Fotografia, Realidade e Ficção

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Universidade do Estado de Santa Catarina Disciplina: Fotografia II Professor: Claudio Brandão Aluna: Fernanda Azevedo Amorim Data: 08/04/2015 Fotografia, Realidade e Ficção Não é de hoje que as pessoas procuram estar num nível superior na sociedade. Com a manipulação da fotografia, se tornou possível que pessoas simples se transformassem, tornando algo ficticio em realidade. A manipulação de imagens cria uma realidade dentro de outra realidade, fazendo com que o verdadeiro significado, tanto da pessoa quanto o da cena, seja algo ficticio. Isto é possível até mesmo nos meios de comunicação, onde fotografias jornalisticas são fabricadas para mídia. Muita gente acredita que o fotojornalismo é um registro fiel da realidade, porém toda fotografia é uma representação elaborada cultura/estética/tecnicamente e não pode ser compreendida isoladamente, desvinculada de seu processo de construção, como explica o professor Boris Kossoy no livro Realidades e ficção na Trama Fotográfica. O ser humano tem certa dificuldade em conseguir encarar o presente e seu papel na sociedade. Para passar por cima de todas as angustias e complicações, inventam referenciais por meio de falsas lembranças e projeções do futuro. O papel da ficção na fotografia é a projeção de um futuro ou presente sonhado. Ela é usada porque talvez a realidade seja algo duro de se enfrentar ou de ser mostrada.

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Universidade do Estado de Santa CatarinaDisciplina: Fotografia IIProfessor: Claudio BrandãoAluna: Fernanda Azevedo AmorimData: 08/04/2015

Fotografia, Realidade e Ficção

Não é de hoje que as pessoas procuram estar num nível superior na sociedade. Com a manipulação da fotografia, se tornou possível que pessoas simples se transformassem, tornando algo ficticio em realidade.

A manipulação de imagens cria uma realidade dentro de outra realidade, fazendo com que o verdadeiro significado, tanto da pessoa quanto o da cena, seja algo ficticio. Isto é possível até mesmo nos meios de comunicação, onde fotografias jornalisticas são fabricadas para mídia.

Muita gente acredita que o fotojornalismo é um registro fiel da realidade, porém toda fotografia é uma representação elaborada cultura/estética/tecnicamente e não pode ser compreendida isoladamente, desvinculada de seu processo de construção, como explica o professor Boris Kossoy no livro Realidades e ficção na Trama Fotográfica.

O ser humano tem certa dificuldade em conseguir encarar o presente e seu papel na sociedade. Para passar por cima de todas as angustias e complicações, inventam referenciais por meio de falsas lembranças e projeções do futuro. O papel da ficção na fotografia é a projeção de um futuro ou presente sonhado. Ela é usada porque talvez a realidade seja algo duro de se enfrentar ou de ser mostrada.

A fotografia é um meio muito usado para relembrar situações do passado. Com o surgimento da manipulação da fotografia, passou a não somente ser usada para relembrar, como também para transparecer algo diferente, irreal. As formas de edição e manipulação evoluiram ao longo do tempo, tornando a mentira cada vez mais fácil de acreditar. A manipulação não é somente usada para ascender pessoas socialmente. Na época, a União Soviética também manipulou fotografias com o objetivo de iludir seus intérpretes.

"O homem não olha mais para um real a partir do qual vai criar determinadas imagens e das quais ele seria o seu referencial primeiro. Agora, o homem olha primeiro as imagens

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para depois compará-las com algo que ainda possui o nome de "real", mas que não tem mais o mesmo estatuto de realidade que possuía anteriormente"

“Assim como as demais fontes de informação históricas, as fotografias não podem ser aceitas imediatamente como espelhos fiés dos fatos […] A fotografia tem uma realidade própria que não corresponde necessariamente à realidade ue envolveu o assunto, objeto do registro, no contexto da vida passada. Trata-se da realidade do documento, da representação: uma segunda realidade, construída, codificada, sedutora em sua montagem, em sua estética, de forma alguma ingênua, inocente, mas que é, todavia, o elo material do tempo e espaço representado, pista decisiva para desvendarmos o passado.” (Realidades e ficções na trama fotográfica – Boris Kossoy)

“O que há por trás do olhar e da pose da personagem do retrato? Nesta vista fotográfica, enfim o que escapa de nossa compreensão e percepção? Seja enquanto documento para uma interação histórica, objeto de uma recordação ou elemento de ficção a fotografia esconde dentro de si uma trama, um mistério.

A realidade da fotografia não corresponde necessariamente a verdade, apenas é um registro expressivo da aparência. A mesma reside nas diferentes interpretações, nas várias " leituras" que cada receptor faz num dado momento. A representação fotográfica é uma recriação seja do mundo físico ou abstrato, o abstrato, o assunto registrado é produto de um elaborado processo de criação por parte de seu autor.

Apesar de toda a credibilidade que se atribui à fotografia enquanto " documento fiel" dos fatos, devemos admitir que a obra fotográfica resulta de um somático de construções de montagens. O assunto um vez representado na imagem se torna um novo real, interpretado e idealizado.

A fotografia estabelece em nossa memória um aquivo visual, de referência insubstituível para o conhecimento do mundo. Essas imagens, entretanto, uma vez assimiladas em nossas mentes, deixam de ser estáticas, tornam-se dinâmicas e mesclam-se, interagindo ao que somos, pensamos e fazemos. Nosso imaginário reage diante das imagens visuais de acordo com nossas concepções de vida, situação sócio econômica, ideológicas, conceitos e pré conceitos.

O conteúdo fotográfico provoca em cada um de nós impactos diferentes, é impossível haver "interpretações padrão" sobre o que se vê registrado nas imagens.”

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