Fotos: Rosangela Lopes Calçadas são para pedestres? · Esses os valores que uma de- ... mbora...

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Ano XII - Nº 155 De 09 de junho a 09 de julho de 2017 O Beijo no Asflato Pág. 7 Divulgação Calçadas são para pedestres? Fotos: Rosangela Lopes

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Ano XII - Nº 155De 09 de junho a 09 de julho de 2017

O Beijo no Asflato

Pág. 7

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ão

Calçadas são para pedestres?Fotos: Rosangela Lopes

2 SP - De 09 de junho a 09 de julho de 2017

Vd. Nove de Julho, 160 - 5º , Cj. 57 - CEP 01050-060 - Tels.: (11) 3255-1568 / www.jornalcentroemfoco.com.br e-mail: [email protected] - Edição: Carlos Moura - DTR/MS 006 - Colaboração: Cecília Queiroz - Edição de Arte: Binho Moreira

Tiragem: 20 mil exemplares - Distribuição Gratuita. O Centro em Foco é publicado pela CM Edições Jornalísticas - ME

As matérias assinadas são de exclusiva responsabilidade dos autores, não expressando necessariamente o pensamento do jornal.

Expediente

LINHAS CENTRAIS

Direito e Justiça

Helena Amazonas

Justiça autoriza mudança de nome a transexual

Juíza da Vara de Regis-tros Públicos de Rio Branco em recente de-

cisão julgou procedente uma ação de retificação, autorizando a modificação do nome e mudança de sexo no assento de nasci-mento do autor, mesmo sem cirurgia para mudan-ça de sexo.

Esse entendimento vem sendo adotado por diversos juízes, que con-cedem a alteração de nome no registro civil aos transexuais de ma-neira a permitir a utili-zação de prenome que melhor se adeque a sua identidade de gênero.

O direito deve se adequar à realidade e proteger o indivíduo de

qualquer discriminação. Não é incomum en-

contrar-se pessoas que se identificam com o sexo oposto, passando a ter comportamento e apa-rência em conformidade com esta identificação. Por vezes submetem-se a algumas pequenas inter-venções no corpo e inge-rem hormônios ou medi-camentos que produzem transformações conside-ráveis. Passam a ser reco-nhecidos, inclusive em sua aparência, como sendo do sexo oposto.

Não é difícil imaginar o enorme sofrimento daque-les que se comportam e se apresentam fisicamente como sendo do sexo opos-to e assim são reconheci-dos em suas relações so-ciais e comerciais, mas, ao apresentarem documento, confrontam-se com o enor-me constrangimento de estarem registrados com nome de outro sexo.

Na referida decisão a juíza entendeu: “Sentindo--se mulher, vestindo-se como mulher, portando-se como mulher, encontra-

-se preso a um docu-mento que não reflete a sua identidade. Sente-se mulher, mas é obrigado a portar-se como homem, frequentar banheiros masculinos, preencher formulários atestando o sexo masculino quando, na verdade, a sua essên-cia é feminina. Seus há-bitos hoje e, desde mui-to tempo, são de uma pessoa do sexo feminino. Seus desejos coincidem com os de uma mulher mediana”.

O que deve se levar em conta é o repúdio ao preconceito e o respei-to aos princípios cons-titucionais do direito à igualdade, à liberdade e à dignidade humana. Esses os valores que uma de-mocracia deve resguardar para a construção de uma sociedade livre e aberta às diversidades.

Helena AmazonasAdvogada cível e trabalhistaRua Dom José de Barros, 17, conj. 24, CentroTel.: 3258-0409

Amiga leitora, amigo lei-tor, em outros tempos, talvez até outras vidas,

como diplomata em serviço, tive a honra de trabalhar pelo Brasil em alguns países. Viajando pelo mundo, em encontros, desen-contros e algumas aventuras, deparava-me frequentemente com o desconhecimento, algu-ma admiração e muita curiosida-de por nosso país e as tradições de nosso povo.

As mais óbvias, sempre ci-tadas, o futebol, o carnaval, a Floresta Amazônica. Por vezes a música, talvez nossa mais bela e singular expressão artística. Aqui e ali, entretanto, apareciam temas mais pitorescos. Lembro--me de uma senhora chinesa que com um leve sorriso certa noite mencionou, para meu imediato espanto, apreço pelo canto dos pássaros brasileiros.

Não deu nem tempo de eu duvidar e ela citou, acreditem, o “Uilapulu”, o pássaro de can-to perfeito, celebrado em algu-mas de nossas maiores lendas; o “Culió”, cujo cantar ressoa como um violino, e o nome sig-nifica “amigo do homem” em tupi-guarani; e por fim o sim-pático “Sabiá-Lalanjeila”, imor-talizado por Gonçalves Dias em sua “Canção do Exilio”, muito querido pelos poetas por soltar a voz durante a primavera, “a es-tação do amor”, sendo portanto o cantor dos apaixonados. Vejam

O golpe da democracia“Eu, como juiz, recuso o papel de coveiro de prova viva. Posso até participar do velório, mas não carrego o caixão.” (Ministro Herman Benjamin, no Tribunal Superior Eleitoral)

só vocês, uma velha chinesa, simples e altiva figura, desfilan-do mais de cinco mil anos de sabedoria...

Há aqueles estrangeiros que, com franqueza incomum, salientam nossas mazelas so-ciais, as desigualdades, os índi-ces de violência civil e policial, pessoas presas sem terem sido julgadas, a pobreza em meio a ilhas de riqueza. Lembro-me de uma ocasião dessas nos Es-tados Unidos, quando certa vez fui confrontado diretamente. Isso não é normal: economiza-mos comentários depreciativos quando estamos na presença de habitante local. Mas acontece. Entendo que são amizades que vêm com espírito crítico, nos es-timulando a progredir. O olhar de fora pode ser libertador.

Pois bem, gostaria de co-mentar aqui outras tantas de nossas melhores tradições, as heranças indígenas, a presença africana, as contribuições dos imigrantes, a culinária, a dan-ça, a literatura e as artes. Os amores de verão. Mas diacho! Tantos sonhos, tantas ideias, e a realidade que dilacera, assombra o Brasil com uma de nossas pio-res tradições. Refiro-me ao fan-tasma da conciliação das elites, o acordão por trás das cortinas, os conchavos entre grupos não representativos.

Muito comum: alguém tem dúvida de que é um de nossos mais bem enraizados costumes? A independência, o período re-gencial, a maioridade de Dom Pedro II (aos 14 anos, tutela-do!), a abolição da escravidão e a queda do Império, o nascimen-to, as crises e as coalizões de po-der da Republica Velha, alguns momentos do período de Getú-lio, as intentonas, os golpes, as cassações, os pacotes de Abril, as indiretas... exemplos vários, centrais para nossos destinos,

nos quais poucos senhores bran-cos, velhos e ricos senhores, acertaram suas contas.

Ora, sabe-se que a outra face dessa história é que nos momentos mais importantes, nas grandes decisões, o povo não participa nem mesmo é considerado, o que quase sem-pre significa que vai levar a pior. Isso é grave. Quando perde o povo, perdemos todos. É o que está acontecendo agora. O país está em anomia e corre o risco de ficar paralisado pela desonra que envolve o Presidente, seus áulicos, o Congresso e os par-tidos que os sustentam. O Ju-diciário derrapa e também per-de confiança. As instituições sem credibilidade, de costas para a sociedade. A economia anda de lado. Assistimos a tudo bestializados.

Muita gente boa pede novas eleições, uma grande consulta à população, o que parece razoá-vel em situações de emergência. Porém, logo vem a resposta dos doutores, dos especialistas, dos sabichões: a Constituição não prevê eleição agora, vai trazer instabilidade, isso é golpe. Ora, golpe é cassar a vontade popular. Golpe é a mentira e a injustiça normalizadas. Golpe é a desfaça-tez diante do olhar perplexo da nação. Isso sim deixa o país ins-tável e enfraquecido, prolonga e aprofunda a crise.

Quantas tristezas se abatem sobre a população, impedida de todas as maneiras de se ma-nifestar. Pobre povo brasileiro. Precisamos sim de um golpe, o golpe da democracia, a violência dos debates inflamados, os dile-mas diante das urnas, as paixões de um necessário momento de transformação.

Antonio FreitasDiplomata e gestor da Tapera Taperá

Antonio Freitas

3SP - De 09 de junho a 09 de julho de 2017 COMUNIDADE

Embora tenha a seu fa-vor o Plano de Mobi-lidade Urbana de São

Paulo (PlanMob), o Plano Diretor Estratégico de São Paulo (16.050/14), além da Lei Brasileira de Inclusão (13.146/15) e da Política Na-cional de Mobilidade Urbana (12.587/12), na região central de São Paulo os transeuntes (pedestres e cadeirantes) con-tinuam vitimas diárias do mal estado das calçadas e calça-dões, em número crescente de acidentes a cada mês, que, em sua maioria, são ignorados pelo poder público.

Não bastassem os aciden-tes, decorrentes dos buracos, “saltos” e desníveis dos “pas-seios públicos”, em geral, o pedestre também é vitimado nas calçadas de estabeleci-mentos comerciais - alguns deles tradicionais -, cujos proprietários entendem que esses espaços são proprieda-de particular, devendo ser de seu uso exclusivo - no máxi-mo, extensivo a seus clientes. Assim, desafiam a sociedade, como todo, impondo-lhe a utilização mais conveniente à sua atividade comercial e des-respeitando a legislação.

São muitos os estabele-cimentos, no Centro - princi-palmente bares e restaurantes -, que ocupam as calçadas, aparentemente sem critérios, em diferentes horários e dias da semana. Os comerciantes afirmam estar de acordo com a lei - até pode ser -, mas, para pedestres e cadeirantes o fazem, no mínimo, de ma-neira abusiva, pois, dificultam sua circulação, forçando-os a transitarem pelo “leito car-roçável”. E os portadores de deficiência visual e cadeiran-tes são os principais prejudi-cados. Só no “Centro Novo”, constata-se isso em ruas como Conselheiro Crispiniano,

Calçadas são para pedestres?

Dom José de Barros, Marco-ni, Major Quedinho, Martins Fontes, Sete de Abril e Praça Dom José Gaspar.

Dois fatos recentes de-monstram que a sociedade começa a agir de maneira proativa no enfrentamento do problema, tanto em relação a conservação das calçadas, como quanto a seu uso: 1º) O movimento Renova Cen-tro 20/30 realizou em 17 de maio o “1º Fórum Renova Centro 20/30 Calçadas e Cal-çadões do Centro Novo”, para o qual convidaram o prefeito regional da Sé e o presiden-te da SP Urbanismo, além de especialistas em urbanismo e representantes de portadores de deficiências física e visual; 2º) a aprovação do “Estatuto do Pedestre”, pela Câmara Municipal.

“Estatuto do Pedestre” - De acordo com o vereador Police Neto, autor do Estatuto do Pedestre, esse instrumen-to “... é de total importância para a cidade de São Paulo. Pela primeira vez o pedestre é colocado no centro da política de mobilidade da cidade. O fato de o prefeito João Dória já ter afirmado que vai sancio-nar o projeto demonstra sua vontade em priorizar a mobili-dade a pé na cidade”.

O vereador explicou ao Centro em Foco que após a sanção da lei, a Prefeitura tem

90 dias para regulamentá-la e que suas primeiras medidas práticas devem começar ain-da este ano, caso a Prefeitura cumpra o prazo de regula-mentação. Sobre sua expecta-tiva, como cidadão, quanto a obediência da lei, Police Neto disse que é positiva, pois, a maior atenção ao pedestre é uma tendência mundial - “afi-nal, todos somos pedestres, e São Paulo está seguindo esta tendência”. E completou: “Uma mudança de cultura não acontece de uma hora para outra, mas é preciso ini-ciá-la. Se 1/3 das viagens diá-rias na Grande São Paulo são realizadas a pé, não faz senti-do investir recursos públicos somente em obras rodoviárias e deixar as calçadas no estado lastimável em que elas se en-contram hoje.”

Cumprimento das leis de mobilidade e acessibilida-de - Para o fotógrafo Galeno Silva, militante pelos direitos do segmento das pessoas com deficiência, a solução para toda essa problemática é sim-ples: cumprimento das leis, pelas autoridades e a socieda-de. Procurado pelo jornal ele deu o seguinte depoimento: “Levando-se em conta que a cidadania no Brasil é também uma condição de classe social, a situação socioeconômica das pessoas com deficiência e a sua maior exposição a fenôme-

nos de violência, não resultam de uma falta de capacidade para integrarem a sociedade. A invisibilidade dos cadeirantes e pessoas com deficiências físi-cas, em geral, resulta de uma série de barreiras ambientais culturais e psicológicas, defi-cientizadoras na forma como a deficiência é socialmente construída. As barreiras físi-cas ou ambientais são de fácil resolução, implica apenas em aplicação das leis já existentes. Nos dias atuais é facilmente perceptível a indiferença do poder público com relação ao nosso segmento!

A professora e poetisa Joana Assis, mãe de Kamila - uma cadeirante de 25 anos -, como Galeno Silva pensa que falta, mesmo, é o cumprimen-to das leis de acessibilidade e mobilidade existentes, princi-

palmente pelo poder público, e cobra: “Onde está a subpre-feitura Sé, que não acompa-nha a situação das calçadas? Aqui na Bela Vista não existe acessibilidade em quase todas as ruas. Acho que o subpre-feito deveria formar um gru-po com os pais de filhos com mobilidade reduzida, para discutir e adotar soluções de acessibilidade”.

O Centro em Foco acom-panhou Joana e sua filha no trânsito por algumas vias desse bairro central e cons-tatou alguns dos sérios pro-blemas que elas, e também as pessoas não portadoras de deficiências físicas, precisam contornar diariamente, em sua locomoção. A esquina da rua Paim com av. Nove de Julho, que deveria possibi-litar o “acesso” de todos ao

Teatro Maria Della Costa é excludente, pois a calçada de frente não tem condições de acessibilidade, obrigando a cadeirante a seguir pela via de tráfego de automóveis, que, aliás, é de grande e constan-te fluxo, levando ao risco de atropelamento.

Na esquina de uma das ruas mais “badaladas” do Centro, a Avanhandava, com a Martinho Prado, em frente ao futuro Museu Judaico, bem no meio da calçada existe um poste e uma caixa da Eletro-paulo, não sobrando espaço para passagem da cadeirante, e onde também os demais pedestres têm dificuldade de transitar: é apenas uma pessoa por vez. O pior dos casos, ou descasos, é o loca-lizado na rua Martins Fontes, altura do número 100, onde está a Delegacia Regional do Trabalho, cujos vizinhos: um tradicional restaurante, uma padaria e uma banca de jornal ocupam quase toda a calçada há muito tempo, e agora o proprietário de uma pastelaria instalou uma corrente, segura a balaustres de concreto, que atravessa a calçada, reduzindo ainda mais o espaço para o trânsito dos pedestres.

Por Carlos Moura

Fotos: Rosangela Lopes

4 SP - De 09 de junho a 09 de julho de 2017COMUNIDADE

A mobilização dos tra-balhadores contra a retirada de direitos

via reforma trabalhista está valendo. A Comissão de As-suntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, nesta terça-feira, dia 6, o relatório de Ricardo Ferraço (PSDB--ES), favorável ao projeto do governo Temer, que quer al-terar mais de cem artigos da CLT. O placar foi apertado: 14 votos a 11. O parecer de Ferraço manteve o projeto do jeito que saiu da Câmara, sem qualquer modificação.

A reforma segue trami-tando no Senado: primeiro será lida pelo próprio Ri-cardo Ferraço na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), o que ficou previsto para antes do feriado de Corpus Christi (dia 15), depois, já

A maior parte dos brasileiros (64%) acredita que a refor-

ma trabalhista, proposta por Temer, beneficia mais os patrões que os trabalha-dores. O dado foi revelado por pesquisa Datafolha divulgada no dia 1º de maio.

Apenas 34% dos en-trevistados responderam que acham que a reforma trabalhista vai aumentar a criação de empregos no país. Já outros 31% acre-ditam que não haverá mu-dança e igual parcela avalia que as mudanças provo-carão o fechamento de vagas. Entre trabalhadores assalariados, com registro em carteira, apenas 29% responderam que haverá crescimento no número de postos de trabalho.

Dezessete dos 27 juízes que compõem o Tribu-nal Superior do Traba-

lho (TST) posicionaram-se con-tra o projeto de lei (PLC 38) de reforma trabalhista, apontando 50 "lesões" a direitos. A prin-cipal Corte trabalhista do país ratifica sua visão contrária à reforma do governo, contra-riando inclusive o presidente do TST, Ives Gandra Filho.

"A grande preocupação dos ministros do TST que subscrevem este documento - os quais contam, todos, com várias décadas de experiência diária no segmento jurídico trabalhista - é com o fato de o PLC n. 38/2017 eliminar ou restringir, de imediato ou a médio prazo, várias deze-nas de direitos individuais e sociais trabalhistas que estão assegurados no País às pes-soas humanas que vivem do

Mobilização urgente para não perder direitos

próximo do dia 20, Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo, lerá seu relatório na Comissão de Constitui-ção e Justiça (CCJ), que, então seguirá para votação no plenário do Senado, até a última semana do mês. No entanto, com o objetivo de antecipar a tramitação em uma semana, o senador falou em requerer urgência

para o processo.A despeito disso, “Os

trabalhadores devem fazer toda pressão sobre esses senadores. Enviem mensa-gens cobrando que eles não votem contra os direitos da classe trabalhadora, ou nunca mais vote neles”, convoca a secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, Ivone Silva.

O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, afirmou que a Central já orientou suas bases para que pres-sionem ainda mais os parla-mentares nos estados, nos aeroportos e em todos os espaços por onde circulam, cobrando que votem a favor da maioria do povo brasilei-ro, os trabalhadores.

Diretas Já - A mobili-zação social pela saída de Temer e o fim das reformas - que na verdade são des-montes que retiram direitos trabalhistas e da aposentado-ria - avançou mais um passo esta semana. A PEC das elei-ções diretas (PEC 67/2016) foi aprovada, por unanimi-dade, na Comissão de Cons-tituição e Justiça (CCJ) do Senado. O texto agora segue para a apreciação no plená-

rio. Se passar, será remetido à Câmara dos Deputados.

“A agenda das refor-mas não é de governo, é de mercado, e qualquer governo indireto vai pros-seguir com ela. Por isso, além de Fora Temer e suas reformas, reforçamos a luta pelas Diretas Já”, explica o presidente da CUT.

Desmonte trabalhista proposto por Temer tem apoio dos bancos, confede-ração e federação das indús-trias, entre outros setores mais ricos do Brasil. Saiba por quê:

- Trabalho temporário ou intermitente: você fica à dis-posição do empregador e ele só paga quando você efetiva-mente trabalhar. É o famoso “bico” para todos.

- Liberação do teletraba-

lho: acabou o sossego! Você será acionado para trabalhar sem jornada e ainda vai arcar com os custos da infraestru-tura necessária. Acidentes ou doenças do trabalho tam-bém ficam por sua conta.

- Adeus Justiça: a “refor-ma” limita os casos de con-cessão de justiça gratuita; obriga o trabalhador a, mes-mo ganhando parte do pro-cesso, pagar honorários ao advogado da empresa, assim como pagar honorários de perito, mesmo quando não tiver condição financeira; risco de ser condenado por litigância de má-fé.

- Férias, jornada, inter-valos: você e o patrão “de-cidem”. Já imaginou os ban-cos definindo quando você poderá parar para almoço ou como serão suas férias?

Direitos - Para 58% dos pesquisados, a reforma tra-balhista vai retirar direitos dos trabalhadores. O per-centual sobe para 66% entre assalariados com registro em carteira. Outros 21% acreditam que não haverá mudança em relação aos direitos e apenas 11% acre-ditam que os direitos vão aumentar.

Negociado sobre legis-lado - A pesquisa também avaliou a proposta de que negociações entre emprega-dos e patrões tenham mais valor que a legislação tra-balhista. Somente 30% dos entrevistados preferem que fatores como jornada, férias e banco de horas sejam re-gulados por acordos diretos, como prevê a reforma. Para outros 60%, é preferível que a regulação seja feita por

força de lei. Terceirização - Sobre

a lei da terceirização, san-cionada por Temer em 31 de março, a pesquisa apu-rou que 63% dos entrevis-tados acreditam que a sua aprovação beneficia mais patrões do que emprega-dos. Para 44% não haverá impacto nos salários. Já outros 35% avaliam que a remuneração será reduzi-da. Apenas 17% esperam aumento nos rendimentos dos trabalhadores.

O levantamento do Datafolha foi realizado nos dias 26 e 27 de abril de 2017, com 2.781 entre-vistas, entre trabalhadores e empresários, em 172 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

trabalho empregatício e simi-lares (relações de emprego e avulsas, ilustrativamente", afirmam os magistrados. O presidente da Anamatra, asso-ciação nacional da categoria, Germano Siqueira, também participou da entrega.

Apenas a "ampla autori-zação" para a terceirização de serviços, afirmam, "produz uma significativa redução do patamar civilizatório mínimo fixado pela ordem jurídica tra-balhista vigorante no Brasil". O documento, de sete páginas, cita ponto a ponto os direitos que estariam expostos à redu-ção ou eliminação, como horas in itinere (no percurso para o trabalho), "pactuação genéri-ca" do regime de 12 horas de trabalho por 36 horas de des-canso, período de uma hora de refeição, entre outros, além de questões como aumento do

trabalho em tempo parcial.Segundo os juízes, o

PLC 38 atinge não apenas o Direito individual e coletivo do Trabalho, mas também o Direito processual, restrin-gindo o acesso da população à Justiça, especialmente pes-soas "simples e pobres". O texto entregue ao Senado critica ainda a possibilidade de formação de comissões de representação dos empre-gados sem participação dos sindicatos e a determinação da prevalência do negociado sobre o legislado, "em afronta ao princípio constitucional da norma mais favorável".

Confira a íntegra do docu-mento produzido pelos juízes do Trabalho, em 18 de maio, e apresentado ao presidente do Senado: https://www.anama-tra.org.br/files/Consideraes-Ju-ridicas_Reforma-Trabalhista.pdf

Para 64%, reforma trabalhista beneficia os patrões.

Levantamento revelou ainda que apenas 34% das pessoas acreditam que mudanças na CLT propostas por Temer aumentarão criação de empregos

Maioria dos juízes do TST aponta 50 ‘lesões’ em projeto

Proposta do governo irá reduzir, “de imediato ou a médio prazo”, wwvárias dezenas de direitos individuais e sociais, afirmam magistrados.

Oposição tenta conter tramitação

5SP - De 09 de junho a 09 de julho de 2017SP - De 09 de junho a 09 de julho de 2017 5

Não mais que de repen-te, de forma lancinan-te manifestou-se ‘D.

Artrose’. Precedida de cons-tantes e inocentes ‘topadas’ na quina da cama, cansou de se esconder e veio com seu grito de alerta, lutando brio-samente contra as massagens e contínuos treinos de cir-culação de energia e desblo-queios!

No embalo da contração muscular causada pela queda brusca na temperatura, insta-lou-se, julgando-se poderosa por causar brusca paralisia...

Finda a fase aguda e com o cessar das dores, surgiu a ‘pergunta que não quer ca-lar’, isto é, ...’o que aprender com isso?’ Uma das lições da Natureza é respeitar o tem-po. Estamos quase no inver-no, estação que nos convida

Tai Chi Pai Lin‘E há que se cuidar do broto, pra que a vida nos dê flor...flor e fruto!’

à quietude, à concentração e, principalmente, moderação no uso de nossa energia. E então a primeira lição foi ‘ficar mais quieta’, em sintonia com o tempo e concentrar energia física e espiritual para ‘renas-cer flores e frutos bons’, na primavera que tão logo virá!

Na Medi-cina Tradicio-nal Chinesa, o inverno está ligado ao elemento água e aos órgãos bexi-ga e rins. O rim é nossa força motriz, por ser berço da energia ancestral (a que é passada pelos pais) e

da energia vital, que absorvi-das, são distribuídas a todas as partes do corpo. O mau fun-cionamento dos rins e o con-sequente enfraquecimento de nossa raiz provoca, inclusive, dores e enfraquecimentos nos ossos, entre outras síndromes.

Outra lição da ‘D. Artro-

se’ foi a percepção da neces-sidade de lubrificar os ten-dões, com movimentos que enviem energia e calor às extremidades, dissolvendo as tensões musculares e dores nas articulações.

Na prática de Tai Chi Pai Lin, o treino Flexibilização das Nove Dobras desbloqueia as tensões das articulações do pescoço, ombros, braços, dedos, cotovelos, cintura, quadril, joelhos e tornozelos dedos, funcionando como massagem intensa nos órgãos. Os movimentos suaves circu-lam energia, líquidos, oxigê-nio e sangue, aquecendo as extremidades.

Concluindo, talvez a mais importante lição da ‘D. Artro-se’, está contida nas palavras do iluminado mestre Liu Pai Lin, - ‘’... O centro do espírito

é o sol interior que é o centro do sexto sentido. Concentrá--lo é irradiar sua luz para a Terra que é a raiz da energia... Para que o espírito não disper-se, deve recolher, para que a energia não disperse, deve-se reunir com o espírito.”

Nossa adequação ao mo-vimento invernal deve imitar as árvores, que retiram ener-gia do tronco para a raiz, se preparando para o florescer da primavera. Na postura do abraço do Tai Chi, com as mãos sobrepostas na região do umbigo, prática inerente em todos os treinos, cultiva--se a serenidade e a vitalidade. A consequente quietude e repouso resulta na concentra-ção, recolhimento e irradiação da energia, limpando a fonte da mente, aquietando o espí-rito, e ... dissipando as amar-

ras da ‘D. Artrose’.‘D. Artrose’ não foi coin-

cidência... foi fruto do acaso para testar minha receptivida-de para captar a mensagem de que há muito a transformar no ‘Caminho’. E intensifican-do as práticas taoistas como remédio me vem à mente os versos da linda canção Cora-ção de Estudante... ‘há que se cuidar do broto, pra que a vida nos dê flor, flor e fruto.’

Práticas de Tai Chi Pai Lin no Centro: às segundas e quartas-feiras, às 7h30, na Pça. Roosevelt, às quartas--feiras, às 10h, na Secretaria Cidadania e Direitos Huma-nos (Rua Líbero Badaró,137- 4º and.)

Lenny Blue de OliveiraMonitora de Tai Chi Pai [email protected]

29/06O panorama das bandas e

orquestras em São Paulo, com

o maestro Sadao Shirakawa, ex-maestro das

Bandas Sinfônicas do Estado

de São Paulo e de Cubatão.

01/06BIXIGA

Praça Dom Orione e “Escadaria do

Bixiga”, com lideranças locais.

08/06Polícia Científica do Estado de São Paulo. História e

atuação, com dra. Norma Bonaccorso,

PROGRAMAÇÃO DE JUNHO

bióloga e doutora em Direito Penal.

15/06Grafite em São

Paulo, com Mauro Neri, do Coletivo

Veracidade.

22/06Mundo do insetos, com o biólogo Akio

Miysoshi.

Caminhadas temáticas

6 SP - De 09 de junho a 09 de julho de 2017EMPREENDIMENTO CENTRAIS6 SP - De 09 de junho a 09 de julho de 2017

Ao longo do evento, re-alizado entre as 9h e 17h do domingo, pela

Associação Parque Minhocão e Comunidade Brasil Projetos e Produtos Socioambientais, aproximadamente 2 mil pes-soas passaram pelas tendas e o espaço onde a Academia Club 109 fez demonstrações de dança, envolvendo os tran-seuntes em diferentes ritmos.

Durante oito horas, o Iº Sampa Ativa, evento socio-educativo, cultural e socio-ambiental, ocupou a Praça Marechal Deodoro com uma programação voltada à sustentabilidade, cidadania, inclusão social, saúde, aces-sibilidade, educação para di-reitos, empreendedorismo e cultura. Tudo isso, por meio de rodas de conversa promo-vidas por profissionais de di-ferentes áreas e “tendas de ações afirmativas” em prol da coleta seletiva, coleta de óleo e outras, para a divulga-ção de boas práticas de saú-de e de cidadania.

O início deu-se pela oferta de serviços de saúde e uma feirinha de produtos reciclados de artesãs e arte-sãos da SUTACO, atividades que se prolongaram durante todo o dia. Depois, entraram em cena professores da Aca-demia Club 109, que ensi-naram as pessoas a fazerem alongamento, deram aula e fizeram demonstrações de zumba e outros ritmos, como o tango e o samba. Para as crianças, educado-res da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e da LOGA promoveram ativida-des lúdicas relacionadas ao trânsito e socioambientais, respectivamente.

Houve, também, distri-buição de livros, CDs, re-vistas, discos e DVDs, pelo GAS (Grupo de Ação Social), e os organizadores realiza-

Iº Sampa Ativa, no bairro Santa Cecília.

ram uma pesquisa sobre a vida no Centro, além de pe-direm adesão a um abaixo--assinado pedindo “o fecha-mento do minhocão às 20h, durante a semana”. O en-cerramento do evento acon-teceu com uma belíssima e emocionante apresentação de “ballet em cadeira de ro-das”, pelo grupo “De rodas para o Ar” (https://m.face-book.com/derodasparaoar/)

O Centro Médico San-ta Cecília, da Docctor Med (rua Martim Francisco, 188), realizou atendimentos dos participantes e transeuntes, em geral, avaliando o IMC e aferindo pressão arterial, com distribuição de seu “Cartão da saúde”; e a tradicional Ótica Poti (rua Das Palmeiras, 452) distribuiu folders/vouchers aos interessados em descon-

tos especiais em linhas de óculos, que comercializa.

Fotos: Rosangela Lopes

Divulgação Divulgação

O grupo “De rodas para o Ar” encerrou o evento com uma bela e emocionante performance.

O Centro Médico Santa Cecília fez avaliação de IMC e aferição de pressão arterial.

A Academia Club 109 deu aula de dança, demonstrandorítmos, como tango, samba e zumba.

Atividades socioambientais desenvolvidas em tendas temáticas.

7SP - De 09 de junho a 09 de julho de 2017

Serviço:Apresentações: dias 19, 20 e 21/06Sessões: 19h e 21hDuração: 90 minutosClassificação etária: 14 anosTeatro Ruth EscobarSala Myriam MunizRua dos Ingleses, 209 - Bela VistaTel.: (11) 3289-2358Capacidade: 70 lugaresEntrada franca - distribuição de senhas,uma hora antes.

ARTES E CULTURA

Com direção de Pedro Vasconcelos, os ato-res Tatyane Goulart e

Marcello Melo Jr. se unem, pela primeira vez no teatro, para encenar o espetáculo O Grande Amor da Minha Vida - comédia escrita por Guel Arraes, João Falcão e Kari-na Falcão, adaptada da série da TV Globo A Comédia da Vida Privada. A temporada vai de 7 de junho a 27 de julho, com apresentações às quartas e quintas, no Teatro Porto Seguro.

Com muito humor, a peça narra a história de amor de Maria Helena e Luis Eduar-do, que após marcarem, por acaso, um primeiro encontro,

O Grande Amor da Minha Vida, no Teatro Porto Seguro.iniciam uma despretensiosa relação que resulta no grande amor de suas vidas.

O ator Marcello Melo Jr. sintetiza assim: “O Grande Amor da Minha Vida é uma comédia romântica, que além de divertida, é leve e descontraída. A peça aborda a questões como relaciona-mentos, casais e questiona-mentos. Trata de assuntos comuns desse universo, como a típica frase: casal é tudo igual, só muda de en-dereço”.

Para a atriz Tatyane Gou-lart, “a peça é uma comédia romântica, jovem que embo-ra tenha alguns clichês, foge do óbvio. É um texto muito

verdade muito bem trabalha-da, muito bem articulada.”

Como em uma palestra, o casal apresenta um manual bem humorado para encon-trar o grande amor, e não desperdiçar essa oportuni-

Serviço:Peça teartral Temporada: 7 de junho a 27 de julhoSessões: quartas e quintas, às 21hDuração: 80 minutosClassificação: 12 anosIngressos: R$ 70 - plateia eR$ 50 - balcão e frisasTeatro Porto seguro

dade, que eles acreditam ser única na vida. Eles falam so-bre os encontros e desencon-tros, as diferenças de gostos, a incompatibilidade de gê-nios, a primeira grande briga e os planos para o futuro.

Al. Barão de Piracicaba, 740 - Campos Elíseos Mais informações: 3226-7300Capacidade: 496 lugaresAcessibilidade: 10 lugares para cadeirantes e5 cadeiras para obesosBilheteria: 3ª feira a sab., das 13h às 21h edomingos, das 12h às 19hinteligente com sacadas ma-

ravilhosas e muito dinâmico. Ele exige que você tenha um entendimento cênico e uma

Elvis Moreira

A montagem é encenada por alunos do terceiro e quinto semestres de

teatro de 2017 e faz parte da XXXIII mostra de teatro da Faculdade Paulista de Artes. Vinte e um alunos di-videm os personagens, mos-trando a força e potencial de cada um em cena, enca-rando a proposta-desafio do diretor Marcelo Braga, que afirma: “Vivemos tempos de grande intolerância e trazer novamente à cena o texto O Beijo no Asfalto, de Nel-son Rodrigues, me pareceu muito oportuno e, mais que isso, urgente. A trama mos-tra como a mídia (represen-tada pelo jornal) que guiava, e ainda guia, a opinião públi-ca, é capaz de destruir a vida de Arandir porque ele beijou um homem que agoniza de-pois de ser atropelado.”

Sinopse - Respeitando o texto original, a monta-gem ousa contemporanizar a trama, com, por exemplo, a inserção de fotos tiradas a partir de celular, traçando

O Beijo no Asfalto

um paralelo ao imediatismo da notícia. A trama apresen-ta a reviravolta que ocorre na vida do jovem Arandir, que presencia o atropela-mento de um desconhecido e, atendendo a um pedido deste à beira da morte, o beija na boca. Um repórter ganancioso presencia o fato e vislumbra no ato de Aran-dir a possibilidade de fazer fama e de ganhar dinheiro. O caso ganha espaço na im-prensa por jornalistas e por policiais sem ética, que in-

vadem a privacidade familiar, disseminando crueldade e preconceito.

Braga lembra que a peça é um libelo contra a intole-rância, revelando a falsidade que envolve as relações so-ciais, além de abordar o po-der devastador da imprensa, através da manipulação dos fatos, feita pelo jornalis-ta Amado Ribeiro, no caso dessa criação rodriguiana. O texto denuncia a falta de éti-ca da imprensa, da polícia, e também escancara como

os vizinhos e os colegas de trabalho de Arandir o conde-nam por beijar o atropelado. De honesto e trabalhador, ele passa a ser criminoso e suspeito, porque beijou um homem.

O Elenco - com direção de Marcelo Braga, está for-mado por Amanda Letícia, Cláudio Cabrera, Elcio Ro-drigues, Gabriel Antoniazzi, Giovanna Viana, Guilherme Wichert, Indrid Menezes, Jéssica Santos, Leticia Di, Le-ticia Garcia, Luana Leal, Mi-

riam Garini, Nathalia Rocha, Patricia Neves, Rafaela de Lacerda, Renata Vieira, Thia-go Bueno, Vanessa Macedo e Vitória Moreira. A assistência de direção é de Helena Ritto e Natiely Amado; a fotografia é de Amanda Letícia e Hele-na Ritto; a assessoria de im-prensa é de Elcio Rodrigues; iluminação por Elcio Rodri-gues, Leticia Garcia e Miriam Garini; figurino, de Helena Ritto e Marcelo Braga; sonos-platia, Amanda Letícia e pro-dução de Letícia Di.

Fotos: Divulgação