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Pensar as inovações pedagógicas a partir das escolas: potencialidades e

desafios em Cabo Verde

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• Breve enquadramento do tema;• O ensino secundário (ES) cabo-verdiano: entre as heranças

históricas e os retos atuais. A problemática da formação docente;• Lições e silêncios da trajetória de formação dos docentes do ES

em Cabo Verde;• As inovações pedagógicas a partir das escolas: potencialidades e

desafios;• O que fazer com as práticas inovadoras? • Sugestões bibliográficas

1- Sumário da apresentação

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• Como se posicionam os docentes em relação às medidas de inovações pedagógicas superiormente determinadas?

• Que estratégias devem ser adotadas com vista à potencialização das práticas pedagógicas inovadoras no contexto alargado das mudanças educativas?

2- Breve enquadramento/ Os questionamentos de partida…

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- O ES no contexto da “introdução” da instrução pública em África (Sec. XIX);

- Cabo Verde: a construção social da importância da instrução (ES) a partir da 2ª metade do Sec. XIX;

- O ES no quadro da luta pela libertação nacional: a tarefa da criação do Homem Novo;

3- O ensino secundário (ES) cabo-verdiano: entre as heranças históricas e os retos atuais. A problemática da formação docente (1)

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-A Independência nacional (1975): o papel da educação (ES) na “viabilização” do país. A abertura da Escola de formação de Professores do ES;

- Lições e silêncios do percurso de formação dos docentes do ES.

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Lições (algumas):- O funcionamento das instituições de formação docente (CFPES/EFPES/ISE) encerrou várias

debilidades (pedagógica, organizativa…);

- A nível de habilidades, atitudes e competências pedagógicas o CFPES/EFPES, na fase inicial da sua implementação, enfatizara a transformação de cada docente num continuador das conquistas da revolução e elemento de consolidação do poder ideológico;

- Avaliações externas realizadas alertaram para o fato de as instituições de formação docente não terem focalizado o “modelo” de formação na realidade social, histórica, cultural... do país;

- A partir da década de 90 do século passado, no contexto do Projeto de Reestruturação do Sistema Educativo, a EFPES e o ISE conheceram dinâmicas pedagógicas importantes, impostas pelo desafio de formação contínua dos docentes. Estas não foram seguidas. Não se continuou com as articulações desenvolvidas entre os vários setores.

3- O ensino secundário (ES) cabo-verdiano: entre as heranças históricas e os retos atuais. A problemática da formação docente (3)

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Lições:

- O ISE implementou, a nível de linhas orientadoras, perspetivas inovadoras a nível de formação docente: a problemática do professor reflexivo; competências transversais; o diálogo entre os contextos local e global. Não há elementos de avaliação sobre o grau de materialização desses intentos;

- A trajetória das duas instituições em questão, com os seus pontos de sucesso e intermináveis debilidades, mostra-nos que não se conseguiu edificar uma política de formação dos docentes de ensino secundário sólida e contínua, em termos de princípios teórico-científicos e pedagógicos – UMA ESCOLA

3- O ensino secundário (ES) cabo-verdiano: entre as heranças históricas e os retos atuais. A problemática de formação docente (4)

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Silêncios:- Níveis académicos dos candidatos à formação docente/

razões do seguimento da profissão/desempenho profissional;

- Débil funcionamento do estágio pedagógico enquanto elemento determinante na formação docente;

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“ (…) a minha discordância vai para a forma como o estágio está estruturado e pensado; a ausência do formador; a atribuição de função de orientador a pessoas sem a formação essencial para tal; é gritante fazer um estágio em filosofia em dois meses e meio e a falta de um pedido formal à Direção da Instituição para a orientação do mesmo.

Urge repensar e credibilizar o estágio pedagógico, que para muitos pode

ser um conceito vã [vazio]mas que para mim é e será indispensável para um ensino de qualidade que tanto apelamos e ambicionamos. Para isso, há necessidade de oferecer uma melhor e maior formação que exige uma maior atenção, controle, rigor, exigência, criatividade, profissionalismo e responsabilidade”. (ISE, 2002, s/n.ºp.)

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Silêncios:- o desfilar do rosário das dificuldades humanas e materiais

que as instituições formadoras experimentaram aconteceu em paralelo com a sucessão de ideais pedagógicos inovadores, a nível de teorias de formação docente;

- inexistência de programas de formação contínua, enquanto etapa complementar (indispensável) da formação docente.

3- O ensino secundário (ES) cabo-verdiano: entre as heranças históricas e os retos atuais. A problemática da formação docente (7)

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• O que nos dizem os (alguns) posicionamentos teóricos?

– A docência como fonte de conhecimento, por se tratar de uma fonte de investigação e de experimentação (Pereira et all, 2000:206, apud Grillo, 1998: 03)

– Ninguém se contenta em receber o saber, como se ele fosse trazido do exterior pelos que detêm os seus segredos formais. A noção de experiências mobiliza uma pedagogia interativa e dialógica. (Pereira et all, 2000: 207)

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• O que dizem os (alguns) posicionamentos teóricos?

– as práticas culturais e sociais idiossincráticas dos sistemas educativos da África Sub-Sariana, os seus estádios de desenvolvimento, onde não se pode esquecer a situação docente em termos de formação e não só, acomodariam determinadas inovações pedagógicas? (Tabalawa, 2013)

4- As inovações pedagógicas a partir das escolas: potencialidades e desafios. (2)

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• Partilhando os marcos metodológicos da investigação…

• Entrevistas (40)• Grupo de discussão (subdiretores pedagógicos, 5

escolas)• Profundo debate teórico e histórico das temáticas

incluídas na investigação

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4- As inovações pedagógicas a partir das escolas:

potencialidades e desafios. (4)

Razões da escolha da profissão docente - Gosto; falta de alternativas; início da atividade docente sem formação- - Influência de antigos professores- Influência dos colegas

Avaliação do desempenho dos formadores da área didáctico-pedagógica

Pontos fortes- Aproveitamento dos conhecimentos e experiências pedagógicas dos formandos- Clima de abertura para debater questões didáctico-pedagógicas

Pontos fracos- Pouca experiência da prática pedagógica- Debilidade no desenvolvimento de atividades/estratégias que visam o desenvolvimento da mentalidade docente- Falta de formação pedagógica dos formadores

Avaliação do estágio realizado

Pontos fortes - Abertura dos formandos em aprender- Experiências anteriores dos formandos- Espírito de trabalho em equipa entre os formandos- Acompanhamento dos orientadores

Pontos fracos - Fraco seguimento da instituição formadora- Desarticulação entre os orientadores e supervisores- Aulas insuficientes

Avaliação da formação recebida

Pontos fortes - Profundidade pedagógica- Profundidade da área científica específica de formação- Desempenho do formando- Espírito de equipa

Pontos fracos - Falta de recursos materiais- Docentes com perfil inadequado- Estágio com grandes debilidades de organização- Fraco seguimento do estágio

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4- As inovações pedagógicas a partir das escolas: potencialidades e desafios. (5)

As lições/os silêncios/ 4 décadas de experiências de formação de cima para baixo

Fragilidades da formação em aspetos estruturantes (estágio

pedagógico)/ novas demandas

Inexistência de uma política de formação contínua (isso significa, a la limite, que as necessidades dos docentes não são levados em conta)

PRESSUPOSTOS

SUPLICAM

-Por uma política integral de formação docente (inicial/continua)- Pela indispensável valorização da cultura docente – sementes inovadoras

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4- As inovações pedagógicas a partir das escolas: potencialidades e desafios. (6)

Potencialidades:

• Disponibilidade dos docentes em partilhar as suas necessidades em termos de formação contínua (competências que almejariam desenvolver mais);

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4- As inovações pedagógicas a partir das escolas: potencialidades e desafios. (7)

“Competências” pedagógicas propostas pelos docentes do ensino secundário - melhorar o uso das novas tecnologias de informação e comunicação;

- melhorar a capacidade de elaboração de materiais didáticos mais atrativos;

- aumentar a capacidade de diversificar as estratégias de dinamização das aulas ( técnicas inovadoras de transmissão de conhecimentos);

- diversificar as estratégias de gestão da sala de aula;

- aumentar a capacidade de entender as fases do desenvolvimento/aprendizagem (psicologia de aprendizagem e do desenvolvimento);

-diversificar as estratégias de motivação dos alunos

- melhorar a capacidade de gestão de comportamentos (conflitos).

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4- As inovações pedagógicas a partir das escolas: potencialidades e desafios. (8)

Potencialidades:• A disponibilidade do trabalho em equipa (existem experiências de

trabalho em equipa. É preciso reforçar este importante instrumento. Como? Que estratégias? Como transformá-lo num (dos) elemento (s) formatador (es) da formação docente? Como avaliar os impactos desta estratégia na aprendizagem?);

• Procura de estratégias para aproximação dos pais e encarregados de educação às escolas, aos docentes, ao projeto pedagógico, enfim, aos desafios do desenvolvimento comunitário onde a escola está inserida (encontros nas localidades)

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4- As inovações pedagógicas a partir das escolas: potencialidades e desafios. (9)

Potencialidades:• As perceções de mudanças, de propostas de mudanças que,

segundo os nossos entrevistados, devem contribuir para a melhoria do ensino aprendizagem ( as perspetivas de mudanças surgem a partir da prática pedagógica cotidiana. Os docentes têm os seus próprios discursos de mudanças necessárias)

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4- As inovações pedagógicas a partir das escolas: potencialidades e desafios. (10)

Desafios:- Sintetizar o percurso de formação dos docentes do ensino secundário, em termos de

ganhos da trajetória e a partir dele lançar as âncoras da reflexão contínua sobre a matéria. A melhor forma de perspetivar o futuro é revisitar o passado;

- Romper com o paradigma de uma postura decisória Top down. O ES cabo-verdiano tem sido continuamente insuflado com retóricas de inovações pedagógicas. Na prática, as pretensas mudanças são parcas;

- Instituir nas escolas equipas com responsabilidade de reflexão constante e exclusiva sobre a gestão pedagógica. Temos que nos incidir no acompanhamento, no processo…

- É preciso valorizar os docentes, atribuir um estatuto às suas experiências;

- Urge criar condições adequadas e, concomitantemente, instaurar mecanismos sólidos de seguimento

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5- O que fazer com as práticas inovadoras?

• Implementar estruturas com capacidade técnica e de recursos com vista a trabalhar conjuntamente com o docente visando o desenvolvimento das competências identificadas (redimensionar a própria equipa pedagógica da escola)

• …• …• …

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6- Porque de partilha se trata, sugiro… (1)

• Alexandre, V. (2000). Velho Brasil, Novas Áfricas. Porto: Afrontamento.• ►Armah, A. K. (2006). What colonial education did to Africans. New African , 36-41.• ►Aw, M. C. (2001). Perspectives de L'enseignement secondary en Afrique

subsaharienne: Défis liés a L'impact de l'ept et Axes D'orientation Stratégoque. Dakar: INEADC.

• ►Barros, V. (2009). Sob o signo da celebração do império: o discurso colonial e o mito da especificidade cabo-verdiana. In Muleka Mwewa; Gleiciani Fernandes e Patrícia Gomes (org), Sociedades Desiguais. São Leopaldo: Harmonia.

• Benavot, A. (2006). The Diversity of Secundary Education: Educational Curriculum in Comparative Perspective. Profesorado, Revista de Curriculum y Formación, 10 (1) , 1-30.

• ►Chenchabi, R. (1988). La Colonización Cultural: La Influência de la Políticas culturales en los estilos de desarrollo. Madrid: Fundación Encuentro.

• ESIA. (2007). Na encruzilhada: Escolhas para o Ensino Secundáiro e a Formação na África Subsariana. Lisboa: Galouste Gulbenkian.

• ►Furedi, F. (2009). Wasted: Why education Isn't Educating. New York: Countinuun International Publishing Group .

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6- Porque de partilha se trata, sugiro… (2)

• Gauthier, R. F. (2006). The content of Secondary Education Around the World: present Position and Strategic Choices. Paris: UNESCO.

• ►Hodgson, N. (2010). What does it mean to be an educated person? Jounal of Philosophy of Education, 44(1) , 109-123.

• Holsinger, D. B., & Cowell, R. N. (2000). Positioning Secondary Education in Developing Countries. Paris: International Institute for Educational Planning (UNESCO).

• ►Mbembe, A. (2013). Sortir de la grand nuit: Essai dur l’Afrique décoloniseé. Paris: La Découverte.• ►Mungazi, D. A. (1996). The Mind of Black Africa. USA: Dickson A. Mungazi.• Pereira, C.W. (2000) (0rg). Educação de professores na era da globalização: subsídios para uma

proposta humanista. Rio de Janeiro, Nau Editora.• ►Tabulawa, R. (2013). Teaching and Learning in Context. Why Pedagogical reforms fall in Subsaharan

Africa. Dakar: CODESRIA.• Timmerman, G. (2009). Teacehrs educators modeling their teacher? European Journal of Teacher

education, 32(3) , 225-238.• White, B. W. (1996). Talk about School: education and the colonial project in French and Bristh Africa.

Comparative Journal, 32(1) , 9-25.• Willinsky, J. (1998). Learning to divide the world: education at empire's end. . Minneapolis: University of

Menneapolis Press.• ►Wa Thiong'o, N. (1986). Decolonising the mind: the politics of language in African Literature. London:

Heinemann.

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MUITO OBRIGADO!

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