Fórum Permanente discute disparidade ÚLTIMAS NOTÍCIAS ... · 12/3/2014 · Clube de futebol...

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12/3/2014 Fórum Permanente discute disparidade entre homens e mulheres no esporte | UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas http://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2014/03/11/forum-permanente-discute-disparidade-entre-homens-e-mulheres-no-esporte 1/2 Cidade Universitária, 11 de março de 2014 VISITANTES ALUNOS DOCENTES SERVIDORES SERVIÇOS CONCURSOS Faça aqui sua busca... Texto Silvio Anunciação Imagens Isaías Silva Edição de Imagens Paulo Cavalheri 8 Curtir Tweet 0 Fórum Permanente discute disparidade entre homens e mulheres no esporte 11/03/2014 - 14:47 O primeiro Fórum Permanente do ano realizado pela Unicamp nesta terça-feira (11) demarcou a disparidade de gênero entre mulheres e homens no campo esportivo brasileiro. O evento, organizado pela Faculdade de Educação Física (FEF), ocorre após as comemorações do Dia Internacional da Mulher, celebrado no último sábado, 8 de março. “As premiações das mulheres são menores em relação às masculinas para a mesma modalidade esportiva; a oferta de campeonatos é muito menor. Isso cria instabilidade, muitas mulheres não têm onde competir. Veja o futebol... Ainda hoje algumas modalidades não são indicadas para elas. Por tudo isso, temos que celebrar quando uma mulher brasileira conquista medalha”, afirmou a conferencista Silvana Vilodre Goellner durante palestra de abertura no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM). Silvana Goellner é docente da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRG) e umas das referências no tema no país. Durante sua conferência, ela abordou a inserção feminina no esporte ao longo do século 19, mostrando as principais conquistas das mulheres num campo dominado pelos homens. No Brasil as dificuldades de gênero são ainda maiores, conforme a especialista da UFRG, que se doutorou pela Unicamp, investigando a representação da mulher na mídia. “Na Europa isso é diferente. A Espanha há 12 anos estabeleceu um programa de equidade entre meninos e meninas no esporte. Há um time masculino, mas também um feminino. No Brasil o esporte é gerenciado pelos clubes e os clubes não têm investido... Não há lei que proteja as mulheres. Clube de futebol feminino praticamente não existe. A CBF [Confederação Brasileira de Futebol] não aposta no futebol feminino no Brasil”, especificou, lamentando. Durante o Fórum Permanente, sistematizado pela Coordenadoria Geral da Universidade (CGU), a docente da UFRG sugeriu que o país estabeleça uma agenda política para fomentar a participação feminina no esporte, sobretudo no âmbito da educação física escolar. Silvana Goellner também alertou para a questão cultural, ressaltando o preconceito que ainda permeia sobre a participação feminina no esporte. “A partir de 2000 iniciou-se uma ampla divulgação da cultura fitness. Isso veio muito relacionado com a saúde e a estética. E acabou gerando, de certa forma, uma erotização das mulheres, principalmente das atletas. A mídia expõe muito mais os atributos estéticos das atletas do que as capacidades e habilidades esportivas. As atletas geralmente são fotografas em poses sensuais jogando. O corpo da mulher passa a ser erotizado a partir dessa ênfase na cultura fitness, o que não inviabiliza a presença feminina no esporte”, problematiza Silvana Goellner, dedicando sua fala a atleta Lais Souza, que sofreu grave lesão na coluna durante treino de esqui em janeiro, nos Estados Unidos. Uma das organizadoras e idealizadoras do evento, a docente da FEF Helena Altmann, ressaltou que a participação feminina no esporte do país é marcada por uma espécie de silenciamento social. A erotização do corpo feminino das atletas em detrimento das suas capacidades e habilidades esportivas só reforça isso, salienta. “Nos dias 30 e 31 de outubro de 2007 sites e jornais brasileiros partilharam o mesmo conteúdo nas suas manchetes de capas: ‘Copa do Mundo de 2014 será no Brasil; Oficial: a Copa do Mundo é nossa; Brasil é confirmado como sede da Copa do Mundo de 2014’. Duas outras ‘inovações’ estavam subtendidas em tais anúncios: a modalidade esportiva em questão e o sexo dos competidores. O silêncio anunciado por estas manchetes, anuncia também as razões deste fórum: em ano de Copa do Mundo no Brasil e com as proximidades dos Jogos Olímpicos de 2016 viemos debater sobre as mulheres no esporte”, relacionou. Também organizadora do Fórum Permanente, a professora da FEF Heloisa Baldy Reis lembrou que em 1995 ministrou na Unicamp umas das primeiras palestras sobre o tema. “Infelizmente é ainda um assunto atual e ÚLTIMAS NOTÍCIAS 11.03.2014 Reflexões e sorteios marcam comemoração do Dia da Mulher 11.03.2014 Fórum Permanente discute disparidade entre homens e mulheres no esporte 11.03.2014 Unicamp debate os 50 anos do Golpe de 64 Seminário promovido pelo Departamento de História do IFCH reúne pesquisadores para refletir sobre o episódio 11.03.2014 Faculdades e institutos destacam multidisciplinaridade aos novos residentes 11.03.2014 AO VIVORecepção aos alunos estrangeiros Início A Unicamp Faculdades e Institutos Pesquisa Hospitais Vestibular Imprensa Helena Altmann, uma das organizadoras Heloisa Reis, da FEF Mesa de autoridades, com Alvaro Crósta Público acompanha evento A especialista Silvana Goellner

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12/3/2014 Fórum Permanente discute disparidade entre homens e mulheres no esporte | UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas

http://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2014/03/11/forum-permanente-discute-disparidade-entre-homens-e-mulheres-no-esporte 1/2

Cidade Universitária, 11 de março de 2014

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Faça aqui sua busca...

Texto

Silvio Anunciação

Imagens

Isaías Silva

Edição de Imagens

Paulo Cavalheri

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Fórum Permanente discute disparidadeentre homens e mulheres no esporte

11/03/2014 - 14:47

O primeiro Fórum Permanente do ano realizado pela

Unicamp nesta terça-feira (11) demarcou a

disparidade de gênero entre mulheres e homens no

campo esportivo brasileiro. O evento, organizado pela

Faculdade de Educação Física (FEF), ocorre após as

comemorações do Dia Internacional da Mulher,

celebrado no último sábado, 8 de março.

“As premiações das mulheres são menores em relação

às masculinas para a mesma modalidade esportiva; a

oferta de campeonatos é muito menor. Isso cria

instabilidade, muitas mulheres não têm onde

competir. Veja o futebol... Ainda hoje algumas

modalidades não são indicadas para elas. Por tudo

isso, temos que celebrar quando uma mulher

brasileira conquista medalha”, afirmou a conferencista

Silvana Vilodre Goellner durante palestra de abertura

no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM).

Silvana Goellner é docente da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

(UFRG) e umas das referências no tema no país. Durante sua conferência, ela abordou a inserção feminina no

esporte ao longo do século 19, mostrando as principais conquistas das mulheres num campo dominado pelos

homens.

No Brasil as dificuldades de gênero são ainda maiores, conforme a especialista da UFRG, que se doutorou pela

Unicamp, investigando a representação da mulher na mídia. “Na Europa isso é diferente. A Espanha há 12 anos

estabeleceu um programa de equidade entre meninos e meninas no esporte. Há um time masculino, mas

também um feminino. No Brasil o esporte é gerenciado pelos clubes e os clubes não têm investido... Não há lei

que proteja as mulheres. Clube de futebol feminino praticamente não existe. A CBF [Confederação Brasileira de

Futebol] não aposta no futebol feminino no Brasil”, especificou, lamentando.

Durante o Fórum Permanente, sistematizado pela Coordenadoria Geral da Universidade (CGU), a docente da

UFRG sugeriu que o país estabeleça uma agenda política para fomentar a participação feminina no esporte,

sobretudo no âmbito da educação física escolar. Silvana Goellner também alertou para a questão cultural,

ressaltando o preconceito que ainda permeia sobre a participação feminina no esporte.

“A partir de 2000 iniciou-se uma ampla divulgação da cultura fitness. Isso veio muito relacionado com a saúde e

a estética. E acabou gerando, de certa forma, uma erotização das mulheres, principalmente das atletas. A mídia

expõe muito mais os atributos estéticos das atletas do que as capacidades e habilidades esportivas. As atletas

geralmente são fotografas em poses sensuais jogando. O corpo da mulher passa a ser erotizado a partir dessa

ênfase na cultura fitness, o que não inviabiliza a presença feminina no esporte”, problematiza Silvana Goellner,

dedicando sua fala a atleta Lais Souza, que sofreu grave lesão na coluna durante treino de esqui em janeiro,

nos Estados Unidos.

Uma das organizadoras e idealizadoras do evento, a docente da FEF Helena Altmann, ressaltou que a

participação feminina no esporte do país é marcada por uma espécie de silenciamento social. A erotização do

corpo feminino das atletas em detrimento das suas capacidades e habilidades esportivas só reforça isso,

salienta.

“Nos dias 30 e 31 de outubro de 2007 sites e jornais brasileiros partilharam o mesmo conteúdo nas suas

manchetes de capas: ‘Copa do Mundo de 2014 será no Brasil; Oficial: a Copa do Mundo é nossa; Brasil é

confirmado como sede da Copa do Mundo de 2014’. Duas outras ‘inovações’ estavam subtendidas em tais

anúncios: a modalidade esportiva em questão e o sexo dos competidores. O silêncio anunciado por estas

manchetes, anuncia também as razões deste fórum: em ano de Copa do Mundo no Brasil e com as

proximidades dos Jogos Olímpicos de 2016 viemos debater sobre as mulheres no esporte”, relacionou.

Também organizadora do Fórum Permanente, a professora da FEF Heloisa Baldy Reis lembrou que em 1995

ministrou na Unicamp umas das primeiras palestras sobre o tema. “Infelizmente é ainda um assunto atual e

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

11.03.2014

Reflexões e sorteios marcam

comemoração do Dia da Mulher

11.03.2014

Fórum Permanente discute

disparidade entre homens e

mulheres no esporte

11.03.2014

Unicamp debate os 50 anos do

Golpe de 64

Seminário promovido pelo

Departamento de História do IFCH

reúne pesquisadores para refletir

sobre o episódio

11.03.2014

Faculdades e institutos

destacam multidisciplinaridade

aos novos residentes

11.03.2014

AO VIVORecepção aos alunos

estrangeiros

Início

A Unicamp Faculdades e Institutos Pesquisa Hospitais Vestibular Imprensa

Helena Altmann, uma das organizadorasHeloisa Reis, da FEFMesa de autoridades, com Alvaro CróstaPúblico acompanha eventoA especialista Silvana Goellner

12/3/2014 Fórum Permanente discute disparidade entre homens e mulheres no esporte | UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas

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bastante relevante. A mulher sempre teve uma participação muito inferior a dos homens e no século 21 temos

que dar uma virada neste jogo, fazendo com que a mulher seja mais valorizada no esporte”.

Presente na abertura do evento, o coordenador-geral da Unicamp Alvaro Penteado Crósta ressaltou que existe

grande confluência de aspectos positivos cercando esta temática. “A Unicamp já conta com uma tradição

histórica na discussão de questões de gênero, tendo, inclusive um núcleo, o Pagu, que trata do tema. A mulher

tem um papel destacado em todas as áreas e não poderia deixar de ser assim no esporte”, acrescentou. O

docente Miguel de Arruda, diretor-associado da FEF, lembrou, por sua vez, sobre o desconhecimento das

condições fisiológicas das mulheres no passado, o que as privava de muitas competições.

O evento abordou ainda, durante todo o dia, discussões de especialistas de universidades brasileiras,

representantes do setor público, atletas e ex-atletas.

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