FRESA CNC CONTROLADA POR...

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADEMICO DE ELETROTÉCNICA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL FELIPE DOMENI DA SILVA FERNANDES GABRIEL MARTIN CASTANHO LEANDRO DE OLIVEIRA GOMES FRESA CNC CONTROLADA POR MICROCONTROLADOR TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CURITIBA 2017

Transcript of FRESA CNC CONTROLADA POR...

  • UNIVERSIDADE TECNOLGICA FEDERAL DO PARAN

    DEPARTAMENTO ACADEMICO DE ELETROTCNICA

    CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM AUTOMAO INDUSTRIAL

    FELIPE DOMENI DA SILVA FERNANDES

    GABRIEL MARTIN CASTANHO

    LEANDRO DE OLIVEIRA GOMES

    FRESA CNC CONTROLADA POR MICROCONTROLADOR

    TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO

    CURITIBA

    2017

  • FELIPE DOMENI DA SILVA FERNANDES

    GABRIEL MARTIN CASTANHO

    LEANDRO DE OLIVEIRA GOMES

    FRESA CNC CONTROLADA POR MICROCONTROLADOR

    Trabalho de Concluso de Curso de graduao, apresentado como pr-requisito para a obteno do ttulo de Tecnlogo, do Curso Superior de Tecnologia em Automao Industrial do Departamento Acadmico de Eletrotcnica DAELT da Universidade Tecnolgica Federal do Paran UTFPR. Orientador: Prof. Dr. Marcelo Rodrigues

    CURITIBA

    2017

  • FELIPE DOMENI DA SILVA FERNANDES GABRIEL MARTIN CASTANHO

    LEANDRO DE OLIVEIRA GOMES

    FRESA CNC CONTROLADA POR MICROCONTROLADOR Este Trabalho de Diplomao foi julgado e aprovado como requisito parcial para a obteno do Ttulo de Tecnlogo em Automao Industrial, do Curso Superior de Tecnologia em Automao Industrial da Universidade Tecnolgica Federal do Paran.

    Curitiba, 29 de junho de 2017.

    ____________________________________ Prof. Me. Ednilson Soares Maciel

    Coordenador de Curso Departamento Acadmico de Eletrotcnica

    ____________________________________ Prof. Me. Thiago Alberto Rigo Passarin

    .

    Responsvel pelo Trabalho de Diplomao da Tecnologia Departamento Acadmico de Eletrotcnica

    BANCA EXAMINADORA

    ________________________________ Prof. Dr. Marcelo Rodrigues Universidade Tecnolgica Federal do Paran Orientador

    _____________________________________ Prof. Me. Jos da Silva Maia Universidade Tecnolgica Federal do Paran _____________________________________ Prof. Dra. Lilian Moreira Garcia Universidade Tecnolgica Federal do Paran _____________________________________ Prof. Dra. Luciane Brandalise Universidade Tecnolgica Federal do Paran

    A Folha de Aprovao assinada encontra-se na Coordenao do Curso.

  • A equipe dedica esse trabalho as famlias

    Pelos momentos de ausncia E a comunidade acadmica da UTFPR

    Pelo aprendizado

  • RESUMO

    FERNANDES, Felipe D. S., CASTANHO, Gabriel M. GOMES, Leandro O. FRESA CNC CONTROLADA POR MICROCONTROLADOR. 2017. 63p. Trabalho de concluso de curso de tecnologia em automao industrial Departamento acadmico de eletrotcnica, Universidade Tecnolgica Federal do Paran, Curitiba, PR 2017. O presente trabalho aborda a evoluo das mquinas ferramentas as quais so responsveis pela criao de peas e tambm pela criao de outras mquinas. Tendo em vista a movimentao da mquina, que antes era capaz de mover apenas um eixo por vez, para controles mais modernos capazes de mover simultaneamente os trs eixos. Sendo as mquinas ferramentas mais primitivas controladas por mos humanas e que normalmente exigiam mais de um operador, os sistemas atuais evoluram radicalmente, onde apenas um operador atua no controle geral da mquina. Essa forma de usinar dispensando a mo de obra excedente exigiu a insero dos computadores nos meios industriais. Com a necessidade de criar cada vez mais peas iguais e com menores desperdcios e tempo de produo, os comandos numricos tiveram seu destaque no setor industrial. Por conseguinte, o uso de controles computadorizados, antes considerados artigo de luxo, nos tempos atuais se fazem indispensveis. Assim objetivou-se construir um prottipo de uma fresadora CNC (comando numrico computadorizado). O desenvolvimento da mesma exigiu integrar vrios softwares a fim de obter um prottipo totalmente automatizado. Para tal, a comunicao entre o Arduino e o computador foi feita utilizando o Software Universal Gcode Sender, o qual somado ao GRBL permitiu a programao do microcontrolador. A modelagem em 3D foi executada com o auxlio do Sketchup Make. Todos os programas utilizados so gratuitos e apresentaram uma boa interao entre si e o Arduino. Para comprovar o funcionamento geral da estrutura foram usinadas peas em dois materiais diferentes, sendo eles o acrlico e o MDF os quais permitiram comprovar que projetos CNC baseados em microcontroladores funcionam corretamente. Palavras-chave: Mquina ferramenta. Fresa CNC. CNC com microcontrolador.

  • ABSTRACT

    FERNANDES, Felipe D. S., CASTANHO, Gabriel M. GOMES, Leandro O. CNC MILLING CUTTER CONTROLLED BY MICROCONTROLLER. 2017. 63p. Course conclusion work of technology in industrial automation Academic department of electro technics, Federal Technological University of Paran, Curitiba, PR 2017. The following task talks about the evolution of the tool machines that are responsible for the creation of pieces and even of other machines. Looking for the machine moves, that in the past was able to move only one axis for attempt, for more modern controls that are capable of moving the three axes simultaneously. The most primitive tool machines were controlled by human hands and normally needed more than one operator, the current systems radically evolved to a system that only one operator acts in the general control of the machine. This way to machine avoiding the over manpower demanded the inclusion of computers in the industrial environment. With the need of create each time more equal pieces and with less waste of time and production, the numerical control had their feature in the industrial department. Consequently, the use of computerized controls, previously considered lux articles, currently is indispensable. Thereby it was aimed to construct a prototype of a CNC milling (computer numeric control). The development of the machine required the integration of several computer programs in order to obtain a prototype full automatized. For such, the communication between the Arduino and the computer was done using the software Universal Gcode Sender, which in addition to GRBL allowed the programming of the microcontroller. The 3D modeling was done with the software Sketchup Make. All the software used are open source and had a fine interaction between them and Arduino. To prove the general operation of the structure were machined pieces in two different materials, being them acrylic and MDF those allowed prove that CNC projects based on microcontrollers work correctly. Keywords: Tool machine. CNC milling cutter. CNC with microcontroller.

  • LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 1- Modelo 3D fresa CNC ................................................................................ 38

    Figura 2 - Simulao da placa Fritzing ................................................................... 39

    Figura 3 - PCB ........................................................................................................... 40

    Figura 4 - Esquema eltrico Fritzing .......................................................................... 41

    Figura 5 - Motor de passo NEMA 17 ......................................................................... 43

    Figura 6 - EasyDriver ................................................................................................ 44

    Figura 7 - Chaves fim de curso ................................................................................. 45

    Figura 8 - Arduino UNO ............................................................................................. 47

    Figura 9 - Mini furadeira AD-19 ................................................................................. 49

    Figura 10 - Confeco PCB....................................................................................... 50

    Figura 11 - Gabinete ................................................................................................. 51

    Figura 12 - Botoeiras ................................................................................................. 52

    Figura 13 - Corredias metlicas ............................................................................... 53

    Figura 14 - Parafuso de rosca sem fim com porca .................................................... 54

    Figura 15 - Teste de calibrao 36 pontos ................................................................ 58

    Figura 16 - Teste de calibrao 100 pontos .............................................................. 59

    Figura 17 - Pea de teste para preciso e exatido .................................................. 60

    Figura 18 - Pea usinada em acrlico ........................................................................ 61

    Figura 19 - Pea usinada em MDF ............................................................................ 61

  • LISTA DE SIGLAS

    3D Trs dimenses APR Anlise Preliminar de Riscos CLP Controlador lgico programvel CN Comando Numrico CNC Comando Numrico Computadorizado FAA Fora Area Americana FTA Fault Tree Analysis

    PPR Passos Por Revoluo

    RPM Rotaes Por Minuto

    TPM Total Productive Maintenance

    UGS Universal Gcode Sender

    USP Universidade de So Paulo

    VCC Volts em corrente contnua

  • LISTA DE ACRNIMOS

    CAD Computer Aided Design CAE Computer Aided Engineering CAM Computer Aided Manufacturing EAP Estrutura Anlitica do projeto FMEA Failure Mode and Effect Analysis MIT Massachusetts institute of technology NEMA National Electrical Manufacturing Association NIST National Institute of Standards of Technology

  • SUMRIO

    1. INTRODUO ...........................................................................................08

    1.1 TEMA ..........................................................................................................10

    1.1.1 Delimitao do Tema ..................................................................................10

    1.2 PROBLEMAS E PREMISSAS ....................................................................11

    1.3 OBJETIVOS ...............................................................................................12

    1.3.1 Objetivo geral .............................................................................................12

    1.3.2 Objetivos especficos ..................................................................................12

    1.4 JUSTIFICATIVA..........................................................................................13

    1.5 METODOLOGIA DE PESQUISA APLICADA .............................................14

    1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ...................................................................15

    2. FUNDAMENTAO TERICA .................................................................16

    2.1 EVOLUO DOS PROCESSOS DE PRODUO INDUSTRIAL..............16

    2.2 PROGRAMAO CNC ..............................................................................18

    2.3 SOFTWARES UTILIZADOS .......................................................................19

    2.3.1 SketchUp Make ..........................................................................................20

    2.3.2 GRBL 0.9J ..................................................................................................21

    2.3.3 SketchUCam ..............................................................................................21

    2.3.4 Makercam ...................................................................................................22

    2.3.5 Universal G-Code Sender ...........................................................................22

    2.4 PLANO DE MANUTENO .......................................................................23

    2.5 TIPOS DE MANUTENO ........................................................................24

    2.3.6 FMEA (Anlise de modos e efeitos de falha) ..............................................26

    2.3.7 Funcionamento Bsico do FMEA ...............................................................29

    2.4 NR 12 NORMA REGULAMENTADORA PARA MQUINAS E EQUIPAMENTOS ...................................................................................................35

    3. DESENVOLVIMENTO DO PROTTIPO ...................................................38

    3.1 MODELAGEM TRS DIMENSES ...........................................................38

    3.2 PLACA DE CIRCUITO IMPRESSO ............................................................39

    3.3 MOTORES DE PASSO NEMA17 ...............................................................41

    3.4 EASYDRIVER STEPPER MOTOR .............................................................43

    3.5 CHAVES FIM DE CURSO ..........................................................................44

    3.5.1 FUNES HOMING E HARD LIMIT ..........................................................45

    3.6 ARDUINO UNO ..........................................................................................46

    3.7 ESTRUTURAS MECNICAS .....................................................................47

    3.8 ASPECTOS DE MANTENABILIDADE .......................................................52

    3.8.1 Motores de passo: ......................................................................................53

  • 3.8.2 Corredias metlicas: .................................................................................53

    3.8.3 Eixos de transmisso (parafuso de rosca sem fim): ...................................54

    3.9 MANUTENO AUTNOMA ....................................................................55

    4. DESEMPENHO E TESTES ........................................................................56

    4.1 FUNCIONAMENTO GERAL DA MQUINA ...............................................56

    4.2 CALIBRAO DA MQUINA .....................................................................57

    4.3 TESTES DE PRECISO E EXATIDO ......................................................60

    4.4 ANLISE DOS RESULTADOS DOS TESTES ...........................................63

    5. CONCLUSO.............................................................................................64

    5.1 PROPOSTAS PARA TRABALHOS FUTUROS ..........................................66

    REFERNCIAS .......................................................................................................67

    APNDICE - 1 .........................................................................................................70

    APNDICE - 2 .........................................................................................................74

    APNDICE - 3 .........................................................................................................75

  • 8

    1. INTRODUO

    Este captulo abordar a utilizao de um microcontrolador (Arduino

    UNO) para realizar o controle de uma fresa CNC, a qual permitir a criao de peas

    a partir de um projeto pr-definido no controlador. O detalhamento do problema de

    pesquisa e as premissas adotadas, metodologias aplicadas, bem como os objetivos

    e suas justificativas, contando com o auxlio de um fluxograma do desenvolvimento e

    o diagrama de Gantt utilizado ao decorrer do projeto tambm sero partes

    integrantes deste captulo.

    Dentro do processo fabril o desenvolvimento de mquinas para

    aumentar a velocidade da produo, repetibilidade, bem como a melhoria da

    qualidade da mesma, se fez ao decorrer dos anos cada vez mais necessrio. Esse

    fato trouxe consigo a necessidade de criar e aprimorar tambm as mquinas que

    fazem peas e mquinas para fazerem mquinas, a fim de aprimorar a qualidade

    das mesmas. Assim as mquinas usadas para criar peas, as mquinas

    ferramentas, que eram limitadas a movimentao de um eixo por vez e dependiam

    totalmente da execuo manual comearam a ganhar maior importncia.

    Amrico Luiz de Azevedo (2008) afirma que a FAA - fora area

    americana, em 1947 se deu conta da importncia das mquinas ferramenta e de

    como elas poderiam representar um grande avano na fabricao de avies e

    materiais blicos. A partir disso custeou projetos para pesquisa e desenvolvimento

    de tecnologias que aprimorassem a qualidade das mesmas, sendo que em 1953

    demonstrou o prottipo da mquina de comando numrico no MIT.

    Inicialmente as mquinas de comando numrico tinham rotinas

    baseadas em diversos mtodos, os quais ainda necessitavam da ao humana para

    poderem executar corretamente. Avanos em estudos sobre novas tecnologias

    permitiram que os cartes magnticos, fitas perfuradas e afins fossem ao longo do

    tempo sendo substitudos por tecnologias mais avanadas e cada vez mais

    independentes, como os disquetes e sistemas de dados centralizados (AZEVEDO

    2008).

    O desenvolvimento dos comandos numricos acompanhou tambm a

    evoluo dos sistemas CAD (Computer Aided Design) e CAM (Computer Aided

  • 9

    Manufacturing), os quais integrados tecnologia empregadas nos CN permitiram

    que os mesmos conseguissem executar tarefas de maior complexidade. Joo Paulo

    Marciano professor da USP afirma que o CNC o dispositivo eletrnico que permite

    a mquina executar suas tarefas sem a necessidade de uma interveno do

    operador. A associao dos sistemas CAD/CAM aos comandos numricos exigiu

    que os mesmos passassem por melhorias e que os sistemas pudessem ser mais

    automatizados, reduzindo assim o grau de dependncia dos operadores e ao

    mesmo tempo aumentando o nvel de complexidade dos sistemas.

    Amrico Luiz de Azevedo em seu artigo os primrdios do controle

    numrico (2008) afirma que com a necessidade de sistemas mais complexos a

    sada encontrada foi padronizar as operaes e com isso foi criada uma linguagem

    padro para a programao dos CNCs, o cdigo G. No decorrer da dcada de 50 os

    primeiros CN passaram a obedecer a ordens diretas de computadores, assim

    caracterizando o incio da era CNC. Em meados de 1970, os sistemas CAD

    comearam a ter uma aplicao maior na indstria substituindo os desenhos

    manuais.

    A revoluo das mquinas com a tecnologia CAD/CAM embutida

    permitiu a interpretao das geometrias das peas, que de acordo com Marciano, ao

    serem traduzidas para cdigo G possibilitou as peas mais complexas serem

    usinadas pelas mquinas ferramentas de uso industrial como tornos, fresas, tupias

    entre outros.

    O avano tecnolgico permitiu que cada vez mais fossem utilizados

    computadores menores dedicados a uma funo especfica devido a eletrnica que

    permitiu utilizar processadores com capacidade de executar funes de

    computadores avanados a preos muito menores. Azevedo (2008) afirma que a

    necessidade de criar diversas peas iguais, com menor o tempo de produo e alto

    grau de complexidade, comeou a ser sanada com tecnologias de carto magntico

    e fita perfurada, as quais permitiram criar cpias de modelos, porm no eram to

    eficientes, considerando o tempo demandado para que o operador pudesse preparar

    a fita ou o carto. O segundo avano foi quando passaram a ser utilizados o

    disquete e os sistemas de dados centralizados, capazes de executar um mesmo

    programa para vrios sistemas simultaneamente, bastante prtico, porm com uma

    confiabilidade baixa.

  • 10

    Ao perceber a importncia desses sistemas, a FAA fez os maiores

    investimentos na rea na dcada de 50, fazendo com que o sistema deixasse de ser

    manual e passasse a utilizar os comandos numricos (AZEVEDO, 2008), os quais

    evoluram para comandos numricos computadorizados.

    Os controles CNC so capazes de controlar os eixos X, Y e Z,

    simultaneamente, permitindo o tempo de produo menor, a repetibilidade da

    mquina ser maior e os projetos mais complexos serem executados com maior

    perfeio cuja tecnologia foi barateada pela utilizao de microprocessadores a

    partir do ano 2000, possibilitando aos mesmos serem utilizados alm dos meios

    industriais, tambm por hobbystas e microempresas.

    1.1 TEMA

    Um projeto iniciado no NIST (National Institute of Standards and

    Technology) foi desenvolvido a fim de que os CNCs tivessem cdigo aberto, o qual

    entrou em domnio pblico e virou open source (PROTOTIMUS, 2012). Em 2009 foi

    liberada a primeira verso open source de um firmware o qual permitiu que

    mquinas cartesianas de trs eixos (X, Y, Z) fossem controladas por um

    microcontrolador. O Firmware GRBL permite que o Arduino UNO seja programado e

    execute as rotinas no CNC.

    1.1.1 Delimitao do Tema

    Dentre os diversos equipamentos que utilizam CNC, entre eles:

    impressoras 3D, mquinas de corte a laser, corte a plasma, mquinas de desenho e

    pintura, furadeiras automticas entre outros, o tema de controles numricos

    computadorizados delimitado neste trabalho ao uso do microcontrolador Arduino

    UNO para controlar uma fresa CNC.

    Na gama de softwares existentes para o controle de comandos

    numricos, o presente projeto delimita esse universo utilizao de softwares

  • 11

    gratuitos que no se limitam a trabalhar com fabricantes ou famlias especficas para

    cada componente como os drivers e motores de passo.

    O projeto em sua estrutura dimensionado para usinar peas em

    acrlico e MDF, com superfcies de no mximo 200mm de comprimento, com 180mm

    de largura, e espessura de at a 50mm. Para tal conta com uma mini furadeira de

    12000 RPM, alimentada a uma tenso de 12Vcc, esta com uma pina limitadora de

    fresa com dimetro de 3mm.

    Para a movimentao do prottipo, so necessrios motores

    responsveis pelo deslocamento da mesa de cortes bem como para deslocamento

    da ferramenta no sentido vertical. O presente projeto conta com motores de passo

    NEMA 17.

    1.2 PROBLEMAS E PREMISSAS

    Sendo o microcontrolador um pequeno componente eletrnico, dotado

    de uma inteligncia programvel que pode ser utilizado nos controles de processos

    lgicos (SOUZA 2005) e que tem um custo baixo em relao CLPs, cada vez mais

    est presente em tudo que envolve eletrnica, diminuindo o tamanho, facilitando

    manuteno e gerenciando tarefas internas de aparelhos eletrnicos (VII CONNEPI,

    2012).

    Tendo em vista a necessidade de construir projetos cada vez mais

    enxutos e funcionais surge a grande dificuldade de se colocar todos os recursos

    necessrios em um mesmo sistema.

    Dentro de todas as disciplinas do curso, foi possvel enxergar uma

    oportunidade de construir um projeto totalmente automatizado que integrasse os

    conhecimentos gerados e principalmente focasse na utilizao de

    microcontroladores por serem dispositivos de controle de baixo custo e alta

    eficincia, capazes de agregar diversos recursos em espaos reduzidos.

    A utilizao do microcontrolador exige criatividade para desenvolver os

    projetos de hardware e software, uma vez que o mesmo capaz de efetuar vrias

    funes que necessitam de uma gama de outros componentes, tornando assim a

  • 12

    programao deste uma tarefa de aprender a resumir circuitos em um componente

    nico.

    A partir do conhecimento supracitado, este projeto tem por finalidade

    responder a seguinte pergunta:

    possvel desenvolver um sistema de controle numrico

    computadorizado utilizando microcontroladores e softwares livres?

    1.3 OBJETIVOS

    1.3.1 Objetivo geral

    O presente trabalho tem como objetivo geral desenvolver um projeto de

    automao utilizando o microcontrolador Arduino UNO com a finalidade de controlar

    uma fresadora CNC a partir de softwares gratuitos.

    1.3.2 Objetivos especficos

    Modelar um projeto mecnico em um software de desenho 3D.

    Desenvolver um prottipo que execute as aes programadas.

    Programar o microcontrolador Arduino UNO para executar os

    comandos da fresa CNC.

    Testar programaes iniciais de parametrizao.

    Desenvolver G-code a fim de que o CNC execute os comandos do

    Arduino.

    Testar programao com desenhos.

    Demonstrar que projetos microcontolados podem apresentar uma qualidade elevada e resultados muito satisfatrios para projetos com grandes exigncias.

  • 13

    1.4 JUSTIFICATIVA

    De acordo com Marcio Venturelli (2016), vive-se um perodo de

    transio entre e a terceira e a quarta revoluo industrial, no qual a insero dos

    computadores no meio industrial para fazer o controle de processos permite a

    padronizao da qualidade, reduzindo os custos de processo.

    O surgimento de novas tecnologias trouxe com elas novos conceitos,

    como o caso de projetos microcontrolados, os softwares livres e os open source,

    os quais permitem um processo de melhoria contnua, advindos da comunidade de

    usurios. A grande vantagem destes a maleabilidade que eles oferecem,

    permitindo aos mesmos serem alterados por qualquer usurio, sem a necessidade

    de comprar uma licena, ou existirem bloqueios em seus cdigos fonte, o que

    permite que sejam adaptados a diferentes projetos e adequados a todas as

    necessidades que estes venham a apresentar.

    Essa integrao entre a comunidade de usurios de softwares livres e

    open source permite que os mesmos possuam atualizaes mais rpidas e

    frequentes do que as plataformas que necessitam de uma licena ou possuam

    quaisquer bloqueios totais ou parciais em seus cdigos.

    A utilizao de microcontroladores para tais processos permite que a

    produo em massa possa ocorrer de forma rpida e eficaz, assim como a

    personalizao pode ocorrer da mesma forma.

    Os conhecimentos desenvolvidos no curso permitiram entender estas

    vantagens de se aplicar microcontroladores para fazer o controle eletrnico de

    mquinas. A possibilidade de integrar vrios sistemas e criar projetos padres, os

    quais podem ser replicados diversas vezes com a mesma qualidade, faz com que a

    procura pela utilizao de microcontroladores aumente e se torne uma cada vez

    mais comum a presena dos mesmos no meio industrial. De acordo com o artigo

    Indstria 4.0 (EXAME, 2016) para que a indstria nacional possa ter competitividade

    no mercado mundial produtividade precisa aumentar diminuindo custos, assim a

    utilizao dos microcontroladores passa a ser uma necessidade nos tempos

    modernos.

  • 14

    1.5 METODOLOGIA DE PESQUISA APLICADA

    Para dar incio ao trabalho, a primeira etapa consistiu em definir um

    projeto a partir das anlises levantadas durante o curso em relao s tendncias de

    mercado no ramo industrial. Com isso foi feito o levantamento de referncias

    bibliogrficas, com o intuito de obter informaes necessrias para a sua

    estruturao. Feito isso, a pesquisa de natureza cientfica e aplicada, a partir das

    informaes obtidas durante a pesquisa, visa cumprir os objetivos previamente

    listados.

    Com o projeto definido e realizadas as revises bibliogrficas, a etapa

    seguinte constitui em definir um projeto que atenda aos objetivos supracitados. A

    partir da escolha da fresa CNC como projeto a ser desenvolvido e estudado, o

    trabalho se subdivide em duas partes: a primeira a confeco mecnica e a segunda

    a programao do microcontrolador.

    A parte mecnica consiste em uma mesa que se movimenta em duas

    direes, tratadas como eixos X e Y, a qual conta com o auxlio de dois motores de

    passo para fazer sua movimentao (um motor para cada eixo). E com um terceiro

    eixo capaz de se movimentar verticalmente, a fim de fazer a funo de eixo Z. Este

    terceiro eixo tambm conta com um motor de passo dedicado a fazer os movimentos

    de subida e descida, alm disso, ele conta tambm com uma mini furadeira a qual

    ter a funo de acionar as ferramentas (fresas) para fazer as usinagens das peas.

    A parte de programao consiste em programar um microcontrolador

    Arduino UNO para executar a funo de controlar a fresadora CNC, para tal ser

    necessrio integrar alguns softwares que faro desde a transformao dos

    desenhos em G-code at a programao do controlador propriamente dita.

    Concludas a parte mecnica e de programao necessrio fazer as

    simulaes e testes individuais de cada uma e com as simulaes funcionando

    atrelar as duas partes a fim de que o projeto mecnico obedea programao.

    Com toda a parte mecnica e de programao funcionando corretamente, depois de

    atreladas, possvel desenvolver as medidas de segurana do projeto, bem como

    definir os aspectos de mantenabilidade.

    Por fim realizar-se-o os testes finais e as concluses sobre o projeto.

  • 15

    1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

    O captulo 1 iniciou com a introduo do projeto, o tema, objetivos do estudo,

    mostrando o problema e premissas, a justificativa, e uma breve apresentao da

    metodologia aplicada.

    O captulo 2 apresentar detalhes dos sistemas de automatizao,

    tecnologias CAD, CAM e CAD/CAM, e tambm abordar questes de segurana, a

    tratar de FMEA, FTA, plano de manuteno e NR12.

    O captulo 3 explica a metodologia aplicada, abordando todos os passos da

    execuo mecnica e eletrnica do projeto, bem como apresenta os aspectos de

    segurana e mantenabilidade.

    O captulo 4 demonstra a aplicao da metodologia exposta no captulo 3

    para o sistema apresentando as simulaes dinmicas do projeto (testes, falhas e

    resultados).

    Por fim, no captulo 5 encerra-se o estudo com as consideraes finais e

    proposies de trabalhos futuros para a continuao e aprimoramento da linha de

    pesquisa iniciada nesse trabalho.

  • 16

    2. FUNDAMENTAO TERICA

    O presente captulo tem por objetivo apresentar as estruturas utilizadas

    no projeto, sua fundamentao terica, apresentando assim os sistemas

    automatizados e as tecnologias CAD (Computer Aided Design), CAM (Computer

    Aided Manufacturing) e CAE (Computer Aided Engineering). Bem como apresentar

    os softwares utilizados para o funcionamento do prottipo explicando as funes de

    cada um e tambm a aplicao especfica no projeto. Este captulo ainda conta com

    os aspectos de manuteno, aplicaes da NR 12, FMEA (Failure mode and effect

    analysis), FTA (Fault Tree analysis) aplicados sobre o projeto.

    A fim de obter vantagem competitiva e sobreviver com sucesso no

    atual ambiente empresarial globalizado, a indstria tem incorporado tcnicas de

    automao visando suprir a necessidade de uma rpida adaptao s mudanas no

    sistema de produo, garantindo aceitvel volume de produo e variabilidade de

    produtos (MAGGIO, 2005).

    Para tal, desenvolver e aprimorar mquinas capazes de desenvolver

    produtos com maiores graus de preciso e variaes para uma mesma pea a fim

    de torn-la diferente do que j existe no mercado se faz uma necessidade urgente. A

    integrao da tecnologia com a evoluo e desenvolvimento de softwares de

    desenho e manufatura, ainda mais imprescindvel, tem seu papel fundamental para

    que essas exigncias sejam atendidas.

    2.1 EVOLUO DOS PROCESSOS DE PRODUO INDUSTRIAL

    As exigncias do mercado em relao ao design industrial em busca de

    objetos mais funcionais e esteticamente melhor apresentveis aliadas ao

    desenvolvimento de mtodos e softwares para modelagem e manipulao de

    superfcies (CHOI E JERARD, 1998), bem como a reduo dos custos de hardware,

    possibilitam o desenvolvimento de objetos e produtos com formas complexas, o que

    os torna mais competitivos e atraentes para os consumidores (SAVIO et al., 2007).

  • 17

    A dcada de 50 trouxe consigo diversos aspectos de melhorias e

    integrao de tecnologias, muitas dessas aprimoradas e utilizadas at os tempos

    atuais. As primeiras aplicaes de computadores em processos de engenharia

    tiveram incio nessa dcada atravs do MIT, o qual iniciou as discusses sobre a

    tecnologia CAD/CAM. Nesta poca os sistemas CAD eram limitados descrio de

    entidades geomtricas em duas dimenses, criao e manipulao de desenhos

    em terminais grficos monocromticos (BZIER, 1993).

    No princpio, os sistemas automatizados funcionavam de forma

    fechada e dedicada somente a processos especficos, controlando individualmente

    cada processo de uma instalao. Com o passar dos tempos os sistemas se

    tornaram mais complexos e robustos, permitindo que os processos industriais

    fossem capazes de se comunicar e abranger mais processos a fim de aperfeioar o

    funcionamento da planta como um todo.

    A dcada de 70 trouxe um grande avano para a tecnologia CAD, a

    qual ficou marcada pelos softwares que ganharam um incremento bastante

    significativo, o desenvolvimento de tcnicas para a representao de objetos em trs

    dimenses (3D) (ENGEP, 2003). Atualmente essa ferramenta indispensvel e

    assume diversas funcionalidades que vo alm da simples modelagem em duas

    dimenses, mas tambm capaz de fazer:

    Modelagem 3D de produtos com formas complexas;

    Analises de interferncias entre peas;

    Analises das formas geomtricas a fim de auxiliar a manufatura;

    Definio de reas, volume e centro de massa do produto;

    Padronizao de medidas e detalhamentos;

    Criao de banco de dados de manufatura.

    Os sistemas CAD tem a grande vantagem de serem sistemas

    altamente flexveis, o que permite ter sua aplicao para modelagem dentro de

    diversas reas tcnicas como aeroespacial, arquitetnica, mecnica, automotiva,

    eltrica, eletrnica entre outras (KONG apud ENGEP, 2003) Sabendo que os

    sistemas CAD trazem consigo uma padronizao estes esto diretamente ligados

    aos sistemas CAE (Computer Aided Engineering) e CAM, responsveis por fazer os

    clculos e executarem os projetos de engenharias, respectivamente, baseados nos

    croquis CAD.

  • 18

    O termo CAE compreendido como um conjunto de tcnicas capazes

    de avaliar os aspectos de um produto, geralmente concebido por CAD (MORAIS,

    2003). A principal aplicao de tais tcnicas se baseia em testar os termos prticos

    de limitaes que um produto pode ou no apresentar como, por exemplo, testar a

    suspenso de um veculo, uma estrutura metlica sujeita a cargas mecnicas entre

    outros exemplos. A maior vantagem desse recurso a possibilidade de substituir

    experimentos em laboratrios, os quais demandam muito tempo e recursos, por

    programas altamente confiveis alimentados com informaes reais capazes de criar

    prottipos virtuais que apresentam resultados bastante fidedignos a realidade.

    O processo CAM pode ser entendido como um programa auxiliar do

    processo da manufatura via computador, dentre eles podemos citar o CNC (controle

    numrico computadorizado) e o CLP (controlador logico programvel). No modelo de

    programao CNC a lgica de programao normalmente se baseia nos desenhos

    obtidos do sistema CAD e modelados para obter os movimentos das ferramentas

    para construo das peas, como tambm para funes auxiliares como, por

    exemplo, a refrigerao das ferramentas.

    2.2 PROGRAMAO CNC

    Amrico Luiz de Azevedo (2008) afirma que o surgimento de mquinas

    ferramentas com controle numrico (CN) aconteceu na dcada de 50 atravs de

    pesquisas aplicadas desenvolvidas no MIT. Em sua maior parte patrocinados pela

    Parsons Corporation, houve a necessidade de substituir as fitas perfuradas, de baixa

    capacidade de produzir cpias, por computadores capazes de executar com mais

    preciso e velocidade as mesmas tarefas. Tal controle foi desenvolvido,

    complementando a sigla CN para CNC (controle numrico computadorizado) o qual

    reduziu a operao manual e aumentou a confiabilidade dos processos industriais.

    Para que os CNCs atendam as necessidades das plantas e possam

    produzir peas iguais com uma boa confiabilidade e repetibilidade, os mesmos

    devem ser programados. Existem trs maneiras de se programar o CNC, em

    projetos de pequena complexidade ou em pequenas modificaes o programador

    define a movimentao da ferramenta e assim define o programa, essa

  • 19

    programao chamada de direta. A segunda, programao direta na maquina, o

    programador interpreta o desenho e calcula a trajetria da maquina preenchendo um

    formulrio que depois poder ser digitado direto na maquina. A terceira e mais

    tradicional, a programao auxiliada por computador uma linguagem padro onde

    o programador gera o cdigo fonte com a definio da geometria e da trajetria da

    ferramenta (SAYURI TAHARA, 2009).

    Todo o conhecimento supracitado possibilitou ao presente projeto ter

    seu desenvolvimento auxiliado por alguns softwares, que permitem que a fresadora

    CNC execute os comandos enviados pelo microcontrolador Arduino UNO. Os

    programas escolhidos para as aplicaes no projeto, dentre tantos existentes foram

    utilizados pelo fato de serem de software livre e apresentarem uma boa interao

    nas comunicaes entre si atendendo as necessidades do trabalho.

    2.3 SOFTWARES UTILIZADOS

    Os softwares selecionados para a execuo do projeto sero

    apresentados neste tpico, bem como o funcionamento de cada um e o motivo da

    escolha dos mesmos. Em primeiro lugar, para desenvolver o projeto, foi necessrio

    idealizar um prottipo da fresadora, e para tal foi utilizado o Sketchup Make, que

    serviu para fazer a modelagem 3D do prottipo. Posteriormente foi necessrio

    utilizar um Firmware para o Arduino, o GRBL 0.9J, que responsvel pela

    programao do microcontrolador e tambm a comunicao do mesmo com o

    computador servidor.

    Com o prottipo montado e o microcontrolador devidamente

    programado em suas funes bsicas, se faz necessria a utilizao de outro

    software, o Scketchucam, o qual faz a converso das imagens, geradas no Sketchup

    Make, em G-code. Tal cdigo interpretado pelo Arduino, a fim de que este execute

    a rotina de programao para comandar a ferramenta, no caso fresadora, para

    executar a tarefa de corte, ou furo dependendo da solicitao. Paralelo a este

    programa, o projeto conta tambm com o software Makercam, capaz de transformar

    uma imagem que no precisa ter sua origem em um programa de modelagem ou

    tecnologia CAD, em linguagem CNC (G-code).

  • 20

    Por fim necessrio utilizar um software capaz de fazer o

    interfaceamento entre o microcontrolador e o computador, a fim de que a

    programao G-code possa ser transmitida, interpretada e executada e para tal o

    projeto conta com o Universal G-code Sender.

    2.3.1 SketchUp Make

    O SketchUp Make uma ferramenta com tecnologia CAD, que possui

    sua nfase em desenhos 3D, se trata de um software com verso gratuita,

    desenvolvido pelo Google, que permite ao usurio importar arquivos de quaisquer

    outras plataformas CAD. O mesmo possui extenses add-on que permitem ao

    programa resolver todo o tipo de problemas com modelagem, alm de uma ampla

    biblioteca virtual de arquivos 3D, que permite ao usurio encontrar e compartilhar

    modelos para as mais diversas utilidades, que abrangem desde os primeiros

    estgios do design at o final da construo.

    De acordo com o fabricante (SKETCHUP), o programa tambm conta

    com um site interativo e diversos vdeos tutoriais os quais ensinam a utilizar todas as

    ferramentas. O programa inclui diversas opes de modelagem que abrangem todas

    as reas de modelagem entre elas a criao de formas geomtricas, manipulao

    das faces, arestas, vrtices, e ferramentas que permitem fazer detalhes mais

    elaborados como iluminao e textura.

    A escolha deste software para fazer a modelagem da planta foi feita em

    primeiro lugar devido a possuir uma verso gratuita, as outras caractersticas so a

    facilidade de modelar em 3D com essa ferramenta bem como os recursos

    disponveis serem suficientes para atender as necessidades de desenho do projeto.

    Enquanto os softwares que poderiam ser utilizados em seu lugar exigiam uma maior

    habilidade com ferramentas de desenho e em sua maioria no eram gratuitos, o

    Sketchup Make atendeu todas as necessidades do projeto. Dentro das opes

    disponveis existem os softwares: TinkerCAD, Blender, 3DSlash e openSCAD.

  • 21

    2.3.2 GRBL 0.9J

    O firmware embarcado GRBL 0.9J, se trata de um conjunto de

    instrues operacionais programadas diretamente no hardware do Arduino. Este

    uma ferramenta de alto desempenho para controle CNC e interpretao de Gcodes

    escrito em uma linguagem C optimizada a fim de que o mesmo funcione diretamente

    no Arduino. Trata-se de um firmware open source utilizado em larga escala na

    confeco de impressoras 3D.

    Este tem alto desempenho para controle do movimento de mquinas,

    sendo utilizadas em mbito industrial em diversos projetos como mquinas de corte

    a laser, furadeiras, mquinas de desenho entre outras. Sendo um programa

    embarcado simples e bastante enxuto este no exige que a plataforma a ser

    instalada tenha grandes requisitos e por ser um firmware open source, permite ao

    usurio fazer as modificaes que julgar necessrias para o seu projeto. De acordo

    com o desenvolvedor a origem open source deste firmware se deu em 2009,

    inspirado no interprete G-code do Arduino.

    A seleo deste Firmware para o presente projeto foi baseada no fato

    deste ser direcionado plataforma Arduino, de cdigo aberto. Sua vantagem em

    relao aos demais est em ser open source, ao contrrio de seus concorrentes. O

    fato de o firmware no ser open source impossibilita ao usurio fazer qualquer tipo

    de alterao em seu cdigo base, deixando o preso a atualizaes do fabricante.

    2.3.3 SketchUCam

    O SketchUCam um plugin gratuito open source, com a funo de

    escrita, desenvolvido especificamente para o SketchUp, o qual permite a criao de

    G-Codes para controlar maquinas CNC, possibilitando modelar e usinar os

    desenhos do SketchUp. O fabricante (SKETCHUCAM) afirma que um dos ltimos

    avanos desta ferramenta foi o fato de permitir criar uma soluo CAM completa

    dentro do SketchUp, dispensando interveno de outros softwares.

  • 22

    A aplicao desta ferramenta no presente projeto fazer a converso

    dos desenhos gerados no SketchUp Make em G-Code, a fim de que a pea possa

    ser usinada pela fresadora CNC. O SketchUCam foi criado especificamente para a

    aplicao em CNCs e teve sua escolha para o projeto por ser um Plug-in livre, open

    source, compatvel com a plataforma do SketchUp Make.

    2.3.4 Makercam

    O software MakerCam um programa executvel diretamente na web

    baseado na filosofia CAM. Essa ferramenta permite criar os caminhos para a

    ferramenta a qual pode ser utilizada com trs eixos. O fabricante (MAKERCAM)

    afirma que esse software interpreta a imagem e transforma em G-code, a fim de que

    a pea possa ser usinada. Essa imagem pode ser tirada da internet, desde que a

    mesma esteja no formato svg.

    A escolha do MakerCam foi feita para o presente projeto por ser uma

    plataforma livre, que no precisa ser baixado no computador permitindo que os

    desenhos sejam traduzidos para G-code direto pela internet e apenas sejam salvos

    no computador, j no formato .cn, o qual pode ser interpretado por quaisquer

    softwares de programao CNC.

    2.3.5 Universal G-Code Sender

    O Universal G-code Sender (UGS) uma plataforma livre, que contm

    em sua estrutura aplicao Java, o qual inclui todas as dependncias externas,

    assim basta a mquina possuir o ambiente Java para que o Setup do UGS

    providencie o resto e com isso, de acordo com o desenvolvedor (Universal G-Code

    Sender) dispensa a instalao do programa na mquina. Essa ferramenta

    responsvel por fazer a transferncia de todos os cdigos G gerados do software de

    origem, ou do arquivo por ele criado, para o Arduino. O UGS uma plataforma

  • 23

    completa que se destaca por ser compatvel com controladores CNC avanados

    como o GRBL e o TinyG.

    Esse software estabelece a comunicao entre o Arduino e o PC, e

    executa os cdigos G criados por outros softwares, sendo ele o ultimo da cadeia de

    funcionamento, ou seja, a partir do momento que a informao chega ao UGS, ela

    interpretada e transferida para o Arduino. Ao receber esse sinal o Arduino atua suas

    portas de sada, fazendo com que a ferramenta seja ligada e execute as tarefas

    necessrias para desenvolver a usinagem.

    A escolha do UGS foi feita para o projeto por ser um software livre e o

    mesmo possuir um amplo campo de compatibilidade, assim atendendo as

    necessidades do Arduino.

    2.4 PLANO DE MANUTENO

    Segundo Kardec e Nascif (2013 p. 26), possvel entender a

    manuteno como o conjunto de cuidados tcnicos indispensveis ao

    funcionamento regular e permanente de mquinas, equipamentos, ferramentas e

    instalaes. Para tanto devemos prevenir, conservar, adequar, restaurar, substituir.

    A manuteno tem como objetivo manter equipamentos e mquinas

    em condies de pleno funcionamento para garantir uma produo normal e a

    qualidade dos produtos fabricados pelas mesmas em uma determinada indstria.

    A manuteno ideal de uma mquina ou equipamento aquela que

    permite alta disponibilidade para produo durante todo o tempo em que ela estiver

    em servio e a um custo adequado, sem um bom programa de manuteno, os

    prejuzos sero inevitveis, pois mquinas com defeitos ou quebradas podem

    causar:

    Diminuio ou interrupo da produo;

    Atrasos nas entregas;

    Perdas financeiras;

    Aumento dos custos;

    Insatisfao dos clientes;

  • 24

    Perda de mercado.

    A manuteno ideal a que permite alta disponibilidade para a

    produo durante todo o tempo em que ela estiver em servio e a um custo

    adequado. Kardec e Nascif (2013) afirmam que a vida til de um componente o

    espao de tempo que este componente desempenha as suas funes com

    rendimento e disponibilidades mximas. Ciclo de vida de um componente a

    variao dos nmeros de defeitos acumulados em funo do nmero de horas

    trabalhadas de um componente.

    Para que ocorra manuteno, h necessidade que exista disposio

    os seguintes recursos:

    a) Recursos materiais equipamentos de teste e de medio, ferramentas

    adequadas, espao fsico satisfatrio, entre outros;

    b) Recursos de mo de obra dependendo do tamanho da empresa e da

    complexidade da manuteno aplicada, h a necessidade de uma equipe

    formada por profissionais qualificados em todos os nveis;

    c) Recursos financeiros necessrio para uma maior autonomia dos trabalhos;

    d) Recursos de informao responsvel pela capacidade de obter e armazenar

    dados que sero a base dos planos de manuteno.

    2.5 TIPOS DE MANUTENO

    De acordo com Kardec e Nascif (2013) os tipos de manuteno

    existem: a corretiva, a preventiva, a preditiva e a detectiva. Pode-se entender como

    manuteno corretiva, os sistemas de consertos aps a falha, podendo ser dividida

    em manuteno corretiva planejada e manuteno corretiva no planejada.

    Os autores definem como manuteno no planejada aquela que

    ocorre quando no h uma programao de data e hora, e pode ocorrer a qualquer

    momento, e conhecida como corretiva, e visa corrigir problemas, podendo ser:

  • 25

    a) Inesperada tem o objetivo de localizar e reparar defeitos repentinos em

    equipamentos que trabalham em regime contnuo.

    b) Ocasional so consertos de avarias que no param a mquina. Ocorrem

    quando h a parada de mquina por outro motivo que no o defeito.

    Enquanto a manuteno Planejada a correo do desempenho

    menor que o esperado ou da falha, por deciso gerencial, isto , pela atuao em

    funo do acompanhamento preditivo ou pela deciso de operar at a quebra

    (KARDEC E NASCIF 2013).

    A adeso para este tipo de manuteno pode advir de vrios fatores:

    A falha no oferece qualquer possibilidade de risco s pessoas e

    instalaes;

    Possibilidade de conciliar a necessidade de interveno com os

    objetivos de produo;

    Garantia de disponibilidade de sobressalentes e ou, ferramentas

    necessrias execuo da manuteno;

    Existncia de recursos humanos necessrios execuo da

    atividade.

    a) Preventiva o conjunto de procedimentos e aes

    antecipadas que visam reduzir ou evitar a falha ou quebra de desempenho,

    obedecendo a um plano previamente elaborado baseado em intervalos definidos no

    tempo.

    b) Preditiva ao preventiva baseada no conhecimento das

    condies de cada um dos componentes das mquinas e equipamentos. Os dados

    so obtidos atravs de testes peridicos para determinar a poca adequada para

    substituio e reparao das peas.

    Existem algumas condies bsicas para que seja estabelecida este

    tipo de manuteno:

    O equipamento, sistema ou instalao deve permitir algum tipo de

    monitoramento, deve ter este tipo de manuteno justificada pelos custos

  • 26

    envolvidos, as falhas devem ser originadas de causas que podem ser monitoradas e

    ter sua progresso acompanhada, adoo de um programa de acompanhamento,

    anlise e diagnstico sistematizados.

    c) Detectiva a atuao efetuada nos sistemas de proteo,

    buscando detectar falhas ocultas ou no perceptveis ao pessoal de operao e

    manuteno. Sendo esta deteco primordial para garantir a confiabilidade.

    Atualmente crescente a utilizao de computadores digitais em instrumentao e

    controle de processos nos mais diversos tipos de plantas industriais.

    2.3.6 FMEA (Anlise de modos e efeitos de falha)

    uma ferramenta da qualidade contida num pacote de ferramentas

    que servem para melhorar e alavancar os processos. Dentre elas tem-se o diagrama

    de Ishikawa, a Matriz de Causa e Efeito, Mapas de Processos, Diagrama de Pareto,

    controle estatstico de processos entre outras.

    Matriz de Causa e Efeito ou Diagrama Ishikawa (seis Ms Material,

    Mo de obra, mquina mtodo de trabalho, Meio ambiente, Medidas)

    O Diagrama de Causa e Efeito uma tcnica que mostra a relao

    entre um efeito e as possveis causas que podem estar contribuindo para que ele

    ocorra.

    usado para visualizar, em conjunto, causas principais e secundrias

    de um problema. Amplia a viso das possveis causas de um problema,

    enriquecendo a sua anlise e a identificao de solues, analisando processos

    para sua melhoria.

    Possui trs tipos de ao:

    1. Ao Preventiva: atua nas causa do problema antes que ele ocorra,

    2. Ao Corretiva: aps a deteco do problema, busca-se eliminar a

    causa.

  • 27

    3. Ao de Conteno: quando no possvel eliminar a causa do

    problema, tomada uma ao para que o problema no se propague.

    Categorizao das causas:

    o Mtodo: causas relacionadas ao processo e aos procedimentos, ou

    seja, como o trabalho realizado.

    o Mo de Obra: causas relacionadas s pessoas envolvidas com o

    efeito, tais como, capacitao, jornada de trabalho, etc.

    o Mquina: causas relacionadas a mquinas e equipamentos que podem

    estar relacionadas com o efeito.

    o Material: causas relacionadas ao material e insumos utilizados no

    processo.

    o Medidas: causas relacionadas como o processo mensurado,

    calibrao dos instrumentos de medio, etc.

    o Meio Ambiente: caractersticas do ambiente em que o processo ocorre,

    tais como, temperatura, umidade, clima organizacional, etc.

    Para o projeto foi realizado o diagrama Ishikawa com um efeito

    relacionado ao projeto, onde as medidas de tolerncia da pea usinada se

    encontram fora dos padres exigidos pelo projeto apresentado.

    Para tal, o diagrama relaciona as possveis causas, sendo estas

    discutidas para que seja dirimido o problema.

    Para tanto a mquina apresenta uma variao de medidas que esto

    relacionadas com a fabricao dos eixos (fusos) que fazem o movimento da mesa

    no sentido horizontal, e o movimento da ferramenta no sentido vertical. Tambm

    est relacionado com as corredias metlicas que tem seu movimento efetuado por

    pista de rolamento com esferas metlicas, o que no confere preciso absoluta.

    Neste sentido a preciso est relacionada com a mquina no diagrama Ishikawa.

    Para soluo deste problema devemos mudar os parafusos sem fim

    com porca para fusos e flanges usinados com preciso em milsimos de milmetros

    e as corredias metlicas por guias lineares.

    O diagrama de Ishikawa do projeto pode ser observado no diagrama 1.

  • 28

    Diagrama1, diagrama de Ishikawa.

    Fonte: Autoria prpria.

    O FMEA uma ferramenta para analisar os modos de falhas e seus

    efeitos, um mtodo detalhado quantitativo que serve para analisar e documentar

    os modos de falhas de um processo ou produto.

    Analisa e identifica potenciais erros chaves;

    Atribui a severidade destes erros, ou seja, os quo crticos estes erros podem

    ser para o processo;

    Determina com que frequncia esses erros ocorrem;

    Determina qual a facilidade de deteco dos erros.

    O FMEA fornece trs grandes benefcios;

    1. Fornece uma avaliao quantitativa de todos os defeitos e controles atuais

    para cada passo do processo;

    2. Permite ter um profundo conhecimento do processo uma vez que todas as

    ocorrncias e todas as aes que so recomendadas para que se conclua e

    se reduza os modos de falha ficam armazenadas como uma memria tcnica

    Produto final fora de especificao (medidas)

    MQUINA

    Parafuso sem fim c/ porca

    MEDIDA MEIO AMBIENTE

    MTODO MO DE OBRA MATERIAL

    Motor de Passo

    Procedimento de controle

    Operador inexperiente

    Corredias metlicas

    Instrumento de medio de baixa confiabilidade

    Temperatura

    Fragilidade do material

  • 29

    para os futuros colaboradores ou para que precise ter acesso a estas

    informaes;

    3. Permite a equipe de manuteno rastrear as aes, histrico e melhorias

    feitas no processo, alm da melhoria do projeto.

    Existem trs tipos diferentes de FMEA, so eles:

    a) FMEA de Sistemas, que o de mais alto nvel, usado na face inicial de

    anlise, e usado nas fases preliminares de projeto;

    b) FMEA de Projeto analisa o sistema, subsistemas, partes e componentes de

    um produto na fase de projeto;

    c) FMEA de Processo tem foco no fluxo, na sequncia, nos equipamentos

    inseridos, nos inputs e outputs e nos setpoints ou configuraes para cada

    modo de falha do processo.

    O FMEA pode ser utilizado para identificar riscos em um processo atual

    ou para avaliar riscos em um novo. Ao encontrar riscos em um processo estes

    podem ser corrigidos antes que ocorram, sendo assim uma abordagem proativa de

    avaliao de risco. Quando em uma nova soluo se utiliza este dispositivo para

    prevenir erros no futuro e desta forma manter os processos livres de falhas. O FMEA

    deve ser Dinmico o que significa que quando o processo mudar o este tambm

    dever ser mudado.

    Ele deve ser atualizado durante todo o ciclo de vida do projeto. A

    principal entrada (input) vem do mapa de processo e de algumas entradas

    prioritrias da Matriz de Causa e Efeito (Diagrama Ishikawa). As sadas (outputs),

    conjunto de aes corretivas para reduzir as falhas.

    2.3.7 Funcionamento Bsico do FMEA

    O principio da tecnologia o mesmo independente do tipo de FMEA e

    a aplicao, ou seja, se FMEA de produto, processo ou procedimento e se

    aplicado para produto/processos novos ou j em operao (ZAIONS, 2003). A

    anlise consiste basicamente na formao de um grupo de pessoas que identificam

    para o produto/processo em questo suas funes, os tipos de falhas que podem

    ocorrer, os efeitos e as possveis causas desta falha. Em seguida so avaliados os

  • 30

    riscos de cada causa de falha por meio de ndices e, com base nesta avaliao, so

    tomadas as aes necessrias para diminuir estes riscos, aumentando a

    confiabilidade do produto/processo.

    FMEA muito mais do que o preenchimento do formulrio, seu valor

    est na discusso e reflexo dos membros do grupo sobre as falhas potenciais do

    produto/processo e as aes de melhoria propostas pelo grupo.

    a) Importncia

    A metodologia FMEA importante porque pode proporcionar para a empresa: Uma

    forma sistemtica de se catalogar informaes sobre as falhas dos

    produtos/processos, Melhorar conhecimento dos problemas nos produtos/processos.

    Fornece aes de melhoria no projeto do produto/processo, baseados em dados e

    devidamente monitorados, melhoria contnua, diminuio dos custos por meio de

    preveno de ocorrncias de falhas. E apresenta o grande benefcio de incorporar

    na organizao a atitude de preveno de falhas, a atitude de cooperao e trabalho

    em equipe e a preocupao com a satisfao dos clientes.

    b) Etapas para a aplicao

    1. Planejamento realizado pelo responsvel pela aplicao da

    metodologia e compreende:

    2. Descrio dos objetivos e abrangncia da anlise, onde so identificados os

    produtos/processos a serem analisados;

    3. Formao dos grupos de trabalho, que deve conter entre quatro e seis

    pessoas e multidisciplinar;

    4. Planejamento das reunies, sendo agendadas com antecedncia e com

    consentimento de todos os participantes;

    5. Preparao da documentao.

    c) Analise de falha em Potencial

    Esta etapa realizada pelo grupo de trabalho que discute e preenche o

    formulrio e define:

  • 31

    o Funes caractersticas do produto/processo;

    o Tipos de falha potencial para cada funo;

    o Efeitos do tipo de falha;

    o Causas possveis da falha;

    o Controles atuais.

    d) Avaliao dos riscos

    So definidos pelo grupo os ndices de severidade (S), ocorrncias (O),

    deteco (D), para cada causa de falha, de acordo com critrios previamente

    definidos, depois so calculados os coeficientes de prioridade de risco (R), por meio

    da multiplicao dos outros trs ndices.

    e) Melhorias

    Utilizando o a tcnica de brainstorming, so listadas todas as aes

    que podem ser realizadas para diminuir os riscos, sendo elas: as medidas de

    preveno total ao tipo de falha, medida de preveno total de uma causa de falha,

    medidas que dificultam a ocorrncia de falhas, medidas que limitam o efeito do tipo

    de falha, medidas que aumentam a probabilidade de deteco do tipo ou da causa

    de falha. Estas so analisadas quanto a sua viabilidade. Sendo definidas as que

    sero implantadas.

    O formulrio FMEA um documento vivo, ou seja, uma vez realizada

    uma anlise para um produto/processo, esta deve ser revisada sempre que

    ocorrerem alteraes. Ainda deve-se regulamente revisar a anlise confrontando as

    falhas potenciais, a fim de permitir a incorporao de falhas no prevista, bem como

    a reavaliao, com base em dados objetivos, das falhas j previstas.

  • 32

    Para constatar o valor da ocorrncia de um evento tem-se a tabela 1.

    Tabela 1 - Critrios de classificao de ocorrncias.

    CLASSIFICAO CRITRIO

    01 Chance remota de falha

    02 Frequncia muito baixa: uma vez a cada cinco anos

    03 Pouco frequente: uma vez a cada dois anos

    04 Frequncia baixa: uma vez por ano

    05 Frequncia ocasional: uma vez por semestre

    06 Frequncia moderada: uma vez por ms

    07 Frequente: uma vez por semana

    08 Frequncia elevada: algumas vezes por semana

    09 Frequncia muito elevada: uma vez por dia

    10 Frequncia mxima: vrias vezes ao dia

    Fonte: Autoria Prpria.

    Para calcular a severidade utilizada a tabela 2.

    Tabela 2 Critrios para clculo de severidade

    CLASSIFICAO CRITRIO

    01 Efeito no detectvel no sistema

    02

    Baixa severidade causando aborrecimento leve no cliente 03

    04

    Severidade moderada: cliente hora insatisfeito com perda de desempenho

    perceptvel

    05

    06

    07

    Severidade alta com alta insatisfao do cliente 08

    09 Severidade muito alta: risco potencial de segurana e problemas graves de

    no conformidade 10

    Fonte: Autoria Prpria.

  • 33

    Para achar o nvel de deteco deve ser utilizada a tabela 3.

    Tabela 3 Critrios para nvel de deteco

    CLASSIFICAO CRITRIO

    01 Deteco quase certa de modo de falha

    02 Probabilidade muito alta de deteco de modo de falha

    03 Alta probabilidade de deteco de modo de falha

    04 Moderadamente alta probabilidade de deteco de modo de falha

    05 Moderada probabilidade de deteco de modo de falha

    06 Baixa probabilidade de deteco de modo de falha

    07 Probabilidade muito baixa de deteco de modo de falha

    08 Probabilidade remota de deteco de modo de falha

    09 Probabilidade muito remota de deteco de modo de falha

    10 No possvel detectar o modo de falha

    Fonte: Autoria prpria.

    Para a construo do FMEA inicialmente foi elaborada a EAP

    (Estrutura Analtica do Projeto) incluindo os dados que podem ser observados no

    diagrama de construo da mesma, como pode ser observado no diagrama 2.

  • 34

    Diagrama 2, anlise de critrios para construo do FMEA, EAP.

    Fonte: Autoria prpria.

    O projeto conta com um FMEA baseado no projeto, o qual ainda no

    apresentou defeitos que pudessem ser considerados causados por funcionamento

    pois o mesmo est ainda em fase de desenvolvimento. O FMEA pode ser analisado

    no APNDICE - 2.

    Construir CNC

    Comprar material

    Preparar material

    Montar estruturas e componentes

    Testar CNC

    Motor passo

    Fusos

    Guias

    lineares

    Componente

    s eltricos

    Estruturas

    Envelopame

    nto e dispositivos de

    segurana

    Cortar peas

    Ajustar peas

    mec.

    Fabricar

    painel elt.

    Cortar

    material de

    envelopamento e de

    segurana

    Montar

    estrutura do CNC

    Montar

    guias lineares

    Montar

    fusos e motores

    Montar

    painel eltrico

    Envelopar e

    montar as peas

    de proteo e

    segurana

    Testar

    motores

    Testar guias

    e fusos

    Testar

    componentes

    eltricos

    Testar

    dispositivos de

    segurana

  • 35

    2.4 NR 12 NORMA REGULAMENTADORA PARA MQUINAS E EQUIPAMENTOS

    Esta norma estabelece as medidas preventivas de segurana e higiene

    do trabalho a serem adotadas na instalao, operao e manuteno de mquinas e

    equipamentos, visando preveno de acidentes de trabalho. O empregador deve

    adotar medidas de proteo para o trabalho em mquinas e equipamentos, capazes

    de garantir a sade e a integridade fsica dos trabalhadores, e medidas apropriadas

    sempre que houver pessoas com deficincia envolvidas direta ou indiretamente no

    trabalho. (ABNT. Associao Brasileira de Normas Tcnicas. Confiabilidade e

    Mantenabilidade NBR 5642 Rio de Janeiro, 1994).

    So consideradas medidas de proteo, a serem adotadas nesta

    ordem de prioridade:

    Medidas de proteo coletiva;

    Medidas administrativas ou de organizao do trabalho;

    Medidas de proteo individual.

    As instalaes de mquinas estacionrias devem respeitar os

    requisitos necessrios fornecidos pelos fabricantes ou, na falta desses, o projeto

    elaborado por profissional legalmente habilitado, em especial quanto fundao,

    fixao, amortecimento, nivelamento, ventilao, alimentao eltrica, pneumtica e

    hidrulica, aterramento e sistemas de refrigerao.

    As instalaes eltricas das mquinas e equipamentos devem ser

    projetadas e mantidas de modo a prevenir, por meios seguros, os perigos de choque

    eltrico, incndio, exploso e outros tipos de acidentes, conforme previsto na NR10.

    Devem ser aterrados conforme as normas oficiais vigentes, as

    instalaes, as carcaas, invlucros, blindagens ou partes condutoras das mquinas

    e equipamentos que no faam parte dos circuitos eltricos, mas que possam ficar

    energizados.

    Os cuidados especiais que devem ser observados em mquinas e

    equipamentos que possuem dispositivos de acionamento e parada so:

    1. Sejam acionados ou desligados pelo operador na sua posio

    de trabalho.

  • 36

    2. No sejam localizados na zona perigosa da mquina ou

    equipamento.

    3. Possa ser acionado ou desligado em caso de emergncia, por

    outra pessoa que no seja o operador.

    4. No possa ser desligado ou acionado, involuntariamente, pelo

    operador, ou por qualquer outra forma acidental.

    5. No acarrete riscos adicionais.

    Como exemplo de mecanismos de segurana pode citar os seguintes:

    Comando bi manual, o acionamento da mquina realizado com

    ambas as mos. Feixes de luz: se a mo ultrapassar o feixe de luz a mquina para

    imediatamente. Enclausuramento ou barreiras: protege o trabalhador devido ao

    tamanho, da posio ou do formato da abertura para alimentao da mquina. Corte

    automtico: a mquina para quando algum ou algo entra na rea de perigo.

    Dispositivo para afastar as mos; operado por cabo de ao, preso

    aos pulsos do operador ou aos seus braos, para afastar suas mos quando estas

    se encontram na zona de perigo.

    Para mquinas com elementos rotativos e sistemas de transmisso so

    recomendados que sejam executadas limpezas e manuteno e reparos apenas

    quando estas estiverem paradas, salvo se o movimento for indispensvel para sua

    realizao.

    O maior risco das mquinas para trabalhar madeira, acrlicos, entre

    outras, o contato das partes do corpo (mos e dedos, sobretudo) com as

    ferramentas de corte, o que pode causar seu esmagamento ou amputao.

    As manutenes preventivas e corretivas devem ser registradas em

    livro prprio, ficha ou sistema informatizado, com os seguintes dados:

    Cronograma de manuteno;

    Intervenes realizadas;

    Data da realizao de cada interveno;

    Servio realizado;

    Peas reparadas ou substitudas.

    A operao, manuteno, inspeo e demais intervenes em

    mquinas e equipamentos devem ser realizadas por trabalhadores habilitados,

    qualificados, ou autorizados para este fim.

  • 37

    A fim de aprofundar os aspectos de manuteno apesentados na NR

    supracitada, foi desenvolvida a APR (anlise preliminar de riscos), que pode ser

    vista no APNDICE - 3.

  • 38

    3. DESENVOLVIMENTO DO PROTTIPO

    O presente captulo tem por objetivo descrever todo o processo de

    criao, desde a modelagem em trs dimenses que possibilitou a montagem e

    desenvolvimento do prottipo, demonstrando o funcionamento geral da estrutura,

    bem como os equipamentos necessrios para o desenvolvimento de cada parte do

    projeto. Sero apresentados os motores de passo, os drivers necessrios para seu

    acionamento, as estruturas mecnicas (barras roscadas, corredias metlicas e

    afins), chaves fim de curso e suas funes de hard limit e homing, a placa de

    circuitos impressos, e o microcontrolador Arduino Uno.

    3.1 MODELAGEM TRS DIMENSES

    A fim de desenvolver um projeto mecnico do prottipo, optou-se por

    fazer a modelagem em trs dimenses, a qual permite simular com maior preciso

    os objetos a serem utilizados no prottipo, conforme pode ser observado na figura 1.

    Figura 1- Modelo 3D fresa CNC Fonte: Autoria prpria

    O desenvolvimento do mecnico teve sua montagem baseada no

    modelo encontrado no blog do professor Walendorff, o qual serviu para nortear a

  • 39

    construo da mquina. A confeco do projeto em 3D foi feita utilizando o software

    SketchUp Make. O qual disponibiliza uma biblioteca online com uma grande

    variedade de peas, a qual permitiu utilizar os motores, corredias metlicas, fusos e

    botoeiras no modelo 3D.

    3.2 PLACA DE CIRCUITO IMPRESSO

    Para a confeco da placa no presente projeto foi utilizado o Fritzing

    por ser um programa open source gratuito e possuir em sua biblioteca de

    componentes o Arduino e seus drives, enquanto outros softwares de confeco de

    PCB como o Proteus, Merling PCB designer, CometCAD entre outros, ou so pagos

    ou no possuem em sua biblioteca raiz o Arduino.

    A simulao da placa no programa apresenta as trilhas em amarelo e

    apenas o contorno do Arduino bem como de seus drivers, que podem ser

    observados na figura 2.

    Figura 2 - Simulao da placa Fritzing Fonte: Autoria prpria

  • 40

    A PCB pronta elaborada a partir do desenho desenvolvido no Fritzing,

    pode ser observada na figura 3.

    Figura 3 - PCB Fonte: Autoria prpria

    O Fritzing permite tambm simular o circuito eltrico com os

    componentes e suas funcionalidades permitindo ao usurio uma melhor

    interpretao da logica de funcionamento da placa, como pode ser observado na

    figura 4.

  • 41

    Figura 4 - Esquema eltrico Fritzing Fonte: Autoria prpria

    O circuito eltrico um grande facilitador na confeco da PCB,

    evitando que o processo de montagem demande grandes perodos de tempo e

    reduzindo os erros de montagem.

    3.3 MOTORES DE PASSO NEMA17

    Os motores de passo consistem em dispositivos eletromecnicos que

    convertem pulsos eltricos em movimentos mecnicos, os quais geram variaes

    angulares discretas, estas rotacionam o eixo em pequenos incrementos

  • 42

    denominados passos (KALTECK, 2016). Tais pulsos eltricos quando aplicados

    sobre o motor determinam, baseados em suas sequncias, o sentido de rotao a

    qual o motor gira. A velocidade de rotao do rotor depende da frequncia de

    disparo dos pulsos eltricos sobre o motor, a quantidade dos mesmos determina o

    ngulo a ser rotacionado.

    Em sua maioria, os motores de passo deslocam um ngulo de 1,8

    para cada pulso recebido do driver de controle, com isso tais motores so os mais

    indicados para movimentos de maior preciso solicitados pelo CNC. A aplicao

    destes motores no presente projeto est atrelada a sua capacidade de controlar seu

    ngulo de rotao, velocidade, posio e sincronismo. As maiores vantagens do

    motor de passo esto em sua capacidade de funcionar bem em baixas velocidades

    com torques elevados, permitirem trabalhar nos dois sentidos de rotao, ser um

    motor brushless (sem escovas), poder ficar em inatividade por um longo perodo de

    tempo, e tem um potencial de acelerar e desacelerar de acordo com a solicitao

    (OFFICE TOTAL SHOP).

    Devido a sua composio simples, no possuir escovas, comutadores

    e nem encoder, os motores de passo so mais baratos que os servomotores e com

    isso tem uma ampla utilizao em impressoras, scanners, robs, cmeras de vdeo

    entre outros.

    A classificao destes motores pelo tamanho feitas atravs da norma

    NEMA. Baseado nas medidas das arestas dos flanges, a norma determina a

    classificao da seguinte forma NEMA 17 tem uma flange de 1,7 polegadas

    (aproximadamente 42 mm), (KALTECK, 2016).

    O presente projeto conta com os motores de passo NEMA 17 (que

    podem ser observados na figura 5) dentro das opes disponveis no mercado

    (NEMA 17, 23 e 34) por ser o mais barato deles e atender a necessidade do projeto.

    Outra vantagem dos motores de passo sobre os servomotores o fato de estes

    serem altamente intercambiveis, ou seja, no necessitam de um driver do mesmo

    fabricante e mesma famlia.

  • 43

    Figura 5 - Motor de passo NEMA 17 disponvel em: https://www.sainsmart.com/sainsmart-nema-17-stepper-motor-1-5a-2-5a.html

    Os motores de passos so os responsveis pela movimentao da

    mesa de cortes do projeto, fazendo os movimentos dos eixos X e Y, e tambm a

    movimentao do eixo Z. A resoluo de 200 PPR (Passos por rotao), ou 1,8

    para cada passo, permite movimentos bastante precisos, possibilitando desenvolver

    desde peas simples como quadrados, retngulos e tringulos at peas mais

    elaboradas como crculos e elipses.

    3.4 EASYDRIVER STEPPER MOTOR

    O Easydriver stepper motor um hardware compatvel com qualquer

    componente que possua uma sada de pulsos digitais entre 0 e 5V, desenvolvido

    para motores de passo. Este mdulo necessita de uma fonte de 6 a 30V para

    alimentar o motor e possui em sua placa um regulador de tenso para a interface

    digital, o qual pode ser regulado para 3.3V ou 5V. De acordo com o fabricante

    (SCHMALZ HAUS LLC) este driver pode controlar motores de passo bipolares e

    motores ligados como bipolares de 4, 6 ou 8 cabos.

    https://www.sainsmart.com/sainsmart-nema-17-stepper-motor-1-5a-2-5a.html

  • 44

    Este hardware permite ao motor fazer um movimento chamado micro

    stepping (micro passos), que significa dividir o passo mnimo em micro passos, no

    caso 8 micro passo. A grande vantagem de utilizar micro passos a de permitir

    controles mais suaves e precisos que os 200 PPR que o motor disponibiliza de

    fbrica. Isso significa que para uma rotao completa o motor que originalmente

    precisaria de 200 passos, passa a necessitar de 1600 (200 x 8). O driver pode ser

    observado na figura 6 abaixo.

    Figura 6 - EasyDriver

    Disponvel em: https://www.sparkfun.com/products/12779

    A escolha deste mdulo para o presente projeto foi feita devido ao fato

    de o mesmo ser compatvel com qualquer controlador que possua sadas de pulsos

    digitais, assim atende as necessidades do Arduino para o controle dos motores de

    passo. Uma grande facilidade desse hardware o fato de ele utilizar apenas duas

    sadas do Arduino para fazer o controle dos motores, uma para a quantidade de

    passos e outra para o sentido de rotao.

    3.5 CHAVES FIM DE CURSO

    Chaves fim de curso so tambm conhecidos como interruptores de

    final de linha ou micro switches, se tratam de comutadores eltricos que podem ser

    https://www.sparkfun.com/products/12779

  • 45

    atuados por foras fsicas. Estas chaves podem ter contatos normalmente abertos

    ou fechados, os quais so atuados ao receber contato fsico em suas hastes. Elas

    so muito aplicadas devido durabilidade que as mesmas possuem que

    normalmente superior a um milho de ciclos de acordo com a empresa fabricante

    Schemersal.

    Estas chaves so de confeco simples como pode ser observado na

    imagem da figura 7.

    Figura 7 - Chaves fim de curso

    Disponvel em: https://cdn.awsli.com.br/600x450/24/24550/produto/4224345/a026354bb1.jpg

    O projeto conta com cinco chaves que possuem contatos normalmente

    abertos, os quais ao receber o contato fsico em suas hastes atuam enviando um

    sinal digital ao Arduino, que por sua vez manda o programa parar de girar o motor

    de passo naquele sentido.

    3.5.1 FUNES HOMING E HARD LIMIT

    O projeto conta com as funes de homing e hard limit, as quais so

    dependentes dos fins de curso. Estas funes so responsveis pelo

    referenciamento da mquina em relao aos pontos zero dos seus eixos, bem como

    a segurana da mesma, para evitar que a ferramenta ultrapasse os limites de

    trabalho.

    A funo Homing parte do programa GRBL 0.9J, responsvel por

    fazer os reconhecimentos das posies, assim levando os eixos X e Y aos seus

    valores mnimos, e depois levando a mesa a uma posio pr-definida pelo

    https://cdn.awsli.com.br/600x450/24/24550/produto/4224345/a026354bb1.jpg

  • 46

    programa, no caso desse projeto, essa posio foi definida como 1mm antes de

    cada fim de curso. Para o eixo Z o projeto conta apenas com um fim de curso, o qual

    define a posio mxima que o eixo pode subir, pois como se trata de uma

    fresadora, estimar um valor mnimo deixaria a mquina limitada em relao ao

    tamanho da pea a ser usinada. Sendo o eixo Z responsvel pela movimentao da

    ferramenta o mesmo tem seu valor de referencia definido em relao ao limite

    mximo de subida do eixo e o valor definido para home de 1mm abaixo do fim de

    curso.

    A funo de hard limit determina os valores de segurana da mquina,

    evitando que tanto a mesa quanto a ferramenta ultrapassem valores seguros de

    funcionamento, assim para os eixos X e Y a mesa fica limitada para que a mesma

    no bata nos acoplamentos dos motores e nem saia dos limites do trilho das

    corredias metlicas.

    3.6 ARDUINO UNO

    O Arduino UNO um microcontrolador baseado no ATmega328. Sua

    tenso de alimentao de 5Vcc quando alimentada pela entrada USB,

    normalmente em conexo com um computador, ou entre 6 e 20Vcc quando

    alimentada por uma fonte externa, atravs de seu conector Jack. De acordo com o

    fabricante (ARDUINO), o controlador possui 14 pinos digitais de entrada/sada (dos

    quais seis podem ser usados como sadas PWM), seis entradas analgicas, um

    clock de 16 MHz, uma conexo USB, um conetor de alimentao, um conetor ICSP,

    e um boto de reset. Tal estrutura pode ser observada na figura 8.

  • 47

    Figura 8 - Arduino UNO

    disponvel em https://store.arduino.cc/usa/arduino-uno-rev3

    Este controlador tem a funo de interpretar os sinais enviados do

    computador e execut-los. Com o auxlio da IDE Arduino, o firmware (GRBL 0.9J) foi

    gravado no microcontrolador a fim de que os comandos enviados em Gcode possam

    ser interpretados e executados pelo Arduino.

    3.7 ESTRUTURAS MECNICAS

    As estruturas do projeto se dividem em partes eltricas e mecnicas.

    Sendo a base deste construda em MDF 15mm, a parte estrutural e mecnica

    constituda por um gabinete de madeira para alocar a placa eletrnica, fonte e

    coolers, corredias metlicas para a movimentao da mesa e da ferramenta e

    barras roscadas para a transmisso dos movimentos do motor.

    A parte eltrica conta com trs motores de passo NEMA 17 com

    acoplamentos flexveis, uma mini furadeira, uma fonte atx de 450W, uma placa

    eletrnica de circuitos impressos, 2 coolers para refrigerao da placa de circuitos

    com os drivers e Arduino, 5 chaves fim de curso, 2 botes para pausa e retomada do

    programa, 1 boto de emergncia.

    O projeto foi construdo inicialmente montando a estrutura para

    posicionamento dos motores, mesa de corte e o eixo Z, aonde seria colocada a

    ferramenta. A estrutura da mesa foi definida com um MDF 15mm apoiado sobre

  • 48

    duas corredias metlicas, as quais so responsveis pelo eixo X. Esta estrutura

    por sua vez apoiada sobre outras duas corredias metlicas, que fazem parte do

    eixo Y.

    Para o eixo Z foi definida uma estrutura de madeira vertical aonde seria

    afixada a ferramenta e para que a mesma pudesse se movimentar foi acoplado um

    pedao de MDF sobre duas corredias metlicas, as mesmas fixadas na vertical a

    fim de que a ferramenta pudesse subir e descer.

    Nas pontas de cada eixo foram colocados os motores, e para a

    transmisso do movimento de seus eixos foram colocadas barras roscadas de

    bitolas de de polegada, com acoplamentos flexveis, a fim de compensar os

    possveis desalinhamentos entre o eixo do motor e a barra roscada. Para que as

    barras transmitissem o movimento s estruturas, foi soldada uma porca de de

    polegada sob cada uma delas, na direo do eixo, assim, ao girar o eixo do motor o

    movimento de rotao do mesmo convertido em movimento linear.

    Definidas as posies dos eixos e motores, foram posicionados os fins

    de curso a fim de definir os limites de segurana e operao da mquina, sendo

    quatro nas extremidades dos eixos X e Y e um na parte superior do eixo Z. As

    posies dos fins de curso foram definidas aproveitando a maior rea possvel da

    mesa de cortes bem como a maior altura possvel para subida do eixo Z a fim de

    que a mquina tivesse o maior aproveitamento da rea disponvel.

    Com todas as bases mecnicas e estruturais prontas, foi escolhida a

    ferramenta a ser utilizada para fazer a fresagem, sabendo que o material a ser

    usinado seriam peas de acrlico e MDF. O projeto conta com uma mini furadeira

    (Loud AD-19) a qual trabalha com uma tenso de operao de 12Vcc e uma

    velocidade de giro de 12000 RPM (figura 9).

  • 49

    Figura 9 - Mini furadeira AD-19

    Disponvel em: http://www.estrela10.com.br/mini-furadeira-retifica-minidrill-12v-preta-ad19s-

    loud-19072-p10837617

    O projeto conta com um gabinete feito em MDF 15mm disposto na

    parte traseira do mesmo a fim de alocar a fonte de alimentao, e a placa eletrnica

    de circuitos impressos, na qual esto ligados o Arduino e os drivers de controle dos

    motores. A fonte de alimentao do projeto uma fonte ATX ligada diretamente na

    rede eltrica, alimentada por uma tenso alternada de 127V. Esta disponibiliza para

    o projeto a tenso de 12Vcc, a qual faz a alimentao da placa de circuitos,

    responsvel por alimentar os motores de passo e seus drivers, e tambm a mini

    furadeira.

    Para confeccionar a placa eletrnica (figura 10), foi adaptada uma

    caneta de tinta permanente na estrutura do eixo Z, com isso foi possvel testar o

    funcionamento das programaes, bem como o funcionamento geral da mquina.

    http://www.estrela10.com.br/mini-furadeira-retifica-minidrill-12v-preta-ad19s-loud-19072-p10837617http://www.estrela10.com.br/mini-furadeira-retifica-minidrill-12v-preta-ad19s-loud-19072-p10837617

  • 50

    Figura 10 - Confeco PCB

    Fonte: Autoria prpria

    Para um correto funcionamento do projeto, sabendo que as rotaes

    dos motores de passo geram aquecimento em seus drivers, foram adicionados dois

    coolers ao gabinete, um com a funo de ventilao (resfriamento) e o outro de

    exausto, alinhados a placa de circuitos como pode ser observado na figura 11 a

    baixo. Para uma melhor organizao e segurana foram colocadas canaletas dentro

    do gabinete, a fim de que a menor quantidade de cabos ficasse exposta. O projeto

    tambm conta com uma porta de acrlico para acesso a parte interna do gabinete,

    assim permitindo uma fcil visualizao dos circuitos, dispensando a necessidade de

    abrir a mesma para uma rpida inspeo visual.

  • 51

    Figura 11 - Gabinete

    Fonte: Autoria prpria

    O projeto tambm conta com botoeiras dispostas em uma caixa lateral

    (que pode ser observada na figura 12) que permitem ao mesmo ser operado

    diretamente da mquina, depois de o programa ter sido enviado ao Arduino, sem a

    necessidade de o operador estar com o computador (que envia os comandos ao

    Arduino) em mos durante a usinagem. A mquina conta com dois botes de pulso,

    um de pausa e outro de retomada, os quais enviam sinais diretamente para o

    Arduino, possibilitando que o processo de usinagem possa ser parado durante

    qualquer momento da operao e retomado da mesma forma.

  • 52

    Figura 12 - Botoeiras

    Fonte: Autoria prpria

    Alm desses botes de pulso a mquina conta tambm com um boto

    de emergncia, o qual ao ser acionado, de imediato executa duas aes, sendo a

    primeira cortar a energia da fonte de alimentao, forando a parada da mquina e a

    segunda envia um sinal lgico para o Arduino, informando ao programa que o boto

    de emergncia foi acionado e o mesmo para de executar qualquer comando.

    3.8 ASPECTOS DE MANTENABILIDADE

    Para o presente projeto sero apresentados os aspectos de

    mantenabilidade dos trs itens com maiores defeitos em potencial, sendo eles os

    motores de passo, corredias metlicas e barras de rosca sem fim.

  • 53

    3.8.1 Motores de passo:

    Por serem utilizados com muita frequncia, os motores de passo,

    podem apresentar falhas e quando isso acontece importante realizar a

    manuteno. Alguns defeitos que podem ser previstos na manuteno preventiva de

    motores de passo:

    Folga nos mancais

    Possveis travamento de rolamentos

    Futuras quebras de eixo

    Desmagnetizao do rotor

    Diminuio da isolao eltrica.

    3.8.2 Corredias metlicas:

    A manuteno nas corredias metlicas (figura 13) deve ser realizada

    diariamente sendo limpas e lubrificadas a cada final de perodo de trabalho.

    Figura 13 - Corredias metlicas Disponvel em:

    http://diogodantevendedor.blogspot.com.br/2016_01_01_archive.html

    As causas de maiores manutenes nas corredias so o travamento

    de rolamentos por falta de limpeza e lubrificao, o que causa o desgaste excessivo

    das guias de rolamento, e o desalinhamento das mesmas.

  • 54

    3.8.3 Eixos de transmisso (parafuso de rosca sem fim):

    O parafuso de rosca sem fim (figura 14) responsvel pela converso

    de energia de rotao dos motores de passo em movimento linear. Na aplicao

    mais comum, um parafuso de rosca sem fim para transmisso de movimento de giro

    de um motor e, por contato direto provoca o deslocamento de uma castanha ou

    porca (onde est presa a carga a ser movimentada).

    Figura 14 - Parafuso de rosca sem fim com porca Disponvel em: http://g03.a.alicdn.com/kf/HTB1b_3THVXXXXaNXFXXq6xXFXXXa/M6x320-6-320-

    Stainless-Steel-All-Thread-font-b-Threaded-b-font-Rod-Bar-Studs-machine.jpg

    .

    Algumas caractersticas que podem ser observadas nos equipamentos

    que empregam parafusos de rosca sem fim e que, so fortes candidatos a uma

    manuteno.

    Perda de repetibilidade,

    Perda da uniformidade dos movimentos,

    Vibrao,

    Rudo anormal,

    Perda de preciso costumeira.

    Para que haja um bom aproveitamento dos parafusos de rosca sem fim

    se faz necessrio a limpeza e lubrificao diria do eixo.

  • 55

    3.9 MANUTENO AUTNOMA

    Ser na manuteno autnoma que os operadores, sero capacitados

    a serem os mantenedores da mquina em primeiro nvel. Desta forma, o operador

    poder de forma rpida e sistemtica, efetuar limpezas, inspees regulares,

    registrar as ocorrncias, efetuar lubrificaes, e regulagens simples e aplicar a

    ferramenta 5S. Estas atividades sero feitas observando o registro de manuteno

    de rotina do operador, que estar disposto para visualizao na mquina.

    O programa de manuteno autnoma criado para este projeto pode

    ser analisado no APNDICE - 1.

  • 56

    4. DESEMPENHO E TESTES

    O presente captulo aborda o funcionamento do prottipo, mostrando o

    desempenho geral da mquina, as aes executadas pelo Arduino, motores de

    passo, e da mini furadeira. Sero apresentadas as peas criadas bem como os

    testes realiz