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FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO Curso de Complementação Pedagogia Disciplina: História da Educação Elaborado por: Patrícia Cássia Duarte Eco - Pedagoga / Ano 2007 E-mail: [email protected]

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FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO

Curso de Complementação PedagogiaDisciplina: História da Educação

Elaborado por:Patrícia Cássia Duarte

Eco - Pedagoga / Ano 2007E-mail: [email protected]

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PENSAMENTO PEDAGÓGICO GREGO

Na educação grega era exigido que o ensino estimulasse as competições, as virtudes guerreiras para estimular a superioridade frente os povos conquistados.

Os gregos deram enorme valor à arte, à literatura, às ciências e à filosofia.

A educação do homem consistia na formação do corpo pela ginástica e na da mente pela filosofia e as ciências, e na moral pela música e pelas artes.

Poucos aprendiam a governar, pois apenas os livres, os que tinham propriedade, pois os bem educados tinham de saber mandar e obedecer.

Apenas os gregos livres tinham acesso a educação e ao diálogo, já que a educação naquela época, se dava através do diálogo.

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A paidéia, educação integral, consistia na integração entre a cultura da época e a criação de outra cultura recíproca.

Apesar da riqueza de conhecimento na educação, existia na Grécia muitas diferenças entre os seus habitantes. Os espartanos davam mais valor a ginástica e a educação moral, voltada aos interesses do Estado.

Enquanto os atenienses existia um interesse maior pela retórica e para o exercício da política.

Os gregos eram educados através dos textos de Homero, que ensinava a virtude, o cavalheirismo, o amor à glória. O ideal homérico era de ser sempre melhor e conservar-se superior aos outros.

Sócrates, Platão e Aristóteles, exerceram grande influência no mundo grego, não esquecendo dos sofistas que eram responsáveis por ensinar a retórica.

O estudo era dividido em escolas que ensinavam desde a leitura do alfabeto até a retórica e a filosofia, passando pela filosofia e a educação física.

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O PENSAMENTO PEDAGÓGICO ROMANO

Roma e na Grécia, são sociedades escravistas, onde o trabalho manual não é valorizado, e o trabalho intelectual é considerado trabalho da aristocracia, que consiste numa pequena parcela da sociedade, os cidadãos livres.

Seus estudos eram na maioria das vezes humanistas, o que caracteriza o homem em todos os tempos e lugares. Este estudo era dado na escola do "gramático", que seguia algumas fases; ditado de fragmento do texto, memorização deste, tradução da prosa em verso, expressão da mesma idéia em diversas construções, análise das palavras e frases e composição literária.

Assim se instruía a elite romana.

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Para os escravos não era permitido o direito de estudar, eram tratados como objetos, aprendiam a fazer arte nas casas onde serviam.

A sociedade romana era composta de grandes proprietários: patrícios, grandes proprietários e plebeus, pequenos proprietários, que eram excluídos do poder, do direito ao voto.

Na época áurea do Império, a educação estava dividido em três graus: Escolas do ludi-magister, ministravam a educação elementar; Escolas do gramático: correspondia ao que hoje se conhece por ensino secundário.

Estabelecimentos de ensino superior: era uma espécie de universidade, onde se ensinava a retórica, o Direito e a Filosofia.

Os romanos impuseram o latim a numerosas províncias, conquistaram a Grécia, que transmitiu a filosofia da educação aos romanos.

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A filosofia era pouco difundida entre os romanos, e a pedagogia quando existe é voltada para questões práticas.

Um nobre romano deveria aprender coisas sobre a agricultura, a guerra e a política. Aos poucos a classe aristocrática cede lugar a pequenos comerciantes, artesãos e para uma pequena classe de burocratas.

O Império sentiu a necessidade de escolas que preparasse administradores, já que para a guerra não havia necessidade de escola, os quartéis ou a própria guerra resolviam o problema.

O Estado se ocupa diretamente da educação, treinando supervisores-professores cujo regimento se parecia com os militares.

A educação romana era utilitária e moralista, organizada pela disciplina e justiça. Dessa forma os romanos conquistaram um grande Império, fazendo escravos os povos por eles vencidos.

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O PENSAMENTO PEDAGÓGICO MEDIEVAL

A igreja cristã dá o ponto de partida para esse pensamento pedagógico. Cristo foi um grande educador, popular e bem sucedido.

A educação do homem medieval ocorreu de acordo com grandes acontecimentos da época entre eles a pregação apostólica no século I, depois de Cristo.

A partir de Constantino, o império adotou o cristianismo como religião oficial, e fez pela primeira vez a escola tornar-se o aparelho ideológico do estado.

Surge um novo tipo histórico de educação, uma nova visão do mundo e da vida, as culturas precedentes foram substituídas pelo poder de Cristo.

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Foi criada uma educação par ao povo que consistia numa educação catequética e dogmática e outra educação para o clérigo humanista e filosófica teológica.

Os estudos medievais compreendiam, o Trivium (Gramática, dialética e teórica) e o Quadrivium (Aritmética, geometria, astronomia e música).

Maomé (entre 570 e 532), funda uma nova religião, o islamismo. A doutrina de Maomé está contida no Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos. O Alcorão é a obra prima da literatura árabe.

Da briga entre cristãos e árabes inicia um novo tipo de vida intelectual chamada escolástica, que procura conciliar a razão histórica com a fé cristã.

O maior idealizador desta escola foi São Tomás de Aquino, que afirmava que a educação habita o educando a desabrochar todas as suas potencialidades, operando assim a síntese entre a educação cristã e a educação greco-romana.

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Ao lado do clero a nobreza realizava sua própria educação, seu ideal era o perfeito cavaleiro com a formação musical e guerreiro, experiente nas sete artes liberais.

As classes trabalhadoras tinham a educação oral, transmitida de pai para filho. A igreja não se preocupava com a educação física, considerava o corpo pecaminoso.

Os jogos ficavam por conta da educação do cavaleiro.

Na Idade Média foram criadas as universidades de Paris, Bolonha, Saleno, Oxford, Hedelberg e Viena.

Para muitos historiadores a Idade média não foi a idade das trevas, da ignorância, como os ideólogos do renascimento pregaram, ao contrário foi fecunda em lutas pela autonomia, com greves e debates livres.

Discutia-se a gratuidade do ensino e pagamento das professoras.

O que se constatou é que o saber universitário aos poucos foi se elitizando, guardado em academias submetido à censura da igreja.

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O PENSAMENTO PEDAGÓGICO RENASCENTISTA

O pensamento pedagógico Renascentista influenciou diretamente a educação através da teoria heliocêntrica, defendida por Copérnico (1473 - 1543).

Como fatos que favoreceram esse pensamento pedagógico, são citados: as grandes navegações do séc. XIV, que deram origem ao capitalismo comercial; a invenção da imprensa realizada por Gutemberg ; e a invenção da bússola que possibilitou as grandes navegações.

A educação Renascentista visava a formação do homem burguês.

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Como principais educadores Renascentistas, foram citados:

Vittorino da Feltre - que defendia uma educação individualizada, o auto governo do aluno e a competição;

Erasmo Desídoro - para ele, o verdadeiro caminho deveria ser criado pelo homem, enquanto ser inteligente e livre;

Juan Luis Vives - foi um dos primeiros a solicitar uma remuneração para os professores;

François Rabeles - para ele o importante não eram os livros, mas a natureza. A educação precisava primeiro cuidar do corpo, da higiene, da limpeza, da vida ao ar livre, dos exercícios físicos, etc;

Michel de Motaigne - ele acreditava que as crianças devem aprender o que farão quando adultos;

Martinho Lutero - para ele a exaltação Renascentista do indivíduo de seu livre arbítrio, tornara inevitável a ruptura no seio da igreja. Iniciou a reforma Protestante, que foi considerada como a primeira grande revolução burguesa.

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O PENSAMENTO PEDAGÓGICO ILUMINISTA

O pensamento iluminista surgiu no século XVII, que se fortaleceu com a Revolução Francesa, na época em que se buscava as liberdades individuais, contra a escuridão da igreja e a prepotência dos governantes.

Na época do auge do Iluminismo, Jean Jacques Rousseau, inaugurou uma nova fase na educação.

Pela primeira vez, a educação se tornou obrigatória, assim se fazendo escola pública, filha da revolução burguesa, gratuita e para todos, mas ainda elitista, pois poucos podiam cursar uma universidade.

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A educação da época não deveria apenas instruir mas também permitir que a natureza desabrochasse na criança de forma livre, sem repressões, restringindo-se a experiências.

O iluminismo educacional representou o fundamento da pedagogia burguesa.

A classe trabalhadora tinha o mínimo de educação, pois a burguesia ascendia sobre os ideais de liberdade.

A liberdade para os burgueses consistia em estar livre para a acumulação de riquezas, os intelectuais da época , cultivavam a noção de liberdade na essência do homem.

A liberdade e a igualdade eram nocivas para os burgueses, pois provocaria padronização das classes.

A educação popular deveria fazer com que o povo aceitasse sua pobreza.

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PENSAMENTO PEDAGÓGICO MODERNO

Nos séculos XVI e XVII, a sociedade passou por mudanças significativas, houve a queda do modo de produção feudal.

Na educação houve muitas mudanças, pois o que era ensinado foi considerado obsoleto, alguns filósofos fizeram grandes descobertas na área da educação, deram um novo ordenamento às ciências.

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Os principais filósofos que tiveram maior ascensão nesta época foram:

René Descartes, que escreveu o "Discurso do Método", que consistia em quatro grandes princípios, tais como: jamais tomar alguma decisão sem conhecê-la evidentemente como tal; dividir todas as dificuldades quantas vezes forem necessários antes de resolvê-las; organizar os pensamentos começando pelas mais simples até as mais difíceis; e fazer uma revisão geral para não omitir nada.

João Amos Comênio, escreveu a "Didática Magna", considerada como método pedagógico para ensinar com rapidez. Dizia que a escola ao invés de ensinar palavras, deveria ensinar o conhecimento das coisas.

John Loke, combateu o inatismo, dizendo que nada existe em nossa mente que não tenha origem em nossa mente.

Francis Bacon, divide as ciências e ainda diz que saber é poder sobre tudo.

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O PENSAMENTO PEDAGÓGICO POSITIVISTA

O pensamento pedagógico positivista consolidou a concepção burguesa da educação. Seu maior expoente foi Augusto Comte (1798 - 1857), que tem como principal obra o "Curso de filosofia positiva", publicado em 1830 e 1842.

Comte combateu o espírito religioso, mas acabou propondo a instituição do que chamou "religião da humanidade" para substituir a Igreja.

Segundo ele, a humanidade passou por três etapas sucessivas:

• O estado teológico, durante o qual o homem explicava a natureza por agentes sobrenaturais;

• O estado metafísico, no qual tudo se justificava através de noções abstratas como essência, substância, causalidade, etc; e o estado positivo, o atual, onde se buscam as leis científicas.

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Herbert Spencer (1820 - 1903) discípulo de Comte, deixou de lado a concepção religiosa do mestre e valorizou o princípio da formação científica na educação.

Um dos principais expoentes na sociologia da educação positivista foi Émile Durkhein (1858 - 1917), que considerava a educação como imagem e reflexo da sociedade. A pedagogia seria uma teoria da prática social.

Para os pensadores positivistas, a libertação social e política passava pelo desenvolvimento da ciência e da tecnologia, sob o controle das elites. O positivismo nasceu como filosofia, portanto interrogando-se sobre o real e a ordem existente, mas, ao dar uma resposta ao social, afirmou-se como ideologia.

Segundo o autor, a expressão do positivismo no Brasil inspirou a Velha República e o golpe militar de 1964. Segundo essa ideologia da ordem, o país não seria mais governado pelas "paixões políticas", mas pela racionalidade dos cientistas desinteressados e eficientes: os tecnocratas.

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No Brasil, o positivismo influenciou o primeiro projeto de formação do educador, no final do século passado. O valor dado à ciência no processo pedagógico justificaria maior atenção ao pensamento positivista.

Durkhein, ao contrário de Rosseau declarava que o homem nasce egoísta e só a sociedade, através da educação, pode torna-lo solidário.

Para Durkhein, a educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social; tem por objeto suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política no seu conjunto e pelo meio especial a que a criança, particularmente, se destine.

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O PENSAMENTO PEDAGÓGICO ORIENTAL

A pedagogia surgiu como uma ciência que tem como objetivo estudar, analisar, e sistematizar o conhecimento educacional.

Os valores da tradição, da não violência e da meditação ligados a religião, foi onde firmou-se a transmissão de conhecimento segundo o Oriente.

A educação primitiva fundamentava-se nos rituais de iniciação, possuíam uma visão animista, que acreditava que tudo na natureza possuía uma alma semelhante ao homem.

A educação ocorria de maneira espontânea e natural, não existia ninguém destinado a ensinar porém todos de uma certa maneira contribuíram para os ensinamentos, pois a educação provinha das imitações e da oralidade.

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A doutrina pedagógica mais antiga é o Taoísmo, uma espécie de panteísmo no qual os princípios recomendam uma vida pacata e tranqüila.

Confúcio criou um sistema moral que cultuava os mortos e que mais tarde tornou-se religião. Ele idealizava famílias patriarcas onde o pai comparado a um governante centralizava todo o conhecimento desconsiderando todo o saber e inteligência dos filhos.

A educação Hinduísta tendia para a reprodução e contemplação da casta, dividem a mesma profissão bem como a mesma religião, os casamentos são realizados entre si. Exaltavam o espírito repudiando o corpo.

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Aqueles que eram excluídos da sociedade, bem como as mulheres, não tinham acesso a educação.

Os egípcios foram os primeiros a tomar consciência da importância da arte de ensinar. Criaram casas de instrução onde ensinavam a leitura, a história dos cultos, a astronomia, a música e a medicina. Poucas informações deste período foram preservadas.

O povo que mais conservou informações sobre sua história, foram os hebreus, deixando como herança para o mundo um conjunto de doutrinas, tradições, cerimônias religiosas e preceitos que ainda hoje são seguidos.

De maneira geral os ensinamentos primitivos ocorreram de maneira semelhante entre muitos povos, marcados pela tradição e pelo culto aos velhos.

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O tradicionalismo pedagógico é determinado por tendências religiosas diferentes.

Na comunidade primitiva a educação provinha da própria comunidade, essa se dava através da vida e para a vida.

A criança aprendia no seu próprio dia a dia. Em fim a escola era a própria aldeia.

A escola de hoje nasceu com a hierarquização e a desigualdade social gerada por aqueles que se apoderam do excedente produzido pela comunidade primitiva.

Têm-se hoje na História da Educação a marca da desigualdade econômica, onde encontra-se uma linha educacional destinada aos exploradores e outra destinada aos explorados.

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O PENSAMENTO PEDAGÓGICO AFRICANO

A cultura africana não se desenvolve de forma unitária em todo seu território. As diferenças de níveis de cultura, explicam os diferentes comportamentos frente aos movimentos de libertação.

Na África pré-colonial, não existiam escolas, mesmo assim as crianças eram educadas, elas aprendiam fazendo e vindo em contato com os mais velhos. Ouvindo as histórias dos mais velhos, aprendiam histórias tribais e o relacionamento de suas tribos com outras. A educação era portanto informal.

O sistema educacional na Tanzânia era cooperativo e não individual, o conceito de qualidade e responsabilidade condizia com qualquer habilidade, seja ela agropecuária ou ligada a atividade econômica.

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Não se trata apenas de organização escolar ou de currículo, os valores sociais são formados pela família, escola e sociedade, ou seja, pelo ambiente global que envolve a criança.

Um povo iletrado não é necessariamente um povo ignorante, o conhecimento pode ser passado de forma oral, de geração a geração, mesmo sem a existência de escolas.

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O PENSAMENTO PEDAGÓGICO DO TERCEIRO MUNDO

O pensamento pedagógico do Terceiro Mundo é originário de experiências educacionais dos países colonizados, como os da América Latina e os da África.

Na luta pela sua emancipação, estes países constituíram uma teoria original. A Europa colonizou os dois continentes, dividindo territórios e tornando estes países cada vez mais dependentes e subdesenvolvidos.

Os colonizadores combateram a educação e a cultura nativa impondo seus hábitos e costumes e escravizando os nativos de cada região.

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Na África, os colonizadores impuseram uma única língua estrangeira a fim de catequizá-los e uni-las numa religião universal, sendo que este programa não deu certo porque a tradição européia era calcada no valor da palavra escrita, ao passo que a tradição africana é dominada pela oralidade.

Nos anos 70, com a libertação dos países africanos, foram feitas enormes campanhas de alfabetização, consideradas um fracasso pelos europeus. Mesmo desacreditados, os africanos obtiveram grandes resultados. Estas campanhas visavam a incorporação dessas massas num projeto nacional e o fortalecimento do povo como animador coletivo da educação.

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O PENSAMENTO PEDAGÓGICO LATINO AMERICANO

As metodologias em uso nas escolas têm um enfoque verbalista, o professor expõe idéias retiradas de livros, de onde o aluno retira todas as suas percepções formais do saber.

A escolha assemelha-se a uma fábrica, onde o professor fala e o aluno absorve as informações por aquele passadas.

Todas as instituições vinham com respostas prontas. Ao aluno basta memorizar as informações.

Nos dias de hoje com a diversidade de informações, a comunicação se tornou mais diferenciada entre as comunidades e também em relação a natureza. As percepções visuais e sonoras são fundamentais ao ato de conhecer.

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A compreensão não vem depois da audição ou da visão, a linguagem total introduz o homem num universo de percepções, a percepção opera integrando os diversos sentidos.

A pedagogia da linguagem total leva ao prazer novo e motivador da aprendizagem, o aluno está sempre querendo estimular suas sensações e percepções.

Tanto alunos como professores para realizar a autêntica educação, têm que se colocar em estado de comunicação intenso, indo um em encontro ao outro.

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O PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO

Graças ao pensamento iluminista trazido da Europa por intelectuais e estudantes que não tinham mais tantos laços com a Igreja, deram os primeiros passos, embora tímidos, para as mudanças do pensamento pedagógico brasileiro.

O pensamento pedagógico teve grande ajuda dos jesuítas, que difundiram nas classes populares a religião subserviência, da dependência ao paternalismo, características marcantes da cultura brasileira até os dias de hoje.

O primórdio da educação brasileira foi Rui Barbosa, que pregava a liberdade de ensino, a instrução obrigatória, este se inspirou no sistema educacional da Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos.

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No início deste século a educação teve grande interesse nos movimentos anárquicos, tinham no seu pensamento que se não ocorressem mudanças profundas na mentalidade das pessoas, a revolução social desejada jamais alcançaria o seu objetivo.

Anos depois a educadora Maria Lacerda de Moura, que combatia o analfabetismo , defendia a educação dos sentidos e o estudo do crescimento físico.

Dizia que era necessário declarar guerra ao analfabetismo, ao orgulho tolo, à ambição, ao egoísmo, à prepotência, assegurada pela autoridade do diploma e do bacharelado incompetente.

Em 1944, o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, inicia a publicação da Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, um precioso testemunho da história da educação no Brasil, fonte de informação para os educadores brasileiros até hoje.

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Paulo Freire, foi o maior contribuinte da alfabetização de jovens e adultos, que desenvolveu uma teoria pedagógica que envolvia a pesquisa participante e os métodos de ensinar.

O seu pensamento humanista e crítico na história tem seus problemas e o educador tem de saber o que fazer com elas.

Florestan Fernandes, defensor da escola pública, seu pensamento sociológico criou um novo estilo de pensar sobre a realidade social.

Já para Luiz Pereira a solução dos problemas dentro da escola, depende da solução dos problemas externos a ela, envolvendo o aspecto econômico e social.

Para Rubem Alves o educador se descobre como um ser vivo, onde as sensações estão envolvidas com o seu trabalho.

Para Antônio Muniz de Azevedo a educação é um processo permanente de aperfeiçoamento humano.

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Darcy Ribeiro analisou o ensino público, extinção do 3º turno, aperfeiçoamento do magistério, implantação de escolas integradas, onde a criança permaneceria mais tempo na escola, com professores competentes e com orientação que a maioria não encontram em casa.

Pode-se dizer que o pensamento pedagógico brasileiro, têm sido definido por duas tendências gerais; a liberal e a progressista.

Os educadores e os teóricos da educação liberal defendem a liberdade de ensino.

E da educação progressista defendem a formação de um cidadão crítico e participante.

O pensamento pedagógico brasileiro é muito rico e está em movimento.

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O PENSAMENTO PEDAGÓGICO CRÍTICO

Depois de duas guerras mundiais, os existencialistas e fenomenologistas se perguntavam o que estava acontecendo de errado com a educação.

Entre os maiores críticos, está o filósofo Louis Althusser e os sociólogos, Pierre Bordieu e Jean Claude Passeron, cujas obras tiveram grande influência no pensamento pedagógico brasileiro na década de 70. Elas demonstraram o quanto a educação reproduz a sociedade.

Pensamentos dos principais idealizadores do Pensamento Pedagógico Crítico:

Louis Althusser: A escola-família substitui o binômio igreja-família como aparelho ideológico dominante. É a escola obrigatória durante muitos anos, na vida do ser humano.

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Bordieu e Passeron: Para eles, toda ação pedagógica é objetivamente uma violência simbólica enquanto imposição, por um poder arbitrário. A ação pedagógica tende à reprodução cultural e social simultaneamente.

Baudelot e Establet: Empreenderam um estudo profundo do sistema escolar, destruindo a representação ideológica da escola única. Dizem que existe na verdade, duas redes escolares, a secundária-superior, reservada para a classe dominante, e a primária-profissional reservada para as classes dominadas.

Jesus Palácios: Afirma que a escola não é nem a causa, nem o instrumento da divisão da sociedade em classes.

Walter Benjamin: Criticou o ensino nas universidades, onde predominava a informação ao invés da formação.

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Basil Bernstein: Estudou a relação entre a língua e as diferenças sociais. Dedicou especial atenção à linguagem das classes trabalhadoras.

Henry Giroux: Se dedicou ao estudo da sociologia da educação, da cultura, da alfabetização e da teoria do currículo.

Stanley Aronowitz: Analisa a teoria crítica e seus fundamentos.

Carnoy: Defende a tese de que só os movimentos sociais, podem tornar a escola mais democrática.

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O PENSAMENTO PEDAGÓGICO ANTI AUTORITÁRIO

Neste capítulo do livro "Histórias das idéias pedagógicas" de Moacir Gadotti, é comentado como Gerald Mendel, baseado na teoria de Freud, iniciou os estudos sobre a autoridade e seus mecanismos de imposição, principalmente a autoridade paterna.

Para tanto, Mendel propôs a abertura da escola para a política e tomada do local onde concentrava-se o poder pelos jovens a fim de confrontar com o autoritarismo institucional.

Dentre os autores que seguem esta linha de pensamento pedagógico, foram destacados:

Francisco Ferrer Guardiã (1859 - 1909) que tinha como objetivo abolir da escola todo o instrumento de repreensão e violência, sua tarefa seria preparar os futuros revolucionários, a ação pedagógica que ele teoriza a existência da disciplina artificial que é regada pelo autoritarismo cego, e uma disciplina natural que propõe encontrar um consenso.

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Alexander S. Neill (1883 - 1973) que tornou-se conhecido no Brasil, através de seus livros "Liberdade sem medo", "Liberdade sem excesso", "Liberdade no lar", Liberdade na escola" e "Amor e juventude". Ele acreditava que a missão do professor era a de estimular o pensamento da criança, que a dinâmica interna da liberdade se encarregaria de proporcionar as mais ricas e variadas formas de vivência.

Carl Ransom Rogers (1902 - 1987), criou a "compreensão empática" que seria o processo de criar um clima inicial, comunicar confiança e esclarecer e motivar com coerência e autenticidade desenvolvido pelo educador ou facilitador de aprendizagem.

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Celestin Freinet (1896 - 1966) afirmava que na medida em que organizamos o trabalho, teremos resolvido os principais problemas de ordem e disciplina: não de uma ordem e uma disciplina formal e superficial, que não se mantém senão por um sistema der sanções, previsto como uma camisa-de-força que pesa tanto a quem recebe como ao mestre que a impõe.

E finaliza com Henry Wallon (1879 - 1962) que enfatizava que o desenvolvimento da criança decorre em etapas, sendo cada etapa caracterizada por uma atividade preponderante, ou conflito que a criança deve resolver. O desenvolvimento acontece de modo descontínuo, uma vez que as crises evolutivas que resultam na reestruturação da conduta infantil não são lineares nem uniformes.