FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA E O PDDU DE SALVADOR.
-
Upload
ana-laura-castro-goncalves -
Category
Documents
-
view
218 -
download
2
Transcript of FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA E O PDDU DE SALVADOR.
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA
E O PDDU DE SALVADOR
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADEORIGEM E CONCEITO
• Revolução Francesa
• Propriedade como direito natural• Protegia o indivíduo contra excessivo
poder do Estado
• Mudança de concepção
• O interesse individual deve ser visto sob a ótica coletiva
FUNÇAÕ SOCIAL DA PROPRIEDADEORIGEM E CONCEITO
• O princípio da função social da propriedade
• NÃO é limitação ao direito de propriedade• Elemento constitutivo da propriedade
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
• CF/1967
• Expressamente citada
• CF/1988
• Direitos e garantias fundamentais: art. 5º, XXII e XXIII
• Princípios gerais da atividade econômica: art. 170, III• Propriedade rural (art. 186) e propriedade urbana (art.
182)
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA
• PROPRIEDADE RURAL
• Art. 186 - A função social é
cumprida quando a
propriedade rural atende,
simultaneamente, segundo
critérios e graus de exigência
estabelecidos em lei, aos
seguintes requisitos:
PROPRIEDADE URBANA
• Art. 182,§ 2º - A propriedade
urbana cumpre sua função
social quando atende às
exigências fundamentais de
ordenação da cidade
expressas no plano diretor.
ESTATUTO DA CIDADE E PLANO DIRETOR
• Estatuto da Cidade (Lei 10.257 de 2001)
• Estabelece normas de ordem pública e interesse
social que regulam o uso da propriedade urbana
em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-
estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio
ambiental (art.1º, parágrafo único, EC)
ESTATUTO DA CIDADE E PLANO DIRETOR
• Diretrizes da política urbana (art 2º, EC)
• garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;
• gestão democrática por meio da participação da população
• ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;b) a deterioração de áreas urbanizadas;c) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como pólos geradores de tráfego, sem a previsão da infra-estrutura correspondente;d) a poluição e a degradação ambiental;
ESTATUTO DA CIDADE E PLANO DIRETOR
• Sanções (art. 182,§ 4º,CF e art. 5º a 8º, EC)
• Parcelamento ou edificação compulsórios (art. 5º, EC)• Para o solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado
§ 1o Considera-se subutilizado o imóvel:
I – cujo aproveitamento seja inferior ao mínimo definido no plano diretor ou em legislação dele decorrente
• IPTU Progressivo (art. 7º, EC)
• Aplicação subsidiária• Majoração da alíquota pelo prazo de cinco anos consecutivos
ESTATUTO DA CIDADE E PLANO DIRETOR
• Sanções (art. 182,§ 4º,CF e art. 5º a 8º, EC)
• Desapropriação com pagamento em títulos (art. 8º, EC)
• Se descumprimento (parcelamento, edificação ou utilização) persistir após 5 anos de IPTU progressivo
• Indenização = valor de base de cálculo do IPTU - o valor utilizado com obras realizadas
• Pagamento com títulos da dívida pública resgatados em até 10 anos
USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA
• CF/88 Art. 183• Lei 10257/01 (art. 9º e art. 10)• Art. 1240 CC/02
USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA
• Individual (art. 9º)
• Coletiva (art. 10)
• Legislação
• ART.183, § 3º, CF
• Art. 102, CC
• Súmula 340, STF
PROIBIÇÃO DE USUCAPIR ÁREAS PÚBLICAS
JURISPRUDÊNCIA
• MESMO DE BOA-FÉ, OCUPAÇÃO DE ÁREA PÚBLICA NÃO GERA DIREITO À INDENIZAÇÃO POR BENFEITORIAS:
– O PARTICULAR QUE OCUPA ÁREA PÚBLICA NÃO TEM DIREITO À INDENIZAÇÃO POR BENFEITORIAS QUE TENHA CONSTRUÍDO, MESMO QUE A OCUPAÇÃO TENHA OCORRIDO DE BOA-FÉ.
• PARA A SEGUNDA TURMA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ), AS REGRAS DO DIREITO CIVIL NÃO SÃO APLICÁVEIS AOS IMÓVEIS PÚBLICOS, JÁ QUE AS BENFEITORIAS NÃO SÓ NÃO BENEFICIAM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA COMO GERAM CUSTOS AO ERÁRIO EM RAZÃO DA DEMOLIÇÃO E RECUPERAÇÃO DAS ÁREAS.
DIREITO CIVIL. TERRAS PÚBLICAS. REIVINDICATÓRIA. OCUPAÇÃO DE BOA-FÉ. BENFEITORIAS/ACESSÕES. INDENIZAÇÃO.
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO. RESTANDO CERTA A BOA-FÉ DOS
PARTICULARES NA OCUPAÇÃO DE LOTES LOCALIZADOS EM
TERRAS PÚBLICAS, CORRETO O ÉDITO MONOCRÁTICO DE
DESOCUPAÇÃO, TODAVIA, CRISTALINO O DIREITO À
INDENIZAÇÃO PELAS BENFEITORIAS EFETUADAS, SOB PENA DE
RETENÇÃO, PORQUANTO NÃO SE ADMITE O ENRIQUECIMENTO
ILÍCITO DO PROPRIETÁRIO.
EMENTA: USUCAPIÃO - IMÓVEL - NÃO COMPROVAÇÃO DE PERTENCER À
MUNICIPALIDADE - AUSÊNCIA DE REGISTRO IMOBILIÁRIO E ORIGEM -
SUJEIÇÃO À USUCAPIÃO - COMPROVAÇÃO DE POSSE MANSA E PACÍFICA
PELO PERÍODO EXIGIDO EM LEI - CONFIGURAÇÃO DA PRESCRIÇÃO
AQUISITIVA. PELA USUCAPIÃO, MODO ORIGINÁRIO DE AQUISIÇÃO DO
DOMÍNIO, PRETENDE O LEGISLADOR ATRIBUIR JURIDICIDADE A SITUAÇÕES
DE FATO QUE SE ALONGAM NO TEMPO, TRANSFORMANDO ESTA SITUAÇÃO
DE FATO EM SITUAÇÃO DE DIREITO.HAVENDO O PREENCHIMENTO DE TODOS
OS REQUISITOS EXIGIDOS PARA A CONFIGURAÇÃO DA USUCAPIÃO, DEVE-SE
RECONHECER A OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO AQUISITIVA.A
MUNICIPALIDADE NÃO PODE ARROGAR COMO DE SUA PROPRIEDADE TODOS
OS IMÓVEIS SEM REGISTRO, TENDO O ÔNUS DE COMPROVAR QUE SE TRATA
DE TERRA DEVOLUTA OU DE DOMÍNIO PÚBLICO.NÃO SE CONFIGURA COMO
TERRA DEVOLUTA, OU SEJA, ABANDONADA, AQUELA SEM REGISTRO QUE É
UTILIZADA POR PARTICULAR COM POSSE 'AD USUCAPIONEM
FORMAS DE UTILIZAÇÃO DAS ÁREAS PÚBLICAS
• AUTORIZAÇÃO DE USO
• PERMISSÃO DE USO
• CONCESSÃO DE USO
• CONCESSÃO DE DIREITO REAL DE USO
• CESSÃO DE USO
CONCESSÃO DE USO ESPECIAL DE IMÓVEL URBANO
• MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.220, DE 4 DE SETEMBRO DE 2001
• CRÍTICAS A ESSA MEDIDA:
- FERE AS AUTONOMIAS LOCAIS E REGIONAIS
- FLAGRANTEMENTE INCONSTITUCIONAL, POR DISPOR DE BENS
PERTENCENTES A OUTROS ENTES DA FEDERAÇÃO
- PREMIA QUEM INVADIU OS IMÓVEIS PÚBLICOS DE USO COMUM
DO POVO, OU, AS ÁREAS DE MANANCIAIS OU DE PRESERVAÇÃO
AMBIENTAL ETC.
SALVADOR.FORMAÇÃO HISTÓRICA E CONTRASTES
• Pelourinho • Feito em caráter de urgência e preocupação.• Estilo barroco-português.• Como compatibilizar com o PDDU ?
(Acessibilidade)Pituba• Plano cidade luz • Reformas atuais• Desigualdade social
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
• Função social da propriedade urbana
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano,
executada pelo Poder Público municipal,
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por
objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e garantir o bem- estar
de seus habitantes.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
• Art. 182, § 2º – A propriedade urbana cumpre
sua função social quando atende às exigências
fundamentais de ordenação da cidade
expressas no plano diretor.expressas no plano diretor.
Salvador e o PDDU
PDDU
Salvador e o PDDU.• A lei que, em tese, ordenaria a vida da cidade do
Salvador: edificações, áreas de lazer, ocupações dos espaços públicos, os limites do que pode e não pode se fazer nos espaços urbano e rural do município.
• Elaboradores• Técnicos da Prefeitura (Secretaria de planejamento)• Conselho de notáveis (Condurd).• Câmara de vereadores (Aprovação).
Salvador.PDDU, Formação histórica e contrastes
• Em 320 anos a cidade era relativamente ordenada e possuía 700.000 habitantes.
• De 1970 para a 2010 a população saltou para 2.820.000 habitantes.• Contingente é pobre, migrante, sem qualificação profissional adequada• Ocupação de espaços de acordo com as posses construtivas• Invasões que consolidaram em bairros: Liberdade, São Caetano, Sussunga, Paz, Calabar, etc.
Salvador.PDDU, Formação histórica e contrastes
• De Imbassahy (1997) para João Henrique (2007), em dez anos, a cidade cresceu em população 800.000 mil pessoas.
• Pontos não considerados pela prefeitura.• Os impactos da liberação do gabarito da orla sobre
o trânsito.• A circulação dos ventos.• A temperatura da cidade e a iluminação das praias.
Salvador.PDDU, Formação histórica e contrastes
• Em 320 anos a cidade era relativamente ordenada e possuía 700.000 habitantes.
• De 1970 para a 2010 a população saltou para 2.820.000 habitantes.• Contingente é pobre, migrante, sem qualificação profissional adequada• Ocupação de espaços de acordo com as posses construtivas• Invasões que consolidaram em bairros: Liberdade, São Caetano, Sussunga, Paz, Calabar, etc.
Salvador e o PDDU.• Pontos a considerar
• Taxas de licenciamento, ISS, IPTU e outros tributos decorrentes da verticalização da orla passariam a dar mais lucro ao município, que possui a segunda pior arrecadação municipal per capita do Brasil.
• A verticalização será a saída natural do mercado imobiliário, pois restam apenas 14% de terrenos vazios na capital baiana
Salvador e o PDDU.• Pontos negativos
• Não contempla as diretrizes de acessibilidade definidas em leis e decretos federais.
• Ambigüidade no zoneamento da Avenida Paralela.
Salvador e o PDDU.• Pontos positivos
• Implantação do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) progressivo no tempo para prédios abandonados.
• Criação de Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) .• Regularização fundiária e urbanística
• Criação do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano (Fundurbs).
AS BARRACAS DE PRAIA EM SALVADOR
O PROBLEMA QUE PARECE NÃO TER FIM!
LEI Nº 7661/88
• ART. 2º, PARÁGRAFO ÚNICO - PARA OS EFEITOS DESTA LEI, CONSIDERA-SE
ZONA COSTEIRA O ESPAÇO GEOGRÁFICO DE INTERAÇÃO DO AR, DO MAR E DA
TERRA, INCLUINDO SEUS RECURSOS RENOVÁVEIS OU NÃO, ABRANGENDO
UMA FAIXA MARÍTIMA E OUTRA TERRESTRE, QUE SERÃO DEFINIDAS PELO
PLANO.
• ART.5º, § 1º - OS ESTADOS E MUNICÍPIOS PODERÃO INSTITUIR, ATRAVÉS DE LEI,
OS RESPECTIVOS PLANOS ESTADUAIS OU MUNICIPAIS DE GERENCIAMENTO
COSTEIRO, OBSERVADAS AS NORMAS E DIRETRIZES DO PLANO NACIONAL E O
DISPOSTO NESTA LEI, E DESIGNAR OS ÓRGÃOS COMPETENTES PARA A
EXECUÇÃO DESSES PLANOS.
LEI Nº 7661/88• ART.6º, § 1º - A FALTA OU DESCUMPRIMENTO, MESMO
PARCIAL DAS CONDIÇÕES DO LICENCIAMENTO PREVISTO NESTE ARTIGO SERÃO SANCIONADOS COM INTERDIÇÃO OU DEMOLIÇÃO, SEM PREJUÍZO DA COMINAÇÃO DE OUTRAS PENALIDADES PREVISTAS EM LEI.
• ART. 10 - AS PRAIAS SÃO BENS PÚBLICOS DE USO COMUM DO POVO, SENDO ASSEGURADO, SEMPRE, LIVRE E FRANCO ACESSO A ELAS E AO MAR, EM QUALQUER DIREÇÃO E SENTIDO, RESSALVADOS OS TRECHOS CONSIDERADOS DE INTERESSE DA SEGURANÇA NACIONAL OU INCLUÍDOS EM ÁREAS PROTEGIDAS POR LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA.
A LEI Nº 7661/88 § 1º - NÃO SERÁ PERMITIDA A URBANIZAÇÃO OU QUALQUER FORMA DE
UTILIZAÇÃO DO SOLO NA ZONA COSTEIRA QUE IMPEÇA OU DIFICULTE O
ACESSO ASSEGURADO NA CAPUT DESTE ARTIGO.
§ 2º - A REGULAMENTAÇÃO DESTA LEI DETERMINARÁ AS CARACTERÍSTICAS
E AS MODALIDADES DE ACESSO QUE GARANTAM O USO PÚBLICO DAS
PRAIAS E DO MAR.
§ 3º - ENTENDE-SE POR PRAIA A ÁREA COBERTA E DESCOBERTA
PERIODICAMENTE PELAS ÁGUAS, ACRESCIDA DA FAIXA SUBSEQUENTE DE
MATERIAL DETRÍTICO, TAL COMO AREIAS, CASCALHOS, SEIXOS E
PEDREGULHOS ATÉ O LIMITE ONDE INICIE A VEGETAÇÃO NATURAL, OU, EM
SUA AUSÊNCIA, ONDE COMECE UM OUTRO ECOSSISTEMA.
FIM