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Fórum Permanente Unicamp Energia e Meio Ambiente Sessão Desastres Naturais dia 02 de maio de 2007 ---------------------------------------------------------------------------
Mudanças Climáticas e Desastres NaturaisCarlos Nobre - INPE
Repercussões dos desastres naturais no meio urbano: ciência e açãoLucí Hidalgo Nunes - IG / UNICAMP
Operação verão da Defesa Civil (Campinas)Sidnei Furtado - Defesa Civil Campinas
-------------------Desastres Naturais
e suas Conseqüências em Empreendimentos EnergéticosMario Oscar Cencig - NIPE / UNICAMP
Sismicidade, riscos de acidentes e alterações atmosféricas em represasA.Oswaldo Sevá Filho - FEM / UNICAMPMudanças Climáticas e agricultura
Eduardo Delgado Assad - EMBRAPADesastres naturais e agricultura
Jurandir Zullo Jr. – CEPAGRI / UNICAMP
SISMICIDADE RISCO DE ACIDENTES
ALTERAÇÕES ATMOSFÉRICASem represasrepresas
* reservatórios de usinas* outras represas para captação d’água
para as cidades e coletividadespara agricultura e agro-indústria,para a indústria para a mineração e garimpo
* açudes* represas de decantação de esgotos
de rejeitos e borras de mineração
Bases conceituais:
I. Pelo fato de ser um Reservatório =rio correndo represadoantigo relevo, solos e biomassa submersos + biomassa atual + poluição / sedimentos afluentesevaporatório + volume “útil” + volume “morto” + infiltratório +vazões vertidas +vazões turbinadas
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------Ecossistema parcialmente construído e “operado” Alteração hidrológica fluvial e regionalAlteração geotécnica estrutural e cumulativa
[recortado da transparência “JAZIDA DE KILOWATTS – equacionamentos” O.SEVA, palestra “Amazônia como Jazida de Kilowatts” IEA / USP, 1990
Bases conceituais:
II. Pelo fato de ser uma Usina = reservatório + obras civis e eletro-mecânicas
paredões (barragem, vertedor, dique)reservatóriocasa de força + subestação
Unidade de negóciosnum mercado oligopólico e “regulado”
atividade-fim = gerar e vender eletricidade
Capital fixo de utilização intensa, condições bem variáveisSujeito à degradação operacional / organizacional
Ecossistema parcialmente construído e “operado” Alteração hidrológica fluvial e regionalAlteração geotécnica estrutural e cumulativa
===========================X==========================Unidade de negócios num mercado oligopólico e “regulado”utilização intensa, condições bem variáveisdegradações operacionais / organizacionais
Comentário O.S.=
“as características do caráter “reservatório”dificilmente vão se adequar ou se subordinar às características do caráter “negócio” –- daí advêm quase todos os problemas de operação, de desempenho e de segurança dessas instalações”
Usina de Tucuruí barrando o rio Tocantins, Pará 1990, 1a etapa 3960 MW, foto G Bizarri
Nos estudos de hidrelétricas: problemas sérios, bem mais que “impactos”
Nos trechos mais rasos da represa: margens recortadas, penínsulas, ilhas,baías com remansos, lâminas d’água de um metro ou menos...tudo é propício para a fermentação da camada de húmuse o apodrecimento da vegetação.Resultam: eutrofização, proliferação de algas e grande emanação de ácidos orgânicos,sulfetos , gás carbônico e metano.A espuma duradoura na água vertidaatesta a alteração
Superfície total após a 2a. Fase, na cota 74m = mais de 2.800 km2
Represa da usina Canabrava aprox 300 km2
Represa da usina Serra da Mesa aprox 1800 km2
Rio Tocantins
represa Paranoá
Serra dos Pirineus Distrito Federal a 302 km de altura
Represa da usina Itaparica apr 900 km2
Rio São Francisco
Represa da usina Sobradinho apr. 4.250 km2
Represa de Pedra do CavaloRio Paraguassu Baía Todos os Santos
a 605 km de altura
SISMICIDADE RIS = Reservoir Induced Sismicity “Encha uma represa e inicie um terremoto”(*)
Na metade do século XX, o conhecimento sobre os problemas de estanqueidade de represas e de instabilidade de barragens e morros marginais, já mostrava outras possibilidades de explicação, além das
chamadas “forças telúricas”, das contingências ditas “naturais”.[Refs: Goldsmith e Hildyard (1984), revistas e congressos dos profissionais da área de
Terremotos e de Sismos Induzidos, dos anos 1960 e 70 : Rothé (*) , Simpson e Gough ]
Já se sabia então que dois fatores cruciais induziam os tremores nas represas :
1. Peso das massas de água e sedimentose da construção acrescentados ao relevo - e ou -
2. Alteração da estabilidade mecânica das rochas do subsolo por causa de diferenciais de pressão (“encharcamento” nas porosidades,
e escoamento de água nas falhas e nos dutos internos).
Os casos mais conhecidos ocorreram em obras em vários paises, implantadas entre 1930 e 1974; trinta e três situações agrupadas como
“I. maiores terremotos induzidos por barragens”:“I. maiores terremotos induzidos por barragens”:# sete eventos no período, com magnitude Richter acima de 5 pontos :
# Koyna, uma barragem de 103 metros de altura, na Índia, o mais intenso;dois na Grécia: #Kremasta 165m, e #Maraton 63 m;
dois nos EUA: #Oroville, CA 236 m, e #Hoover, 221 m, rio Colorado,AZ; #HsinfengKiang 105 m na China;
#Kariba, 128 m, no rio Zambéze entre os atuais Zimbabwe e Zâmbia.
“II. terremotos induzidos menos intensos”“II. terremotos induzidos menos intensos”# onze eventos, com magnitudes entre 3.2 e 5 pontos na escala Richter,
em barragens com alturas variando de 67 m a 317 metros, localizadas nos EUA, Itália, França, Espanha, Iugoslávia, Turquia,
na antiga União Soviética, Nova Zelândia, Austrália e Japão.
Nos dois grupos, a grande maioria dos sismos ocorreu em um intervalo de tempo de menos de um ano até três anosmenos de um ano até três anos após a formação da represaapós a formação da represa;
poucos ocorreram em prazos mais longos, de sete até vinte e dois anos após a formação das represas. [Ref: Goldsmith e Hildyard, 1984]
Continua... Ref Goldsmith e Hildyard , 1984 # outros nove casos considerados como
Alterações nos micro-terremotos e nos transientes de sismicidade,# quatro casos considerados como atividade sísmica decrescente# outros dezessete casos possíveis de terem provocado sismos.
(...) “ recentemente foi estabelecido queterremotos podem também ser causados
quando os reservatórios são esvaziados.” (p.111)[ ex: casos conhecidos da população da Califórnia, nas barragens Oroville e Mono Lake].
===================================================[ref Patrick McCully, 2001]
Sismicidade induzida por barragens com magnitude Richter maior que 4.0:
# trinta e dois casos, com represas formadas entre os anos de 1960 e 1981; a maioria dos sismos importantes ocorreu num prazo curto, de até dois
anos após o início do enchimento, outros num prazo de três a oito anos.
Na mesma lista consta um caso brasileiro de sismo induzido: * o sismo provocado em 1974, de magnitude 4,2 em área sob influencia
direta de duas represas, das usinas hidrelétricas de Porto Colômbia e Volta Grande , no rio Grande, divisa SP-MG, região chamada Triangulo Mineiro.
““Antes de fazer Antes de fazer qualquer obra grande, qualquer obra grande,
verifique quaisverifique quaistipos de sismos e tipos de sismos e
tremores houve no local e tremores houve no local e nas regiões próximas”nas regiões próximas”
[Extraído do Parecer independente sobre o licenciamento ambiental do projeto da Hidrelétrica Tijuco Alto, no rio Ribeira do Iguape (Paraná - São Paulo) e sobre seus
riscos para o povo e sua regiãoSevá Fo, Rick, Minello
Instituto Sócio Ambiental, São Paulo:2007]
[Mapa extraído de Mioto, 1984]
Um histórico (*) de 47 sismos registrados nessa região do Brasil, entre os paralelos 20 a 26º Sul, e 41 a 48º Oeste, desde o séc XVIII até 1982, indica:
# o primeiro sismo compilado em seis fontes de informação foi emCananéia 09 de maio de 1789 intensidade Mercator V a VI MMoutro ali registrado em 18 de julho de 1946 intensidade IV a V MM. # em Itanhaém, sismo de intensidade IV a V, 02 de fevereiro de 1915.===========================================================Três eventos são indicados como sismos induzidos por barragens:1o. Furnas, rio Grande, MG, 15.11.1966 intensidade IV a V MM, poucos anos após o enchimento da represa2o. Carmo do Cajuru, no rio Pará, MG 23.01.1972 intensidade VI MM3o. Paraibuna , SP, rios Paraibuna e Paraitinga 16.11.1977, intens. IV MM
Pelo menos quatro outros sismos foram registradosem municípios próximos de represas de hidrelétricas:18.01.1981, Passos, MG; 11.09.1981, Alfenas,MG02.05.1982, Caconde, SP; 25.08.1982, Araxá, MG.
Os sismos induzidos por barragens e reservatóriosOs sismos induzidos por barragens e reservatóriosfazem parte do registro sísmico da região Sudestefazem parte do registro sísmico da região Sudeste
* extr. de MIOTO, J.Augusto “Mapa de risco sísmico do Sudeste Brasileiro” , I. P. T. São Paulo, 1984
RISCO DE ACIDENTES“When things fall apart: the technical failures of Large Dams”
Esse capítulo apresenta uma grande quantidade de casos mencionados e registrados em vários países, análises pormenorizadas dos eventos mais representativos, mais destrutivos, mais trágicos: # os tremores de terra e sismos induzidos por barragens
# os sismos de origem telúrica mas atingiram barragens,
# “transbordamento”, ou extravasamento pela crista (overtopping), às vezes com inundação total da casa de força da usina e ou da subestação;
# esvaziamento progressivo por meio de dutos formados no piso e nos maciços laterais das represas (especialmente em terrenos cársticos)
# rompimentos do paredão de enrocamento de rochas, ou mesmo dos prédios e das outras estruturas de concreto,
# e os casos mais raros, porém catastróficos, com o paredão afundando,por colapso, por deformação do subsolo das fundações da construção. ref Mc Cully, 2001
Extraído de TEIXEIRA, Wilson e outros (orgs) “Decifrando a Terra” Oficina de Textos, São Paulo: 2001.
Extraído de TEIXEIRA, Wilson e outros (orgs) “Decifrando a Terra” Oficina de Textos, São Paulo: 2001.
Extraído de TEIXEIRA, Wilson e outros (orgs) “Decifrando a Terra” Oficina de Textos, São Paulo: 2001.
SP 250 vindo de Apiaí
Rio Tijuco
Povoadoe rio Catas Altas
Região de implantação do projeto hidrelétrico Tijuco Alto (CBA), no rio Ribeira, divisa SP-PR)
SP 250 vindo deApiaí
Rio Tijuco
Povoadoe rio Catas Altas
Região de implantação do projeto hidrelétrico Tijuco Alto (CBA), no rio Ribeira, divisa SP-PR)
Paraná, margem direita rio Ribeira São Paulo, margem esquerda
cota máxima da água 300 metros
“paredão” com 140 metros de altura
Túnel de desvio(durante a construção)
Casa de força
Extraído do : Parecer independente sobre o licenciamento ambiental do projeto Parecer independente sobre o licenciamento ambiental do projeto da Hidrelétrica da Hidrelétrica Tijuco Alto, no rio Ribeira do Iguape (Paraná Tijuco Alto, no rio Ribeira do Iguape (Paraná -- São Paulo) e sobre seus riscos para o povo e sua São Paulo) e sobre seus riscos para o povo e sua região região Sevá Fo, Rick, Minello Sevá Fo, Rick, Minello Instituto Sócio Ambiental , São Paulo : Março de 2007.Instituto Sócio Ambiental , São Paulo : Março de 2007.
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Não há compromisso de operar Não há compromisso de operar com a prioridade do controle de cheias. com a prioridade do controle de cheias.
Nem a licença ambiental trará algum mecanismo real de restrição e de controle da operação da represa, visando alguma influencia efetiva na seqüência dos aumentos da
vazão do rio a cada período chuvoso. Se Tijuco Alto um dia operasse, depois que começasse a
operar, o critério decisivo seria comercial e técnico. (tipos de contratos assinados, despachos para uma rede de Linhas de
Transmissão que abastecem um cliente eletro- intensivo, com requisitos de retificação de corrente e de alta amperagem)
Extraído do : Parecer independente sobre o licenciamento ambiental do projeto Parecer independente sobre o licenciamento ambiental do projeto da Hidrelétrica da Hidrelétrica Tijuco Alto, no rio Ribeira do Iguape (Paraná Tijuco Alto, no rio Ribeira do Iguape (Paraná -- São Paulo) e sobre seus riscos para o povo e sua São Paulo) e sobre seus riscos para o povo e sua região região Sevá Fo, Rick, Minello Sevá Fo, Rick, Minello Instituto Sócio Ambiental , São Paulo : Março de 2007.Instituto Sócio Ambiental , São Paulo : Março de 2007.
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“Se forem feitos sobre os projetos Tijuco Alto e demais no Ribeira (Itaoca, Funil e Batatal)
os estudos corretos de riscos e de conseqüências,- o seu resultado só pode apontar para que o poder público decida não licenciar nenhuma usina.
Caso contrário, se o IBAMA conceder as licenças, o poder público estaria contribuindo para a insegurança pública e patrimonial dos moradores e proprietários futuros na área da represa,nas cidades de Ribeira (SP) e de Adrianópolis e Cerro Azul (PR) e em muitos trechos rio abaixo !!!”
Obras da usina Campos Novos, rio Canoas(Uruguai) em junho de 2004 foto extraída de uma “cartilha” da CPFL sobre Usinas hidrelétricas
Na Gazeta Mercantil do dia 11/05, o presidente da empresa CPFL, sócia da usina Campos Novos, Sr Wilson Ferreira Junior, afirmou : “Estamos com um pequeno problema em função de um “Estamos com um pequeno problema em função de um vazamento entre os vãos de túnel de desvio, o que deve ser vazamento entre os vãos de túnel de desvio, o que deve ser resolvido em 60 dias”.resolvido em 60 dias”.
--------------------------------------------16 de maio de 2006
“Tenho informação do MAB e fontes independentes do que um dos túneis de desvio do rio Canoas, necessários para a construção da usina Campos Novos (empreiteira Camargo Correa) está em péssimas condições, e pode - ou colapsar - ou - precisar ser abandonado e um túnel novo construído. Segundo o MAB, é possível que vão precisar drenar o reservatório e re-construir o túnel, que no mínimo teria um impacto econômico muito grande.” mensagem que recebi(O.S.) de Glenn Switkes International Rivers Network
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Dois túneis de 4 m de largura por 14 m de altura com comprimento de mil metros foram feitos durante a época da construção da obra e deveriam ficar depoislacrados e isolados em relação à água da represa.Só que... não ficaram !! Foto de junho de 2006
futuro vertedor de excesso de vazão
futura casa de força
09 de junho
“Hoje o MAB mandou carta ao BID, ao IBAMA, à FATMA(SC) e ao Ministério de Minas e Energia sobre o embargo de informação acerca dos problemas que vêm acontecendo nos túneis de desvio da hidrelétrica Campos Novos, SC. A entidade denuncia que os túneis têm problemas sérios de vazamento, e solicita informação destas autoridades sobre a possibilidade de colocar em riscoas populações na região.”
mensagem que recebi(O.S.) de Glenn Switkes International Rivers Network
19 de junhoA represa, que estava quase cheia ( a máxima operacional prevista é 660 metros) sofre uma depleção rápida de vários metros, e em um prazo de três dias, ela esvazia totalmente, através do túnel de desvio 2. Se o rio abaixo da barragem estivesse na cota mínima prevista de 472 metros, haveria uma coluna d’água com altura de uns 175 metros. O noticiário falava que homens trabalhavam na tentativa de sanar o problema junto às comportas dos túneis, que ficam a uma profundidade de 150 metros em relação ao nível d’água da represa, na rocha da ombreira direita do paredão. (comentário O.S.)
--------------------------------------------------------------21 de Junho
CAMPOS NOVOS / SC . “Um novo vazamento foi constatado, na madrugada de ontem, na Usina Hidrelétrica de Campos Novos. O problema atinge um dos túneis de desvio do rio Canoas, provocando redução no nível do reservatório da barragem, entre os municípios catarinenses de Celso Ramos e Campos Novos. 'Os problemas começaram em outubro e se agravaram', salientou ontem Ênio Schneider, diretor-superintendente da Campos Novos Energia S/A (Enercan), empresa responsável pela hidrelétrica.” Correio do Povo. Porto Alegre, RS.
Ao mesmo tipo de risco de acidente estaria sujeita a região de Porto Velho, capital de Rondonia, caso fosse feita a usina de Santo Antonio, no rio Madeira.
ALTERAÇÕES ATMOSFÉRICAS
I. Pelo fato de ser um Reservatório = rio correndo represadoantigo relevo, solos e biomassa
submersos + biomassa atual
evaporatório + volume “útil” + volume “morto” + infiltratório +vazões vertidas +vazões turbinadas
Resultam: eutrofização, proliferação de algas e grande emanação de ácidos orgânicos, sulfetos,gás carbônico e metano
Submersão do relevo alteração dos ventosalteração da absorção / reflexão / radiação
Deslocamento inédito de zonas de AP e BP (por isso, o povo diz que tem redemoinho, tufão)
Evaporação ==== transposição de vazão de um trecho de bacia para outro, de uma sub bacia para outra , de uma bacia para outra
(por isso, o povo diz que mudam as chuvas)
Vegetação submersa entra em processo de putrefação emanam CO2, CH4, ácidos orgânicos e eventualmente Sulfetos
(por isso o povo diz que dá mau cheiro )
Aumento de nutrientes = eutrofização ==== pode ocorrer proliferação de algas e de macrófitas (aguapé, repolho d’água) – inicialmente absorve CO2 mas depois acelera fermentação e evapotranspiração das plantas, estratifica luz e temperatura na represa
Turbinamento arrasta CH4 das profundidades maiores
Vertedor aberto despejando no tobogã provoca nebulização, maior evaporação maior emanação
Exemplo de estudo prévio das emissões: duas barragens projetadas no rio Xingu, Pará
Previsto: haveria oscilação entre os níveis 96m e 97m,na represa dos canais (terra firme), uma das represas do projeto Belo Monte, expondo anualmente uma superfície de 5 km2para uma uma superfície alagada máxima de 440 km2.Previsto: a represa da usina Babaquara oscilaria entre os níveis 142 m e 165 m, portanto 23 metros!!!,a área alagada teria superfície máxima de 6.140 km2 e mínima de 2.560 km2,portanto expondo anualmente um terreno de 3.580 km2!
“ O recrescimento da vegetação na zona de deplecionamento do reservatório, a cada ano remove CO2 da atmosfera pela fotossíntese (do capim, arbustos e outros que rebrotam). E re-emite o carbono na forma de metano quando a vegetação é inundada. O reservatório age então como uma verdadeira O reservatório age então como uma verdadeira fábrica de metano convertendo continuamente fábrica de metano convertendo continuamente o CO2 em CH4o CO2 em CH4.” ref Fearnside, 2005 p.209
4.46.819.6Total inventory emissions
0.010.020.02Bottlenecks
0.20.30.2Transposition canal
0.71.32.1Spillway
3.14.45.9Turbines
0.40.81.4Surface emissions
Inventory emissions
Yrs 1-5050-yearaverage
Yrs 1-2020-yearaverage
Yrs 1-1010-yearaverage
Emissions from all sources(million Mg CO2 - equivalent C/year)
Table 6: Long-term averages of net greenhouse-gas emission for the Belo Monte/Babaquara complexFEARNSIDE, 2005
Obs: nos primeiros 10 anos, a emissão prevista da decomposição da vegetação acima da linha d’águafica na faixa de 10 a 20 Mt / ano; nos anos seguintes essa parcela decai bastante.
Belo Monte + Babaquara Reservoir emissions
-15.00
-10.00
-5.00
0.00
5.00
10.00
15.00
20.00
25.00
30.00
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49
Year
Ann
ual e
mis
sion
(mill
ion
Mg
C02
-equ
ival
ent C
)
BottlenecksTurbinesSpillwayFossil Fuel substitutionPre-dam ecosystemsAbove-water biomassTotal impactShoreline decayTranspositionSurface
Previsão das emissões de gases nas represas durante 50 anosExtraído de Fearnside, 2005
Outro olhar, outra linguagemOutro olhar, outra linguagem..É disto que se trata quando avaliamos e debatemos com seriedade um mega - projeto de engenharia:# se for feita a obra prevista, a Natureza será outra;
# propor a obra, apoiá - la, é um ato político; # se implantada a obra,
a sociedade sofrerá transformações radicais.-----------------------------
É disto que não tratam os tais estudos de “inserção regional” e de “avaliação de impactos”,
porque não podem tratar. Pois criam seu próprio linguajar de aparência neutra e
ponderada, cuja função justamente é a denegar o ato político,
a de ocultar a alteração da Natureza e a transformação radical da sociedade.
[Extraído de “Conhecimento crítico das mega-hidrelétricas” in Sevá Fo (org), 2005]
Referências principaisFEARNSIDE, Phillip “Hidrelétricas planejadas no rio Xingu como fontes de gases
de efeito estufa: Belo Monte (Kararaô) e Altamira (Babaquara)” cap.8, pp 204 a 241 do livro “Tenotã Mõ Alertas sobre as conseqüências dos projetos hidrelétricos no rio Xingu”, SEVA´ Fo. A . O. (org) IRN , São Paulo: 2005.
GOLDSMITH, Edward &HILDYARD, Nicholas“The social and environmental effects of large dams” Sierra Club Books, San Francisco: 1984 [ Capítulo: Dams, Failures and Earthquakes, pg 101-119]
Mc CULLY, Patrick “Silenced Rivers , The Ecology and Politics of Large Dams, Zed Books, London&NY : 2001
MIOTO, J.Augusto “Mapa de risco sísmico do Sudeste Brasileiro” , Instituto de Pesquisa Tecnológicas do Estado de São Paulo, série Monografias, no.10, 1984
ROTHÉ, Jean-Pierre“Fill a lake, start an earthquake” New Scientist, vol 39, no.305, July 1968.
SEVÁ Fo. A. O.“Urgente: combate ao risco tecnológico” in Cadernos FUNDAP Fundação de Desenvolvimento Administrativo, São Paulo, Ano 9 No 16 “Planejamento e gerenciamento ambiental” pp 74-83 junho 1989
Documentos conexos, essa série de pranchas e outras, disponíveis emwww. fem. unicamp . br / ~seva