11% foram classificados como N, 14% A, 26% B, 47% C. Quanto à classificação imunológica de valor de

linfócito T CD4+, 69% pertenciam ao grupo 1, 22% ao 2, 9% ao 3. Em relação à adesão à TARV, 64% tinham boa adesão, 16%

regular e 19% má. Quanto à cobertura vacinal de HPV, 85,4% apresentaram esquema completo, 4,9% adequado e 9,8% incompleto e

nenhum paciente deste grupo não havia recebido nenhuma dose da vacina. Nesse grupo de crianças e adolescentes vivendo com HIV, não foi possível realizar teste estatístico pelo teste Qui-Quadrado devido ao número pequeno de casos para a comparação entre

cobertura vacinal e classificação do valor do linfócito T CD4+, carga viral, adesão à TARV e classificação clínica. A escola privada

tinha, no período do estudo, entre os meses de setembro de 2018 e julho de 2019, 228 alunos acima de 9 anos. Em relação à cobertura

vacinal de HPV na escola privada, foram avaliadas 164 crianças, sendo 112 meninas e 52 meninos. A média de idade desse grupo foi

de 13 anos. O esquema vacinal completo foi observado em 53%, adequado em 3,7%, incompleto em 18,3% e 25% não receberam

nenhuma dose. Quando realizamos a comparação entre o Grupo 1 e o Grupo 2 em relação ao esquema vacinal encontrado, obtemos os

seguintes resultados: o grupo dos pacientes vivendo com HIV, 82,4% possuíam dose completa; . no grupo da escola, 53% das crianças

possuíam esquema completo (p=0,001).

Conclusão: Concluímos com esse estudo, que a cobertura vacinal de HPV em crianças e adolescentes vivendo com HIV é maior

comparado tanto com a cobertura atingida pelo Ministério da Saúde tanto em comparação à cobertura vacinal nas crianças e

adolescentes da escola privada. Essa cobertura maior no grupo 1 ocorreu pelo acompanhamento frequente desses pacientes em

ambulatórios especializados em infecto-pediatria em que há maior preocupação com o estado vacinal da criança e adolescente. Apesar

do grupo 2 apresentar menor cobertura vacinal, o mesmo mostrou bons resultados de cobertura vacinal, superior ao atingido pelo

Ministério da Saúde, resultado motivado pela parceria estabelecida, naquele período, entre Ministério da Saúde e Ministério da

Educação, o que incentivou à vacinação desses jovens.

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Nome do trabalho: AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS DA CIRURGIA TRANSESFENOIDAL ENDOSCÓPICA NO

TRATAMENTO DE ADENOMAS NÃO-FUNCIONANTES

Autor: Gabriel José dos Santos

Co-autor: Giovana Motta

Orientador: Prof. Dr. Américo Rubens Leite dos Santos

RESUMO

Os adenomas hipofisários não funcionantes são neoplasias benignas que se originam das células adenohipofisárias e não estão

associadas à evidência clínica de hipersecreção hormonal. A cirurgia transesfenoidal endoscópica demonstrou nos últimos anos, ser a

via de tratamento cirúrgico preferencial para a maior parte destes tumores.

MATERIAIS E MÉTODOS: Realizada análise retrospectiva baseada nos registros médicos de pacientes diagnosticados com adenoma

hipofisários não funcionante submetidos à cirurgia endoscópica transesfenoidal, no período de janeiro de 2005 a março de 2016 como

primeira abordagem cirúrgica à sua doença.

RESULTADOS: Nossa coorte final foi composta por 34 pacientes, com uma idade média de 47,9 anos. Os principais sintomas

descritos foram redução do campo visual (63,63%) e cefaleia (57,57%), em apenas um paciente a lesão se restringia a região selar,

também foi visto que em 20% dos pacientes foi possível realizar a exérese total do tumor, em 50% dos pacientes foi feita a exérese

subtotal e em 30% dos pacientes, optou - se pela exérese parcial do tumor. Ainda em relação a extensão da lesão foi encontrado 12

adenomas classificados como adenomas gigantes e 22 deles caracterizados como macroadenomas.

DISCUSSÃO: Os indivíduos com adenoma hipofisário não funcionante, possuem, como principais sintomas a redução do campo visual e cefaleia. A terapia indicada para o tratamento de adenoma hipofisário não funcionante é a ressecção total do adenoma, a fim

de reduzir os sintomas causados principalmente pelo efeito de massa do tumor e restaurar a expectativa de vida. Observou-se neste

estudo que a ausência de invasão do seio suprasselar ou cavernoso foram sinais de bom prognóstico, e houve uma tendência de menor

taxa de remissão quanto maior o grau de invasão tumoral.

CONCLUSÃO: A abordagem endoscópica transesfenoidal é uma técnica segura e eficaz para possibilitar a ressecção de adenomas

hipofisários não funcionantes. As vantagens do uso desta técnica incluem ausência de incisão visível no paciente e visão panorâmica e

em diferentes ângulos da região tumoral, garantindo maior segurança e eficácia ao procedimento cirúrgico. Tumores gigantes com

extensão suprasselar ou para seio cavernoso, diminuem a possibilidade de ressecção macroscópica total. A ressecção parcial de

Adenomas gigantes pode resultar numa situação pós-operatória denominada Apoplexia do remanescente tumoral, que apresenta

grande morbidade e mortalidade.

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Nome do trabalho: “Analise de fatores prognosticos relacionados com imunohistoquimica de ERG-PTEN em prostatectomias

radicais”

Autor: Gustavo Hideki Orikasa

Co-autor: Victor Hideo Ohama

Orientador: Luis Gustavo Morato de Toledo

RESUMO

Introdução: O adenocarcinoma de próstata, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA 2018), é a neoplasia não cutânea maligna

mais frequente em homens. Com intuito de melhor predizer seu comportamento, critérios clínicos, laboratoriais, de imagem, genéticos

e epigenéticos têm sido investigados. A detecção precoce da doença e a predição de sua progressão e recorrência são de fundamental

importância para determinar o prognóstico do câncer e evitar tratamentos desnecessários. Em lesões de baixo risco, o paciente é elegível para acompanhamento por vigilância ativa e, dessa forma, diminuir morbidades do tratamento cirúrgico, como incontinência

urinária e impotência sexual. Atualmente, a classificação prognóstica se baseia na escala de Gleason, que avalia apenas características

morfológicas do tumor. Entretanto, discute-se a correlação desses fatores morfológicos com características imunohistoquímicas no

prognóstico da doença, como a presença de componentes histológicos de padrão cribiforme (sugestivo de evolução desfavorável) e a

deleção de PTEN e fusão do gene TMPRSS2:ERG, associados com as vias de sinalização celular da tumorigênese. A identificação da

expressão de determinados genes relacionados com o adenocarcinoma de próstata, como o ERG e o PTEN, e a sua correlação com os

diferentes padrões morfológicos da escala de Gleason são importantes para melhor caracterização dos diferentes tumores,

repercutindo clinicamente com maior adequação do tratamento ao tipo de comportamento da neoplasia.

Objetivo: Analisar por imunohistoquímica a deleção do gene PTEN e a translocação do gene TMPRSS2:ERG em adenocarcinomas de

próstata encontrados em material de biópsias e avaliar a associação com as características da neoplasia observadas no material proveniente de prostatectomia radical

Método: Foram levantados 66 casos de adenocarcinoma de próstata de peças de prostatectomia radical no registro do Serviço de

Anatomia Patológica do Hospital Central da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo entre os anos de 2014 a 2018. Todo material foi

revisado em microscopia óptica segundo os critérios da ISUP (2014) para adenocarcinoma de próstata por duas médicas patologistas

com a presença dos alunos envolvidos no estudo. Posteriormente, as lâminas foram selecionadas a fim de determinar as áreas

neoplásicas mais representativas através da técnica de Tissue Microarray (TMA). Para isso, foram realizados 4 blocos receptores

construídos a partir de 2 amostras de material de prostatectomia de cada paciente. Os casos para controle interno das reações imuno-

histoquímicas foram realizados em amostras de hemorroida para ERG e em amostras de endométrio para PTEN. Foram analisadas 62

prostatectomias radicais na análise do status de PTEN relacionados aos fatores prognósticos anatomopatológicos (invasão perineural,

invasão de cápsula, extensão extraprostática, estadiamento patológico e percentual de acometimento do tumor); 66 prostatectomias na

análise da deleção de PTEN relacionado ao padrão histológico (mucinoso, glomeruloide e cribiforme) e 54 prostatectomias na análise da translocação do gene TMPRSS2:ERG. Os dados obtidos foram compilados em banco de dados de tabela Excel dinâmica e

submetidos a testes estatísticos de qui-quadrado e exato de Fischer (programa SPSS versão 13.0).

Resultado Na comparação do status do PTEN com o grupo prognóstico da ISUP (2014), de 66 casos avaliados, 21 (31,8%) eram do

grupo prognóstico 3; 19 (28,8%) do 2; 13 (19,7%) do 5; 8 (12,1%) do 1; e 5 (7,6%) do 4. PTEN foi positivo em todos os casos do

grupo 1. Houve perda da expressão em 1 caso do grupo 2; 7 do grupo 3 e 2 do grupo 5 (p=0,057). O padrão cribiforme estava presente

em 19 amostras; em 9 o grupo prognóstico era 3 e em 6 destes casos, houve negatividade para PTEN (p=0,027). O padrão

glomeruloide ocorreu em 4 amostras (p=1,00) e o mucinoso em 8 (p=0,347), sem significância estatística em relação ao PTEN. Nas

variáveis invasão perineural, invasão de cápsula, extensão extraprostática, estadiamento patológico e percentual de acometimento do

tumor associadas ao status de ERG e PTEN não houve correlação estatística significativa.

Conclusão: Nossos achados demonstraram associação entre deleção do PTEN e padrão cribiforme (p<0,05). Os padrões mucinoso e

glomeruloide não demonstraram associação com a perda do PTEN (p=1,0/p=0,347). A relação da expressão de PTEN com os grupos

prognósticos da ISUP 2014 foi sugestiva (p=0,057), porém, não estatisticamente significativa, sugerindo uma tendência maior ao pior

prognóstico quando PTEN deletado. Com relação à fusão do gene TMPRSS2:ERG relacionada com as variáveis anatomopatológicas

não houve associação estatisticamente significativa. Nossos dados sugerem que a caracterização molecular, principalmente do gene

PTEN, possa ser usada em um futuro para determinar o prognóstico do adenocarcinoma prostático, no entanto maiores estudos são

necessários para uma melhor avaliação e busca de dados com maior significância estatística.

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Nome do trabalho: Uso do retalho microcirúrgico em reconstruções de cabeça e pescoço

Autor: Julia Nascimento Kawamukai

Coautor: Evelyn de Almeida Ramos

Orientador: Prof. Dr. Antonio José Gonçalves

Co-orientador: Dr. Alexandre Babá Suehara

RESUMO

Introdução: Cirurgia reconstrutiva em cabeça e pescoço representa um grande desafio. Nos últimos 20 anos, os retalhos

microcirúrgicos tèm sido cada vez mais utilizados para estas reconstruções, permitindo cirurgias de ressecções amplas, principalmente

de tumores malignos, que antes eram contraindicadas por não haver outra forma de reconstrução, com ótimos resultados estéticos e

funcionais e, respeitando-se a radicalidade oncológica.

Objetivo: Analisar as reconstruções dos defeitos de cabeça e pescoço realizadas com retalhos microcirúrgicos em cirurgias e/ou

tratamento oncológicos, na observância de complicações locais e sistêmicas e resultados estético-funcionais.. Método: Trata-se de um

estudo retrospectivo, no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2017, por meio de coleta dos dados de prontuários do Hospital

Central da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Foram analisados dados demográficos, dados clínicos, dados dos

retalhos microcirúrgicos realizados e qualidade de vida.

Resultado: Foram realizadas 37 reconstruções microcirúrgicas com quatro tipos de retalhos: anterolateral da coxa, antebraquial radial,

fibular e grande dorsal. Como principais complicações obtivemos: perda parcial do retalho (11%), hematoma (8%), trombose de veia

(6%) e perda total do retalho (6%). A taxa total de sucesso do retalho foi de 94%.

Conclusão: As reconstruções microcirúrgicas, apesar de complexas apresentam bons resultados estéticos, funcionais e de qualidade de

vida para pacientes oncológicos. O índice de sucesso foi semelhante ao de grandes centros de microcirurgia reconstrutiva. A curva de

aprendizado é mais longa, porém com treinamento da equipe, tende a reduzir o índice de complicações ao longo do tempo.

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Nome do trabalho: Traqueostomia percutânea guiada em ambiente de UTI

Autor: Letícia de Melo Silva

Co-autor: Guilherme Petry Martins Pereira

Orientador: Antônio José Gonçalves

RESUMO

Introdução: A traqueostomia é um procedimento amplamente recomendado para pacientes com intubação orotraqueal prolongada em

unidade de terapia intensiva (UTI). A técnica da traqueostomia percutânea (TPC) à beira do leito, nas duas últimas décadas, tem sido

frequentemente realizada, por apresentar vantagens em relação à técnica aberta. Na TPC, é recomendável o auxílio da broncoscopia

ou da ultrassonografia, para prevenir complicações. Existem diversos kits comerciais disponíveis no mercado e não há evidências

consistentes sobre qual o melhor kit e a melhor forma de guiar o procedimento. Objetivo: Avaliar a presença de fatores significantes, relacionados aos pacientes, kits comerciais ou métodos de guiar o procedimento,

que influenciam no tempo de procedimento, dficuldade na realização da TPC, complicações intra-operatórias e nas complicações pós-

operatórias.

Método: Estudo observacional longitudinal prospectivo de coorte no qual foram selecionados todos os pacientes candidatos a

traqueostomia percutânea no ambiente de UTI do Hospital Santa Isabel e no Hospital Samaritano e da Santa Casa de Misericórdia de

São Paulo pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Esse estudo foi financiado parcialmente por verba concedida pela Fundação de

Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAP/FAPESP). As traqueostomias percutâneas foram realizadas utilizando-se os kits de

traqueostomia percutânea, auxiliadas por broncoscopia. Foram coletados dados referentes ao paciente e ao procedimento.

Complicações intra-operatórias consideradas: queda de saturação de oxigênio, hipotensão com necessidade de droga vasoativa,

sangramento significativo com repercussão hemodinâmica e/ou necessidade de transfusão de hemocomponentes e/ou necessidade de conversão para procedimento convencional. Para avaliar o índice de dificuldade, foi considerado: necessidade de mais de uma punção

traqueal, dificuldade na dilatação ou passagem da cânula e qualquer intercorrência relacionada à técnica do procedimento que

aumente o tempo cirúrgico e tempo de procedimento maior que 2 desvios padrão (DP). Posteriormente ao procedimento, foi realizado

acompanhamento pós-operatório (P.O.) diário pelos 7 primeiros dias, com preenchimento de protocolo de avaliação do paciente,

também sendo realizado no 14º dia e 30º dia de pós-operatório. O gerenciamento de dados coletados foi realizado através da

plataforma Redcap. Com os dados compilados, foram realizadas análises descritivas dos resultados e comparativas entre os dados pré-

operatórios e os possíveis fatores associados ao melhor desfecho e menores índices de complicações, comparativamente aos diferentes

tipos de kits.

Resultado: Foram coletados dados de 36 pacientes, de idade média 63 (19-94); sexo masculino 56% (20 pacientes); traqueia palpável

sem extensão em 63,9% (23); tempo médio de IOT 13,6 dias (6-44); tempo médio de procedimento 7,88 minutos (3-35); índice de

dificuldade de 27,8% (10); 7 complicações intra-operatórias e/ou em até 3 dias (19,4%); 15 óbitos (42%) durante o acompanhamento, em nenhum dos casos, por causa relacionada ao procedimento cirúrgico. As complicações intraoperatórias e/ou em até 3 dias foram: 3

sangramentos intraoperatórios, 2 sangramentos em PO1, 1 cuff perfurado, 1 episódio de dessaturação. Utilizando o método de seleção

intencional descrito por Bursac et al., obtivemos a distância esterno-hióide (EH) como preditor de dificuldade significante com

p=0,039 e odds ratio=0,447, portanto a cada centímetro que aumenta a distância EH, a possibilidade de sucesso aumenta em quase

60%.

Conclusão: Nesse trabalho foi possível reproduzir o que se observa na literatura mundial, no que se diz respeito ao tempo médio de

procedimento e taxa de complicações intra-operatórias e pós-operatórias, se mostrando um procedimento rápido e seguro, sendo

factível sua realização em UTI por cirurgiões em formação. Podemos concluir que a EH pode ser usada como preditor de dificuldade

na TPC, levando em consideração que quanto menor a distância, maior a dificuldade esperada no procedimento.

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Nome do trabalho: Retalho infra hioideo em reconstrução de cabeça e pescoço

Autor: Caio Cezar Toledo de Conti

Co-autor: Sofia Pannunzio Hajnal

Orientador: Dr. Antonio José Gonçalves

RESUMO

Introdução: O retalho infra-hioideo é um retalho miocutâneo fino e flexível, que tem sido utilizado com sucesso para defeitos de

cavidade oral, orofaringe, região parotídea, trato faringolaríngeo e traqueia cervical. A maioria dos retalhos miocutâneos para

reconstrução em cabeça e pescoço são volumosos e essa característica intrínseca carrega uma desvantagem em termos de resultados

funcionais; por outro lado, o retalho infra-hiodeo é fino e maleável, competindo com retalhos livres fasciocutâneos na reconstrução de

defeitos médios do assoalho de cavidade oral, rebordo alveolar e base de língua. Os resultados funcionais em pacientes em más condições gerais para receber retalho microcirúrgico pode ser semelhante àqueles submetidos a reconstrução com retalho livre, além

da redução dos custos hospitalares. Esse retalho deve ser planejado previamente e não pode ser uma segunda opção em caso de falha

de outro retalho, visto que não pode ser utilizado em pescoço previamente operado.

Objetivo: Avaliar pacientes submetidos à reconstrução em cirurgia de cabeça e pescoço pelo retalho infra-hioideo quanto às suas

complicações, sendo elas divididas em maiores e menores e reabilitação operados entre 2013 e 2019 em hospital de referência de

tratamento oncológico.

Método: Entre 2013 e 2019, foram avaliados retrospectivamente os dados de 23 pacientes submetidos à reconstrução de cabeça e

pescoço pelo Retalho Infra hioideo, com informações demográficas de sexo, idade, além de informações clínicas do sítio reconstruído

(finalidade do retalho), estadiamento patológico, complicações e seus respectivos tratamentos, tempo de internação hospitalar, reabilitação funcional, necessidade de adjuvância e condição atual do paciente

Resultado: Dos 23 pacientes, dezesseis eram homens e 7 eram mulheres, nas idades entre 43 e 77 anos, com uma média de 63,57

anos. O tempo de internação entre todos os pacientes variou de no máximo 17 dias, para no mínimo 2 dias. Sendo a média de

internação 6,43 dias. Entre os pacientes, 65,2% apresentou algum tipo de complicação, e 34,8% não apresentou. Em relação aos

pacientes com complicação, 34,7% apresentaram complicações consideradas maiores (perda total do retalho infra-hioideo e/ou

necessidade de reabordagem cirúrgica) e 26% apresentaram apenas complicações menores. Dezenove (82,6%) pacientes tiveram

reabilitação total e quatro (17,4%) tiveram reabilitação parcial. Dentre os pacientes parcialmente reabilitados, dois (8,7%) mantêm a

traqueostomia e dois (8,7%) mantêm sonda nasoenteral. Nenhum paciente apresentou falta de reabilitação, ou seja, precisou manter

tanto a sonda nasoenteral (SNE) quanto a traqueostomia (TQT). A reabilitação total foi alcançada em uma média de 40,2 dias.

Conclusão: levando em consideração o curto tempo de internação e as taxas de reabilitação não apenas altas como também precoces encontradas em grande número dos casos, o retalho infra-hioideo mostra-se como uma boa opção terapêutica em cirurgias de

reconstrução em cabeça e pescoço.

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Nome do trabalho: O impacto da intervenção em prosódia no desempenho da fluência e da compreensão de leitura, em escolares do 6°

ano do ensino fundamental.

Autor: Luise Vilela Teixeira

Co-autor: Mey Lin Valinhos Favoretto

Orientador: Ana Luiza Navas

RESUMO

Introdução: A compreensão de leitura envolve o conhecimento sintático do leitor, e seu acesso lexical, além do reconhecimento visual

de palavras. Além disso, depende da interação entre componentes cognitivos e linguísticos, expressos pela informação contextual,

fonológica, ortográfica e semântica. Para atingir uma boa fluência de leitura é preciso garantir a adequação da variação da prosódia,

que auxilia a compreensão do texto. Apesar de haver vasta literatura que descreve as relações da fluência de leitura e compreensão, há ainda poucas evidências da influência de um programa de intervenção em prosódia para o desenvolvimento da compreensão de

leitura, sobretudo no Brasil.

Objetivo: verificar se há melhora no desempenho em compreensão e da fluência de leitura com um programa de intervenção baseado

na estimulação de aspectos relacionados com a prosódia.

Método: trata-se de uma pesquisa prospectiva que parte de uma avaliação aplicada em escolares do 6º ano do ensino fundamental, de

uma escola pública da cidade de São Paulo. Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e o Termo de

Assentimento e seus pais aprovaram sua participação. Participaram desse estudo 22 escolares, cujas idades variaram de 12 a 13 anos e

54% eram meninos. Os 22 participantes foram divididos em dois grupos, Grupo Experimental (GE) e Grupo Controle (GC),

submetidos respectivamente a um treino em prosódia, e atividades de habilidades lógico-matemáticas. A intervenção foi realizada ao longo de dois meses na escola no horário de reforço escolar, e foi organizada em oito sessões, com duração máxima de 50 minutos

cada. Os alunos foram submetidos a uma avaliação pré e pós-intervenção, com provas de avaliação de fluência e compreensão de

leitura, e leitura de palavras isoladas.

Resultados: Houve diferenças significativas na comparação do desempenho antes e depois do programa de intervenção nas taxas de

leitura de texto (W=7,00, p=0,005*), de leitura de palavras (W=4,00, p=0,003*), evidenciadas pelo teste de Wilcoxon. O cálculo do

Tamanho de efeito (Cohen's d) revelou um efeito grande da intervenção para a taxa de Leitura de Texto (ppm) (Cohen´s d =0.68), e

um efeito pequeno (apesar de significativo) para a taxa de Leitura de palavras (ppm) (Cohen´s d =0.30), e para a Compreensão de

leitura (Cohen´s d =0.32). Houve efeito significativo para a habilidade de nomeação rápida de Figuras e não houve efeito significativo

para nomeação rápida de Letras.

Conclusão: Por meio de um programa de intervenção com foco em prosódia ocorreram mudanças positivas na fluência de leitura e compreensão neste grupo de escolares de 6º ano do Ensino Fundamental.

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Nome do trabalho: A influência do Aprendizado da Linguagem Escrita no Desempenho de Habilidades Fonológicas

Autor: Bruna de Almeida Silva

Co-autor: Nathália Ribeiro de Brito

Orientador: Profa. Dra. Ana Luiza Navas

RESUMO

Introdução: O processo de aprendizado de leitura é de grande complexidade e reúne várias circunstâncias para que seja bem

executado. Aprender a ler e escrever depende do desenvolvimento de habilidades de processamento fonológico, sendo a consciência

fonológica, umas das mais relevantes como preditor do bom desempenho. Outras habilidades como memória de trabalho e nomeação

rápida também fazem parte do processamento fonológico que influencia o aprendizado de leitura. No entanto, há na literatura algumas

evidências de que o aprendizado da leitura altera por sua vez as habilidades do processamento fonológico.

Objetivo: Comparar o desempenho de adultos iletrados, ex-iletrados e adultos letrados em tarefas de processamento fonológico.

Método: Participaram deste estudo 51 pessoas, sendo 21 adultos iletrados (GI), 16 adultos letrados (GL) e 14 adultos ex-iletrados

(GexI), na faixa etária entre 23 e 65 anos de idade. Os participantes dos Grupos GI e Gexl são regularmente matriculados em uma

Escola de Educação de Jovens e Adultos (EJA) da região central de São Paulo. Os participantes do GL são funcionários do setor de

manutenção e limpeza de uma IES localizada na mesma região da cidade de São Paulo. Todos os participantes foram submetidos a

provas para a caracterização do perfil de leitura e do processamento fonológico. Além disso, foi realizada uma triagem cognitiva e

audiológica, e estimado o nível socioeconômico para equivalência entre os grupos. O desempenho do nível de leitura estimado com a

prova de palavras em minuto em português - LUMP (Paula, 2007) foi utilizado como critério para composição dos Grupos GI, GExL

e GL, sendo que o desempenho de < 18 palavras/minuto, para GI, o desempenho de < 20 para o grupo GExI da EJA. O grupo GL, foi composto por participantes que relataram ter estudado até o 4° ano do Ensino Fundamental e o desempenho foi de > 20

palavras/minuto.

Resultado: Com base nas respostas do questionário de escolaridade, verifica-se que os participantes tiveram em sua maioria chances

de estudar quando crianças, porém o abandono e evasão escolar foram frequentes em diversos casos, sendo as causas principais o

trabalho e questões familiares. O desempenho nas provas de Consciência Fonológica foi diferente entre os grupos, tanto para a prova

no nível do fonema (ANOVA: F=44.746; p<0.001*) como para a prova no nível da sílaba (ANOVA: F=7.059; p=0.003*).

Adicionalmente, o tempo de nomeação rápida foi distinto entre os grupos tanto para a nomeação de figuras (Wilcoxon: t=7.769;

p<0.001), como para dígitos (Wilcoxon; t=27.36; p<0.001).

Conclusão: Adultos letrados, ou seja, aqueles que aprenderam a ler na infância demonstraram melhor desempenho em quase todas as

tarefas apresentadas, quando comparados com adultos iletrados e ex-iletrados. Os resultados corroboram outros estudos que apontam para o efeito da aprendizagem da leitura em tarefas que não necessariamente envolvem o processo de ler ou escrever como

habilidades de processamento fonológico.

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Nome do trabalho: Albinismo: Estudo sobre as Alterações Auditivas

Autor: Bruna Pelegrini Santos

Co-autor: Beatriz Moreira Rocha

Orientador: Profª Drª Byanka Cagnacci Buzo

RESUMO

Introdução: O albinismo é um conjunto heterogêneo de distúrbios genéticos que afetam totalmente ou parcialmente a síntese de

melanina nos melanócitos com consequente hipopigmentação da pele, dos pelos, cabelos e olhos. Uma relação entre anormalidades de

pigmentação e perda de audição em seres humanos tem sido investigada há muito tempo. A possibilidade de uma relação entre

melanina e audição é sugerida por síndromes que mostram a presença de perda auditiva e pigmentação ocular reduzida. A síndrome

de Waardenburg, por exemplo, cujos sintomas incluem olhos claros, descoloração da pele e surdez, apresenta ausência de melanócitos na cóclea, sugerindo que os melanócitos na orelha interna podem ser essenciais para a função auditiva normal. A partir do

levantamento da literatura, a hipótese é que haja uma alta ocorrência de queixas auditivas ou perda auditiva em decorrência do

albinismo. Dessa forma, considerando a incerteza do papel da melanina nos mecanismos da orelha interna, o presente estudo pretende

investigar clinicamente, se as pessoas portadoras de albinismos apresentam queixas auditivas ou se apresentam algum tipo de perda

auditiva.

Objetivo: O objetivo geral do presente estudo foi de investigar a função auditiva periférica em pessoas com diagnóstico de albinismo

por meio de exames auditivos.

Método: Todos os participantes são cadastrados no programa Pró-Albino da Irmandade da Santa Casa de Misericordia de São Paulo e

tiveram que assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Eram inaptos para participar do estudo pessoas com diagnosticos de sindromes com albinismo e perda de audição ou alguma outra condição cognitiva que impedia a realização dos exames. Um grupo

controle foi composto para fins de comparação. Inicialmente foi realizada uma anamnese contendi dados clinicos e demográficos dos

pacientes. Em seguida foram realizados os seguintes teste: audiometria tonal convencional e emissões otoacusticas por estímulo

transiente e produto de distorção, com o equipamento Echoport ILO292 USBII, software ILO V6 Clinical.

Resultado: Foram atendidos ao todo 55 pacientes com diagnóstico de Albinismo. Observou-se que 82,7% da população total

apresentaram audiometria tonal normal; 17,3% de audiometrias alteradas, pertencentes aos participantes de maior idade (maior que 55

anos) e/ou expostos à ruído ocupacional. Foram observadas 42,3% de EOAT ausentes e 59,6% de EOAPD ausentes. Já na

comparação ao grupo de pessoas não albinas a população albina estudada apresentou 16% de ausências em EOAT, enquanto a não

albina apenas 6,8%, já nas EOAPD, 50% fora ausentes no grupo albino enquanto os não albinos foram de 4,9%. Foi constatada

diferença estatística nas medias da EOAT nas bandas de frequência de 1000, 1500, 2000 Hz do grupo albino em relação ao não

albino, mostrando que as emissões do grupo albino são menores como também a diferença estatística nas medias da EOAPD nas f2 de 1000, 1500, 3000 e 4000 Hz do grupo albino em relação ao não albino, mostrando que as emissões do grupo albino são menores.

Conclusão: Na comparação entre os grupos albinos e não-albinos foi observado maior numero de EOA ausentes no grupo albino.

Assim, reforçando a perspectiva de que os albinos apresentam funcionamento coclear deficiente em relação aos não-albinos, Partindo

do pressuposto que o grupo albino possui menor quantidade de melanina corporal e consequentemente na orelha interna e baseando-se

nos resultados obtidos no presente estudo, fomenta-se a hipótese de que quanto menor a concentração da melanina maior será a

fragilidade auditiva.

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RESUMO DOS TRABALHOS Comitê Externo: Profa. Dra. Gabriela Arantes Wagner

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Nome do trabalho: Perfil Sensorial de Crianças e Adolescentes com TEA

Autor: Juliana Satomi de Souza Matsuo

Co-autor: Erica Satie Fukusawa

Orientador: Rosane Lowenthal

RESUMO

Introdução: Estruturada a partir da interação com o ambiente, a aprendizagem depende da integridade do processamento sensorial,

relacionado à função neurológica de organizar e processar as informações sensoriais do corpo e do ambiente, produzindo respostas

adaptativas adequadas. Dificuldades do processamento sensorial podem desencadear comprometimentos tanto no desempenho motor

e comportamental, como também na aprendizagem. Este trabalho tem como objetivo traçar o perfil sensorial de crianças e

adolescentes, entre 3 anos e 14 anos e 11 meses, com TEA que frequentam um serviço publico especializado na cidade de São Paulo. Serão analisados dados do Perfil Sensorial 2 e da anamnese dos participantes.

Objetivo: Traçar o perfil sensorial de crianças com TEA com idade entre três e doze anos, atendidas em um serviço público

especializado em TEA. Descrever o perfil sensorial de crianças com TEA com idade entre dois e doze anos; classificar o perfil

sensorial de crianças por subtipos; correlacionar alterações sensoriais com marcos de desenvolvimento de crianças com TEA.

Método: Estudo descritivo, transversal, retrospectivo. Utilizamos como instrumentos de avaliação a anamnese utilizada como rotina

em todos os pacientes que fazem avaliação na Unidade e o Perfil Sensorial 2, um questionário respondido pela família contendo

relatos de eventos do cotidiano relacionado ao seu perfil sensorial em determinadas situações

Resultado: Este estudo contou com a participação de 104 crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista: 80 meninos e 24 meninas, com idade entre 4 e 14 anos. Em relação ao padrão de processamento sensorial as crianças e adolescentes que participaram

deste estudo mostraram-se mais sensíveis em relação aos estímulos sensoriais (57,7%). Em relação aos sistemas sensoriais o tato foi o

sistema que mostrou-se alterado (52,8%). Em relação aos sistemas sensoriais e o comportamento a amostra apresentou as seguintes

características: o sistema sensorial auditivo com maior média exatamente como os outros, e as alterações socioemocionais com a

media maior que os outros, bem como o tato. A alteração visual apresentou uma variação para menor que os outros.

Conclusão: Indivíduos com TEA apresentam dificuldades em regular as respostas às sensações e estímulos específicos. Em nosso

estudo a maioria das crianças e adolescentes com TEA mostraram-se mais sensíveis em relação aos estímulos sensoriais. Mais de 80%

dos indivíduos com TEA apresenta a ocorrência de problemas no processamento sensorial hiper e hiporreatividade à entrada sensorial,

observamos este dado em 57, 7% dos nossas crianças e adolescentes. Crianças com TEA apresentam bom desempenho visual sendo a

visão um ponto forte nas crianças com este diagnóstico. No nosso estudo, esse dado vai de encontro com a literatura onde observamos

que a maioria apresentava menos alterações sensoriais que os outros. A linguagem, imitação, sequencia e ritmo, discriminação tátil, função vestibular apresentaram maiores scores quando comparados com crianças sem TEA, além da reatividade sensorial atípica. Na

população estudada encontramos principalmente as alterações com relação ao tato. Assim, concluímos que na amostra estudada a

maior alteração sensorial foi de sensibilidade e tato e a menor em relação ao sistema visual.

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Nome do trabalho: Perfil Epidemiológico das Intoxicações Exógenas Pediátricas em um Serviço de Emergência em Hospital Terciário

de São Paulo

Autor:Thais Silveira Santos

Co-autor: Isabella Bitencourt

Orientador: Luciana Digieri

RESUMO

Introdução: Intoxicações ou envenenamentos são acidentes muito comuns nos dias atuais, e geralmente são causados pela ingestão,

inalação ou exposição a alguma substância tóxica (nociva) ao organismo que pode provocar sérias consequências, deixando sequelas

ou até mesmo levando o indivíduo a morte se não for socorrido a tempo. Além disso, esse tipo de incidente é muito presente nos dias

atuais apresentando também importante impacto econômico e financeiro. Os principais agentes relacionados à intoxicação são produtos de limpeza, produtos de higiene pessoal, medicamentos, plantas

domésticas, pequenos objetos como baterias e pilhas, álcool, inseticidas e pesticidas. O ambiente domiciliar apresenta uma grande

variedade destes agentes e em virtude deste fato as intoxicações acidentais são os acidentes domiciliares mais frequentes. Assim são

imperativas as recomendações de armazenamento adequado destes produtos, sempre longe do alcance das crianças, uma vez que as

intoxicações exógenas infantis ocorrem geralmente quando os responsáveis estão presentes em casa, mas não estão prestando a devida

atenção às crianças.

Dessa forma consegue-se mensurar o impacto global e nacional que a intoxicação exógena apresenta na população. Diante da carência

de estudos sobre estes eventos na região Metropolitana de São Paulo torna-se necessário e indispensável conhecer o cenário em que

esses acidentes acontecem e os fatores associados ao incidente para que assim possam-se traçar medidas de saúde pública

estabelecendo medidas preventivas e educativas.

Objetivo: Analisar o perfil dos casos de intoxicação exógena em ambiente domiciliar na população atendida no Serviço de

Emergências Pediátricas de um Hospital Terciário na cidade de São Paulo no período de maio de 2018 a maio de 2019. Ser capaz

além disso de cumprir com os seguintes objetivos secundários:

• Descrever a incidência da intoxicação exógena nos pacientes admitidos no Serviço de Emergências Pediátricas selecionado.

• Descrever as principais substâncias causadoras de intoxicação exógena nos pacientes admitidos no Serviço de Emergências

Pediátricas.

• Descrever a incidência de intoxicações intencionais e de intoxicações por intenção não determinada na população estudada.

• Descrever a letalidade da intoxicação exógena na população estudada.

• Descrever o número de casos que foram hospitalizados após a intoxicação.

Método: O estudo se baseia em um processo observacional analítico com coleta prospectiva de dados e análise longitudinal. A

população estudada é as crianças e adolescentes vítimas de intoxicação exógena atendidas no Serviço de Emergências Pediátrica do serviço escolhido. Para a coleta de dados utilizou-se um questionário de 20 perguntas que permitiu a análise dos dados desejados.

Resultado: A análise dos dados demonstrou que a maioria das crianças vivem em situação de vulnerabilidade sendo que 58,3%

sobrevivem com uma renda familiar menor do que 2 salários mínimos em sua expressiva maioria na região central da Cidade. A

discrepância entre os sexos também chamou atenção uma vez que 7 dos 12 casos eram meninas (58,3%). A faixa etária onde as

intoxicações foram mais frequentes correspondeu a crianças menores de 2 anos, totalizando 58,3% dos casos notificados. Essas

crianças se tornam mais propensas a esse tipo de acidente principalmente no ambiente doméstico (onde elas mais aconteceram)

devido a necessidade de vigilância dos adultos sobre elas, e da relação de dependência com estes. No presente estudo a via oral foi a

mais frequente, sendo exclusiva em 9 casos (75%) e, em dois casos, a intoxicação se deu por via inalatória. Os agentes causais mais

prevalentes foram as substâncias lícitas, dentre elas medicamentos e em dois casos produtos de limpeza.

Conclusão: Apesar dos dados amostrais serem pequenos perto do que se esperava obter no projeto inicialmente, foi possível

identificar pontos chaves que abriram espaço para discussões importantes. Desde rastreio e busca ativa a casos de intoxicação dentro

do próprio serviço de pronto atendimento, o que diminuiria o problema de subdiagnóstico, até mesmo o direcionamento de políticas

preventivas a um perfil populacional exato que foi possível de ser traçado como mais vulnerável. Neste contexto, a equipe

multidisciplinar desde a atenção primária até mesmo serviços de alta complexidade apresentam um papel fundamental, atuando como

educador junto aos pais e crianças; em momentos diversos como educação de gestantes e puérperas; no atendimento ambulatorial de

crianças, como consultas de puericultura; na assistência em creches e escolas; durante o período de hospitalização das crianças;

usando esses momentos para a implementação de programas de prevenção de acidentes infantis com enfoque dado às intoxicações

exógenas agudas.

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Nome do trabalho: Análise do diário alimentar em adolescentes obesos como instrumento para o tratamento da

obesidade e obtenção de informações nutricionais: um estudo transversal.

Autor(a): Helena Machado Morad

Co-autor(a): Giovana Chekin Portella

Orientador: Maria Jose Carvalho Sant’Anna

RESUMO

Introdução: A obesidade na faixa etária pediátrica tem alta incidência e demanda cada vez mais preocupação e estudos.

Objetivo: Analisar a eficácia do diário alimentar como método terapêutico para obesidade e como fonte de informações nutricionais.

Método: Sessenta adolescentes obesos entre 10-18 anos atendidos no ambulatório da Clínica de Adolescência da Santa Casa de São

Paulo receberam duas planilhas: diário com opções alimentares; e tabela para preenchimento do tempo de sono, ingestão de água e

atividade física. Peso, altura, circunferência abdominal, z score IMC e altura foram medidos na entrega do diário e no retorno, após

um mês; e analisados quantitativamente. Foi feita análise qualitativa dos diários, e entrevista semi-estruturada, via “WhatsApp” ou

ambulatorialmente; averiguadas por seleção temática. A amostra de entrevistados foi composta pelos adolescentes obesos que

retornaram ao serviço após a entrega do diário. A entrevista compreendia quatro perguntas abertas para avaliar o paciente sobre sua

percepção e conhecimento a respeito das causas da obesidade; apoio social, metas e motivações em relação a uma alimentação mais

saudável; e sobre o método do diário.

Resultado: Houve perda de peso nos pacientes que preencheram o diário e as tabelas, sendo úteis também, para determinar a ingesta

calórica e nutritiva, considerando a necessidade de adesão e disposição do paciente. A quantidade dos alimentos e a escolha pelos de maior densidade calórica foram os principais responsáveis pela alta ingesta calórica. Houve consumo elevado de alimentos

processados, ricos em açucares refinados, gorduras saturadas e sódio; e baixo consumo de proteínas, corroborando com o estado

nutricional de obesidade dos pacientes do estudo. A ingesta de suco natural com açúcar ou suco tipo néctar foi frequente; enquanto a

de agua, fibras e micronutrientes foi deficiente. Com frequencia, o jantar foi trocado por refeicoes do tipo “lanche” que incluíam

embutidos e industrializados (“hot-dogs”, “hamburgueres” e “salgadinhos de pacote”, principalmente). Nenhum paciente atingiu a

meta diária de exercício físico proposto pela OMS. O período de sono foi considerado satisfatório entre os pacientes, variando de 7h a

10h por noite. As entrevistas revelaram que os adolescentes compreendem o excesso calórico e o sedentarismo como causas da

obesidade. Além disso, o apoio dos pais mostrou-se essencial no incentivo para perda de peso. As principais dificuldades para

emagrecer englobavam comer em excesso e preguiça; e as motivações envolviam a melhora da qualidade de vida e da autoestima. Do

total de 13 entrevistados, 12 acreditam que o diário ajuda na perda de peso, enquanto 1 considerou que isoladamente foi insuficiente,

sendo necessárias mais orientações nutricionais.

Conclusões: Os resultados quantitativos exigem estudos de maior proporção para que se comprove a eficácia do diário na alteração

das variáveis: peso, z score IMC, e circunferência abdominal. Porém, o diário pode ser útil para evidenciar características da

alimentação, hidratação, horas de sono, e quantidade de atividade física do adolescente; além de ser considerado positivo por este na

percepção alimentar e no incentivo da alimentação saudável. Ademais, o diário, o apoio familiar, e as motivações e expectativas do

paciente podem colaborar para o tratamento exitoso da obesidade.

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Nome do trabalho: Cascata de cuidado de HIV entre Homens que fazem Sexo com Homens de São Paulo

Autor: Igor Prado Generoso

Orientador: Maria Amelia Veras

RESUMO

Introdução: A epidemia de HIV no Brasil é concentrada. Uma das populações mais afetadas é a de homens que fazem sexo com

homens (HSH). São Paulo se insere nesse contexto como uma das cidades com maior prevalência de HIV nessa população, atingindo

24.8% do HSHs. É imperativo, portanto, que seja avaliado o curso do tratamento de HIV nessa população. Um modelo utilizado para

avaliação de serviços e políticas de saúde é a cascata de cuidados do HIV. Nele se visualiza graficamente a proporção de pessoas em

cada fase do tratamento (conhecimento da infecção – toma medicação – carga viral indetectável) e quais as falhas nesse processo.

Objetivo: O objetivo desse estudo é desenhar a cascata de cuidados do HIV entre os HSHs de São Paulo, qual o principal gap no

tratamento e quais os fatores sócio demográficos associados a essa falha.

Método: Estudo transversal realizado com 350 HSHs recrutados em São Paulo. Os partipantes foram amostrados por Respondent

Driven Sampling (método para população de difícil acesso), criando redes de recrutamento. Os participantes foram entrevistados,

testados para HIV e carga viral. A cascata foi definida utilizando dados de prevalência de HIV, conhecimento prévio da infecção, uso

informado de antirretroviral e quantificação laboratorial de carga viral. Análise estatística realizada com ponderação para amostragem

complexa. Foi utilizado regressao logistica para determinar fatores de risco associados a e “Carga Viral Indetectavel”. Nivel de

significância foi 95%.

Resultado: Dentre os HSHs que vivem com HIV, foi observado que 76,48% (IC95% 57,7-88,57) já sabiam de seu status sorológico. Entre os homens que já sabiam de sua infecção, 99,31% (IC95% 97,06-99,84) estavam tomando antirretroviral. Dentre esses que

tomavam a medicação, 59,9% estavam com carga viral indetectável (IC95% 41,35-76,13). Em análise bivariada, foi observado que ter

“25 anos ou mais” possui um risco de 6.91 (IC95% 2.48-19.2) de não apresentar carga viral indetectável. Outra característica que se

mostrou associada foi raca/cor, com “não-brancos” apresentando um risco de 2.64 (IC95% 1.13-6.15) de não alcançar carga viral

indetectável. Demais variáveis sociodemográficas testadas não apresentam significância estatística.

Conclusão: O maior gap na cascata de cuidados de HIV entre HSHs de São Paulo foi ter carga viral indetectável, com apenas 60% dos

participantes que fazem uso de ART tendo atingido essa etapa final da cascata. Foi observado que ter “25 anos ou mais” e ser “nao-

branco” possuem maior risco de nao ter atingido carga viral indectável. Nesse contexto, medidas que promovem adesão à terapia

antirretroviral são necessários para que se melhorem os resultados nessa população.

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Nome do trabalho: Acesso aos serviços de saúde pela população de mulheres transexuais: a baixa renda como fator que favorece a

exclusão.

Autor: Luísa Nigri Barbanti

Co-autor: Felipe Devitto da Silva

Orientador: Maria Amélia de Souza Mascena Veras

RESUMO

Introdução: Travestis e mulheres transexuais sofrem, diariamente, processos de exclusão social e maginalização em decorrência dos

estigmas que envolvem gênero e sexo em nossa sociedade.

Objetivo: A presente pesquisa teve como objetivo entender de que maneira determinados fatores sociodemográficos - como escolaridade, raça/cor, ocupação e renda- influenciam no processo de busca e no acesso de mulheres trans aos serviços de saúde.

Métodos: Para tal, foram utilizadas informações contidas no banco de dados do estudo DIVAS-SP. Esses dados foram analisados

quantitativamente e interpretados a partir de uma perspectiva de estudos de gênero, que enquanto expressão da identidade é fruto de

uma construção social.

Resultado: Os resultados mostram que a variavel “procura por medico” possui associacao com trabalho/ocupacao, idade e moradia. Já

a variavel “possui um plano de saúde” esta associada a escolaridade e moradia. Por fim, a variavel “possui cadastro no SUS”

apresentou relação com trabalho/ocupação e idade.

Conclusão: Todos os dados resultantes foram apresentados e discutidos através de fatores socioeconômicos, bem como as dificuldades enfrentadas na análise dos mesmos, a normatização ainda presente nos serviços de saúde e a complexidade da vivência de gênero.

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Nome do trabalho: Cascata de Cuidado Contínuo de HIV em mulheres transexuais e travestis e fatores associados a utilização de

tratamento antirretroviral.

Autor: Aline Borges Moreira da Rocha

Orientador: Maria Amélia de Sousa Mascena Veras

RESUMO

Introdução: Mulheres trans e travestis enfrentam grandes números de infecção pelo HIV em todo o mundo e são uma população-chave

na epidemia, cujas necessidades de prevenção e cuidado foram amplamente ignoradas. No Brasil, um estudo anterior, realizado no

Rio de Janeiro, sugere que pelo menos 30% das mulheres trans viviam com o HIV. O acesso a testagem e ao tratamento são essenciais

para reduzir o riscos do HIV nas mulheres trans e travestis. No Brasil, há uma escassez de pesquisas específicas sobre esse grupo

populacional, especialmente travestis e suas questões de saúde e este estudo tem por um dos objetivos contribuir para aumentar a quantidade de informações científicas a respeito dessa população.

Objetivo: Elaborar a cascata de cuidado contínuo de HIV para mulheres transexuais e travestis e verificar fatores associados às falhas

encontradas entre as etapas do cuidado até a tomada do medicamento antirretroviral (ARV), em uma amostra de São Paulo – Brasil.

Método: Foram utilizados dados de um transversal realizado de novembro de 2016 a maio de 2017 na cidade de São Paulo (Projeto

Divas). O método de amostragem utilizado foi o Respondent Driven Sampling (RDS), que utiliza de rede sociais das participantes

para compor a amostra e ponderar o resultados, recrutando 386 mulheres transexuais e travestis que responderam a um questionário

estruturado e foram testadas para o HIV. A cascata de cuidado contínuo foi definida Prevalência de HIV, Diagnóstico Prévio,

Prescrição de ARV e Atualmente em TARV. Um modelo multivariado de regressão de Poisson foi realizado para identificar a

associação entre os dados sociodemográficos e as principais lacunas da Cascata de Cuidado de HIV. A análise estatística foi realizada utilizando procedimentos complexos de amostragem.

Resultado: Um total de 386 mulheres trans e travestis foram recrutadas, das quais 148 (38%) tiveram resultado positivo para infecção

por HIV. Das mulheres trans vivendo com o HIV, 80,9% já haviam sido diagnosticadas no momento da pesquisa, 76,6% delas tinham

prescrição de TAR, dos quais 90,3% estavam em tratamento. Indivíduos que se identificam como mulheres trans, têm menor razão de

prevalência ajustada de ter prescrição de ARV (aPR 0,56; 95% IC 0,31-0,98). Ser mais velha (mais de 40 anos) tem uma razão de

prevalência ajustada mais alta de ter prescrição de ART (aPR 1.56; 95% CI: 1.06 - 2.30). Aquelas que foram cadastradas na atenção

primária à saúde apresentaram maior razão de prevalência de estar em TARV em relação àquelas não cadastradas (aPR 2,06 IC95%

1,09-3,88). Mulheres trans entre 31-40 anos (aPR 1,65; IC95% 1,09 - 2,50) e acima de 40 anos (aPR 1,59; IC95% 1,04 - 2,43) tiveram

maior prevalência de estar em TARV em comparação com as mais jovens.

Conclusão: Mais de um terço das mulheres trans na nossa amostra vivia com o HIV, a maioria conhecendo seu status sorológico, envolvidas no tratamento antirretroviral e tomando a medicação. Embora as lacunas tenham sido encontradas em diferentes estapas da

cascata, nossos dados sugerem que um aumento na implementação de políticas de testagem e tratamento entre mulheres trans na

cidade de São Paulo aliviaria o ônus do HIV sobre essa população. Muheres trans jovens e aquelas que não estão registrados em

serviços de saúde podem se beneficiar de esforços em diferentes níveis para envolver essa parte da população no cuidado e melhorar o

tratamento do HIV nesta população e seus resultados.

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Nome do trabalho: A associação entre Síndrome de Burnout e valores sobre a relação médico-paciente entre internos de medicina da

Santa Casa

Autor: Maria Carolina Pedro Fontana

Co-autor: Igor Prado Generoso

Orientador: Danielle Bivanco de Lima

RESUMO

Introdução: A relação médico-paciente é peça central no cuidado de alta qualidade e afeta a satisfação do paciente quanto aos

desfechos biológicos, psicológicos e sociais (Simpson M, 1991). Estudos do final do século passado sugerem que a maioria das

escolas de Medicina americanas enfatizavam o modelo biomédico em detrimento de um modelo centrado nas emoções, expectativas

ou preferências dos pacientes, trazendo com isso insatisfação do paciente com a consulta (Hafferty FW, 1998). Estima-se que pelo menos 50% dos estudantes de medicina apresentarão seus sintomas de síndrome de Burnout durante a formação médica. Idealizado

por Maslach, o Burnout é definido a partir de um modelo multidimensional, caracterizado por Exaustão Emocional,

Despersonalização e Redução da Realização Pessoal, especialmente no ambiente de trabalho. A relação médico-paciente é peça

central no cuidado de alta qualidade e afeta a satisfação do paciente quanto aos desfechos biológicos, psicológicos e sociais (Simpson

M, 1991). A maioria das escolas de Medicina americanas enfatizam o modelo biomédico em detrimento de um modelo centrado nas

emoções, expectativas ou preferências dos pacientes, trazendo com isso insatisfação do paciente com a consulta (Hafferty FW, 1998) .

A fim de estudar quais atitudes dos médicos os tornavam mais centrados no paciente ou mais centrados na doença, Krupat

desenvolveu uma escala foi denominada Patient-Practitioner Orientation Scale (PPOS) e divide-se em dois grupos de perguntas; 9

perguntas ligadas ao cuidado com o paciente e 9 perguntas ligadas ao compartilhamento de informações, ou centralização de poder,

pelo médico na consulta. (Krupat E, 1996).

Objetivo: Descrever o perfil de valores sobre a relação médico-paciente de alunos do internato de medicina da Santa Casa e sua

associação com a Síndrome de Burnout e seus componentes (exaustão emocional, despersonalização e realização pessoal).

Método: Trata-se de um estudo descritivo de desenho transversal, com coleta de dados realizada de julho a novembro de 2015. Foram

analisados alunos do quinto e sexto ano do curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

(FCMSCSP). Foram avaliados 121 participantes para este presente estudo (56% do universo de internos), pois os demais recusaram

participação. Os questionários foram auto-aplicados. O questionário apresentava questões sobre informações sócio- demográficas,

além de duas escalas validadas: Malasch Burnout Inventory (MBI) para síndrome de Burnout e o PPOS. As análises foram realizadas

com os softwares SPSS e STATA 13. Um escore médio na escala PPOS abaixo de 4,57 indica valores centrados na figura do médico,

entre 4,57 e 5,0 condutas medianamente centradas no paciente, e acima de 5,0 valores centrados no paciente. O erro alfa considerado

foi de 5%.

Resultado: Apesar do oferecimento para a totalidade dos estudantes, apenas 121 (56%) aceitaram participar do estudo, assinaram o TCLE e completaram os questionários. A distribuição entre os sexos foi de 68 participantes do sexo masculino (56,2%) e 53 do sexo

feminino (43,8%). Em relação à avaliação de valores frente a relação médico-paciente, 100% dos homens apresentaram orientação

centrada no medico e 96,2% das mulheres, sem diferencas entre os generos (p=0,19). Analisando a subescala “Cuidado”, 89,2% dos

homens eram centrados no medico para 72,7% das mulheres, com diferenca significativa (p=0,03). Na subescala “Poder”, 100% dos

homens eram centrados no médico e 98,1% das mulheres, sem diferenças entre os gêneros (p=0,44). Não houve diferença entre as

razões de prevalência de centralidade no médico entre os internos do quinto no, nem na escala total, nem nas subescalas de Cuidado e

Poder. Na subescala Cuidado os estudantes que participavam de serviço comunitário apresentavam menor chance de ser centrado no

médico (razão de prevalência 0,61 intervalo de confiança 95% 0,42-0,88). Não houve diferenças em relação a outras atividades

extracurriculares. Nas análises de correlação entre síndrome de Burnout e os valores frente a relação médico-paciente (analisados

como variáveis contínuas), não houve correlação entre a classificação total do PPOS e a exaustão emocional dos internos (r=0,141;

p=0,13), nem quanto à subescala Cuidado e a EE (r=0,03; p=0,68), nem quanto a subescala Poder e a EE (r=0,133; p=0,15). Não houve associação entre os valores dos internos e a despersonalização (r= -0,107; p=0,25), nem na subescala Cuidado e DP (r= -0,043;

p=0,64) ou na subescala Poder e DP (r= -0,035; p=0,7). Na associação entre os valores dos internos e a realização pessoal , houve

associação na pontuação total do PPOS (r= 0,19; p=0,034) e na subescala Cuidado (r= 0,273; p=0,002). Porém sem associação na

subescala Poder (r= 0,052; p=0,52).

Conclusão: Desta maneira, podemos observar que há uma associação entre a realização pessoal e os valores mais centrados no

paciente frente a relação médico-paciente nos internos da FCMSCSP.

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Nome do trabalho: Variações de peso no primeiro ano de graduação em universitários na área da saúde

Autor: Mariá Spina Coyado

Co-autor: -

Orientador: Lívia Keismanas de Ávila

Co-orientador: Luciana Gonzaga dos Santos Cardoso

RESUMO

Introdução: O ingresso à universidade pode alterar de forma significativa o estilo de vida (EV) e a rotina dos estudantes. A influência

de novos hábitos alimentares, de sono, consumo de álcool e sedentarismo, podem favorecer à variações no peso corporal, aumentando

a incidência de sobrepeso, obesidade ou magreza.1,2

Objetivo: Identificar as variações de peso e sua relação com o EV em universitários da área da saúde, durante o primeiro ano de graduação.

Método: Pesquisa de campo, prospectiva, longitudinal, descritiva e de análise quantitativa dos dados. A amostra foi composta por 123

alunos ingressantes dos cursos de graduação de uma instituição de ensino superior localizada na região central da cidade de São

Paulo, no primeiro semestre de 2017. Os dados foram coletados nos meses de fevereiro, março, junho e novembro do mesmo ano.

Incluíram os dados sociodemográficos, antropométricos, clínicos e o Questionário de Estilo de Vida Fantástico. A análise dos dados

foi feita com auxílio do Programa EpiInfo (versão 7.2.2.16).

Resultado: A idade variou de 18 a 37 anos. Predominou o sexo feminino (61,5%), cor branca (70,9%), solteiros (93,5%), estudantes

que residem com familiares, amigos ou companheiro e sem filhos (93,5%), nenhuma prática religiosa (37,0%) e não trabalham

(80,5%). Quanto ao IMC, na coleta 1, foi de 14,4 a 37,3, com mediana de 23,1kg/m2; na coleta 2 de 15,4 a 36,9, com mediana de 23,1kg/m2; e na coleta 3, de 15,3 a 37,5, com mediana de 23,2kg/m2. A variação de peso ao final do primeiro semestre do curso foi

de -6,3 a 20,5kg, com mediana de 0,7kg. No segundo semestre variou de -17,0 a 5,1kg, com mediana de 0,3kg. A pontuação do Estilo

de Vida Fantástico na coleta 1 foi de 52 a 95, com mediana de 68 pontos. Na coleta 2 de 38 a 83, com mediana de 64, e na coleta 3 de

38 a 86, com mediana de 63 pontos. A variação da pontuação do Estilo de Vida Fantástico ao final do primeiro semestre foi de -36 a

16, com mediana de -5 pontos. No segundo semestre a variação foi de -24 a 18, com mediana de zero pontos.

Conclusão: Quanto à variação do peso verificou-se que durante as coletas houve uma diminuição gradativa dos indivíduos que

estavam abaixo do peso, e uma tendência ao aumento de indivíduos eutróficos. As categorias sobrepeso e obesidade tiveram

frequências semelhantes nas três coletas de dados. O ganho de peso foi maior que a perda nos dois semestres do curso. Ambos

predominaram em proporções entre 0,1 e 4,9%, porém houve estudantes com variação de peso maior que 5% ao longo do ano letivo.

Quanto à relação entre variação de peso e EV observou-se que no primeiro semestre do curso, a piora no EV predominou tanto entre

os que ganharam, quanto entre os que perderam peso. No segundo semestre observou-se que a piora no estilo de vida foi maior entre os que ganharam peso, porém, entre os que perderam peso houve predomínio dos estudantes que obtiveram melhora no EV.

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Nome do trabalho: Aproximações epistemológicas da teoria do Trabalho em Saúde: Mendes-Gonçalves e Merhy

Autor: Daniel Figueiredo de Almeida Alves

Orientadora: Patrícia Martins Montanari

RESUMO

Introdução: A partir de uma leitura crítica de ambos os autores analisados nesse projeto de iniciação científica, Ricardo Bruno

Mendes-Gonçalves e Emerson Merhy, é possível abstrair diferenças fundamentais entre ambos, referentes aos seus respectivos

desenvolvimentos metodológicos e filiações às teorias do trabalho em saúde, com destaque para: a caracterização e tratamento das

categorias sociais do trabalho utilizadas, epistemologia e o apreço ou não pela análise derivada da totalidade das relações sociais.

Portanto, a importância deste trabalho deve-se à necessidade de analisar os decorrentes desdobramentos políticos na práxis em saúde

advindos das obras desses autores e, além disso, interpretá-los à luz das especificidades do contexto latino-americano como contribuição para o campo da saúde coletiva.

Objetivo: Desse modo, os objetivos desse estudo são: Analisar os pressupostos teóricos dos paradigmas de trabalho em saúde

elaborados por Ricardo Bruno Mendes-Gonçalves e Emerson Merhy; Destacar os possíveis desdobramentos políticos sobre a práxis

em saúde decorrente de ambas as correntes.

Método: Trata-se de pesquisa documental com abordagem qualitativa das principais obras dos autores e seus respectivos “ramos”

teóricos. Empregou-se uma retirada de unidades textuais constituídas por parágrafos completos e em seguida uma análise de

conteúdo.

Resultados: Os resultados trazem a análise da produção de artigos publicados em periódicos científicos do autor Emerson Merhy, por meio das informações presentes no currículo eletrônico Lattes. Numa primeira aproximação foram selecionados 26 artigos científicos

com a temática do trabalho em saúde (principalmente aquelas com ênfase em micropolítica do cuidado em saúde); após essa primeira

varredura foram selecionados 5 artigos científicos para uma análise mais precisa (estes artigos foram escolhidos pelos critérios de

impacto em publicação/citações e elaboração das categorias básicas). Com relação à obra de Mendes-Gonçalves priorizou-se a obra

dos Cadernos Cefor, no.1.

Discussão e Considerações Finais: A abordagem da micropolítica do cuidado em saúde atribui ao trabalhador individual a melhoria da

atencao a saúde e com isso uma ‘antipoiese’ da logica do capital no conjunto da vida social. Para exemplificar, Mehry argumenta que

“um certo trabalhador a partir de seus territorios de subjetivacoes pode impor ao processo produtivo modos anti-produção de valor

capitalista”, ou seja, descola a atencao a saúde da totalidade do processo de reproducao ampliada do capital. Diferentemente, Mendes-

Gonçalves posiciona a saúde e os respectivos modelos de atenção (clínico e epidemiológico) na complexa dinâmica de necessidades e

carenciamentos impostos pelo próprio processo de trabalho em saúde. Além disso, apreende no processo de alienação do trabalho, condicao necessaria para a acumulacao capitalista, e na realizacao das ‘necessidades radicais’ uma possibilidade de emancipação

humana e outro tipo de produção de atenção à saúde.

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Perfil das usuárias de dispositivo intrauterino (DIU) na cidade de São Paulo

Autor: Luana Pavoni Fernandes

Orientador: Tânia Di Giacomo Do Lago

RESUMO

Introdução: Os dispositivos intrauterinos são métodos contraceptivos de alta eficácia, bom custo benefício, longo período de uso e

nenhum efeito colateral sistêmico. No entanto, sua taxa de utilização ainda é baixa, sendo que apenas 1,1% das mulheres optam pelo

DIU na última pesquisa de base populacional realizada no município de São Paulo.

Objetivo: O objetivo do presente estudo é identificar a prevalência de uso e as características das mulheres residentes no município de

São Paulo que utilizam DIU como método anticonceptivo. Método: Foi realizado um recorte do banco de dados levantando pelo inquerito populacional “Ouvindo mulheres: anticoncepcao em

Sao Paulo”, que entrevistou 4.000 mulheres residentes na cidade, com 15 a 44 anos de idade, estratificadas por domicilio a cada

região de São Paulo. O recorte excluiu desse banco de dados mulheres grávidas no momento da pesquisa e as que não mantinham

relações heterosexuais, resultando num banco de 3268 mulheres. As análises estatísticas foram feitas considerando o planejamento

amostral complexo: sorteio de conglomerado (setores censitários), estratificação e ponderação (pesos de delineamento, de não

resposta e de pós-estratificação por idade). SPSS versão 25.0 foi o programa estatístico utilizado.

Resultado: Da amostra selecionada, apenas 2,4% (80) das mulheres eram usuárias de DIU. Em análise bivariada, a associação entre o

uso do DIU e idade e religião das mulheres foi estatisticamente significante (p<0,05). O número de filhos nascidos vivos e morar

junto com o parceiro também associaram-se positivamente ao uso do DIU (p<0,05). Não obstante, o grau de escolaridade, classe de

consumo, cor e ter ou não plano de saúde não se associaram estatisticamente à escolha do método. Tampouco associaram-se a escolha do DIU ter tido relação sexual no último ano, idade na primeira relação sexual e número de parceiros na vida. Em análise

multivariada, permaneceram associadas ao uso do DIU apenas o fato de ter ou não filhos e a religião. A chance de uma mulher que

tem filhos usar o DIU é 8 vezes maior do que a das nulíparas. E comparadas às mulheres sem religião, as espíritas e evangélicas de

missão tendem a usar 4 vezes mais o DIU.

Conclusão: Concluímos que a idade, situação conjugal e número de filhos nascidos vivos são fatores associados à escolha do DIU

como método contraceptivo, o que reitera os dados obtidos na literatura. Em nossa análise multivariada, a idade e morar junto

relacionavam-se à já ter tido filhos nascidos vivos, e portanto esses fatores deixaram de se associar ao uso do DIU. Dessa forma,

conclui-se que o uso do DIU tem forte dependência do número de filhos que a mulher já tem. A associação da religião com o uso do

DIU foi um achado interessante desse estudo. A influência da religião na decisão em usar ou não métodos contraceptivos é conhecida

e bem sedimentada pela literatura. No entanto, pouco se sabe a respeito das características específicas de cada corrente religiosa na

escolha do método contraceptivo. Mais estudos são necessários para elucidar os resultados acerca da influência da religião na opção contraceptiva das mulheres

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Nome do trabalho: Perfil epidemiológico, clínico e desfecho de pacientes com Traumatismo Crânio Encefálico Autora: Jeniffer Araújo Valentim da Silva Orientadora: Profª Dra. Marcele Pescuma Capaeltti Padula Co-orientadora: Profª Ms. Camila Waters RESUMO Introdução: O traumatismo crânio encefálico (TCE) é qualquer lesão causada por um trauma externo, que resulta em alterações cerebrais,

momentâneas ou permanentes, de natureza cognitiva ou funcional. É caracterizado como um grande problema de saúde pública, pois afeta uma faixa etária ativa da população, levando a danos sócio-econômicos importantes para a sociedade. Quanto à classificação do TCE, o mesmo pode ser dividido em trauma aberto ou fechado, podendo ocasionar lesões focais ou difusas. Quanto ao grau da lesão, o TCE pode ser classificado como leve, moderado e grave, usando como parâmetro de avaliação da gravidade a Escala de Coma de Glasgow (ECGl). Dentre as causas externas que levam ao TCE, podemos citar os acidentes automobilísticos, atropelamentos, acidentes ciclísticos e motociclísticos, agressões físicas, quedas, lesões por arma de fogo, entre outras menos frequentes. Objetivo: Identificar o perfil epidemiológico, clínico e o desfecho dos pacientes com Traumatismo Crânio Encefálico.

Método: Pesquisa retrospectiva, com dados coletados dos prontuários médicos, disponíveis no Serviço de Arquivo Médico e Estatístico (SAME), do Hospital Central da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP). Foram analisados todos os prontuários de pacientes de ambos os sexos, com idade maior ou igual a 18 anos, que estiveram internados na Instituição no período de 01/01/2017 a 31/12/2017, vítimas de TCE por qualquer etiologia. Foram excluídos os prontuários indisponíveis para consulta no SAME. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição, sob CAAE: 88290418.0.0000.5479, e foi contemplado com bolsa PIBIC-FCMSCSP vigência 2018/2019. Foi solicitado para o Instituto de Pesquisa da Instituição, o número de registro hospitalar dos pacientes vítimas de TCE internados no ano de 2017, identificados pela Classificação Internacional de Doenças (CID-10), atraves do capitulo XX: “causas externas de morbidade e mortalidade”, utilizando os seguintes códigos: V01-Y98. Com o número de registro, os prontuários médicos foram consultados no SAME, nos períodos matutino e vespertino, durante os

dias de semana. A coleta de dados foi realizada no período de novembro de 2018 a fevereiro de 2019, sendo avaliados dez prontuários por cada visita ao SAME, disponibilizados pelo próprio setor, após agendamento prévio. Com os prontuários, as informações foram coletadas por meio de um instrumento de coleta de dados, elaborado pelos próprios pesquisadores, que continha informações relacionadas a dados de identificação, dados da entrada no pronto socorro, dados de internação, dados cirúrgicos e dados pós-operatórios. Resultados: A amostra foi composta pela análise de 268 prontuários, sendo que o sexo masculino foi o mais acometido (78,7%), com maior incidência na faixa etária dos 31 a 50 anos (38,4%), seguido de 28,4% na faixa etária de 51 a 70 anos, 17,2% entre 18 a 30 anos e 16,0% com idade entre 71 e 100 anos. A média de idade foi de 51 anos, variando de 19 a 96 anos. A cor branca foi prevalente em 54,1% da amostra, seguido de 26,1%

de cor parda, 16,8% de cor preta e em 3,0% essa informação não constava no prontuário. Na amostra, 81,0% eram solteiros, seguido de 6,0% casados, 1,9% divorciados, outros 1,9% separados, 1,4% viúvos e em 7,8% dos prontuários não constavam essa informação. Quanto à profissão, a maioria (89,9%) não constava o dado no prontuário, 4,1% eram aposentados e 6,0% com outras profissões. Em relação à escolaridade, a maioria (53,7%) não constava essa informação no prontuário, 9,7% possuíam ensino fundamental, 35,5% com ensino médio, 0,7% com ensino superior e 0,4% não alfabetizado. A maioria dos pacientes (76,1%) chegou ao Pronto Socorro (PS) pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), seguido de 10,1% que chegaram por meio de condução própria, 9,0% foram transferidos de outro hospital e 4,8% chegaram com viatura policial. A Escala de Coma de Glasgow de 13 a 15 pontos na chegada ao hospital estava presente em 78,0% da amostra, seguido de 14,2% com pontuação entre 3 a 8, e 7,8% com pontuação entre 9 a 12, com uma média da escala de 12 pontos. A maioria dos pacientes (57,5%) apresentou o TCE por queda,

seguido de 16,0% por atropelamento, 12,0% por agressão, 5,9% por politrauma de mecanismos desconhecidos, 5,6% por acidente de moto, 1,9% por acidente automobilístico e 1,1% por ferimento por arma de fogo. A grande maioria (78,7%) dos prontuários não constava a informação sobre comorbidades. Em 12,3% dos prontuários estava descrito a Hipertensão Arterial Sistêmica, em 5,2% epilepsia e em 3,8% Diabetes Mellitus. Dos pacientes que tinham os hábitos descritos no prontuário, 22,8% eram etilistas, 5,6% referiram o uso de drogas ilícitas e 4,1% referiram tabagismo. A maioria dos pacientes (84,3%) ficou internada no hospital por até 10 dias, seguido de 9,3% que ficaram internados de 11 a 20 dias, 2,6% pacientes permaneceram no hospital de 21 a 30 dias, 1,9% ficou internado de 31 a 50 dias, 1,1% permaneceu internado de 51 a 70 dias e 0,8% ficou de 71 a 100 dias no hospital, com uma média de internação hospitalar de seis dias, com o máximo de 77 dias. Dos 26 pacientes que ficaram internados na UTI, 65,4% permaneceram por até dez dias, 26,9% ficaram de 11 a 20 dias e 7,7% permaneceram de 20 a 40 dias internados na UTI, com uma média

de nove dias, com o máximo de 37 dias. Em relação ao tipo de tratamento instituído em decorrência do TCE, 92,9% receberam tratamento clínico (conservador) e 7,1% realizaram procedimento cirúrgico. Dos 19 pacientes que realizaram procedimento cirúrgico, em 42,1% a ci rurgia demorou de 1 a 2 horas, em outros 42,1% a cirurgia durou de 2 a 4 horas, seguida de 10,5% nos quais a cirurgia durou de 4 a 6 horas e 5,3% a cirurgia durou mais do que seis horas, com uma média de duração da cirurgia de 2h49 minutos, com o máximo de 09h20 minutos. A grande maioria dos casos (85,8%) recebeu alta hospitalar, seguido de 10,8% que evoluíram a óbito, 2,2% receberam transferência hospitalar e 1,2% evadiu do hospital. Dos 11 pacientes que necessitaram de dreno ou derivação, 72,7% utilizaram dreno de sucção, com uma média de permanência de oito dias , variando de 3 a 14 dias e 27,3% necessitaram de derivação ventricular externa, com uma média de permanência de quatro dias, variando de dois a sete dias. Conclusão: Prevaleceu indivíduos brancos, do sexo masculino, solteiros, hipertensos, com o hábito de etilismo e com uma média de idade de 51

anos. Foram encaminhados ao PS pelo SAMU, vítimas de TCE leve, ocasionado por queda, com uma média de internação hospitalar de seis dias e na UTI de nove dias, recebendo tratamento clínico e com desfecho de alta hospitalar.