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0 FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MACHADO DE ASSIS FACULDADES INTEGRADAS MACHADO DE ASSIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS ALESSANDRA CAVALLI ANÁLISE DE DESEMPENHO NA ATIVIDADE RURAL TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Santa Rosa 2016

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MACHADO DE ASSIS FACULDADES INTEGRADAS MACHADO DE ASSIS

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ALESSANDRA CAVALLI

ANÁLISE DE DESEMPENHO NA ATIVIDADE RURAL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Santa Rosa 2016

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ALESSANDRA CAVALLI

ANÁLISE DE DESEMPENHO NA ATIVIDADE RURAL TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Relatório de Estágio supervisionado apresentado às Faculdades Integradas Machado de Assis, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientador: Esp. Luigi Antonio Farias Lazzaretti

Santa Rosa 2016

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ALESSANDRA CAVALLI

ANÁLISE DE DESEMPENHO NA ATIVIDADE RURAL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Relatório de Estágio Supervisionado apresentado às Faculdades Integradas Machado de Assis, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Banca Examinadora:

_______________________________ Prof. Esp. Luigi Antonio Farias Lazzaretti - Orientador

_______________________________ Prof. Diego Leonardo Wietholter

________________________________

Prof. João Antonio Cervi

Santa Rosa, 05 de julho de 2016.

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DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a todas as pessoas que influenciaram e contribuíram, direta ou indiretamente, para que mais esta conquista se tornasse realidade e, por todas as ajudas e conselhos recebidos durante esta caminhada.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço de coração a todas as pessoas que contribuíram e marcaram de forma positiva minha caminhada acadêmica. De forma especial, agradeço meus colegas pela parceria e amizade criada, meus professores, meu professor orientador e todas as demais pessoas da FEMA que fazem parte da minha trajetória.

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Corra o risco, se der certo, felicidade. Se

não, sabedoria!

Autor desconhecido.

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RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo ser um auxílio ao produtor rural no que diz respeito à análise de desempenho, em relação às duas atividades realizadas em sua propriedade, sendo estas, o plantio de soja e a criação de gado de corte e, por meio de cálculos e análises, ver qual das duas atividades estão sendo mais lucrativas para o proprietário, tendo como base principal todo o ano de 2015 da produção de gado de corte e, safra 2015/2016 para produção da soja. O meio rural sofre inúmeras influências em todo o seu processo produtivo, influências estas, que vão desde variações dos preços trabalhados no mercado, até influências climáticas e ambientais. Diante disto, busca-se definir através de uma análise detalhada, qual é a melhor atividade para se optar, que receba de forma menos agressiva a atuação destes fatores e ainda, que consiga levar ao proprietário um melhor desempenho e consequente rendimento de acordo com a realidade de sua propriedade. No decorrer do trabalho, aborda-se os processos produtivos que são realizados na propriedade em questão, desde a sua fase inicial até a geração da receita, além disso, estão relacionados os gastos e receitas e, após essa etapa, se chegará à análise do desempenho financeiro, onde são comparadas as duas atividades. A pesquisa caracteriza-se como sendo bibliográfica, documental e ainda, estudo de caso, a coleta dos dados foi realizada através da pesquisa direta, em notas e demais controles do proprietário. Já a análise foi formada através do método comparativo, onde foi comparado ambas as atividades. Palavras-chave: análise – atividade rural – proprietário rural.

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ABSTRACT

This work aims to be an aid to farmers in relation to the performance analysis for the two activities on their property, and these, soybean planting and rearing of beef cattle and through calculations and analysis, see which of the two activities are more profitable for the owner, the main base around the year 2015 of beef cattle production and harvest 2015/2016 for soybean production. The rural areas suffer numerous influences throughout its production process, these influences, ranging from changes in prices worked in the market, to climatic and environmental influences. In view of this, it seeks to determine through a detailed analysis, which is the best activity to choose, which receive less aggressively the performance of these factors and also that can lead to the owner better performance and consequent income according to reality of their property. During the work, the production processes are addresses that are carried out on the property in question, from its initial phase to the generation of revenue, in addition, are related spending and revenue, and after this step, may approach to the analysis of financial performance, where the two activities are compared. The research is characterized as bibliographical, documentary and also case study, data collection was carried out through direct research, notes and other controls of the owner. The analysis was made using the comparative method, which was compared both activities.

Keywords: analysis - rural activity - rural producer.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Ilustração 1: Características das Contabilidades Financeira e Gerencial. ................. 22

Ilustração 2: Divisão da propriedade rural. ................................................................ 41

Ilustração 3: Estágio inicial do desenvolvimento da Soja. ......................................... 42

Ilustração 4: Período de desenvolvimento da planta pronta para colheita. ............... 43

Ilustração 5: Fluxograma do processo produtivo da Soja .......................................... 43

Ilustração 6: Pastagem e alimentação à cocho. ........................................................ 44

Ilustração 7: Fluxograma do processo produtivo do gado de corte ........................... 45

Ilustração 8: Custos do Processo Produtivo da Soja. ................................................ 46

Ilustração 9: DRE do Processo Produtivo da Soja. ................................................... 46

Ilustração 10: Custos do Processo Produtivo do Gado de Corte. ............................. 47

Ilustração 11: DRE do Processo Produtivo do Gado de Corte. ................................. 48

Ilustração 12: Lucro Líquido Total ............................................................................. 49

Ilustração 13: Lucro Líquido mensal .......................................................................... 49

Ilustração 14: Lucro Líquido por Ha .......................................................................... 49

Ilustração 15: Margem Bruta e Margem Líquida ....................................................... 49

Ilustração 16: Rentabilidade ...................................................................................... 50

Ilustração 17: Receita Líquida por Ha ....................................................................... 50

Ilustração 18: Comparativo Custo/Receita por Ha .................................................... 50

Ilustração 19: Análise Comparativa das Atividades ................................................... 51

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LISTA DE ABREVIAÇÕES, SIGLAS E SÍMBOLOS

FEMA – Fundação Educacional Machado de Assis

ha - hectare

p. – página

R$ - reais

Sc - sacas

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TRABALHO .............................................................. 13 1.1 TEMA .................................................................................................................. 13 1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA ................................................................................... 13 1.3 PROBLEMA ........................................................................................................ 13 1.4 OBJETIVOS ........................................................................................................ 13 1.4.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 13 1.4.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 14 1.5 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 14 1.6 METODOLOGIA .................................................................................................. 15 1.6.1 Categorização da Pesquisa ........................................................................... 15 1.6.2 Dados Gerados ............................................................................................... 17 1.6.3 Análise e Interpretação dos Dados ............................................................... 17 1.6.4 Apresentação da Organização ...................................................................... 18 2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 20 2.1 CONTABILIDADE GERAL .................................................................................. 20 2.2 CONTABILIDADE DE CUSTOS .......................................................................... 25 2.2.1 Sistemas de Custeio ...................................................................................... 30 2.3 CONTABILIDADE NA ATIVIDADE RURAL ......................................................... 34 3 DIAGNÓSTICO E ANÁLISE .................................................................................. 41 3.1 PROCESSOS PRODUTIVOS ............................................................................. 41 3.1.1 Processo produtivo da Soja .......................................................................... 42 3.1.2 Processo produtivo do Gado de Corte ......................................................... 44 3.2 GASTOS E RECEITAS ....................................................................................... 45 3.3 DESEMPENHO ECONÔMICO ........................................................................... 48 3.4 ANÁLISE COMPARATIVA .................................................................................. 50 4 RECOMENDAÇÕES .............................................................................................. 53 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 54 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 55

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INTRODUÇÃO

Atualmente, diversas são as mudanças que acontecem diariamente no

ambiente econômico e também financeiro em nosso país e, que afetam

consideravelmente todas as áreas que, direta ou indiretamente, atuam nesse meio

competitivo. Essas áreas de mercado encontram-se não só em ambientes urbanos,

mas também no setor rural, onde têm suas atividades voltadas para a agricultura.

Diante de todas as influências que atingem o meio rural, o proprietário ou

produtor rural necessita cada vez mais de especialização e novas formas de

investimentos que auxiliem não só na produção, como também, que atuem de forma

a melhor conduzir a gestão do negócio, proporcionando novos meios de controle e

também de mensuração e avaliação dos resultados gerados em sua propriedade.

O presente relatório, está voltado para uma análise de desempenho da

atividade rural onde, a respectiva propriedade possui duas atividades distintas, sendo

elas o plantio de soja e a criação de gado de corte. Dessa forma, existe a necessidade

de se verificar qual delas está sendo mais lucrativa e trazendo maiores benefícios para

o proprietário. Levando em conta as influências de mercado e, em especial, as

influências das mudanças climáticas que afetam de forma mais direta o setor agrícola.

Para melhor compreender a realidade das duas atividades, será elaborada uma

relação dos custos e despesas geradas de ambas as atividades. Em relação ao plantio

de soja, foram utilizados os dados da safra 2015/2016 e, em relação à criação do gado

de corte, foi feita uma análise de todo o ano de 2015, com o intuito de verificar qual foi

o lucro líquido que essas atividades trouxeram para o produtor no período de um ano

e, com isso, poder analisar qual delas passa a ser mais lucrativa.

A pesquisa foi realizada através de pesquisa direta em documentos e controles

do proprietário, além de estar fundamentada por meio das bibliografias de vários

autores da contabilidade, como por exemplo Crepaldi, Padoveze, Sá, Martins, Bornia,

entre outros.

A pesquisa está estruturada da seguinte forma, inicialmente têm-se a

contextualização de todo o trabalho, após isso, no referencial teórico, aborda-se o

tema contabilidade geral, contabilidade de custos e, a contabilidade rural, tema este

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que norteia todo o trabalho e que serve como base para a elaboração da pesquisa.

Após encontra-se a etapa de diagnóstico e análise, onde está fundamentada toda a

pesquisa, incialmente são apresentados os processos produtivos, após é feita a

relação dos custos e a DRE de cada uma das atividades, após isso é analisado o

desempenho econômico de cada uma das atividades e, para concluir esta etapa ainda

é realizada a análise comparativa, onde os dados são comparados e é possível então

ver qual a atividade é mais lucrativa.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TRABALHO

1.1 TEMA

O tema escolhido para o trabalho está intitulado como: Análise de Desempenho

na Atividade Rural.

1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA

A delimitação do tema deste trabalho é: A análise de desempenho na atividade

rural em relação ao plantio de Soja e criação de gado de corte, em uma propriedade

rural, localizada no interior do município de Tuparendi – RS, compreendendo todo o

ano de 2015 da produção de gado de corte e safra 2015/2016 para produção da soja.

1.3 PROBLEMA

Atualmente, o cenário agrícola vem se mostrado em declínio devido às

influências climáticas, oscilações de valores para comercialização e ainda, no caso da

propriedade, tem-se pouca área para plantio e também há necessidade de

terceirização de maquinários e de serviços, o que acaba tornando ainda mais altos os

custos para a efetuação da produção de soja. Diante desta realidade, o produtor optou

por investir em uma nova atividade pecuária, sendo esta, a criação de gado de corte,

vendo nesta atividade uma alternativa extra para ampliar seus lucros sobre sua área

rural.

O problema definido para este trabalho é: Qual a atividade que está sendo mais

lucrativa para o produtor, dentre o plantio de soja ou a produção de gado de corte?

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

O objetivo geral deste trabalho é analisar o desempenho das atividades de

plantio de soja e criação de gado de corte, realizadas na propriedade rural.

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1.4.2 Objetivos Específicos

a) Mapear os processos produtivos da cultura de soja e da criação de gado de

corte;

b) Apurar os gastos e receitas das atividades;

c) Verificar o desempenho econômico das duas atividades realizadas na

propriedade.

d) Realizar análise comparativa do resultado econômico e da rentabilidade das

duas atividades.

1.5 JUSTIFICATIVA

Este trabalho foi de grande importância para a acadêmica pois, através do

desenvolvimento do mesmo, pode aprofundar seus conhecimentos na área rural e

ainda, realizar a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos ao longo do curso,

proporcionando, dessa forma, uma grande experiência na área da contabilidade como

profissional contábil.

Para o proprietário, irá contribuir de forma direta no desenvolvimento de sua

propriedade, por meio de controles mais elaborados e definidos em relação às

atividades gerais da propriedade. Contribuirá também em relação às despesas,

receitas, auxiliando nos métodos de produção e gerenciamento da mesma,

proporcionando um melhor desempenho das atividades desenvolvidas, evitando

desperdícios e gastos desnecessários que, muitas vezes passam despercebidos pelo

gestor da propriedade.

Em relação á Fundação Educacional Machado de Assis – FEMA, este trabalho

será de grande relevância, tendo em vista que virá a ser mais uma contribuição de

pesquisa realizada na área rural, mostrando a realidade de uma pequena propriedade

e de seu ramo de atividade.

Para acadêmicos, servirá como base ou exemplo, para posteriores trabalhos

científicos realizados na área rural ou, também como um exemplo de aplicação,

relacionado a análise de desempenho, cabíveis para quaisquer outras atividades

dentro dessa área.

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1.6 METODOLOGIA

A metodologia tem por principal finalidade evidenciar os métodos que foram

adotados para a elaboração da pesquisa, qual a categoria de pesquisa definida e

ainda definir de que forma vai ocorrer a coleta de dados para a realização da pesquisa,

com o objetivo de alcançar os resultados e dessa forma concluir o problema inicial do

trabalho.

Portanto a metodologia é o meio de explicar a forma de realização da pesquisa,

os métodos adotados, de que forma foram coletados os dados, qual será o tipo de

pesquisa realizado, ou seja, deixando especificado tudo o que foi utilizado para a

elaboração.

A metodologia possui várias formas de classificação em relação ao tipo de

pesquisa a ser realizado, portanto, a forma de pesquisa será especificada quanto à:

Categorização da pesquisa; Dados Gerados; Análise e de interpretação dos dados;

Apresentação da organização.

1.6.1 Categorização da Pesquisa

Nesta etapa da pesquisa é que são definidos os métodos de categorização da

pesquisa, métodos estes, que servirão como uma base de orientação para a melhor

exposição do que será trabalhado na propriedade.

O trabalho em questão, caracteriza-se em relação a sua natureza, como sendo

aplicada pois, ela foi realizada na propriedade com a finalidade de gerar a solução

para o seu problema, inicialmente encontrado.

Portanto, a pesquisa aplicada torna-se um método prático, visto que procura

através dos resultados, mostrar a solução do determinado problema. Em relação à

teoria, para Gil, a pesquisa aplicada “[...] abrange estudos elaborados com a finalidade

de resolver problemas identificados no âmbito das sociedades em que os

pesquisadores vivem.” (GIL, 2010, p. 26).

A pesquisa qualitativa apresenta as principais situações que são analisadas

durante a pesquisa, para uma melhor compreensão do que se está estudando. Já a

pesquisa quantitativa caracteriza-se pelo fato de realizar o levantamento dos dados

para a elaboração da pesquisa, de acordo com Vianna: “Nesse tipo de trabalho

científico você deverá envolver dados numéricos, trabalhados a partir de

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procedimentos estatísticos variados e adequados a cada situação específica.”

(VIANNA, 2001, p. 121).

Em relação a abordagem do problema, o trabalho teve uma abordagem

qualitativa-quantitativa, visto que, serão coletados os dados principais da propriedade,

em relação aos gastos e receitas, para que através deles, serão feitas as análises

para que sejam expostas a real situação em que a mesma se encontra.

A pesquisa exploratória realiza o levantamento de todos os resultados e

informações gerados. Em relação à pesquisa explanatória, Severino explica que “[...]

busca apenas levantar informações sobre um determinado objeto, delimitando assim

um campo de trabalho, mapeando as condições de manifestação desse objeto.”

(SEVERINO, 2007, p. 123). Também, a pesquisa descritiva tem por característica o

fato de coletar e analisar dados que refletem a realidade da propriedade pesquisada.

Quanto aos objetivos, a pesquisa classifica-se como exploratória, descritiva. Ou

seja, através deste trabalho serão extraídos os dados da situação da propriedade,

será realizado um detalhamento em relação ao problema encontrado e ainda, se

chegará, através de análises, ao objetivo da pesquisa.

A pesquisa bibliográfica, caracteriza-se por ter um embasamento teórico e de

suporte para melhor esclarecer a pesquisa, tendo por base a teoria de diversos

autores.

Também, a pesquisa documental caracteriza-se pela forma de coleta e a

análise dos dados necessários a fim de atingir os objetivos inicialmente definidos e,

dessa forma, solucionar o problema definido na pesquisa. De acordo com Oliveira

Netto, a pesquisa documental “Tem por finalidade conhecer os diversos tipos de

documentos e provas existentes sobre conhecimentos científicos.” (OLIVEIRA

NETTO, 2008, p. 30).

Ainda, o estudo de caso tem por principal característica, realizar uma análise

detalhada da situação interna, tendo por base as atividades efetuadas na propriedade.

De acordo com Vianna, o estudo de caso pode ser definido como sendo um “[...]

estudo detalhado, profundo e exaustivo de um objeto ou situação, contexto ou

indivíduo, uma única fonte de documentos, acontecimentos específicos e outras

situações sempre de forma a permitir o entendimento de sua totalidade.” (VIANNA,

2001, p. 140).

Portanto, com relação aos procedimentos técnicos, a pesquisa pode ser

caracterizada como sendo pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e também,

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como estudo de caso.

1.6.2 Dados Gerados

O plano de geração de dados se caracteriza por ser a etapa na qual são

identificadas as formas utilizadas para coletar os dados, que foram a base de

realização da pesquisa. É por meio do plano de geração de dados, que se reúne todos

os dados e materiais necessários para elaboração da pesquisa.

A pesquisa, quanto à coleta de dados, se caracterizará como pesquisa direta e

pesquisa indireta. Desse modo, a pesquisa será feita de forma direta extensiva, por

meio de um questionário semiestruturado, este questionário foi aplicado ao produtor

no mês de março de 2016, para coleta dos dados da propriedade e, também, foram

utilizadas planilhas Excel para tabulação desses dados. Já de forma indireta, a coleta

de dados ocorreu por meio da pesquisa documental de bibliográfica.

1.6.3 Análise e Interpretação dos Dados

Após a realização da coleta de dados para a realização da pesquisa, é

necessário que seja feita também a análise e interpretação desses dados coletados,

com o intuito principal de definir qual será o melhor método de utilização para suprir

todos os objetivos que foram definidos no início da pesquisa, com o propósito de sanar

o problema.

Análise e interpretação dos dados são duas atividades bem distintas, porém,

interligadas, pois, enquanto uma é responsável por evidenciar os fatos, cabe a outra

dar significado aos mesmos.

Em relação ao método de pesquisa, pode ser caracterizado como uma forma

de abordagem dos dados coletados, ou seja, definirá a melhor forma de conduzir

esses dados, para se chegar a conclusão da pesquisa.

A forma de abordagem se deu-se por meio do método hipotético dedutivo,

método este que consiste em buscar meios de esclarecer o problema definido. De

acordo com a teoria de Viana, este método é percebido “[...] a partir da análise do

problema escolhido para buscar as alternativas possíveis e viáveis para explicá-lo e,

em seguida, pela dedução, controlar a ocorrência dos fenômenos trabalhados nas

hipóteses. (VIANNA, 2001, p. 150).

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O método comparativo, caracteriza-se por confrontar as informações obtidas

com outras informações, de acordo com Vianna, “[...] optando pelo método

comparativo você deverá estudar o seu problema de pesquisa a partir da análise de

semelhanças e diferenças entre problemas ou situações e procurar distinguir

similitudes e discutir divergências entre eles.” (VIANNA, 2001, p. 156). Nesta

pesquisa, foi feita uma comparação em relação à análise de desempenho das duas

atividades realizadas na propriedade.

Já o método estatístico consiste na análise numérica dos dados coletados, por

meio de planilhas elaboradas a fim de melhor representar as duas atividades da

propriedade.

O método empírico pode ser caracterizado pela aplicação prática dos estudos

que foram realizados na propriedade, com base nas teorias apresentadas no decorrer

da pesquisa.

Portanto, em relação aos métodos de procedimentos, a pesquisa se

fundamentará, tendo por base principal o método comparativo, o método estatístico e,

ainda, utilizará também o método empírico.

1.6.4 Apresentação da Organização

A propriedade rural está localizada no interior do município de Tuparendi – RS.

A área de atuação da propriedade está relacionada ao mercado agrícola, nas áreas

da agricultura e da pecuária, sendo que as principais atividades realizadas na

propriedade são o plantio de Soja e a criação de gado de corte. Da área total da

propriedade, que totaliza 23 hectares, 8 delas estão destinados ao plantio de soja, 13

são utilizadas na criação de gado de corte e, os 2 hectares restantes compõem uma

parte de mata.

A propriedade é composta por um único dono, sendo este o responsável pelo

gerenciamento e cuidado da mesma, contudo, além do próprio trabalho, se faz

necessário também a contratação de serviços de terceiros, visto que o produtor não

dispõe de todos os maquinários necessários para a total realização das tarefas

executadas na propriedade.

Esses serviços de terceiros são aplicados no plantio, nos tratamentos com

defensivos agrícolas e colheita da produção de Soja, inclusive terceirizando também

o transporte desse produto até a empresa onde será feita a venda da produção e

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também, no auxilio e manejo da criação do gado de corte onde, têm-se a necessidade

de receber auxilio de Médico Veterinário todo o mês, para que possa ser feita a

manutenção e controle da saúde animal e também, na efetivação da produção de

alimento para o gado.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico trata-se da abordagem teórica do assunto a ser

desenvolvido na pesquisa, ou seja, é o desenvolvimento da pesquisa através dos

objetivos relacionados com sustentação nas teorias de diversos autores, em resposta

ao problema anteriormente definido, encontrado na propriedade rural.

Portando, a base teórica para a realização desta pesquisa será a partir da

fundamentação da Contabilidade Geral; da Contabilidade de Custos e da

Contabilidade Rural.

2.1 CONTABILIDADE GERAL

O conhecimento da ciência contábil é antigo, teve início nos primórdios da

humanidade, através da formação das pequenas civilizações ou grupos humanos

onde, começou a existir a necessidade de se fazer os primeiros registros contábeis,

de forma primitiva, do que as pessoas possuíam. De acordo com Sá, “[...] de forma

elementar, nasceu o conhecimento contábil, e as provas mais antigas que se possui

dessa gênese são as do paleolítico superior, ou seja, entre 10 e 20.000 anos atrás.”

(SÁ, 2012, p. 17).

Segundo Sá, os registros contábeis primitivos eram realizados através de

pinturas em paredes de grutas ou cavernas, com o passar do tempo e com o aumento

do volume de ‘bens’, a forma de escrituração destes registros teve de evoluir. Os

registros passaram a ser feitos em argila, surgiu a separação dessas contas através

de débito e crédito e paulatinamente, foram surgindo novas formas de fazer a

contabilidade e o arquivamento dessas informações. Esse conhecimento contábil se

difundiu ao logo do tempo entre diversas civilizações que também deixaram seus

registros contábeis primitivos, como Suméria, Egito e Roma Antiga. Uma das

evoluções mais importantes para a ciência contábil ocorreu na Itália, com a criação do

método das partidas dobradas (SÁ, 2012).

Com o passar do tempo e o aprimoramento dos métodos e do conhecimento

contábil, a contabilidade passou a ser indispensável e hoje, têm-se cada vez mais

usuários, que passam a utilizá-la não só para a mensuração e controle de seu

patrimônio, mas também como uma ferramenta gerencial, auxiliando na tomada de

decisões. De acordo com Marion,

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A Contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. Ela é muito antiga e sempre existiu para auxiliar as pessoas a tomarem decisões. Com o passar do tempo, o governo começa a utilizar-se dela para arrecadar impostos e a torna obrigatória para a maioria das empresas. [...] Todas as movimentações possíveis de mensuração monetária são registradas pela contabilidade, que, em seguida, resume os dados registrados em forma de relatórios e os entrega aos interessados em conhecer a situação da empresa. Esses interessados, através de relatórios contábeis, recordam os fatos acontecidos, analisam os resultados obtidos, as causas que levaram àqueles resultados e tomam decisões em relação ao futuro. (MARION, 2009, p. 28).

Para Marion e Segatti, vários são os usuários e partes interessadas pela

contabilidade, ela pode ser utilizada tanto para Pessoa Física como também para

Pessoa Jurídica, pode-se citar como alguns exemplos de usuários da contabilidade

os bancos, fornecedores, o governo, investidores, empregados, administradores ou

qualquer pessoa que necessite da sua utilização (MARION; SEGATTI, 2012).

A contabilidade também possui várias áreas de atuação e, para suprir todas as

necessidades está dividida em alguns ramos principais, cada uma delas com um

diferente foco, de forma a suprir as necessidades específicas das empresas ou de

seus usuários.

Para Padoveze, uma área de grande importância tanto para empresas de

pequeno como grande porte é a contabilidade gerencial, parte responsável pelo

fornecimento de informações mais precisas, direcionadas ao controle das operações

da empresa. E é através dessas informações que as empresas irão direcionar seus

projetos, ela será um ponto de apoio no que diz respeito ao controle e planejamento

das decisões empresariais (PADOVEZE, 2010). Em relação à principal função da

contabilidade gerencial, o autor complementa:

A contabilidade gerencial é relacionada com o fornecimento de informações para os administradores – isto é, aqueles que estão dentro da organização e que são responsáveis pela direção e controle de suas operações. A contabilidade gerencial pode ser contrastada com a contabilidade financeira, que é relacionada com o fornecimento de informações para os acionistas, credores e outros que estão de fora da organização. (PADOVEZE, 2010, p. 38).

A contabilidade gerencial oferece para a empresa um suporte geral, ou seja,

está relacionada a todas as ações que ocorrem dentro e fora da empresa, em todos

os seus níveis e, através dos resultados da empresa ela irá proporcionar informações

concretas e relevantes que servirão de suporte para a tomada de decisões.

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Assim, como a contabilidade gerencial, que atua no fornecimento de

informações internas para o melhor gerenciamento, cabe ressaltar a contabilidade

financeira, que atua na parte externa da organização, de acordo com Viceconti e

Neves:

A contabilidade financeira tem por objetivo controlar o patrimônio das empresas e apurar o resultado (variação do patrimônio). Ela deve também prestar informações a usuários externos que tenham interesse em acompanhar a evolução da empresa, tais como entidades financeiras que irão lhe conceder empréstimos, debenturistas e quaisquer pessoas que desejem adquirir ações da empresa (se ela for uma companhia aberta). (VICECONTI; NEVES, 2013, p. 7).

Portanto, a contabilidade financeira também atua com a finalidade de fornecer

informações, porém, essas informações servirão para usuários externos em relação

aos resultados e ações internas. Em relação a esta ideia, Crepaldi traz uma relação

simples, das particularidades e características de cada uma delas:

Características básicas das contabilidades financeira e gerencial Contabilidade Financeira Contabilidade Gerencial

Audiência Externa: acionistas, credores, autoridades tributárias.

Interna: funcionários, gerentes, executivos.

Propósito

Relatar o desempenho passado ao público externo; contratos com proprietários e credores.

Informar as decisões internas tomadas por funcionários e gerentes; da feedback e controlar o desemprenho operacional

Posição no tempo Histórica; atrasada. Atual, orientada para o futuro.

Restrições

Regulamentos; orientado por princípios geralmente aceitos por autoridades governamentais.

Desregulamentada; sistemas e informações determinados pela administração para atender às necessidades estratégicas e operacionais.

Tipo de informação

Apenas mensurações financeiras. Mensurações financeiras, operacionais e físicas sobre processos, tecnologias, fornecedores, cliente e concorrentes.

Natureza da informação

Objetiva, auditável, confiável, consistente, precisa.

Mais subjetiva e sujeita ao juízo de valor; válida, relevante, precisa.

Escopo Altamente agregada; relatórios sobre a organização total.

Desagregada; informa decisões e ações locais.

Ilustração 1: Características das Contabilidades Financeira e Gerencial. Fonte: Crepaldi (2012a, p. 38).

Dessa forma, pode-se perceber as principais características e também as

diferenças entre cada uma delas, porém ambas possuem o mesmo objetivo, que é o

fornecimento de informações da empresa, cada qual com seus usuários e finalidades

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específicas. Basicamente, a contabilidade gerencial trabalha baseada nos custos da

empresa, buscando um aprimoramento e melhoria das atividades desenvolvidas e, a

contabilidade financeira está mais relacionado com as variações ocorridas na

empresa, ou seja, variações do patrimônio da empresa.

É por meio das informações prestadas através da contabilidade que a empresa

terá uma base e uma visão geral da empresa, são através dessas informações que

se definem as melhores estratégias em relação a todos os processos da empresa,

independente de ela ser de pequeno, médio ou grande porte, inclusive sua área de

atuação. De acordo com a Conab,

A análise da atividade produtiva pode ser realizada tomando por base os custos de produção e os preços de venda do produto. Essa relação possibilita a análise financeira, levando em conta a remuneração obtida com a comercialização, à cobertura do custeio, dos custos variável, operacional e total. O resultado pode gerar, ainda, os índices de análise quantitativa do ponto de equilíbrio e geração de diversos indicadores que podem auxiliar na análise de rentabilidade da unidade produtiva. O sistema desenvolvido pela Conab oferece condições para geração de índices para tal análise. (COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO, 2010, p. 45).

Além disso, em relação ao controle dos resultados da empresa, outro meio

frequentemente utilizado e que funciona de forma mais específica, são os indicadores

econômico-financeiros que, para Padoveze,

Os indicadores econômico-financeiros são os elementos que tradicionalmente representam o conceito de análise de balanço. São cálculos matemáticos efetuados a partir do balanço patrimonial e da demonstração dos resultados, procurando números que ajudem no processo de classificação do entendimento da situação da empresa, em seus aspectos patrimoniais, financeiros e de rentabilidade. (PADOVEZE, 2010, p. 213).

Existem vários tipos de indicadores e estes são distribuídos em grupos. De

acordo com a teoria de Padoveze, existem os indicadores de capacidade de

pagamento, indicadores de atividades, de análise de rentabilidade e ainda de análise

de valor ação. Todos esses indicadores servirão para mostrar resultados específicos

sobre diferentes pontos do balanço apresentado pela empresa (PADOVEZE, 2010).

Dentro dessa classificação existem dois indicadores principais que são o de

lucratividade e o de rentabilidade. O indicador de lucratividade é o responsável por

indicar qual é o ganho que a empresa está tendo, já o indicador de rentabilidade tem

por finalidade demonstrar o retorno sobre o capital que foi investindo. A forma de

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avaliação desses dois indicadores, de rentabilidade e lucratividade, é bem distinta e

cada um possui uma característica específica, em relação a essa avaliação Crepaldi

explica:

Índice de rentabilidade. Este é, sem dúvida, o mais significativo indicador econômico das empresas privadas, pois sintetiza o desempenho da Empresa Rural em termos de resultado. Resume, enfim, a eficiência com que o negócio está sendo administrado. Você encontra o índice percentual de rentabilidade dividindo o lucro líquido pelo patrimônio líquido. [...] Índice de lucratividade. Este é um indicador importante principalmente para o empresário rural traçar a estratégia de vendas de sua empresa. Isoladamente, sua importância é relativa, já que uma empresa pode compensar índices de lucratividade baixos aumentando seu volume de vendas. Você descobre o índice de lucratividade de seu negócio dividindo o lucro líquido pela renda operacional líquida. (CREPALDI, 2012a, p. 329).

A contabilidade de custos torna-se também, uma área bem presente dentro da

empresa, visto que trabalha aliada a contabilidade gerencial e financeira, com o

objetivo de assim gerar informações mais detalhadas sobre os produtos,

possibilitando, dessa forma, fazer de modo mais preciso as análises da situação da

empresa e também, de encontrar resultados específicos para cada atividade. Em

complemento a esta ideia, Padoveze ressalta:

A grande vantagem para a contabilidade do tratamento gerencial do custo dos produtos está na aproximação da administração da empresa com as unidades fabris. É impossível fazer um custeamento do produto, ponto fundamental para a Contabilidade Industrial ou de Custos, sem se conhecer o produto e seu processo de fabricação. E isso é fábrica. Diante disso, as possibilidades para o gerenciamento contábil da empresa se alargam de modo marcante. Dentro da empresa, todo o sistema de custeamento dos produtos e contabilidade de custos deve estar integrado no mesmo sistema de informação contábil gerencial. Assim, os dados do custo dos produtos são os mesmos que abasteceram a contabilidade financeira e a contabilidade divisional. (PADOVEZE, 2010, p. 317-318).

Portanto, é de extrema importância que todo o empresário ou inclusive partes

administrativas de empresas, façam o uso desses principais ramos da contabilidade

no auxílio à tomada de decisões, visto que um dá o complemento necessário ao outro

e, dessa forma, produzem informações mais confiáveis e fiéis em relação à situação

da empresa ou propriedade, nas mais diferentes áreas e atividades realizadas.

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2.2 CONTABILIDADE DE CUSTOS

De acordo com Bornia, após toda a evolução ocorrida na contabilidade básica,

com a evolução da humanidade, surge um período de grande mudança e crescimento,

tanto econômico quanto populacional, período este denominado de Revolução

Industrial, marcado pelo surgimento das indústrias. É neste período que se dá início à

contabilidade de custos, onde a contabilidade básica, de simples lançamentos e

controles já não supria mais a necessidades dessas empresas (BORNIA, 2010).

O surgimento da contabilidade de custos ocorreu por meio da necessidade da

melhor forma de administração da empresa onde, necessitava-se de informações

mais elaboradas e precisas das atividades ocorridas na empresa, complementando a

ideia, para Coronado:

Historicamente, a contabilidade de custos surgiu da necessidade, por parte da administração das empresas, de conhecer mais detalhes a respeito de algumas informações internas específicas, uma vez que a contabilidade financeira preocupava-se mais com o patrimônio global da entidade. A criação de um sistema estruturado dessas informações específicas, propiciando que fossem mais detalhadas, deu origem à contabilidade de custos, principal campo da contabilidade gerencial. (CORONADO, 2012, p. 35).

A contabilidade de custos surge então, para auxiliar as empresas nas mais

diversas informações referentes aos custos e ainda, podendo contribuir na tomada de

decisões dentro da empresa a fim de gerar melhores resultados. Em relação a esta

ideia, Bornia explica:

Com o crescimento das empresas e o consequente aumento na complexidade do sistema produtivo, constatou-se que as informações fornecidas pela contabilidade de custos eram potencialmente úteis ao auxílio gerencial, extrapolando a mera determinação contábil do resultado do período. Os sistemas de custos podem ajudar a gerência da empresa basicamente de duas maneiras: auxílio ao controle e à tomada de decisão. No que se refere ao controle, os custos podem, por exemplo, indicar onde problemas ou situações previstas podem estar ocorrendo, através de comparações com padrões e orçamentos. Informações de custos são, também, bastante úteis para subsidiar diversos processos decisórios importantes à administração das empresas. (BORNIA, 2010, p. 12).

Para Martins, inicialmente, a contabilidade de custos era utilizada somente para

a mensuração dos estoques e dos resultando e isso culminou por uma evolução mais

lenta desta área. Após algum tempo, com o crescimento dessas empresas e com

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novas necessidades de controle, a contabilidade de custos passou a ter mais

importância para o setor onde, além de simples ferramenta de auxílio na avaliação de

estoques ela passou a ser utilizada no auxílio gerencial (MARTINS, 2010).

A contabilidade de custos não só é utilizada como uma ferramenta de controle,

mas também, como uma forma de gerenciar os acontecimentos futuros e de auxílio à

todo o processo produtivo da empresa, desde a matéria-prima, a forma de produção

e as análises desenvolvidas, para Viceconti e Neves,

No que diz respeito à função administrativa de controle, a função da contabilidade de custos é fornecer informações para o estabelecimento de padrões, orçamentos ou previsões e, a seguir, acompanhar o efetivamente acontecido com os valores previstos. Este tipo de custeamento é chamado de Custeio Padrão, tem um papel muito importante no sentido de detectar ineficiências ou desperdícios nas atividades produtivas [...]. (VICECONTI; NEVES, 2013, p. 10).

Em relação a contabilidade de custos, aplicada nas análises da atividade rural,

ela pode ser considerada uma grande aliada também ao produtor, pois, Crepaldi

ressalta que:

A análise econômica da empresa rural, por intermédio do cálculo dos custos de produção e das medidas de resultado econômico, é um forte subsídio para o produtor fundamentar as decisões a serem tomadas, estabelecer quais são as prioridades, a possibilidade de novos investimentos e a visão de viabilidade do negócio. (CREPALDI, 2012b, p. 96).

Independente de qual for a atividade realizada pela empresa, a contabilidade

de custos auxiliará de forma eficiente e adequada, evidenciando a situação da

empresa e quais são os ajustes ou mudanças deverão ocorrer para garantir maior

sucesso em sua área de atuação. De acordo com Coronado, “O sucesso de uma

pequena ou média empresa está na importância dada às informações contábeis e aos

controles de custos. A contabilidade de custos visa dar suporte ao controle das

operações e, ao mesmo tempo, planejar o futuro.” (CORONADO, 2012, p. 38).

De acordo com Bornia, para maior esclarecimento e controle, a contabilidade

de custos se divide em grupos, para que por meio dessa divisão, se possa relacionar

cada tipo de custo. Há os custos diretos e indiretos, os custos fixos e variáveis, os

investimentos, as receitas, os gastos e despesas, e ainda podem ser citados os

sistemas de custeio, sendo a forma de registro desses custos, utilizados de acordo

com a realidade e a necessidade de cada empresa de acordo com o tipo de atividade

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exercida (BORNIA, 2010).

Em relação a teoria de Padoveze, os custos são gastos ou desembolsos que a

empresa tem na fabricação de bens e prestação de serviços ou também, o simples

gasto de estoque, gerado em função da aquisição de um produto para revenda ou

consumo, dependendo da atividade da empresa (PADOVEZE, 2010).

Diante disso, as informações geradas através da contabilidade de custos se

tornarão essenciais para os gestores pois, dessa forma, poderão ser analisadas as

melhores alternativas de mercado e através delas criar estratégias a favor da

empresa. Diante desta ideia, para Horngren, Datar e Foster:

Contadores definem custos como um recurso sacrificado ou renunciado para conseguir um objetivo específico. Um custo (como materiais diretos ou publicidade) é normalmente medido como a quantia monetária que precisa ser paga para adquirir bens ou serviços. Um custo real é o custo incorrido (um custo histórico) em comparação a um custo orçado (ou previsto). Para dirigir as suas decisões, os administradores querem saber quanto uma coisa específica (como um produto, uma máquina, um serviço ou um processo) custa. Chamamos essa ‘coisa’ de objeto de custo, que é qualquer coisa para a qual uma medida de custos é desejada. (HORNGREN; DATAR; FOSTER, 2004, p. 26).

Os custos então, são gastos gerados a partir das atividades exercidas na

empresa e, estão ligados diretamente a todos os processos produtivos que ocorrem

na mesma. Já as despesas serão reconhecidas após essa etapa.

Os custos e as despesas tornam-se bem semelhantes, porém, há algumas

peculiaridades que os diferem, a despesa sempre será reconhecida após o término e

venda do produto, antes disso, o produto ainda será um custo. Neste sentido, Crepaldi

evidencia:

Despesa. Gasto com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e consumidos com a finalidade de obtenção de receitas. Em termos práticos, nem sempre é fácil distinguir custos e despesas. Pode-se, entretanto, propor uma regra simples do ponto de vista didático: todos os gatos realizados com os produtos agrícolas, até que estes estejam prontos, são custos; a partir daí, são despesas. (CREPALDI, 2012b, p. 101).

As despesas estão ligadas à administração da empresa, ou seja, as despesas

vão ser os gastos que a empresa terá para manter toda a sua estrutura em

funcionamento, de acordo com Padoveze: “Despesas são os gatos necessários para

vender e enviar os produtos. De modo geral, são os gastos ligados às áreas

administrativas e comerciais. O custo dos produtos, quando vendidos, transformam-

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se em despesas.” (PADOVEZE, 2010, p. 320).

Portanto, os custos e as despesas são duas áreas bem distintas dentro da

empresa, porém, merecem grande atenção por parte dos gestores da empresa, visto

que, um controle bem elaborado dos custos e despesas gerados, trará resultados

positivos e melhor gerenciamento de todas as atividades e também dos produtos

utilizados.

Dentro da relação de custos, os mesmos possuem subdivisões com o intuito

de melhor mensurar o custo incorrido de cada processo produtivo. Em relação a esta

ideia, pode-se citar os custos diretos e indiretos, ambos diferem-se justamente pelo

fato de um ser aplicado diretamente ao produto e o outro sendo aplicado na empa por

meio do rateio, de forma indireta. Em complemento a ideia, Crepaldi, em sua teoria,

menciona:

Na prática, a separação de custos em diretos e indiretos, além de sua natureza, leva em conta a relevância e o grau de dificuldade de medição. Por exemplo, o gasto de energia elétrica (força) é, por sua natureza, um custo direto; porém, devido às dificuldades de medição do consumo por produto agrícola e ao fato de que o valor obtido através de rateio, em geral, pouco difere daquele que seria obtido com uma medição rigorosa, quase sempre é considerado como custo indireto de produção. (CREPALDI, 2012b, p. 103).

Os custos diretos são aqueles que estão diretamente ligados ao produto, sem

necessidade de rateio, com base na teoria de Padoveze, “[...] podem ser fisicamente

identificados para um segmento particular sob consideração.” (PADOVEZE, 2010, p.

336).

Portanto, para a mensuração dos custos diretos não se faz necessário o uso

de rateio, eles simplesmente são alocados de forma direta aos produtos. Para um

melhor esclarecimento a respeito do que são os custos diretos, Crepaldi conceitua da

seguinte forma:

Custos diretos são aqueles que podem ser diretamente (sem rateio) apropriados aos produtos agrícolas, bastando existir uma medida de consumo (quilos, horas de mão de obra de máquina, quantidade de força consumida etc.). De modo geral, identificam-se aos produtos agrícolas e variam proporcionalmente à quantidade produzida. Podem ser apropriados diretamente aos produtos agrícolas porque há uma medida objetiva do seu consumo nesta produção. (CREPALDI, 2012b, p. 102).

Os custos indiretos são aqueles que estão ligados indiretamente ao produto ou

atividade da empresa, ou seja, a apropriação do mesmo se dá por meio de rateios,

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para Padoveze, os custos indiretos:

São os gastos industriais que não podem ser alocados de forma direta ou objetiva aos produtos ou a outro segmento ou atividade operacional, e caso sejam atribuídos aos produtos, serviços ou departamentos, será através de critérios de distribuição ou alocação. São também denominados custos comuns. Podem ser fixos e variáveis. (PADOVEZE, 2010, p. 336).

Diante disso, pode-se perceber que os custos indiretos necessitam de uma

complexidade maior em relação a sua alocação e também mensuração diante dos

produtos ou dos serviços, fazendo-se necessário o uso do rateio para melhor

apropriação.

Os custos fixos e variáveis também se diferem, os custos fixos não variam de

acordo com os produtos ou o volume de produção, sempre serão os mesmos, já os

custos variáveis sempre vão ter variações, ou seja, eles sempre vão depender do

volume ou quantidade produzida. Martins explica que: “[...] a classificação em Fixos e

Variáveis leva em consideração a unidade de tempo, o valor total de custos com um

item nessa unidade de tempo e o volume de atividade.” (MARTINS, 2010, p. 50).

Os fixos não vão sofrer alterações em relação a quantidade produzida, ou seja,

eles não dependem da produção, de acordo com Wernke,

Custos fixos são aqueles gastos que tendem a se manter constantes nas alterações de atividades operacionais, independentemente do volume de produção. São os custos que têm seu montante fixado não em função de oscilações na atividade, ou seja, sem vínculo com o aumento ou diminuição da produção. Assim, esses custos permanecem no mesmo valor independentemente da quantidade produzida. Relacionam-se com a capacidade instalada que a empresa possui e seu valor independe do volume de produção, existindo independentemente de a empresa estar produzindo ou parada. Exemplo: se produzir uma unidade ou produzir 200 unidades, o valor do aluguel do galpão industrial terá o mesmo valor. (WERNKE, 2008, p. 14).

Os custos variáveis são aqueles que estão ligados diretamente ao volume ou

quantidade de produção, seu valor sempre irá depender da quantidade produzida,

Crepaldi explica que:

Custos variáveis variam proporcionalmente ao volume produzido. Exemplo: insumos, embalagem. Se não houver quantidade produzida, o custo variável será nulo. Os custos variáveis aumentam à medida que aumenta a produção agrícola, quando esta for feita em função das horas-maquinas trabalhadas, gastos com horas-extras na produção agrícola, etc. (CREPALDI, 2012b, p. 104).

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Portanto, é de grande importância a classificação dos custos em fixos e

variáveis, visto que por meio desta classificação, permitem análises diferenciadas na

empresa, em relação a produção total ou de forma unitária e, dessa forma, auxiliando

de forma mais efetiva no gerenciamento e nas tomadas de decisões da empresa.

Diferente dos custos, as receitas da empresa podem ser consideradas como

os ganhos ou também rendimento obtido, rendimento este, que pode ser através da

venda dos produtos ou também dos serviços realizados na empresa ou prestados por

ela.

A contabilização dessas receitas é feita por meio da Demonstração do

Resultado do Exercício (DRE), sendo estas, reconhecidas sempre no momento em

que ocorrem, tendo como base de lançamento o regime de competência. De acordo

com Assaf Neto,

A Receita Bruta refere-se ao valor nominal total das vendas de bens ou dos serviços prestados pela empresa, no exercício social considerado, antes de qualquer dedução. É importante ratificar-se que essas receitas são registradas quando da realização da venda, independentemente de quando ocorreu seu vencimento. Os resultados contábeis da empresa são apurados com base no regime de competência, e não no de caixa. (ASSAF NETO, 2012, p. 77).

Na atividade rural, portanto, o ideal é que o reconhecimento da receita seja feito

no momento da venda das culturas ou também dos animais, de acordo com Marion,

“O ponto ideal para o reconhecimento da Receita é exatamente no momento da

transferência do bem ou serviço ao cliente, ou seja, o momento da venda.” (MARION,

2014, p. 153). Ainda, sobre as receitas, Montoto em sua teoria ressalta:

As receitas englobam tanto as receitas propriamente ditas como os ganhos. A receita surge no curso das atividades ordinárias da entidade e é designada por uma variedade de nomes, tais como vendas, honorários, juros, dividendos e royalties. (MONTOTO, 2011, p. 62).

Dessa forma, a mensuração e também a contabilização das receitas, devem

ser feitas de acordo com os princípios contábeis, levando em consideração a

legislação pertinente.

2.2.1 Sistemas de Custeio

Os sistemas de custeio podem ser definidos como a forma de registro que a

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empresa utiliza para fazer o controle dos custos ocorridos na empresa em seus

respectivos períodos.

É necessário que se encontre, com base na realidade de cada empresa, os

métodos de custeio mais adequados de se alocar todos os custos que ocorrem. Desse

modo, Wernke conceitua métodos de custeio como:

A atribuição de valores “verdadeiros” aos produtos passou a constituir um dos principais objetivos da contabilidade de custos, tanto para a divulgação em demonstrações financeiras – do montante do estoque final e do custo dos produtos vendidos – quanto como base para decisão sobre o mix ótimo de produtos. Para tanto, torna-se necessário um sistema de custos que consiga mesurar e alocar os custos aos produtos de forma mais adequada possível. Ou seja, calcular o custo total de cada produto, assumindo este custo total como resultante da soma dos custos variáveis aos custos fixos (ou a soma dos custos diretos aos custos indiretos). (WERNKE, 2008, p. 20).

Portanto, de acordo com Wernke, é por meio dos sistemas de custeio que pode-

se definir como os custos ocorridos serão apropriados dentro da propriedade ou

empresa. O método de custeio utilizado vai depender da necessidade de controle e

também do que a empresa considerar ser mais necessário para sua situação. Entre

os principais sistemas de custeio pode-se citar: Custeio por absorção, Custeio

Variável, Sistema ABC e, Sistema RKW (WERNKE, 2008).

O custeio por absorção é caracterizado por considerar todos os custos, diretos

e indiretos, ao produto, através de rateio, onde cada produto levará parte desses

custos. De acordo com Berti,

O método de custeio por absorção consiste em apurar o custo de bens, atribuindo-se integralmente a cada unidade produzida os custos diretos e indiretos, fixos ou variáveis ocorridos no processo de produção. Nele os custos diretos são atribuídos aos produtos por meio das quantidades efetivamente consumidas de recursos. (BERTI, 2008, p. 60).

Já o custeio variável é um método que considera apenas os custos variáveis,

sendo utilizado com frequência pelas empresas na área gerencial, para auxílio na

tomada de decisões. Com base na teoria de Ribeiro,

Esse sistema contempla como custo de fabricação comente os custos diretos ou variáveis. Nesse caso, os custos indiretos integram o resultado juntamente com as despesas. Por contemplar apenas parte dos custos incorridos na fabricação, esse sistema não é aceito pelo Fisco para direcionar a contabilização dos custos incorridos aos produtos. A inclusão da carga de custos indiretos juntamente com as despesas onera o resultado. Quando a

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empresa industrial vende toda a produção iniciada e concluída no mesmo período, o resultado não é afetado; entretanto, quando parte da produção é ativada, a adoção desse sistema implica estoques e lucro líquido subavaliados. Portanto, a adoção do sistema de custeio direto fica restrita a fins gerenciais. (RIBEIRO, 2009, p. 57).

Em relação aos custos indiretos, o sistema de custeio variável considera esses

custos como despesas e esses, são alocados diretamente ao resultado apresentado

no período, para complementar esta ideia, Horngren, Datar e Foster trazem a ideia de

que:

O custeio variável é um método de custeio em que apenas os custos de materiais diretos são incluídos como custos do produto. Todos os outros custos são considerados do período em que foram incorridos. Em especial, os custos variáveis de mão de obra direta e os custos variáveis indiretos são considerados custos do período e deduzidos como despesas do período. (HORNGREN; DATAR; FOSTER, 2004, p. 277).

Já o sistema de custeio ABC (Activity-Based Costing), pode ser caracterizado

como sendo um sistema que tem a capacidade de fornecer informações, sendo estas,

referente aos custos de cada atividade específica que ocorre na empresa,

independente de como sejam executadas essas atividades. Em complemento a ideia,

sobre o sistema de custeio ABC, Wernke traz o seguinte:

O ABC caracteriza-se pela tentativa de identificação dos gastos das diversas atividades desempenhadas por uma empresa, independentemente de que sejam executadas dentro ou fora dos limites físicos de um setor, departamento ou até mesmo da própria organização. Após identificar essas atividades, busca-se conhecer o montante dos recursos consumidos por estas no período (geralmente de um mês), com relação aos salários, ao material de expediente, à energia elétrica, ao aluguel, à depreciação do equipamento fabril etc. (WERNKE, 2008, p. 27).

O sistema de custeio ABC preocupa-se, primeiramente, em realizar a apuração

dos custos das atividades, após isso, é feita a atribuição desses custos das atividades

para cada um dos produtos. Complementando a ideia, de acordo com a teoria de

Ribeiro,

Atividade é um conjunto de tarefas decorrentes da combinação de recursos humanos, financeiros, materiais e tecnológicos que visa a produção de bens ou a prestação de serviços. O ABC, por meio do qual os custos indiretos de fabricação são atribuídos aos produtos de forma mais justa que as adotadas pelos sistemas tradicionais, passou a ser utilizado em maior escala no final do século XX, com o advento da informática [...]. Tal sistema fundamenta-se no fato de que as atividades consomem recursos e os produtos consomem

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atividades. Por esse motivo, os CIFs devem ser transferidos aos produtos com base nas atividades que cada um consumiu. Assim, os CIFs são transferidos inicialmente para as atividades, e delas para os produtos. (RIBEIRO, 2009, p. 368).

Portanto, este sistema de custeio exige uma análise detalhada em relação a

alocação dos custos, sempre levando em conta a relação dos produtos da empresa

com as atividades, de acordo com Bornia, “A idéia básica do ABC é tomar os custos

das várias atividades da empresa e entender seu comportamento, encontrando bases

que representam as relações entre os produtos e essas atividades.” (BORNIA, 2010,

p. 111).

O sistema de custeio RKW, teve seu início na Alemanha, é um sistema que tem

por principal característica considerar os custos e as despesas do período, conforme

Ribeiro explica, “O sistema de custeio RKW (Reichskuratorium für Wirtschaftlichtkeit),

criado por um órgão governamental da Alemanha, contempla como custo dos

produtos todos os custos e as despesas incorridas no período.” (RIBEIRO, 2009, p.

58).

Como característica, o sistema de custeio RKW (Reichskuratorium für

Wirtschaftlichtkeit), realiza o rateio de todos os custos e também das despesas em

centros de custos. De acordo com a teoria de Bornia, “A característica principal desse

método é a divisão da organização em ‘centros de custos’. Os custos são alocados

aos centros, por meio de base de distribuição e, depois, repassados aos produtos por

unidade de trabalho.” (BORNIA, 2009, p. 88-89).

No sistema de custeio RKW, é necessário, portanto, que seja feita a separação

de todos os custos e despesas em centros de custos específicos, para que dessa

forma, seja possível obter os custos totais dos produtos e ter o preço de venda. Para

Martins,

Com fundamento na idéia do uso de custos para fixar preços nasceu, no início do século XX, uma forma de alocação de custos e despesas muitíssimo conhecida [...] por RKW (abreviação de Reichskuratorium für Wirtschaftlichtkeit). [...] consiste no rateio não só dos custos de produção como também de todas as despesas da empresa, inclusive financeiras, a todos os produtos. [...] tudo com base na alocação dos custos e despesas aos diversos departamentos da empresa para depois ir-se procedendo às várias séries de rateio de forma que, ao final, todos os custos e despesas estejam recaindo exclusivamente sobre os produtos. Com esse rateio, chega-se ao custo de “produzir e vender’ (incluindo administrar e financiar), que, fossem os rateios perfeitos, nos daria o gasto completo de todo o processo empresarial de obtenção de receita. Bastaria adicionar agora o lucro desejado [...] para se ter o preço de venda final. (MARTINS, 2010, p. 220).

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Os sistemas de custeio, portanto, são essenciais no auxílio ao controle e

planejamento das atividades ocorridas dentro da empresa e, também, auxiliam na

melhor forma de alocação dos custos ocorridos, auxiliando dessa forma os gestores

nos processos decisórios, objetivando o aumento dos lucros e a redução das

despesas.

2.3 CONTABILIDADE NA ATIVIDADE RURAL

O agronegócio é um mercado de muita influência e de grande importância para

o país, visto que, ele representa um dos maiores mercados brasileiros e é responsável

por grande parte dos saldos positivos da balança comercial. De acordo com Conab:

Aproximadamente 10% do Produto Interno Bruto - PIB nacional é representado pelo valor da produção agropecuária, que demonstra a cada ano, seu potencial de crescimento pela própria evolução da produção agrícola, seja pela expansão das áreas de plantio, mas principalmente, pelos notáveis ganhos de produtividade, decorrentes do progresso tecnológico, também responsáveis pela melhoria da qualidade dos produtos e pela redução de custos, o que favorece a competição no mercado internacional. [...] A agricultura brasileira tem se destacado no cenário mundial e mostrado potencial para competir no mercado internacional, inclusive influenciando na formação de seus preços. A liderança na produção e exportação de vários produtos agropecuários como o café, açúcar, álcool e sucos de frutas e a expressiva presença nas exportações de soja, carnes bovina e suína, além do imenso potencial na produção de biocombustíveis, colocam o País em condição de reivindicar igualdade de acesso dos seus produtos aos mercados consumidores. (COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO, 2005, p. 3).

O mercado brasileiro possui inúmeros fatores que contribuem para seu

crescimento e destaque de mercado, mostrando com isso que o setor do agronegócio

está melhorando a cada dia o nível de seus produtos em conjunto com toda a

tecnologia investida pelos produtores que atuam neste mercado. De acordo com

Araújo “A evolução da sócio-economia, sobretudo com os avanços tecnológicos,

mudou totalmente a fisionomia das propriedades rurais, sobretudo nos últimos 50

anos. [...]O avanço tecnológico foi intenso, provocando saltos nos índices de

produtividade agropecuária.” (ARAÚJO, 2009, p. 15).

Para obter êxito em qualquer atividade referente ao agronegócio é necessário

planejamento, independentemente do tamanho da propriedade e quais as tecnologias

que ela utiliza na sua produção. Para Barbosa,

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Muitas vezes, uma fazenda aparentemente não tem planejamento; porém, analisando com mais profundidade o andamento dos trabalhos e outros aspectos, percebe-se que a atividade está planejada – só que empiricamente, “na cabeça do dono ou do administrador”. Infelizmente, nestes casos, o dono (ou seu preposto) passa a ser insubstituível na atividade, e se, por algum acaso, ele “deitar com os arreios”, os negócios podem começar a “andar de morro abaixo”. [...] Assim, o aperfeiçoamento da atividade rural, a exemplo de qualquer outra atividade econômica, exige um planejamento e um controle. (BARBOSA, 20009, p. 26).

Dessa forma, quando a propriedade já tem um sistema definido e formas de

controle específicas das suas atividades, torna-se mais fácil a execução e o controle

contábil na mesma.

A contabilidade rural é uma área ainda pouco conhecida e utilizada, porém,

vem crescendo no meio rural. Sua atuação é motivada pelas mudanças no mercado

econômico e também, pelo fato de o produtor rural precisar cumprir com as exigências

fiscais.

Para Crepaldi, a contabilidade na atividade rural é uma área ainda distante da

realidade de muitos empresários do setor, os principais motivos para tal

distanciamento estão relacionados a falta de conhecimento por parte do empresário

rural, devido à falta de informações dos benefícios da aplicação da mesma ou, até

mesmo, por considerar desnecessário a aplicação da mesma para sua propriedade.

O fato de nunca ter sido aplicado qualquer recurso semelhante na empresa e o

conservadorismo fazem com que este recurso pareça desnecessário ao auxílio do

gerenciamento, fazendo com que os empresários continuem a utilizar as formas de

controle adquiridas com o passar do tempo (CREPALDI, 2012b).

A contabilidade rural atua, de forma específica, para as empresas que exercem

a algum tipo de atividade rural e, de acordo com Marion, “Empresas rurais são aquelas

que exploram a capacidade produtiva do solo por meio do cultivo da terra, da criação

de animais e da transformação de determinados produtos agrícolas.” (MARION, 2014,

p. 2).

Ainda, em relação a atividade rural, uma atividade bastante significativa nesse

meio é a criação de gado de corte, atividade essa que vem ganhando cada vez mais

espaço no mercado. Tendo por base a teoria, em relação a criação de gado de corte

no país, Marion nos traz que: “[...] o Brasil ostenta um dos maiores rebanhos bovinos

do mundo e sua pecuária representa uma atividade econômica de grande relevância.”

(MARION, 2014, p. 3).

Em meio a todas essas atividades, se encontra o empresário rural ou produtor

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rural, sendo ele o principal responsável por todo o gerenciamento da propriedade e

também pelo controle de todas as atividades que são desenvolvidas em sua

propriedade, para Crepaldi,

Empresário Rural é aquele que exerce profissionalmente atividade econômica para a produção ou circulação de bens ou serviços. Essa atividade de produção, realizada de forma profissional com a finalidade de gerar riqueza, reconheceu o trabalho do produtor rural como o de criação de bens e serviços. (CREPALDI, 2012b, p. 4).

De acordo com Crepaldi, o empresário rural é o responsável por toda a

produção, ou seja, ele fica responsável por todas as atividades desenvolvidas dentro

de sua propriedade ou empresa rural, é ele quem irá definir onde e quando devem ser

feitos investimentos e qual a melhor maneira de investir, aplicações, corte de

despesas, define também o período que será efetuado o plantio, a colheita do produto,

a forma de manejo e de criação do gado, sempre em busca do melhor aproveitamento

de sua área e de maior lucratividade (CREPALDI, 2012b).

A empresa rural pode ser caracterizada como sendo uma organização que

explore ou realize atividades de cunho rural, atividades estas relacionadas a qualquer

forma de cultivo do solo. Em complemento a esta ideia, Rio Grande do Sul, Lei nº

4.504/1964, em seu art. 4º, inciso VI, explica empresa rural:

“Empresa Rural” é o empreendimento de pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que explore econômica e racionalmente imóvel rural, dentro de condição de rendimento econômico da região em que se situe e que explore área mínima agricultável do imóvel segundo padrões fixados, pública e previamente, pelo Poder Executivo. Para esse fim, equiparam-se às áreas cultivadas, as pastagens, as matas naturais e artificiais e as áreas ocupadas com benfeitorias. (RIO GRANDE DO SUL, 2009, p. 344).

Com base na teoria de Crepaldi, é o proprietário rural quem define quais as

atividades serão desenvolvidas em sua propriedade, qual será melhor forma de cultivo

e, também, qual será o tipo de cultura mais apropriado para ser trabalhado

(CREPALDI, 2012b).

Além da atividade agrícola, que é mais relacionada ao plantio e ao cultivo da

terra, existe também outra atividade que pode ser desenvolvida pelo empresário rural,

sendo conhecida como atividade pecuária, esta por sua vez, está relacionada a

atividade de manejo e criação de animais. Ambas as atividades necessitam de auxilio

de profissionais da área contábil para o seu melhor gerenciamento, uma será feita

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através da contabilidade rural e a outra, através da contabilidade na pecuária. Diante

disso, Marion e Segatti explicam que,

No Brasil, a agropecuária pode ser explorada pela pessoa física sem a constituição de pessoa jurídica. Pelo princípio em estudo, constata-se que a pessoa física, no que tange à sua atividade agropecuária, deverá ser tratada como uma entidade contábil, dada a importância dos relatórios individualizados decorrentes dessa atividade. (MARION; SEGATTI, 2012, p. 36).

Ambas as atividades, agrícola e pecuária, são desenvolvidas da empresa

estudada, seu sistema de produção (manejo) pecuário está baseado no sistema semi-

intensivo que, para Marion e Segatti:

[...] O pecuarista que pretende manter-se na atividade tem adotado esse método, em que se faz necessária a implantação de forrageiras, as quais sofrem um pastejo racional, através de algumas subdivisões de pastagens, o que leva a maior capacidade de suporte por unidade de área, podendo atingir até 4,0 UA/ha/ano. Há um manejo mais adequado do rebanho; além das vacinações obrigatórias, há vermifugação, mineralização e um acompanhamento zootécnico do rebanho. As pastagens/forrageiras recebem normalmente corretivos de solo (calcário) e adubação química, desde de níveis baixos até o suprimento adequado de nutrientes. (MARION; SEGATTI, 2012, p. 6-7).

Além do controle de todas as atividades realizadas na propriedade, o

proprietário rural deve ter ainda, um controle de suas despesas e receitas, que permita

uma análise econômico-financeira da empresa, porém, isso acaba não sendo tarefa

muito fácil, visto que, nem todos os produtores costumam fazer um controle mais

elaborado, contudo, este controle é de extrema importância e, conforme evidencia

Crepaldi:

Uma Empresa Rural, por menor que seja, é uma organização complexa, cujo desempenho sofre a influência de vários fatores internos e externos. Para detectar a causa de problemas, ou mesmo entender as razões de resultados positivos, o empresário precisa fazer um diagnóstico, considerando os diversos aspectos do seu negócio. É a precisão deste diagnóstico - análise econômico-financeira - que vai-lhe permitir superar crises ou traçar uma estratégia segura de crescimento. (CREPALDI, 2012b, p. 320).

De acordo com a teoria de Crepaldi, em meio à várias mudanças e

transformações do ambiente empresarial e também econômico, cada vez mais têm-

se a necessidade da informação, em vista disso, a contabilidade na atividade rural

passa a ser um desafio não só para os profissionais da área, como também para os

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empresários rurais, que acabam sentindo essas mudanças no setor e tentam buscar

novas alternativas de melhor aproveitar os seus recursos e as atividades que

desenvolvem (CREPALDI, 2012b).

A contabilidade passa a ser um instrumento essencial na área rural, e a união

dessas duas áreas de conhecimento se torna indispensável para a melhor elaboração

de estratégias de gerenciamento. De um lado, encontra-se o profissional contábil, que

possui um vasto conhecimento teórico e específico da contabilidade e, do outro, o

produtor rural, também possuidor de grande conhecimento, porém, relacionado a

parte prática das atividades. Através da união desses conhecimentos é possível criar

formas de gestão mais elaboradas, proporcionando ao produtor informações mais

precisas e confiáveis para poder maximizar os resultados obtidos e evitar perdas e

investimentos desnecessários. Para Ribeiro, o profissional contábil,

[...] pode exercer suas atividades na condição de profissional liberal ou autônomo, de empregado regido pela CLT, de servidor público, de militar, de sócio de qualquer tipo de sociedade, de diretor ou de conselheiro de quaisquer entidades, ou em qualquer outra situação jurídica definida pela legislação, exercendo qualquer tipo de função. (RIBEIRO, 2005, p. 5).

Marion explica que, mesmo que o empresário ou produtor rural, possua alguma

forma de controle de suas receitas e despesas, geradas em sua propriedade, tanto da

atividade agrícola quanto da pecuária, independente de qual for o ramo de cultivo, é

extremamente necessário implantar métodos contábeis. Será por meio dessas

análises que poderão ser extraídos resultados mais fidedignos da real situação que a

propriedade se encontra, resultados estes, que serão imprescindíveis no auxílio à

tomada de decisões referentes às atividades da propriedade (MARION, 2014).

Tendo por base a teoria de Crepaldi, um método de controle bem simples e que

faz grande diferença dentro da empresa ou propriedade rural seria a implantação de

um fluxo de caixa e o controle individual de cada conta. Por meio desses controles o

produtor irá registrar as entradas e as saídas dos seus recursos a cada período e,

com isso conseguirá ter uma análise mais detalhada de sua situação financeira,

inclusive através dessas análises poderá prever e se precaver de situação futuras,

gerando uma solução em tempo hábil e com isso buscar um equilíbrio financeiro de

suas contas (CREPALDI, 2012b).

Portanto, é de extrema importância a implantação desse controle e forma de

organização dentro da empresa, não só em empresas da área rural como também em

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qualquer outra área de atuação e, como evidencia Crepaldi em relação a importância

desse controle:

[...] fazendo diariamente suas contas, o empresário rural vai poder analisar individualmente cada entrada e cada saída de dinheiro, verificando se elas são necessárias e suficientes, correspondendo as suas expectativas. O controle diário, também, vai reduzir substancialmente erros de previsão de desembolsos, possibilitando ao empresário rural programar, com uma boa margem de segurança, as operações financeiras de determinado período. É essa atenção sistemática ao caixa, enfim, que vai fornecer ao empresário informações precisas para a administração financeira de seu negócio. (CREPALDI, 2012b, p. 311).

Contudo, conforme Marion, a escrituração contábil, realizada por meio de

auxilio de profissionais competentes à área, para fins de Imposto de Renda, é de

obrigatoriedade apenas de grandes produtores:

As pessoas físicas tidas como pequeno e médio produtor não precisam, para fins de Imposto de Renda, fazer escrituração regular em livros contábeis e podem utilizar apenas livro-caixa e efetuar uma escrituração simplificada. Todavia, as pessoas físicas tidas como grande produtor rural serão equiparadas às pessoas jurídicas para fins contábeis, devendo fazer escrituração regular, por intermédio de profissional contábil qualificado, utilizando como base o método das partidas dobradas (lançamentos a débito e a crédito simultaneamente). (MARION, 2014, p. 7).

Dessa forma, produtores de médio e pequeno porte necessitam desse controle

somente para auxilio e gerenciamento de seu controle interno. Porém não é por esse

motivo que a contabilidade se tornará menos importante ou menos necessária, visto

que sempre visa auxiliar na melhor gestão dos negócios e do patrimônio da empresa

rural, independente do porte.

Em relação ao controle do patrimônio da empresa, o Balanço Patrimonial se

torna um grande aliado ao produtor, visto ter um papel fundamental dentro de qualquer

propriedade, para Marion “O Balanço Patrimonial é o mais importante relatório gerado

pela contabilidade. Através dele pode-se identificar a saúde financeira e econômica

da empresa no fim do ano ou em qualquer data prefixada.” (MARION, 2009, p. 56).

Nas atividades agrícolas e pecuárias o exercício social difere das demais

empresas, isso por que ele deve ser calculado sempre no mês seguinte, em relação

à ocorrência das receitas ou após a colheita. Para melhor explicar o exercício social

de ambas as áreas da atividade rural, Crepaldi evidencia que:

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Na atividade rural, a concentração da receita normalmente ocorre, durante ou logo após a colheita. Devido a sua produção sazonal, concentrada em determinado período, muitas vezes em alguns dias do ano, nada mais justo que, após seu término, proceder em seguida à apuração do resultado, tão importante para a tomada de decisão, sobretudo a respeito do que fazer no novo ano agrícola (ano agrícola é o período compreendido pela plantação, colheita e normalmente a comercialização da safra agrícola). [...] Também na atividade pecuária o período adequado para encerramento do exercício social não é o ano civil. O ideal é realiza-lo logo após o nascimento dos bezerros, que, de maneira geral, se concentra em determinado período do ano. Outro critério válido é fixa-lo com base no mês em que se concentra a venda das rezes para o frigorífico. (CREPALDI, 2012b, p. 89).

Após todo o processo de controle e da contabilização do exercício social, é

preciso apurar o Lucro Líquido do período, realizado por meio da Demonstração do

Resultado do Exercício. De acordo com Assaf Neto, “A demonstração do resultado do

exercício visa fornecer, de maneira esquematizada, os resultados (lucro ou prejuízo)

auferidos pela empresa em determinado exercício social, os quais são transferidos

para contas do patrimônio líquido.” (ASSAF NETO, 2012, p. 76).

Por meio dos resultados obtidos através da demonstração do resultado do

exercício e do balaço patrimonial, o produtor rural terá uma visão mais ampla de todos

processos ocorridos em determinado período, para tanto, Crepaldi evidencia:

A Demonstração do Resultado do Exercício, conforme a Lei nº 11.941/09, junto ao Balanço Patrimonial, constitui-se num relatório sucinto das operações realizadas por um empresa rural durante determinado período de tempo, constatando nele um dos valores mais relevantes: o resultado líquido. Com essas duas demonstrações, o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, a Contabilidade Rural alcança o objetivo de ilustrar a situação patrimonial, econômica e financeira da empresa rural. (CREPALDI, 2012b, p. 90).

Portanto, é por meio das demonstrações contábeis que o produtor terá uma

base consistente da real situação de sua propriedade, devendo usar essas

informações como um guia financeiro para a tomada de decisões, evitando custos e

despesas desnecessárias, em busca de um melhor crescimento.

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3 DIAGNÓSTICO E ANÁLISE

Nesta etapa do trabalho, diagnóstico e análise, são apresentados todos os

documentos e também meios de pesquisa junto à propriedade, que foram utilizados

para a elaboração da parte prática do mesmo, bem como os principais resultados,

sendo estes, obtidos por meio dos cálculos apresentados no decorrer do texto.

Este trabalho tem por intuito trazer uma análise em relação as duas atividades

que estão sendo desenvolvidas dentro da propriedade estudada, com o objetivo de

trazer uma orientação mais específica para o produtor, formada através dos cálculos

realizados, mostrando qual a atividade que está sendo mais lucrativa e ainda, o que

poderia ser melhorado na gestão da propriedade.

As duas atividades desempenhadas no local são distintas e não interferem uma

a outra. A gestão da propriedade é realizada somente pelo produtor rural, porém, a

parte prática de execução dos serviços é feito por meio da contratação de serviços de

terceiros, visto que o proprietário não dispõe de todos os equipamentos necessários

para a efetivação das tarefas para ambas as atividades.

3.1 PROCESSOS PRODUTIVOS

Assim como ocorre em qualquer atividade, na área rural elas também passam

por diferentes processos até que se chegue ao objetivo final ou conclusão da atividade

desenvolvida.

A Ilustração 2 apresenta a forma como está dividida a propriedade, para o

plantio de soja é utilizada uma área de 8 ha, para a criação de gado de corte a área é

de 13 ha e, 2 ha da Área de Preservação Permanente, que é área de mata nativa.

Nº DESCRIÇÃO ÁREA (HA)

1 Plantio de soja 8

2 Criação de gado de corte 13

3 APP 2

TOTAL 23

Ilustração 2: Divisão da propriedade rural. Fonte: Produção da Pesquisadora.

As duas atividades que a propriedade realiza, mesmo distintas, acabam

passando por diversos processos até chegar a sua conclusão, dessa forma,

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necessitam de acompanhamento diário, visto que qualquer interferência climática ou

mesmo ambiental, poderá afetar diretamente o processo produtivo e este,

consequentemente afetará o lucro ou a receita que o proprietário almejava.

3.1.1 Processo produtivo da Soja

O processo produtivo na área agrícola consiste em inicialmente definir qual a

área será utilizada para a plantação de soja, tendo em vista que a propriedade realiza

apenas uma safra por ano e o produto comercializado é sempre a soja.

Após definida a área que será utilizada para o plantio, deve ser realizada a

dessecação de ervas daninhas, para que a terra esteja limpa e adequada a receber a

semente. Concluída a dessecação, é feito então o plantio da soja, por meio da

contratação de serviços de terceiros e a semente é adquirida através da cooperativa

onde o proprietário é associado e, também, onde é negociada toda a sua produção.

Após a realização do plantio, a planta começa seu estágio inicial de

desenvolvimento, conforme demonstrado na ilustração 3, então se faz necessário a

aplicação de defensivos agrícolas, sendo estes responsáveis pela proteção da planta

contra doenças ou pragas que a mesma está suscetível e que, se acometida, seu

desenvolvimento e produção ficam comprometidos.

Ilustração 3: Estágio inicial do desenvolvimento da Soja. Fonte: Produção da Pesquisadora.

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Além disso, intempéries climáticas também poderão interferir no

desenvolvimento da mesma, sendo estes um dos grandes problemas que atingem o

meio rural e por esse motivo é imprescindível que o produto seja cultivado no período

recomentado, buscando um melhor aproveitamento em todo desenvolvimento.

Após o desenvolvimento e amadurecimento da planta, ocorre a colheita, sendo

esta também feita através de serviço terceirizado. A ilustração 4 demonstra o período

ideal da planta para colheita.

Ilustração 4: Período de desenvolvimento da planta pronta para colheita. Fonte: Produção da Pesquisadora.

Neste momento então, a planta é colhida e os grãos produzidos são levados

até a cooperativa onde o proprietário irá fazer a comercialização no momento em que

lhe será mais oportuno, levando em consideração o valor de mercado.

Em resumo, conforme ilustração 5, o fluxograma representa todas as ações

referentes ao processo produtivo:

Ilustração 5: Fluxograma do processo produtivo da Soja Fonte: Produção da Pesquisadora.

Soja

Início

Fim

Preparo

da terra

Plantio

da soja

Tratamento

da planta

Colheita

Venda

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3.1.2 Processo produtivo do Gado de Corte

O processo produtivo da criação de gado de corte difere um pouco do processo

anteriormente citado e vai ocorrer de uma forma mais lenta, visto que o proprietário

utiliza todas as etapas das rezes até a obtenção da receita, que vai desde o

nascimento até a engorda e venda final.

O proprietário inicialmente, obteve algumas matrizes e um reprodutor, ambos

da raça Brahman, com o passar do tempo a procriação gerou novas matrizes,

aumentando seu rebanho. Tendo então definidas a matrizes, o produtor buscou

investir na produção, sendo assim, a partir daquele período os novos terneiros são

deixados para a engorda e venda final. A ilustração 6 demonstra a forma de

alimentação e o ambiente em que os animais estão sendo criados.

Ilustração 6: Pastagem e alimentação à cocho. Fonte: Produção da Pesquisadora.

A alimentação fornecida para o rebanho consiste, conforme ilustração 6, em

pastagem perene, através de gramíneas que não necessitam de manutenção e uma

suplementação a cocho, com silagem de milho, sendo esta comprada duas vezes ao

ano, pronta para o encilamento e, posterior fornecimento aos animais. Além da

utilização de silagem, o produtor disponibiliza sal mineral “ad libitum”.

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Para o manejo sanitário do rebanho, é realizado acompanhamento com médico

veterinário, o qual desenvolveu um calendário vacinal onde consta as vacinas

obrigatórias e as desverminações, de forma estratégica, de acordo com a época do

ano e com ambiente em que o rebanho se encontra.

Além da comercialização dos animais, o proprietário também usufrui da

produção para sua própria alimentação, onde proporcionará redução do custo

particular para a aquisição da carne.

Em resumo, o processo produtivo do gado de corte encontra-se relacionado de

forma mais sintetizada no fluxograma, conforme ilustração 7:

Ilustração 7: Fluxograma do processo produtivo do gado de corte Fonte: Produção da Pesquisadora.

Feita a elaboração dos processos produtivos realizados na propriedade, é

necessário relacionar os gastos e receitas ocorridos nessas atividades por meio de

consultas em documentos e controles eventuais que o proprietário tenha a disposição.

3.2 GASTOS E RECEITAS

Na propriedade em questão, têm-se duas atividades diferentes, que não

interferem uma à outra e que, portanto, será apresentado separadamente a relação

dos gastos e das receitas de ambas as atividades desenvolvidas.

Conforme a ilustração 8, pode-se analisar os principais custos incorridos para

a efetuação e o processamento final da produção da soja, tendo por base o custo por

hectare e o custo total, compreendendo os oito hectares utilizados no ano para o

cultivo do produto, destacando os principais insumos e serviços utilizados em todo o

processo.

Gado de corte

Início Matrizes

Terneiros

Engorda e

tratamento

Venda Fim

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PROCESSO PRODUTIVO DA SOJA

PRODUTO/ATIVIDADE CUSTO VARIÁVEL há CUSTO 8 ha

Insumos Agrícolas 1.103,89 8.831,12

Adubo 365,25 2.922,00

Semente 356,25 2.850,00

Defensivos 382,39 3.059,12

Serviços 565,00 4.520,00

Plantio 125,00 1.000,00

Aplicação de defensivos (5x) (20,00) 100,00 800,00

Colheita e transporte 340,00 2.720,00

CUSTO TOTAL 1.668,89 13.351,12

Ilustração 8: Custos do Processo Produtivo da Soja. Fonte: Produção da Pesquisadora.

Dessa forma, em relação aos insumos agrícolas, que compreende produtos

como adubo, sementes e os demais tipos de defensivos agrícolas utilizados para

proteção e desenvolvimento da planta, compõe um custo de R$ 1.103,89 por ha, ou

seja, no montante total dos gastos com insumos, esse valor vai ser de R$ 8.831,12.

Já em relação aos serviços de terceiros, que são referentes ao plantio do

produto, aplicação dos defensivos, colheita da produção e transporte até a cooperativa

onde será comercializado o produto, os gastos gerados foram de R$ 565,00 por ha,

no montante total esse valor vai ser de R$ 4.520,00.

Conforme consta na ilustração 8, o custo total de todo o processo produtivos

para a produção da Soja vai totalizar um custo para o produtor de R$ 13.351,12 e o

custo individual por ha será de R$ 1.668,89.

A Ilustração 9 se refere a Demonstração do Resultado do Exercício da

propriedade rural, onde o primeiro dado gerado, que corresponde a receita bruta foi

de R$ 25.500,00, dado este obtido em relação à quantidade de sacas colhidas, sendo

de 375 ou uma média de 46,88 sc por ha, multiplicado pelo preço de venda (preço de

tabela do dia da fatura) que foi de R$ 68,00 sc.

DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO PROCESSO PRODUTIVO DA SOJA

%

Quantidade de sacas produzidas 375

Preço Unitário por saca 68,00

(=) Receita Bruta 25.500,00

(-) Funrural 2,3% 586,50

(=) Receita Líquida 24.913,50

(-) Custo do Produto Vendido 13.351,12

(=) Lucro Bruto 11.562,38 MB: 46,41%

(-) Despesas Administrativas 0,00

(=) Lucro Líquido 11.562,38 ML: 46,41%

Ilustração 9: DRE do Processo Produtivo da Soja. Fonte: Produção da Pesquisadora.

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Após ter sido determinada a receita bruta deve-se fazer as deduções, a primeira

corresponde ao imposto chamado Funrural que incide sobre a venda da produção, a

uma taxa de 2,3%, após isso é deduzido ainda o custo do produto vendido, dado este

extraído da ilustração 8, referente ao custo total da produção e, chega-se então ao

lucro bruto, deste, são deduzidos as despesas administrativas (se tiver), e então

chega-se ao Lucro Líquido, onde a empresa gerou um valor de R$ 11.562,38.

A relação dos custos da produção de soja, é formada tendo por base o custo

por ha e o custo total. Já os custos referentes a criação de gado de corte serão

analisados em sua totalidade.

De acordo com a ilustração 10, pode-se perceber que em relação a

alimentação, o custo que o produtor possui anualmente totaliza aproximadamente R$

8.880,00, sendo que este valor compreende os custos relacionados a compra do milho

para a silagem, do sal mineral e do sal comum, onde é utilizado uma saca mensal de

cada tipo e, ainda, a implantação da pastagem, onde o produtor aderiu o uso de

cultivares perenes, para não ter a necessidade de plantar novamente, em cada

estação.

PROCESSO PRODUTIVO DA CRIAÇÃO DE GADO DE CORTE

PRODUTO/ATIVIDADE CUSTO POR ANO

Alimentação 8.880,00

Silagem 6.720,00

Sal Mineral/Comum 960,00

Implantação de Pastagem 1.200,00

Insumos 1.800,00

Medicamentos 1.440,00

Lona para Silagem 360,00

CUSTO TOTAL 10.680,00

Ilustração 10: Custos do Processo Produtivo do Gado de Corte. Fonte: Produção da Pesquisadora.

Em relação aos insumos, o custo total gerado no ano para o produtor foi de

aproximadamente R$ 1.800,00. Fazem parte deste valor, os custos com

medicamentos, onde são utilizados medicamentos de forma preventiva, como por

exemplo, os anti-helmínticos, vacinações obrigatórias de brucelose e, na forma

curativa, os carrapaticidas e mosquicidas, que contribuem na busca de promover uma

melhor qualidade do bem-estar animal. Já em relação ao armazenamento do milho, o

produtor utiliza lona para garantir e manter sua qualidade, tendo um custo de R$

360,00 anualmente.

Portanto, com base nos dados citados anteriormente, pode-se perceber que o

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custo total de todo o processo produtivo para a criação do gado de corte, vai totalizar

um custo para o produtor de aproximadamente R$ 10.680,00.

A Ilustração 11, faz referência à Demonstração do Resultado do Exercício da

propriedade rural, em relação ao processo produtivo do gado, onde o primeiro dado

corresponde a receita bruta que foi de R$ 19.800,00, obtido em relação à venda de

12 cabeças de gado, com uma média de 300 Kg cada. O produtor alinhou sua

produção de matrizes, para que a cada mês consiga vender 1 cabeça de gado gordo,

com uma média de 300 Kg, demorou algum tempo até se formar um plantel para a

execução deste processo. No ano de 2015, o produtor iniciou essa forma de

comercialização. Portanto, essa receita bruta refere-se ao valor das vendas obtidos

durante todo o ano de 2015 e não do total de cabeças que o produtor possui em sua

propriedade, atualmente são 32, incluídos matrizes, touro, novilhas e terneiros.

DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO PROCESSO PRODUTIVO DO GADO DE CORTE

%

Quantidade de cabeças* 12

Preço por kg 5,50

(=) Receita Bruta 19.800,00

(-) Funrural 2,3% 455,40

(=) Receita Líquida 19.344,60

(-) Custo do Produto Vendido 10.680,00

(=) Lucro Bruto 8.664,60 MB: 44,79%

(-) Despesas Administrativas 0,00

(=) Lucro Líquido 8.664,60 ML: 44,79%

Ilustração 11: DRE do Processo Produtivo do Gado de Corte. Fonte: Produção da Pesquisadora.

Após determinada a receita bruta, deduziu-se o Funrural, a uma taxa de 2,3%,

depois foi deduzido também o custo do produto vendido e, chegou-se ao Lucro

Líquido, onde obteve-se um valor de R$ 8.664,60 referente ao ano de 2015.

3.3 DESEMPENHO ECONÔMICO

Após feita a relação dos custos e a DRE das duas atividades é necessário

analisar o desempenho econômico de ambas. Para isso, a análise foi feita a partir do

lucro líquido, analisando também qual seria o desempenho por mês, por Ha, pela

margem bruta e margem líquida, rentabilidade, receita líquida por Ha e um

comparativo entre custo e receita.

Em relação, ao Lucro Líquido, gerado pelas atividades no final de um ano,

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conforme ilustração 12, pode-se perceber que a Soja foi mais lucrativa, gerando um

lucro para o produtor de R$ 11.562,38, enquanto que o lucro do gado de corte foi de

R$ 8.664,60.

DESEMPENHO ECONÔMICO

ATIVIDADE LUCRO LÍQUIDO

Soja R$ 11.562,38

Gado de Corte R$ 8.664,60

Ilustração 12: Lucro Líquido Total Fonte: Produção da Pesquisadora.

De acordo com a análise feita deste lucro mensal, na ilustração 13, a produção

de Soja ainda se torna mais lucrativa, gerando um lucro mensal de R$ 963,53 e o

gado de corte R$ 722,05.

DESEMPENHO ECONÔMICO

ATIVIDADE LUCRO LÍQUIDO POR MÊS

Soja R$ 963,53

Gado de Corte R$ 722,05

Ilustração 13: Lucro Líquido mensal Fonte: Produção da Pesquisadora.

Em relação ao lucro por hectare, o resultado para a Soja foi de R$ 1.445,29 por

Ha, levando em conta que a área total é de 8 Ha. Para o gado de corte, o resultado

foi de R$ 666,50 por Ha, em uma área de 13 Ha.

DESEMPENHO ECONÔMICO

ATIVIDADE LUCRO LÍQUIDO POR HÁ

Soja R$ 1.445,29

Gado de Corte R$ 666,50

Ilustração 14: Lucro Líquido por Ha Fonte: Produção da Pesquisadora.

Analisando a margem bruta e margem líquida, conforme ilustração 15, o

resultado obtido não teve muita diferença, sendo de 46,41% de ambas para a soja e

de 44,79% de ambas para o gado de corte.

DESEMPENHO ECONÔMICO

ATIVIDADE MB ML

Soja 46,41% 46,41%

Gado de Corte 44,79% 44,79%

Ilustração 15: Margem Bruta e Margem Líquida Fonte: Produção da Pesquisadora.

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Em relação à rentabilidade da produção das atividades, a Soja também se

mostra mais rentável, apresentando um percentual gerado de 86,6% e o gado

apresentou uma rentabilidade um pouco menor do que a da soja, sendo o percentual

de 81,1%.

DESEMPENHO ECONÔMICO

ATIVIDADE RENTABILIDADE

Soja 86,6%

Gado de Corte 81,1%

Ilustração 16: Rentabilidade Fonte: Produção da Pesquisadora.

Fazendo-se uma análise com base na receita líquida gerada por Ha, por cada

uma das atividades, pode-se perceber que a Soja também acaba gerando uma receita

maior, sendo de R$ 3.114,19, já a receita por Ha gerada pelo gado é de R$ 1.488,50.

Porém cabe ressaltar que o gado ocupa uma área maior de Ha do que a Soja.

DESEMPENHO ECONÔMICO

ATIVIDADE RECEITA LÍQUIDA POR HÁ

Soja R$ 3.114,19

Gado de Corte R$ 1.488,50

Ilustração 17: Receita Líquida por Ha Fonte: Produção da Pesquisadora.

Analisando o comparativo do custo por Ha e receita por Ha, pode-se perceber

que a Soja também se torna mais lucrativa pelo fato de que o custo para ser produzido

R$ 1,00 de receita da soja é de 53,59% e para produzir este mesmo valor no gado, o

custo será de 55,21%.

DESEMPENHO ECONÔMICO

ATIVIDADE COMPAR. CUSTO/RECEITA POR HÁ

Soja 53,59%

Gado de Corte 55,21%

Ilustração 18: Comparativo Custo/Receita por Ha Fonte: Produção da Pesquisadora.

3.4 ANÁLISE COMPARATIVA

Para se realizar a análise entre as duas atividades realizadas na propriedade,

levou-se em conta a receita líquida gerada por ambas as atividades no período de um

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ano, ou seja, qual a renda que o produtor gerou com cada uma das atividades no

período de um ano.

Para a análise da Soja, utilizou-se dados da safra 2015/2016, onde através

desta produção, a receita gerada seria utilizada em todo o ano, até a próxima safra.

Já para a análise da produção do gado de corte, o produtor alinhou sua produção de

matrizes, para que a cada mês consiga vender 1 cabeça de gado gordo, com uma

média de 300 Kg cada, esse processo demorou algum tempo até se formar um plantel

para a execução. Atualmente o produtor conta com um total de 32 cabeças, porém,

como seu objetivo é ter uma renda mensal, ele vende apenas uma unidade por mês.

Dessa forma, utilizou-se dados de todo o ano de 2015, com a renda gerada neste

mesmo ano, com a venda de doze unidades com uma média de 300 Kg cada.

De forma resumida, a seguir, a ilustração 19 retrata o comparativo de ambas

as atividades em relação aos diferentes critérios analisados e especificados

anteriormente no item 3.3.

COMPARATIVO

ANÁLISE SOJA GADO DE CORTE

Lucro Líquido R$ 11.562,38 R$ 8.664,60

Lucro Líquido Mensal R$ 963,53 R$ 722,05

Lucro Líquido por Há R$ 1.445,29 R$ 666,50

Margem Bruta 46,41% 46,41%

Margem Líquida 44,79% 44,79%

Rentabilidade 86,6% 81,1%

Receita Líquida por Há R$ 3.114,19 R$ 1.488,05

Compar. Custo/Receita por Há 53,59% 55,21%

Ilustração 19: Análise Comparativa das Atividades Fonte: Produção da Pesquisadora.

Em relação, somente ao Lucro Líquido, gerado pelas atividades no final de um

ano, pode-se perceber que a Soja gerou um lucro para o produtor de R$ 11.562,38, e

o lucro do gado de corte foi de R$ 8.664,60.

De acordo com a análise feita deste lucro mensal, a produção de Soja gerou

um lucro mensal de R$ 963,53 e o gado de corte R$ 722,05.

Em relação ao lucro por hectare, o resultado para a Soja foi de R$ 1.445,29 por

Ha, levando em conta que a área total é de 8 Ha. Para o gado de corte, o resultado

foi de R$ 666,50 por Ha, em uma área de 13 Ha.

Analisando a margem bruta e margem líquida, o resultado foi de 46% de ambas

para a soja e de 45% de ambas para o gado de corte.

Em relação à rentabilidade da produção das atividades, a Soja gerou um

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percentual de 86,6% e o gado um percentual de 81,1%.

Fazendo-se uma análise com base na receita líquida gerada por Ha, por cada

uma das atividades realizadas, pode-se perceber que a Soja gerou uma receita de R$

3.114,19 enquanto a receita por Ha gerada pelo gado é de R$ 1.488,50.

Analisando o comparativo do custo por Ha e receita por Ha, pode-se perceber

que o custo para a geração de receita da soja é de 53,59% e para produzir este mesmo

valor no gado, o custo será de 55,21%.

Portanto, diante das análises anteriormente realizadas e comparadas, o

resultado obtido é de que a Soja acaba sendo mais lucrativa e rentável em todos os

critérios, nesta forma de produção/comercialização. Porém, deve-se levar em conta

que esses valores podem variar de acordo com o mercado, com a área utilizada, com

as variações de preços e, com a oscilação e interferências ambientais e climáticas e

ainda, que no caso do gado de corte, o produtor comercializou apenas uma unidade

por mês, 12 unidades no ano analisado, tendo restado ainda 32 cabeças no total

(incluindo as matrizes, touro, novilhas e terneiros), o que ainda poderia gerar uma

receita maior, caso o produtor optasse por vender mais unidades de sua produção.

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4 RECOMENDAÇÕES

Recomenda-se ao produtor que continue com as duas atividades, mesmo que

elas apresentem uma certa diferença entre o lucro gerado. Vale ressaltar que em

relação ao gado de corte, a receita obtida vai estar relacionada a quantidade vendida

e, que a produção da soja estará sempre dependente de fatores climáticos, fatos

esses que podem alterar o desempenho e os resultados das mesmas.

Também é recomendado que o produtor realize com frequência o controle das

atividades da propriedade e que faça um arquivo de notas e um controle simples de

caixa, para com isso, facilitar posteriores pesquisas ou simples análises de resultado

da propriedade.

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CONCLUSÃO

A pesquisa foi realizada em uma propriedade rural, onde eram realizados dois

tipos de atividades, porém de forma separada, ou seja, uma não interfere no

desempenho da outra. O principal problema encontrado na propriedade era saber qual

das duas atividades estava sendo mais lucrativa para o produtor e, com isso, saber

se era mesmo viável prosseguir com as duas atividades, que era o plantio de soja e a

criação de gado de corte.

Inicialmente, para a elaboração da pesquisa, foi necessário recolher toda a

documentação, como notas e demais controles do produtor, para que dessa forma

pudesse ser feita uma relação dos principais custos e despesas que a mesma possui

com a realização das atividades. Após, realizou-se as DRE de cada uma delas, foi

realizado também as análises de desempenho e, após isso, foi feito a análise

comparativa das mesmas para se chegar ao objetivo principal do trabalho e, com isso

saber qual delas está sendo mais lucrativa.

Por meio da análise comparativa, pode-se perceber que ambas as atividades

têm a capacidade de gerar lucro e que as diferenças dos valores analisados ficam

próximos, contudo, a soja obteve um leve destaque em relação ao gado, em todas as

análises realizadas.

Cabe ressaltar que mesmo as atividades mostrando uma pequena diferença no

resultado final, ambas são consideradas viáveis e, justamente por isso é que se

recomenda que o produtor prossiga com elas. Além disso, é muito importante que o

proprietário utilize novas formas de controle das atividades, possibilitando assim

posteriores pesquisas ou mesmo análises que ele mesmo poderá fazer do

desempenho de sua propriedade.

O presente trabalho pode servir de base para posteriores estudos e pesquisas

na área rural, assim como também servir de exemplo para aplicação em outras

propriedades que exerçam atividade igual ou semelhante a esta.

Esta pesquisa foi de grande valia tanto para a pesquisadora, quanto para o

proprietário, visto que possibilitou para ambos um maior aprendizado na área, além

de o problema principal encontrado na propriedade poder ter sido resolvido.

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