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FAZENDEIRO FOLHA DO FOLHA DO Acesse: www.acrissul. com.br DEZEMBRO DE 2009 • ANO XXIII – Nº 313 – DISTRIBUIÇÃO REGIONAL E DIRIGIDA Liminar da Justiça Federal, na ação impetrada pela Acrissul, só vale para seus associados Expogrande 2010 já tem 38 leilões confirmados PÁGINA 27 Acrissul derruba o Funrural na Justiça Na tarde do dia 3 de dezembro, a juíza Janete Lima Miguel Cabral, da 2ª Vara Federal, acatou pedido de limi- nar impetrado pela Acrissul (Associa- ção dos Criadores de Mato Grosso do Sul) e suspendeu a exigibilidade da co- brança da Seguridade Social, mais co- nhecido como Funrural. O mandado de segurança foi protocolado no dia 24 de novembro. Para o presidente da Acrissul, Francisco Maia, a liminar foi uma vitória histórica para a entidade. “Primeiro, porque foi a primeira deci- são tomada nesse sentido pela Justiça beneficiando uma associação. Segundo porque mostra o poder de fogo na as- sociação de criadores”, analisa. Para Maia, esse é o momento de novos cri- adores se as- sociarem à Acrissul, para fortalecer o movimento ruralista – e também porque esses novos asso- ciados serão igualmente beneficiados pela extensão da liminar. CONTINUA PÁG. 3 [email protected] Expogrande 2010: Acrissul vai convidar Evo Morales para abertura PÁGINA 5 Propriedades investem cada vez mais em bem-estar e produtividade O sistema racional de se trabalhar com os bovinos consiste em uma série de téc- nicas de lida que tiram vantagem do com- portamento instintivo dos animais, assim o manejo se dá sem o uso da força ou da dor. Com isso, se obtém um rebanho mais dócil, minimizando os prejuízos, sejam eles econômicos ou de acidentes de tra- balho. PÁGINA 12 Produtores cobram mudanças na emissão da GTA e nota fiscal Em visita feita à Acrissul, a nova dire- toria da Iagro, Maria Cristina Galvão Rosa Carrijo, recebeu da diretoria da entidade a cobrança, entre outras, para que seja abo- lida a exigência da presença do produtor rural e do comprador de gado na hora de se tirar nota fiscal e GTA. PÁGINA 19 Universidade aprofunda estudos sobre a ovelha Pantaneira. PÁGINA 10

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FAZENDEIROFOLHA DOFOLHA DO

Acesse: www.acrissul. com.br

DEZEMBRO DE 2009 • ANO XXIII – Nº 313 – DISTRIBUIÇÃO REGIONAL E DIRIGIDA

Liminar da Justiça Federal, na ação impetradapela Acrissul, só vale para seus associados

Expogrande 2010 já tem38 leilões confirmados

PÁGINA 27

Acrissul derruba oFunrural na Justiça

Na tarde do dia 3 de dezembro, ajuíza Janete Lima Miguel Cabral, da 2ªVara Federal, acatou pedido de limi-nar impetrado pela Acrissul (Associa-ção dos Criadores de Mato Grosso doSul) e suspendeu a exigibilidade da co-brança da Seguridade Social, mais co-nhecido como Funrural. O mandadode segurança foi protocolado no dia 24de novembro. Para o presidente daAcrissul, Francisco Maia, a liminar foiuma vitória histórica para a entidade.“Primeiro, porque foi a primeira deci-são tomada nesse sentido pela Justiçabeneficiando uma associação. Segundoporque mostra o poder de fogo na as-

sociação decriadores”,analisa.

P a r aMaia, esse éo momentode novos cri-adores se as-sociarem àAcr i s su l ,para fortalecer o movimento ruralista– e também porque esses novos asso-ciados serão igualmente beneficiadospela extensão da liminar.

CONTINUA PÁG. 3

[email protected]

Expogrande 2010: Acrissul vai

convidar Evo Morales para aberturaPÁGINA 5

Propriedades

investem cada vez

mais em bem-estar

e produtividadeO sistema racional de se trabalhar com

os bovinos consiste em uma série de téc-nicas de lida que tiram vantagem do com-portamento instintivo dos animais, assimo manejo se dá sem o uso da força ou dador. Com isso, se obtém um rebanho maisdócil, minimizando os prejuízos, sejameles econômicos ou de acidentes de tra-balho. PÁGINA 12

Produtores cobrammudanças na emissãoda GTA e nota fiscalEm visita feita à Acrissul, a nova dire-

toria da Iagro, Maria Cristina Galvão RosaCarrijo, recebeu da diretoria da entidadea cobrança, entre outras, para que seja abo-lida a exigência da presença do produtorrural e do comprador de gado na hora dese tirar nota fiscal e GTA. PÁGINA 19

Universidade aprofundaestudos sobre a ovelhaPantaneira. PÁGINA 10

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Ums publicação da Via Livre Comunicação eAgromarketing. A Folha do Fazendeiro é

informativo oficial da Acrissul (Associaçãodos Criadores de Mato Grosso Sul).

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Textos: Jefferson da Luz

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2 DEZEMBRO 2009

Palavra do Presidente | Por Francisco Maia

CRÔNICA DO MÊS | Por Osvaldo Piccinin

ACRISSUL |

E X P E D I E N T E

Papai Noel esqueceu de mimCorria o ano de 1960 e eu acabava de

completar dez anos. Na minha humilde,mas rica infância na roça, tudo era so-nho e minha alma de criança era a maispura fantasia.

Acreditei em Papai Noel até os dozeanos, pois meu pai sabia nos envolver e cri-ar um clima natalino bem como nos pre-parar com carinho para a tão esperada data.

Eu e meus irmãos até arriscávamos pe-dir um presente de nossa preferência, poisentendíamos que papai Noel podia tudo enão tinha limites para nos presentear.

Eu, por exemplo, passei a vida intei-ra, enquanto acreditei no bom velhinho,pedindo uma bicicletinha. Ano após anorenovei meu pedido e nada! Quando per-guntava ao meu pai porque o Papai Noelnão trouxe o presente que eu havia soli-citado, ele me dizia que era porque eleestava muito velhinho e talvez estivesseum pouco surdo; que da próxima vez eudeveria pedir com a voz mais alta.

Todos os anos, na véspera de Natal,minha mãe nos lembrava de colocarembaixo da cama o único par de sapatosque tínhamos, pois era lá que nosso pre-sente seria colocado.

Íamos dormir bem cedo. Uma ansie-dade angustiante nos dominava. Ao acor-darmos, dávamos um salto da cama ecurvávamos para enxergar o presentesobre nossos sapatos.

Meu pai extravasava muita alegria ao vernossa emoção. A primeira coisa que fazía-mos era rasgar rapidamente o papel de em-brulho e conferir o presente. Na maioria dasvezes não era aquele que havíamos encomen-dado, mas esta frustração durava muito pou-co, pois o que queríamos mesmo era saircorrendo pela colônia afora para mostrar oque tínhamos ganhado. Dependendo do pre-sente ficávamos enciumados de emprestaraos amigos para dar uma brincadinha. Nãodeixávamos ninguém nem encostar!

Na colônia onde morávamos, tinha umempregado braçal chamado Antonio do Vio-lino. Ele, sua esposa e mais oito filhos mora-vam numa casa muito humilde de chão ba-tido e com o telhado caindo aos pedaços.Apesar de extrema pobreza demonstravamser felizes. O objeto mais valioso desta casaera exatamente o violino do Antonio. Esteficava guardado num armário à sete chaves.Quando de lá era tirado, nas noites de sába-do, e durante o dia, aos domingos, era paranos alegrar com canções melodiosas que nosremetiam a passados muito distantes. Opalco era o terreiro enfrente a sua casa e asvalsas Vienenses embalavam nossas fantasi-as. Era um craque na arte de tocar este ins-trumento!

Toninho, seu filho caçula, de mais oumenos oito anos de idade, era meu amigui-nho. Num certo Natal, ao ganhar um cami-nhãozinho, corri para a casa do amigo para

mostra-lhe meu possante FNM e pergun-tar-lhe o que ele havia ganhado do PapaiNoel.

Encontrei-o entre soluços e limpan-do o nariz e lágrimas na manga da cami-sa já emplastada pelo uso de uma sema-na sem troca, e perguntei – lhe: - Porquevocê está chorando? E ele com a voz em-bargada demonstrando uma imensa tris-teza me respondeu: - Papai Noel se es-queceu de mim, e quando fui perguntarpara meu pai, porque ele havia se esque-cido, levei um tapa no bumbum e medisse que Papai Noel não leva presentepara filho de pobre e que eu devia agra-decer a Deus por ter comida na mesatodos os dias.

Apesar da minha tenra idade confes-so que me cortou o coração ao ver a an-gústia do meu amiguinho. Na minha san-ta ingenuidade até aquele momento euachava que todo mundo fosse filho dePapai Noel. Porque não?

Eu prometi a ele, e cumpri por umbom tempo, que aquele meu caminhão-zinho seria nosso, meu e dele, e que brin-caríamos juntos puxando areia e sabu-gos de milho pelo terreiro afora. Até hojenão esqueço seu sorriso e sua carinha defelicidade. Esta passagem ficou marca-da para sempre em minha memória!

E VIVA O PAPAI [email protected]

2009 foi um ano de desafios e de grandes vitórias

FAZENDEIROFOLHA DOFOLHA DO

O ano de 2009 paraa Acrissul foi umano repleto de lutas,grandes desafios etambém de grandesvitórias. Assumi-mos uma entidadecom uma série de

projetos para o ano e conseguimos reali-zar grande parte deles. O começo de nos-sa gestão em junho, nos deparamos comgrandes entraves entre o setor rural e osistema tributário estadual, que prejudica-vam o andamento da pecuária, principal-mente. Fizemos gestões junto ao Secretá-rio de Fazenda, para que fosse retomada aisenção de Fundersul e ICMS sobre a ven-da de sêmen e reprodutores destinadosao melhoramento genético, uma cobrançaque onerava bastante os criadores.

Junto ao governo, logo em seguida, ti-

vemos de fazer várias incursões até o go-vernador André Puccinelli, uma vez queo Estado avaliava a possibilidade de abriras importações de gado do Paraguai, sópara atender a demanda de um frigorífi-co de Porto Murtinho. Mostramos, com oapoio de toda a diretoria, que aquele mu-nicípio, além de estar dotado de oferta degado gordo pasra abastecer o frigorífico,também o Mato Grosso do Sul não preci-sava importar gado do país vizinho, prin-cipalmente porque gozamos de um statussanitário confortável, e não precisamoscorrer riscos desnecessários trazendo gadode onde todos sabem que não se dedicacuidados necessários com a sanidade.

O governador entendeu e suspendeuqualquer possibilidade de importar gadodo Paraguai, e ainda mandou reduzir aalíquota de ICMS nas operações realiza-das em Porto Murtinho, para atender a

demanda local e não afetar a escala deabates do frigorífico da cidade.

Ainda no campo tributário, a diretoriafez gestões junto à Fazenda e conseguiuque fosse ampliado o prazo de validadeda nota fiscal rural, que diante de váriosfatores imprevisíveis acabava às vezes ven-cendo sem que o produtor pudesse trans-portar o gado para o frigorífico, o que cau-sava uma série de transtornos. E a maiorde todas as vitórias: derrubamos o Fun-rural na Justiça.

Realizamos a 1ª Expo MS, a feira doconhecimento, um evento que ficou mar-cado no calendário da Acrissul como umainiciativa inovadora, que trouxe para oParque de Exposições Laucídio Coelhotodos os segmentos do agronegócio.

Nos aproximamos de mais um anoeleitoral, com as atenções voltadas paraa sucessão estadual. Recentemente, um

encontro entre o presidente da Acrissul,membros do PSDB e do PT estadual, aca-bou causando uma série de interpretaçõesequivocadas, como se a Acrissul tivesse“fechado” algum acordo para apoiar esteou aquele candidato. A associação nãotem partido, aliás até tem – o “P.A.R. (Par-tido do Agronegócio de Resultados)”. Istopara dizer que não defendemos esta ouaquela ideologia. Defenderemos e apoia-remos sim o governo que melhor atenderos interesses do agronegócio e o desen-volvimento do setor no Estado.

Este é um momento singular para osetor rural. O céu está com nuvens car-regadas e precisamos estar unidos e or-ganizados da porteira para fora. Da por-teira para dentro o produtor sul-mato-grossense já provou que sabe fazer omelhor. A todos um Feliz Natal e um AnoNovo repleto de prosperidade.

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3DEZEMBRO 2009

Ruralismo

Acrissul derruba oFunrural na Justiça

Segundo o advogado da entidade,Márcio Torres, agora todos os associadosestão desobrigados de pagar o tributo nastransações envolvendo operações de boimagro e também boi gordo, no caso dapecuária.

Em sua argumentação Torres lembrouque há, no Supremo Tribunal Federal(STF), uma ação de inconstitucionalida-de contra o Funrural, sobre a qual cincodos onze ministros da Corte já manifes-taram seu voto pelo fim da cobrança.

Está é a primeira ação contra a cobran-ça do Funrural que é deferida no País.

No mês passado muitos produtores

de Mato Grosso do Sul receberam cartasda Receita Federal informando sobre adivida de transações feitas desde junhode 2008.

Como foiNo ano passado, o governo federal

revogou o parágrafo quarto do artigo 25da Lei 8.212/1991 que garantia a isençãodo imposto sobre operações entre pesso-as físicas que tratasse de cria, reprodu-ção e engorda de gado. Anteriormente, otributo – que tem uma alíquota de 2,3%– era cobrado somente quando o gado iapara o abate, o frigorifico recolhia do pe-

cuarista e repassava à Receita Federal.Agora, em cada transação comercial o

imposto tem de ser recolhido. Se umanimal nasceu em uma fazenda, foi cria-

do em outra, engordado em uma terceirae, finalmente, abatido no frigorífico oFunrural vai ser cobrado três vezes, o quevai acrescentar 6,9% ao produto final.

“É o primeiro passo. Estamos conten-tes com o deferimento da liminar, quedesonera o produtor, inclusive do abatee não apenas nas transações intermedia-rias”, disse Torres.

Grande parte do Funrural, 2%, é des-tinada para fortalecer o caixa da Previ-dência Social, sem gerar nenhum benefí-cio ao contribuinte. De acordo com o ad-vogado, a Constituição Federal só permi-te ter fontes de recursos para a Previdên-cia: folha de pagamento dos funcionári-os, faturamento e lucro das empresas.

Torres atenta ainda que o produtorrural, ao pagar o Funrural, está sendo tri-butado duas (ou mais) vezes, pois já con-tribui para o seguro social sobre a folhade pagamento e sobre a receita.

“É uma coisa absurda o que o gover-no federal fez. Ele começou a legislar ne-gativamente, criou uma tributação ao re-tirar a isenção que havia. E pior, sem serregulamentá-la com uma lei complemen-tar”, destaca o advogado.

Márcio Torres, advogado da Acrissul,protocola ação na Justiça Federal

Entidade foi a primeira a conseguir a liminar no País

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4 DEZEMBRO 2009

Ruralismo

Os associados da Acrissul (Associa-ção dos Criadores de Mato Grosso doSul) que quiserem se beneficiar da limi-nar que suspendeu a exigibilidade dacobrança da Seguridade Social – mais co-nhecido como Funrural – tem de cum-prir alguns procedimentos.

Para impedir a cobrança nas negocia-ções intermediárias eles devem apresen-tar a cópia da liminar e certidão de asso-ciado à Receita Federal, dessa forma astransações de venda para cria, recria ereprodução estarão imunes ao tributo.

Para quem for vender gado gordo aofrigorífico deve apresentar a cópia da de-

Durante reunião extraordinária re-alizada no dia 30 de novembro, osassociados da Acrissul (Associaçãodos Criadores de Mato Grosso do Sul)decidiram que vão entrar com umaação declaratória contra o seguro so-cial – mais conhecido como Funru-ral. Dessa forma os valores referentesao tributo serão depositados em juízoe, caso haja o deferimento do manda-do de segurança, já impetrado em fa-vor dos associados, esses recursos nãoprecisarão ser mais pagos e poderãoser restituídos rapidamente.

Esta foi mais uma medida que aassociação tomou para proteger seusmembros de uma bitributação, comojá ocorre há anos.

O presidente da entidade, Francis-co Maia, lembrou que o setor, nos úl-timos anos, vem sofrendo muito comas políticas do governo e que, recen-temente, teve de intervir para evitar acobrança de outros impostos. “O go-verno federal dá isenção para produ-tos da linha branca, para carros e atépara material de construção, mas paraa classe produtora só tem aumento.

Saiba como se beneficiarda liminar do Funrural

cisão e a certidão de associado em todasas transações. É recomendado ao sócioque faça constar na nota fiscal de vendaao frigorífico que os 2,3%, referentes aoFunrural, não foram recolhidos por for-ça de uma decisão judicial.

O mandado de segurança tambémvale para novos associados. Todos os do-cumentos para garantir o cumprimentoda liminar e mais detalhes sobre estesprocedimentos podem ser obtidos na sededa Acrissul.

O produtor que quiser se associarbasta acessar o site da entidade: http://www.acrissul.com.br/associese

Nós já estamos prejudicados com umacotação da arroba em R$ 65,00 e tam-bém por esse dólar baixo”, disse.

Alguns produtores já receberamuma notificação da Receita Federaldizendo que existe uma dívida dastransações realizadas entre junho de2008 até agora. A produtora Dora Cas-tro disse que a maior parte dos pecu-aristas não fez o pagamento do tribu-to porque sabia da existência de umaação que tramita no STF (SupremoTribunal Federal) e que estavam con-fiantes no seu deferimento. O advo-gado da Acrissul, Márcio Torres, dis-se que esta ação corre há mais de umano e que cinco dos onze ministrosdo STF já votaram pela inconstituci-onalidade do tributo.

o vice-presidente da Acrissul, Jo-nathan Barbosa, propôs que a Asso-ciação enviasse uma carta à CNA pe-dindo que tome providências jurídi-cas o mais rápido possível para evitara cobrança do Funrural em todo oPaís. Ele argumenta ainda que somen-te a Confederação tem poder para en-tra com uma Adin no STF.

Acrissul prepara agora açãodeclaratória contra Funrural

Será que vale a pena derrubar as boas e valiosas árvores de madeira de leida sua fazenda para fazer cercas ou mangueiros?

O empresário rural sabe que sua propriedade com áreas florestadas commadeiras nobres tem cada vez mais valor.

Antes da derrubada das árvores, convém fazer contas para verificar se real-mente é um bom negócio.

Hoje o mercado dispõe da técnica de osmopressurização de madeiras pro-venientes de reflorestamentos de eucaliptos.

A Tramasul, com 25 anos de mercado sul-mato-grossense, oferece o melhorproduto e a melhor técnica de tratamento com Osmose K-33 aplicado atravésde osmopressurização, conferindo a esta madeira resistência ao apodrecimen-to e ataque de cupins, igual ou superior a algumas madeiras nobres.

Outra vantagem é a uniformidade das peças, pois elas passam por umaseleção industrial e vêem prontas para o uso, por exemplo: você compra mou-rões e recebe as peças todas com a mesma classe de diâmetro, mesmo compri-mento, retos e com furação para arame rigorosamente iguais.

Isto além de facilitar a vida do fazendeiro em conseguir compra após com-pra um produto padronizado, vai possibilitar que nossos filhos e netos rece-bam o patrimônio vegetal em boas condições.

Conte sempre com a Tramasul para o melhor resultado nas suas constru-ções rurais.

A madeira na ponta do lápis

Informe Publicitário

Reunião na Acrissul debateu estratégia para evitar continuidade do Fundersul

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5DEZEMBRO 2009

A programação de equinos da 72ªExpogrande já está pronta. E, segun-do o diretor do departamento deequinos da Acrissul (Associação dosCriadores de Mato Grosso do Sul),Nilson Paulo Ricardes de Oliveira,em 2010 haverá 30% mais animaisdo que em 2009, 500 exemplares.

“Nós estamos com uma grande ex-pectativa, pois nos esforçamos paranão coincidir com a data da exposi-ção em Londrina, o que deve fazercom que muitos animais de grande epequeno porte estejam presentes.Além disso, o Parque já está diferen-te, pronto para a festa”, comentou.

O cônsul do Bolívia em Campo Gran-de, Enrique Garrón Ruiz, vai entregar aopresidente de seu país, Evo Morales, oconvite para participar da abertura da Ex-pogrande 2010. Ee esteve na sede daAcrissul (Associação dos Criadores deMato Grosso do Sul), ocasião em que opresidente da entidade, Francisco Maia,explicou que sua intenção é fazer da Ex-pogrande uma exposição internacional,e que não só produtores bolivianos este-jam aqui, mas que tragam seus animais.

“Vamos fazer o convite para os presi-dentes do Mercosul. Queremos fazer umencontro com o Evo, o Lula, o presiden-te do Paraguai, da Argentina e do Uru-guai”, disse Maia, acrescentando que apresença do presidente brasileiro já estáquase confirmada.

A visita foi organizada pelo ex-presi-dente da Acrissul, João Adalberto AyoubFerraz, que é amigo do cônsul.

Ruiz lembrou que a presença brasi-leira é muito forte nas cidades bolivia-nas de Cochabamba e Santa Cruz de La

Sierra, onde, somente de estudantes, vi-vem mais de 9.500. Apesar de o comér-cio entre os dois países ser muito inten-so, Mato Grosso do Sul tem uma parti-cipação muito pequena, admite o diplo-mata.

Conforme Maia, a visita aconteceu emhora oportuna, quando há a necessidadede se incrementar as exportações para ospaíses que fazem parte do Mercosul (Mer-cado Comum do Sul). Segundo ele a Bo-lívia, principalmente na região de SantaCruz de La Sierra, há um forte movimen-to de pecuaristas, que vêm participandoativamente de feiras brasileiras, principal-mente as voltadas para a criação de zebu-ínos, comoa Expozeu de Uberaba. “E MatoGrosso do Sul é hoje um dos grandes cri-atórios de zebuínos de qualidade doPaís”, finalizou o presidente da Acrissul.Falta só assegurar o trânsito desses ani-mais para a Expogrande.

Para recepcionar o cônsul bolivianotambém esteve presente o diretor da en-tidade Antônio de Souza Salgueiro.

EventosAcrissul vai convidar EvoMorales para Expogrande

A agenda de equinos terá duas eta-pas. Primeiramente, serão realizadostorneios e julgamentos: dias 18 e 19de março será o julgamento dos cava-los Pantaneiros; dia 20 prova de apar-tação do Quarto de Milha; dia 21 pro-va Team Penning; dias 26, 27 e 28acontecerá o julgamento do cavaloárabe. A segunda etapa, a das vendase animais, começa no dia 20, com oLeilão Comitiva, 21 Leilão do CavaloPantaneiro, 22 o Leilão Max QM e 26o Top MS de cavalo Árabe.

A 72ª Expogrande acontece de 18a 28 de março no Parque de Exposi-ções Laucídio Coelho.

Cresce participação de equinos na Expogrande

Feira busca a internaciolização a partir de 2010

Enrique Garrón Ruiz vai levar o convite da Acrissul para o presidente boliviano

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6 DEZEMBRO 2009

Opinião

Brasil dife-rente Amídia degaveta temp a s s a d oque o Bra-sil de hojeé bem dife-rente da-quele deo u t r o r a .

Com muita cara dura, pregam umadiferença para melhor, ao ponto dese assegurar tudo como padrão dereferência para o mundo. Colocamtodos os focos nas ações do atualgoverno federal, fazendo assimuma condução enganosa, saindoda informação para a deformaçãoda realidade.

Na área do agronegócio, porexemplo, vivemos e convivemos emmeio a muitas incoerências, aber-rações e injustiças entre outras in-versões de valores. Ora, vejamos:primeiro o governo Lula convocao setor rural para a campanha decombate à fome (Fome Zero), e,logo em seguida, começa a tripudi-ar do agronegócio. O presidentetem viajado muito como um gran-de líder comprometido (internaci-onalmente) com o combate a fome.Mas, aqui, nas terras brasileiras,penaliza e onera exatamente quemdeveria apoiar e estimular. É preci-so que essa “mídia” leve ao presi-dente que o número de famintosno mundo aumentou, em doisanos, de 800 milhões para 1,02 bi-lhão.

Se continuar com tamanha car-ga tributária sobre o setor que pro-duz alimentos, o presidente Lulapoderá passar vergonha com seuscolegas internacionais. Diante doquadro atual, aqui entre nós, mui-ta gente está mudando de ramo pornão suportar o peso acumulado deuma carga discriminatória. A ques-tão é muito séria. Daqui a pouco ocampo irá só oferecer uma dieta fi-nal: salada de eucalipto e churras-co de cana. Aí sim, o nosso Brasilserá mesmo diferente.

É urgente que exista mais cons-

| Por Jonathan Pereira Barbosa

Brasil diferenteciência e responsabilidade com a pre-ocupante situação. Não é desviando ter-ras altamente produtivas, numa afrontabrutal ao direito de propriedade, paraampliarem terras indígenas, ou seme-ando assentamentos para o MST queiremos incrementar a produção de ali-mentos. O governo está muito equivo-cado agindo dessa forma. A políticaadotada na prática não contribui comnada, a não ser para atender interes-ses ideológicos e internacionais. Osquais, cá entre nós, o que não deixade ser uma vergonha.

Até quando o “Brasil diferente” vaipermitir que justamente aqueles que,lá em suas terras exterminaram barba-ramente seus índios, possam, de lá,ditarem regras ao nosso governo, aonosso país? Como diz o meu compa-dre: com que moral? Na história mun-dial está registrado o que os norte-ame-ricanos e europeus fizeram com seusnativos. Atrocidades das mais cruéis,quando agora se lançam como prote-tores bondosos dos nossos índios.Será?

Na verdade o pano de fundo daquestão é outro. Os índios estão ape-nas sendo massa de manobra, pois osque buscam outros interesses queremlacrar nossa riquezas minerais e vege-tas, dentre outras. Retirando produto-res rurais, assegurando suas ambiçõesestratégicas, colocando pretensos di-reitos indígenas, justamente em cimasdessas terras. Acham que está tudocombinado, só esqueceram de avisaro general Augusto Heleno.

Com isso tudo o país vem vivendoconflitos e confrontos. Ou o governoLula, bem como todo o Judiciário, en-caram o problema com a importânciae responsabilidade que tem, ou daquia pouco muito sangue será derrama-do. Os abusos conjugados com a im-punidade têm provocado revoltas re-montadas, subtraindo a cada dia a pazno campo. Vejamos, por exemplo, oque foi contatado na retomada da in-vadida fazenda Querência São José, emSidrolândia, onde um livro apontadorfoi deixado pelos índios invasores.

Nesse livro consta o nome de to-dos os chamados “guerreiros”, decla-rando suas armas de fogo e suas res-

pectivas munições. Nas anotaçõesmanuscritas consta que índios estãoarmados e orientados para confrontosmapeados em grupos, atendendo táti-cas de guerrilhas.

Importante aqui registrar que exis-tem infiltrações de brancos e mestiços,advogados contratado (Dr. Rogério) evereador com mandato, dentre outrasadredementes articuladas.

Muitas droga e bebida alcoólica fo-ram encontradas em meio à baderna.Saquearam tudo, levaram todos osmóveis e utensílios, abateram gado esumiram com cem reses. Um esbulhoabsurdo, coisa de bandido. A propri-etária, Sra. Lurdes Bacha, uma viúvacom mais de 80 anos, vem, covarde-mente, sendo sujeitada a tamanha vi-olência.

Destaca-se nesse episódio o justo ecorajoso apoio do governador AndréPuccinelli, que determinou a prontaação da Polícia Militar no local, paragarantir a ordem e a paz. Enquanto isso,a maioria do nosso legislativo, princi-palmente a bancada federal, tem acei-tado tudo. Omitem-se com as suaschamadas “bases de governo”, só aten-dendo tudo que seu mestre mandar.Vergonhosamente se permitem gover-nar por festivais de medidas provisó-rias. É pra acabar!

Fecho por aqui, lembrando que étempo de mobilização e de pressão, sóassim, por exemplo, a dona Lurdesconseguiu retornar a sua fazenda in-vadida. Sejamos mais unidos e parti-cipativos na defesa dos nossos negó-cios e da sobrevivência do setor agro-pecuário. Essa é nossa legitima ban-deira.

E que venham os novos índices deprodutividade, o Funrural nas opera-ções intermediárias entre produtores -a Acrissul já defende seus associadoscom o providencial ingresso de ummandado de segurança na Justiça Fe-

deral-, e que venha o novo códigoflorestal (ideológico), o repasse dacobrança do ITR buscando aumen-to de imposto, e invasões de terrasde povos indígenas ou não.

E como se não bastasse o pro-dutor rural fica cada vez mais em-pobrecido, assistindo benefícios aoutros setores. Agora, é a vez daindústria de móveis com IPI zero.Daqui apouco viram os setores deconfecções, calçados, tecidos e poraí a fora. Por que estamos sempre“esquecidos”? Mas que pecadomortal cometeu o produtor rural?Por que tanta diferença de tratamen-to? E o que tem feito a CNA até ago-ra? Qual o interesse até aqui de-monstrado sobre esta importan-te matéria? Qual a contrapartida cor-respondente do que pagamos decontribuição sindical? A Famasultem atuado firme (especificamentenessa questão) na defesa prioritáriados direitos do produtor? Estavamuito nebuloso, como um barco aderiva, até que chegou a Acrissulpara cumprir um papel que não ésó dela. E por fim, vamos em frenteque atrás vem gente.

A verdade é que, tudo isso acu-mulado só tem quebrado o neces-sário ímpeto dos sofridos e abnega-dos produtores rurais. Que ChicoBuarque se inspire para compor aGeni II, pois os homens e mulhe-res que fazem a produção de alimen-tos neste país só recebem todas aspedradas, muitas pedras atiradasingrata e injustamente pelo chama-do “Brasil diferente”! Esperamospor uma ação equivalente, ou nãosomos brasileiros com vergonha nacara. E que venha o ano eleitoral!

Jonathan Pereira Barbosaé pecuarista e vice-presidenteda Acrissul

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7DEZEMBRO 2009

Processo de seleção é demorado, leva gerações; não pode ser um trabalho isolado

Mato Grosso do Sul é uma dos Esta-dos do país onde ocorre o melhoramen-to genético da raça Nelore, um gado deorigem indiana presente no Brasil desde1870. Sua capacidade de converter ca-pins com baixa proteína em carne, resis-tência ao calor e aos parasitas – de longesuperior a do gado europeu – fizeram afama desse zebuíno por aqui.

Para preservar a rusticidade do Nelo-re e ainda adicionar precocidade, ganhode peso e formação de carcaça há certoscriadores que investem pesado em tec-nologia para produzir os que são chama-dos gado de elite. São reprodutores ematrizes que tem como objetivo princi-pal melhorar a produtividade do reba-nho que é formada pelo tripé: capacida-de reprodutiva, rápido ganho de peso eformação de carcaça.

Contudo isso não é tão fácil assim.Segundo o pesquisador em melhoramen-to animal da Embrapa (Empresa Brasilei-ra de Pesquisa Agropecuária), AntônioRosa, até a década de 70 só havia seleçãoracial do Nelore sem se preocuparem como desempenho da raça. “O uso de meto-dologias robustas de seleção só começa-ram a ser usado há cerca de 30 anos. E,se neste pouco espaço de tempo conse-guimos avançar desta forma imagine da-qui mais 30 anos?”.

Os passos para começar uma seleçãogenética são basicamente dois: primeirosobre a genealogia dos animais. Depoisse fazer uma avaliação de desempenho.“A seleção genética é feita a partir de aca-salamentos, se você faz as escolhas ade-quadas, vai ter filhos ainda melhores.Depois você faz com que os animais su-periores tenham ainda mais filhos, atra-vés de técnicas de reprodução e, poucoa pouco, melhora as características dese-jáveis naquela população”, explica Rosa.

Alguns problemas que vão desquali-

Seleção exige tempo, cuidados e tecnologias

ficar esses animais na seleção podem serpercebidos com uma rápida inspeção nocorpo do touro. A hiperplasia, que cau-sa uma diferença no tamanho dos testí-culos (o problema também atinge as fê-meas, mas nesse caso são os ovários quesão diferentes); a monorquidia apenasum testículo na bolsa escrotal; agnatis-mo e prognatismos, as mandíbulas nãose fecham como deveriam.

Mas o pesquisador lembra que esteprocesso é demorado, leva gerações, eainda, que se for feito com animais deapenas uma propriedade os resultadosnão serão os melhores, pois o universoselecionado é muito pequeno. “Se setrabalha isolado, o resultado é muitolento”.

O ideal é o produtor adquirir tourosde um plantel que já trabalhe com sele-ção genética que seja assistida por al-gum programa de melhoramento – comoo GenePlus da Embrapa – os quais têm

tecnologia e meios para trabalhar com umgrande volume de dados.

Para os que já estão no ramo de me-lhoramento genético, o pesquisadoratenta que tem de se ter o cuidado denão se investir muito em animais muitojovens, que ainda não tenha a acuráciaelevada, ou seja, que a previsão de trans-missão das características desejáveis nãosão altas.

“O criador pode até investir nessesanimais, mas não muito intensivamente,pois, mais adiante, aquele animal poderevelar problemas em seus descendentes.No caso de uma fêmea espere ela ter entrecinco e oito bezerros para depois colocá-la em técnicas de reproduções mais agres-sivas”, recomenda.

As técnicasPaulo Prandini, que cria matrizes e

reprodutores para a venda diz que as no-vas tecnologias usadas na reprodução dos

bovinos têm compensado o curto espaçode tempo que o Nelore vem sendo sele-cionado no Brasil. “Para se ter um ideia,na Europa o gado de lá está neste pro-cesso há mais de 500 anos”, comenta.

De acordo com ele, técnicas como aFIV (fertilização in vitro) e TE (transfe-rência de embrião), têm contribuído mui-to para se encurtar esse tempo. Ele ex-plica que a TE faz com que se torne pos-sível verificar resultado de 20 anos deuma vaca em apenas um. A coleta deóvulos e a transferência de embrião ace-leram os nascimentos, com isso pode-seprever o quão estável é a genética daque-le animal.

Na fazenda de Prandini, a Prata deLei, os animais são criados com todos oscuidados, além do manejo pensando-seno bem-estar, os animais recebem alimen-tação de alta qualidade e algumas até fi-cam em ambientes cobertos onde a tem-peratura é agradável em qualquer épocado ano. Como resultado ele conseguedesmamar um bezerro macho com 300kg e uma fêmea com 270 kg, com o usoda técnica creep-feeding.

Antônio Rosa, pesquisador do CNPGC

Os passos para começar uma seleção genética são basicamente dois: genealogia dos animais e avaliação de desempenhoReprodução

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8 DEZEMBRO 2009

GenéticaImportação de embriões pode garantir qualidadeao rebanho brasileiro

Assegurar a rusticidade e aptidãomaterna do gado Nelore este o principalobjetivo das importações de embriões daÍndia que aconteceu recentemente, e maisuma remessa ainda está a caminho. O pe-cuarista Orestes Tibery Prata Júnior é umdos que, dentro dos próximos quatromeses, receberá o material que selecio-nou no país asiático.

“Lá os animais passam por uma sele-ção natural, então só ficam os realmentemais fortes”, explica Tibery. “No Brasilhá uma valorização muito grande de ani-mais para a pista. A seleção como deveser feita foi esquecida aqui, é o prêmio aqualquer custo”, comenta.

O pecuarista, que já foi presidente daABCZ (Associações Brasileira dos Cria-dores de Zebu), lembra que a última im-portação de gado vindo da Índia, há 47anos, adicionou muita qualidade genéti-ca aos animais brasileiros, que estavamperdendo sua rusticidade.

Os indianos, na hora de se selecio-nar os animais, valorizam duas caracte-rísticas, a produtividade leiteira e a força– dependendo da finalidade – a produ-ção de carne não tem importância, pois,

No Brasil corre-se o risco de perder as qualidadesfundamentais do gado Nelore em função da

supervalorização de animais para pista

por ser um povo hinduísta a vaca é umanimal sagrado para os indianos, consi-derado um deus. Além disso, o governoestimula o cruzamento com outras raçaspara adquirirem uma descendência quetenha alta produção de leite.

Tibery explica que essa produtivida-de leiteira – em exemplares puros – é jus-tamente o que se busca, pois está direta-mente relacionada à capacidade maternadas vacas. Quanto à rusticidade se ob-servou a habilidade dos animais em con-seguir converter alimento de baixa quali-dade em leite e carne. “Lá tem vaca quecome palha de arroz e produz muitobem”, exemplifica.

Conforme o pecuarista, no Brasil cor-re-se o risco de perdermos as qualidadesfundamentais do gado Nelore em funçãoda supervalorização de animais para pis-ta. “Pode acontecer o que aconteceu como cavalo Árabe, que era o mais rústico detodos, mas que, por se buscar um ani-mal com beleza, virou um bibelô, que nãovive mais sem mimos. Um cavalo caipiravocê pode dar qualquer silagem, qualquerração, para o Árabe, se mudar um pou-quinho a dieta pode até morrer”.

A expectativa com a introdução denovas linhagens de Nelore à pecuáriabrasileira é de que se reduza a consan-guinidade e se recupere a resistência des-ses rebanhos às condições climáticasadversas. “Na Índia o boi passa por tudo,o clima é muito extremo, são longas tem-poradas de seca [que chegam há novemeses] depois é só inundação na épocadas monções”, relata. “Então os animaistêm de ser resistentes para viverem lá”.

BurocraciaPara se importar esses embriões não

foi fácil, foram 12 anos de negociaçõesentre os governos brasileiro e indiano.Mesmo assim, há uma série de protoco-los que os pecuaristas têm de seguir, des-de a coleta na Índia até a liberação des-ses animais.

Para evitar que esses embriões possamtrazer alguma doença não existente no paíseles serão manipulados em um local iso-lado, o quarentenário da Embrapa (Em-presa Brasileira de Pesquisa Agropecuá-ria), que fica na ilha de Cananéia (SP). Asvacas receptoras ainda ficaram por seismeses na ilha em observação e só entãoserão liberadas para seguirem até as fa-zendas onde os bezerros nascerão.

“A burocracia é até exagerada”, recla-ma Tibery. “Corre-se muito mais riscosda entrada de uma doença desconhecidaimportando-se animais da Europa do queda Índia. Lá não tem febre aftosa e a pes-te bovina asiática foi eliminada. Alémdisso, cada embrião é lavado com subs-tâncias químicas para evitar que tenhamalguma doença, pois nós também nãoqueremos que isso aconteça”, conta.

Transformações na Índia podemlevar ao fim de linhagens purasMarcos Leonardo Moura, pecuarista

membro do grupo JOP, já esteve 21 vezesna Índia com o objetivo de “garimpar”zebus de linhagens puras para trazer aoBrasil. O trabalho dele é procurar os ani-mais, comprá-los, extrair o material ge-nético, e preparar os embriões para envi-ar para cá.

Ele tem ido de aldeia em aldeia con-versando com os pequenos criadores detodas as regiões da Índia com a tarefa deencontrar exemplares que mantiveram apureza da raça. “Não é um trabalho fá-cil, isso porque os animais puros estãomuito distantes e as raças estão separa-das geograficamente, por exemplo: sevocê procura um Nelore, que lá se cha-ma Ongole, tem de ir ao estado de An-

dhra Pradesh (leste), é só lá que elesexistem; se quer um Gir, tem de ir paraGujarat (oeste), o Guzerá só é encontra-do no deserto do Rajastão (região cen-tral)”, explica.

Se achar o exemplar ideal é difícil,mais ainda é a negociação de compra. Nãoque os indianos sejam tubarões de WallStreet, mas sim por questões religiosas –lá a vaca é uma ser sagrado. “Alguns ima-ginam, até inocentemente , que vamosmatar o animal. Muitos sabem que o Bra-sil é um dos grandes exportadores decarne bovina e são receosos em fazer avenda. Outros não se opõem de formaalguma. Mas tem aqueles que são muitoapegados aos animais. Um justificou quenão venderia porque o touro nasceu no

Iniciativa vai trazer novas linhagens de Nelore para a pecuária brasileira

Pecuarista Orestes Tibery Prata Júnior

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9DEZEMBRO 2009

mesmo dia que seu filho e que aquilo eraum sinal de benção e, se caso o vendes-se, traria má sorte”, relata.

Moura conta que há muitos bovinospor toda a Índia, mas um que tenha semantido puro é muito difícil de se achar,isso em função de uma necessidade so-cial de se produzir leite. “Eles precisãocombater a fome”, explica. Lá os animaisZebus são cruzados com raças européiaspara melhora a produção de leite. “Eutento explicar a eles que isso não é ne-cessário, que lá eles têm raças com gran-de potencial leiteiro e que não convêmfazer esses cruzamentos, pois o resulta-do vai ser a perda da rusticidade, maspouco adianta”, relata.

Além da produção deleite, os animais lá tam-bém são selecionadospara tração na agriculturae competições entre as tri-bos. Mas até estes estãosob ameaça. A introduçãode tratores tem feito comque os plantadores permi-tam a mistura de raças edeixem de lado a seleção.

Esses dois fatores le-vam Moura a uma previ-são triste. “Essa nossaimportação de embriões

provavelmente será a última, pois estácada veze mais difícil encontrar animaispuros na Índia”. Em seis anos de viagempara àquele país ele conseguiu comprarapenas 30 exemplares de qualidade.

Segundo o pecuarista, o que deveacontecer é que o Brasil vai se tornar re-ferência mundial em gados de origemzebuína, superando até a Índia. “Lá édifícil achar um animal interessante, prin-cipalmente touro Nelore, quem quiser umtem de vir aqui. Outros tipos de zebus,como o Gir, já não são encontrados como grau de pureza que temos nos nossosrebanhos, tanto é, que está em negocia-ção o envio de material genético dessaraça para a Índia”, revelou.

Moura diz que a intro-dução de uma nova linha-gem de Zebus nos Brasil éextremamente necessária,pois a consanguinidadedo rebanho brasileiro émuito grande. “Isso não ébom. Porque, se você cru-za animais com parentes-co próximo a tendência éde que eles perpetuem epotencializem os defeitose não as qualidades”, ex-plica.

Conforme Moura, apecuária nacional fez um excelente tra-balho no que diz respeito à seleção deanimais com características desejáveispara a produção comercial: bom acaba-mento de carcaça, precocidade. “Fizemosaté a correção de defeitos físicos”. Con-tudo, todo esse trabalho pode estar ame-açado caso não seja introduzidos novosanimais com sangue diferente.

A escolhaNo Brasil basta dar uma olhada no

acabamento da carcaça, no aparelho re-produtor e no tamanho do animal que opecuarista, mesmo com pouco conheci-mento em genética, pode identificar seo exemplar é ou não bom para o reba-

nho comercial. Mas na Índia, onde hánove meses sem chuva, a alimentaçãodo gado muitas das vezes é apenas res-to seco de culturas da última safra, ogado não tem aparência tão boa e nemporte desejado.

Quando chega a hora de fazer a com-pra os animais passam por uma últimaolhada, desta vez quem faz a inspeção éÂngelo Mário Tibery, primo de Moura.“Ele sabe identificar se o exemplar vaidar ou não resultado esperado”.

Os embriões do grupo JOP ainda nãochegaram ao Brasil, isso deve acontecerem mais quatro meses. Até o momentosomente o grupo Mata Velha conseguiutrazer um botijão com esse material.

Indianos utilizam a tração de animais da raça Nelore Conceitos religiosos ajudaram a preservação da espécie

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10 DEZEMBRO 2009

Ela lembra a Texel, mas as pernas sãolongas demais, se olhar com atenção temo porte da Santa Inês, contudo tem lã.Não é grossa, mas tem. Assim é a ovelhaPantaneira, uma mistura de diversas ra-ças de ovinos que estão nas planícies ala-gadas desde a vinda dos primeiros ban-deirantes que buscavam ouro nos sertões

brasileiros há cerca de 300 anos.Para preservar um animal que pode se

tornar mais uma raça de ovinos a Uni-derp (Universidade para Integração doPantanal) Anhanguera criou em CampoGrande o CTO (Centro de Tecnologia emOvinocultura), criado exclusivamente paraestudar as características dessa ovelha.

“Ela é como o povo brasileiro, tem umpouquinho de cada raça”, compara o co-ordenador do CTO, professor MarcosBarbosa Ferreira. “Ile de France, Dorper,Sullfolk, Texel e Santa Inês se mistura-ram e, com a ajuda do meio ambiente, oPantanal, formaram a ovelha Pantaneira.Onde quer que você vá naquela regiãovai ver este animal”, completa.

Na verdade ela ainda não é uma raça

Ovelha pantaneira, a quase nova raça que poderevolucionar a ovinocultura

Para suportar o Pantanal os animais foram se adaptando ao longode gerações. As fêmeas podem parir até duas vezes por ano

reconhecida mas sim um grupo genéticocom características próprias adquiridasem função dos cruzamentos e da evolu-ção natural. Para suportar o Pantanal osanimais foram modificando seus corposao longo de gerações. Elas têm as pernasmais longas do que qualquer outra raçade ovelha. “Isso facilita ela andar em ter-

reno alagado sem ter de levar opeso extra da água retida na lã”,observa Ferreira.

Outra característica visualque poder ser percebida é o ta-manho das orelhas, bem meno-res que seus parentes de outrasraças.

O pulo da ovelhaNas andanças pelo Pantanal

para se selecionar os exempla-res que estão sendo estudadosna universidade os pesquisado-res perceberam uma coisa: a qual-quer época do ano sempre havia

uma borrega ao pé das mães. Isso é mui-to estranho, pois os ovinos têm uma es-tacionalidade foto-periódica, ou seja, têmo período em que reprodução é reguladapela luz solar, isso ocorre tanto em fême-as quanto em machos. Contudo, a ove-lha pantaneira não apresenta esta carac-terística e chega a ter duas parições porano, quando o normal é apenas uma.

Segundo Ferreira, os ovinos no mun-do todo têm apenas um parto ao ano, noBrasil este número é de um e meio. Emalgum momento o DNA da ovelha Panta-neira entendeu que os animais poderi-am se reproduzir sem problema durantetodo o ano. O professor explica que nanatureza a reprodução é um “luxo”. “Sóacontece quando o animal está em boas

condiçõescorporais,com ali-mento parasi e parasustentarsua cria.Por isso naEuropa sóhá cordei-ros na pri-mavera, quando existe comida para to-dos”.

Além disso, por ser um animal rústi-co, tem grande capacidade de converterem carne uma pastagem pobre em prote-ína, como por exemplo a brachiária. Noperíodo de dois anos uma matriz Panta-neira entrega quatro cordeiros, quando,na melhor das hipóteses, outras raçasentregam apenas três. Se comparada coma capacidade de cria das ovelhas no Uru-guai a produtividade é simplesmente odobro.

Tal característica pode ser o principaldiferencial da raça, isso porque o grandeproblema para a indústria frigorífica bra-sileira que trabalha com ovinos é a faltade regularidade na produção. “Pode-sefazer um sistema de engorda, onde al-guns criadores forneceriam os cordeirose outros finalizariam o processo, dessaforma o fornecimento de animais para aindústria seria constante”, diz Ferreira,lembrando que os animais chegam aos30 quilos em 120 dias como um cordeirode qualquer outra raça.

“Por isso, preservar as qualidadesgenéticas da ovelha Pantaneira é tão im-portante”, salienta.

Pesquisas apontam que o cruzamen-to entre fêmea Pantaneira e macho Texel

produz um cordeiro com excelentes qua-lidades de ganho de peso. “Mas doiscuidados têm de ser tomados: com osmachos de outra raça que têm estaciona-lidade, por isso se faz necessária a inse-minação artificial, e também com os fi-lhos deste cruzamento que não devemse reproduzir, pois poderiam acabar es-tragando as características da ovelha Pan-taneira”.

Ainda não se sabe quantos animaisdessa possível nova raça existem, maseles são encontrados em qualquer fazen-da no Pantanal.

Para ganhar o status de raça a ovelhaPantaneira necessita ser reconhecidacomo tal pela Embrapa (Empresa Brasi-leira de Pesquisa Agropecuária) Recur-sos Genéticos e Biotecnologia, que ficaem Brasília.

“Mas para isso os animais têm de ter acapacidade de transmitir característicasfenotípicas [físicas], mas no processo deseparação dos indivíduos que apresentamas melhores condições físicas pode-se per-der as vantagens genéticas”, alerta.

O caminho para se afirmar se é ou nãouma nova raça ainda é longo, mas o certoé que entre os criadores da região do Pan-tanal não há melhor animal para se terdo que os que já se encontram lá.

Animais são rústicos, com boa capacidade de conversão alimentar

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11DEZEMBRO 2009

Trinta ovelhas pastavam no fundo deum piquete de cerca de meia hectare. Bia,uma Border Collie, sai correndo ao en-contro delas, junta todas e as conduz atéa porteira para serem tratadas. Simples erápido assim. O cão de pastoreio não énovidade, mas em Mato Grosso do Sulnão passam de cem os fazendeiros queutilizam eles na lida diária. Para mudaresta situação o CTO (Centro de Tecnolo-gia em Ovinocultura) da Uniderp (Uni-versidade para a Integração do Pantanal)Anhanguera tem um programa especialpara popularizar esta prática por aqui.

“Com ela o serviço de cuidar das ove-lhas fica bem mais fácil”, conta o médicoveterinário Guilherme dos Santos Pinto,técnico responsável pelo CTO.

Bia foi doada há três anos pelo StockDog Ranch, para divulgação do trabalhode lida de gado com cães pastores. Hoje,a universidade organiza duas vezes porano o curso de treinamento de cães parapastoreio.

O trabalho de Bia é bem mais com-plexo do que simplesmente ir buscar asovelhas. “Ela tem de saber como vai seaproximar e por qual lado vai conduziros animais. Se tem um mato à esquerdaela não pode chegar pela direita, senãovai enfiar todos no mato”, explica. E parasaber qual é o melhor caminho para che-gar ao rebanho, o peão tem de passar oscomandos, que são verbais ou por apitos– para quando o cão está muito longe.

A principal vantagem de se trabalharcom um cão é a rapidez e facilidade emse conduzir o rebanho para onde quiser.“Com um cachorro desses, a única coisa

que o peão tem de fazer é ir abrindo asporteiras”. Nesse “dueto”, de um homeme um cão, é possível manejar-se até 800animais, o que vai deixar dois ou trêsfuncionários da fazenda livres para ou-tras atividades, e não faz diferença se sãoovelhas ou vacas.

“Na verdade nós trouxemos o cão depastoreio justamente para trabalhar comrebanhos de grande porte, porque é amaior atividade econômica em Mato Gros-so do Sul. A única diferença é que, parao gado bovino, usam-se cachorros comum porte maior para poder encarar osboi, porque eles vão para cima mesmo ese impõem ao rebanho”, acrescenta oprofessor Marcos Barbosa, coordenadorde projetos do CTO.

O processo de seleção dos cães co-meça desde quando são pequenos. Oproprietário observa qual é o mais esper-to, o que tem um comportamento mais

desejado para este tipo de trabalho, ecomeça a treiná-lo aos seis meses. Ele vaiestar completamente pronto para o tra-balho em cerca de um ano aprendizado.

Os cães são treinados não somentepara arrebanhar os animais, mas tambémpara mantê-los separados um dos outros.“Se eu quero tratar aquelas que estão pre-nhas, por exemplo, eu as tiro de lado e aBia não deixa elas voltarem ao grupo”.Eles ainda são ensinados para identifi-car um animal que esteja doente entre orebanho. “Caso ela veja um que estejadeitado, com dificuldades, ela vai pararde tocar o grupo e vai ficar parada atéque eu chegue lá e perceba a situação”.

O trabalho em grupo desses cães podeser ainda mais eficaz. Segundo Pinto,como a tendência do canino é a de caçarem matilhas eles vão estabelecer uma hi-erarquia entre eles e vão administrar acondução do rebanho de forma ainda

mais eficiente. Contudo, ele alerta que otreinamento tem de ser individual, poispode gerar uma dependência entre oscães que, quando separados, não vão fa-zer o serviço que devem.

Um Border Collie já treinado custaentre R$ 2.500 e R$ 3.000, mas algunspodem alcançar preços bem mais altosque chegam aos R$ 8.000. Já os filhotespodem ser adquiridos entre R$ 400 e R$1.000,00.

O Border Collie é uma raça que veiodo Reino Unido, da fronteira entre a In-glaterra e a Escócia, por isso o nome Bor-der, que em português significa fronteira.Naquela região seu uso no pastoreio éextremamente intenso e antigo. Referên-cias literárias desta raça são encontradasem livros que datam do ano de 1570.Durante todo este tempo, os animais fo-ram selecionados não por sua beleza oucaracterísticas corporais, mas sim por suaaptidão para pastorear, razão pele qualhoje a raça é referência nesta atividade.

Cão de pastoreio facilita a lida com o rebanhoUso de border collie no manejo de animais vem sendo incentivado; trabalho pode ganhar mais eficiência

Bia, border collie de três anos, do CTO

Professor Marcos Barbosa, coordenador do CTO, mostra vantagens do pasteio com cães

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12 DEZEMBRO 2009

Manejo racionalBem-estar animal, manejo que resulta em lucropara o pecuarista

Não gritar, não assustar, não cutucarsão atitudes que para muitos que sãoacostumados com a lida tradicional degado seria simplesmente classificadacomo frescura de quem nunca pisou emum mangueiro. Contudo, essa realidadeestá mudando. Apesar de ainda ser pou-co praticado, o conceito de bem-estaranimal já é empregado por alguns cria-dores no País, isso porque, além de agre-gar competitividade à carne, se reflete di-retamente no bolso do pecuarista.

Segundo a professora de MedicinaVeterinária da UFMS (Universidade Fe-deral de Mato Grosso do Sul), ElianeVianna da Costa e Silva, os prejuízos na

hora de se entregar os animais ao frigori-fico, que eram de cerca de 12%, foramreduzidos a quase zero depois que osconceitos de bem-estar foram empregadosem toda a cadeia que antecede o abate.

“A indústria desclassifica a carcaçade um animal que tem um machucadona carne, paga menos por ela. Mas, quemadotou o manejo racional quase que eli-minou este problema”, relata.

Conforme a professora, a tendênciado pecuarista era de colocar a culpa nocaminhoneiro, mas estudos mostraramque o grande problema estava dentro do

curral. Na hora doembarque, os ani-mais eram agredi-dos e machucavam-se. No caminhão,cansados e assusta-dos eram somadosisto a outros danos.

“Nós temos deentender que ogado sente dor,medo e tem memó-ria. Se, durantetoda a sua vida ocurral foi o localonde foi ferido emaltratado ele vaise lembrar disso e,quando for conduzido para lá, será ummomento terrível”.

A professora ressalta ainda que osacidentes entre funcionários e animaistambém são diminuídos drasticamentequando se trabalha pensando no bem.Ela relata que em uma das fazendasonde ajudou a implantar o sistema, osacidentes diminuíram em 15% comuma diminuição em 15 dias no tempode afastamento dos que se acidentavam.

O sistema racional de se trabalharcom os bovinos consiste em uma sériede técnicas de lida que tiram vantagemdo comportamento instintivo dos ani-mais, assim o manejo se dá sem o usoda força ou da dor. Sabendo como oanimal reage nas mais diversas circuns-tâncias pode-se conseguir com que elefaça exatamente o que se quer sem anecessidade de sujeitá-lo ao estresse.Com isso, se obtém um rebanho maisdócil, minimizando os prejuízos, sejameles econômicos ou de acidentes de tra-balho.

Como foiDe acordo com a professora Eliane, o

movimento pelo bem-estar do gado co-meçou na Europa, durante a década de60, quando os consumidores, cientes das

condições de vida de sofrimento que osanimais tinham nas fazendas, começarama exigir não apenas qualidade sanitária,mas também ética na produção.

“E, hoje, as pessoas querem mais,querem informações sobre as condiçõesnas quais os funcionários daquela pro-priedade trabalham”, alerta.

No Brasil estes conceitos foram intro-duzidos na década de 90, mas até agorauma minoria de produtores os praticam.“Nós ainda encontramos muita resistên-cia. Não é fácil implantar uma nova cul-tura, porque nós estamos lidando comtradições fortemente arraigadas no pecu-arista que aprendeu a fazer daquele jeitocom o pai, que aprendeu com o avô”.

Como é – A evidência mais clara deque uma fazenda está usando o manejoracional é o curral. Ele tem corredoresem curva, sem quinas ou farpas, comrepartições tampadas de forma que osanimais não vejam o que está acontecen-do do outro lado. Contudo, alertar a pro-fessora, não adianta em nada se fazer uminvestimento nas instalações se o pesso-al da fazenda não for treinado. “Muitasvezes quem deu mais atenção ao treina-mento da sua mão-de-obra está com me-lhores resultados do que quem só insta-lou o curral”, exemplifica.

Ela lembra ainda que não é preciso sefazer grandes investimentos para se terum curral anti-estresse eficiente. Comadaptações corretas o resultado pode sero mesmo. “Conheço fazendas em que oproprietário adaptou as instalações deforma até rudimentar, com bambus, masque conseguiu melhorar em muito a pro-dutividade”.

A professora faz parte do GrupoETCO (Grupo de Estudos e Pesquisasem Etologia e Ecologia Animal), daUnesp (Universidade Estadual Paulis-ta) de Jaboticabal, que tem contribuindopara a divulgação da etologia (ciência queestuda o comportamento animal), embusca de uma forma alternativa para re-solver problemas práticos da criação deanimais.

“É importante que as pessoas nãoconfundam. Nós não somos ativistas quequerem colocar o boi em um divã, o ati-vismos em nada tem haver com nossotrabalho. Somos professores que lidamcom o bem-estar animal sob a ótica cien-tífica”, frisa.

No website (www.grupoetco.org.br)do Grupo o produtor pode ter mais in-formações sobre o resultado de pesqui-sas na área e ainda baixar publicaçõessobre o tema.

Conceito agrega valor à carne e

reflete diretamente na rentabilidade

Prof. Eliane Vianna da Costa e Silva

Sistema racional visa sempre o bem-estar do animal, e para isso é empregado um manejo diferenciado

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13DEZEMBRO 2009

A implantação do sistema de bem-estaranimal vai muito além de se instalar umcurral anti-estresse. Ela mexe com uma cul-tura de todos na propriedade. Na fazendaPrata de Lei, em Campo Grande, o proces-so começou em 1997, e, até todos estaremtotalmente adaptados a nova filosofia, o ca-minho foi longo. Mas valeu a pena. Lá setrabalha com gado de elite e os númerosmostram que é compensador. Enquanto amédia de prenhez na seca fica em 45%, naPrata de Lei isso pula para 65%.

“Implantamos o sistema depois quemeu pai leu na revista DBO uma nota deque o Carrefour estava adotando o sistemanas fazendas que fornecem à rede”, contaPaulo Prandini, dono da fazenda. “Então,nós entramos no programa oferecido pelaUSP [Universidade de São Paulo]. Eles fi-zeram uma análise da lida na fazenda. Naépoca, nós tínhamos de tudo – ferrão, cho-que, o peão batia na cara do animal, grita-va. Era um terror”.

Com o trabalho de análise concluído,o pecuarista Sérgio Prandini, pai de Pau-lo, reuniu todos os funcionários da pro-priedade e convidou-os a comprarem a pro-posta do sistema de bem-estar animal, e

Bem-estar animal, caminhoque exige determinação

disse que precisava de 100% de apoio ededicação de todos os envolvidos. “Naqueledia nós perdemos o capataz da fazenda quetrabalhava conosco há oito anos”, lembraPaulo. “Para se implantar o manejo racio-nal tem dificuldades sim”, comenta.

O que foi definitivo para se optar pelamudança radical nas fazendas da famíliaforam os resultados matematicamente pro-vados em comparação com o manejo tradi-cional. Em um ano com o novo sistema o

percentual de perdas por lesão de carcaçacaiu de 20% para apenas 1,3%. “Isso, porsi só é motivo para qualquer pecuaristamudar seus conceitos”.

Instalações X CulturaDentro do sistema de bem-estar animal

uma das mudanças mais clara é o curralcompletamente diferente dos tradicionais,ele é todo fechado, sem pregos ou parafu-sos que possam machucar o gado. Segun-

do Paulo, os corredores em curva do cur-ral brincam com a curiosidade dos animaisque caminham por eles sem que haja a ne-cessidade de gritos, cutucões ou choques.Mas ele atenta que bem-estar não é só ins-talação.

“O peão tem de entender que não podebater em nenhum dos animais. Eles têmmemória e vão associar o curral com dor.Uma vaca receptora aqui na fazenda passade 13 a 15 vezes no curral, então imagine a

carga de estresse que ela vai ter nesta épo-ca”, ilustra.

Na Prata de Lei todas as vezes que o gadoé enviado para o curral passa por um perío-do de descanso de vinte minutos antes deserem trabalhados, em cada uma da mangashá comida, água e sombra, isso serve paraque o batimento cardíaco deles reduza e, con-sequentemente, o estresse no manejo.

O chão do curral foi construído comsaliências que evitam escorregões, na ram-pa de embarque no último lance é nivela-do, dessa forma o gado não tem de pularquando entra no caminhão, o que também

reduz as lesões de carcaça. Conforme Pau-lo, desde 2002 não há notícias de que al-gum animal deitou, subiu em cima do ou-tro ou pulou do curral.

“Eu sou um apaixonado por criaçãodesde que era criança, e aprendi que o bi-cho te devolve na mesma moeda aquilo quevocê lhe dá”, diz Paulo. “A pecuária estáse transformando, usa cada vez mais gené-tica de qualidade, tecnologia em nutrição eem manejo. Acredito que quem não seguiressas tendências vai deixar o ramo. Nãovai ser da noite para o dia, mas vai aconte-cer”, prevê.

Se para muitos patrões o bem-estar ani-mal e o manejo racional são conceitos deativistas de Ongs (Organização Não-gover-namentais) que não entendem nada de pe-cuária, imagine para os peões. No Brasilainda não há uma geração desses profis-sionais que nasceram sob a nova doutri-na, todos tem de aprender, seja com pro-fessores ou com colegas de lida que já co-nhecem os sistemas. Esse foi o casso deLeandro dos Santos Brites, que trabalhana fazenda Prata de Lei.

“Na outra propriedade o sistema era nabruta” (sic), diz. “O ferrão comia solto noslombos dos animais. Chegávamos a ter 15peões para vacinarmos trezentas vacas”,lembra.

Ele conta que gritos, espancamentos echoques faziam parte da rotina de qual-quer manejo de gado no curral naquelafazenda, o que dificultava o tra-balho.

Quando foi contratado paratrabalhar na Prata de Lei, Bri-tes disse que estranhou muitoo sistema na fazenda, e chegouaté a duvidar se dava certo.Questionado sobre qual foi suareação ao saber de não podiasequer gritar com um animalele resume: “foi assombroso”.

Contudo, apesar das dúvi-das, ele é um dos que maisrápido assimilou os novos con-ceitos.

“Foi muito bom aprender,eu não sabia nada sobre bem-estar animal e é uma coisanova que eu vou poder passarpara os outros”, diz Brites. Ele

Quadro comparativo de danos em um dia de vacinação (440 animais, metade como método tradicional de manejo e a outra com pensando-se no bem estar animal).

se surpreendeu com a docilidade dos ani-mais quando estão no curral, o qual, se-gundo seu relato “ajuda muito”.

Quanto à lida direta com o gado aúnica dificuldade que tem é com os ani-mais que vêm de outras fazendas ondenão há preocupação com o bem-estar.“O bicho chega aqui assustado, é arre-dio para se movimentar no curral, mas,depois de três, quatro vezes que passapor lá ele acostuma e fica tranquilo comoos outros”.

O peão conta ainda que no fim dodia há ainda outra recompensa: menoscansaço. “Imagina ter de ficar correndoatrás de boi o dia todo para fazer eleentrar no caminhão, quando chagava anoite nós estávamos quebrados. Aqui nãotem nada disso, a gente termina o diaquase como começou”, finaliza.

Peão reaprende a lidar com o gadoPaulo Prandini usa método desde 1997

Curral em curvas mexe com a curiosidade do animal e reduz o estresse no manejo

Prata de Lei adaptou a fazenda para esta nova realidade

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14 DEZEMBRO 2009

O consultor Paulo Eduardo FonsecaLoureiro, médico veterinário e mestre emZootecnia, é um dos principais implan-tadores do sistema de bem-estar animaldo País. A maior parte de seu trabalho écom propriedades de confinamento. Elediz que não mexe com animais, mas simcom pessoas, pois manejar bovinos embem-estar animal, usando a técnica deforma correta, é fácil. “Não adianta ex-plicar a maneira como o serviço tem deser feito se a pessoa não for valorizada,se o peão não ver como aquilo vai me-lhora a vida deles”, explica.

Segundo Loureiro, nos últimos 30anos o Estado foi omisso na educação dostrabalhadores rurais, o que hoje tem serevelado como uma das barreiras na im-plantação de técnicas mais produtivas eracionais na pecuária. “É difícil para elesentenderem que a fazenda é uma empresacara, e que necessita mostrar resultados.Temos de mostrar a facilidade que o bem-estar dá ao manejo e conscientizá-los quea fazenda é uma empresa”.

Mas grande parte da culpa por este

Dignidade para a pessoa: Um fator fundamental

tipo de comportamento vem dos própri-os patrões. “Em muitas fazendas os pe-ões usam roupa rasgada, ganham pouco,não tem banheiro dentro de casa e quan-do têm energia elétrica são só seis horas

por dia no gerador. Essa, é uma pessoafrustrada com a vida. E onde ele vaidescontar essa frustração?”, indaga.“Não vai ser no patrão. Vai ser no boi”.

Nos trabalhos que Loureiro faz pelo

Brasil a primeira pessoa que tem de mu-dar é o patrão, se ele não estiver dispos-to a dar melhores condições de vida etrabalho para seus funcionários e suasfamílias, ele afirma que não haverá re-sultados. “Eu sempre pergunto se o fa-zendeiro vai fazer a mudança de menta-lidade na forma de tratar seus emprega-dos, se ele não se mostrar disposto nempego o trabalho”, diz o consultor. “A de-manda é muito grande. Outros estãoprontos para mudar e muitos já muda-ram e colhem os frutos. Quando damoscondição, suporte e técnica, podemoscobrar o resultado”, completa.

Depois de implantado o novo siste-ma de gestão, os argumentos para que ospeões mudem de atitude na lida são bemsimples: facilidade no trabalho. Para com-parar ele relata que um manejo que cos-tuma levar quatro horas pode cair até paraduas. “Quando eles veem eu mexendocom o gado, não têm motivos para voltaratrás. Apenas 10% não se adaptam, aívão mexer com cerca, trator, outra coisa.Mas os 90% restantes mudam”.

Loureiro conta que, em algumas pro-priedades nas quais deu consultoria, arotatividade de funcionários era muitogrande, mas que hoje isso é diferente. Emais, o nível de satisfação dos empre-gados com a fazenda é “ótimo”.

O consultor resume seu trabalho dizen-do que o essencial é dar “dignidade de vida”às pessoas que tiram seu sustento do cam-po. “Com o rebanho é fácil de se lidar,mesmo que se tenha espancado o gadodurante quatro anos, em três dias eles jáestarão dóceis. Mas não há como mudarse a pessoa inserida nesse contexto de pro-dução não for valorizada”, finaliza.

Bem-estar animal eleva a qualidade da carne oferecidaO último elo da cadeia da carne,

o frigorífico, sente os benefícios de seter cuidado com o bem-estar dos ani-mais. Há cerca de 5 anos, o Marfrigresolveu implementar um programamais agressivo nesse sentido. Contra-tou os serviços do Grupo ETCO (Gru-po de Estudos e Pesquisas em Etologiae Ecologia Animal), e os índices co-meçaram a mudar.

Segundo o zootecnista Stavros Pla-ton Tseimazides, responsável por orien-tar e acompanhar a evolução de todosos envolvidos no projeto, ter ou não umprograma de bem-estar animal maisamplo pouco interfere no alcance de mer-cado. “Com o básico a gente consegueatender 90% dos clientes, com um maisabrangente chegamos a 100%”, revela.

Mas, se o mercado não é tão exi-gente, por que tanta preocupação como estresse do gado? A resposta é sim-ples: qualidade final do produto. Mes-mo se o rebanho tivesse sido criadocom os maiores dos mimos, a indús-tria aproveitaria muito pouco, ounada, desse trabalho se não tivesse seupróprio na hora de abater o gado.

Obtendo a maciez - No frigorifi-co é quando o bem-estar do animaldeixa de parecer psicologia para boie passa a ser pura química. Isso por-que a qualidade final da carne que

consumimos depende diretamente destemomento.

Stavros explica que há uma substân-cia nos músculos dos animais, o glicogê-nio (uma reserva de energia), que se con-verte em ácido lácteo depois que o boimorre. Esse ácido é responsável por bai-xar o pH (potencial hidrogeniônico) dacarne de 7 (neutro), quando o animal estávivo, para 5,4 (ácido), o que lhe conferemaciez. Se o boi fica muito estressado ouagitado no curral antes do abate, acabagastando essa reserva de energia e, de-pois de morto, não produz ácido lácteosuficiente para baixar o pH a níveis acei-táveis, entre 5,4 e 5,8.

“Há dois problemas com uma carnede pH alto: primeiro ela é mais propensaà proliferação de microorganismos, por-tanto, terá um tempo de exposição naprateleira e de conservação em casa re-duzido. Em segundo lugar, vêm as per-das da qualidade do produto que, comum pH em torno de 6,0, é mais propensoa ser duro, seco e escuro”, resume.

Economicamente, para um frigorífi-co que tem cliente no mercado externo,um produto ruim não é interessante, poisa carne para a exportação tem de ter opH de no máximo 5,9, o que passar dissotem de ser destinado ao consumo internoque aceita índices mais altos.

E mesmo internamente, há consumi-

dores dispostos a pagar um poucomais por um corte de melhor aparên-cia e maior maciez.

Contusões – Muitos pecuaristaspodem pensar que o frigorifico nãoperde nada com os cortes lesionadosporque eles são retirados e só depois acarcaça é pesada. Mas, não é assim.

As partes mais nobres como contra-filé e picanha, os frigoríficos, inclusiveo Marfrig, criaram uma grife de cortescom alto valor agregado. “Se eu tenhode tirar um pedaço dessas peças elas jánão podem ser destinadas às linhas es-peciais, nas quais o quilo pode chegara R$ 22,00, a indústria tem de vendê-lacom carne normal a R$ 12 o quilo, porexemplo. Então, não é verdade que ofrigorífico não perde nada, nós não te-mos nenhum interesse em desclassifi-car uma carcaça”, frisa Stavros.

Para manter o padrão de qualida-de em patamares elevados o Marfrigtem um técnico responsável por bem-estar animal em cada uma das suasunidades. Se ele detecta que o lote decerta propriedade está com altos níveisde contusão nos animais ele se dispo-nibiliza a ir até a fazenda dar instru-ções de manejo. Além disso, livretosexplicativos são distribuídos para todosos envolvidos no processo, inclusivepara os motoristas dos caminhões.

Paulo Loureiro é veterinário e consultor: “Estado foi omisso na educação, mas a primeira pessoa que tem de mudar é o patrão”

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16 DEZEMBRO 2009

O nível de atividades das cooperati-vas cresceu exemplarmente nos últimosanos, gerando novas expectativas e de-mandas sobre seu sistema de represen-tação. Essa expansão em ritmo mais ace-lerado, associada à necessidade de orde-namento das prioridades, de excelênciana sua atuação, bem como de superaçãode desafios, conquistas de posições eapresentação de resultados, levou a OCB-Organização das Cooperativas a estrutu-rar um plano estratégico que se baseiaem 15 objetivos estratégicos, que foramagrupados por área de resultado paraampliar a lógica sistêmica do plano.

A estratégia é, antes de tudo, umaescolha sistêmica. Deve resultar numaorientação única, sinérgica e integrada detoda a instituição. No total, são quatroáreas de resultado, aderentes às suas atri-buições estatutárias: representação, for-talecimento institucional, serviços e or-ganização e gestão. O plano da OCB é

(67) 3345-4200

CooperativismoOCB produz Plano Estratégico para 2013

um conjunto articulado de elementos quese conectam e se reforçam mutuamente,composto por quatro áreas de resultados,15 objetivos estratégicos e 45 linhas deação, que deverão ser seu alvo nos pró-ximos cinco anos.

Dentre estes objetivos alguns se des-tacam como: inserir o tema cooperativis-mo na agenda estratégica de desenvolvi-mento do País; preservar e aprimorar aidentidade, a imagem e a integridade doSistema Cooperativista Brasileiro; produ-zir e disseminar conhecimentos de altarelevância para o cooperativismo brasi-leiro; modernizar, profissionalizar e agi-lizar a gestão.

Celso Régis, presidente da OCB/MSe membro do Conselho Diretor da OCB,representando o Centro Oeste, disseque pela natureza societária do sistemacooperativo, onde o que vale é a pes-soa e não o quanto ela tem de recursosfinanceiros, há a necessidade de uma

forte aproximação do ente de negócio(a empresa cooperativa) e seus propri-etários (associados), sendo para essesentido que convergem todas as açõesdo planejamento. Destacou também queno MS o planejamento seguirá essa ori-entação estratégica, com forte apelo àprofissionalização da gestão e maiorparticipação dos associados na vida dacooperativa.

Este plano será para fortalecer a suamissão, que é representar o Sistema Co-operativo Brasileiro, respeitando a suadiversidade e promovendo a eficiência ea eficácia econômica e social das coope-rativas brasileiras. E garantir a visão defuturo que a OCB tem para 2020 quandovivenciará seu cinqüentenário, que é serreconhecida como entidade de excelên-cia, promotora da sustentabilidade docooperativismo brasileiro e do desenvol-vimento socioeconômico das pessoas queo integram.

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Meio Ambiente

17DEZEMBRO 2009

A correria acabou, pelo menos porenquanto. O decreto 7.029 publicado em11 de dezembro de 2009, deu até o dia11 de junho de 2011 para os produtoresfazerem a averbação de suas reservas le-gais sem que sejam multados. Mas não étão simples assim, quem já foi autuadopor algum órgão do ambiental será ad-vertido para que nos próximos 180dias apresente um TAC (Termo de Ade-são de Compromisso) documento formalde adesão ao Programa Mais Ambiente,criado pelo mesmo decreto, que visa à“regularização ambiental por meio docompromisso de recuperar, recompor oumanter as áreas de preservação perma-nente, bem como de averbar a reserva legaldo imóvel”.

Quem ainda não foi autuado terá umprazo de três anos para aderir ao Progra-ma, caso haja áreas irregulares na pro-priedade.

Contudo, para obter o TAC o propri-

Decreto prorroga prazo para averbar reserva legaletário tem de seguir alguns passos im-portantes.

Primeiramente, deve identificar oimóvel por meio de planta e memorialdescritivo, assinada por profissional ha-bilitado e com a devida ART (Anotaçãode Responsabilidade Técnica), conten-do a indicação das coordenadas geográ-ficas: do perímetro do imóvel; da locali-zação de remanescentes de vegetaçãonativa; da proposta do local da reservalegal; e da localização das áreas de pre-servação permanente.

E ainda solicitar o enquadramento deseu imóvel em um dos subprogramasdo Mais Ambiente. Para tanto, o produ-tor pode se dirigir ao Ibama (InstitutoBrasileiro do Meio Ambiente e dos Re-cursos Naturais Renováveis) ou a qual-quer órgão federal, estadual ou munici-pal vinculado ao Programa.

Outra forma de aderir ao Mais Am-biente é através do CAR (Cadastro Am-

biental Rural), que é um sistema eletrô-nico de identificação georreferenciada dapropriedade rural, no qual contém a de-limitação das áreas de preservação per-manente, da reserva legal e remanescen-tes de vegetação nativa localizadas nointerior do imóvel, para fins de contro-le e monitoramento. Ou ainda por uminstrumento de cooperação a serem fir-mados entre a União, Estados, Municí-pios, ou quaisquer de suas fundações eautarquias.

O funcionamentoNa prática, conforme o texto do decre-

to, o Programa Mais Ambiente será com-posto de quatro subprogramas voltados àregularização ambiental que vão tratar de:educação ambiental, assistência técnicarural, produção e distribuição de mudase sementes e capacitação dos beneficiári-os especiais (agricultor familiar, povos ecomunidades tradicionais).

Mas esses subprogramas podem de-morar um pouco para tornarem-se reali-dade, eles dependem de uma lei de re-gulamentação específica que tratará dametodologia e dos recursos orçamentári-os para a implementação.

Quem não se adaptar a nova lei atéo dia 11 de junho de 2011ficará sujei-to a multa de R$ 500 a R$ 100 mil emulta diária de R$ 50 ou R$ 500 porhectare. O decreto não ampara quemjá tem multas julgadas em definitivona esfera administrativa e quem come-ter infrações depois da data de suapublicação. Para ter as multas comple-tamente canceladas o proprietário pre-cisa cumprir todas as obrigações pre-vistas no Termo de Adesão e Compro-misso dentro dos prazos estabelecidos,dessa forma elas serão convertidas em“serviços de preservação, melhoria erecuperação da qualidade do meioambiente”.

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Pesquisa

De 2004 a 2008 mineral subiu 58,1%, diz Cepea

18 DEZEMBRO 2009

A pesquisa realizada pelo Cepea (Cen-tro de Estudos Avançados e EconomiaAplicada) mostra que nos últimos qua-tro anos (2004-2008) na pecuária de cor-te nacional, o Custo Operacional Totalteve alta de 26,65%, o Custo Operacio-nal Efetivo valorizou 31,96% e a arrobado boi gordo, apenas 23,2%. A situaçãoem análise nos últimos anos vem pio-rando em relação ao desembolso diretodo pecuarista, o que relata um setor ma-joritariamente descapitalizado, sem for-ças monetárias para fazer o mínimo deinvestimento e se deparando com umacrise financeira global.

Os insumos pecuários que mais su-biram no acumulado de 2008 foram a

Suplementação mineral ainda é a grande vilã dosaltos custos da pecuária

suplementação mineral e o grupo de adu-bos e corretivos (usados para reforma emanutenção de pastagens), com valori-zações de 58,1% e de 47,9%, respectiva-mente. Estes insumos têm forte represen-tação nos cálculos de custo de produçãoe, com isso, foram os principais respon-sáveis pela expressiva alta de 28,16% doCusto Operacional Efetivo (COE) no acu-mulado de 2008.

A aquecida demanda mundial poralimentos no primeiro semestre de 2008e, conseqüentemente, por insumos deprodução (fertilizantes, por exemplo), foiresponsável pelo aumento dos gastos doprodutor. O sal mineral voltou a ser ogrande vilão para os pecuaristas, que sa-

bem a importância do produto (na maio-ria das vezes, importado) manter ou mes-mo melhorar seus indicadores técnicose, por conseguinte, seus ganhos.

Logo atrás da suplementação e dosadubos, o terceiro item que mais influ-enciou o aumento dos custos em 2008foi o grupo de materiais para construção/manutenção de cercas, com alta de 37%.Essa elevação sinaliza uma demandamaior pelo produto, não só pela pecuá-

ria mas principalmente por outros seto-res que também utilizam derivados de açoe materiais como madeira e tijolos.

Em quarto lugar entre os maiores au-mentos está o item “construção em ge-ral”, com reajuste de 29,4% e, em quin-to, “animais para reposição”. O encare-cimento dos itens de construção em ge-ral reflete em boa parte o aquecimentodo setor de construção civil, movimen-to, portanto, alheio à pecuária. No casodo bezerro, de janeiro a julho de 2008,houve alta de 40% dos preços, devido àbaixa oferta. Nos últimos meses, no en-tanto, a demanda diminui, amenizandoo reajuste acumulado do ano que ficouem 25,72% na média Brasil.

Outros itens que registraram altas noacumulado do ano foram: sementes for-rageiras (reajuste de 16,8%), defensivosagrícolas (14,6%), mão-de-obra (12,4%),insumos para reprodução animal (9,1%)e medicamentos em geral (8,7%).

Suplementosminerais

Adubose correitos

Arrobado boi

58,1%

47,9%

23,2%

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Ruralismo

Maia e Maria Cristina: Visita para estreitar relações

Reclamação continua sobre a emissão de GTAs e da nota fiscal rural

19DEZEMBRO 2009

A Acrissul já deu início aos preparativos para a Expogrande

2010. A maior e mais tradicional feira agropecuária da região

está em sua 72ª edição e promete ser ainda maior. Agora a

Expogrande é internacional. O evento acontece de 19 a 28 de

março de 2010, no Parque de Exposições Laucídio Coelho.

72ª Expogrande, de 19 a 28 de março de 2010

Acrissul cobra da Iagro mudançano tratamento dado a produtores

Na tarde do dia 14 de dezembro, adiretora-presidente da Iagro (AgênciaEstadual de Defesa Sanitária Animal eVegetal), Maria Cristina Galvão RosaCarrijo, fez uma visita de cortesia à sededa Acrissul (Associação dos Criadoresde Mato Grosso do Sul). Na ocasião, opresidente da entidade, Francisco Maia,aproveitou oportunidade para expor aela uma situação que vem incomodan-do os pecuaristas nos últimos tempos,a exigência da presença de compradore vendedor para se expedir a nota fis-cal e a Guia de Trânsito Animal.

“Foi uma visita para mostrar que aIagro está à disposição do produtor epara estreitar os relacionamentos”, dis-se Maia. “Aproveitamos para mostrar ainsatisfação da classe com esse trata-mento discriminatório que recebemose que causa grande constrangimento.Para provar que está havendo uma tran-sação comercial, comprador e vende-dor têm de estar presentes, é uma

situação absurda”, reclama.Ele lembrou que no Estado são cer-

ca de 60 mil pecuaristas que tem depassar por esse “aborrecimento” e queesta medida “já cumpriu sua eficácia”.“Daqui para frente, quem fizer algumacoisa errada tem de resolver com a Po-lícia”, frisa.

Alerta

Maia pediu ainda que a nova dire-tora dê uma atenção especial aos assen-tamentos e comunidades indígenas noque diz respeito à vacinação contra aaftosa. Ele sugeriu que a Agência mudeo calendário de vacinação dessas áreasde maneira que os agentes possam darmais atenção para os pequenos produ-tores.

Maria Cristina disse que vai tra-balhar nisso e que já estuda ins-

talar uma agência do órgão noAssentamento Itamarati, em

Ponta Porã. “Lá existemcerca de 25 mil cabeças

de gado e está naZona de Alta Vigi-lância”, destaca.

O presidente da Acrissul ainda su-geriu que o governo mudasse a políticade multa aos infratores donos de pe-quenos rebanhos. “Se a pessoa tem 20cabeças e recebe uma multa de R$ 3 mil,nunca vai se recompor”.

Maria Cristina disse que uma alter-nativa são as “punições” educativas,nas quais o infrator tem aulas de sani-dade, manejo e até de legislação.

Por fim, Maia, Maria Cristina e Ce-

zar Machado Gonçalves Filho, primei-ro secretário da Acrissul, visitaram asobras de reforma do escritório da Iagrodentro do Parque de Exposições Laucí-dio Coelho e discutiram como melho-rar o espaço. Ela sugeriu até que o es-critório regional venha para o Parque.A previsão é de que as obras terminemem 60 dias, em tempo de ser inaugura-da durante a próxima Expogrande, queacontece de 18 a 28 de março de 2010.

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Mercado

20 DEZEMBRO 2009

Técnicas mais avançadas de produ-ção, manejo e reprodução de animais.Tudo isso vem sendo introduzido na pe-cuária brasileira, hoje considerada umadas mais modernas do mundo. Aindanão são todas as propriedades que tem avisão empresarial – muitos pecuaristascontinuam no método tradicional. Mas,se por um lado, o uso de novas tecnolo-gias tem muito a crescer, por outro nocampo da nutrição isso vem acontecen-do de forma muito rápida.

O engenheiro agrônomo RicardoFuchs, gerente da Premix em Mato Gros-so do Sul, é um dos que testemunhama evolução da pecuária no Estado hámais de dez anos. “No mercado de nu-trição animal, há doze anos, havia ape-nas duas ou três empresas que ofereci-am produtos de alta qualidade. Hoje,isso mudou, já são bem mais do que sótrês marcas”, observa.

Segundo ele, esse crescimento no se-tor é devido à demanda por produtos quevenham a dar um resultado superior,dessa forma maximizando o potencial deganho de peso dos animais e, consequen-temente, os lucros. “A indústria sobrevi-ve de vendas, e se o pecuarista quer umproduto de baixa qualidade ela vai ofere-cer. O contrário também é verdadeiro, sehá procura por uma suplementação ani-mal de alta qualidade as empresas vãooferecer, é para este último cliente que aPremix foca sua atuação”, explica.

Ele sita com exemplo os criadoresmembros da ABPO (Associação Brasilei-ra de Pecuária Orgânica), que desenvol-vem trabalhos no Pantanal. ConformeFuchs, eles têm uma visão de melhoriacontinua.

Mas não adianta só falar que um pro-duto é bom, hoje em dia é cada vez mais

Qualidade em altana nutrição animal

comum criadores que avaliam através dabalança e de índices reprodutivos o pro-duto que estão comprando. Na opiniãode Fuchs isso é bom para a indústria queele representa. “Serão mais pecuaristasatestando a qualidade que colocamos àdisposição deles”, argumenta.

Contudo, em um mercado competi-tivo, como é o de nutrição animal, não ésó um bom produto que faz a diferença,o atendimento e a assistência prestadaaos produtores é fundamental para o su-cesso.

“Quando assumi a Premix em MatoGrosso do Sul, disse à minha equipe queo objetivo em um ano não era de ser amaior em volume de vendas, mas sim deser a melhor no atendimento ao cliente.Para isso contamos com 36 representan-tes, 2 promotores comerciais e 2 técni-cos. Não é cinqüenta centavos que vaifazer o produtor deixar uma marca e irpara a outra, mas sim a atenção que nósvamos dar a ele e a seu negócio. O clien-te toma uma decisão pela compra a par-tir do atendimento que tem”, comenta.

Ricardo Fuchs é gerente da Premix em MS

Dezessete produtos que prometemprevenir e curar doenças e que são ca-pazes de deixar os pequenos animaismenos estressados e livres de carrapa-tos e pulgas. Essa é a proposta do mai-or laboratório veterinário homeopata daAmérica Latina, com sede em CampoGrande-MS, que passa a disponibili-zar sua nova linha de produtos para omercado brasileiro. Batizada de HomeoPet, ela promete resultados mais posi-tivos que os verificados na medicinaveterinária convencional, principal-mente por ser produzida exclusivamen-te através de matérias-primas e proces-sos naturais.

Para chegar até aqui, a história daempresa, criada em 1985, funde-se coma trajetória de vida de seu idealizador:o médico veterinário homeopata pro-fessor dr. Claudio Martins Real, 83anos, 50 de profissão. Conhecido nomeio acadêmico e profissional por suadeterminação em provar as qualidadesda homeopatia, dr. Claudio, como é ca-rinhosamente conhecido, sempre usoua terapêutica para tratar animais e que-brou paradigmas importantes ao criaro conceito que ele mesmo alcunhou deHomeopatia Populacional.

A busca por evitar o uso de medi-camentos químicos sempre o acompa-nhou e hoje, quase trinta anos depoisde ter lançado o primeiro produto ho-meopático para animais de grande por-te, dr. Claudio comanda de perto ostrabalhos no laboratório da Real H paraenfrentar os desafios de difundir a li-

Laboratório veterináriolança medicamentoshomeopáticos para

animais de estimação

nha para animais de estimação.

Inovação ComercialA linha Homeo Pet tem como des-

taques produtos que atuam na cura eprevenção das principais patologiasque acometem os pequenos como di-arréias, problemas renais e cardíacos,além do controle de carrapatos e pul-gas e a cicatrização de lesões e feridasde qualquer origem. Em pó, para se-rem misturados à alimentação, ou emspray os produtos têm na facilidadede aplicação mais um dos diferenci-ais valorizados pela empresa. O lan-çamento ao mercado, realizado emeventos específicos para profissionaisda área de veterinária, sem maioresalardes na comunidade em geral, fazparte de uma estratégia de conscien-tizar primeiro aqueles que devem in-dicar os produtos aos seus clientes,garantindo eficiência nos resultadosdo uso.

O site www.homeopet.com.br jáestá disponível, abastecido com osprimeiros dezessete produtos que fo-ram lançados. As formas de negocia-ção são variadas, de acordo com a fi-nalidade, a quantidade desejada, adistância para entrega e também osprazos de pagamento.

Dr. Claudio, 50 anos de profissão

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21DEZEMBRO 2009

Chip made in BrasilMicrochip para rastreabilidade 100% nacional

entra no mercado até junho de 2010

Um microchip de alta tecnologia, cri-ado em apenas um ano e com capacida-de para revolucionar o mercado. Pareceaté que estamos falando de um produtocriado no Japão ou nos Estados Unidos,mas não. Este é o “chip do boi”, tododesenvolvido por uma empresa 100% bra-sileira, a Ceitec S.A. Esta nova tecnolo-gia veio para ajudar o pecuarista, poisserá usada na rastreabilidade de bovinos.

O grande diferencial do “chip do boi”é a diminuição drástica da margem deerros na hora da coleta de dados dosanimais. “Hoje, para se fazer a rastrea-bilidade, a maioria dos pecuaristas usao brinco ótico, no qual há um númeroou, na melhor das hipóteses, um códi-go de barras, mas este sistema não é pre-ciso, cerca de 10% se perde, pois a lei-tura pode ser prejudicada com a sujeiraque acumular, e pelo próprio manejo dopeão na hora de fazer a leitura”, explicaLeandro Provedel, gerente de marketingda Ceitec.

Mas o que mais deve interessar ao

pecuarista é o custo deste produto, que fi-cará entre R$ 2,50 e R$ 3,00, ou seja, maisde 50% mais barato do que o similar dis-ponível no mercado, que gira em torno deR$ 5,00. Contudo, o objetivo da empresaé alcançar os pecuaristas que hoje usam osbrincos óticos, que tem um custo entre R$1,30 e R$ 1,80. “Com poucos centavos amais ele [o produtor] vai ter uma sistemaque funciona com 99,9% de eficiência.Comparativamente, em um rebanho de dezmil animais, com o brinco ótico mil ficarãode fora, se perderão, ao passo que com ochip esse perda é quase zero”.

TestesNo dia 5 de novembro, este equipa-

mento começou a ser testado no campo,em uma fazenda em Minas Gerais. “Que-remos submeter o chip à realidade dascondições de ambiente onde ele vai tra-balhar, com sol, chuva e frio”.

Segundo Provedel, os testes a cam-po serão estendidos para mais quatro oucinco fazendas em diferentes estados, e

Mato Grosso do Sul pode ser um deles,por conta da tradição em pecuária de cor-te.

Questionado sobre com foi possíveldesenvolver este produto em um ano, ogerente disse que a rapidez faz parte dafilosofia da empresa. “Nós trabalhamosno mercado de semicondutores ondetudo acontece muito rápido, então agili-dade é fundamental em nosso negócio”.

A Ceitec não tem tradição no merca-do agropecuário, eles sempre trabalha-ram com microchips, mas, conforme Pro-vedel, foi percebido que havia uma de-manda dos produtores por um produtode alta tecnologia com essa finalidade.

De acordo com o presidente do Cei-tec, Eduard Weichselbaumer, o “chip doboi” deve estar à venda já no primeirotrimestre do ano que vem no mercadointerno, e pronto para ser exportado atéjunho próximo.

A capacidade de se produzir em es-cala já está assegurada com a recenteinauguração da nova fábrica, que fica emPorto Alegre, Rio Grande do Sul, a qual

poderá fabricar até 50 mi-lhões de brincos eletrônicospor ano.

Apesar da confiabilidade,do preço competitivo e dacapacidade de produção, aCeitec ainda não tem uma es-tratégia de distribuição dobrinco eletrônico. “Nós acre-ditamos que em breve a mai-oria dos estados exija a ras-treabilidade. E nós acredita-mos que esse casamento vainos dar a oportunidade dedistribuir nosso produto”,esclarece.

No breteO sistema brasileiro é

bem similar ao que já existeno mercado. O chip, que temum número único de série,é colocado em uma proteçãode plástico juntamente comuma espiral metálica, a qualresponsável por gerar umacarga elétrica quando o bas-

tão que emite ondas de rádio se aproxi-ma. Carregado de energia o chip envia onúmero de série como resposta direta-mente para o computador.

“Dessa forma o pecuarista vai ter to-das as informações sobre aquele animal.Tudo rápido e com 100% de confiabilida-de. Sem estresse para o boi e para o peão,que no outro sistema tem de contar com aboa vontade no animal em deixar a cabe-ça parada para ele ler o brinco”.

Quem é o fabricanteA Ceitec S.A. é uma empresa públi-

ca federal ligada ao Ministério da Ciên-cia e Tecnologia, criada em 10 de no-vembro de 2008 por um decreto. Antesdisso era uma associação civil sem finslucrativos.

O investimento feito na empresa tempor um de seus objetivos principais odesenvolvimento da indústria eletrôni-ca brasileira através da implantação deuma base sólida no setor de semicon-dutores. A fábrica é a única na AméricaLatina que produz microchips.Presidente do Ceitec, Eduard Weichselbaumer, demonstra utilização do leitor do chip

Chip vem sendo testado desde novembro em Minas

Fotos: Divulgação

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22 DEZEMBRO 2009

Enduro: a grande especialidade do Cavalo Árabe

Por Rogério dos Santos

Embora como modalidade hípica oEnduro seja recente (a primeira prova ofi-cial só se deu na metade do século passa-do nos Estados Unidos), cavalgar por lon-gas distâncias é uma prática tão ancestralquanto a domesticação do cavalo. Talvezesta seja a principal razão do sucesso queo esporte vem alcançando nas últimasdécadas. Cavalgar, além de grande prazer,não exige nenhum recurso técnico pro-fundo se o interesse for simplesmenteandar a cavalo em provas de curtas dis-tâncias. Mas outros aspectos do Endurotem contribuido para a rápida populari-zação do esporte, a ponto da FEI - Federa-ção Equestre Internacional – ter afirmadorecentemente que o Enduro é o esportehípico que mais cresce no mundo. No li-vro Enduro Equestre, escrito por CidinhaFranzão e por mim, publicado pela Bree-der Editora, enumeramos algumas interes-santes razões pelo rápido advento damodalidade: pratica-se na natureza, umgrande anseio do homem moderno. Prati-ca-se em família, algumas equipes possu-em várias gerações envolvidas numa mes-ma prova. Prioriza-se a relação animal-ca-valeiro, pois o grande desafio é cumpriras várias etapas da prova com o mínimodesgaste do cavalo.

Praticado na Natureza, entre os esportes hípicos o enduro é o que mais cresce no mundo

Nas provas os conjuntos entram natrilha para cumprirem trajetos que po-dem variar de 15 a 160 km em dois tiposbásicos de categorias: Velocidade Limi-tada e Velocidade Livre. Na Limitada,para cavalos ou cavaleiros iniciantes édeterminada uma velocidade fixa e ga-nha o conjunto que mais se aproximar

do tempo. Normalmente o percurso dasprovas de Velocidade Limitada variam de15 a 60 km. Na Velocidade Livre ganha oconjunto que fizer o melhor tempo, sãoprovas corridas nas distâncias entre 40a 160 km em um dia. As provas são com-postas por anéis de 15 a 25 km cada um.Terminado o anel, o cavaleiro deve apre-

sentar sua montaria em no máximo 30minutos para a inspeção veterinária. Sóé liberado para retomar a prova o animalque se apresentar em condições físicas emetabólicas adequadas, ou seja: não es-tar mancando, não estar desidratado e obatimento cardíaco deve estar abaixo de64 batimentos por minuto. Esse é ummomento decisivo para o competidor.Quanto mais cedo o animal se recuperarpara ele apresentá-lo ao vet check, maiscedo ele pode largar novamente, ganhan-do minutos preciosos que o colocarão emboa vantagem frente aos demais competi-dores.

É nesse sentido que o cavalo Árabetem demonstrado ser um especialista damodalidade. Criado há mais de três milanos pelos beduínos do deserto, o cava-lo Árabe foi selecionado principalmentecomo transporte e arma de guerra. Eramlevados para a reprodução somente aque-les exemplares que conseguiam cavalgar100 a 200 km por dia sob o sol escaldan-te, sofrendo a escassez de água e alimen-tos e cujo objetivo final da jornada era oataque às tribos inimigas. Analisando aconformação padrão do cavalo Árabe, queaté os dias de hoje é preservada peloscriadores, vê-se claramente característicasque o tornam um especialista nas provasde enduro. Continua...

Prova de enduro realizada na fazenda Engenho (MS), em 2007

Arquivo/Via Livre

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23DEZEMBRO 2009

Novas embalagens de nutrição Tortuga.Todo mundo quer ver de perto!

O novo design das embalagens de nutrição é mais uma inovação da Tortuga. Além de mais modernas e bonitas, foram padronizadas e projetadas a fi m de facilitar o manejo e o estoque. A mesma qualidade e tecnologia de sempre, agora de cara nova.

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ROD. MS 306 - s/nCASSILÂNDIA - MS

Rastreabilidade

A Cert Rastro Certificadora & Rastre-adora de Bovinos, empresa genuinamentesul-mato-grossense, foi auditada peloMAPA (Ministério da Agricultura Pecu-ária e Abastecimento) e, conforme o ór-gão, não foi encontrada nenhuma nãoconformidade nos serviços oferecidos.“Para nosso cliente é a segurança de queestamos prestando o serviço da melhormaneira possível sempre seguindo a le-gislação vigente – a IN 17 [Instrução Nor-mativa nº 17]”, comenta Neide Lima deFreitas, gerente administrativa.

Durante três dias, auditores doMAPA examinaram documentos da em-presa e checaram a eficácia da metodolo-gia de rastreabilidade adotada. “O objeti-vo era identificar se estávamos ou nãocumprindo na prática aquilo que tínha-mos colocado no papel”, esclarece. Nes-sa auditoria tudo é observado, da es-trutura da certificadora até se os

Cert Rastro é aprovada em auditoria do MAPAprocedimentos internosadotados atendem asregras da IN 17.

A seriedade daCert Rastro em seutrabalho rende frutos.Em Mato Grosso doSul são 60 proprieda-des assistidas pelaempresa que estão nalista trace, ou seja,que estão aptas a ex-portar para a UniãoEuropeia. E, segundoNeide, há outras fa-zendas que estão prestes a fazer partedesse seleto grupo.

Conforme a gerente, depois da apro-vação nessa auditoria, a expectativa é deque cresça ainda mais o número de pro-priedades na lista trace. “Isso também éa confirmação de que a Cert Rastro está

no caminho certo”,acrescenta.

“Nossa intenção éde ter cada vez maisprodutores com suasfazendas certificadase, junto com eles, tra-balhar para que hajauma melhor remune-ração pela arroba, poisseguem regras muitorígidas, portanto, têmde haver mais incen-tivos para que conti-nuem cumprindo as

normas e produzindo carne de qualida-de”, defendeu. “Nesse momento de co-memoração, aproveitamos para agradeceraos clientes, técnicos e colaboradores quetrabalharam conosco em 2009. E que em2010, juntos novamente, tenhamos ain-da mais sucesso”, finaliza Neide.

À Acrissul desejaà todas as famílias

sul-mato-grossenses um

Feliz Natal e umAno Novo cheio

de fartura eprosperidade.

Expectativa é de crescimento no número de propriedades de MS na lista trace

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24 DEZEMBRO 2009

A decisão da Abras (Associação Bra-sileira de Supermercados) de lançar oprograma de certificação socioambientalda carne deve causar desabastecimentono mercado, é o que prevê o presidenteda Acrissul (Associação dos Criadoresde Mato Grosso do Sul), Francisco Maia.

“Essa foi uma decisão tomada entreos supermercados e os frigoríficos, masquem tem o boi é o produtor, que foi ex-cluído desse debate. Primeiramente elesteriam de saber qual é a realidade nasfazendas para não terem de pagar o micode voltar atrás. Essa é uma medida opor-tunista e marqueteira, porque todos que-rem sair na fotografia de Copenhagen”,disse.

Maia acrescenta que é totalmente fa-vorável que todas as propriedades te-nham um certificado de responsabilida-de socioambiental, mas que a preserva-ção tem um custo e que, atualmente, amaioria dos produtores está descapitali-zada.

“Quando a arroba do boi chegou a R$90 os supermercados foram os primei-ros a subir os preços, mas agora, quandoestá a R$ 65 eles baixaram o preço dacarne na gôndola?”, questiona.

O presidente da Acrissul lembra ain-da que, segundo informações da CNA(Confederação Nacional da Agricultura),90% das propriedades rurais não aten-dem aos critérios do Código Florestal, eque até mesmo o governo federal esten-deu o prazo para que os proprietáriosregularizem suas terras. “Ora, 90% dasfazendas não têm como obter esse certifi-cado. Então como os supermercados vão

Decisão da Abras pode causardesabastecimento de carne

colocar carne nas prateleiras?”.“Não se faz isso de uma hora para

outra, o governo sequer tem materialhumano para fazer o georreferenciamen-to de todas as propriedades, o que se dirádo pequeno criador que está descapitali-zado”, argumenta.

Ele reclama que o produtor não foichamado para a discussão e que, se aAbras realmente quisesse implantar umacertificação séria teria de conhecer a rea-lidade das fazendas e ainda, saber se osconsumidores estão dispostos a pagarmais pela carne certificada, pois, segun-do ele, investimentos teriam de ser fei-tos, os quais seriam repassados para aponta da cadeia.

“Porque não privilegiar a carne doPantanal? Que é 100% ambientalmentesustentável. Porque não criar um selo eremunerar melhor quem já alcançou esseestágio de preservação? Isso seria o cer-to, e não excluir quem ainda está tentan-do”, desabafa.

De acordo com Maia, a classe defen-de a certificação de propriedades susten-táveis, mas a decisão dos varejistas emexigir isso sem conversar com todos oselos da cadeia só fez gerar mais transtor-no e dificuldades. Ele ainda questionaos motivos dessa decisão só ter atingidoos pecuaristas. “E quanto a soja, o arroz,o feijão, o leite? Porque só a carne?”

O presidente da entidade compara adecisão dos supermercadistas a uma leique exigisse, de um dia para o outro, quea população só usasse carros elétricos.“Muito bonito, bom para o Planeta. Masdaria para ser feito?”.

PRODUTORES NÃO FORAM CHAMADOS PARA DEBATE

Fim de ano é tempo das reformas,tanto nas fazendas quanto nas residên-cias. É uma hora em que muitos já es-peram por sujeira, barulhos que pare-cem não ter fim e gastos elevados. Mastodo este estresse pode ser reduzido sevocê usar materiais apropriados, queagilizam a reforma e economizam nosgastos. A Sertão, possui uma extensalinha de produtos que facilitam e bara-teiam qualquer reforma ou construção.

“Se a pessoa precisa, por exemplo,trocar o piso de um cômodo, ela podeusar uma argamassa especial super-aderente [fabricada pela Quartzolit] quedispensa a retirada do piso antigo”,informa Marco Saling, diretor da Ser-tão. “Uma reforma que levaria duassemanas pode ser feita em apenasuma, sem a necessidade de aluguel decaçamba e com a diminuição da mão-de-obra. Então, o custo final dessa re-forma vai ser mais em conta com ouso desse tipo de material”, calcula.

Também já se encontra disponível orevestimento de porcelanato para as pa-redes. Eles podem ser colocados sobreo azulejo antigo. “Com apenas 6 milí-metros este material também ajuda a di-minuir o tempo de instalação”, diz Mi-guel Ângelo Saling, diretor da Sertão.“O pedreiro pode entregar uma cozinhanova em apenas um dia de trabalho.Tudo feito sem ter de quebrar nada.Imagine, sair cedo de casa e ao voltar teruma cozinha ou banheiros novos”.

Isso tudo só tem sido possível por-que as indústrias têm investido em pes-quisas e colocando isso à disposição domercado. A Incepa Revestimentos Ce-râmicos, por exemplo, utiliza nanotec-nologia em suas peças. “Isso dá maisdurabilidade ao produto”, diz Marco.Além disso, hoje são encontrados azu-lejos cada vez maiores, o que também éproduto de pesquisa. Antes, não era

Como economizar na reformada fazenda ou da casa

possível porque as peças empenavam.“As indústrias têm oferecido produtoscada vez melhores. O padrão exigido deumidade é de 0,5% mas já foram além,chegando a 0,2% o que resulta em mai-or durabilidade do material”.

Com as tintas a economia acontecena hora de se aplicar o produto. Mar-co explica que tintas Suvinil e SherwinWillans, duas das marcar mais famo-sas do mercado, podem render até trêsvezes mais na hora da aplicação do quemarcas mais baratas. E, para aprovei-tar ainda mais o potencial destas tin-tas, a Sertão oferece cursos de treina-mento para os pintores. “Eles tem deestar atualizados com as novas tecno-logias”, defende.

Estas novas tintas são todas pro-duzidas com solvente a base deágua, ou seja, são ecologicamentecorretas e ainda não deixam o fortecheiro das que usam solvente a basede produtos petroquímicos.

E para valorizar o ambiente que jáfoi reformado ou recém concluído aSertão ainda tem luminárias e lâmpa-das especiais, as quais, além de con-sumir menos energia, criam um am-biente mais agradável e harmoniosoque completam o bem-estar de umacasa ou local de trabalho. “A ilumina-ção dirigida feita com lâmpadas su-perfluo e dicróicas modificam e real-çam as cores do local”, atenta.

Para quem vai construir uma casa,seja na fazenda ou na cidade, MiguelÂngelo tem uma pergunta simples:“quantas vezes você vai construir umacasa na tua vida?”. A Resposta para amaioria é: “uma”. “Então porque nãofazer com o melhor? É o local onde vocêvai morar, ou trabalhar, tem de propor-cionar conforto e bem-estar para a famí-lia e para os amigos”, sintetiza MiguelÂngelo.

Notícias

Marcos e Miguel Ângelo: Sertão tem linha completa para construção e reforma

NOTA DE AGRADECIMENTO

A Acrissul (Associação dos Criadores deMato Grosso do Sul) agradece o empenhodo ministro da Agricultura, Reinhold Stepha-nes, e do presidente Lula, que usaram debom senso e equilíbrio na decisão que toma-ram de prorrogar o prazo para averbação da

reserva legal, preservando assim os interesses do agronegócio esua contribuição para a economia nacional.

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25DEZEMBRO 2009

Notícias do Pantanal

Negociar o gado criado no Pantanalnão é fácil. As grandes distâncias e adificuldade de acesso às fazendas mui-tas vezes fazem com que o vendedor te-nha de negociar a boiada pelo preço queo comprador esteja disposto a pagar. Hávinte anos era ainda mais difícil. Con-tudo, no fim da década de 80 as coisascomeçaram a mudar. A introdução dosleilões como forma de venda deu maisopções de compradores para quem erade lá.

Nesse contexto de mudança José Co-elho Lima Filho, mais conhecido comZezinho, enxergou uma oportunidade defazer negócios e ainda ajudar os vizinhos.

Leilões mudaram a formade vender gado no Pantanal

Em 1988 ele investiu na estrutura de umtatersal em sua fazenda, a Sombreirito,que fica na região do Corixão, Pantanaldo município de Rio Verde.

Zezinho conta que a ideia surgiuquando ele percebeu que sua proprieda-de ficava em um lugar estratégico namovimentação de animais da região. “Láé o canal de escoamento do gado do Pan-tanal, então montei um ponto de venda.As instalações têm capacidade para abri-gar até oito mil animais”, detalha.

“Nem sempre a gente ganha di-nheiro com isso. Teve ano que nãoganhei nada, mas eu tenho muito or-gulho de estar podendo servir a co-

munidade em que eu vivo”, comenta.Ele disse que desde o dia em que fez

o primeiro leilão, nunca mais parou. Ehoje o espaço é utilizado para a realiza-ção de leilões, no mínimo, uma vez pormês. “E já são 21 anos dessa forma”, co-memora.

Durante esse tempo, conforme Zezi-nho, muitas outras propriedades come-çaram a organizar leilões, contudo, hoje,somente na Sombreirito os eventos con-tinuam acontecendo.

ModernidadePecuarista nascido na região ele des-

taca que nos últimos anos muitas coisasvêm se transformando na atividade. Elecita a introdução de novas tecnologias dereprodução – inseminação artificial etransferência de embrião – como algumasdeles.

“Essa moçada que está chegando lá,vem com muitas novidades que fazemdiferença na criação. Melhoraram a qua-lidade genética dos animais do Pantanal.Tanto é que hoje o preço do animal daplanície é o mesmo que o do planalto,coisa que nunca aconteceu”, exemplifi-ca.

Mais recentemente, foi inaugurada aponte sobre o rio Taquari, que liga a re-gião do Paiaguas à do Corixão, com isso,pecuaristas que antes tinham pouca op-ção de venda ganhou um acesso ao maistradicional e importante local de vendade gado do Pantanal.

“No ano que vem o Leilão Corixão[realizado pela Pantanal Leilões] deve terainda mais animais. Este ano, fizemos umlá com seis mil reses, com essa pontepodemos chegar fácil ao limite das insta-lações, oito mil cabeças de gado”, visua-liza Zezinho.

O 15º Leilão Criadores do Corixão(5.12), realizado pela Pantanal Leilões,superou as expectativas de média doslotes. Em clima de festa, o último even-to do ano contou com a presença dediversos pecuaristas de Mato Grossodo Sul e até de outros estados. “Ape-sar do Pantanal ter a fama de ofereceranimais a um valor mais baixo do queos do Planalto, nesse leilão percebe-mos que a média foi muito próxima ado gado negociado em Campo Gran-de, por exemplo”, observa AndersonAtaide Nantes, diretor da leiloeira.

Uma das categorias que mais cha-mou a atenção foi a dos tourunos, dos100 exemplares que estavam à ven-da, 71 foram negociados como opçãode compra, ou seja, vendidos semserem disputados em lances, mas simarrematados pelo mesmo preço doanimal vendido anteriormente. “Amédia dos tourunos ficou em R$1.125, sendo que o lance inicial erade R$ 850”, lembra Nantes.

Os machos de 10 a 12 meses – cate-goria com maior número de exempla-res, 1000 – surpreenderam com os arre-

Leilão do Corixão supera expectativas de vendamates também feitos a valores elevados, amédia por cabeça ficou em R$ 545, bem pró-xima aos valores que são negociados na ca-pital. As bezerras foram vendidas a R$ 385.“O gado do Pantanal tem sido bastante pro-curado por que os pecuaristas estão inves-tindo muito em qualidade genética. Então,quem compra sabe que vai ter animais quetem precocidade no abate. Por esses moti-vos os valores estão subindo”.

A média do garrote macho ficou emR$ 690, a da fêmea em R$ 460 e as vacasa R$ 510. “Todos os animais foram ven-didos e não houve defesa”, comemora.

Apesar deste ter sido um ano de incer-tezas para a pecuária brasileira, Nantes acre-dita que no ano que vem os negócios serãoainda melhores, tanto que em 2010 a pre-visão é de que sejam realizados mas umou dois leilões na região. “Nós fazemos umevento todos os primeiros sábados do mêse queremos aumentar isso no ano que vemporque há espaço. A média de animais ne-gociados em cada certame é de 2500”.

De comitivaO Leilão Criadores do Corixão é feito

na fazenda Corixão, que fica do coração

do Pantanal da Nhecolândia, municí-pio de Aquidauana. Ele reúne animaisde criadores da região, que são todosconduzidos em comitiva boiadeira.

“Para o gado chegar até lá nós con-tamos com três equipes que pegam osanimais dos vendedores e os leva atéa Corixão”, conta Nantes. “Tudo issoé feito por nós e leva cerca de sete diaspara se chegar lá”. Depois do evento,os mesmos peões conduzem a boiadaaté a fazenda dos comprares, tudo fei-to como na tradição pantaneira.

Nesse 15º leilão houve um dife-rencial, animais trazidos do Pantanaldo Paiaguas. “Isso só foi possível coma inauguração da ponte sobre o rioTaquari, recentemente inaugurada.Antes para se levar o gado do Paia-guas para a Nhecolândia demorava 30dias, porque tinha-se que dar a voltaem Coxim”, explica Nantes.

Segundo ele, agora, com a pontesobre o Taquari, é esperado que pe-cuaristas de outras regiões do Panta-nal participem do leilão nas próximasedições, pois o tempo de viagem foiencurtado em, no mínimo, 23 dias.

Tatersal construído na fazenda Sombreirito, deJosé Coelho Lima Filho (Zezinho), em 1988,

virou uma referência para o mercado pantaneiro

Zezinho, ladeado pelos diretores da Pantanal - Panta Leão e Anderson Ataide Nantes

ACRISSUL INFORMA

A Acrissul informa que estaráem FÉRIAS COLETIVAS a partir do

dia 18 de dezembro de 2009,retomando suas atividades no dia

11 de janeiro de 2010.

À todas as famílias sul-mato-grossenses um Feliz Natal e um

Ano Novo cheio de fartura eprosperidade.

A DIRETORIA

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Intercâmbio

No mês de novembro, uma comis-são de pecuaristas da Guatemala (paísda América Central) esteve em MatoGrosso do Sul para conhecer as técni-cas de produção de carne, empregadasno Brasil.

Durante a visita, os membros tive-ram a oportunidade de conhecer um pou-co o sistema de criação de ovinos con-sorciado como o gado Canchin. A rápi-da palestra foi ministrada pelo presiden-te da Asmaco (Associação Sul-Mato-Grossense dos Criadores de Ovinos), Jor-ge Tupirajá, mostrou aos visitantes asvantagens deste manejo. “Nós temos uminteresse muito grande em animais paraa produção de lã”, disse Ricardo Car-

Criadores da Guatemala conhecem técnicas brasileirasreiro, membro da Aganpet (Asociaciónde Ganaderos de Petén). “O resultadoque vocês têm dos cruzamentos com araça Ile de France são muito bons e po-demos fazer o mesmo. Na Guatemala,agora é que estão sendo introduzidasraças com melhor potencial genético,como a Dorper”, revelou.

Em seguida Antônio João de Almei-da, da fazenda BR Texas, apresentou osresultados que se tem obtido com as téc-nicas de inseminação artificial em tem-po fixo e também sobre as de nutrição.Na ocasião, os visitantes revelaram quepassam por dois problemas na Guate-mala: longos períodos para o gado che-gar ao ponto de abate e instabilidade nos

ciclos reprodutivos dasfêmeas.

“E ainda temos pro-blemas de pouca apti-dão materna das matri-zes, que têm tetos mui-to grandes, que dificul-tam a alimentação dobezerro”, ressalta Car-reiro.

Os guatemaltecos vi-eram a Mato Grosso doSul por ser um Estadoque apresenta condiçõesde clima e solo simila-res aos de lá, e tambémpor convite da Germipasto e da Semia- gro, que vendem sementes de capim

àquele país. “Nós estamos introduzin-do a brachiária, há 15 anos estamos com-prando sementes aqui do Brasil parausarmos lá”, revela Carreiro. Segundoele, todos os anos são compradas 500toneladas de sementes produzidas aquino Estado.

Na Guatemala, conforme o RicardoCarreiro, o rebanho não é muito grandecomparado com o brasileiro, são trêsmilhões de cabeças destinadas à produ-ção de carne para abastecer o mercadointerno. A exportação para países vizi-nhos também é limitada devido a ques-tões sanitárias e comerciais.

Quanto ao regime de produção o ex-tensivo é o que predomina. “Somenteagora algumas fazendas estão trabalhan-do com confinamento e produção maisintensiva”.

A raça predominante é o Brahman,cerca de 60% de todo o rebanho, mastambém há Nelore (15%) e Guzerá (15%)o restante são de raças sintéticas de vá-rias origens. “Precisamos de animais rús-ticos, porque lá, como aqui, o clima ésevero”, finaliza Carreiro.

26 DEZEMBRO 2009

Antônio João de Almeida explica técnicas de reprodução

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27DEZEMBRO 2009

Agroindústria

O ano de 2009 foi cheio de notícias nosetor industrial da cadeia da carne.Para amaioria os frigoríficos elas foram desastro-sas, com fechamento de seis plantas mais arecuperação judicial do Independência. Todaessa quebradeira criou um movimento entreos pecuaristas para que o gado fosse só vendi-do à vista. Mais para o fim do ano veio outra:a fusão do JBS-Friboi com o Bertin; para quemjá estava passando por muitas dificuldades,as novas não podiam ser piores, pois havia, eainda há, o medo do novo gigante estabelecerum monopólio no mercado e esmagar os pe-quenos frigoríficos. E para piorar um poucomais a situação houve um grande avanço doconsumo de outras proteínas sobre uma fatia

Falta de crédito pode fechar mais frigoríficos em 2010de mercado que era da carne bovina. Assimfoi o ano de 2009 para os frigoríficos de MatoGrosso do Sul. A situação só não ficou piorporque o preço da arroba despencou nos últi-mos 12 meses.

Para que esse cenário não se repita em2010 o presidente da Assocarnes (Associa-ção de Matadouros, Frigoríficos e Distribui-dores de Carne do Estado de Mato Grosso doSul), João Alberto Dias, afirma que se nãohouver mais crédito na praça, uma menorcarga tributária estadual e uma união de for-ças entre os elos da cadeia da carne “não ha-verá como segurar mais fechamentos de fri-goríficos no Estado”.

“E, se isso acontecer, alguns pequenos muni-

cípios, onde o emprego na cidade depende des-sas indústrias, vão padecer”, alerta.

Com as seis plantas de abate que parali-saram suas atividades em 2009 já são 16 fri-goríficos em Mato Grosso do Sul que para-ram os trabalhos. Os motivos apontados pelopresidente da Assocarnes são os mesmos queele pede atenção: alta carga tributária esta-dual, falta de liquidez e crescimento do con-sumo de proteína não bovina.

“Com o movimento de venda de gado só ávista, mas alguns frigoríficos não tinham li-quidez para trabalhar, crédito também nãohavia, a solução foi fechar as portas”, respon-deu quando questionado sobre os motivos dasparalisações.

A diminuição do consumo de carne ver-melha também pegou os frigoríficos de sur-presa. No Brasil o tradicional prato de festa, ochurrasco, tem sofrido algumas mudanças.Hoje, na churrasqueira sempre há espaço paraoutros tipos de carne, como a de frango, peixee principalmente a de porco. Todos esses pro-dutos estão muito mais baratos nos dias atu-ais, fazendo o consumidor optar pela econo-mia na hora da compra.

“No que se refere à carne suína, nós aindatemos o consumo indireto que ocorre na ven-da de embutidos, como presunto”, exempli-fica.

E esse comportamento gerou reflexos nasescalas de abate. Costumeiramente os abatespara abastecer o mercado interno no fim doano começam em meados de novembro, masnão foi o que aconteceu. A indústria iniciouos trabalhos para atender a demanda das fes-tas de fim de ano somente agora, no início dedezembro. O que mostra uma retração noconsumo de carne bovina. “No mês passadoteve frigorífico trabalhando dois dias por se-mana, quando era acostumado ter escala desegunda a sexta”, exemplifica.

Apesar de ter sido um ano cheio de pro-blemas para o setor, Dias ressalta que o gover-no federal deu um alívio para os frigoríficosquando deixou de cobrar o PIS (Programa deIntegração Social) e a Cofins (Contribuiçãopara Financiamento da Seguridade Social)para a comercialização de carne no mercadointerno. “Agora, falta o governo do Estado fa-zer o mesmo com os tributos estaduais e re-ver a pauta fiscal”.

Nova relaçãoDos acontecimentos de 2009 deve surgir

um novo padrão de relacionamento na ca-deia da carne em Mato Grosso do Sul. Diasacredita que a principal mudança será en-tre pecuarista e indústria. “Penso que o pa-gamento à vista deverá ser uma norma nomercado a partir de 2010”.

Ele ainda propõe que a haja mais uniãoentre os principais integrantes da cadeiacarne; produtor, frigorífico e varejo. “Se to-dos nós sentarmos e conversarmos, novoscaminhos para a comercialização, vai sur-gir uma relação mais saudável e amigável.E quem vai ganhar com isso também será oconsumidor. Esse novo relacionamento énecessário porque o pecuarista sempre achaque o frigorífico está passando a perna nele”,salienta.

Dias acredita que o ano que vem será omomento em que o mercado de carne se es-tabilizará tanto na demanda quanto na ofertae, consequentemente, os preços também. Paraele 2009 foi um ano “totalmente atípico”.

“As pessoas sempre acreditam que o pró-ximo ano vai ser melhor do que o que pas-sou assim também é o nosso setor”, finaliza.

Situação só não ficou pior em MS porque o valor da arroba despencou nos últimos 12 meses

Expogrande 2010 já tem 38 leilões confirmadosA diretoria da Acrissul, juntamente com representantes de leiloeiras do Estado, iniciou os trabalhos para a realização

dos leilões que acontecerão durante a 72ª Expogrande, em 2010. Até o momento, já estão agendados 38.

DATA HORÁRIO EVENTO LEILOEIRA LOCAL

08/março 20h 10º Leilão BPW Leiloboi Tat.209/março 20h Leilão Bons Amigos Leilogrande Tat.212/março 20h 6º Leilão Produção LS Leiloboi Tat.213/março 12h 3º Leilão Brahman de Peso do MS Tat.214/março 14h 35º Leilão LS Nelore a Campo Leiloboi Tat.115/março 20h 14º Leilão Melhoradores Tat.115/março 20h 8º Leilão Fazendeiro Leiloboi Tat.216/março 20h Leilão Produções e Rep. Limousin Tat.116/março 20h Leilão Ranking Nelore Leilogrande Tat. 218/março 20h 7º Leilão Bonsmara Leloboi Tat.118/março 20h Leilão Bezerros do MS Leilosat Tat.219/março 20h Leilão Matrizes do Futuro Leilosat Tat.219/março 20h Leilão IPB Est. IPB20/março 12h Leilão Blonde de Aquitaine Tat.120/março 12h Leilão IPB Est. Orsi20/março 16h 8º Leilão Comitiva Leiloboi Tat.220/março 20h Leilão Guzera Tat.121/março 10h Leilão Master Ovinos Leiloboi Tat.221/março 12h 11º Leilão VR JO Leiloboi Tat.121/março 12h Leilão 3 Barras Est. Orsi21/março 20h Leilão Cavalo Pantaneiro Tat.121/março 20h Leilão Fazenda Reunidas Leiloboi Tat.222/março 20h Leilão Max QM Leiloboi Tat.122/março 20h Leilão Canchim Tat.223/março 20h Leilão Nelore Mocho Leiloboi Tat.123/março 20h Leilão Fazenda Bartira Leilogrande Tat.224/março 20h Leilão Vip Tat.124/março 20h Leilão Progenal/Corte/Touro Lelilogrande Tat.225/março 20h Leilão Agropecuária JB Tat.126/março 20h Leilão Toka do Jacaré Tat.126/março 20h 2º Leilão Força do Senepol Leiloboi Tat.227/março 12h Leilão Brahman (Associação) Tat.127/março 12h 29º Leilão Nelorão do MS Est. Orsi27/março 14h Leilão Cruzamento – Santa Gertrudes Leiloboi Tat.227/março 18h 14º Leilão Girolando Fazendão Leiloboi Tat.227/março 20h Leilão Top MS 2010 Leiloboi Tat.128/março 12h Leilão Rep. Comapi Leiloboi Tat.128/março 20h Leilão GPL Tat.2

Fonte: AcrissulObs: Programação sujeita a alteração

Page 28: FOLHA DOFOLHADO FAZENDEIRO - · PDF filevalsas Vienenses embalavam nossas fantasi-as. Era um craque na arte de tocar este ins-trumento! Toninho, seu filho caçula, de mais ou menos