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72 Joelito de Oliveira Rezende 1 1—Engenheiro Agrônomo, Doutor em Agronomia, Professor Titular do Centro de Ciências Agrárias Ambientais e Biológicas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia-UFRB, dedicado a estudos nas áreas de Física e Manejo dos solos agrícolas. [email protected] O Estado de São Paulo tem atu- ação destacada nessa ativi- dade econômica, gerando mais de 500 mil empregos diretos e indire- tos. Os principais fatores respon- sáveis por esse desempenho são: condições ecológicas favoráveis; grande disponibilidade de área; demandas de suco concentrado de laranja no mercado externo e de frutos in natura no mercado inter- no para fabricação do suco, além de suporte tecnológico dado por instituições de pesquisa e desen- volvimento. Como desvantagem, aparece, principalmente, a vulnera- bilidade às doenças, especialmen- te viróticas e bacterianas. A Tabela 1 contém informações sobre área colhida, produção e rendimento de laranja, limão e tangerina nos prin- cipais estados produtores brasilei- ros, em 2009 (IBGE, 2010). A Bahia é o segundo produtor na- cional e primeiro das Regiões Norte e Nordeste. A Figura 1 mostra a dis- tribuição geográfica das principais regiões produtoras e potenciais de citros no Estado. Em extensão de área plantada (igual à área colhida), tem como principais produtores as Regiões Litoral Norte/Agreste de Alagoinhas (64,4 %) e o Recôncavo Sul (13,1%) (IBGE, 2010). O município de Rio Real, locali- zado no Litoral Norte da Bahia, participa com cerca de 35,4% da área colhida (igual à area plan- tada) e de 39,9 % da produção, destacando-se como primeiro produtor de citros do Estado e das Regiões Norte e Nordeste do Brasil. Nesse município, além da laranja, responsável por 93,1% da produção, os agricultores também Um olhar sobre a citricultura do Estado da Bahia Foto:Sílvio Ávila/Editora Gazeta SOCIOECONOMIA

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Joelito de Oliveira Rezende1

1—Engenheiro Agrônomo, Doutor em Agronomia, Professor Titular do Centro de Ciências Agrárias Ambientais e Biológicas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia-UFRB, dedicado a estudos nas áreas de Física e Manejo dos solos agrí[email protected]

O Estado de São Paulo tem atu-ação destacada nessa ativi-

dade econômica, gerando mais de 500 mil empregos diretos e indire-tos. Os principais fatores respon-sáveis por esse desempenho são: condições ecológicas favoráveis; grande disponibilidade de área; demandas de suco concentrado de laranja no mercado externo e de frutos in natura no mercado inter-no para fabricação do suco, além de suporte tecnológico dado por instituições de pesquisa e desen-volvimento. Como desvantagem, aparece, principalmente, a vulnera-bilidade às doenças, especialmen-te viróticas e bacterianas. A Tabela 1 contém informações sobre área colhida, produção e rendimento de laranja, limão e tangerina nos prin-cipais estados produtores brasilei-ros, em 2009 (IBGE, 2010).

A Bahia é o segundo produtor na-cional e primeiro das Regiões Norte e Nordeste. A Figura 1 mostra a dis-tribuição geográfica das principais regiões produtoras e potenciais de citros no Estado. Em extensão de área plantada (igual à área colhida), tem como principais produtores as Regiões Litoral Norte/Agreste de Alagoinhas (64,4 %) e o Recôncavo Sul (13,1%) (IBGE, 2010).

O município de Rio Real, locali-zado no Litoral Norte da Bahia, participa com cerca de 35,4% da área colhida (igual à area plan-tada) e de 39,9 % da produção, destacando-se como primeiro produtor de citros do Estado e das Regiões Norte e Nordeste do Brasil. Nesse município, além da laranja, responsável por 93,1% da produção, os agricultores também

Um olhar sobre a citricultura do Estado da Bahia

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cultivam limão (5,1%) e tangerina (1,8%). Metade da produção abas-tece indústrias e mercado interno. Em ordem decrescente de partici-pação, seguem os municípios de Itapicuru e Inhambupe, localizados na Regiäo do Agreste, os quais contribuem, respectivamente, com 16,8 % e 10,1 % da área colhida e de 15,5 % e 7,4 % da produção.

O principal berço da citricultura baiana é a Grande Unidade de Paisagem Tabuleiros Costeiros. Trata-se de “formações terciárias que se distribuem por quase toda a faixa litorânea do Brasil. Estima--se que, no Brasil, as áreas de ta-buleiros abrangem 20 milhões de hectares, sendo que nove a dez milhões encontram-se na Região Nordeste, constituindo a principal base de sustentação agrícola dos estados e capitais da costa orien-tal do Brasil. Tais áreas são predo-minantemente úmidas, com preci-pitações pluviais médias anuais,

TABELA 1

ÁREA COLHIDA, PRODUÇÃO E RENDIMENTO DE LARANJA, LIMÃO E TANGERINA NOS PRINCIPAIS ESTADOS PRODUTORES BRASILEIROS, EM 2009

Estado Área Colhida Produção Rendimento

Laranja

São Paulo 551.901 13.642.165 24,72Bahia 55.755 906.965 16,27Sergipe 53.001 784.382 14,80Minas Gerais 30.549 749.987 24,55Paraná 20.000 520.000 26,00Outros 76.044 1.014.951 13,35BRASIL 787.250 17.618.450 22,38

LimãoSão Paulo 24.714 674.104 27,28Bahia 2.761 53.004 19,20Minas Gerais 2.990 51.191 17,12R. G. do Norte 119 45.614 38,31Acre 121 29.340 24,48Outros 10.324 119.184 11,54BRASIL 41.029 972.437 23,70

TangerinaSão Paulo 15.852 415.054 26,18Paraná 10.684 271.845 25,44Rio G. do Sul 12.520 146.352 11,69Minas Gerais 6.911 132.795 19,22Rio de Janeiro 1.771 36.646 20,69Outros 7.076 91.737 12,96BRASIL 54.814 1.094.429 19,97

Fonte: IBGE, 2010

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no Nordeste, variando de 400 a 600 mm nos Sertões de Pernam-buco, Bahia e Piauí. Na Bahia, a temperatura média anual varia de 23 a 24 ºC, no litoral, e de 24 a 26 ºC, nas regiões mais secas” (JA-COMINE, 1996).

A importância social e econômica dos Tabuleiros Costeiros deve-se às grandes concentrações urba-nas, à diversidade de exploração agrícola – com grande potencial para a produção de alimentos, à ampla infraestrutura de transporte rodoviário e terminais marítimos para escoamento da produção e por abrigar grande parte da Mata Atlântica ainda existente no país.

Nessa Grande Unidade de Paisa-gem, os principais solos (Latosso-los Amarelos Coesos e Argissolos Amarelos Coesos) caracterizam--se como profundos, ácidos, álicos [CTC ≥ 50% de saturação por alu-mínio trocável], baixa capacidade

de troca catiônica e presença fre-quente de horizontes coesos (Figu-ra 2). As espécies vegetais, tempo-rárias e perenes, cultivadas nesses solos, algumas vezes com irrigação suplementar apresentam, em geral, baixo vigor vegetativo, reduzida lon-gevidade e baixas produções, com-parativamente aos mesmos cultivos instalados em outras unidades de paisagem devido a uma relação solo-planta fortemente influenciados pela baixa disponibilidade de nu-trientes, acidez elevada e pela estru-tura peculiar dos horizontes coesos (REZENDE, 2000). Historicamente, esses problemas foram subestima-dos em virtude da paisagem apa-rentemente favorável ao uso agríco-la, representada pelo relevo plano a suave ondulado, solos profundos e clima (CINTRA, 1997).

O termo coeso, com significado de tenaz, tem sido empregado para distinguir horizontes minerais subsuperficiais do solo que se

apresentam duros, muitos duros ou até extremamente duros quan-do secos, e friáveis quando úmi-dos. Tais horizontes não exibem agregados, salvo alguns relacio-nados com a atividade biológica – na verdade, o horizonte todo é um único e gigantesco agregado, pois não mostra planos de cliva-gem, apresentando, do ponto de vista da Pedologia, uma estrutura maciça que se quebra em frag-mentos angulosos. Essa variação da consistência desses solos – de dura (ou tenaz) quando secos a fiável quando úmidos – “é uma característica relevante, pois su-gere que as práticas de manejo devem contribuir para conservar a umidade do solo não apenas como fator de produtividade, mas como benefício à menor resistên-cia física à penetração de raízes” (SOUZA et al., 2000).

A faixa de solos onde se encon-tram os principais polos citrícolas

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dos Estados da Bahia e Sergipe é mostrada na Figura 3. No mapa, a cor amarelo corresponde aos Latossolos Amarelos; a cor ver-melho-claro, aos Argissolos Ama-relos. Nota-se que a citricultura dos dois Estados está assentada predominantemente nos Argisso-los, seguido dos Latossolos.

A faixa de solos onde se encon-tram os principais pólos citrícolas dos Estados da Bahia e Sergipe. No mapa, as classes de solos são distinguidas pelas cores: amarelo corresponde aos Latos-solos Amarelos; vermelho-claro, aos Argissolos Amarelos. Nota--se que a citricultura dos dois Estados está assentada predo-minantemente nos Argissolos, seguido dos Latossolos.

Quanto ao clima, sabe-se que a água requerida nos processos metabólicos e de transferência das plantas pode ser dificultada bela baixa aeração do solo, e/ou pela alta resistência mecâni-ca em solo à penetração, e/ou pelo pequeno intervalo de água disponível (LETEY et al., 1962). É bastante conhecido o efeito provocado pelos veranicos nas plantas com sistema radicular pouco desenvolvido: quando o desenvolvimento dessas plantas é prejudicado pela falta de oxigê-nio no solo, aumenta a resistên-cia das raízes para extrair água (KRAMER, 1983) e a resistência dos estômatos para liberá-la na forma de vapor (SOJKA; STOL-ZY, 1980), causando diminuição da absorção de nutrientes e da fotossíntese.

Além de solos férteis (permeá-veis, com fraca acidez, adequa-do suprimento de nutrientes, ar e água) “a planta cítrica vive me-lhor em áreas com pluviosidade mínima de 1300 mm de chuvas bem distribuídas ao longo do ano. Entretanto, o balanço hídri-co climatológico de várias loca-lidades dos Tabuleiros Costeiros, calculado para 100 mm de ca-pacidade de armazenamento de água no solo, apresenta déficit hídrico durante um período do ano” (SOUZA et al., 2000).

Atualmente, face à limitação de área disponível e ao preço das terras na faixa dos Tabuleiros Costeiros, o cultivo dos citros tem-se expandido para a Região do Agreste, mais seca, a exemplo do que ocorrem nos municípios

de Itapicuru, Inhambupe e outros, com pluviosidade média anual em torno de 750 mm.

Apesar dessas limitações agrí-colas, os Tabuleiros Costeiros têm revelado grande capaci-dade atual e potencial para a produção de alimentos, princi-palmente fruticultura (laranja, limão, mamão, graviola, bana-na, abacaxi, maracujá, acerola, goiaba, coco, etc.), matéria-pri-ma para a indústria e biocom-bustíveis (SOUZA et al., 2000). São notáveis os exemplos de êxitos de empreendimentos agrícolas localizados nesse ecossistema, devido, entre ou-tras causas, ao consciente e adequado manejo que os pro-dutores dispensam a suas ter-ras (REZENDE et al., 2002).

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Em 1996, a UFBA por intermédio da Escola de Agronomia e do Insti-tuto de Geociências e a EMBRAPA por intermédio do CNPMF e CPA-TC, com o apoio financeiro da Se-cretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária da Bahia, reuniram um expressivo número de estudio-sos (professores, pesquisadores, estudantes, etc.) para avaliar os so-los Coesos dos Tabuleiros Costei-ros. Essa Excursão iniciou em Cruz das Almas, Bahia, e terminou no Platô de Neópolis, Sergipe. Devido ao interesse dos participantes e re-sultados positivos dessa excursão, outra, com o mesmo propósito, organizada pela CEPLAC (1988), e novamente financiada pela SEA-GRI-BA, contou novamente com a participação de renomados cientis-tas de solos do Brasil.

Na Bahia, com algumas exce-ções, o preparo do solo é feito com arados de disco e/ou gra-de pesada. Esses equipamentos não resolvem o problema causa-do pelo adensamento dos solos coesos dos Tabuleiros Costeiros. Haynes (1970), pesquisador e consultor estadunidense, traba-lhando juntamente com Luiz Be-zerra de Oliveira, então pesqui-sador do Instituto de Pesquisas e Experimentação Agropecuária do Nordeste (IPEANE), ao avaliarem alguns desses solos no Estado de Pernambuco recomendaram a prática da subsolagem para me-lhorar sua estrutura e, conseqüen-temente, aumentar a produção agrícola nos Tabuleiros Costeiros

Estudo dessa natureza, iniciado em 1988 na Fazenda Lagoa do

Coco, município de Rio Real-BA, mostraram que a subsolagem associada ao calcário dolomítico + gesso agrícola melhorou o am-biente radicular de plantas cítri-cas: a subsolagem reduziu signifi-cativamente a resistência do solo à penetração das raízes, contri-buindo inclusive para melhorar a circulação de ar, água e nutrientes ao longo do perfil: as plantas mais desenvolvidas, vigorosas e com frutos de melhor qualidade foram aquelas cujas raízes exploraram um volume maior de solo distri-buído pelas hastes subsoladoras (BRANDÃO, 2005).

Motivados pelos excelentes resul-tados desse trabalho e de outros realizados por pesquisadores do CNPMF, o Governo do Estado da Bahia, com o apoio técnico da EBDA, ADAB, UFRB e CNPMF, lan-çou o Programa de Revitalização da Citricultura do Estado (BAHIA-CITROS) - com ênfase no manejo dos solos Coesos dos Tabuleiros Costeiros – o qual, nos dois anos seguintes, resultou em significati-vos benefícios ambientais, econô-micos, sociais e científicos.

No ano 2000, na Fazenda La-goa do Coco, Em Rio Real, sob a coordenação da UFRB, estu-dos com o objetivo de se avaliar a possibilidade de plantas com porta-enxertos plantados no local definitivo desenvolverem-se bem em solos com horizontes densos, sem a necessidade de subsolagem (prática dispendiosa) e sem prejuí-zo da produtividade (Figura 4). Os pomares instalados dessa maneira têm-se revelado fitotécnica, econô-

mica, social e ambientalmente mais vantajosos do que aqueles originá-rios do plantio de mudas.

Até o momento, a análise es-tatística tem mostrado que não há diferença significativa entre as áreas com e sem subsola-gem, ou seja, nesse sistema de plantio a subsolagem é dispen-sável – o que é excelente, prin-cipalmente para o pequeno citri-cultor, pois essa prática é cara. Resultados semelhantes, com o mesmo porta-enxerto, têm sido obtidos com tangerineira tange-lo ‘Page’ e limeira ácida ‘Tahiti’. Também com as cultivares laran-jeira ‘Pêra’, tangerineira tangor ‘Murcot’ e limeira ácida ‘Tahiti` enxertadas nos limoeiros ‘Cravo’ e “Volcameriano”, tangerineiras ‘Cleópatra’ e ‘Sunki Tropical’, além de TSK x TRENG 256 (hí-brido de ‘Sunki Tropical’ com ‘Poncirus trifoliata’).

O pior desempenho dos pomares originárias do plantio de mudas, formadas principalmente em vi-veiros telados, deve-se ao fato de que esse sistema de produção é uma simplificação grosseira do sistema natural de produção agrícola solo-planta-clima. No processo de formação de mudas, substitui-se o solo natural por uma bolsa plástica, impermeável e in-transponível, contendo um volu-me de substrato artificial, fofo, na qual as raízes ficam confina-das, enoveladas e impedidas de se expandir (Figura 5). Além disso, o clima natural é também substituído pelo clima artificial do viveiro no qual as plantas

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são submetidas à fertiirrigações diárias e, por isso, não sofrem estresses hídricos nem de nu-trição, como sói acontecer no ambiente natural. Tais plantas ao deixarem essa hospedaria, limpas, porém não imunes às pragas, passarão a enfrentar os rigores do meio natural, sem a devida aclimatação, resultando em pomares menos vigorosos, com desenvolvimento deficien-te – fato que tem sido relatado por inúmeros citricultores baia-nos e sergipanos.

O Ministério da Agricultura esta-beleceu alguns requisitos para a conformação e vigor da muda cítrica, entre os quais se encon-tram os seguintes: apresentar sistema radicular bem desen-volvido, sem raízes enoveladas,

retorcidas ou quebradas, com a raiz principal direita [?] e com-primento mínimo de 25,0 cm [?] (COELHO, 1996). Analisando-se cuidadosamente tais requisitos, chega-se à conclusão de que é impossível produzir plantas com tais características, quer seja em viveiros instalados em campo, a céu aberto, ou em viveiros tela-dos nos quais as mudas são pro-duzidas em recipientes rígidos e de pequeno volume (tubetes, vasos plásticos, bolsas de po-lietileno etc.). Nesses recipien-tes, as raízes jamais se desen-volverão bem, o enovelamento delas é inevitável e as drásticas e sucessivas podas que sofrem quando da realização do trans-plantio sementeira-viveiro-local definitivo, com eliminação da raiz principal, alteram a morfologia e

fisiologia da planta prejudicando seu desenvolvimento, pois ela passa a utilizar energia metabó-lica para repor partes danificadas (REZENDE, et al., 2002).

Segundo Cutter (1986), a coifa da raiz é aparentemente o local de percepção da gravidade. Pa-rece ser ela capaz de controlar no meristema apical da raiz a produção de substâncias regu-ladoras do crescimento envolvi-das no geotropismo positivo, ou seja, no crescimento das raízes ao longo do perfil do solo. Ao se eliminar a coifa, deixando-se o resto da raiz intacta, não haverá prejuízo no crescimento, porém a raiz não mais reagirá ao es-tímulo da gravidade, crescendo aleatoriamente. Subentende-se que, ao se podar a raiz principal acima do meristema, muda-se a arquitetura original do siste-ma radicular pivotante, transfor-mando-o num sistema radicular formado por raízes adventícias (que brotam na base do caule), superficiais, ficando as plantas mais vulneráveis às intempé-ries, especialmente em regiões de solos adensados de baixa fertilidade e com má distribui-ção de chuvas, tal como ocorre nas principais regiões produ-toras de citros dos Estados da Bahia e Sergipe.

Desde que iniciaram as pesqui-sas com o plantio do porta-enxer-to cítrico no local definitivo, há treze anos, alguns pesquisadores têm manifestado preocupação quanto aos riscos da pronta infestação de pragas nos pomares recém implan-

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tados – a exemplo das que são res-ponsáveis pela Clorose Variegada do Citros – CVC, conhecida popular-mente como amarelinho, baseando--se no fato de que mudas formadas a céu aberto ficam mais vulneráveis a elas. Recentemente, esse assunto foi muito discutido durante uma re-cente excursão técnica, interdiscipli-nar e interinstitucional, que teve por objetivo: reunir profissionais envolvi-dos na cadeia produtiva dos citros a fim de se avaliar aspectos técnicos da citricultura nas principais regiões produtoras da Bahia (Litoral Norte e Agreste de Alagoinhas); identificar ações emergenciais de pesquisa e financiamento para os Estados da Bahia e Sergipe, cujas áreas pro-dutivas apresentam características similares. Esta Excursão Técnica com visitas a diversas propriedades citrícolas localizadas nas Regiões

Agreste e Litoral Norte do Estado da Bahia, em setembro de 2011, con-tou com a participação de 63 repre-sentantes de 23 instituições (ensino, pesquisa, assistência técnica, agên-cias de crédito e fomento, secreta-rias municipais de agricultura, asso-ciações técnicas e de citricultores, entre outras).

De acordo com o pesquisador Her-mes Peixoto Santos Filho, fitopatolo-gista da Embrapa Mandioca e Fruti-cultura (comunicação pessoal),

...baseando-se em trabalhos científicos

publicados, pode-se verificar que o vigor

da planta pode torná-la mais resistente

a determinada praga ou mais suscetível

à outra dependendo da sua forma de

penetração e colonização dos tecidos,

do modo de ataque à especificas partes

da planta, tipo de anormalidade causa-

da ao tecido, entre outros fatores. Nor-

malmente os insetos sugadores de sei-

va, preferem as plantas mais vigorosas;

alguns fungos que causam doenças de

plantas podem ter agravado o seu qua-

dro sintomatológico em plantas menos

vigorosas ou com nutrição inadequada.

Tenho tentado fundamentar alguns pon-

tos de vista meus sobre plantio de por-

ta-enxerto no local definitivo com outros

colegas e as respostas não são anima-

doras para o sistema em face da CVC

e do greening. (...) Em minha opinião,

teremos que criar um grupo de traba-

lho, interdisciplinar, para discutir sobre o

plantio de porta-enxerto em local defini-

tivo, avaliando o tema com rigor científi-

co, sem achismos ou paixões.

As ponderações do pesquisador. Hermes Peixoto sobre a necessi-dade de pesquisas para se avaliar os riscos de infestação de pragas em pomares originários do plantio do porta-enxerto cítrico no local definitivo são indiscutíveis. Trata--se de uma nova frente de traba-lho a ser abraçada principalmente por pesquisadores envolvidos com genética, nutrição de plan-tas, fisiologia vegetal, entomo-logia, fitopatologia, entre outras. Cumpre pesquisar!

Convém considerar, entretanto, que os dados científicos sobre os quais se referiu o Dr. Hermes Peixoto são resultantes de pes-quisas realizadas em viveiros a céu aberto. Na concepção da prática, há clara diferença entre esses viveiros e a implantação do pomar utilizando-se o sistema de “plantio direto”: no primeiro caso, há um grande número de plan-tas por unidade de área – o que

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concorre para a proliferação das pragas e dificuldade para contro-lá-las; no segundo caso, tal qual se faz com o plantio de mudas, os porta-enxertos são plantados no espaçamento definitivo, largos, com baixa quantidade de plantas em relação ao viveiro. Visto dessa maneira, conclui-se que os riscos de infestação são os mesmos para os dois sistemas de plan-tio (convencional e porta-enxerto no local definitivo). É necessário, entretanto, cuidar mais cedo dos pomares originários de porta-en-xerto plantado no local definitivo. O Ministério da agricultura esta-beleceu, por meio de regulamen-tação, que as mudas produzidas para fins comerciais têm que ser formadas obrigatoriamente em ambiente protegido (telado) a fim de se garantir, ao usuário, plantas

livres de pragas; entretanto, se-gundo essa mesma regulamenta-ção, o produtor rural que desejar poderá instalar em sua proprieda-de pomares originários de plantas formadas no próprio local. Trata--se aqui de plantas para uso pró-prio, e não para venda.

Os enfáticos testemunhos dos citricultores visitados durante a Excursão Técnica atestam que pomares cítricos resultantes do plantio do porta-enxerto cítrico no local definitivo são mais vi-gorosos, precoces, produtivos e menos vulneráveis a pragas do que aqueles resultantes do plan-tio de mudas. Atualmente há cer-ca de 500 hectares de citros na Bahia plantados por meio dessa técnica. O geneticista Walter dos Santos Soares Filho, da Embra-

pa Mandioca e Fruticultura, fez as seguintes considerações no relatório que apresentou a sua Instituição quando do término da Excursão Técnica:

...Os objetivos da viagem foram plena-

mente cumpridos. É grande o interesse

pelo uso da técnica do “plantio direto”

de citros na região, sendo flagrante a

disposição de sua adoção, tanto da

parte de pequenos como de grandes

citricultores, conforme se verificou nos

assentamentos de produtores de base

familiar e nas fazendas de maior por-

te visitadas. Diante desse fato, cabe à

Equipe Citros da Embrapa Mandioca e

Fruticultura intensificar esforços no sen-

tido de oferecer aos produtores que es-

tão aplicando a referida técnica informa-

ções que permitam a sustentabilidade

da citricultura na região, atualmente a

maior produtora de citros do Estado da

Bahia, particularmente no que concerne

ao controle de doenças com grande po-

tencial destrutivo, com destaque para a

CVC e o HLB. Notou-se claramente o

interesse dos citricultores, notadamente

aqueles de maior porte, relativamente

à diversificação de variedades, tan-

to copas como porta-enxertos. Nesse

contexto, a tangerineira ‘Sunki Tropical’

destaca-se como porta-enxerto com

grande potencial de uso imediato.

Entende-se que o melhor negócio para a citricultura é a semeadura do porta-enxerto no local definiti-vo, na cova de plantio, como se faz na Fazenda Lagoa do Coco há onze anos; ou a semeadura deles em bolsas plásticas, levadas em momento oportuno para o campo, onde se fará a enxertia, a exemplo do que tem sido feito por outros citricultores. Em ambos os casos,

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a utilização de sementes e borbu-lhas certificadas é obrigatória.

Produzir apenas porta-enxertos em viveiros telados resulta nos seguintes benefícios principais: 1) o tempo de permanência deles nesses viveiros será muito menor do que aquele dispensado às mu-das (levará apenas alguns dias, isto é, da germinação da semente até a chegada da raiz pivotante da planta ao fundo do recipien-te, sem enovelar - isso contribui-rá para diminuir sensivelmente o estresse da planta, resultando em pomares mais vigorosos e produ-tivos; 2) necessidade de viveiros mais simples, mais econômicos e mais fáceis de manejar; 3) au-mento da rotatividade de plantas dentro do viveiro, o que otimizará o espaço disponível no telado; 4) preço de compra do porta-enxer-to menor do que o de mudas, o que beneficiará principalmente os pequenos produtores - para os vi-veiristas, essa diminuição do pre-ço da planta vendida seria com-pensado pelo número de plantas produzidas por unidade de área e por unidade de tempo; 5) oportu-nidade de trabalho para enxerta-dores qualificados, que poderão ser contratados para fazerem a enxertia das plantas originárias desse sistema de plantio, como se faz, por exemplo, na Fazenda Lagoa do Coco.

Entende-se ainda, que a pro-posta de adoção do plantio do porta-enxerto cítrico no local definitivo – uma técnica viável inclusive para outros cultivos perenes, tais como, coco, caju,

cacau, café, etc. – não exclui a importância econômica e social da produção de mudas como parte do agronegócio citros. Tal importância é inegável. Os dois sistemas de plantio, não são excludentes, e sim comple-mentares. Aos interessados na compra de mudas – e são mui-tos! – deve-se assegurar a aqui-sição de material genético de qualidade, limpo, ou seja, livre de pragas – e isso só será pos-sível em ambiente protegido. Es-ses citricultores precisam saber, entretanto, que tais mudas são apenas limpas, porém não imu-

nes às pragas; por isso, ao ins-talarem seus pomares, têm que lhes dispensar os devidos tratos culturais, principalmente quanto ao rigoroso controle fitossanitá-rio, pois muitos deles pensam que ao comprar uma muda pro-tegida estarão livres disso...

O desafio maior que se impõe atu-almente aos que atuam na cadeia produtiva dos citros na Bahia é viabilizar uma citricultura predomi-nantemente de base familiar (80% de propriedades menores do que dez hectares) e que abriga, veste e alimenta milhares de pessoas

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que dependem exclusivamente dessas propriedades. Nesse con-texto, as seguintes limitações pre-cisam ser superadas:

a) baixo ou nenhum grau de es-colaridade de expressiva maioria dos pequenos citricultores – o que dificulta a todos eles tocarem so-zinhos seus pomares, pois jamais conseguirão decodificar, sem a intervenção da assistência técni-ca continuada, o complicado lin-guajar da Agronomia (casamento de engenharia com biologia), para compreender e por em prática re-comendações sobre manejo do

solo, adubação, controle de pra-gas, podas, etc., imprescindíveis para se conseguir produtividades compensadoras;

b) baixa relação número de téc-nicos extensionistas/número de citricultores carentes de assistên-cia. Em que pese o reconhecido empenho e competência dos pro-fissionais que atualmente militam nessa interface, na Bahia, é impos-sível imaginar – e desumano exigir – que os que estão atualmente dis-poníveis consigam assistir de for-ma eficiente ao atual contingente de produtores carentes de orien-

tação. Os números são claros: a área plantada de citros na Bahia aumentou significativamente nos últimos anos, aumentando signifi-cativamente o número de peque-nos citricultores engajados nesse processo. No entanto, não tem havido a devida contrapartida da contratação de técnicos para as-sistir a essa amazônia de produto-res rurais – situação agravada pela diminuição gradativa do número de técnicos inclusive por aposenta-dorias. Torna-se urgente, portanto, uma pronta intervenção dos gover-nos estadual e municipal para que essa relação se torne mais justa, eficiente e humana nesse proces-so de ensino-aprendizagem. En-tendemos que a relação ideal seria um técnico para cerca de 40 a 50 famílias, exigindo-se desse técnico uma produtividade mensal prees-tabelecida. Salvo melhor juízo, isso seria possível compartilhando-se responsabilidades mediante par-ceria entre o Governo do Estado, Senar, Prefeituras Municipais, en-tre outras;

c) carência de mais pesquisas voltadas para a citricultura fami-liar, pois pacotes tecnológicos disponíveis considerados ideais nem sempre alcançam o peque-no produtor, por estarem fora de sua realidade;

d) dificuldade de recursos finan-ceiros enfrentada principalmente pelos pequenos citricultores, para implantação das práticas agríco-las e de outras benfeitorias ne-cessárias em suas propriedades. O que fazer, por exemplo, para se evitar uma possível crise so-

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cial, com tensões no campo, se os pequenos produtores de mu-das – das quais dependem para sobreviver –, ficarem fora desse processo por falta de condições financeiras para instalar os vivei-ros telados, obrigatórios a partir de 2013? Se isso ocorrer, bene-ficiará exclusivamente a quem tem poder aquisitivo... É preciso, portanto, viabilizar crédito tem-pestivo, suficiente e justo para esses credores, resolvendo-se, inclusive, de forma a não preju-dicar nenhuma das partes envol-vidas, a situação dos que estão inadimplentes, vitimas das osci-lações do mercado;

e) falta de mercado justo e segu-ro, que possibilite confiança aos produtores para investirem mais em seus pomares.

f) falta e/ou deficiente organiza-ção dos produtores em asso-

ciações ou cooperativas, pelas seguintes razões: desmotivação, por já terem sido enganados ou porque alguns administradores dessas entidades de ação cole-tiva mostraram-se monopolista (decidiam sozinhos); mau uso do bem comum, inclusive dinheiro; intervencionismo político partidá-rio, gerando intrigas, discórdias e desavenças entre associados e/ou cooperados; falta de compro-misso coletivo (individualismo), entre outras. Se não conseguirem superar essas dificuldades – o que não é fácil –, fica difícil uma ação coletiva e necessária contra, por exemplo, a avareza de contu-mazes atravessadores e de indús-trias de esmagamento de frutos.

Nos últimos quinze anos vimos participando de discussões (em seminários, dias de campo, sim-pósios, congressos, reuniões téc-nicas, elaboração de planos de

governo, palestras, etc.), relacio-nadas com a citricultura baiana. Temos compartilhado da preocu-pação de muita gente envolvida e interessada na solução dos pro-blemas dessa citricultura. Durante essa caminhada, vivenciamos sa-tisfações (quando das questões resolvidas – e muito se fez!) e de-salentos (pela energia dispendida e não devidamente aproveitada, por descaso e/ou desinteresse). O fato é que a luta continua. Nes-se sentido, um passo de notável qualidade foi dado recentemente pelo atual Governo do Estado, por intermédio da Secretaria da Agricultura: a criação da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva dos Citros. Nessa Câmara, um grupo de pessoas pretende, com fide-lidade, profissionalismo, dedica-ção e zelo, ser o sonante grito da citricultura e dos citricultores nos atentos ouvidos do Governo. Que assim seja!

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Algumas sugestões de caráter emergencial foram apresentadas, recentemente, à SEAGRI por essa Câmara, para pronta ação do Go-verno, entre as quais se encontra a imperiosa necessidade de se con-ter e/ou evitar o célere e silencioso avanço – por terra, ar e mar –, de ter-ríveis inimigos naturais dos citros,

a exemplo dos insetos vetores do patógeno responsável pela Cloro-se Variegada dos Citro – devasta-dores e presentes em várias zo-nas citrícolas da Bahia –, assim como dos insetos vetores do patógeno responsável pela HLB (huanglongbing, ex-greenin), co-nhecida como “doença do ramo

amarelo” – que tem inviabilizado a citricultura em muitas partes do mundo, a exemplo do que ocorre no Brasil, no Estado de São Paulo. Ainda não chegou à Bahia, mas certamente chegará. É apenas uma questão de tempo! Ganhar essa guerra é dever pátrio, portan-to, de todos os cidadãos baianos!

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