Forças Propulsoras e Restritivas

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Podemos encontrar forças propulsoras e restritivas que afetam a integração global entre os mercados: Propulsoras: acordos econômicos regionais, necessidades e desejos do mercado, tecnologia, melhorias de comunicação e transportes, altos custos de desenvolvimento de certos produtos que só são recuperados no mercado global, tendências econômicas mundiais, possibilidade de maior investimento em qualidade e alavancagem (vantagem por fazer negócios em mais de um país: transferência de experiência, economia de escala, uso de recursos e estratégia global). Essas chamadas forças propulsoras incentivam a participação internacional das empresas por apresentar algum tipo de vantagem competitiva. A vantagem competitiva surge quando o valor que uma empresa consegue criar para seus compradores ultrapassa seu custo de fabricação. São essencialmente dois tipos, vantagem pela liderança em custo e/ou pela diferenciação. Análise das forças propulsoras: Acordos Econômicos Regionais: Os acordos de cooperação econômica e comércio preferencial entre países dão maior liberdade e justiça ao comércio mundial de mercadorias e serviços. São exemplos, OMC, GATT, áreas de livre comércio, uniões alfandegárias, mercados comuns e uniões econômicas. Mais especificamente no caso brasileiro o Mercosul (Mercado Comum do Sul) no qual o Brasil participa desde 1991, juntamente com Argentina, Paraguai e Uruguai.

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Forças da internacionalização

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Podemos encontrar forças propulsoras e restritivas que afetam a integração

global entre os mercados:

Propulsoras: acordos econômicos regionais, necessidades e desejos do mercado,

tecnologia, melhorias de comunicação e transportes, altos custos de desenvolvimento de

certos produtos que só são recuperados no mercado global, tendências econômicas

mundiais, possibilidade de maior investimento em qualidade e alavancagem (vantagem

por fazer negócios em mais de um país: transferência de experiência, economia de

escala, uso de recursos e estratégia global).

Essas chamadas forças propulsoras incentivam a participação internacional das

empresas por apresentar algum tipo de vantagem competitiva. A vantagem competitiva

surge quando o valor que uma empresa consegue criar para seus compradores ultrapassa

seu custo de fabricação. São essencialmente dois tipos, vantagem pela liderança em

custo e/ou pela diferenciação.

Análise das forças propulsoras:

Acordos Econômicos Regionais: Os acordos de cooperação econômica e

comércio preferencial entre países dão maior liberdade e justiça ao comércio mundial de

mercadorias e serviços. São exemplos, OMC, GATT, áreas de livre comércio, uniões

alfandegárias, mercados comuns e uniões econômicas. Mais especificamente no caso

brasileiro o Mercosul (Mercado Comum do Sul) no qual o Brasil participa desde 1991,

juntamente com Argentina, Paraguai e Uruguai.

Necessidades e Desejos do Mercado: Em mercados mundiais encontram-se

padrões universais e diferenças culturais, todavia, as necessidades e desejos dos

consumidores no mundo todo nunca foram tão convergentes, o que cria oportunidades

para a empresa global. As culturas populares de quase todas as sociedades são

inundadas por imagens, que são veiculadas principalmente nos filmes de Hollywood.

Este estilo de vida cria demandas que até antes não existiam e cabe às empresas mais

oportunistas e mais estrategicamente preparadas satisfazê-las.

Tecnologia e Melhoria de Comunicação e Transportes: A tecnologia não

somente associada à produção, mas à comunicação e ao transporte, como muito

importante para o crescimento do comércio internacional. “Os computadores, satélites e

sistemas intricados de processamento de dados tornam instantâneas as negociações no

exterior”. A tecnologia é vista como origem e significado da globalização, e indica a

transformação tecnológica como um dos principais condutores da concorrência por ser

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capaz de revezar lideranças de mercado entre as empresas acabando com vantagens

competitivas ora estabelecidas. Além da dinâmica do mercado proporcionada por uma

redução de custos e aumento da produtividade, a tecnologia permite uma diferenciação

em produtos ou serviços quando, por exemplo, atende ao consumidor que migrou,

mesmo que temporariamente, para além das fronteiras nacionais.

Tendências Econômicas Mundiais: Há motivos principais para que o

crescimento econômico seja força propulsora da expansão da economia internacional,

primeiramente as oportunidades no mercado externo aliadas ao lento crescimento no

mercado doméstico. A internacionalização tornou-se um importante caminho para as

empresas brasileiras por ser uma alternativa à instabilidade econômica e aos momentos

de estagnação interna. Já o crescimento econômico reduziu a resistência à entrada de

empresas estrangeiras nas economias nacionais e por fim, o movimento mundial de

desregulamentação e privatização.

Qualidade: quando a empresa opera globalmente, tende a ter uma maior receita e

margens operacionais mais altas. Isto gera possibilidade de maior investimento em

qualidade e pesquisa e desenvolvimento, tanto por atender a uma parcela maior e mais

exigente de consumidores quanto pela luta contra a concorrência local e global.

Entretanto, cabe ressaltar que um produto deve ter o mínimo de qualidade para entrar no

mercado, porém deve primar pela qualidade para se manter no mesmo.

Alavancagem: alavancagem é uma vantagem por fazer negócios em mais de um

país. Isto, por causa de quatro fatores como segue:

Transferência de Experiência: uma empresa global pode alavancar sua

experiência em qualquer mercado valendo-se de seu know-how em práticas de gerência

estratégica, de marketing e de todas as outras áreas com características comparáveis a

mercados já testados.

Economia de Escala: a empresa global vale-se do volume global de produção

para obter vantagem de escala na fabricação, na eliminação de cargos repetidos,

downsizing de atividades funcionais, melhor competência e qualidade.

Utilização de Recursos: ela pode procurar no mundo todo, pessoas, recursos

monetários e matérias-primas que permitam competir eficazmente no mercado

internacional.

Estratégia Global: a empresa global constrói sua estratégia baseada em um

sistema de informações capaz de vasculhar o ambiente mundial de negócios para

identificar oportunidades, tendências, riscos e recursos. Identificadas as oportunidades,

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a empresa adere aos três princípios anteriores: alavanca suas habilidades, concentra

recursos na criação de valor superior para os consumidores, atingindo assim a vantagem

competitiva.

Incentivos Governamentais: Todos os governos estimulam a exportação e em

muitos países os governos subsidiam suas empresas ou até mesmo fornecem dinheiro

diretamente para as empresas poderem cobrar preços mais baixos do que concorrentes

estrangeiros.

O Governo Brasileiro também se preocupa com o comércio para além de suas

fronteiras e através do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

em parceria com o setor privado, espera cada vez mais fortalecê-lo e expandi-lo. Para

isso, principalmente o pequeno exportador, conta com financiamentos especiais no

Banco do Brasil, BNDES, CAIXA e outros bancos estatais;

Forças Restritivas

As forças restritivas, ou seja, aquelas que inibem ou limitam a

internacionalização são barreiras de entrada:

Miopia Administrativa e Cultura Organizacional - etnocentrismo: A empresa de

visão “estreita” e etnocêntrica (considera seu país superior) tende a não se expandir

geograficamente, e quando o faz, logo percebe a necessidade de um pensamento mais

global. Ao mesmo tempo, a empresa que deseja expandir-se, deve ter nas equipes uma

perfeita integração com livre fluxo de informações e sugestões. Pode-se incluir neste

tópico restritivo, a falta de conhecimento sobre os mercados potenciais.

Controles Nacionais: todo país protege as empresas e interesses locais, mantendo

sob controle o acesso ao mercado e à entrada de indústrias de baixa e alta tecnologia.

Essas barreiras comerciais podem ser qualquer lei, regulamento, política, medida, ou

prática governamental que restrinja ou distorça o comércio internacional.

As barreiras mais comuns relativas ao comércio de bens são as barreiras

tarifárias (tarifas de importação e outras taxas aduaneiras), as barreiras não-tarifárias

(restrições quantitativas, licenciamento de importações, procedimentos alfandegários,

medidas antidumping e compensatórias) e as barreiras técnicas (normas e regulamentos

técnicos, sanitários, fitossanitários e de saúde animal sem transparência, ou

excessivamente rigorosos ou morosos e dispendiosos). Hoje, muitas barreiras tarifárias

foram removidas graças aos acordos econômicos regionais, no entanto, as barreiras não-

tarifárias ainda dificultam o acesso das empresas a esses mercados.