FORTALEZA - CE, DOMINGO - cpmgef.com.br · e da qualidade dos militares. Por isso, quando a menina...

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PÁGINA 4 COTIDIANO FORTALEZA - CE, DOMINGO - 16 DE FEVEREIRO DE 2014 Saiba mais A seleção para os colégios militares acontece uma vez por ano e é muito concorrida. Participam apenas filhos de civis. Os dependentes de militares têm vaga garantida. No CMF, para 2014, foram ofertadas 60 vagas (45 para o 6º ano e 15 para o 1º do ensino médio). Mais de mil candidatos se inscreveram. Apesar de públicos, os colégios cobram taxas mensais dos alunos - também chamadas “contribuições”. A cobrada pelo CMF está prevista no Regulamento dos Colégios Militares. Na rede estadual, a cobrança está prevista na lei nº 12.999/2000, que instituiu a criação dos colégios da Polícia Militar e dos Bombeiros. Os colégios costumam abrir seleção para novos alunos no segundo semestre: Colégio Militar de Fortaleza Endereço: av. Santos Dumont, 485, Centro Site: www.cmf.ensino. eb.br Colégio Militar do Corpo de Bombeiros Endereço: rua Adriano Martins, 436, Jacarecanga Site: www.cm.cb.ce. gov.br Colégio da Polícia Militar Endereço: avenida Mister Hull, s/n, Antônio Bezerra Telefone: 3101 4737 ENSINO MILITAR Colégios têm evasão e reprovação baixas Com professores concursados e valorizados, gestão compromissada, alunos interessados e boa estrutura, o Colégio Militar de Fortaleza (CMF) tem reprovação anual girando em torno dos 4% e abandono escolar igual a zero. “A gente trabalha de uma maneira muito forte os atributos da área afetiva, o desenvolvimento dos valores. A disciplina a gente trabalha não só com objetivo de cumprimento de normas, mas para mudança de atitudes. Esse é o diferencial dos nossos alunos”, analisa o coronel Paulo Passos, subdiretor de ensino. Na escola, as turmas têm, no máximo, 35 alunos, comenta o coronel e os alunos interessados podem reforçar conteúdos no contra-turno. Motivo de alegria para Gabriel Jucá, Lívia Borges e Bernardo Collaço. Os três compartilham o sonho de cursar Medicina e acreditam que as boas práticas do colégio contribuirão para a conquista. “É muito importante formar a personalidade do aluno pra ser uma pessoa íntegra e boa. Acho que essa é a mesma visão que o colégio tem”, pontua Lívia, que está no 8º ano. O “contra-turno” de aulas faz parte do período regular de estudo de alunos do Colégio Militar do Corpo de Bombeiros (CMCB) desde o ano passado. “Hoje o colégio se encontra com ensino integral para 2º e 3º anos. Nossos alunos têm mais contato com o conteúdo”, indica o major José Ribamar Cunha Rodrigues, diretor pedagógico. “Nosso professor é da rede pública como qualquer outro. Mas quando ele vem para a escola, encontra estrutura e clima favoráveis para maior dedicação, maior compromisso, e começa a dar retorno”, diz. (Mariana Lazari) Colégios militares. O ensino público que dá bons resultados Inseridos na rede pública de ensino, mas separados das demais instituições por resultados. Assim são os colégios ligados a instituições militares. Com seleções concorridas, no Ceará costumam despontar em avaliações e rankings Mariana Lazari [email protected] Hellen Belarmino, 17, estudou durante sete anos no CMCB. Com a formação, foi aprovada em cinco vestibulares FÁBIO LIMA Ponto de vista Geimison Maia, jornalista e ex-aluno do Colégio da PM Escola pública de ótima qualidade Fui por seis anos aluno do Colégio da Polícia Militar. Nem consigo imaginar como seria minha vida se não tivesse passado por lá. É, sem dúvida, uma escola pública de ótima qualidade. Alguns fatores ajudam a explicar o bom desempenho das escolas militares nas avaliações. Acho que a principal delas é a boa infraestrutura. Apesar de não estar no patamar das principais escolas particulares, certamente elas estão bem acima da média das demais escolas públicas. Outro ponto importante (e, de certa forma, negativo) é o fato de existir seleção para o ingresso dos alunos. A maioria dos concorrentes fica do lado de fora. Isso, claro, aumenta o “nível” dos estudantes (expressão horrível, mas não consegui outro sinônimo para expressar a ideia). Não sei se ainda é assim, mas, quando era estudante, os professores mais bem colocados nos concursos públicos podiam escolher a escola onde gostariam de trabalhar. A maioria deles optava pelos estabelecimentos militares. Isso ajudava a manter um ótimo corpo docente. Normalmente, as pessoas tendem a pensar que a disciplina (militar) é o principal fator que explica os bons resultados. Discordo. No máximo, isso proporciona um ambiente de trabalho mais tranquilo aos professores. Num triste contexto de aumento da violência nas escolas em que, muitas vezes, os alunos ameaçam os mestres. Porém, acho que as regras impostas aos alunos chegam a ser rigorosas demais e, por que não dizer, cheias de “frescuras”. Creio que não seria uma boa opção a criação de novas escolas militares ou a “militarização” de escolas públicas que já existem. Entretanto, não tenho dúvidas de que há muito a se aprender com a experiência delas. As escolas militares provam que é possível, sim, existir qualidade no ensino público. Ciasca, um processo seletivo para ingresso nas escolas mi- litares. Isso é “determinante” para os bons resultados, pon- dera. São estudantes, lembra a professora, “que se preparam, fazem prova rigorosa. Porque o número de vagas é bem menor que a demanda. Assim, você vai acabar selecionando os me- lhores alunos. Você parte de um patamar mais elevado”. A valorização dos docentes tam- bém é citada como importante por Isabel. O que os alunos dizem Hellen Belarmino do Prado tem 17 anos e estudou du- rante sete anos no CMCB. Com a formação, foi aprova- da em cinco vestibulares. Co- meça neste mês a cursar Di- reito na UFC. Rodrigo Rocha é advogado, tem 29 anos e cur- sou o ensino médio no CMF. Apesar de serem ex-alunos de diferentes colégios, Hellen e Rodrigo compartilham o reco- nhecimento pela importância que o local de estudos teve na vida. Rodrigo vê na disciplina e na relação escola-alunos gran- des diferenciais. “Em colégios particulares você é tratado como produto. Lá (no CMF) é tratado como pessoa”, diz. “Lá (no CMCB) os professo- res são de ótima qualidade”, elogia Hellen. A família de Laís Nuto Ros- sman, 12, sabia desses elogios e da qualidade dos militares. Por isso, quando a menina não passou para o 6º ano na se- leção 2013 do CMF, decidiu- se que ela continuaria no colé- gio particular e estudaria para, neste ano, ingressar no Mili- tar. E deu certo. Foi aprova- da (em primeiro lugar) e agora cursa (novamente) o 6º ano - algo comum entre os alunos do Militar. As chances de “ter resultados melhores no futuro” motivaram a escolha (inclusi- ve pelo repeteco de uma série), que é comemorada pela aluna - que quer ser arquiteta. “Que- ria vir pra cá porque o ensino é de excelência e está melhor do que eu esperava.” SECRETARIA DA EDUCAÇÃO Experiências bem-sucedidas dos militares são compartilhadas com outras escolas O coordenador da Superintendência das Escolas Estaduais de Fortaleza, da Secretaria da Educação do Ceará (Seduc-CE), Célio Pinheiro, garante que as experiências “bem- sucedidas” desenvolvidas nas unidades estaduais ligadas ao Estado são compartilhadas em encontros de gestores escolares. “Todas as escolas da rede, assim como professores e gestores recebem o mesmo tratamento”, frisa, em entrevista por email. Os bons resultados dos alunos dessas instituições vêm, na avaliação de Pinheiro, por motivos como a “forte disciplina”, que promove “envolvimento dos alunos com as atividades pedagógicas”, o controle de rendimento escolar e frequência e o acompanhamento familiar. “Outro fator de primordial importância é a qualidade do trabalho dos professores lotados nessas instituições. Grande parte dos mestres já possuem toda a sua carga horária nas unidades e é desejo dos gestores que, dentro das possibilidades técnicas, a maior parte de seus professores possa ter concentração de carga horária”, considera o coordenador. (Mariana Lazari) D isciplina. As dez le- tras alinhadas no papel indicam muito mais que “obediência à auto- ridade”, como escreve o di- cionário. Disciplina é ingre- diente de uma fórmula de sucesso. Está presente no co- tidiano e no método de ensino de colégios que, apesar de pú- blicos, costumam figurar no topo de rankings de desempe- nho estudantil: os colégios li- gados a instituições militares. No Ceará, os colégios Mi- litar do Corpo de Bombeiros (CMCB) Escritora Rachel de Queiroz, da Polícia Militar Ge- neral Edgard Facó (CPMGEF) e Militar de Fortaleza (CMF) superam (e muito) as médi- as do Estado no Exame Naci- onal do Ensino Médio (Enem) 2012, por exemplo. Os dois pri- meiros, da rede estadual, ti- veram os melhores resultados do Ceará no Índice de Desen- volvimento da Educação Bá- sica (Ideb) 2011. Além disso, costumam ter alunos aprova- dos em difíceis vestibulares, premiados em olimpíadas es- colares, reconhecidos em prê- mios. Chamam atenção por ganharem notas altas enquan- to as instituições “colegas de rede” amargam baixos índices. O que faz essas escolas públi- cas darem certo? Além da disciplina, gestão e professores comprometidos, alunos interessados, estrutura adequada e acompanhamen- to pedagógico são elementos apontados como fundamen- tais para que as “vitórias” dos alunos aconteçam. A presença da família no am- biente escolar também. Ainda há, como lembra a professora e diretora da Facul- dade de Educação da Universi- dade Federal do Ceará (UFC), Maria Isabel Filgueiras Lima

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PÁGINA 4 COTIDIANO FORTALEZA - CE, DOMINGO - 16 DE FEVEREIRO DE 2014

Saiba mais A seleção para os colégios militares acontece uma vez por ano e é muito concorrida. Participam apenas filhos de civis. Os dependentes de militares têm vaga garantida. No CMF, para 2014, foram ofertadas 60 vagas (45 para o 6º ano e 15 para o 1º do ensino médio). Mais de mil candidatos se inscreveram. Apesar de públicos, os colégios cobram taxas mensais dos alunos - também chamadas “contribuições”. A cobrada pelo CMF está prevista no Regulamento dos Colégios Militares. Na rede estadual, a cobrança está prevista na lei nº 12.999/2000, que instituiu a criação dos colégios da Polícia Militar e dos Bombeiros.

Os colégios costumam abrir seleção para novos alunos no segundo semestre: Colégio Militar de Fortaleza Endereço: av. Santos Dumont, 485, Centro Site: www.cmf.ensino. eb.br Colégio Militar do Corpo de Bombeiros Endereço: rua Adriano Martins, 436, Jacarecanga Site: www.cm.cb.ce. gov.br Colégio da Polícia Militar Endereço: avenida Mister Hull, s/n, Antônio Bezerra Telefone: 3101 4737

ENSINO MILITAR

Colégios têm evasão e reprovação baixas

Com professores concursados e valorizados, gestão compromissada, alunos interessados e boa estrutura, o Colégio Militar de Fortaleza (CMF) tem reprovação anual girando em torno dos 4% e abandono escolar igual a zero. “A gente trabalha de uma maneira muito forte os atributos da área afetiva, o desenvolvimento dos valores. A disciplina a gente trabalha não só com objetivo de cumprimento de normas, mas para mudança de atitudes. Esse é o diferencial dos nossos alunos”, analisa o coronel Paulo Passos, subdiretor de ensino.

Na escola, as turmas têm, no máximo, 35 alunos, comenta o coronel e os alunos interessados podem reforçar conteúdos no contra-turno. Motivo de alegria para Gabriel Jucá, Lívia Borges e Bernardo Collaço. Os três compartilham o sonho de cursar

Medicina e acreditam que as boas práticas do colégio contribuirão para a conquista. “É muito importante formar a personalidade do aluno pra ser uma pessoa íntegra e boa. Acho que essa é a mesma visão que o colégio tem”, pontua Lívia, que está no 8º ano.

O “contra-turno” de aulas faz parte do período regular de estudo de alunos do Colégio Militar do Corpo de Bombeiros (CMCB) desde o ano passado. “Hoje o colégio se encontra com ensino integral para 2º e 3º anos. Nossos alunos têm mais contato com o conteúdo”, indica o major José Ribamar Cunha Rodrigues, diretor pedagógico.

“Nosso professor é da rede pública como qualquer outro. Mas quando ele vem para a escola, encontra estrutura e clima favoráveis para maior dedicação, maior compromisso, e começa a dar retorno”, diz. (Mariana Lazari)

Colégios militares. O ensino público que dá bons resultados Inseridos na rede pública de ensino, mas separados das demais instituições por resultados. Assim são os colégios ligados a instituições militares. Com seleções concorridas, no Ceará costumam despontar em avaliações e rankings

Mariana Lazari [email protected]

Hellen Belarmino, 17, estudou durante sete anos no CMCB. Com a formação, foi aprovada em cinco vestibulares

FÁBIO LIMA

Ponto de vista

Geimison Maia, jornalista e ex-aluno do Colégio da PM

Escola pública de ótima qualidade

Fui por seis anos aluno do Colégio da Polícia Militar. Nem consigo imaginar como seria minha vida se não tivesse passado por lá. É, sem dúvida, uma escola pública de ótima qualidade. Alguns fatores ajudam a explicar o bom desempenho das escolas militares nas avaliações. Acho que a principal delas é a boa infraestrutura. Apesar de não estar no patamar das principais escolas particulares, certamente elas estão bem acima da média das demais escolas públicas. Outro ponto importante (e, de certa forma, negativo) é o fato de existir seleção para o ingresso dos alunos. A maioria dos concorrentes fica do lado de fora. Isso, claro, aumenta o “nível” dos estudantes (expressão horrível, mas não consegui outro sinônimo para expressar a ideia).

Não sei se ainda é assim, mas, quando era estudante, os professores mais bem colocados nos concursos públicos podiam escolher a escola onde gostariam de trabalhar. A maioria deles optava pelos estabelecimentos militares. Isso ajudava a manter um ótimo corpo docente.

Normalmente, as pessoas tendem a pensar que a disciplina (militar) é o principal fator que explica os bons resultados. Discordo. No máximo, isso proporciona um ambiente de trabalho mais tranquilo aos professores. Num triste contexto de aumento da violência nas escolas em que, muitas vezes, os alunos ameaçam os mestres. Porém, acho que as regras impostas aos alunos chegam a ser rigorosas demais e, por que não dizer, cheias de “frescuras”.

Creio que não seria uma boa opção a criação de novas escolas militares ou a “militarização” de escolas públicas que já existem. Entretanto, não tenho dúvidas de que há muito a se aprender com a experiência delas. As escolas militares provam que é possível, sim, existir qualidade no ensino público.

Ciasca, um processo seletivo para ingresso nas escolas mi-litares. Isso é “determinante” para os bons resultados, pon-dera. São estudantes, lembra a professora, “que se preparam, fazem prova rigorosa. Porque o número de vagas é bem menor que a demanda. Assim, você vai acabar selecionando os me-lhores alunos. Você parte de um patamar mais elevado”. A valorização dos docentes tam-bém é citada como importante por Isabel.

O que os alunos dizem

Hellen Belarmino do Prado tem 17 anos e estudou du-rante sete anos no CMCB. Com a formação, foi aprova-da em cinco vestibulares. Co-meça neste mês a cursar Di-reito na UFC. Rodrigo Rocha é advogado, tem 29 anos e cur-sou o ensino médio no CMF. Apesar de serem ex-alunos de diferentes colégios, Hellen e Rodrigo compartilham o reco-nhecimento pela importância que o local de estudos teve na

vida. Rodrigo vê na disciplina e na relação escola-alunos gran-des diferenciais. “Em colégios particulares você é tratado como produto. Lá (no CMF) é tratado como pessoa”, diz. “Lá (no CMCB) os professo-res são de ótima qualidade”, elogia Hellen.

A família de Laís Nuto Ros-sman, 12, sabia desses elogios e da qualidade dos militares. Por isso, quando a menina não passou para o 6º ano na se-leção 2013 do CMF, decidiu-se que ela continuaria no colé-gio particular e estudaria para, neste ano, ingressar no Mili-tar. E deu certo. Foi aprova-da (em primeiro lugar) e agora cursa (novamente) o 6º ano - algo comum entre os alunos do Militar. As chances de “ter resultados melhores no futuro” motivaram a escolha (inclusi-ve pelo repeteco de uma série), que é comemorada pela aluna - que quer ser arquiteta. “Que-ria vir pra cá porque o ensino é de excelência e está melhor do que eu esperava.”

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO

Experiências bem-sucedidas dos militares são compartilhadas com outras escolas

O coordenador da Superintendência das Escolas Estaduais de Fortaleza, da Secretaria da Educação do Ceará (Seduc-CE), Célio Pinheiro, garante que as experiências “bem-sucedidas” desenvolvidas nas unidades estaduais ligadas ao Estado são compartilhadas em encontros de gestores escolares. “Todas as escolas da rede, assim como professores

e gestores recebem o mesmo tratamento”, frisa, em entrevista por email.

Os bons resultados dos alunos dessas instituições vêm, na avaliação de Pinheiro, por motivos como a “forte disciplina”, que promove “envolvimento dos alunos com as atividades pedagógicas”, o controle de rendimento escolar e frequência e o acompanhamento familiar.

“Outro fator de primordial importância é a qualidade do trabalho dos professores lotados nessas instituições. Grande parte dos mestres já possuem toda a sua carga horária nas unidades e é desejo dos gestores que, dentro das possibilidades técnicas, a maior parte de seus professores possa ter concentração de carga horária”, considera o coordenador. (Mariana Lazari)

D isciplina. As dez le-tras alinhadas no papel indicam muito

mais que “obediência à auto-ridade”, como escreve o di-cionário. Disciplina é ingre-diente de uma fórmula de sucesso. Está presente no co-tidiano e no método de ensino de colégios que, apesar de pú-blicos, costumam figurar no topo de rankings de desempe-nho estudantil: os colégios li-gados a instituições militares.

No Ceará, os colégios Mi-litar do Corpo de Bombeiros (CMCB) Escritora Rachel de Queiroz, da Polícia Militar Ge-neral Edgard Facó (CPMGEF) e Militar de Fortaleza (CMF) superam (e muito) as médi-as do Estado no Exame Naci-onal do Ensino Médio (Enem) 2012, por exemplo. Os dois pri-meiros, da rede estadual, ti-veram os melhores resultados do Ceará no Índice de Desen-volvimento da Educação Bá-sica (Ideb) 2011. Além disso, costumam ter alunos aprova-dos em difíceis vestibulares, premiados em olimpíadas es-colares, reconhecidos em prê-mios. Chamam atenção por ganharem notas altas enquan-to as instituições “colegas de rede” amargam baixos índices. O que faz essas escolas públi-cas darem certo?

Além da disciplina, gestão e professores comprometidos, alunos interessados, estrutura adequada e acompanhamen-to pedagógico são elementos apontados como fundamen-tais para que as “vitórias” dos alunos aconteçam. A presença da família no am-biente escolar também.

Ainda há, como lembra a professora e diretora da Facul-dade de Educação da Universi-dade Federal do Ceará (UFC), Maria Isabel Filgueiras Lima