Michel FoucaultVidas Paralelas

Vidas Paralelas é a obra do filósofo e escritor grego Plutarco (46 – 126), uma compilação de biografias de homens ilustres da Grécia e de Roma.

São 23 pares de biografias, a exemplo de:

1. Alexandre (Grego) - César (Romano)

2. Demóstenes (Grego) - Cícero (Romano)

Michel FoucaultVidas Paralelas

Duas vidas não exemplares, não notáveis, cujas narrativas foram redescobertas por Foucault:

Pierre Rivière (1815-1840) – razão x loucura

Louco, assassino e escritor lúcido?

Herculine Barbin (1838-1868) – sexo x gênero

Hermafroditismo, monstruosidade ou crise

de identidade?

1976

Cenas do filme Eu, Pierre Rivière...(1976)

Foucaultno set de filmagem

Manuscrito de Pierre Rivière

1985

Michel FoucaultVidas Paralelas

Observação:

A história da psiquiatria – do grego “cura da alma” – confunde-se com a história da própria medicina.

Considera-se o pai da psiquiatria moderna o médico francês Pilippe Pinel (1745-1826), autor da obra Traité médico-philosophique sur l’aliénation mentale ou la manie, de 1801.

Pinel propôs uma classificação das doenças mentais e o tratamento não violento.

Por que o interesse de Foucault nas biografias de Rivière e Barbin?

1. Duas vidas que são singularidades tão radicais que parecem as paralelas, que só se encontram no infinito... Trata-se de duas alteridades extremas, condenadas ao esquecimento.

2. Duas autobiografias que retratam as lutas contra a submissão e as formas de subjetivação que separam o indivíduo de si mesmo.

“Quando em 1784, Kant perguntou: O que é o Esclarecimento?, ele queria dizer: o que está acontecendo neste momento? O que está acontecendo conosco? O que é este mundo, esta época, este momento preciso em que vivemos? (...)

O objetivo hoje em dia talvez não seja descobrir o que somos, mas recusar o que somos. Temos que imaginar e construir o que poderíamos ser se nos livrássemos do duplo constrangimento político do poder moderno: a individualização e a totalização”

Michel Foucault