Fundada em 24 de fevereiro de 2007 Registro na ABIM – 005-JV · adotada pela Igreja nos batismos....

14
Fundada em 24 de fevereiro de 2007 Registro na ABIM – 005-JV

Transcript of Fundada em 24 de fevereiro de 2007 Registro na ABIM – 005-JV · adotada pela Igreja nos batismos....

Fundada em 24 de fevereiro de 2007 Registro na ABIM – 005-JV

EditorialEditorial________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

á no clima de retrospectiva, chegamos a dezembro, computando perdas e danos e, também, embora poucas, algumas vitórias. Fracasso nas Olimpíadas, sucesso nas Para-Olimpíadas, o que pode parecer mal, mas demonstra a atitude de um povo que

sabe conjugar o verbo “superar”, retrato do povo brasileiro. JJ

Eleições, chance de mudanças, oportunidade de expressarmos a vontade nas urnas, e conseguimos eleger o Severino. Aquele que era presidente da Câmara e renunciou, diante dos escândalos! Eta! “povinho” brasileiro! Quando iremos aprender a levar a sério o que, de fato, é sério? Verdadeira falta de consciência e comprometimento com o futuro de nossos filhos e netos.

Segue a barca à deriva, por mares revoltos, ao som de ventos ululantes, na incerteza de um porto seguro. Os escândalos deram lugar ao sensacionalismo da mídia no caso Isabela, no caso Eloá, enquanto tantas outras, “Joanas de Tal”, a cada minuto, vítimas das mesmas maldades e do descaso da sociedade, são entregues ao anonimato. Para essas, dizia o poeta Chico Buarque: “... a dor da gente não sai no jornal!”.

Bem, mas o que importa, agora, é a economia mundial. Para que se preocupar com coisas tão infames, não é verdade? Perdoem-me a ironia!

O Império americano, como todo império, tem sua ascensão e queda, e está à beira da falência, devendo, provavelmente, arrastar muitas economias com ele. O capitalismo cruel não livra ninguém de suas garras, nem mesmo seus maiores incentivadores. Vemos os EUA sorvendo, na taça amarga, do seu próprio veneno!

Um setenário marcou essa reviravolta americana; até 11/set/2001, o sonho e a prepotência do americano tinham outros matizes. Por sete anos, número tão cabalístico, pairou uma enorme e densa nuvem negra sobre aquele povo, que o fez olhar para seu próprio umbigo e lembrar que, há 67 anos (Pearl Harbor – 07/dez/1941), também, acontecia o “impossível”. E, novamente, o medo e a insegurança se instauraram na nação mais poderosa do mundo. Permitam-nos rotular esse divisor de águas de “De Osama a Obama”.

Os tempos são outros e, aos poucos, aquele povo começa a ver o “I Have a Dream”, de Luther King, se tornar realidade no slogam de Obama “Yes, we can!”.

As “águas” da Era de Aquarius já começam a lavar o espesso lodo do ciclo apodrecido e gasto. Esperamos que essa faxina não deixe seqüelas, embora saibamos que toda mudança gera transtornos, alguns irreparáveis.

A verdade é que o homem, ainda, procura fora o que, sempre, esteve dentro de si mesmo, confundindo progresso com evolução. Assim caminha a humanidade, “com passos de formiga e sem vontade”, em um eterno “deixa a vida me levar”.

Nós, iniciados que somos, não podemos ser pegos desprevenidos. Os tempos são chegados, e a Mãe Natureza, por várias vezes, vem dando mostra de sua cobrança. É o inevitável resgate cármico. O homem tornou o mundo tão pesado, que não consegue carregá-lo! Pobre humanidade, à beira de, novamente, implorar aos Deuses que não sucumba, como na Atlântida, quando Mu kA, em solidariedade àquele povo inconsciente, disse: o que posso fazer é sucumbir com vocês!

Ao chegarmos à edição de nº 22, completamos um ciclo de 22 edições ininterruptas, à guisa dos 22 Arcanos Maiores do Tarô. Nossa Revista segue com denodo e consciente de sua missão de bem informar, fazendo Luz nos mais diversos assuntos, servindo de canal aos Mestres de Sabedoria, para transmitirem seus excelsos ensinamentos.

Desejamos a todos um Natal em sua essência, ou seja, com o nascimento de novos valores, que nos auxiliem a construir uma sociedade mais justa, resgatando a instituição família, célula mater da sociedade, e nos conscientizem de nossos compromissos como maçom, pai, filho, avô, cidadão, e, principalmente, eleitor, para que nossos filhos e netos possam herdar um país mais justo e perfeito, pois essa é a pátria do Avatara da Era de Aquarius.

Falando em Natal, a Matéria da Capa, “O Simbolismo do Natal”, de autoria do excelso Mestre Professor Henrique José de Souza, fundador da SBE - Sociedade Brasileira de Eubiose, apresenta uma abordagem muito elucidativa e inédita do assunto. Em Destaques, “A Iniciação Através da Ciência das Idades” nos revela o real objetivo da iniciação.

Chamo atenção para a matéria do Irmão Francisco Mello Siqueira, com o título “A Oposição da Igreja à Maçonaria”, assim como, para a coluna Os Grandes Iniciados, onde, eventualmente, não destacamos a vida e a Obra de um dos Mestres de Sabedoria, e, sim, reforçamos o que viemos elucidando, em edições anteriores, aos nossos leitores, com relação ao primoroso trabalho desses excelsos Seres.

O ano de 2008 se despede, e longe de avaliarmos se foi bom ou ruim, preferimos, humildemente, entender que, à guisa da história do beija-flor, na tentativa de apagar o incêndio na floresta, fizemos nossa parte, como veículo de comunicação comprometido com a cultura, tratando, com muita seriedade, cada tema abordado e podendo, com a consciência tranqüila, saudar a entrada de mais um novo ano, na certeza de que não será nem bom nem mal, mas de acordo com a postura que adotarmos na vida, tornando-se, pois, um refletor de nossos pensamentos, atos, palavras e omissões.

Escolhemos ser parte da solução para não sermos parte do problema. E vocês, já fizeram sua opção?

Nesta EdiçãoNesta Edição____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Capa – O Simbolismo do Natal...........................................CapaEditorial.....................................................................................2Matéria da Capa - O Simbolismo do Natal............................3Destaque - Iniciação Através da Ciencia Iniciática das Idades. .5Informe Cultural – DMO – Doação de Medula Óssea..............7 - Novos Grandes Inspetores Gerais da Ordem.........7 - Movimento Nacional Pela Educação..................8

Os Grandes Iniciados – Desperte Seu Mestre........................8Ritos Maçônicos – Ritos Alquímicos...................................9Trabalhos – A Oposição da Igreja à Maçonaria......................10

- Torá, Talmud, Mishná, Midrash.......................12Lançamentos – Livros..........................................................13Reflexões – Geléia de Maçons...........................................14

Boas Dicas – Palestra /Indicação de Livro / Edições Anteriores..........14

Matéria da CapaMatéria da Capa________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

O Simbolismo do NatalO Simbolismo do Natal“O nosso intento é fazer luz sobre tudo quanto o povo desconhece!”

Professor Henrique José de Souza

m dos mais belos e significativos acontecimentos

do ano é, sem dúvida alguma, o Natal. O mundo cristão comemora, nessa data, o nascimento de Jesus, o Cristo. Aquele que os cristãos consideram o Salvador do Mundo e os verdadeiros Teósofos e Ocultistas reconhecem, além do mais, como a manifestação cíclica do Espírito de Verdade, ou seja, como um Avatara Divino. Nessa data, plena de encantamento e de amor, as famílias cristãs se congregam em reuniões as mais íntimas e santas para cultuarem, no recesso de seus lares, o simbolismo do Natal.

U

Na noite de 24 para 25 de dezembro, conhecida há perto de vinte séculos como a Noite de Natal, comemora-se, em todo o mundo cristão, o nascimento do Menino-Deus, com as manifestações do maior regozijo e da mais pura devoção. Papai-Noel faz, nessa noite, sua visita tradicional aos petizes, deixando-lhes uma lembrança no sapatinho posto à beira da cama. Nos lares, engalanados com enfeites multicores, há o Presépio e a Árvore de Natal. Desse modo, ano após ano, de uma forma inconsciente e agradável, é transmitida de geração a geração uma tradição extraordinariamente bela, cuja origem se perde na noite dos tempos, anterior mesmo ao advento do Cristianismo.

O simbolismo do Natal oculta transcendentes mistérios. À luz dos conhecimentos eubióticos, procuraremos levantar uma pontinha do denso véu que encobre, aos olhos profanos, tais excelsitudes.

Diz a tradição que o Anjo Gabriel apareceu à Virgem Maria e Lhe anunciou

o nascimento do Filho de Deus. As religiões de todos os povos

possuem as suas Virgens-Mães, Marias ou Mayas, que são: Adha-nari, a brâmane; Ísis, a egípcia; Astaroth, a hebraica; Astarté, a síria; Afrodite, a grega; Vesta, a romana; Herta, a germânica; Ina, a Oceânica; Isa, a japonesa; Ching-Mu, a chinesa, e muitas outras, inclusive a que o nosso tupi denomina de Jaci, "a mãe dos frutos", etc., pois, como é sabido, Maria provém de Mare – o Mar – simbolicamente, "a grande ilusão". Entre os iorubanos da África, Iemanjá, o orixá feminino, é a mãe d'água ou o próprio mar divinizado, equivalente no seu culto àquilo que, em tais religiões, simboliza a Virgem Mãe, Ísis, a Lua, desde que Osíris representa o Sol.

Os egípcios acreditavam que o pequeno Hórus era filho de Osireth e de Oset, cujas almas se transformaram, respectivamente, nas do Sol e da Lua, depois da morte desses personagens.

Os antigos israelitas, muito antes da nossa Era, chamavam a rainha do céu (ou "Regina Coeli") de Mênia, donde se derivou Neomênia (Nova Lua), que vem a ser a mesma Maria (em seus diversos nomes), mãe de Deus encarnado, nos vários cultos religiosos.

Quanto ao lugar do nascimento do Menino Jesus, diz a Igreja que ele se deu em Belém, cidade da Palestina, tendo sido a criança recém-nascida colocada numa mangedoura. A palavra Belém é formada de duas letras hebraicas, Beth e Aleph, significando, cabalisticamente, a Casa de Deus ou Templo de Deus. Este é, também, o significado da palavra Apta, muitíssimo mais antigo, pois provém da submersa Atlântida, tendo sido o nome de sua

oitava cidade, a Shamballah ou "Região dos Deuses", que mantinha a espiritualidade entre as demais, interpretadas, também, como províncias ou países, governadas pelos "Sete Reis de Edom", que eram, na Terra, as expressões humanas dos Sete Dhyans-Choans. Seria supérfluo assinalar a identidade de sentido entre Edom e Éden, o bíblico Paraíso terrestre.

APTA tem, ainda, o significado de "creche ", manjedoura , presépio e, também, "O lugar onde nasce o Sol". O simbolismo do presépio é uma cópia fiel do que existe nos ritos bramânicos, além de outros. Segundo Bournouf, assim se explica sua origem: A Cruz Suástica (não confundir com a Sovástica do Nazismo, que tem a rotação em sentido contrário, símbolo, portanto, da involução) é representada por dois pedaços de madeira, que, para não se moverem, são cravados com quatro pregos, em cuja função passa uma corda, que, pela fricção, produz fogo. O Pai do Fogo Sagrado é o divino carpinteiro Tuashtri, que prepara a cruz e o pramanta, devendo gerar o filho divino. A Mãe do Fogo Sagrado é Maya, que equivale à Virgem Maria cristã.

Quando o pequeno Agni nasce (Agni é fogo em sânscrito; Agnus, em latim, é o Cordeiro: "Agnus Dei Qui tollit peccata mundi"), é colocado num berço (manjedoura) entre animais, e, ao lado, fica a Vaca Mugidora. Ora, Vach (o mesmo que vaca), em sânscrito, significa o Verbo Sagrado, Palavra Criadora ou Logos Criador.

Procuremos, agora, relacionar esses fatos com aquela conhecida passagem bíblica: "No princípio era o Verbo, e o Verbo se fez carne e habitou entre nós..."

O sacerdote brâmane toma o pequeno Agni em suas mãos, coloca-o sobre um altar, untando-lhe o corpinho com manteiga clarificada, o que originou a sagrada unção pelos santos óleos, adotada pela Igreja nos batismos. É, justamente, quando o menino Agni recebe o nome de Ungido (Iluminado), Akta, em sânscrito, e Christos, em grego. Torna-se ele resplandescente, pois que tudo em seu redor se ilumina. As trevas desaparecem, e os demônios fogem espavoridos ao clarão de sua luz cintilante.

Ele é o Guru dos gurus (ou Maha-Guru, Grande Instrutor, etc.), o Mestre dos mestres, e toma o nome de Jâtavâdas: Aquele em quem a Sabedoria é inata.

Como se vê, a tradição da Sagrada Família aqui no Ocidente, representada por Jesus, Maria e José (o carpinteiro), se encontra nos Vedas, a escritura sagrada dos hindus, com uma antiguidade de 3100 anos anterior à nossa Era.

A mãe de Krishna, que surgiu na Índia cerca de 3500 anos a.C., se chamava Devaki, linda e virtuosa princesa, irmã do Rei de Madura, em torno da qual se criaram as mesmas lendas relativas a outras Virgens-Mães ou Marias. É curioso, também, assinalar a estranha semelhança de grafia e de som entre a expressão latina Jesus Christus e Ieseus Krishna...

Escreve Blavatsky em sua Doutrina Secreta: "Desde os rischis indianos até Virgílio, e de Zoroastro à última Sibila, todos, sem exceção, desde o começo da Quinta raça-mãe, profetizaram, cantaram e prometeram a volta cíclica da Virgem e o nascimento de uma criança divina, que faria voltar a "Satya Yuga", a idade de ouro sobre a Terra. Logo que as práticas da Lei estiverem na ocasião precisa de terminar o ciclo da "Kali Yuga" (idade negra, em que ainda vivemos), um Aspecto do Ser Divino, que existe em virtude de sua própria natureza espiritual na pessoa de Brahmâ, sendo o Começo e o Fim (Alfa e Ômega), descerá sobre a Terra. Ele

nascerá na Família de Vishnujasha, como um Eminente Filho de Shamballah e Senhor dos oito poderes do Iogui. Por seu imenso poder, destruirá todos aqueles cujo mental é voltado à iniquidade. Então, a Justiça se fará na Terra, e os que viverem até o fim da "Kali Yuga", despertarão com o mental transparente e puro como o cristal".

Nenhum Ser de tão elevada expressão, como Jesus, nasceu jamais num estábulo... Pelo contrário, em todas as teogonias, o nascimento de Seres Iluminados se verifica sempre no seio de famílias nobres, abastadas, de sangue real.

Gautama, o Buda, era o Príncipe Sidarta, de Kapilavastu; abandonou riquezas, palácios, títulos e bens terrenos para conviver com os humildes da plebe, viajando como um nômade, ensinando as verdades do espírito para plantar a semente da salvação sobre seus passos e criando gerações de discípulos, cujas luzes iluminam os séculos dos povos orientais. Seu nascimento foi marcado pelos mesmos mistérios que envolvem os de todos os Seres da Divina Hierarquia. Um Deva de luz ou Anjo o anunciou à sua mãe, que, antes de concebê-lo, teve a visão de um elefante branco, ostentando o Loto das Mil Pétalas, como símbolo da Centelha Divina manifestada na Terra.

Os grandes iluminados nunca nasceram de pais indigentes, muito menos em um cocho ou manjedoura. Se assim fosse, menores teriam sido seus sacrifícios e renúncias em favor da humanidade. Não poderiam sentir, em todos os seus horrores, as agruras da miséria dos homens, se nela tivessem nascido.

Jesus, o Cristo, cujo nome original era Jeoshua Ben Pandira (O Filho de Deus, melhor que "o filho do homem"), não nasceu nas paupérrimas circunstâncias descritas pela tradição exotérica, pois era um Ser proveniente de Salém, a Cidade Luz das escrituras hebraicas, é a mesma misteriosa SHAMBALLAH das tradições orientais, "a ilha imperecível, que nenhum cataclismo jamais poderá destruir".

Segundo a lenda cristã, quando Jesus nasceu, foi visitado por três Reis Magos do Oriente. Qual a verdade que se oculta nessa lenda? Eis a nossa resposta: os Três Reis Magos representam os Três Chefes do Governo Oculto do Mundo (sob o ponto de vista de Governo Espiritual). Representam os Três Chefes ou Triunvirato governador da AGARTHA: o Chefe Supremo, que possui o título de Brahâtmâ ou Brahmâtmâ (apoio das almas no Espírito de Deus), e seus Dois Assessores ou Colunas: o Mahâtmâ, representando a Alma Universal, e o Mahanga, símbolo de toda a organização material do Cosmos. Segundo Ossendowski, o Mahâtmâ conhece todos os acontecimentos futuros, e o Mahanga dirige as causas desses mesmos acontecimentos; quanto ao Brahâtmâ, pode falar com Deus face a face.

O Mahanga oferece ouro ao Menino-Deus e o saúda como Rei; o Mahâtmâ oferece-Lhe incenso e o saúda como Sacerdote; o Brahâtmâ oferece-Lhe mirra (o bálsamo da incorruptibilidade, imagem de Amritâ) e Lhe dá as boas-vindas como Profeta, o Mestre espiritual por excelência. Desse modo, o Cristo recém-nascido é homenageado nos Três Mundos, como sendo seus próprios domínios. Maitréia significa, igualmente, o Senhor das Três Mayas, ou dos Três Mundos.

Na Tragédia do Gólgota, diz a tradição vulgar, a cruz de Jesus é ladeada pelas de dois "ladrões". Na Maçonaria, o Grão-Mestre é ladeado por duas "colunas", J. e B., que coincidem, significativamente, com outras da biografia daquele Iluminado: Jeoshua Ben Pandira; os nomes das cidades onde nasceu e expirou, Belém e Jerusalém; o nome de João Batista, seu Arauto ou Iokanã; que o batizou no Rio Jordão, no momento em que sobre Ele desceu o fogo do Espírito Santo, simbolizado na pomba imaculada.

Todos os grandes Seres, antes de consignarem sua presença entre os homens através do ventre de uma mulher "eleita", são anunciados por outros, também, de grande excelsitude, os Iokanãs. Este vocábulo pode ser decomposto em Io, com o significado de "o grande princípio universal feminino" ( Ísis, Maya, Lua, etc.), e Canã ou Canaã, a terra da promissão. Na melhor interpretação, Iokanã é aquele que conduz, anuncia alguém, pelo Itinerário de Io ou de Ísis, o Caminho Real por onde deve passar um novo clã, família, raça. Caminho de Io ou de Ísis é o caminho percorrido pelas Mônadas. IO dá, ainda, a figura aritmética dez, podendo ser relacionado com a décima lâmina do Tarô divinatório dos boêmios, que simboliza a Roda da Fortuna, a roda dos nascimentos e das mortes nos três mundos. Quem faz girar essa Roda é o Divino Rotan, o Chakravarti, o mesmo Senhor dos Três Mundos.

Duplicando-se o monossílabo IO, temos IOIO, que pode, também,

significar mil e dez; substituindo-se a segunda e a quarta vogal por S, temos ISIS, e permutando-se a posição dos dois últimos algarismos (01), forma-se o mil e um, que faz lembrar as Mil e Uma Noites dos maravilhosos contos iniciáticos, nos quais se encerram profundos mistérios, ligados ao longo e sinuoso Itinerário de IO ou de ISIS. Tais mistérios, na sua totalidade, são conhecidos, apenas, pelo Supremo Arquiteto como Logos Criador, do qual se têm emanado, ciclicamente, os Avataras Divinos, que vêm, com a Sua palavra (a Boa Nova de cada ciclo), impulsionar as mônadas (para tanto "julgadas" aptas) pelo extensíssimo IO.

Assim foi com Krishna, Buda e Cristo e com todos os outros Iluminados, que têm vindo a esse mundo inferior. E há de ser assim em futuro próximo, isto é, no começo do século XXI, com a Nova Manifetação Cíclica do Grande Senhor, o MAITRÉIA BUDA. Este Glorioso Ser, o Kalki-Avatara das tradições multimilenares, também, denominado o Cavaleiro Akdorge, virá esmagar o dragão do Mal, ameaçando devorar a Bela Princesa acorrentada à porta do palácio, que outra não é senão a própria humanidade encarcerada nas trevas das superstições e da ignorância, mãe dos erros de toda espécie.

Maitréia, o Senhor dos Três Mundos ou das Três Mayas, cavalgando seu corcel branco, simboliza o Ternário Superior do Espírito, dominando e dirigindo o Quaternário inferior da persona, a pessoa do homem físico, ou seja, o veículo denso, através do qual o Som, o Verbo se expressa...

Quanto ao Papai Noel, este bom velhinho de longas barbas de neve, carregando às costas um grande saco de brinquedos e presentes, para alegrar os corações de crianças e adultos no dia 25 de dezembro, quem é Ele? Quem inventou essa personalidade tão generosa quanto pontual no cumprimento do seu dever de renovar, anualmente, as esperanças da humanidade? Quem diz todos os anos, diz "ciclicamente”. Podemos vislumbrar, então, nessa maravilhosa personalidade natalina, o Pai Onipotente, de infinita bondade, que se manifesta de ciclo em ciclo, para premiar os homens que se mantiveram fiéis ao Espírito de Verdade, presenteando-os com a Boa Nova, isto é, com novos conhecimentos, propulsionando o progresso das mônadas, através de mais uma etapa no longo Itinerário de IO.

E a Árvore de Natal, essa dadivosa planta, que nos oferece, no fim de cada ano, brilhantes frutos simbolizados nas bolas de ouro, de turqueza, esmeralda e rubi? Ela exprime a Árvore Sefirotal, representa a Árvore dos Avataras, sendo o seu tronco o Bijam ou Semente de todos Eles, a Árvore da Vida, plantada no Quaternário da Terra, que floresce e produz maravilhosos frutos de ciclo em ciclo. Ela nos diz, também, da Árvore de Bodhi, ou da Sabedoria divina, cujos vários ramos com seus frutos multicores significam os diversos aspectos e as múltiplas expressões da Verdade Única, da Eterna Verdade apregoada aos homens pelos

Avataras.

DestaquesDestaques__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Iniciação Através da Ciência das IdadesIniciação Através da Ciência das Idadesá naturezas humanas de várias nuances, posto que as do reino hominal, nascendo em horas, em minutos diferentes, pensam, agem e

têm as suas relações de diferentes modos. Logo, há necessidade de se estabelecerem diferentes modos de ensinamentos e diferentes modos de aprendizagem. Observamos, sem dúvida, que há processos pelos quais o ser humano avança no futuro. Há, pois, processos adotados por pessoas amadurecidas, exigindo algo de maior transcendência, sendo a aquisição dos conhecimentos da “Ciência do vir a ser” a “Ciência das Idades”. Estas poderão ser consideradas de dois modos: Conhecimentos simbólicos e a Sabedoria Eterna.

HH

Os processos de aprendizagem são: Iniciação simbólica e Iniciação Real.O termo Iniciação é derivado da Raiz latina “Initia”, que significa os

primeiros princípios de uma “Ciência”. É admissão nos grandes mistérios ensinados; no Egito, pelos grandes Hierofantes. É o ato de começar a realizar alguma coisa, dar início a alguma carreira, ramos de aprendizagem, senão, é o começo dos estudos da “Ciência das Idades”.

No ponto de vista do Professor Henrique José de Souza, fundador da SBE – Sociedade Brasileira de Eubiose, é o processo pelo qual as humanas criaturas se ajustam com o Princípio Universal, de onde surgiram todas as coisas.

Iniciação é o processo pelo qual os Discípulos equilibram seu “Ovo Aurico”; esse equilíbrio se traduz como sendo a saúde, a felicidade no ponto de vista material; o equilíbrio psíquico é denominado de felicidade, tranqüilidade... No ponto de vista espiritual, é a “Pax Perene” - a alegria interna. É ode da Alma saudando o espírito, o Eu Superior. É, portanto, o perfeito equilíbrio entre a Alma Humana e Alma Universal... Quando ambas estão em perfeita harmonia, em perfeito equilíbrio, há o fenômeno denominado de Iluminação. Logo, a Iluminação é o perfeito equilíbrio, no sentido de que as vibrações, o som, a harmonia se revelem, se ajustem, se objetivem esplendorosamente.A Iniciação Simbólica tem por base a imagem; sim, esta é a expressão da linguagem humana. Por isso, na Linguagem Universal, usam-se os símbolos, como sendo imagens, idéias... A Linguagem Universal é representada por caracteres vivos, por símbolos, por figuras geométricas, o aspecto basilar dos ensinamentos através de inteligência concreta...

A imagem vivificada, ativada pela imaginação, conduz o discípulo ao campo da Verdade, ao plano da imaginação.

A linguagem simbólica sem o poder da imaginação, sem a intensa vida interior, não passa de uma série de formas mortas, sem sentido superior e sem valor prático.

A imaginação é a manifestação do Princípio “Mente Universal”, embora agindo de modo incipiente, de modo que a linguagem simbólica tem muito valor para quem possua vida interior, interna...

Quando a imaginação não funciona, as imagens não têm vida, não têm vibração, não têm sentido positivo.

E, quando não há inteligência clara, a incapacidade de compreensão, o fenômeno de ligação entre os dois planos, físico e universal, dá-se através de sonhos, nos quais as pedras, as árvores, os insetos, os animais falam, dão conselhos, dão exemplos...

O normal, no reino hominal ou humano, seria os homens se comunicarem com os Deuses, com o grande Universo, com as Consciências Superiores, através da meditação, da ação mental superior, senão por meio da música erudita, nobre, clássica, posto que esta é a linguagem usadas pelos Deuses, pelos Arcanjos, Anjos... A música é, sem dúvida, a linguagem dos Iluminados, dos Todes, dos Munis, dos Adeptos, dos Mahatmas...

Os caracteres da linguagem universal para os que não estejam devidamente preparados tornam-se prejudiciais, pois podem conduzir as pessoas pouco dotadas de compreensão ao fanatismo, à cegueira espiritual. Por isso não se pode tomar como Verdade tudo que se ouve à primeira vista, sem se fazer uma minuciosa análise, a fim de que o cérebro possa filtrar o sumo - bono do raciocínio.

A Iniciação Real é a teoria da Vida Prática. A vivenciação dos ensinamentos recebidos teoricamente. Na Iniciação Real, não se admite dogmatismo, posto que a Consciência Una só se manifesta com a espontaneidade de ação. Tem por fim abrir os olhos dos discípulos, das criaturas

humanas em relação aos conceitos dados pela “Ciência das Idades”. Prepará-los gradativamente a fim de que possam vivenciar os ditames das Leis Universais. Controlarão o desenvolvimento progressivo do discípulo para que não possa perverter os apostolados da Verdade. É o processo gradativo do desenvolvimento da personalidade do discípulo, de modo que possa receber as cargas de energias, segundo a sua capacidade psíquica, intelectual...

A Iniciação tem por fim, por objetivo, promover na personalidade da criatura humana, a transformação. E a transformação física? Após esta transformação, o discípulo atinge a superação. E, quando se integrar na Vida Universal, realizará a “Metástase Espiritual”.

De modo que a Iniciação Real é o melhor método aplicado para conduzir o discípulo, rapidamente, ao mais alto estado de “Consciência”. Tem por objetivo proporcionar ambiente à manifestação do Eu Interior, do Deus Interior, da Consciência Universal.

Quando se começa a estudar a linguagem simbólica, naturalmente, a razão passa a funcionar. Cada símbolo, cada caráter, que se interprete, que se descubra, libera, logicamente, uma série de energias até então em estado de letargia, de latência. Se há libertação de energias, há, conseqüentemente, necessidade de controlá-las pela inteligência, pela razão. Esse controle é adquirido pela iniciação, o que permite ao discípulo ter a mente controlada. Na verdade, é um sistema de ensinamento, de ensino progressivo, através da maia-budista...

A Iniciação Real tem por fim colocar o discípulo em um estado de equilíbrio entre o “Eu Interno” e o ambiente exterior, com o qual é obrigado a se chocar a todos os instantes da vida.

Acerca da validade da linguagem simbólica, vamos traduzir um trecho da “Doutrina Secreta” de Blavatsky, em que “Carlyle” define muito bem o valor dos Símbolos:

“Não é um símbolo, para quem sabe distinguir, uma revelação mais ou menos clara ou confusa do que é semelhante a Deus ?... Através de todas as coisas, brilha, debilmente, algo da Idéia Divina. Mais, ainda, o ensino mais elevado, que jamais encontrou o Homem e abrangeu a própria Cruz, não possui significação alguma, salvo uma acidental e extrínseca”.

A estrutura humana é um precioso símbolo; o homem com braços e pernas abertos, forma uma estrela de cinco pontas. Ora, o Adepto, o Iluminado, o Buda e o Cristo, podemos afirmar, são o que, em iluminação, se chama de “Pentagrama Sagrado”. Uma forma perfeita, capaz de captar, dar forma, dar corpo às essências mais transcendentais; capta a Essência Una, dando-lhe expansão, harmonia, estética, ética, sabedoria, poética... Logo, o Pentagrama Sagrado é símbolo geométrico da linguagem daIniciação Simbólica, uma realidade, uma expressão viva da Verdade, sim, transmissora da Verdade, vivenciada segundo a linguagem da Iniciação Real.

A Iniciação Real é motivada pelo próprio discípulo nas lutas diárias, em permanentes choques com o mundo, com o

meio ambiente. (extraído das Apostilas da SBE)

Informe CulturalInforme Cultural________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

DMO – Doação de Medula ÓsseaDMO – Doação de Medula ÓsseaRenato Pureza

s 15h do dia 25 de março de 2006, com a presença de autoridades maçônicas, entre elas, o Soberano Grão-Mestre do GOB-PA, foi lançada, oficialmente, na Loja Maçônica Antunes Ribas, com Templo, na Av. Domingos

de Almeida, 3950, Pelotas, RS, em Sessão Especial do Bethel Ártemis, a Campanha Nacional DMO - "DOAÇÃO DE MEDULA ÓSSEA".

ÀÀTrata-se de Campanha Maçônica, envolvendo membros de duas Potências - GLMERGS/GOB, que, irmanados

desenvolvem trabalhos de alcance nacional.Obtivemos ampla divulgação através da RBS, TV Pampa, Jornal Diário Popular, TV Cidade e várias rádios locais. Estamos

trabalhando na Câmara Municipal de Pelotas, apoiados pelos vereadores, IIr∴Edemar Barz - GOB e Otávio Soares - GOB, foi proferida palestra pelo Ir∴Renato Pureza - GOB, durante o expediente do plenário, com o tempo necessário para divulgação da Campanha DMO - "DOAÇÃO DE MEDULA ÓSSEA".

Fraternalmente, agradecemos aos Irmãos, que possam chamar a atenção para o assunto DMO - "DOAÇÃO DE MEDULA ÓSSEA" de todo o universo maçônico, familiar, rede de amigos, trabalho e, principalmente, na Internet.

Pedimos aos Irmãos Veneráveis Mestres que tenham interesse em participar dessa campanha, que solicitem informações a esse Irmão, quando teremos o imenso prazer de repassar todas as informações necessárias, para abrir, em sua cidade, um braço da DMO - "DOAÇÃO DE MEDULA ÓSSEA".

Contato com o Diretor da Campanha, Irmão Renato Pureza Nunes-GOB, através do e-mail [email protected]

Novos Grandes Inspetores Gerais da OrdemNovos Grandes Inspetores Gerais da OrdemFrancisco Feitosa

Revista Arte Real, através de seu Editor Responsável, se fez presente à investidura dos novos 87 Irmãos ao Grau 33° - Grande

Inspetor Geral da Ordem, em uma belíssima cerimônia, realizada no Templo montado no suntuoso auditório Soberano Grande Comendador Venâncio Igrejas, nas dependências da sede do Supremo Conselho do Grau 33° do R∴E∴A∴A∴ da Maçonaria para República Federativa do Brasil, localizado na Rua Barão, nº 1317, Praça Seca, Jacarepaguá, RJ.

AA

Presidida pelo Soberano Grande Comendador Luiz Fernando Rodrigues Torres – 33º, o evento reuniu cerca de 150 Irmãos de várias partes do Brasil. Registramos, em especial, dentre os investidos no Grau 33º, a singular presença do Eminente Irmão Eduardo Gomes de Souza, Grão-Mestre do GOB-RJ, repetindo o que aconteceu na cerimônia de investidura anterior, realizada em julho deste ano, quando, também, foi investido no derradeiro Grau do R∴E∴A∴A∴, o Eminente Irmão Waldemar Coelho – Grão-Mestre do GOB-PA.

As obras do belíssimo complexo arquitetônico do Supremo Conselho, devem iniciar uma nova fase com a construção do Museu do R∴E∴A∴A∴, que deverá abrigar um grande e precioso acervo sobre a história do Rito mais praticado no Brasil e no mundo.

Conheça o Supremo Conselho! Acesse o site http://www.sc33.org.br/

Movimento Nacional pela EducaçãoMovimento Nacional pela Educação“O resgate da cidadania do povo brasileiro”

sse Movimento, nascido no seio da Loja Maçônica Duque de Caxias nº 2589, ligada ao GOERJ – GOB,

tem como objetivo a criação de um MOVIMENTO NACIONAL, para exigir uma mudança radical da EDUCAÇÂO no Brasil, único meio capaz de alterar os rumos da cidadania do povo brasileiro.

EE

Sua metodologia será aplicada através da coleta de, no mínimo, 2,5 milhões de assinaturas em todo o país; apresentar no Congresso Nacional, um Projeto de Lei capaz de redefinir os destinos da Educação no Brasil e envolver, para apoiar essa proposta, as principais entidades que atuam em nível nacional. Entre elas, a Maçonaria do Brasil, Rotary Clube, Lions Clube, Igreja – CNBB, Federação das Indústrias – CNI, Federação do Comércio – CNC, Poder Judiciário, Ministério Público, Universidades, Escolas, Prefeituras, Governos Estaduais, Grandes Empresas, Mídia – Impressa, falada e televisada, Clubes Militares, ADESG – Nacional, ADESG – Estaduais, Sistema Bancário, Centrais Sindicais, Sindicato Patronal, Associações Comercias e o Governo Federal (todos os Ministérios).O Movimento tem como meta desenvolver os seguintes projetos:

➢Geração Nova (carro chefe) para, em um espaço de 15 anos, formar um NOVO CIDADÃO BRASILEIRO.

➢Projeto Colibri e Beija-Flor – Destinado a crianças de 0 a 4 anos.

➢Projeto Civismo – Resgatar os principais valores e Símbolos Nacionais – bandeiras, livros, cadeiras, revistas.

➢Projeto da Melhor Idade – Destinado a idosos.➢Projeto Abolição – Abolir a escravidão cultural com a

erradicação do analfabetismo.➢Projeto Mobilização – Combater a corrupção, lavagem de

dinheiro, contra bando etc.➢Projeto Memória – Cadastrar todos os projetos e programas

já desenvolvidos com sucesso do país.➢Projeto aconchego – Educação familiar.➢Projeto João-de-Barro – Educação pelo trabalho.➢Projeto Esperança – Educação religiosa.➢Projeto corpo São mente Sã – Combate às drogas, aborto,

etc.➢Projeto Solidariedade – Ações sociais comunitárias.➢Projeto Integração – Planejamento e Ações Integradas da

Escola, da Família, da Comunidade, no gerenciamento da educação nos municípios.

➢Projeto Opinião – Atuação da mídia como agente formadora da opinião pública.

➢Projeto Inovação – Premiação de novos projetos.➢Projeto Apolo – Formação de atletas em todas as

modalidades.➢Projeto Ar Puro – Educação ambiental➢Projeto Tradição – Recuperação das tradições e do folclore

brasileiro.Todas as críticas, sugestões e propostas de

engajamento no Movimento Nacional Pela Educação poderão ser enviadas para Flávio Aníbal Ramazzini, no endereço: Rua Ministro Raul Fernandes, nº 50, apt° 704, Botafogo, Rio de

Janeiro, CEP – 22260-040, Email – [email protected]

Os Grandes IniciadosOs Grandes Iniciados______________________________________________________________________________________________________________________________________

Desperte seu MestreDesperte seu MestreFrancisco Feitosa

esta edição, eventualmente, não abordaremos a Vida e a Obra de um Grande Iniciado, como a

própria coluna se propõe; falaremos, sim, dos Avataras, tentando elucidar, um pouco mais, o seu hercúleo e altruístico trabalho em prol da evolução da humanidade.

NNQuando a criamos, a pretensão não foi outra, senão

trazer à Luz um assunto, que, por tempos, esteve encoberto pela interpretação errônea das religiões. Quando falamos desses Excelsos Seres, procuramos dar um enfoque dentro do que nos ensina a Sabedoria Iniciática das Idades, abordando sua origem e seu excelso trabalho em prol da evolução da mônada humana.

Nenhum desses Mestres de Sabedoria - Jesus, Budha,

Krishna, Maomé, Lao-tsé, Confúcio - criou religião alguma. Seus excelsos ensinamentos, ao longo do tempo, foram transformados naquilo que se instituiu como religião.

Eles trazem, em cada época, as Boas Novas, as novas diretrizes para cada ciclo.

Diz a Tradição Oculta que, após o período atlante, época em que os Deuses conviviam com a humanidade na face da Terra, alguns seres humanos daquela civilização, detentores dos conhecimentos da mais alta magia, cegos pela ganância do poder e do material, sacrificaram Seres da mais alta espiritualidade, fazendo, com isso, que o Eterno modificasse suas diretrizes quanto à transmissão dos ensinamentos à humanidade.

Após esse episódio, a Divindade passa a se manifestar, ciclicamente, em sacrifício, melhor seria dizer em “Sacro-Ofício”, na face da Terra, a fim de continuar seu altruístico trabalho de guiar a evolução humana, através dos Avataras. Cada um, em sua época, conforme a excelsitude do trabalho a executar, traz um potencial, um percentual da Consciência Divina.

Ao estudarmos a origem de todas as tradições, perceberemos que o Conhecimento Divino, por eles trazidos, sempre foi o mesmo, diferindo, é claro, quanto à época, à região do planeta e à civilização em que surgiu. Um mesmo princípio, porém com uma roupagem diferente em cada ciclo, encobrindo a Verdade Única, que é imutável. Na verdade, somos nós que nos modificamos com relação a Ela.

Embora saibamos que esse assunto é para muitos, ainda, um grande mistério, pois, de fato, transcende a compreensão de nossa mente comum, cabe a nós despertarmos nosso 5º Princípio, o Mental Abstrato, objetivo das Iniciações no presente ciclo, para percebermos as entrelinhas dessas Verdades.

Razão de ser das Iniciações, “Iniciar” é dar início a uma ação interna, despertando ou ressuscitando o Mestre dentro de cada um, nosso “Eu verdadeiro”, nosso Princípio Divino. Sem transformarmos a Iniciação Simbólica em uma Iniciação Real, interna e verdadeira, não teremos olhos de ver, ou veremos sem enxergar o que está, hermeneuticamente, oculto nas entrelinhas dos excelsos ensinamentos, trazidos por esses Grandes Iniciados.

Já, há algumas edições, estamos destacando cada um Mestre de Sabedoria, narrando sua Vida e Obra, seus exemplos e ensinamentos, mas nada disso tocará nossos corações e

mentes, se nossos olhos estiverem encoberto pelas vendas da materialidade e dos falsos conceitos. Tudo isso será, apenas, “legal” de se ler, mas não penetrará em nosso íntimo, e pouco ou quase nada, modificar-nos-á, se estivermos encarando nossa Ordem, uma Escola de INICIAÇÃO, como um clube de serviço, a fim de, apenas, nos beneficiarmos, através do relacionamento com esse ou aquele Irmão.

Se soubéssemos o compromisso, que ousamos assumir, quando nos propomos a entrar em uma Ordem Iniciática, muitos, jamais, teriam aceitado participar. O caminho iniciático é estreito e perigoso; quando damos um passo à frente, abre-se um abismo às nossas costas. Voltar ou tomar atalhos poderá ser fatal.

Se, de fato, a humanidade conseguisse entender o real papel dos Avataras, não estaria tão materializada e tão distante de Deus. Somos privilegiados em poder estar dentro de uma Escola de Iniciação e não podemos desperdiçar a oportunidade evolucional, que se abre como um portal, conduzindo aqueles que a entendem a levam a sério a um novo estado de consciência.

Caro leitor, reflita nessas humildes linhas, que ousamos escrever. Que sirvam de sinete a despertá-lo para a realidade. Destine alguns minutos de reflexão e comece um diálogo com seu “Eu verdadeiro”, o seu Eu Espiritual. Travando esse diálogo entre o eu material e o Eu Espiritual, estará fazendo o encontro de “Eus”, melhor dizendo, o encontro de Deus. Fica aqui uma “revelação”, desculpe-nos a ousadia, já que estamos muito aquém, para transmitirmos revelação, a não ser no sentido de re-velar ou velar de novo!

Desperte o Mestre que está dentro de você! Esse é o

caminho!

Ritos MaçônicosRitos Maçônicos____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Ritos AlquímicosRitos Alquímicos

lquimia operativo-laboratorial, praticada em laboratório, é um rito sacrificial, em que o alquimista sacrifica a matéria, constituindo esse rito uma atividade individual. Apesar

disso, os alquimistas reuniam-se por vezes em Escolas, mesmo que reduzidas ao Mestre e ao discípulo, e trocavam opiniões entre si dentro de uma mesma escola, ou entre alquimistas de diversas Escolas.

AAExistiram, no entanto, a partir de meados do século XVIII (e, sobretudo, nesse século),

ritos e rituais herméticos e alquímicos, que não pretendiam fazer alquimia, mas preparar o candidato para uma assimilação dos princípios herméticos e da prática alquímica, num contexto ritualístico e dentro de um grupo organizado, através de uma cerimônia iniciática, onde seriam revelados, na iniciação, na instrução e no catecismo, os segredos alquímicos.

Grande parte desses ritos e rituais foram criados num contexto maçônico, constituindo (Altos) Graus Maçônicos, como o Ritual (do Grau) de Cavaleiro do Sol, ou mesmo um Sistema (Rito) Maçônico, como o Rito Hermético de Dom Pernety, ou a Estrela Flamejante do Barão de Tschoudy.

Ocorre, a propósito, referir que alguns desses Graus herméticos ou alquímicos ocorreram no seio da Maçonaria "dos Antigos", ou do universo maçônico por ela influenciado (com raiz no Hermetismo Renascentista, nos Rosa-Cruzes do século XVII, etc.), mais aberta (e mesmo entusiasta) a receber ensinamentos provenientes de correntes esotéricas, como a Cabala, a Teurgia, a Alquimia, etc., e interpretações esotéricas de tradições, como a Cavalaria, como os Ritos "Escoceses", quer o Antigo e Aceito, quer o Ratificado, também, os Ritos de York, da Ordem Real da Escócia (Heredom de Kilwining e Cavaleiro Rosa-Cruz) e do Rito Sueco, proveniente, como o Rito Escocês Retificado, da Maçonaria da Estrita Observância

Templária Alemã, e mesmo, ainda que não "regulares", os Ritos "Egípcios" de Cagliostro, de Misraim, etc., o que não se passa, de modo algum, na Maçonaria mais exotérica "dos Modernos" (como, p.ex., o Rito de Emulação, Inglês e o Rito Francês).

Sendo o séc. XVIII a grande época de diversificação externa paulatina das correntes iniciáticas da Europa contemporânea, é, também, o palco específico da especulação teórica e conceptual da Maçonaria Operativa e Corporativa de raiz medieval.

Nesse âmbito particular, verifica-se uma estruturação progressiva dos seus símbolos e mitos temático-civilizacionais por sistemas litúrgicos diversos, hierarquizados em etapas com fases de sucessivo aprofundamento espiritual: referimo-nos aos Ritos Maçônicos de Altos Graus ou Superiores aos Três Simbólicos Universais de Aprendiz, Companheiro e Mestre.

É nesse contexto de multiplicação ritualística que devemos distinguir o setor do Escocismo (referente à mítica gênese escocesa medieval da Maçonaria Operativa, relacionada com a eventual sobrevivência críptica da Ordem do Templo, já canonicamente extinta em França) e o da Tradição Egípcia (remanescente da primitiva Tradição documental da Maçonaria Operativa, apesar de, apenas, estruturado durante o séc. XVIII, particularmente, com o magistério enigmático do Conde de Cagliostro, Grande Copta do Rito da Alta Maçonaria Egípcia, e a emergência dos Ritos de Mênfis e Misraim).

Assim, face ao surgimento dos mais diversos Ritos de gênese “escocesa”, vão, igualmente, florescendo os Ritos Egípcios, de essência mais hermética que o cariz mais social e simbólico daqueles (sendo, por isso, geralmente, ainda hoje, por eles desvalorizados e jogados ao ostracismo).

Um desses casos exemplificativos e emblemáticos, anteriores ao magistério de Cagliostro, é justamente o Rito dos “Arquitectos Africanos” (isto é, “Egípcios”, na acepção iluminista), fundado em Berlim, em 1767, por Karl Friedrich von Köppen (1734-1797), oficial do exército prussiano, que, tal como outros sistemas homólogos minoritários e seletivos, arriscou o eventual e conseqüente desaparecimento histórico posterior com a sua sigilosa confidencialidade documental.

Juntamente com J. W. B. Von Hymnen, von Köppen, publica em 1770 o Tratado Litúrgico Germânico Crata Repoa, que pretende reproduzir as antigas iniciações maçônico-sacerdotais dos Mistérios Egípcios, realizadas no interior da Pirâmide de Quéops, na necrópole real de Gizé. Essa obra obtém uma rápida e expansiva popularidade literária na intelectualidade maçônica européia e, posteriormente, também, norte-americana, sendo largamente traduzida em francês e inglês desde 1821 (por Jean-Marie Ragon e Antoine Bailleul), discriminando, com grande pormenor cenográfico, os rituais dos diversos graus e os respectivos segredos e fórmulas de reconhecimento entre os membros.

O Rei Frederico II, o Grande da Prússia, protetor nacional da Maçonaria e figura mítica de fundação litúrgica, tinha apoiado a criação deste Rito, o qual se ocupava, eminentemente, de investigação acadêmico-pedagógica-esotérica, histórica e científica. Nesse sentido, o monarca patrocinara mesmo a edificação na Silésia de uma magnífica sede arquitetônica do Grande Capítulo, contendo uma riquíssima biblioteca, um Museu de História Natural e um laboratório químico e alquímico, além de premiar, ainda, anualmente, com uma medalha de ouro, conferida numa Assembléia Magna, o melhor ensaio científico-literário concorrente sobre a gênese da Ordem.

Professando uma doutrina eminentemente cristã, hermética e alquímica, esse Regime ou Sistema Filosófico-Ritualístico compunha-se de cinco Altos Graus: Discípulo, Arquiteto ou Aprendiz dos Segredos Egípcios; Iniciado dos Mistérios Egéicos; Irmão Cosmopolita, Amigo da Verdade ou Mestre dos Segredos Egípcios;

Filósofo Cristão; Tribuno ou Cavaleiro do Perfeito ou Eterno Silêncio (além das três eventuais dignidades honoríficas de Escudeiro, Soldado e Cavaleiro da Ordem, apenas, conferidas por excepcional prestação de serviços), envoltos em alguma nebulosa confusão quanto às respectivas fontes documentais.

Reunindo-se suas Assembléias Litúrgicas, em Capítulos e decorrendo os rituais em latim, a Ordem era governada por um Grande Capítulo, constituído de 12 Dignitários Supremos e um Grão-Mestre Geral. Tratando-se, contudo, de um Rito marcadamente elitista e impopular, quanto à elevada exigência da sua filiação acadêmica, justifica-se a sua escassa duração, apenas, até ao início do séc. XIX e parca expansão na Alemanha (onde expirou entre 1786 e 1806) e França, por falecimento dos seus patronos ou eventual ingresso dos seus mentores noutros Ritos ou Obediências, ou, ainda, realizando os seus objetivos herméticos fora de qualquer enquadramento maçônico.

Assim, o Rito fora, efetivamente, introduzido em França pelo empresário itinerante Johann Friedrich Kuhn, Maçom da Estrita Observância Templária do Barão Karl Von Hund, Réau+Croix do Templo Teúrgico-Martinezista de Bordéus, da Ordem dos Cavaleiros Maçons Eleitos Sacerdotes do Universo, e membro da Loja Parisiense “Os Amigos Reunidos”, do Rito Egípcio dos Filaleteos, encontrando-

se, ainda, em contacto com a maioria dos Maçons ocultistas franceses e alemães da sua época.

Graças a Kuhn, o seu funcionamento francês verificava-se através de uma Loja Parisiense inicial e da sua sucessora “Estrela Flamejante dos Três Lizes” de Bordéus, fundada em 1773, e, posteriormente, absorvida pelo Grande Oriente de França em 1875, participando, ainda, alguns dos seus membros na fundação conseqüente de outros posteriores Ritos Maçônicos Herméticos, como o dos Filaleteos, igualmente egípcio.

Sinteticamente, conforme verificamos ao longo desta comunicação, o Iluminismo é um movimento cultural e filosófico de profundos contrastes dinâmicos. Na sua transição entre a Modernidade e a Contemporaneidade, não só opera o conflito secular entre uma estagnação confessional e um progressismo laico, mas também, trabalha a

ponte epistemológica entre a Ciência racional e a Tradição iniciática. Apesar da já mencionada escassez de suportes informativos,

é possível evidenciar a clara inserção do caso da Ordem dos Arquitetos Africanos, aqui, em estudo, no contexto pioneiro transdisciplinar da Cultura Iluminista Científico-Hermética. A sua idiossincrasia estrutural, litúrgica e doutrinal reflete a pluralidade esotérica ocidental da época.

Por outro lado, esse Rito constitui uma emanação do Hermetismo Egípcio, emergente e patente na sua identidade ritualística e simbólica, de onde se destaca, de imediato, a operatividade alquímica num enquadramento acadêmico-científico não meramente racionalista. Tal fato constata-se pela sua inerente confidencialidade documental e por um explícito elitismo

demográfico de cooptação seletiva.

TrabalhosTrabalhos______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

A Oposição da Igreja à MaçonariaA Oposição da Igreja à MaçonariaFrancisco Mello Siqueira

o que respeita à oposição da Igreja Católica e mesmo de algumas das igrejas evangélicas à Maçonaria, tive

oportunidade de ter em mãos uma interessante análise em um trabalho do Ir.: Andrew Davies, publicado na revista Freemasonry today – A Independent Voice of Freemasonry, Autumn 2000, issue 14, do qual faço um pequeno resumo.

N

A percepção, que o grande público tem da Maçonaria, é fruto de duas vertentes. A primeira, a mais comum, diz respeito à história, à tradição, ao simbolismo maçônico, aos quais é dada uma importância exageradmanente grande. A outra, é a crença na conspiração da Maçonaria, particularmente, aquela que envolve a destruição da Igreja e pretende estabelecer um estado de nova ordem mundial.

Um acontecimento de grande destaque, no que respeita a essa antipatia contra a Maçonaria, teve origem numa Bula Papal, de 28 de Abril de 1738, do Papa Clemente IX, intitulada “In Eminent”, desencadeando um sentimento antimaçônico. Nesse documento, a Igreja condena a Maçonaria, porque homens de várias religiões e seitas reúnem-se e juram sobre um Livro Sagrado. O documento papal condena os juramentos de segredo. Tais Lojas foram excomungadas, e as autoridades da Igreja foram encorajadas a procurar e punir os transgressores. Assim, a suspeição, envolvendo a Maçonaria, ultrapassou os limites da teologia e tornou-se de conhecimento público. Outros documentos, posteriormente emitidos pela Igreja, reiteram o conteúdo da In Eminenti, estabelecendo sempre alguma coisa a mais.

Os últimos veredictos da Igreja resumem-se em afirmar que a Maçonaria é anticristã, anti-religiosa e conspira o estabelecimento de um “reino de naturalismo sobre as ruínas da Igreja”.

Outro documento de grande repercussão, intitulado de “Les Memoires Pour Servir A L’Histoire de Jacobinism”, de autoria de Abbé Augustin Barruel, surgiu em 1797, publicado simultaneamente em França e Inglaterra. Hoje, esse trabalho é considerado como um caso definitivo contra a Maçonaria, seja do ponto de vista da Igreja Católica, seja da perspectiva Protestante, expressa no trabalho do Professor John Robison, intitulado “Proofs of a Conspiracy”. O trabalho de Barruel, maçom do Grau 2, Companheiro, era, principalmente, dirigido contra os Jacobinos e o Iluminismo Germânico, porém, dedicando duras farpas à Maçonaria.

Mr. Davies considera estranho, que 200 anos mais tarde, o trabalho de Barruel esteja, ainda, sendo usado como evidência de uma grande conspiração Maçônica. Estranho, ainda, é a grande omissão do trabalho de Barruel, pretendendo atingir, apenas, a Maçonaria do Grande Oriente, e não as Grandes Lojas Unidas da Inglaterra, estabelecendo dois tipos de maçons, os bons e os maus.

Outro documento, considerado importante pelo autor, apareceu na década de 1920, de autoria de uma mulher chamada Nesta H. Webster, ganhadora de rápida celebridade na Inglaterra, pela popularidade de seus livros, cuja essência eram as palavras de Barruel e Robison, acrescidas de um novo componente: o Comunismo. Da mesma forma Webster defendia os maçons ingleses (U∴G∴L∴E∴) e acusava os maçons continentais (Grande Oriente) de ligações com o Bolchevismo, sob suspeita, ainda, de haver um relacionamento com os judeus acerca de uma conspiração internacional.

Outros autores, citados pelo Ir.: Davies, de um modo geral, seguem a mesma linha de pensamento de 200 anos

atrás. Ele entende que muitas pessoas objetam a Maçonaria, simplesmente, por não fazerem aparte de seus “segredos”, e, ainda, cita um trecho subliminar da Bula do Papa Benedict XIV, que reflete esse pensamento comum: “é um prazer dar a conhecer coisas honoráveis, mas os crimes são segredos’”.

Entendo que há uma ligação entre a Bula Papal “In Eminent” e as Constituições de Anderson, pois, no mesmo ano de 1738, em que a Bula foi editada, ele editou uma revisão aumentada das suas Constituições de 1723, coincidentemente, antes de falecer no mesmo ano.

Assim, para lembrar o leitor, transcrevo parte do Capítulo IV, Os Fundamentos da Maçonaria, no que tange ao grande Cisma da Maçonaria, conhecido como “Summa Divisio”.

“Na parte dos Deveres (capítulo 5), no que concerne a Deus e à religião, o seu 1º Artigo diz o seguinte: “Um maçom é obrigado a obedecer à lei moral; e, se bem entender da arte, jamais será um estúpido ateu nem um libertino irreligioso”.

Esses dois pontos suscitaram muitas dúvidas, controvérsias e tornaram-se polêmicos e dissidentes nas Constituições de Anderson, principalmente, porque ele era um pastor evangélico e Désagulièrs, um ministro anglicano, o que confundia a interpretação do texto.

Em 1738, ano em que faleceu Anderson, foi publicada uma Segunda edição aumentada e corrigida das Constituições, ainda, sob sua orientação.

Entre os dissidentes ingleses, houve um entendimento, que culminou com as alterações de 1815, surgindo daí As Grandes Lojas da Inglaterra, Irlanda e Escócia, conhecidas depois como Lojas-Mãe do Mundo.

As Grandes Lojas-Mãe do Mundo continuaram a sofrer a oposição dos franceses, que davam um caráter deísta às Constituições de Anderson.

Isso foi, praticamente, o início da cisão final entre as Grandes Lojas-Mãe do Mundo e os Maçons franceses, só consumada mais tarde, em 1877, quando o Grande Oriente de França eliminou o 1º Art. de sua Constituição, ou seja, “a

exigência da crença em Deus e na imortalidade da alma”.

TrabalhosTrabalhos______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Torá, Talmud, Mishná e MidrashTorá, Talmud, Mishná e MidrashFrancisco de Assis Góis

xiste um certo número de definições para a palavra Torá. Em geral, ela se refere ao próprio documento, composto

pelos cinco livros (Pentateuco) de Moisés: Gênese, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.

EEEm uma definição mais ampla, algumas pessoas a

expandem, incluindo os livros dos Profetas e os Textos Sagrados. Os livros dos Profetas incluem, por exemplo, Josué, Juízes, Samuel, Reis, Jeremias, Ezequiel e outros. Os textos sagrados incluem os Salmos, Provérbios, Jó, Cânticos dos Cânticos, Ruth, Lamentações, Eclesiastes, Esther, Daniel e outros. Isso tudo é comumente chamado de Livro do Antigo Testamento. Mais precisamente, estas escrituras compiladas são denominadas Tanakh, que vem das letras hebraicas tnkh, representando Torá, Nevi’m (Profetas) e Kettuvim (Textos Sagrados).

A Torá é a Lei Escrita. Entretanto, uma leitura cuidadosa da mesma revela certos trechos, que parecem se contradizer ou, então, são ambíguos. Estas inconsistências sugerem que precisamos de mais informações para entender o verdadeiro significado da Lei. Diz-se que Moisés explicou o sentido da Lei Escrita por meio da comunicação oral. A Lei Oral é a base para a solução de muitas dificuldades, que aparecem no texto. Na verdade, as questões mais complicadas, referentes a Ela, são, às vezes, respondidas com a frase: “Isto procede diretamente de Moisés, no Sinai”.

Além das dificuldades apresentadas no significado da própria Lei Escrita, temos um outro problema. Os cinco livros de Moisés foram, originalmente, escritos em hebraico, sem vogais, assim como os pergaminhos da Torá são escritos até os dias de hoje.

O idioma hebraico é construído de tal forma, que a substituição de uma vogal por outra pode alterar completamente o significado de uma palavra. Geralmente, conseguimos entender o significado de uma palavra na Torá pelo contexto, no qual ela é utilizada, mas algumas frases nos podem deixar intrigados. Isto é o que os cabalistas fazem, pois sempre buscam além do óbvio. Tudo é visto como uma metáfora para os ensinamentos ocultos de sabedoria.

Muitos significados da Torá Escrita, decodificados e explicados em vários níveis, estão incluídos no conjunto de ensinamentos de sabedoria, conhecido como a Tradição Oral ou Lei Oral. Isto, também, é entendido como Torá. Quando alguém perguntava aos sábios talmúdicos Shammai e Hillel “quantas Torás vocês têm?”, ambos respondiam: “Duas; uma escrita e outra oral”.

A Torá Oral foi transmitida, durante mil anos, verbalmente, de mestre para aluno. A forma utilizada, para memorizar ensinamentos orais, era a repetição contínua. Em hebraico, o verbo que significa “repetir” é shanah; então, a Lei Oral veio a ser denominada de Mishnah.

Acredita-se que, na antiguidade, graças às técnicas utilizadas, havia pessoas de memória prodigiosa, capazes de memorizar a Torá inteira, incluindo os Profetas e os Textos Sagrados. Conta-se que a memória dos sábios era tão precisa,

que eram testados da seguinte maneira: muitas páginas de um livro eram furadas com uma agulha; o sábio ficava sabendo qual era a palavra que a agulha tinha furado na primeira página e, então, deveria dizer, sem olhar, quais as palavras que tinham sido afetadas pela agulha nas páginas subseqüentes.

Os sábios memorizavam, também, inúmeras leis (halachá) ensinavam histórias (agadá), o que aumentava o conjunto do material escrito. Em suma, eles memorizavam, detalhadamente, centenas de livros.

Entretanto, por volta de 2.000 anos atrás, os alunos começaram a perder aquele dom. A Terra Santa foi conquistada por Pompeu, e o Império Romano trouxe um novo nível de comércio para a Terra, que, por sua vez, provocou mudanças na cultura e, também, uma nova maneira de perceber as coisas. Em tais condições, a qualidade dos estudos superiores se deteriorou, e a Torá Oral estava em perigo de se

perder para sempre. Por isso, a Mishnah foi escrita por Judah ha-Nasi, no início do século III.

Pelo fato de a Mishnah ser um corpo de leis designadas a serem memorizadas, é muito crítica. De cada frase, podemos extrair uma série de associações.

Até a época de Judah ha-Nasi, mais de mil anos se tinham passado, desde a entrega da Torá Escrita. Muita confusão foi gerada a respeito de associações e significados de comentários essenciais da Lei Oral. Diferenças de opinião surgiram quanto à interpretação de certos enunciados da Mishnah. Muitos

centros de estudos foram fundados, cada um com a sua própria visão sobre como entender o texto. Discussões e debates a respeito das diferentes interpretações ocorreram em várias academias, e, assim, um novo conjunto de comentários surgiu. Essa coletânea de comentários foi escrita no século VI, o que denominamos Talmud da Babilônia, o Talmud principal, usado nos dias de hoje. Uma versão anterior menos aceita, o Talmud de Jerusalem, foi compilada nos séculos III ou IV.

Dessa forma, o Talmud representa o conjunto dos comentários que explicam a Mishnah – a Lei Oral.

O Talmud é enciclopédico em sua abrangência. Questiona o significado das palavras, analisa o motivo pelo qual algumas estão fisicamente perto de outras, algumas são soletradas de certa maneira, algumas são repetidas, certos eventos têm lugar numa ordem determinada; questiona o que, realmente, certos nomes de pessoas e lugares, representam, qual era o verdadeiro significado e intenção de uma determinada lei, e assim por diante. Dois terços do Talmud da Babilônia tratam das leis judaicas; um terço relata histórias e prédicas; estas, também, consistem em material para indagações subseqüentes.

A maior parte da lógica, utilizada no raciocínio talmúdico, não é aristotélica, o tipo de lógica que empregamos normalmente em nossa forma de pensar habitual.

A lógica aristotélica é formada de silogismos. Se A é maior que B, e B é maior que C, então, A é maior ou menor que C? Certamente, diríamos maior. Nossas mentes são condicionadas a pensar dessa forma.

No entanto, o raciocínio talmúdico utiliza uma forma de lógica, chamada hermenêutica, um conjunto complicado de princípios, que levam em consideração elementos como colocação, repetição ou significado das palavras. Se preto relaciona-se com branco em algum trecho, e preto relaciona-se à palavra casa em outro, deve existir uma conexão entre branco e casa. Isto não é lógico, segundo as leis de Aristóteles, mas é um método habitual de raciocínio hermenêutico. De acordo com o rabino Adin Steinsaltz, que empreendeu a

tarefa gigantesca de traduzir o Talmud, escrito principalmente em aramaico, para o hebraico e inglês, existem centenas de regras para esse tipo de raciocínio.

Por essa razão, o Talmud leva o estudioso a outros estados mentais, a diferentes maneiras de encarar as coisas. A Cabalah vai

mais além, muitas vezes, usando metodologia intuitiva, que transcende, até mesmo, a lógica hermenêutica. Portanto, todas as vias de análise estão abertas para os estudiosos da Torá, oferecendo um vasto potencial para a compreensão mística. Por essa razão, muitas pessoas estudam a Torá e o Talmud, muitas vezes, revendo o mesmo texto, ano após ano, sem sequer chegar perto de esgotar a riqueza do material disponível.

Além disso, um gênero exclusivo de literatura rabínica foi desenvolvido em conseqüência do estudo intensivo dos textos bíblicos. Esta literatura é chamada Midrash, palavra, que vem da raiz hebraica drsh, significando “procurar” ou “investigar”. Em virtude de essas explorações terem seguido diferentes vias de pesquisas, muitos ensinamentos do Midrash são contraditórios entre si.

A intenção, no entanto, não era desenvolver um ponto de vista coerente sobre os significados ocultos da Torá, mas aumentar, da forma mais ampla possível, a variedade das interpretações possíveis a um ensinamento.

O misticismo judaico conta com todas essas fontes. Tanto o Tanakh quanto o Mishnah, o Talmud e o Midrash constituem as fontes principais donde os manuscritos cabalísticos evoluíram. A Cabalah trouxe uma nova perspectiva e métodos diferentes para a compreensão desta literatura.

Tornou-se um novo gênero da literatura judaica.

LançamentosLançamentos____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Editora Maçônica A Trolha está lançando neste mês de dezembro o Livro Manual de Banquete Ritualístico, de autoria do nosso Irmão

Paulo Roberto Marinho de Almeida – um dos maiores pesquisadores de Maçonaria da atualidade.

AARelato do autor: “Em nossas pesquisas seguimos as pegadas dos acontecimentos, das

particularidades e das narrativas com a devida prudência, registrando como verdadeiro o que está documentalmente provado e como provável aquilo que pudemos deduzir por raciocínio lógico e, em respeito às opiniões

e às propostas de pesquisadores maçônicos fidedignos.”. -------------- X --------------

nosso Irmão Wanderley Rebello Filho - Advogado, também, autor do livro "1988, O Verão das Latas de Maconha, o Processo", lançou,

no mês passado, no Centro Cultura da Justiça Federal, no RJ, sua segunda Obra Literária pela Editora Letra Capital.

OOTrata, o presente livro, do caso verdadeiro de Márcio, um jovem de 19

anos que foi acusado, injustamente, de furto pela sua ex-namorada, filha de uma autoridade do poder judiciário. Para um crime cuja pena mínima é de 1 ano de reclusão, Márcio foi condenado a 6 anos e 6 meses de reclusão, mas ficou foragido. O autor fez uma Revisão Criminal e conseguiu a redução para a pena mínima, e o decreto de prescrição da pretensão punitiva. Márcio jamais foi

preso! -------------- X --------------

autor, nosso Irmão Celso Grinaldi Filho, é atualmente Gerente Nacional de Vendas de uma grande organização do segmento editorial. Possui mais de 30 anos de experiência

em gerenciamento de grandes equipes de vendas, tendo como área de especialização as atividades de treinamento, planejamento e avaliação de desempenho dessas equipes.

OOEste livro, O VENDEDOR TALENTOSO, discorre sobre a necessidade de pensar

como um vendedor, as suas opções de vendas, os passos iniciais e finais de uma venda, sobre o atendimento, sobre os tipos de compradores, sobre a arte de vender, as virtudes de um vendedor, os defeitos a serem evitados, os objetivos da venda, o merchandising, a construção do futuro do vendedor e enfatiza o Decálogo do Vendedor. Além de se estudar, em profundidade, as Técnicas de Venda, propriamente dita, o vendedor como imagem da empresa, como superar as objeções de uma venda, como evitar que surjam obstáculos para a venda, o planejamento do trabalho de venda, a busca da persistência e da criatividade, a promoção no ponto de venda e a relação Empresa/Vendedor Talentoso.

Agrega um Glossário de Termos Usuais em Vendas que o leitor não encontrará compilado em nenhuma obra similar.

ReflexõesReflexões____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Geléia de MaçonsGeléia de MaçonsEdgard Becker

ós, Maçons, somos como frutas. Quando começamos a ocupar cargos, somos como frutas viçosas, damos

esperança de uma boa colheita. Mas, com o tempo, entramos na maldida rotina, comandada pelo ritual, que foi feito para o Maçom, e não o Maçom para o ritual. E, então, os resultados estabilizam em determinado patamar.

NN

Sempre foi feito assim. Esse patamar é mortal! É quando dizemos que amadurecemos. Desse momento ou percepção em diante, algo terrível começa a acontecer, estagnamos, ou, como as frutas, começamos a ficar passados.

Lembramos nossa infância, na qual fomos educados a não desperdiçar comida. E a comer o que tínhamos. E, quando elas, as frutas, ficavam passadas, minha avó ou minha mãe fazia geléia ou compota. Os Irmãos, também, lembram suas casas, não é mesmo?

Adicionava-se açúcar, um volume de água, no olho, e levava-se a mistura ao fogo. Após, bom tempo, a evaporar, ficava pronta e livre de qualquer impureza e era, então, guardada em potes esterilizados.

Dessa forma, as frutas ganhavam novas vidas, "o novo patamar", podendo continuar servindo como alimento por um bom tempo. O que nós, Maçons, temos com isso?

Simples, sem açúcar e longa exposição ao fogo, a geléia não dá o tal ponto.

Se pensarmos em termos de Maçonaria, essa experiência caseira e materna, que todos temos, se colocarmos para reflexão em nosso ambiente maçônico tal ensinamento, podemos aproveitar e sugerir aos Irmãos que, para os Maçons

maduros ou viciados, é necessário dar a eles, um tratamento respeitoso e com consideração, uma boa dose de açúcar (atualização do conhecimento), depois, submetê-los ao bom fogo(o fogo da reciclagem), para a ampliação de horizontes e melhoria cultural; avaliar-lhes o desempenho e o “feedback” constante dos novos desafios sociais, que se apresentam, expondo-os à mudança de comportamento, ou seja, às novas e necessárias aprendizagens, novos saberes.

Há necessidade de que todos possam enxergar as várias situações de outros pontos de vista, para mudar a forma de pensar a respeito delas e inovar para avançar. A rotina e o hábito de Maçons bitolados, dogmáticos, os fazem perder a consciência de construtores sociais. A Maçonaria foi feita para o Maçom.

Meus Irmãos, uma porção de mudança, por menor que seja, dá uma sacudida na poeira mental, e, assim, renovamos as perspectivas de nossa Maçonaria.

Trocar o prego, já é avançar.Sem os devidos, necessários e constantes cuidados para

com os nossos conhecimentos, vamos perder o Maçom. Não o deixemos ficar passado, pois, segundo minha mãe e minha avó, frutas maduras dão dor de barriga, e, se ficarem passadas, só servem como adubo e nada mais.

Não deixemos que isso aconteça em nossas Lojas; meus irmãos, reciclemos, inovemos e avancemos.

Só assim, a Maçonaria terá futuro, caso contrário, não vamos conseguir fazer geléia. Pensemos nisso, meus irmãos.

Vamos parar de observar e começar a fazer.

BoasDicasBoasDicas__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Palestra Palestra Informamos que no dia 19/dez, às 20h, no auditório da Associação Médica da cidade de

Conselheiro Lafaiete-MG, os Irmãos Francisco Feitosa MI – 33º e João Camanho MI – 33º, estarão proferindo a palestra “O Cunho Transcendente da Missão dos Cavaleiros Templários”, aberta ao público. Esse evento está sendo promovido pela Loja Maçônica Acadêmica Libertas Homini – GOB-MG.

LivrosLivros Indico o livro “Manual de Banquete Maçônico” de autoria do Irmão Paulo

Roberto Marinho de Almeida, pela editora “A Trolha”.

Arte Real – Edições Anteriores Arte Real – Edições Anteriores As edições anteriores se encontram disponíveis para download no site www.entreirmaos.net

Arte RealArte Real__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

rte Real é uma Revista maçônica virtual, de publicação mensal, que se apresenta como mais um canal de informação, integração e incentivo à cultura maçônica, sendo distribuída, diretamente, via Internet, para mais de 11.800 e-mails de Irmãos de todo o Brasil

e, também, do exterior, além de uma vasta redistribuição em listas de discussões, sites maçônicos e listas particulares de nossos leitores.AAEditor Responsável, Diagramação e Editoração Gráfica: Francisco Feitosada Fonseca Revisão: João Geraldo de Freitas CamanhoColaboradores nesta edição: Edgard Becker – Flávio Anibal – Francisco Assis Góis – Francisco Mello Siqueira – Henrique José de Souza – Renato Pureza.Empresas Patrocinadoras: Aldo Vídeo - Arte Real Software – CH Dedetizadora – CONCIV - CFC Objetiva Auto Escola – Livro (Wanderley Rebello F°) - Livro (Celso Grinaldi F°) - López y López Advogados - Maurílio Advocacia – Santana Pneus – Sul Minas Lab. Fotográfico. Contatos: [email protected] Skype – francisco.feitosa.da.fonseca - MSN – [email protected] Distribuição gratuita via Internet. Os textos editados são de inteira responsabilidade dos signatários.

Obrigado por prestigiar nosso trabalho. Temos um encontro marcado na próxima edição!!!